RVCC ESCOLAR BÁSICO GUIA DE APOIO
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- Zilda Câmara de Almeida
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1 RVCC ESCOLAR BÁSICO GUIA DE APOIO
2 Este documento respeita as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Privado da escolaridade, o ser humano não abdica da sua condição de produtor de conhecimentos. Paulo Freire NOME
3 FLUXOGRAMA ACOLHIMENTO VOCÊ ESTÁ AQUI DIAGNÓSTICO ENCAMINHAMENTO PLANO PESSOAL DE QUALIFICAÇÃO CERTIFICAÇÃO PARCIAL RVCC ESCOLAR PROFISSIONAL OFERTA EDUCATIVA/FORMATIVA AÇÕES DE FORMAÇÃO DE CURTA DURAÇÃO CERTIFICAÇÃO PLANO DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL
4 RECONHECIMENTO, VALIDAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS - RVCC O processo de RVCC, desenvolvido através da Rede Valorizar, permite ao adulto a possibilidade de certificar os conhecimentos e as competências resultantes da experiência que adquiriu em diferentes contextos ao longo da sua vida. Parte-se, assim, das experiências de vida para iniciar um processo que reconhece os saberes e as competências, atribuindo ao adulto uma certificação. O processo de RVCC pode ser escolar e/ou profissional: RVCC ESCOLAR RVCC PROFISSIONAL BÁSICO SECUNDÁRIO UMA PROFISSÃO O reconhecimento de competências adquiridas ao longo da vida apoia-se nos seguintes princípios: 1. Uma pessoa tem direito ao reconhecimento social das suas aquisições e das suas competências, desde que forneça a prova de que as possui; 2. O que importa no reconhecimento das aquisições é o que a pessoa aprendeu, e não os lugares, circunstâncias ou métodos de aprendizagem; 3. Uma pessoa não tem de reaprender o que já sabe, nem refazer, num contexto escolar formal, as aprendizagens que já realizou noutros lugares, segundo outros modelos; 4. Uma pessoa deve ser dispensada de ter de reconhecer de novo competências ou aquisições que foram já avaliadas com rigor e sancionadas no interior de um sistema oficial. A certificação de competências produz efeitos produtivos: 1. Para o trabalhador, pois aumenta a sua empregabilidade na medida em que permite um balanço das competências que o mesmo detém e ajuda a planear os meios para atingir as que estão em falta;
5 2. Para as empresas, porque proporciona informação objetiva e oportuna sobre o candidato a emprego, facilitando e reduzindo custos do processo de recrutamento e seleção; 3. Para o governo, pois a certificação funciona como instrumento de uma política de formação permanente, estruturada em função de objetivos bastante precisos. Podem ingressar num percurso RVCC os adultos, com idade igual ou superior a 18 anos, que reúnam os seguintes requisitos: RVCC NÍVEL BÁSICO (4.º, 6.º ou 9.º ano de escolaridade) NÍVEL SECUNDÁRIO (12.º ano de escolaridade) PROFISSIONAL REQUISITOS Não conclusão do 4.º, 6.º ou 9.º ano de escolaridade 12.º ano de escolaridade não concluído Se tiverem menos de 23 anos de idade, terão de dispor, no mínimo, de três anos de experiência profissional devidamente comprovada. Experiência de trabalho na área onde deseja realizar o RVCC Profissional Dependendo do perfil do candidato, poderão ser emitidos os seguintes certificados: Certificação de nível básico (certificado de qualificações correspondente ao 1.º, 2.º ou 3.º ciclo do ensino básico e diploma do ensino básico); Certificação de nível secundário (certificado de qualificação correspondente ao ensino secundário e diploma do ensino secundário); Certificação profissional. Caso o processo de validação não conduza à emissão de certificado ou diploma, respeitante à conclusão do processo, é sempre emitido um certificado de qualificações, com a identificação das unidades de competências já validadas.
6 EQUIPA DE TRABALHO A equipa técnico-pedagógica da Rede Valorizar é constituída por: COORDENADOR Assegura a gestão pedagógica, organizacional e financeira da Rede Valorizar. Nome e mail do Coordenador: Acir Fernandes Meirelles acir.f.meirelles@azores.gov.pt PROFISSIONAL DE RVC Responsabiliza-se pelo acolhimento; Desenvolve e orienta as sessões de trabalho que permitam, em função do perfil de cada adulto, definir a resposta mais adequada à elevação do seu nível de qualificação; Acompanha o adulto ao longo de todo o processo de RVCC. Nome e mail do profissional de RVC:
7 FORMADOR Orienta a construção do portefólio reflexivo de aprendizagens no âmbito das respetivas áreas de competências-chave; Participa, com o profissional de RVC, na validação de competências adquiridas pelo adulto e, sempre que se revele necessário, na definição do seu encaminhamento para outras ofertas formativas; Organiza e desenvolve as ações de formação complementar; Participa nos júris de certificação. ÁREAS DE COMPETÊNCIAS-CHAVE NOME FORMADORES CIDADANIA E EMPREGABILIDADE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA MATEMÁTICA PARA A VIDA TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
8 RVCC ESCOLAR / BÁSICO - INTRODUÇÃO O Processo de RVCC baseia-se na evidenciação de competências previamente adquiridas pelos adultos, ao longo da sua vida, em contextos formais, informais e não formais. Durante o processo cada adulto constrói um Portefólio Reflexivo das Aprendizagens (PRA), orientado segundo o Referencial de Competências-Chave (emitido pela Agência Nacional para a Qualificação). O RVCC desenvolve-se, numa primeira fase, num sistema de sessões (não são aulas, mas reuniões de trabalho onde se realizam tarefas e se prepara o trabalho a desenvolver pelo adulto), coletivas e individuais, de cerca de 1,5h a 2h por semana, destinadas a reconhecer as competências de cada adulto, em conjunto com a equipa técnico-pedagógica. Na fase seguinte, decorre a etapa de validação das competências, que consiste numa sessão na qual o adulto e a equipa pedagógica analisam e avaliam o PRA, face ao Referencial de Competências-Chave, identificando as competências a validar e a evidenciar/desenvolver, através da continuação do processo de RVCC ou de formação a realizar em entidade formadora certificada. Por fim, a certificação de competências realiza-se perante um Júri de Certificação, constituído pelo Profissional de RVC (técnico) e pelos Formadores. Após este processo, elabora-se um Plano de Desenvolvimento Pessoal, tendo em vista a continuação do percurso de qualificação/aprendizagem de cada adulto. Sempre que são detetadas lacunas em termos de competências evidenciadas pelos adultos face ao Referencial de certificação, são desenvolvidas ações de formação complementar (no máximo 50 horas por adulto em processo RVCC), baseadas nas Áreas de Competências-Chave dos respetivos Referenciais. O horário é combinado entre os adultos e a equipa técnico-pedagógica e pode ser laboral ou pós-laboral.
9 A duração total do processo depende do próprio adulto, da sua disponibilidade e capacidade de trabalho. APRENDIZAGEM FORMAL Aquela que é tradicionalmente dispensada por um estabelecimento de ensino ou de formação, estruturada (em termos de objetivos, duração e recursos), conducente à certificação. É intencional do ponto de vista do aprendente. APRENDIZAGEM NÃO FORMAL APRENDIZAGEM INFORMAL Decorre em paralelo aos sistemas de ensino e formação e não proporciona certificações formais. Este tipo de aprendizagem pode ocorrer no local de trabalho e através de atividades de organizações ou grupos da sociedade civil. Pode, ainda, ser ministrada através de organizações ou serviços criados em complemento aos sistemas convencionais. Decorre das atividades da vida quotidiana, relacionadas com o trabalho, a família ou o lazer. Contrariamente à aprendizagem formal e não-formal, este tipo de aprendizagem não é necessariamente intencional e, como tal, pode não ser reconhecida mesmo pelos próprios indivíduos como enriquecimento dos seus conhecimentos e aptidões.
10 RVCC ESCOLAR / BÁSICO RECONHECIMENTO DE COMPETÊNCIAS Na etapa de reconhecimento, o adulto identifica as competências adquiridas ao longo da vida através do recurso à metodologia de balanço de competências. Este trabalho é desenvolvido pelos profissionais de RVC e pelos formadores, que, para o efeito, organizam sessões de trabalho individuais, em pequenos grupos e/ou em grupos alargados de adultos. REFERENCIAL DE COMPETÊNCIAS-CHAVE PARA A EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS Documento fundamental que orienta o trabalho de reconhecimento, validação e certificação desenvolvido pelos formadores, pelos profissionais e pelo adulto durante o RVCC. Encontra-se organizado em três níveis: Básico 1, Básico 2, Básico 3, correspondendo, respetivamente, ao 1.º, 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico, abrangendo quatro áreas de competências-chave, consideradas essenciais à formação dos adultos: Cidadania e Empregabilidade (CE); Linguagem e Comunicação (LC); Matemática para a Vida (MV); Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). CIDADANIA E EMPREGABILIDADE (CE) TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (ITC) LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO (LC) MATEMÁTICA PARA A VIDA (MV) CIDADANIA E EMPREGABILIDADE (CE)
11 ESTRUTURA DO REFERENCIAL DE COMPETÊNCIAS-CHAVE DO NÍVEL BÁSICO COMPETÊNCIA Combinatória de conhecimentos, capacidades, aptidões e atitudes apropriadas a situações específicas, requerendo também 'a disposição para' e 'o saber como' aprender. COMPETÊNCIAS-CHAVE Conjunto articulado, transferível e multifuncional, de conhecimentos, capacidades e atitudes indispensáveis à realização e desenvolvimento individuais, à inclusão social e ao emprego. Estas competências deverão ser desenvolvidas no âmbito da escolaridade obrigatória ou da formação inicial e funcionar como alicerce de aprendizagens posteriores numa perspetiva de aprendizagem ao longo da vida. Toda a atividade desenvolvida vai resultando na construção/reconstrução do Portefólio Reflexivo de Aprendizagens (PRA) do adulto. O PRA é um arquivo dinâmico de testemunhos pessoais, onde são registados e organizados documentos que comprovam os saberes e competências adquiridas ao longo do percurso de vida do candidato, de forma a poder proporcionar uma visão tão alargada e pormenorizada quando possível das diferentes componentes do seu desenvolvimento, das aprendizagens realizadas e competências adquiridas, nomeadamente ao nível das áreas constantes nos Referenciais de Competências-Chave. Como instrumento de avaliação, o PRA deverá conter referência a contextos e situações reais de aquisição de competências, bem como reflexões acerca das aprendizagens efetuadas pelo candidato. Todos os elementos que integram o PRA deverão ser fruto de uma seleção pessoal e devem ser sempre acompanhados de uma fundamentação. O PRA poderá ser desenvolvido em vários suportes, nomeadamente em papel ou digital, desde que o mesmo consiga refletir o processo e se constitua como um produto resultante, quer da evidenciação das competências que os adultos possuem, quer das aprendizagens efetuadas ao longo do processo RVCC. A evolução do processo de reconhecimento e, em particular, as conclusões que a equipa vai tirando relativamente às competências que podem ou não ser validadas, são comunicadas ao adulto, à medida que as sessões forem decorrendo, em momentos específicos para o efeito ou no decorrer do balanço de competências. Os erros constantes do documento deverão ser identificados bem como as estratégias usadas durante o processo de RVCC para a sua superação. Contudo, não é necessário que o PRA seja obrigatoriamente "passado a limpo".
12 RVCC ESCOLAR / BÁSICO VALIDAÇÃO DE COMPETÊNCIAS As competências identificadas e reconhecidas durante o processo de Reconhecimento são depois validadas numa sessão, na qual o adulto e a equipa do Rede Valorizar analisam e avaliam o PRA, face ao Referencial de Competências-Chave, identificando as competências a validar e a evidenciar/desenvolver, através da continuação do processo de RVCC ou formação complementar a desenvolver. Caso se entenda que o candidato reúne as condições para concluir o seu processo (com certificação total ou parcial) será encaminhado para a sessão de júri de certificação. RVCC ESCOLAR / BÁSICO CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS A certificação de competências realiza-se perante um Júri de Certificação, constituído pelo Profissional de Reconhecimento e Validação de Competências que acompanhou o adulto e pelos formadores das áreas de competências-chave. Esta sessão representa o momento final que corresponde ao final dos processos de RVCC, assumindo várias funções, designadamente encerramento oficial e público dos processos RVCC, legitimação social dos mesmos e avaliação final dos candidatos. O Processo de RVCC pode conduzir a uma certificação total (equivalente ao 1.º, 2.º ou 3.º ciclo do ensino básico) ou parcial, das respetivas competências. A conclusão do nível básico dá lugar à emissão de um diploma e de um certificado de qualificações, que atesta as unidades de competência certificadas. O mesmo modelo de certificado de qualificações é emitido quando o candidato apenas obtém uma qualificação parcial. Nesta situação, o certificado indica quais as unidades de competência certificadas através do processo de RVCC. Para cada adulto certificado é definido um Plano de Desenvolvimento Pessoal, tendo em vista a continuação do seu percurso de qualificação/aprendizagem ao longo da vida após o processo de RVCC. Este Plano, articulado entre a equipa pedagógica e o adulto em sessões individuais, toma forma na definição do projeto pessoal e profissional do adulto, com a identificação de possibilidades de prosseguimento das aprendizagens, de apoio ao desenvolvimento de iniciativas de criação de auto emprego e/ou de apoio à progressão/reconversão profissional.
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