RESPONSABILIDADE CIVIL
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- João Gabriel Figueiredo Pinho
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2 O que é responsabilidade? É um substantivo feminino cuja origem vem do latim e que demonstra a qualidade do que é responsável, ou obrigação de responder por atos próprios ou alheios, ou por uma coisa confiada. Vem do Latim respondere, que significa "responder, prometer em troca". Uma pessoa que seja considerada responsável por uma alguma coisa, terá que responder se algo ocorrer.
3 Histórico RESPONSABILIDADE CIVIL Teoria Clássica (direito romano) bastavam 3 pressupostos: Dano Culpa do autor (não havia necessidade de ser provada) Nexo causal Predominava-se a Vingança Privada: forma primitiva, selvagem, cuja reação humana era espontânea e natural contra o autor do dano reparação do mal pelo mal. Se a reação não pudesse ser imediata, sobrevinha o que se conheceu através da expressão olho por olho, dente por dente (pena de talião - retaliação) responsabilidade objetiva (não se buscava a culpa em si).
4 Histórico RESPONSABILIDADE CIVIL Os primeiros indícios do princípio de talião foram encontrados no Código de Hamurabi, em 1780 a.c., no reino da Babilônia (Mesopotâmia hoje Iraque). Com o passar dos tempos a pena de talião deu origem à compensação econômica voluntária. A vingança é substituída pela composição a critério da vítima. Num momento mais avançado a compensação voluntária dá lugar a obrigatoriedade em reparar monetariamente o dano. Tarifações exdrúxulas: por membro, por homem morto, por escravo, etc.
5 Histórico RESPONSABILIDADE CIVIL Surgiu então a diferenciação entre pena e reparação. Pena estava ligada ao autor Reparação estava ligada à vítima Distinção entre delitos públicos (ofensa da ordem pública) e delitos privados. O Estado assume a função de punir e impor a indenização dando origem à Responsabilidade Objetiva.
6 Histórico RESPONSABILIDADE CIVIL Direito Francês Aperfeiçoou estabelecendo certos critérios: Direito à reparação sempre que houvesse culpa, ainda que leve Separou a responsabilidade civil (perante à vítima) da responsabilidade penal (perante o Estado). Culpa contratual surgiu em razão do descumprimento da obrigação Culpa delitual ato ilítico (criminal)
7 Direito Português Não havia diferença entre responsabilidade civil ou criminal As penas eram corporais Ainda em 1668 havia confusão entre reparação, pena e multa. A partir de 1966 é que introduziram no ordenamento jurídico português o dolo, a culpa e a indenização ao lesado. A obrigação pela indenização, independente de culpa, só ocorre nos casos especificados em lei.
8 Direito brasileiro Em 1830 o Código Criminal, atendendo às determinações da Constituição do Império, transformou-se em base sólida de justiça e equidade, prevendo: Reparação do dano Indenização Juros reparatórios Solidariedade Transmissibilidade do dever de indenizar aos herdeiros Em 1916 o Código Civil adotou a teoria subjetiva, que exige prova de culpa ou dolo do causador do dano obrigando-o a repará-lo. O desenvolvimento industrial e a indústria de reparação do dano deu início ao chamada teoria do risco.
9 Ainda no direito brasileiro Teoria do Risco O simples exercício de uma atividade que represente risco faz com que o agente seja obrigado a ressarcir os danos. Teoria da Responsabilidade Objetiva Aquele que lucra com uma situação deve responder pelo risco - quem aufere os cômodos deve suportar os incômodos.
10 Conceito Histórico Teoria da Responsabilidade Civil Todas as perdas e todos os prejuízos que podem acontecer pelos atos de qualquer pessoa, seja imprudência, negligência, ignorância do que se deva saber, ou outras faltas semelhantes, mesmo se superficiais que elas possam ser, devem ser reparados por aquele cuja imprudência ou outra falta tenha dado causa. (Domat)
11 Assim, o termo responsabilidade não se resume apenas na obrigação de quem causou o dano de repará-lo, de retornar a situação do lesado ao status quo ante, mas também em garantir uma relação jurídica equilibrada e ética. Exprime a ideia de restauração do equilíbrio.
12 Segundo Maria Helena Diniz: Responsabilidade civil é a aplicação de medidas que obriguem uma pessoa a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiro em razão de ato por ela mesma praticado, por pessoa por quem responda, por algo que a pertença ou de simples imposição legal. Na responsabilidade civil são verificadas a perda ou a diminuição no patrimônio do lesado ou o dano moral que geram a reação legal, movida pela ilicitude da ação do autor da lesão ou pelo risco.
13 Conceito de Responsabilidade Civil segundo outros doutrinadores Obrigação que pode incumbir uma pessoa a reparar o prejuízo causado a outra, por fato próprio, ou por fato de pessoas ou coisas que dela dependam (Savatier) Deriva da transgressão de uma norma jurídica civil preexistente, impondo ao infrator a consequente obrigação de indenizar o dano. (Pablo Stolze) Toda vez que alguém sofrer um detrimento qualquer, que for ofendido física ou moralmente, que for desrespeitado em seus direitos, que não obtiver tanto quanto for avençado, certamente lançará mão da responsabilidade civil para verse ressarcido. A responsabilidade civil é, portanto, a retratação de um conflito. (Rui Stocco)
14 Distinção entre obrigação e responsabilidade Obrigação é o vínculo jurídico de caráter transitório (extingue-se pelo cumprimento) entre o sujeito ativo e passivo, cujo objeto da relação corresponde a uma prestação. A obrigação nasce e deve ser cumprida, se não for ocorre a responsabilidade (cabem exceções) Responsabilidade surge quando a prestação de um dos sujeitos não é cumprida. Obrigação é um dever jurídico originário enquanto a responsabilidade é um dever jurídico sucessivo. As dívidas prescritas ou dívidas de jogos constituem obrigação sem responsabilidade.
15 A responsabilidade civil provém da violação de uma norma jurídica preexistente, a qual gerará uma obrigação ao causador do dano de indenizar o lesionado. É a consequência jurídica e patrimonial do descumprimento de uma obrigação. Princípio do Neminem laedere: A ninguém é dado causar prejuízo a outrem.
16 Funções da Responsabilidade Civil: Garantir o direito do lesado; Servir de sanção civil cuja natureza compensatória.
17 Classificação das Responsabilidades Obrigação Moral / natural Obrigação Administrativa Obrigação Civil Obrigação Penal
18 RESPONSABILIDADES Responsabilidade Moral ou Natural A grande maioria dos doutrinadores não fazem distinção entre Responsabilidade Moral ou Natural. Para alguns não deveria ser intitulada como responsabilidade e sim como obrigação ou dever Moral ou Natural. Isso porque o devedor não pode ser constrangido a cumprir sua execução. O cumprimento dessa responsabilidade é voluntário, mas uma fez efetuado é considerado como pagamento perfeito/verdadeiro. Dar gorgeta, pagamento de dívida de jogo, pagamento de dívida prescrita. Por ser mera liberalidade, a execução do pagamento é considerada válida e o devedor é proibido de exigir a restituição (irretratabilidade do pagamento).
19 RESPONSABILIDADES Responsabilidades: Moral ou Natural Conceito de Moral Moral é prática de uma ética. Moral tem sua origem no termo em latim moris que significa costume. Trata-se de um conjunto de crenças, costumes, valores e normas de uma pessoa ou de um grupo social, que funciona como um guia para agir. Isto é, a moral orienta relativamente às ações que são corretas (boas ou positivas) e aquelas que são incorretas (más ou negativas).
20 RESPONSABILIDADES Responsabilidades Administrativa Repercute na restrição dos direitos ou prerrogativas funcionais do servidor, podendo acarretar até mesmo a extinção do vínculo que o liga à Administração Pública. Responsabilidade do Estado - teoria objetiva artigo 37, 6º da CF) e responsabilidade do Agente - teoria subjetiva a qual necessita da comprovação de culpa ou dolo. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
21 RESPONSABILIDADES Responsabilidade Penal e Civil (considerações gerais) O mesmo ato ou a mesma conduta pode caracterizar concomitantemente um crime ou um ilícito civil. No direito penal (público), via de regra, busca-se a punição e a melhor adequação social em prol da sociedade. No direito civil (privado) busca-se a reparação do dano em prol da vítima.
22 RESPONSABILIDADES Responsabilidade Penal O agente infringe uma norma de direito público (interesse lesado é da sociedade). Nem todo ato ilícito acarreta na condenação do réu (legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular do direito ). Responsabilidade é pessoal e intransferível réu responde com privação de liberdade e/ou privação de direitos O Estado tem o dever de manter a ordem e buscar justiça. A sentença penal condenatória faz coisa julgada no direito civil. A sentença penal absolutória (falta de provas, autoria não comprovada, etc) não impossibilita a vítima ingressar na justiça civil.
23 Responsabilidade Civil RESPONSABILIDADES O interesse é privado - o prejudicado poderá ou não pleitear a reparação. A responsabilidade civil leva em conta o dano, o prejuízo, o desequilíbrio patrimonial e/ou moral. Via de regra o réu responde com seu patrimônio. A vítima acometida pelo dano moral, o que se tem em mira é a dor psíquica ou o desconforto comportamental da mesma. A responsabilidade civil pressupõe que ambos patrimônios (autor e réu) sejam restabelecidos.
24 Pressupostos da Responsabilidade Civil 1. Ação (agir) - conduta humana Como requisito essencial da responsabilidade civil, estabeleceu o legislador que o prejuízo causado deve advir de conduta humana (comissiva ou omissiva), violadora de um dever contratual, legal ou social (Sílvio Rodrigues). 2. Ato ilícito São atos voluntários contrários ao ordenamento jurídico, portanto o ato de vontade está revestido de ilicitude. O ilícito civil não difere do ilícito penal, exceto pela tipificação expressa no direito penal. CC - Art Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
25 3. Culpa RESPONSABILIDADE CIVIL A culpa é a falta de diligência na observância da norma de conduta, isto é, o desprezo, por parte do agente, do esforço necessário para observá-la, com resultado não objetivado, mas previsível, desde que o agente se detivesse na consideração das consequências eventuais de sua atitude. José de Aguiar Dias Ao longo dos anos a noção de culpa (estado de ânimo do agente) foi sendo entendida como erro ou desvio de conduta. In concreto para análise da culpa se observa apenas o resultado alcançado pela imprudência, negligência ou imperícia In abstrato para análise da culpa há uma comparação entre a conduta do agente e o homem médio ou normal. A culpabilidade é dividida entre dolo e culpa.
26 No mundo da culpabilidade, o dolo, como já esclarecido, é a consciência e a vontade dirigidas a um fim ou resultado sempre ilícito e desconforme com o Direito. É a ofensa a um dever preexistente de forma consciente e desejada. A culpa, stricto sensu, é o agir inadequado, equivocado, por força de comportamento negligente, imprudente ou imperito, embora o agente não tenha querido o resultado lesivo, desde que inescusável (indesculpável). Geralmente seu objetivo é lícito ausência da intenção de prejudicar.
27 Há uma longa distância no ato pelo qual o agente procura intencionalmente o resultado (dolo) e naquele que se dá por negligência, imprudência ou imperícia (culpa). Negligência: falta de cuidado, "descuido", "desleixo", "desmazelo. Ex. fazer fogueira e acidentalmente causar dano ao patrimônio alheio, deixar cair objeto acidentalmente na rua provocando ferimento em um transeunte.
28 Imprudência: consiste na violação da regras de condutas ensinadas pela experiência. Ex. dirigir alta velocidade, pedalar em plena avenida movimentada, dirigir falando ao celular, etc.
29 Imperícia: a falta de habilidade específica para a realização de uma atividade técnica ou científica. Ex. erro médico, erro no cálculo na estrutura de um prédio, erro na manutenção do freio de um veículo.
30 Para maioria dos doutrinadores a culpa é in abstrato, mas o legislador através dos dispositivos legais entendeu que a culpa é in concreto. Art O depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisa depositada o cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como a restituí-la, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante. In concreto para análise da culpa se observa apenas o resultado alcançado pela imprudência, negligência ou imperícia In abstrato para análise da culpa há uma comparação entre a conduta do agente e o homem médio ou normal.
31 Culpa presumida É considerada em alguns casos e pacificada pela doutrina e jurisprudência. Motorista que bate na traseira de outro carro. Motorista que atropela transeunte em cima da calçada Motorista para não ser considerado culpado deve afastar sua culpa provando caso fortuito ou força maior. Menor contratado para função de ajudante geral tem a mão prensada numa máquina culpa presumida do empregador Cliente tem couro cabeludo queimado por produto químico culpa presumida do laboratório.
32 Culpa concorrente É aquela em que as partes se compensam. O grau de culpa entre a vítima e o autor do dano é idêntica. Ex.: veiculação de fotos de família - portador do HIV reportagem foi publicada em outro país. Colisão na traseira de um veículo que não realizou manutenção preventiva
33 4. Dano RESPONSABILIDADE CIVIL É o prejuízo sofrido pelo agente. Mas nem sempre a transgressão de uma norma ocasiona o dano. Pode ser individual, coletivo, moral, material, econômico e não econômico. Sem o dano não há o que se falar em indenização. A reparação do dano visa ressarcimento do prejuízo e não a obtenção de vantagem. Dano material é indenizado economicamente (visa a reparação do prejuízo causado);
34 Perda da Chance enseja na reparação do dano? Atleta que foi obstado pelo espectador e tirou-lhe a concentração, fazendo-o ganhar apenas a medalha de bronze; Vestibulando que perdeu o ônibus (greve dos motoristas) e não conseguiu prestar o vestibular para medicina; Engenheiro civil que é atropelado e fica tetraplégico oportunidade de emprego e ganhos é menor do que um profissional sadio, que visitará as obras in loco.
35 Da reparação do Dano CC Art salvo as exceções prevista em lei as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. Dano emergente Aquele que efetivamente a vítima perdeu dano positivo É facilmente avaliável porque depende exclusivamente de dados concretos; Lucro Cessante É o que a vítima deixou de ganhar avaliada através de projeção contábil CC art. 403 Dano reflexo ou ricochete Dano reflexo que sofre uma pessoa por um dano causado a outra. Ex.: perda da capacidade de trabalho ou morte reflexo de prejuízo aos dependentes diretos e indiretos.
36 Dano Moral RESPONSABILIDADE CIVIL Dano moral: indenização não tem apenas cunho ressarcimento pecuniário, mas também caráter punitivo ou sancionatório, pedagógico, preventivo e repressor forma educativa ao agressor. Ex.: protesto indevido de um cheque ou qualquer outro título de crédito de uma pessoa que nunca sofreu essa experiência é algo que pode abalar sua estrutura emocional, mas para o devedor contumaz é indiferente. Será moral o dano que ocasiona distúrbio anormal na vida do indivíduo; uma inconveniência de comportamento, um desconforto comportamental a ser examinado caso a caso. Além dos reflexos psicológicos alteração de personalidade, depressão, inibição, síndromes, bloqueios, etc.
37 5. Nexo causal RESPONSABILIDADE CIVIL Com efeito, ainda que tenha ocorrido o dano, mas se sua causa não está relacionada com o comportamento do agente, não há que se falar em reparação. Em outras palavras, o dano tem que ter sido causado pela ação ou omissão do agente. É preciso ter certeza que, sem a ação, o dano não teria acontecido. É tudo aquilo que concorre para o resultado. 1. Causas simultâneas Nas concausas simultâneas, há um só dano, embora ocasionado por mais de uma causa. Ex.: quadrilha que dá golpe no mercado financeiro, cheques sem fundo, faz financiamentos em nome de terceiros, etc Art Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932 CC.
38 2. Causas sucessivas RESPONSABILIDADE CIVIL Nas concausas sucessivas, por outro lado, é que reside a grande dificuldade de se identificar o dano relacionado a cada uma delas. Para isso, há três teorias principais, que serão expostas a seguir: TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DAS CONDIÇÕES Chamada de conditio sine qua non por essa teoria não há distinção entre causa, condição ou ocasião. Assim, se várias condições concorrerem para o mesmo resultado, todas teriam o mesmo valor ou relevância, de modo a se equivalerem. O grande problema dessa teoria, porém, é que permite uma regressão quase infinita. qualquer circunstância que haja concorrido para produzir o dano é considerada como causa (absurdo)
39 TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA Por essa teoria nem todas as condições serão consideradas causa, mas tão somente aquela que for a mais adequada a produzir o resultado, ou seja, aquela que, de acordo com a experiência comum, for a mais relevante à realização do evento danoso. Para ser causa adequada, esta deverá passar por uma apreciação probabilística, ser apta à efetivação do resultado. No disparo de uma arma de fogo, por exemplo, a sua fabricação não seria causa adequada para a efetivação do evento morte, e sim a conduta de quem atirou.
40 TEORIA DA CAUSALIDADE DIRETA OU IMEDIATA Esta teoria, desenvolvida no Brasil por Agostinho Alvim, entende como causa apenas o antecedente fático que, ligado por um vínculo necessário ao resultado danoso, determinasse este último como uma consequência sua, direta e imediata. Causa é o fato que, necessariamente, proporcionou o resultado danoso E o prejuízo eventual ou potencial não será indenizado art. 403 CC Adotada pelo CC
41 Responda Exemplo: Uma pessoa deu golpe financeiro na empresa em que trabalhava. O golpe em si não levaria a empresa à falência, mas o sócio majoritário com problemas cardíacos sofre uma parada cardíaca e morre. Com o evento morte ele não deixa procuradores nem plano sucessório na empresa, assim a empresa é levada à falência: Pela primeira e pela terceira teorias - o sujeito responde Pela segunda - não responde
42 2. Causas sucessivas a) concausalidade ordinária ou comum é a conduta coordenada e dependente de duas ou mais pessoas, que de forma relevante contribuem para a produção de um evento danoso. Exemplo: Duas pessoas que coagem alguém para celebração de certo negócio. Nesse caso, todos os agentes respondem solidariamente aplicando-se o art. 942, caput do C.C. B) concausalidade acumulativa é a existente entre condutas de duas ou mais pessoas que são independentes entre si, mas que causam prejuízo. Exemplo: Duas pessoas ou mais pessoas assaltam um sujeito. Um dos assaltantes emite cheques sem fundo e o outro faz empréstimo e compras em nome do sujeito assaltado - Cada agente deve responder na proporção de suas respectiva culpas. C) concausalidade alternativa existe quando entre duas ou mais condutas, sendo que apenas uma delas é importante para a ocorrência do dano. Exemplo: Duas pessoas tentam dão golpe numa empresa e fica impossível distinguir quem efetivamente elaborou e executou o golpe, mas apenas um deles é pego em fragrante pela câmera da empresa, nesse caso esse sujeito responderá pelas ato ilícito.
43 Excludentes de Responsabilidade Rompimento do nexo causal Culpa da Vítima Culpa exclusiva da vítima é excludente de responsabilidade A culpa exclusiva da vítima não está presente na letra da lei, sua construção está vinculada a doutrina, jurisprudência e a legislação extravagante. Onde a relação entre a o dano e seu causador fica comprometida, isto é, o nexo causal inexiste. Ex.: acidente de trânsito com um dos veículos parados na pista; Ex.: acidente causado por ultrapassagem em local proibido;
44 Responsabilidade Civil Objetiva (exceção) Fato Dano Nexo causal Não se discute a culpa RESPONSABILIDADE CIVIL Ex.: pai tem responsabilidade civil objetiva pelos atos dos filhos menores Art. 927 único - cláusula geral CC Art. 87 CC abuso de direito Art. 734 e750 CC transportador de pessoas ou coisas Art. 931 CC pelo fato do produto Art. 932 CC pelo comportamento de outras pessoas (pais, tutores, curadores, patrão, educador, dono hotel, etc.) Art. 936 CC pelo fato do animal Art. 937 e 938 CC pelo fato da coisa (cai pedaço telhado na cabeça do transeunte, objeto que é lançado por alguém)
45 Responsabilidade Objetiva Cláusula Geral Art Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Atividade de risco Risco proveito
46 Responsabilidade Civil Subjetiva (regra no código civil 2002 art. 86 CC) Fato/conduta Dano Nexo causal Culpa (dolo, negligência, imperícia ou imprudência)
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48 Exercícios: 1) Discorra sobre os pressupostos da responsabilidade civil e analise a responsabilidade subjetiva e a objetiva, indicando as fontes desta última. 2) Quais as diferenças entre a responsabilidade civil e a criminal? 3) A condenação por um ato ilícito criminal implica, automaticamente, em responsabilidade civil? E o inverso? 4) Um dos pressupostos para caracterizar a responsabilidade civil é o nexo de causalidade entre o dano e ação. O que é isso? 5) Explique as diferenças entre culpa In committendo, in omittendo, in eligendo, in vigilando e in custodiendo. 6) Qual a diferença entre responsabilidade civil objetiva e subjetiva.
49 Exercícios: RESPONSABILIDADE CIVIL 7) Discorra a respeito da Teoria do Risco 8) Se uma criança causar dano a outra numa escola, de quem é a responsabilidade? 9) Médico cirurgião plástico tem qual tipo de responsabilidade se prometer obrigação de fim? 10) Se agente público causar dano a terceiro, de quem é a responsabilidade, do agente público ou da entidade que pertence o agente?
50 CÓDIGO CIVIL - Livro III - Dos Fatos Jurídicos - TÍTULO III Dos Atos Ilícitos Art Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Art Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
51 TÍTULO IX - Da Responsabilidade Civil - CAPÍTULO I Da Obrigação de Indenizar Art Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Art No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
52 Art Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação. Art São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia
53 Art As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Art Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. Art A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
54 Art O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará brigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro. Art Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição. Art Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art Art O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança.
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59 - EMPREGADOR Conceito: Culpa in eligendo é a oriunda da má escolha do representante, ou do preposto. Caracteriza-a, exemplificativamente, o fato de admitir ou de manter o proponente a seu serviço empregado não legalmente habilitado, ou sem as aptidões requeridas. Se a pessoa escolheu mal o seu representante, procurador ou preposto, responderá pelos atos ilícitos por eles praticados e, como consequência, pelos danos por eles causados. (Ruy Stocco)
60 - EMPREGADOR Conceito: Culpa in vigilando é a que nasce da ausência de fiscalização por parte do empregador, quer relativamente aos seus empregados, quer no tocante à própria coisa. É o caso da empresa de transportes que tolera a saída de veículos desprovidos de freios, dando causa a acidentes. Verifica-se a culpa in committendo quando o agente pratica ato positivo (imprudência), enquanto a in omittendo decorre de abstenção (negar-se a agir - negligência) (cf. Washington de Barros Monteiro. Curso de Direito Civil, v.1, p ).
61 BOA NOITE!!! Bom descanso!!! E até a próxima aula!!!
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