Forma e função: das profundezas ao estilo

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1 Dossier Mare Nostrum Chaves de compressão, linha Master Compressor Jaeger-LeCoultre Forma e função: das profundezas ao estilo A resolução do problema da estanqueidade foi fundamental não só para a história da medição do tempo como também para o desenvolvimento técnico da relojoaria com influência direta na estética dos relógios de pulso modernos. Ao fazer-se a distinção entre relógios elegantes e desportivos, torna-se fácil constatar como o mar e a obsessão pelo hermetismo tiveram um papel fundamental no estilo da relojoaria contemporânea e inspiraram muitos dos seus ícones fundamentais. Texto Miguel Seabra Espiral do Tempo / Nuno Correia 81

2 Dossier Mare Nostrum Pode ser contraditório o facto de um país sem contacto direto com o mar produzir os relógios de pulso mais estanques e também os de vocação náutica mais vincada, mas a verdade é que há muito que a indústria relojoeira suíça permanece incomparável. Historicamente, é herdeira de desenvolvimentos técnicos da relojoaria francesa e até da relojoaria britânica que resolveu a equação da longitude, mas ganhou primazia com o estabelecimento de um novo tempo portátil/pessoal decorrente da passagem dos relógios de médio porte para os relógios de bolso e, sobretudo, com a posterior transição dos relógios de bolso para o pulso. Foram os helvéticos que melhor solucionaram o problema do hermetismo, tornando o seu produto mais fiável e apetecível. A partir do momento em que a reputação técnica concentrou na Suíça a grande maioria da produção mundial da relojoaria de qualidade, passou a ser inevitável que um país de marinheiros de água doce assumisse a produção da maioria dos relógios de pulso de vocação marítima, na atualidade. Mas, independentemente dessa vocação, a base para a qualidade de qualquer relógio é a sua inviolabilidade. As infiltrações representam uma ameaça fatal para qualquer mecanismo relojoeiro que integra partes e ligas metálicas sensíveis ao pó e à humidade. Durante séculos, os relojoeiros foram sujeitos a um constante trabalho de manutenção devido às poeiras alojadas nas rodagens, às chuvadas que se infiltravam nas caixas ou até mesmo à humidade dos vapores emanados dos sistemas de aquecimento: o fecho das caixas, as aberturas dos botões, o orifício para a coroa e a fixação do vidro não eram suficientemente bem vedados. Para além de a transição para os relógios de pulso, na primeira metade do século XX, ter implicado outros problemas, como a transpiração. Travessia para a história A Primeira Grande Guerra foi determinante para a popularização dos relógios de pulso, mas o ambiente hostil das trincheiras inutilizou muitos exemplares e forçou os fabricantes a debruçarem-se sobre a resolução do problema do hermetismo face à água, à humidade e ao pó. Recorria-se então a peles, óleos especiais e até substâncias elásticas como vedantes, mas sem resultado prático contra as infiltrações. E o problema começava pela coroa já que era através dela que as nocivas partículas minavam o mecanismo. No pós-guerra, John Harwood associou-se à Fortis para a criação de um modelo sem coroa assente num sistema em que a corda era dada pela rotação da luneta, mas nunca logrou a desejada unanimidade. Por sua vez, o fundador da Rolex, Hans Wilsdorf, complementando a conceção de uma caixa monobloco, idealizou um sistema de rosca para a coroa que era, ao mesmo tempo, simples e genial quando comparado com outras soluções preconizadas por relojoeiras de renome. O acontecimento mais simbólico na história da demanda da estanqueidade deu-se quando Mercedes Gleitze se lançou ao Canal da Mancha em outubro de Hans Wilsdorf tinha conseguido que a aventureira usasse no pulso um relógio de caixa revolucionária chamada Oyster que Wilsdorf garantia ser à prova de água. E ficou provado que sim. Partindo da localidade francesa de Cap Gris Nez em direção a Dover, a estenógrafa de 26 anos atravessou a nado o Canal, tornando-se na primeira mulher a consegui-lo e também na primeira pessoa a fazê-lo com um relógio de pulso. Curiosamente, logrou a travessia apenas na sua oitava tentativa... precisamente a primeira vez em que usou relógio! A pérola descoberta com a ostra O Rolex Oyster de Mercedes Gleitze manteve-se incólume ao longo das 15 horas e 15 minutos da travessia, fazendo jus ao seu nome (Oyster significa ostra, o molusco que se fecha hermeticamente na sua concha). Hans Wilsdorf não perdeu a oportunidade e fez uma página inteira de publicidade na primeira página do Daily Mail a 24 de novembro. No ano seguinte, os seus relógios eram apresentados imersos em água nas montras das relojoarias e joalharias. Ficava ultrapassado o estigma da vulnerabilidade dos relógios à água e estava lançada a lenda da Rolex que, em 1935, estabeleceria uma primeira definição de estanqueidade para os seus relógios transformada em credo para a indústria relojoeira: «Impermeáveis à água, ao pó, ao clima tropical, ao gás, ao ar, à neve e fecho hermético assegurado contra qualquer influência exterior nociva ao bom funcionamento.» O hermetismo tornou-se na bandeira da marca e a coleção foi-se enriquecendo ao longo das décadas com modelos cada vez mais estanques. A Segunda Guerra Mundial teve a particularidade de também se ter discutido muito abaixo do nível do mar, graças à proliferação de submarinos e de forças de combate anfíbias. Foi em ambiente militar que a Panerai fundou a sua lenda, mais exatamente no pulso de homens-rã que colocavam bombas nos cascos dos navios aliados. A marca florentina criou o seu sistema de inviolabilidade da coroa com uma ponte dotada de uma espécie de alavanca. Mas, por essa altura, o sistema hermético mais comum baseava-se no conceito de caixa monobloco da Rolex em que quatro parafusos seguram a luneta por trás; uma pequena tampa no fundo, somente passível de ser aberta com uma chave especial, permite aceder à coroa e às partes vitais do mecanismo. A par dos progressos na construção de caixas e coroas com o respetivo sistema de rosca, também o fabrico de juntas se tornou mais eficaz na segunda metade do século. Em matérias variadas (borracha, neoprene, plásticos), as juntas são indispensáveis para um fecho hermético das diversas partes amovíveis da caixa (fundo, coroa, botões, vidro) e permitem à maioria dos relógios incluindo os que não têm sistema de rosca na coroa alardear uma estanqueidade até 30 metros. Esse nível de resistência, hoje em dia comum em modelos que não têm vocação desportiva, é suficiente para não deixar entrar pó durante os acertos através da coroa ou resistir a projeções de água e mesmo a natação à superfície. Mundo de aventuras Os relógios à prova de água sempre mostraram uma auréola de fiabilidade e resistência particularmente útil num século XX que desbravou as virtudes da publicidade, ao mesmo tempo que desbravava as profundezas e as altitudes. Hans Wilsdorf aproveitou a proeza de Mercedes Gleitze, tal como a Rolex depois tiraria partido do facto de ter descido mais baixo do que nunca na Fossa das Marianas e subido mais alto do que nunca ao topo do Evereste. E passou a ser comum os fabricantes de relógios associarem-se a aventureiros determinados a concretizar feitos épicos ou a estabelecerem novos recordes, para além de as forças militares e novas profissões de risco exigirem relógios à altura das circunstâncias. Desde a Eterna, na saga do antropólogo Thor Heyerdahl a bordo da jangada KonTiki através do Pacífico, até à Blancpain, com o seu Fifty Fathoms nas profundezas, o feedback entre as marcas e os utilizadores mais exigentes contribuiu para o aperfeiçoamento dos relógios enquanto instrumentos, ao longo das décadas de 1950 e A popularização dos órgãos de comunicação social e o maior uso da imagem também ajudou a tornar esses feitos mais conhecidos e a capturar o imaginário do consumidor a par da influência do marketing e da publicidade. Também o estilo de vida dos ricos e famosos passou a ser mais acompanhado pela população comum. O surgimento da classe social que se convencionou chamar jet-set acabaria por ser determinante no advento do relógio moderno, intimamente ligado às mais famosas estâncias balneares e aos destinos turísticos de luxo na Côte d Azur ou na Riviera. O jet-set não tinha só que ver com a era do jato; mais do que frequentes viagens de avião, passou a estar ligado a iates, a veleiros, a praias privadas, a Monte-Carlo, a St. Tropez, a Portofino e até mesmo aos Hamptons. E as novas gerações precisavam de relógios prestigiados que pudessem acompanhar um estilo de vida mais dinâmico e desportivo. A revolução do design O desenvolvimento dos desportos motorizados, na segunda metade do século, transformou os cronógrafos em relógios desportivos por excelência, começando também a surgir a conjugação da função cronográfica com outras complicações. Mas, na essência, o relógio desportivo começou sobretudo por estar ligado aos relógios estanques e de mergulho: para além de a resistência à pressão da água também proteger qualquer relógio nas atividades mais animadas do dia a dia, a sua forma ligada à função tornou-se um paradigma o mostrador mais escuro a contrastar com os indicadores para oferecer maior visibilidade, a bracelete de metal que não é afetada pela água salgada, a luneta de assinaláveis dimensões. Esses vetores estiveram presentes no modelo que marcou o início de uma nova era: o Royal Oak, cujo designer, Gerald Genta apresentou uma arquitetura integrada caixa/bracelete. Pela primeira vez, uma histórica manufatura de luxo lançava um modelo de elevado prestígio em aço com acabamentos de alta-relojoaria e elevado preço a condizer um modelo que se estranhou e que rapidamente se entranhou, sendo adotado pela nova classe de ricos, que exigia um relógio de acordo com o seu estatuto, mas mais adequado às praias da moda e ao embarque num veleiro. Numa altura em que os designers de relógios não eram muitos e os mais destacados tinham por clientes as melhores marcas, Gerald Genta acabou por ter importância fulcral. Desenvolveu o seu conceito de design integrado e criou outros modelos que acabariam por se tornar ícones a começar pelo Nautilus da Patek Philippe com inspiração náutica evidente, e cujo sistema de estanqueidade era de grande fiabilidade. Historicamente, os relógios de forma sempre ofereceram um menor grau de estanqueidade; devido ao seu formato regular e ao facto de os 83

3 Dossier Mare Nostrum mecanismos, na sua maior parte, serem redondos, os relógios redondos eram tradicionalmente mais capazes de resistir à água e aguentar as pressões do mergulho. O Royal Oak e o Nautilus, com a sua personalidade geométrica e resistência à água, tornaram-se nos pontas de lança de uma nova geração que, para além de estabelecer um novo paradigma, teve a responsabilidade de liderar a relojoaria mecânica contra a avalanche eletrónica dos relógios de quartzo que revolucionaram o mercado e que também revolucionariam o universo dos relógios de mergulho. Debaixo e acima do nível da água A par de organizações militares, empresas profissionais como a Comex (Compagnie Maritime d Expertise) e iniciativas privadas de exploração, bem como a expansão da cultura desportiva associada ao mar e aos grandes lagos fomentaram a indústria relojoeira na parte final do século XX. A Hublot ('escotilha') nasceu em O Royal Oak Offshore da Audemars Piguet, surgido em 1993, catapultou a relojoaria de prestígio para novos tamanhos e uma inspiração mais radical; e se é verdade que o Royal Oak marcou o advento da relojoaria moderna, o Royal Oak Offshore foi determinante para a relojoaria contemporânea embora o nome Offshore, evocativo dos barcos de luxo ultrarrápidos e de preço exorbitante pilotados em competições reservadas a milionários, só surgisse depois de a adaptação do design de Gerald Genta por Emmanuel Gueit estar terminada. Entretanto, várias marcas começaram a apresentar instrumentos com funções adaptadas ao uso em regatas, como a exibição de uma contagem decrescente até à partida. Esses relógios permitem ao participante sincronizar o seu relógio com o tempo oficial do juiz; nos momentos cruciais antes da partida, o velejador tem de estar muito atento ao relógio, ao mesmo tempo que manobra a embarcação de modo a estar na melhor posição possível quando o tiro de partida é dado. O prestígio da America s Cup teve um pico na primeira década do novo milénio, e múltiplas embarcações estabeleceram parcerias com algumas das principais marcas relojoeiras, que deu origem a modelos comemorativos ou a edições limitadas. A utilização de novos materiais ultraleves e hiper-resistentes nos barcos foi também adotada nos relógios, mas os mais especializados apresentam a função cronográfica. A Louis 84 Vuitton, que passou a patrocinar a America s Cup e a Louis Vuitton Cup, tornou-se numa das marcas mais dedicadas ao imaginário náutico. E a embarcação vencedora da última edição, a Oracle Team USA, teve uma tripulação equipada de protótipos computorizados, concebidos pela TAG Heuer para posterior descarga dos dados. Híbridos e revivalistas A eletrónica abriu novas vias para os relógios de mergulho, surgindo marcas especializadas como a Suunto e outras que passaram a dedicar-se a instrumentação específica. Atualmente, existem autênticos computadores de pulso destinados a mergulho, carregados com as mais variadas funções mas funcionam a pilhas, e o último lugar em que devemos ter de nos preocupar com a duração de pilhas é debaixo de água. Muitos mergulhadores optam declaradamente por relógios mecânicos de mergulho porque não querem correr o risco de ter um relógio de quartzo que fique sem bateria durante um mergulho nas profundezas. Além disso, um prestigiado relógio mecânico é sempre mais elegante tanto dentro quanto fora de água. Há uma década, a Linde Werdelin, idealizou um conceito que reunia o melhor de dois mundos: um relógio mecânico de arquitetura contemporânea que funciona autonomamente, mas que está preparado para receber um módulo eletrónico que funciona como minicomputador de mergulho! Entretanto, a onda revivalista da última década também se estendeu à reedição de históricos modelos de mergulho. A Vulcain recuperou o seu histórico Nautical, com as tabelas de descompressão no mostrador; a Jaeger-LeCoultre a par da criação de uma linha militar Navy SEALs que complementa a vertente de mergulho da coleção Master Compressor Diving com as suas válvulas de compressão na coroa ressuscitou o DeepSea; e a Tudor brincou mesmo com o espírito vintage no seu Heritage Black Bay. Mas os relógios de mergulho não podem ser apenas um exercício de estilo retro ou moderno. Representam uma especial categoria no universo dos relógios desportivos, já que são instrumentos: uma falha mecânica ou uma falha na estanqueidade pode ter consequências bem funestas para os mergulhadores... Pelagos Tudor Davide CerrATo, Diretor de Marketing e Desenvolvimento de Produto da Tudor Para um designer, quais as principais características de um relógio de mergulho? Um relógio de mergulho é, antes de tudo, um instrumento. Deve ser ergonómico, robusto e de legibilidade imediata mesmo em más condições de visibilidade. Também deve respeitar a norma ISO 6425, nomeadamente uma estanqueidade a 100 metros e uma luneta graduada rotativa unidirecional ou um dispositivo capaz de controlar o tempo de imersão. Todos esses elementos fazem parte do caderno de encargos de um relógio de mergulho e têm de ser tomados em conta no momento em que se começa a desenhar um novo modelo. Esteticamente, a sua forma deve exprimir a sua função uma personalidade de instrumento técnico capaz de respeitar códigos estritos que se cristalizaram. A Tudor é uma marca que contribuiu para definir esses códigos e domina-os, como ficou demonstrado noo Pelagos e no Black Bay. O Pelagos apresenta um sistema de fecho, considerado um dos melhores existentes no mercado. Quais as suas valências? Trata-se de um fecho de báscula com um sistema patenteado de auto-ajustamento. Conseguimos uma solução técnica única para resolver um problema funcional: quanto mais um mergulhador desce sob a superfície, mais forte é a pressão exercida pela água sobre o seu corpo e o seu equipamento; se fora de água o fecho de um relógio é ajustado, a algumas dezenas de metros de profundidade a combinação de Neoprene comprimida reduz a circunferência total do pulso a um ponto em que o relógio fica mais solto e passa a haver o risco de ele se perder ou ficar danificado. O fecho de auto-ajustamento permite evitar esse desagregamento. Durante a descida o sistema de molas do fecho complementa a perda de volume do pulso por causa da compressão; o mesmo acontece na fase da subida, com o fecho a ajustar- -se sem intervenção do utilizador.

4 Octavio Garcia Diretor Artístico da Audemars Piguet Pode dizer-se que o Royal Oak marcou o advento do relógio moderno e que o Royal Oak Offshore estabeleceu o início do relógio contemporâneo. Como vê o papel desses dois modelos na história da relojoaria em geral e da Audemars Piguet em particular? A apurada engenharia exosqueleto do Royal Oak integra um sistema de acoplagem e junta visíveis do exterior que assegura estanqueidade, uma caixa sobredimensionada em aço inoxidável com soberbos acabamentos e bracelete desenhada para proteger o fino calibre automático 2120 dos traumas do dia a dia. São esses os ingredientes que provocaram a mudança no paradigma da alta-relojoaria do precioso para o funcional e do ocasional para o todo-o-terreno, criando uma nova linguagem estética e tornando o Royal Oak pioneiro no mercado dos relógios desportivos de luxo. O design vanguardista foi confirmado com o aparecimento do Royal Oak Offshore 42mm em 1993, uma muscular e ampliada versão do Royal Oak que carrega todos os nobres códigos de acabamento esperados numa peça de altarelojoaria mas que continua a desafiar convenções ao colocar o design no coração do processo de desenvolvimento. AudeMArs Piguet RoyAL OAK OFFSHORE Chronograph (42 mm) Uma poderosa variante Navy que em tudo faz evocar o mar. Da inspiração original que lhe deu o nome desde Royal Oak a Offshore - aos pormenores de cores e materiais, estamos perante um instrumento do tempo preparado para enfrentar condições exigentes, sem medos. Os inconfundíveis elementos estilísticos da linha Offshore, tais como a luneta octogonal e o motivo Méga Tapisserie, unem-se a um código de cores particularmente apelativo. O azul do mostrador ecoa na bracelete em cauchu, já os ponteiros do cronógrafo num contrastante laranja contribuem para um caráter ainda mais desportivo e contemporâneo. Quais são os segredos da Audemars Piguet para alcançar uma estanqueidade ideal nos relógios mais desportivos e nos modelos de mergulho? O Royal Oak Offshore já nasceu resistente à água; na verdade, muitos dos códigos de design foram inspirados por equipamento de mergulho em profundidade e é por isso que a sua morfologia permite exercícios à prova de água graças a um design de caixa mais robusto, juntas mais espessas e vidros de safira mais grossos tanto na parte da frente como no fundo! Os modelos Royal Oak Offshore Diver foram aperfeiçoados pelos nossos engenheiros de modo a assegurar 300 metros de estanqueidade. Fotografia Audemars Piguet

5 Marc Wälti Diretor de produto da TAG Heuer A TAG Heuer tem uma tradição relevante no que diz respeito aos relógios associados ao mar. Qual é o peso da história nos modelos mais adequados ao mergulho ou relacionados com o universo náutico? A TAG Heuer está muito presente no universo marinho no sentido lato do termo com a sua coleção Aquaracer. Conhecemos bem esse universo e estamos ligados historicamente ao mundo aquático; todos os nossos produtos são devidamente estanques e testados. Já em 1895 a marca patenteou um dos primeiros relógios de bolso estanques; em 1950 lançou o Mareograph, primeiro cronógrafo com função regata e indicação das marés, e a história não parou de evoluir. Os nossos consumidores compram os nossos produtos pelo design mas também pelos critérios de qualidade e resistência. Mesmo que a maior parte deles os usem no quotidiano em condições não aquáticas, não é raro encontrar marinheiros e mergulhadores com relógios TAG Heuer. Qual é o segredo da TAG Heuer para a estanqueidade? A estanqueidade é sobretudo um selo de qualidade e de resistência dos produtos. Todos os relógios TAG Heuer são estanques. São aplicadas normas estritas de construção (espessura de vidros, dimensões das juntas, etc). E a TAG Heuer procede a testes de estanqueidade reais sobre 100 por cento da sua produção, tanto em água como sob pressão. Cada relógio é individualmente experimentado e controlado após esses testes. Para isso, a TAG Heuer criou um laboratório e desenvolveu os seus próprios critérios de qualidade para além das normas relojoeiras. Fotografia TAG Heuer TAG Heuer Aquaracer 500M Chronograph Calibre 5 Automatic Watch Com luneta reforçada graças a um anel em cerâmica azul, o Aquaracer 500 M Calibre 5 afirma-se como um relógios robusto, e preparado para desafiar as mais duras condições. A caixa e bracelete em aço distinguem-se pelos acabamentos alternados entre o polido e escovado, já o mostrador está decorado com um efeito horizontal listrado. Destaque para a válvula de hélio localizada nas 10 horas, para os indexes e ponteiros com revestimento luminescente e para uma estanqueidade até 500 metros.

6 Stéphane Belmont Diretor de produto da Jaeger-LeCoultre Como é que o peso da história dos relógios de mergulho da Jaeger-LeCoultre se reflete na coleção atual da marca? Cada relógio Jaeger-LeCoultre é um herdeiro da tradição relojoeira da Vallée de Joux, onde a Grande Maison tem construído a sua história desde Na esfera dos relógios de mergulho em particular, a Manufatura orgulha-se de ter concebido alguns modelos que foram pioneiros na década de 1960, como o Memovox Polaris Deep Sea ou o Master Mariner cada qual com uma característica especial para ser utilizada em condições difíceis de mergulho, como uma luneta rotativa exterior para recordar o mergulhador do tempo de regresso à superfície, ou uma melhor caixa estanque. Hoje em dia, quando trabalhamos num novo modelo temos plena consciência das elevadas expectativas dos aficionados, que esperam da marca não apenas um relógio de mergulho mas um exemplar que congregue o melhor da pesquisa e desenvolvimento, excelência relojoeira e legitimidade histórica. A nossa coleção corrente inclui a carismática linha Deep Sea, composta por modelos que homenageiam esse passado histórico e também relógios que correspondem às exigências atuais dos modelos de mergulho. Na linha Master Compressor é possível encontrar modelos robustos equipados com características que apaixonam os aventureiros do extremo. Jaeger-LeCoultre Deep Sea Chronograph Inspirado no Chronoflight, cronógrafo histórico da Jaeger-LeCoultre, o Deep Sea Chronograph distingue se pelo indicador de funcionamento que contribui decisivamente para a segurança do mergulhador debaixo de água. No mostrador, dois discos um branco e um vermelho providenciam a informação requerida relativamente ao estado do cronógrafo, sem o mínimo risco de erro. Concebido para profissionais, este instrumento do tempo responde a todos os critérios impostos para relógios de mergulho pela norma ISO Além de estar equipado com luneta rotativa unidirecional, apresenta excelente legibilidade no escuro, é estanque até 100 metros satisfaz as exigências em matéria de magnetismo e resistência aos choques. Como é que o sistema Compressor se tornou no símbolo dos modelos contemporâneos Jaeger-LeCoultre de espírito desportivo e radical? A linha Master Compressor personifica o universo do extremo. As coroas dotadas de válvulas de compressão asseguram uma resistência ótima à água são muito mais fiáveis e fáceis de usar do que as tradicionais coroas de rosca. Com o seu espírito resolutamente contemporâneo, também oferecem um visual imponente e masculino à linha Master Compressor, que é formada por modelos muito técnicos. Fotografia Jaeger-LeCoultre