A APLICAÇÃO DO DESIGN CERÂMICO NO MOBILIÁRIO URBANO CONTEMPORÂNEO
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- Eduardo Quintão Canário
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1 UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE ARTES VISUAIS BACHARELADO CAMILA NAGEL CERON A APLICAÇÃO DO DESIGN CERÂMICO NO MOBILIÁRIO URBANO CONTEMPORÂNEO CRICIÚMA, JULHO 2010
2 CAMILA NAGEL CERON A APLICAÇÃO DO DESIGN CERÂMICO NO MOBILIÁRIO URBANO CONTEMPORÂNEO Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Bacharel no curso de Artes Visuais da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientador: Prof. João Luís Silva Rieth CRICIÚMA, JULHO 2010
3 2 CAMILA NAGEL CERON A APLICAÇÃO DO DESIGN CERÂMICO NO MOBILIÁRIO URBANO CONTEMPORÂNEO Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Bacharel, no Curso de Artes Visuais da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, com Linha de Pesquisa em Linguagem, Tecnologia e Design. Criciúma, 01 de Julho de BANCA EXAMINADORA Prof. MSc. João Luís Silva Rieth - UNESC - Orientador Prof. Esp. Daniel Valentin Vieira - UNESC Prof. Esp. Marcos Antonio dos Santos - SATC
4 3 Dedicatória Minha família, meu porto seguro, agradeço a eles por sempre estarem ao meu lado. Meu namorado por me confortar nos momentos de insegurança e estar sempre disposto a me ajudar. Amigos, sem eles ao meu lado não chegaria onde estou hoje.
5 4 AGRADECIMENTOS Deus, muito obrigado pelo dom da vida. Sempre me confortando nos momentos de aflição. Aos meus pais João e Irene, por sempre me apoiarem e incentivarem e graças a eles tive a oportunidade de estudar e chegar até onde estou hoje. Ao meu namorado Leonardo que sempre esteve pronto para me ajudar, mesmo quando nem se quer, sabia do que se tratava o assunto. À minha amiga Cíntia que em todo momento do trabalho esteve ao meu lado, nas horas angustiantes e nas horas de hesitação. As minhas colegas de trabalho Deize, Fernanda, Mileyne e Thaise que todos os dias escutavam eu mencionar a palavra TCC, sem reclamar. Ao meu orientador João Luis Rieth, que sempre esteve ali presente para sanar minhas dúvidas e ajudar. À todos que sempre estão comigo, meu imenso agradecimento por fazerem parte de minha vida.
6 5 O artista que aprendeu sozinho, aprendeu com alguém muito ignorante. John Constable
7 6 RESUMO O design, junto com a metodologia que o mesmo exige para sua etapa de produção, ajuda a buscar a perfeição de um determinado produto, evitando assim erros. Apresentando mecanismos para a sua elaboração, o processo de projetar é fundamental para o desenvolvimento de novos produtos. Assim, um revestimento cerâmico passa por etapas para a sua produção, etapas necessárias para o seu desenvolvimento, para então o produto ser lançado no mercado, fazendo sucesso e se tornando um possível campeão de venda. Através das informações obtidas, se apresenta uma proposta de projeto, onde prioriza desenvolver mobiliário urbano. Palavras-chave: Design. Design cerâmico. Mobiliário urbano.
8 7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01 Escola da Bauhaus...18 Figura 02 Fuga 1914, Wassily Kandinsky...19 Figura 03 Senecio 1922, Paul Klee...20 Figura 04 Disco de cores, Johannes Itten...20 Figura 05 Poltrona Barcelona, Ludweig Mies Van der Rohe...21 Figura 06 Logotipo Lufthansa...22 Figura 07 Carrossel para slides da Kodak...22 Figura 08 Metodologia Munari...25 Figura 09 Metodologia Munari...26 Figura 10 Metodologia Munari...27 Figura 11 Metodologia Munari...27 Figura 12 Cadeado...29 Figura 13 Cadeira de praia...30 Figura 14 Machado...30 Figura 15 Sacola Plástica...30 Figura 16 Cadeira n Figura 17 Cadeira Chiaveri...31 Figura 18 Cerâmica Connie Kiener, Figura 19 Pote de faiança portuguesa, Século XVIII...35 Figura 20 Cerâmica Cotto...35 Figura 21 Cerâmica Clinker...36 Figura 22 Cerâmica Monoporosa...36 Figura 23 Produto com monoqueima...37 Figura 24 Listelo com aplicação, processo biqueima...37 Figura 25 Listelo com aplicação, terceira queima...38 Figura 26 Banheiro revestido com cerâmica, Porcelanosa...41 Figura 27 Banheiro revestido com cerâmica, Porcelanosa...41 Figura 28 Banheiro revestido com cerâmica, Porcelanosa...42 Figura 29 Banheiro revestido com cerâmica, REX...43 Figura 30 Cozinha com revestimento cerâmico, REX...43 Figura 31 Ambiente cafeteria piso Ceusa, Casa Cor, RS
9 8 Figura 32 Feira Revestir Figura 33 Painel Conchas e Hipocampos...50 Figura 34 Painel Estrela-do-mar e Peixes...56 Figura 35 Igreja de São Francisco, Pampulha, Belo Horizote...57 Figura 36 Projeto Parque das Nações...58 Figura 37 Projeto Parque das Nações...60 Figura 38 Área a ser constrído o Parque das Nações...61 Figura 39 Abrigo de ônibus...62 Figura 40 Banco desenvolvido por Tom Hawe...63 Figura 41 Termômetro...63 Figura 42 Orelhão...64 Figura 43 Lixeiras...64 Figura 44 Bebedouro...65 Figura 45 Poste de luz...65 Figura 46 Caixa de correio...66 Figura 47 Vaso...66 Figura 48 Delimitadores...67 Figura 49 Jogo da Vida...67 Figura 50 Pista de caminhada...69 Figura 51 Trecho pista de caminhada...70 Figura 52 União módulos...71 Figura 53 Vista Superior, Banco...73 Figura 54 Vista Lateral, Banco...74 Figura 55 Vista Frontal, Banco...74 Figura 56 Vista Posterior, Banco...75 Figura 57 Módulo banco de papel...75 Figura 58 Módulo banco de papel...76 Figura 59 Desenho revestimento cerâmico - Carvão...76 Figura 60 Perspectiva Banco...77 Figura 61 Perspectiva Banco...78 Figura 62 Desenho revestimento cerâmico - Mineiro...78 Figura 63 Perspectiva Banco...79 Figura 64 Perspectiva Banco...79
10 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Conceito de Marketing e Venda...50
11 10 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS DNP Departamento de Novos Produtos. A2D Agencia para o Desenvolvimento do Design Cerâmico. ESDI Escola Superior de Desenho Industrial. ANFACER Associação Nacional de Fabricantes de Cerâmica para Revestimento.
12 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO DEFINIÇÃO DO TEMA Problema Objetivos Objetivo Geral Objetivos Específicos Justificativa DESIGN O que é design Quando surgiu o design Bauhaus Wassily Kandinsky Paul Klee Johannes Itten Ludwig Mies Vander Rohe ULM ESDI METODOLOGIA Projetar Metodologia de projeto Em que setores se encontram os problemas de projeto O que é um problema Esboços e desenhos Modelos Ficha de análise Simplificar DESIGN CERÂMICO O que é cerâmica Quando surgiu à cerâmica Tipos de cerâmica Maiólica...34
13 Faiança Branca Cotto Clinker Monoporosa Monoqueima Biqueima Terceira queima Processo cerâmico Design cerâmico Exemplos de empresas de referência para o design cerâmico Na Espanha se destaca o grupo Porcelanosa Na Itália se destaca a empresa REX No Brasil se destaca a empresa Ceusa A importância do designer cerâmico Processo de pesquisa de novos produtos Relação do design cerâmico com a moda Design de superfície MARKETIG O que é marketing? Marketing e mercado Pesquisa de marketing Lançamento de um produto Consumidor O marketing na empresa de revestimento cerâmico PROJETO Introdução Referencial artístico (Portinari) Referencial Físico (Parque das Nações) Referencial Tipológico (Mobiliário Urbano) Proposta Obra Pista de caminhada Banco CONCLUSÃO...82 REFERÊNCIAS...84
14 13 1 INTRODUÇÃO Um produto para ter um design adequado precisa primeiramente possuir um projeto, caso contrario poderá ser uma arte. O design surgiu com a Revolução industrial, junto com a Bauhaus e estabeleceu uma metodologia de projeto, fazendo com que um produto, antes de ser lançado no mercado, passe por etapas de produção, evitando e reparando defeitos antes de seu lançamento no mercado. Com a globalização, o design começou a abranger diversas áreas, duas dessas áreas são: o design cerâmico e o design de superfície. Dentro do design cerâmico, são empregadas etapas, sejam elas de produção e desenvolvimento de produtos, no DNP onde se encontra o designer cerâmico, responsável pelo desenvolvimento de novos produtos. Faz parte do trabalho desenvolvido pelo designer, pesquisar tendências, sejam estas de pesquisas realizadas em feiras e desfiles de moda ou até mesmo de deficiências encontradas no mercado consumidor. Cabe ao designer examinar o que foi coletado, e passar estas informações para o revestimento cerâmico, suprindo necessidades e inovando os revestimentos. Após um produto ser desenvolvido e aprovado pela empresa, o próximo passo será seu lançamento no mercado, responsabilidade esta do marketing. O marketing busca e pesquisa qual a melhor forma de o produto ser lançado. Solucionando como e quando o mesmo se apresentará e entrará no mercado, evitando erros na qual a empresa seja prejudicada. Com base em estudos e pesquisas, o desenvolvimento do projeto da obra apresenta uma pista de caminhada, cujo objetivo é unir qualidade de vida e história, levando os usuários à história de Criciúma. Junto com a pista de caminhada, encontram-se mobiliários urbanos em seu espaço, mobiliários estes que são bancos, possuidores de imagens referentes à história de Criciúma, unificando a pista de caminhada com os bancos desenvolvidos.
15 14 2 DEFINIÇÃO DO TEMA mobiliário urbano. O projeto busca identificar a influência do design cerâmico empregado no 2.1 Problema Compatibilizar o projeto do mobiliário urbano com as referências da cultura e história local, adequando a metodologia de desenvolvimento de produto cerâmico ao processo de design do produto. 2.2 Objetivos Objetivo Geral Demonstrar a metodologia projetual do revestimento cerâmico, inserido no mobiliário urbano contemporâneo Objetivos Específicos - Desenvolver um produto para mobiliário urbano, considerando as etapas de projeto, produção e mercado, em suas diversas variáveis. - Diferenciar o processo de desenvolvimento de produto da criação de uma obra de arte.
16 Justificativa - Considerando a experiência pessoal da autora na indústria cerâmica, a pesquisa permite ampliar conhecimentos e experiências neste seguimento de mercado. - Contribuir com o enriquecimento cultural da cidade de Criciúma, através de mobiliário urbano.
17 16 3 DESIGN 3.1 O que é design Antes de falarmos sobre design, temos que entender o seu significado. Design em inglês significa projeto, podendo ser usado como verbo ou substantivo. Porém este termo abrange mais definições, pois dá origem a um processo e desenvolve o mesmo. No Brasil, primeiramente a tradução da palavra era considerada desnecessária. Contudo, devido à discussões e questões legais com a terminologia deste termo, na década de 50, passou-se a utilizar desenho industrial. O design é uma atividade especializada de caráter técnicocientífico, criativo e artístico, com vistas à concepção e desenvolvimento de projetos de objetos e mensagens visuais que equacionem sistematicamente dados ergonômicos, tecnológicos, econômicos, sociais, culturais e estéticos, que atendam concretamente às necessidades humanas. (Projeto de Lei n 1.965, de 1996, que visa regulamentar a profissão no Brasil). Os termos, design e desenho industrial, possuem o mesmo significado, no qual se encaixa projeto, reflexão e atuação em todas as fases de desenvolvimento do produto. Dessa forma procura-se reduzir custos e/ou materiais, potencializando as características funcionais e estéticas dos objetos. Costuma-se referenciar a beleza de um produto ao seu design. Porém o design não contempla apenas a estética, abordando também projeto, planejamento, criatividade e organização metodológica. A função do design e do designer no desenvolvimento de um produto é crucial. Lucia Acar, diz que a visão do design como um processo cultural, um fazer que seja inerente ao ser humano, permite uma compreensão das implicações e influências que esta atividade exerce na sociedade. O design também abrange um papel fundamental no mercado, se torna responsável pela aparência final do produto, transformando-se na imagem da empresa. Porém a estética e a beleza são indispensáveis na formação deste segmento.
18 Quando surgiu o design O design surgiu na Inglaterra, nos fervores da Revolução Industrial. E foi amplamente aperfeiçoado na Alemanha, com a fundação da escola Bauhaus, que pregava exclusão de ornamentos, a simplicidade formal e a forma aliada a função. A primeira vez que a palavra foi empregada, foi registrada pelo Oxford English Dictionary no século XVII. Porém o termo ficou esquecido no século XVIII, sendo ressuscitado no século XIX quando, na Inglaterra, surgiram os primeiros profissionais considerados designers. Segundo Rafael Denis, tais designers eram geralmente anônimos, operários promovidos por quesitos de experiência ou habilidade. Após o surgimento das indústrias e dos operários, o design sofre uma grande evolução e com esse crescimento são inauguradas no século XIX às primeiras escolas especializadas na área. A desintegração desses operários fez com que evoluíssem a partir do século XIX com as escolas de design. Outra fase marcante do design foi nos anos 50 com os avanços tecnológicos da segunda guerra mundial, onde surgiu a necessidade de produtos eficientes com custo reduzido, onde os eletrodomésticos se popularizaram. Devido à guerra, países devastados e necessitados da Europa, sem recursos para produzirem, começaram a importar produtos dos Estados Unidos. Com as exportações e o consumismo crescente, os Estados Unidos da América se tornou um país capitalista e uma potência mundial. 3.3 Bauhaus O design passou a dominar o mercado mundial e suas escolas abriram novos horizontes para esta novidade no mercado, sendo a precursora a Bauhaus. A Staatliches Bauhaus Weimar ou apenas Bauhaus como é conhecida mundialmente, foi uma das principais escolas de design da Europa. Seu nome vem do verbo alemão bauen (construir) com o substantivo Haus (casa). Embora sua tradução não seja exata, a palavra Bauhaus significa casa para construir.
19 18 Instalada na Alemanha, e fundada por Walter Gropius, em 1919, encerrou suas atividades em 1933, devido ao governo nazista da Segunda Guerra Mundial. Gropius achava que o design deveria partir de uma abordagem humanista e que a capacidade de resposta do design, na forma e no processo, às necessidades da sociedade era fundamental. Ele postulava que o designer devia ser artista e artesão, enxergando na abstração moderna as formas básicas consentâneas com as exigências racionais da produção em massa. (JUDITH CARMEL, 2001, p.20). A primeira idéia elaborada era transformar a Bauhaus em uma escola de linguagem moderna, inovadora e combinada de arquitetura, artesanato e uma academia de artes, porém isto acarretou em conflitos internos e externos. Figura 01 Escola da Bauhaus, Alemanha. Fonte: Com a primeira guerra mundial, Gropius decidiu criar um novo estilo arquitetônico que refletisse uma nova época. O seu estilo arquitetônico e bens de consumo primavam pela funcionalidade, custo reduzido e produção em massa. A Bauhaus influenciou as artes e arquitetura do ocidente europeu, dos Estados Unidos e Israel, nas futuras décadas, onde artistas exilados pelo nazismo foram para estes países. Um dos maiores espólios da Bauhaus encontra-se na Cidade Branca de Tev Aviv em Israel, que em 2003 tornou-se patrimônio mundial.
20 19 A Bauhaus destaca-se por ser a criadora da metodologia de projeto, na qual etapas eram criadas, e o produto obtinha processos para a sua produção. Onde se passou a pensar no produto e mercado, formando um conjunto fundamental para a realização do mesmo. No que se diz a respeito em relação ao design, a Bauhaus tornou-se uma referência mundial, de grande importância, significação e valores. Ela unificou a arte e a indústria. Teve como colaboradores grandes mestres da arte e arquitetura, como Wassily Kandinsky, Paul Klee, Johannes Itten e Ludwig Mies van der Rohe Wassily Kandinsky Wassily Kandinsky ( ) era um artista russo, lecionou na Bauhaus e foi o fundador do abstracionismo, introduzindo-o nas artes visuais. Figura 02 Fuga 1914, Wassily Kandinsky. Fonte:
21 Paul Klee Paul Klee ( ) foi considerado um pintor alemão, porém era sueco. Possuía um estilo individual, sendo influenciado pelo expressionismo, cubismo e surrealismo. Figura 03 Senecio 1922, Paul Klee. Fonte: Johannes Itten Johannes Itten ( ) foi um pintor e escritor suíço, que lecionou na Bauhaus. Criador do disco de cores, que permite realizar combinações entre as cores.
22 21 Figura 04 Disco de cores, Johannes Itten. Fonte: Ludwig Mies van der Rohe Ludwig Mies van der Rohe ( ) era um arquiteto alemão, sendo um dos principais arquitetos do século XX. Lecionou na Bauhaus, e ficou conhecido pela clareza e simplicidade de suas obras. A poltrona Barcelona conhecida mundialmente e utilizada hoje em dia, foi criada por Ludwig Mies van der Rohe em Figura 05 Poltrona Barcelona, Ludweig Mies van der Rohe. Fonte:
23 ULM A Escola Superior da Forma de ULM foi fundada em 1952 por Inge Aicher Scholl, Olt Aicher e Max Bill, na Alemanha. É considerada a mais próxima escola da tradição do design alemão. Sucessora da Bauhaus por seus métodos de ensino e por desempenhar o papel social do design. A escola possuía duas áreas comuns de exploração produto e comunicação. A idéia principal era formar profissionais com bases artísticas e técnicas. Os métodos de ULM retomam as relações entre arte e ofício, arte e indústria. Possuía disciplinas como Ergonomia, História da Cultura e Semiótica, nas quais fazem parte das características do design. Era dividida em 4 seções: de trabalho, design de produtos, comunicação visual, construção e informação. Também desenvolveu o método de ULM: reflexão, análise, síntese, fundamentação e seleção alternativas. A escola de ULM é considerada um marco do design no período posterior a Segunda Guerra Mundial ( ). O design moderno tradicionalista e funcional desenvolvido pela escola pode ser notado nos produtos elaborados no metrô de Hamburgo, no carrossel para slides da Kodak e no logotipo da Lufthansa, entre outros. Os últimos anos da escola ( ) se caracterizaram pela economia e pela redução de custos. A escola de ULM influenciou a mais conhecida escola de design do Brasil, a ESDI. Figura 06 Logotipo Lufthansa. Fonte: Figura 07 Carrossel para slides da Kodak. Fonte:
24 ESDI A ESDI é uma unidade da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que oferece o curso de graduação em Desenho Industrial. A primeira Escola de Desenho Industrial de nível superior do Brasil e da América Latina foi fundada em 10 de julho de No seu início a escola era vinculada a Secretaria de Educação e Cultura da Guanabara, que mais tarde com a junção dos Estados da Guanabara e Rio de Janeiro, foi incorporada a Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A Escola se localiza em um dos principais bairros do Rio de Janeiro culturalmente e historicamente a Lapa. A ESDI já foi condecorada pela revista Business Week, como uma das 60 melhores escolas de Design do mundo, junto com instituições como Harvard e MIT (Massachusets Institute og Technology). A ESDI prima em seu modelo de ensino o rigor técnico e científico para o desenvolvimento de produtos de massa, a exemplo da escola de ULM.
25 24 4 METODOLOGIA 4.1 Projetar Para quem sabe o que fazer, projetar se torna fácil. Facilita ao designer conhecer o modo de proceder para conseguir e solucionar algum problema. Ao aprender a resolver problemas pequenos, o designer é estimulado a solucionar problemas maiores. O método de projetar não se altera apenas se modifica em determinadas áreas. Muitas vezes uma pessoa sozinha não consegue resolver um problema, necessitando aumentar os colaboradores da mesma. 4.2 Metodologia de projeto O método de projeto se compõe por uma série de operações necessárias, dispostas em ordem lógica, imposta pela experiência. O objetivo de um projeto é alcançar o melhor resultado com o mínimo de esforço. Na área do design não se projeta sem um método. Para o projetista, projetar qualquer que seja o produto exige o uso de um método que ajude a solucionar o problema. No campo do design projetar sem um método não é possível, pensar em algo buscando logo a solução torna-se artístico. Para projetar, precisa-se a de pesquisa e processos para resolver o problema. O designer, ao projetar, utiliza um método de projeto que não se encaixa como absoluto nem definitivo, pois podem ocorrer mudanças, caso haja necessidade, que contribuem para a sua melhoria.
26 Em que setores se encontram os problemas de projeto São muitos os setores da produção industrial que foram explorados à exaustão, enquanto isso outros são poucos explorados, e outros possuem a intervenção do designer. Os setores que o designer pode trabalhar são: mobiliário, vestuário, campismo, instrumentos de medida, jogos e brinquedos didáticos, museus e exposições, luna park, jardins, os idosos, dobradiças, junções, ligações, paginação, sinalização, cinema e televisão, impressão, tapeçarias, mosaicos, grandes lojas, malas, grafismo na arquitetura, embalagens, iluminação, atividade editorial, estantes e outros setores; O problema no qual o designer pode se aprofundar abrange várias modalidades, de uma planta a uma mega estrutura. Cabe ao designer identificar o problema e resolve-lo. 4.4 O que é um problema Segundo o artista e designer italiano Bruno Munari, para se projetar é necessário um método. Ele descreve este método em sua obra Das coisas nascem coisas. O método serve para orientar o designer a desenvolver seu projeto. Figura 08 Figura, p.43. Fonte: Das coisas nascem coisas, MUNARI. Antonio Rebolini diz que, Quando um problema não pode ser resolvido, não é um problema. Quando um problema pode ser resolvido, também não é um
27 26 problema. Porém é fundamental o designer saber diferenciar se um problema há solução ou não. Para Acher, O problema do design resulta de uma necessidade. Algumas necessidades humanas acabam originando um problema de design. Podendo haver uma parceria entre designer e indústria, para solucionar o problema. O designer deve se preocupar com o bem estar do consumidor. A primeira coisa a se fazer quando se fala em problema é defini-lo, sabendo qual é o problema, se busca então a solução. A solução pode ser provisória, definitiva, comercial, que seja duradoura no fator tempo, solução tecnicamente sofisticada ou simples e econômica. São muitos os tipos de soluções para um problema, basta optar pela mais adequada. Figura 09 Figura, p.44. Fonte: Das coisas nascem coisas, MUNARI. Primeiramente se defini o problema, depois se passa para a segunda etapa, que consiste em decompor seus componentes para decifrá-lo. Ao decompor o problema e analisando seus componentes, se retorna ao método cartesiano. O problema pode ser complexo e acaba tornando-se complicado.
28 27 Figura 10 Figura, p.46. Fonte: Das coisas nascem coisas, MUNARI. A atualidade faz com que o produto seja cada vez mais complexo, porém cada vez menos complicado. Decompondo um problema encontram-se muitos subproblemas. Os subproblemas possuem soluções, a função do design será adaptar as várias soluções, com base em amostra de dados. Os dados colhidos serão analisados, para melhor resolução dos subproblemas. Figura 11 Figura, p.55. Fonte: Das coisas nascem coisas, MUNARI.
29 28 Problema definição do problema componentes do problema coleta de dados análise de dados criatividade solução. A próxima etapa a se pesquisar com coleta de dados consiste em buscar materiais e tecnologias propícios para a realização do projeto. Sendo possível a aplicação e utilização de um certo material, para outros fins. A próxima etapa consiste em elaborar esboços para possíveis modelos, testando possíveis técnicas e materiais. Após os modelos serem apresentados para um possível público e suas propriedades serem estudadas como material e custo, se da início a construção dos desenhos em escala ou tamanho real, com medidas e informações necessárias para a realização do mesmo. Problema - definição do problema componentes do problema coleta de dados análise de dados criatividade materiais e tecnologia experimentação modelo verificação desenho de construção solução. 4.5 Esboços e desenhos Varia muito os tipos de desenhos que o designer pode utilizar, desde um simples desenho a uma perspectiva, tais como: esboço rápido, desenho plano, perspectiva, planta baixa, lateral, frontal, superior, desenho científico, desenho explodido, axonometria, desenho de corte e fotomontagem. 4.6 Modelos O modelo serve para demonstrar de forma real como seria o produto, pois muitas vezes o cliente não consegue visualizar algo projetado.
30 Ficha de análise Cabe ao projetista analisar os principais aspectos do produto como valores pessoais (gosto) e seus valores objetivos (características). Para um possível resultado final. São muitos os elementos a serem analisados, dependendo de cada caso. Os elementos são: nome do objeto, autor, produtor, dimensões, material, peso, técnicas, custo, embalagem, função declarada, funcionalidade, ruído, manutenção, ergonomia, acabamento, manusealidade, durabilidade, toxicidade, estética, moda e styling, valor social, essencialidade, antecedentes e aceitação por parte do público. Alguns produtos são elaborados de forma bem produzida, como podemos analisar o produto abaixo ganhador do compasso de ouro. Compasso de ouro são produtos de uso cotidiano que exercem papéis fundamentais. Sendo comprados não por questões estéticas, e sim por sua funcionalidade. Figura 12 Cadeado. Fonte:
31 30 Figura 13 Cadeira de praia. Fonte: Figura 14 Machado. Fonte: Figura 15 Sacola plástica. Fonte:
32 Simplificar Simplificar é fundamental seja para reduzir custos ou facilitar o entendimento do produto. Michael Thonet um carpinteiro, conseguiu fazer da cadeira n 14 uma campeã de vendas mundial. Simplificando sua forma para seis peças, diferente da tradicional americana com dezoito e a Chiavari com dezesseis. Isto prova que ficando a estética não precisa de arte aplicada. Figura 16 Cadeira n 14. Fonte: Figura 17 Cadeira Chiavari. Fonte: O método de projetar possui etapas necessárias, ordenadas logicamente, conforme sua experiência. Buscando sempre alcançar o melhor resultado, poupando esforços, evitando retrabalho. O designer observa e analisa o problema, depois planeja e projeta com base em estudos feitos e por último constrói e executa seu projeto.
33 32 O papel do designer é criar um produto de fácil entendimento, simplificando. Que transmita ao consumidor o que se pretende com ele e que seja esteticamente agradável. O ideal seria que o consumidor não necessitasse de explicações para a sua utilização. No processo de desenvolvimento de novos produtos, será imprescindível seguir etapas como modelagem e prototipagem, chegando ao produto final. A escolha da aplicação da metodologia de Bruno Munari ocorre por que, seus métodos utilizados para a construção de um projeto são claros e específicos. Fazendo com que o designer tenha clareza ao projetar. Tornando-se um método mundialmente conhecido, explorado e aplicado.
34 33 5 DESIGN CERÂMICO 5.1 O que é cerâmica A palavra cerâmica vem do grego kéramos, que pode significar terra queimada ou argila queimada. Considerado o material artificial mais antigo produzido pelo homem. Consiste na junção de argila e outras matérias-primas inorgânicas, que depois de misturada e moldada, é queimada em altas temperaturas. 5.2 Quando surgiu à cerâmica A cerâmica surgiu com a necessidade do homem, no tempo das cavernas, de armazenar água, alimentos e sementes. No Japão as primeiras peças a serem descobertas pelos arqueólogos, pertenciam à cultura Jomon, com cerca de anos. No Egito, foram encontrados artefatos cerâmicos nas tumbas dos faraós, com cerca de anos. Na China os guerreiros de Xian, encontrados no túmulo do imperador Chi-Huand-di, que nasceu há 240 anos a.c, mostram que a cerâmica já existia naquele tempo. Foram descobertos réplicas de guerreiros em tamanho real, feitos de terracota, processo no qual a argila é cozida em forno. Os revestimentos cerâmicos surgiram com o azulejo, que vem da palavra árabe azuleicha e significa pedra polida. Os islâmicos difundiram a arte do azulejo, que logo chegou à Espanha e depois se espalhou por toda a Europa. Os árabes tiveram um papel fundamental nas características do azulejo, pois foram criadores de novas técnicas e novos estilos decorativos.
35 Tipos de cerâmica Maiólica Também conhecida como majólica, obteve este nome devido suas origens na Ilha de Maiorca, no mar mediterrâneo. Encontra-se este tipo de cerâmica principalmente em objetos utilitários como pratos, vasos entre outros. Sua principal característica se deve ao fato de possuir esmalte e uma cor rosada adquirida através do processo de biqueima. Figura 18 Cerâmica de Connie Kiener, Fonte: Faiança Branca A faiança assim como a maiólica são oriundas da Itália, a faiança se destaca por ser uma cerâmica branca. Sua massa é porosa podendo ter variações entre branco e marfim, porém a faiança necessita de vitrificação.
36 35 Figura 19 Pote de faiança portuguesa, século XVIII. Fonte: Cotto Possui uma cor avermelhada devido ser produzido a partir de argilas vermelhas. Seu processo de fabricação é pelo meio de extrusão e sua queima é feita em fornos intermitentes, na qual são fabricados para queimar estes tipos de produtos. Devido sua composição apresenta uma grande absorção de água, se tornando poroso, devido a temperaturas baixas na qual é queimada. Figura 20 Cerâmica Cotto. Fonte: Clinker Sua massa é composta por argilas, óxidos corantes, fundentes e chamote sendo fabricado pelo processo de extrusão. A cerâmica clinker pode ser esmaltada ou não, possuindo resistência mecânica e química. Este tipo de cerâmica é utilizada principalmente na fabricação de pisos.
37 36 Figura 21 Cerâmica Clinker. Fonte: Monoporosa Também conhecida como monoqueima porosa, este tipo de cerâmica possui um alto nível de absorção de água, acima de 10%. Com isto o produto se destaca por possuir um brilho intenso, devido sua capacidade de absorção, este produto é utilizado apenas em paredes. Figura 22 Cerâmica monoporosa. Fonte : Monoqueima Define-se por um procedimento onde a base e o esmalte são queimados simultaneamente, a temperatura na qual é queimada vária entre 1000 C e 1200 C. Com este processo o esmalte obtém uma liga maior com a base, lhe proporcionando uma maior resistência.
38 37 Figura 23 Produto com monoqueima. Fonte : Biqueima Neste processo o esmalte e a base são queimados separadamente, primeiramente se queima a base para depois lhe aplicar o esmalte, dando assim tratamento térmico apenas ao esmalte. Figura 24 Listelo com aplicação, processo biqueima. Fonte: Terceira queima A terceira é utilizada nas superfícies que possuem decoração. A superfície em si já possui esmalte e a mesma já havia sido queimada. Os efeitos de decoração são aplicados em cima do esmalte e submetidos à outra queima com temperaturas baixas.
39 38 Figura 25 Listelo com aplicação, terceira queima. Fonte : 5.4 Processo Cerâmico (Produção) O processo que a argila passa até se transformar em um revestimento cerâmico definiu-se por etapas fundamentais para o processo produtivo e resultado final. 1 Matéria prima: extrai-se a matéria-prima, no caso a argila que se encontra na natureza, logo após se fabrica a massa para a cerâmica; 2 Barbotina líquida: a junção da matéria-prima cujo tipo e dosagem variam de acordo com o tipo de cerâmica a ser produzida, são transportadas por correias até os moinhos. Com a moagem do mesmo, se obtém a barbotina que quando após ser fabricada é estocada em tanques. 3 Atomizador: retira da massa o excesso de água e confere ao pó atomizador umidade e granulometria, cuja padronagem dos grãos que facilita a compactação necessária para o processo de prensagem. 4 Prensagem: a prensa é responsável por dar forma a cerâmica, devido a pressão exercida sobre a bolacha cerâmica como é chamada, com isto a cerâmica se molda aos formatos escolhidos. 5 Secador: A secagem possui um papel fundamental, pois assegura a integridade e regularidade dimensional do produto, prevenindo quebras e distorções. 6 Linha de esmaltaçao: o esmalte no revestimento cerâmico exerce diversas funções, tais como, impermeabilizante, esteticamente e maior resistência, seja a elementos químicos ou mecânicos. 7 Serigrafias / decorações: A aplicação de decoração ou esmalte nas superfícies varia de acordo com seu acabamento, podendo ser realizadas em quatro tipos de máquinas, campana, disco, aerógrafo e máquina serigráfica. 8 Queima no forno: A queima é responsável por dar ao revestimento características mecânicas e estabilidade química para sua utilização. O ar quente
40 39 proveniente dos fornos faz com que a água se difunda de dentro para fora, ocorrendo assim a evaporação da água existente na superfície da peça. 5.5 Design cerâmico O design cerâmico abrange desde a preparação do produto (fabricação da pasta, queima e acabamento) a sua aparência superficial, ou seja, a estética do mesmo (desenho e tendências). A estética se destaca ao se desenvolver a técnica e ao ser aplicada nas superfícies, tendo caráter decorativo, variações de padrões, texturas e efeitos. Para Heidkamp (2006), no design cerâmico não podemos considerar apenas o produto em si, mas também sua integração ao ambiente, as circunstâncias temporais e espaciais do seu contexto de uso, e assim compreender a dimensão de suas relações com o usuário. O design industrial junto com a cerâmica tem trazido a contemporaneidade, a ampliação dos efeitos práticos e semânticos, criando e aperfeiçoando superfícies inovadoras. Os países que se destacam no design cerâmico são a Espanha e Itália, pois ambas buscam sempre inovações, sejam elas, tecnológicas, estéticas e a composição das superfícies cerâmicas, entre outros fatores: Destacam-se na Itália: - tradição e a cultura do design em todos os aspectos; - ser reconhecido mundialmente; - sua industrialização contou com o desenvolvimento de máquinas e de produção; - investimentos em equipamentos, pesquisas, desenvolvimento e design; - valores agregados em trabalhos manuais; - ditam no mercado tendências e estilo a serem seguidos. Destacam-se na Espanha entre: - criou instituições para pesquisa no ramo cerâmico; - parcerias com colorifícios;
41 40 - forte influência histórica; - tradição reconhecida com Gaudi; - escolas específicas para o estudo de design cerâmico em Castellon; - características e personalidades próprias com o reconhecimento no mercado mundial; - ditam no mercado tendências e estilos. 5.6 Exemplos de empresas de referência para o design cerâmico 5.6.1Na Espanha destaca-se o grupo Porcelanosa A Porcelanosa se destaca por ser um grupo, cujo principal produto é o revestimento cerâmico. A empresa espanhola se destaca mundialmente por ser inovadora no que faz. A empresa que iniciou com a fabricação de azulejos, hoje se divide em oito grandes grupos, na qual se encaixam as fabricações de equipamento para a cozinha, banheiros, e até mesmo soluções construtivas para a arquitetura contemporânea. Os seus revestimentos cerâmicos, se caracterizam na produção de revestimentos para pavimentos e monoporosas. Os produtos variam entre grés e grés-porcelanato, além de diferentes formatos, onde se destacam por sua tecnologia, qualidade e durabilidade.
42 41 Figura 26 Banheiro revetido com cerâmica Porcelanosa Fonte : Figura 27 Banheiro revetido com cerâmica Porcelanosa Fonte :
43 42 Figura 28 Banheiro revetido com cerâmica Porcelanosa Fonte : Na Italia se destaca a empresa REX A empresa italiana de cerâmica Rex é uma marca que pertence ao grupo Florim, onde fabricam produtos para superfícies de chão e parede. Se destaca no mundo cerâmico por produzir produtos luxuosos e rústicos, para ambientes comerciais e residenciais. Devido seus elevados padrões tecnológicos, a cerâmica Rex é reconhecida por sua qualidade e originalidade, oriundas de seu design inovador que dita tendências para o mundo cerâmico.
44 43 Figura 29 Banheiro revestido com cerâmica REX. Fonte : Figura 30 - Cozinha com revestimento cerâmico REX. Fonte :
45 No Brasil se destaca a empresa Ceusa A Cerâmica Urussanga S.A, mais conhecida como Ceusa, foi fundada em 1953, sendo a segunda empresa cerâmica mais antiga do Brasil. Está localizada na cidade de Urussanga, Santa Catarina. Seu objetivo e proporcionar aos consumidores produtos de alto padrão e com qualidade, seguindo as tendências de cores e formatos. Seus produtos são voltados para as classes A e B, onde se destacam pavimentos e revestimentos esmaltados, pavimentos e revestimentos polidos e/ou retificados, peças especias e porcelanatos. A Ceusa foi a primeira empresa das Ámericas a trazer a tecnologia de impressão digital, trazendo para o Brasil produtos com alta resolução digital de 900dpi. Com sua linha JetPlus destacam-se produtos que são cópias perfeitas de madeira e mármores exóticos, devido a sua tecnologia. Figura 31 Ambiente cafeteria piso Ceusa, Casa Cor RS Fonte :
46 45 Figura 32 Feira Revestir Fonte : A importância do designer cerâmico O designer age estrategicamente, utilizando seu conhecimento e sabedoria. O consumidor ao se interessar por um produto, o que lhe atrai é o design de um determinado produto, seu preço, tecnologia e qualidade entre outros fatores. O papel principal de um designer dentro de uma empresa é questionar, indagar, pesquisar e interligar os setores da empresa na qual exerce sua função, fazendo com que a empresa possua opções de escolha, para possíveis decisões. Ampliar o escopo da metodologia de design embasado em teorias filosóficas, psicológicas e tecnológicas se faz necessário, para proporcionar à profissão de designer, uma melhor adequação às novas tendências do mercado onde a agilidade, o dinamismo, a tecnologia e principalmente, a informação estão dominando. (GOMEZ p.23). O design se tornou um elemento importante no desenvolvimento de novos produtos, devido à técnica e estética do mesmo. Cabe a função do designer,
47 46 desenvolver novas formas e padrões, criando assim novos produtos que se tornam campeões de vendas no mercado. Segundo Bonsiepe (1997. Apud GLUFKE e VIEIRA) a decisão na compra de um produto dependerá de um conjunto de fatores, o design poderá influenciar as emoções e atitudes do usuário, por adicionar qualidade sensorial aos produtos, modificando o comportamento e buscando as preferências do consumidor, influenciando na sua decisão. O papel do designer o capacita em desempenhar está função, buscando apresentar através de seu produto, todo seu desenvolvimento de trabalho e pesquisa, fazendo com que seja reconhecido. 5.8 Processo de pesquisa de novos produtos Quando se menciona em pesquisa de novos produtos, a primeira palavra que se destaca é design, pois o mesmo contribui na melhoria da qualidade e estética de um produto. Segundo Crawford (1997, apud TONI, MILAN e SHULER, 2005) desenvolvimento de produtos compreende o processo de elaboração de estratégia, conceito, avaliação do projeto de produto, marketing e comercialização, apresentado em cinco categorias: produtos novos para o mundo, para a empresa, para a linha de produtos, para melhorias, para mercado específico. Ao solucionar um problema o designer se depara com a criatividade, pois a mesma é um elemento importante para o processo de desenvolvimento de um produto. Pesquisando quais são as necessidades e as deficiências do mercado e desenvolvendo propostas de soluções, inicia-se um processo que exige pesquisa, planejamento, controle e métodos, buscando assim melhores resultados para solucionar o problema. O designer ao desenvolver um projeto de revestimento cerâmico, se depara com duas questões importantes. Se o projeto a ser desenvolvido é uma encomenda pré-determinada, ou mesmo irá criar uma linha de revestimentos cerâmicos com base em fundamentos de uma pesquisa ou seguindo tendências.
48 47 As encomendas pré-determinadas nascem de uma necessidade, cuja empresa de acordo com suas deficiências, seja elas problemas com a concorrência ou a falta de um produto para um determinado público. Assim a empresa impõe ao designer o que desenvolver, ditando suas características técnicas e estéticas, não podendo ser alterada. Quando a criação da linha é livre, o designer cerâmico se depara com inúmeras possibilidades. Ao estabelecer seu conceito de linha, seja com base em pesquisas de tendências, onde as feiras cerâmicas e as passarelas de moda se tornam fortemente influentes, o designer inicia então o desenvolvimento de seu projeto. Cabe ao departamento de novos produtos, onde o designer atua dentro de uma empresa cerâmica, estabelecer quais métodos utilizar. Definindo qual tipo de produto que o mesmo irá desenvolver, identifica qual tecnologia se utilizar, quais os aspectos e dimensões das peças e suas propriedades mecânicas. No desenvolvimento dos desenhos, o designer cerâmico separa suas cores para sua produção. Logo após faz um protótipo em laboratório de como será a peça e em seguida sua prova industrial, onde se simula suas condições e possíveis deficiências, que o produto pode apresentar. Obtendo o produto e sua aprovação, se finaliza assim a etapa de desenvolvimento do designer cerâmico. Porem, o processo do produto dentro da cerâmica não termina. Cabe ao departamento de comunicação, ou seja, o marketing promover o produto, desenvolvendo catálogos, embalagens e todo o material para o ponto de venda. O designer de revestimentos cerâmicos projeta produtos com uma poderosa carga decorativa e estética. Ao mesmo tempo, estes produtos têm funções higiênicas e impermeabilizantes, estes produtos servem para revestir elementos arquitetônicos verticais e horizontais, além de contribuir na criação de espaços e ambientes para diferentes usos e conceitos(..). Do ponto de vista do design, é necessário abordar o processo projetual de revestimentos cerâmicos em função das características técnicas, funcionais ou de uso, e estéticos, do tipo de produto específico a desenvolver. (A2D, Agência para o desenvolvimento do design cerâmico).
49 Relação do design cerâmico com a moda A moda marca um período, se tornando importante, lançando tendências de uso e costumes. Hoje a moda influencia roupas, acessórios, mobiliários e estampas, entre outras inúmeras coisas. A moda nos remete ao mundo esplendoroso e único das celebridades. Vestidos deslumbrantes, costureiros famosos, tecidos e aviamentos de ultima geração. Não nos leva a pensar que desde a pré-história o homem vem criando sua moda, não somente para proteger o corpo das intempéries, mas como forma de se distinguir em vários outros aspectos tais como sociais, religiosos, estéticos, místicos ou simplesmente para se diferenciar individualmente. (WIKIPÉDIA). A moda pode ser considerada o reflexo da evolução do comportamento. Uma espécie de retrato da comunidade. É uma linguagem não verbal com significado de diferenciação. Instiga novas formas de pensar e agir. (WIKIPÉDIA). Nos revestimentos cerâmicos a influencia da moda está cada vez mais presente, o designer cerâmico, ao desenvolver uma linha de produtos busca inspiração pelo mundo. Normalmente criando e seguindo tendências do mundo da moda. A moda se tornou um fator crucial, pois exerce influencia direta no desenvolvimento de novos produtos, além dos desfiles de estilistas renomados e na Itália do salão do móvel em Milão, onde ambos lançam tendências e ditam moda. Nessas ocasiões os designers buscam tendências de cores, texturas, estampas e formas. Aplicando no design cerâmico e desenvolvendo novos produtos Design de superfície O termo utilizado design de superfície vem do inglês surface design, devido a amplas áreas na qual o design predominou, ele foi dividido em categorias, na qual uma delas é o design de superfície.
50 49 O design de superfície desempenha o papel na criação de imagem bidimensional, nas quais são projetadas para gerar padrões, onde desenvolvem uma maneira contínua sobre superfícies de revestimentos. Sua aplicação cabe em várias categorias industriais como: têxtil, materiais sintéticos, papelaria e cerâmica, apresentando assim soluções estéticas e funcionais para se adequar a diferentes métodos materiais. Acredito,que no momento em que o homem, no alvorecer de sua vida neste planeta, criou uma forma de maneiras aleatória ou organizada, ele estava criando o Design de Superfície. Estas formas podem ter sido simples ou complexas, pintadas ou gravadas, e a superfície pode ter sido a areia da praia, as superfícies das pedras, as cascas das arvores, o seu próprio corpo, o trançado das cesteiras, a cerâmica, os seus utensílios, ferramentas e os tecidos, assim como os acessórios e ornatos que o embelezam. O Design de Superfície encontra o homem desde o paleolítico aos dias atuais, em todos os momentos de sua vida pessoal, privada e pública, em toda sua complexidade. (BETTIOL). Para a designer Renata Rubim, o design de superfície é todo design bidimensional que não se tenha envolvido como design gráfico. Sua ênfase não necessariamente deve ser na repetição, pois segundo a designer ao trabalhar numa superfície de parede, um projeto qualquer de um mural, pode ter vários aspectos. Variando de um simples projeto artístico, a um design de superfície realmente, dependendo de quem o projetou.
51 50 6 MARKETING 6.1 O que é marketing portuguesa é: A definição da palavra marketing, encontrada no dicionário de língua Conjunto de estratégias e ações que provêem o desenvolvimento, o lançamento e a sustentação de um produto ou serviço no mercado consumidor.[...] Conjunto de estratégias e ações que visam a aumentar a aceitação e fortalecer a imagem de pessoa, idéia, empresa, produto, serviço, etc., pelo público em geral, ou por determinado segmento desse público. (DICIONÁRIO AURÉLIO, 1999, p.1289). Segundo KOTLER (1976) o marketing nasceu no início do século XX, devido às dúvidas e problemas negligenciados pela sua ciência-mãe a economia. O marketing se destaca por ser um conjunto de atividades humanas, cujo objetivo é facilitar e consumar a operação de troca. Buscando as necessidades do cliente, planejando um conjunto coordenado de produtos e atendendo suas necessidades, obtendo lucros desejados.
52 51 Para RICHERS o marketing é as atividades sistemáticas pertencentes a uma organização humana, que busca a realização de trocas para com o seu meio ambiente, visando benefícios específicos. Com isto ocorre uma troca de valores, podendo ser de bens de consumo e dinheiro, ou de serviços e idéias, gerando uma troca mercadológica. O marketing possui finalidades, como detectar oportunidades de mercado ou demandas inadequadamente satisfeitas pelas ofertas existentes. Buscando detectar e preencher oportunidades do mercado, utilizando o mínimo possível de recursos. 6.2 Marketing e mercado Para obter sucesso e reconhecimento de um produto, a pesquisa de marketing é fundamental para o seu desenvolvimento. Com a pesquisa, se determina o público, qual o tipo de produto, seu preço, quais serão seus concorrentes, como será distribuído, entre outros fatores. Através do marketing se identifica o problema e então se analisa a pesquisa realizada. Uma das funções do marketing é analisar seu desempenho, ajudando a planejar estratégias do mesmo. Outra é aproximar o cliente da empresa, fazendo com que o mesmo acredite e confie no produto que está adquirindo. Conquistando o cliente, a empresa passa a entender seus problemas e assim resolvê-los. A necessidade do consumidor e outras informações adquiridas são fundamentais para o marketing e o desenvolvimento de novos produtos da empresa. 6.3 Pesquisa de marketing Atualmente ao se desenvolver um produto se busca a necessidade do mercado, ao invés de desenvolver o produto, para depois adequá-lo ao mesmo, correndo o risco de não obter sucesso. As empresas com isto estão investindo cada
53 52 vez mais em pesquisas de marketing. Onde são observadas as exigências do mercado. As pesquisas mais utilizadas para estas áreas são a qualitativa e quantitativa. O que mais se enquadra para o mercado do mundo do marketing é a qualitativa. Pesquisa qualitativa trabalha com o subjetivo, com descrição, com a compreensão. Possibilita narrativa rica e interpretação individuais. E organicista, pois todo e mais do que as partes. Os elementos básicos da análise são palavras e idéias. Desenvolve a teoria. (SOUZA 2006, p.26). 6.4 Lançamento de um produto Ao se lançar um produto novo no mercado é necessário conhecer seu público consumidor, seu ponto de venda, como irá atrair novos consumidores. Um produto quando não alcança, o sucesso esperado, além de perdas financeiras degreda a imagem da empresa. Para lançar um produto, devem-se seguir procedimentos como: se o produto se encaixa em seus novos conceitos, estabelecer os pontos fortes e pontos fracos da empresa, qual a probabilidade de o produto obter sucesso comercial, ter uma campanha adequada promovendo a marca e passando a mensagem adequada. Outro item fundamental para o lançamento de um produto é seguir três etapas importantes: idealizar, desenvolver e lançar o produto. 6.5 Consumidor Segundo Thaise de Jesus na pesquisa realizada para a monografia A influência do marketing no processo de desenvolvimento do produto cerâmico, toda pessoa é um consumidor potencial. Sempre consumimos, seja uma roupa e principalmente, alimentos. Muitas vezes, somos induzidos a consumir e alguns desses fatores são: motivação, personalidade e percepção variando de acordo com cada pessoa.
54 53 Sob influências, o ser humano se motiva a comprar e através desse ato se conhece o consumidor. Até mesmo o ambiente atrai o consumidor fazendo com que o cliente tome sua decisão na prateleira ou gôndola. O show room é um grande influenciador na hora da compra, pois de acordo com o seu espaço, o produto é exposto e distribuído, atrai o consumidor por sua beleza e design. A condição e os fatores de compra variam com cada pessoa, dependendo de sua cultura, poder aquisitivo e gosto. 6.6 O marketing na empresa de revestimento cerâmico O marketing empregado no revestimento cerâmico surgiu para alterar hábitos de consumo, derrubar barreiras existentes no mercado. Uma das principais dificuldades é definir o preço agregado aos produtos, porém os preços tendem a aumentar ou diminuir devido à busca para melhorar cada vez mais suas qualidades técnicas e estéticas. Para uma empresa manter sua posição de líder no mercado, ela aperfeiçoa cada vez mais, os aspectos positivos e elimina ou diminui os negativos. As empresas do ramo cerâmico buscam sempre inovar. Esta é uma estratégia fundamental, pois conserva e incrementa a sua competitividade com as demais empresas do mesmo ramo. Isto faz com que a empresa esteja sempre a frente, lançando produtos novos no mercado, não esquecendo qual é o seu mercado consumidor. O setor de logística é fundamental na distribuição das amostras para o show room. Se o setor faz com que as amostras dos produtos, assim que lançadas cheguem rapidamente ao consumidor. Através do show room onde será exposta, a empresa estará sempre inovando e em destaque, pois possuirá lançamentos e seu show room nunca estará desatualizado. Com isto a empresa sempre terá seu espaço assegurado no mercado e o preço será um fator preponderante frente à decisão de compra.
55 54 7 PROJETO 7.1 Introdução Trata-se de um projeto de mobiliário urbano, localizado no Parque das Nações, próximo ao Criciúma Shopping, pertencente ao bairro Próspera, situado na cidade de Criciúma Referencial artístico (Portinari) No dia 29 de dezembro de 1903, em uma cidadezinha no interior de São Paulo, chamada Brodósqui, nasce Cândido Torquato Portinari, filho de imigrantes italianos. Um dos artistas brasileiro mais consagrado nacional e internacionalmente. Faleceu no dia 6 de fevereiro de 1962, por intoxicação causada por suas preciosas tintas. Portinari teve um começo difícil nas artes, em 1928 com o retrato do poeta Olegário Mariano, ganhou como prêmio, uma viagem a Europa. Esta viajem fez Portinari crescer artisticamente. Na Europa ele teve oportunidade de conhecer grandes mestres das artes. Apesar de retornar sem nenhuma obra de sua autoria, adquiriu um vasto conhecimento. Logo após sua volta, Portinari começou a pintar e ser reconhecido nacionalmente e com o tempo internacionalmente. Portinari dizia que: [...]Creio que ficou claro que um quadro antes de tudo deve possuir um valor intrínseco, quero dizer, um valor artístico..., com estas palavras o artista demonstra toda a sua admiração perante a arte. Em 25 de outubro de 1952, o jornal Correio da Manhã pública uma resposta de Portinari aos pintores portugueses. O que penso como homem, penso como artista e quando disse que no ato de pintar só me preocupa a pintura, quis dizer com isso esclarecer que a forma e a cor me preocupam.
56 55 O abstracionismo é o embrião do quadro. Não quero dizer com isso que meus quadros sejam abstratos, nem com formas abstratas se exprima um conteúdo. Trata-se do esquema material do quadro. Primeiro parto da necessidade de exprimir um tema que eu sinta. No ato de executá-lo faço uma distribuição de formas, para em seguida apurá-la e tornar o assunto legível, como penso ter feito em meus trabalhos já realizados. Quando pinto (ato de pintar) não me preocupo com o tema porque este já esta amadurecido dentro de mim. Não se pode separar a forma e conteúdo: disse que me preocupo com as cores e formas tanto ou mais do que os que se arvoram em seus senhores...na questão da técnica é preciso um pouco de calma e não pensar que só por ter encontrão um bom tema o quadro já está realizado. Creio que é preciso saber o ofício como o sabiam os antigos. Quanto ao tema: O tema é o homem...um artista deve ser modesto e procurar ver sua obra passada, não para renegá-la, mas sentindo não a haver feito melhor. (PORTINARI, 1952, p.129). A trabalho de Portinari não se resume apenas em pinturas em tela, painéis e gravuras. O artista levou sua arte para o azulejo, fazendo com que o revestimento deixasse de ser apenas uma superfície simples utilizada na arquitetura, para se torna um portador de obras de arte. A pedido do ministro Capanema em 1941, Portinari executa dois painéis de azulejos Conchas e Hipocampos e Estrela-do-mar e Peixes, ambos medindo 9,90 x 15,10m, e localizados no Palácio Capanema.
57 Firura 33: Painel conchas e hipocampos. Fonte: 56
58 57 Firura 34: Painel estrela-do-mar e peixes. Fonte: As temáticas marinhas encontradas nos painéis possuem uma composição com tons de azul e branco, o painel externo é composto por cavalos marinhos e conchas, já o painel interno por estrelas-do-mar e peixes. È nessa obra que a experiência pós-cubista de Portinari atinge sua maior plenitude, constituindo-se não só a obra mais importante do artista, como também uma das mais expressivas do modernismo. Nessa obra, o talento de Portinari finalmente se libera dos fantasmas de temática e da necessidade de provar que sabia pintar. Os muros parecem ganhar a vida Do mar que o artista procura imprimir-lhes, com um movimento permanente dado pelo direcionamento das diagonais, dos cavalos marinhos e pequenos peixes e ainda das grandes formas azuis. Cria-se também um espaço complexo, formado por uma superposição de planos que dão a sensação de um amplo espaço sem recorrer a uma sensação ilusória de profundidade. Abre-se, portanto, um movimento incessante em que as formas azuis mais as figuras acabam por conter o espectador. Tem-se a sensação de um envolvimento, o espectador é como que capturado num remoinho formado pela trama das formas e das cores. O fato de não haver apelo a ilusão de profundidade ainda torna o mural mais desconcertante [...]. (PINTO apud ZÌLIO, 2007). As linhas sinuosas e as formas amebóides começam a fazer parte das obras de Portinari, envolvendo-as em suas composições artísticas. Em 1942 na igreja de São Francisco, localizada na Pampulha em Belo Horizonte, Portinari
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