Responsabilidade Civil
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- Tomás de Paiva Madeira
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1 Responsabilidade Civil Trabalho de Direito Civil Curso Gestão Nocturno Realizado por: Marco Filipe Silva Rui Gomes 1
2 Definição: Começando, de forma, pelo essencial, existe uma situação de responsabilidade sempre que alguém m tem a obrigação de indemnizar terceiros, por um dano ou prejuízo a estes infligido. Em termos gerais, considera-se se que háh uma dupla natureza na responsabilidade: 1. uma natureza preventiva, porque visa garantir o respeito pela lei, 2. uma natureza restauradora, porque estabelece o modo de composição dos prejuízos, logo que é violado o preceito legal e configurado o dano. Em sentido amplo, ser responsável significa e implica ter alguém m de suportar certas consequências por determinado tipo de actos ou omissões, seus ou de outrem. Essas consequências podem ir de um mero juízo de censura ou de reprovação ética ou social até à pena privativa da liberdade, consoante se trate de uma simples responsabilidade moral ou, no extremo oposto, de responsabilidade penal. Interessa-nos nos aqui apenas a responsabilidade jurídica e, dentro desta, tão-só a responsabilidade civil, cujas consequências se traduzem na indemnização a atribuir ao lesado, seja em espécie, seja por equivalente, em dinheiro. 2
3 Classificações : No âmbito da Responsabilidade Civil é possível fazer várias v classificações. Uma delas distingue-se se entre responsabilidade por : culpa,, pelo risco e pelo sacrifício cio. 1. A primeira modalidade assenta num juízo de desvalor. 2. A responsabilidade pelo risco funda-se em critérios rios objectivos de distribuição do risco (seguros), 3. Enquanto a responsabilidade pelo sacrifício cio numa compensação do lesado pelo sacrifício cio suportado. 3
4 Classificações (continuação): Uma segunda classificação distingue entre responsabilidade delitual ou extracontratual e obrigacional ou contratual. A primeira, tratada nos arts. 483.º e seguintes do Cód. C Civil, resulta da violação ilícita do direito de outrem ou de qualquer disposição legal destinada á protecção de interesses alheios. Já a responsabilidade contratual, prevista nos arts. 798.º e seguintes do Cód. Civil, resulta do não cumprimento de obrigações. Nota: Qualquer uma destas duas modalidades de responsabilidade civil fundaf unda-se na prática de um facto ilícito, enquanto desconforme com a ordem jurídica, facto esse culposo e danoso. 4
5 Responsabilidade Civil Contratual e Extracontratual Sob vários v aspectos responsabilidade contratual e responsabilidade extracontratual funcionam como verdadeiros vasos comunicantes. Por um lado, elas podem nascer do mesmo facto e transitar-se se facilmente do domínio de uma delas para a esfera normativa própria pria da outra. Por outro lado, é bem possível que o mesmo acto envolva para o agente (ou o omitente), simultaneamente, responsabilidade contratual, e responsabilidade extracontratual, tal como é possível que a mesma ocorrência acarrete para o autor, quer responsabilidade civil, quer responsabilidade criminal, consoante e o prisma sob o qual a sua conduta seja observada. 5
6 Regime jurídico da responsabilidade civil a) A responsabilidade obrigacional ou contratual: é aquela que resulta do incumprimento de direitos subjectivos de crédito, do incumprimento de obrigações em sentido técnico-jurídico; A responsabilidade extra-obrigacional ou extracontratual: delitual ou aquiliana,, está prevista e regulada nos arts. 483.º e seguintes do Cód. Civil. 6
7 Responsabilidade Civil por Factos Ilícitos Pressupostos 1. Facto 2. Ilicitude 3. Imputação do Dano ao lesante 4. Dano 5. Nexo de casualidade entre facto e o dano 7
8 1. Facto O elemento básico b da responsabilidade Um facto dominável ou controlável pela vontade Um comportamento ou uma forma de conduta humana 8
9 2. Ilicitude Violação de um direito de outrem ou subjectivo; Violação da lei que protege interesses alheios 9
10 Causas justificativas do facto ou causas de exclusão da ilicitude Acção directa ( art. 336.º Cód. Civil) Legitima defesa ( art. 337.º Cód. Civil) Estado de necessidade ( art. 339.º Cód. Civil) 10
11 3. Imputação do facto ao lesante - culpa Para que o facto ilícito gere responsabilidade é necessário que o autor tenha agido com culpa. É preciso que a violação ilícita tenha sido praticada com dolo ou mera culpa. 11
12 Culpa A culpa ( art. 487.º Cód. Civil) exprime um juízo de reprovabilidade pessoal da conduta do lesante. A culpa pode revestir duas formas distintas 1. Dolo 2. Negligência 12
13 Prova da culpa, presunção de culpa Sendo a culpa do lesante um elemento constitutivo do direito à indemnização, incumbe ao lesado, como credor, fazer a prova dela, nos termos gerais da repartição legal do ónus probatório rio ( n.º1 do art. 342.º Cód. Civil) 13
14 4. Dano Para haver obrigação de indeminizar, é condição essencial que haja dano, que o facto ilicito culposo tenha causado prejuizo a alguem.. O dano é,, o prejuizo que um sujeito juridico sofre ou na sua pessoa, ou nos seus bens, ou na sua pessoa e nos seus bens. 14
15 Nexo de causalidade entre o facto e dano Para que o dano seja indemnizável é forçoso oso que ele seja consequência do facto, ilícito e culposo no domínio da responsabilidade subjectiva extra-obrigacional obrigacional,, facto não culposo no domínio da responsabilidade objectiva, onde o facto gerador do dano pode mesmo ser um facto lícito. Em qualquer caso, e portanto em qualquer das modalidades da responsabilidade civil, tem sempre que haver uma ligação causal entre o facto e o dano para que o actor do facto seja obrigado a indemnizar o prejuízo causado. 15
16 Titularidade do direito à indemnização Tem direito à indemnização o titular do direito violado ou do interesse imediatamente lesado, com a violação da disposição legal, não o terceiro que sós reflexa ou indirectamente seja prejudicado. Há dois prazos de prescrição: O prazo ordinário rio (vinte anos) conta a partir do facto danoso; O prazo de três anos que conta a partir do momento em que o lesado tem conhecimento do seu direito, isto é,, conhecimento dos factos constitutivos do seu direito. 16
17 Responsabilidade do Estado e demais pessoas colectivas É aplicável ao Estado e às s restantes pessoas colectivas públicas nos termos do art. 501.º Código Civil, quanto aos danos causados pelos seus órgãos ou representantes do exercício cio de actividades de gestão privada, o regime fixado para o comitente. O Estado e as demais pessoas colectivas públicas: p a) Respondem perante o terceiro lesado, independentemente de culpa, desde que os seus órgãos, agentes ou representantes tenham incorrido em responsabilidade; b) Gozam seguidamente do direito de regresso contra os autores dos danos, para exigirem o reembolso de tudo quanto tiverem pago, excepto se também m houver culpa da sua parte. 17
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