AGRAVO DE INSTRUMENTO N.º , DE CASVAVEL 1.ª VARA CÍVEL
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- Cármen Figueiroa Rios
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1 AGRAVO DE INSTRUMENTO N.º , DE CASVAVEL 1.ª VARA CÍVEL AGRAVANTE : ELIAS ZORDAN AGRAVADO : OSMAR ANTÔNIO SERAFINI RELATOR : DESEMBARGADOR Francisco Pinto RABELLO FILHO Decisão interlocutória Ausência de fundamentação Inexistência desse defeito Acolhimento de razões contidas em petição, com base nas quais é proferida a decisão, embora sem as transcrever Razões que inexoravelmente passam a integrar a decisão Desnecessidade de o juiz transcrever na decisão a fundamentação contida na petição, para que só assim se possa dizer motivada a decisão Rigorismo exagerado e desnecessário Princípio da motivação das decisões judiciais CF, art. 93, inc. IX CPC, art Recurso parcialmente provido. I Contém motivação a decisão interlocutória em que o juiz, embora sem transcrever, adota a fundamentação contida em petição, e com base nessa, profere o ato decisional. Execução Penhora de veículo Substituição de penhora Inocorrência Penhora que não foi desfeita. Depositário judicial Alienação do automóvel penhorado Depositário infiel Prisão civil Impossibilidade Evolução da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), consagrada na sessão de 3/12/2008, que afastou as hipóteses de prisão por dívida do depositário judicial infiel HC TO, RE RS e RE SP. Recurso parcialmente provido. II O entendimento firmado pela Suprema Corte é no sentido de que a prisão civil por dívida é aplicável exclusivamente no caso de inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia, sendo inviável, por conseguinte, a decretação de prisão civil de depositário infiel, seja qual for a modalidade do depósito.
2 Agravo de instrumento n.º (13.ª Câmara Cível) e Página 2 de 12 Vistos, relatados e discutidos estes autos de agravo de instrumento n.º , de Cascavel, 1.ª Vara Cível, em que em que é agravante Elias Zordan e agravado, Osmar Antonio Serafini. Exposição 1. Elias Zordan interpõe o presente agravo de instrumento contra respeitável decisão interlocutória (f. 21) proferida pelo digno juiz de direito 1 da 1.ª Vara Cível de Cascavel na ação de execução de título extrajudicial que em face de si move Osmar Antonio Serafini, consistente, dita decisão, em determinar à parte agravante a entrega do veículo penhorado, de que ficou como depositária, ou o depósito do valor desse bem, no prazo de cinco dias, sob pena de prisão, em virtude de requerimento da parte exequente-agravada, com informação de que o executado vendeu dito veículo Petição recursal (fs. 2-7): i) houve uma penhora de dinheiro posterior a penhora do veículo, fato este que substituiu a penhora do automóvel; ii) a decisão não está fundamentada; iii) não houve avaliação do bem, sendo por isso impossível realizar o depósito do valor; iii) há impossibilidade de ser decretada a prisão de depositário infiel Sem atribuição de efeito suspensivo ao recurso (fs ), a parte agravada apresentou resposta (fs ) e o digno juiz da causa prestou informações (f. 81), oportunidade em que comunicou a reforma parcial da decisão, para determinar a avaliação indireta do veículo.
3 Agravo de instrumento n.º (13.ª Câmara Cível) e Página 3 de 12 Voto 2. O recurso merece conhecimento, na medida em que estão presentes os pressupostos de admissibilidade recursal, assim os intrínsecos (cabimento, legitimação e interesse em recorrer), como os extrínsecos (tempestividade, regularidade formal, inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer e preparo). 3. A nulidade da decisão 3.1. Afirma o agravante (f. 4, penúltimo parágrafo) que a decisão não apresenta fundamentação para determinar o depósito do valor do bem, ou a decretação de prisão, o que implica em sua nulidade, por inobservância do princípio da motivação das decisões judiciais (CF, art. 93, inc. IX; CPC, art. 165) É preciso não olvidar, contudo, que o exequente apresentou ao juiz petição fundamentada (fs ), instruída com documentos (f. 25), comprovando a alienação do veículo, quando requereu intimação do executado-agravante para apresentar o bem, ou seu equivalente em dinheiro, sob pena de prisão O juiz da causa, então, com base nessa fundamentação e comprovação, proferiu a decisão agravada (f. 21), ordenando ao executado a entrega do veículo, ou o depósito do valor, no prazo de cinco dias, sob pena de prisão O que se tem, por conseguinte, é que a decisão acolheu, sem 1 Juiz Fabrício Priotto Mussi.
4 Agravo de instrumento n.º (13.ª Câmara Cível) e Página 4 de 12 transcrever, como seria ao gosto do agravante, a fundamentação posta na petição do exequente Então, é perguntar: qual a fundamentação da decisão? Respondo: a fundamentação contida naquela petição No momento em que o juiz adotou, quando ele acolheu a fundamentação apresentada pelo exequente, essa motivação passou a ser a da decisão, foi incorporada, ela passou a fazer parte da decisão, sem necessidade vá lá mais esta obviedade de que a fundamentação da petição fosse transcrita (= reescrita) na decisão interlocutória, para que somente assim ela pudesse estar fundamentada Por outro giro verbal: contém motivação a decisão interlocutória em que o juiz, embora sem transcrever, adota a fundamentação contida em petição, e com base nessa, profere o ato decisional Então, fundamentada está a decisão interlocutória. 4. A falta de avaliação do bem 4.1. Ao prestar informações (f. 81) o digno juiz da execução esclarece que já tomou essa providência, ordenando a avaliação indireta do veículo, em virtude do que fica prejudicada essa alegação, contida no agravo. 5. A substituição da penhora
5 Agravo de instrumento n.º (13.ª Câmara Cível) e Página 5 de Alega a parte agravante que posteriormente à penhora do veículo, houve penhora de dinheiro, fato este que caracteriza substituição de penhora Contudo, não lhe assiste razão É que houve penhora de crédito do executado-agravante no rosto dos autos n. 266/1990, da 3.ª Vara Cível de Cascavel, onde, no entanto, o crédito do executado foi depois tido por inexistente, de modo que essa penhora foi nenhuma, com o que continuou de pé a penhora do veículo A penhora do veículo, aliás, sequer chegou a ser levantada. 6. A prisão do depositário infiel 6.1. Como o executado-agravante, que era depositário judicial do veículo, alienou esse automóvel (f. 25), o digno juiz da execução, acolhendo postulação do exequente-agravado, ordenou sua intimação (do executado) para que apresente o veículo, ou seu equivalente em dinheiro, sob pena de prisão Sucede, quanto a isso, que o Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária de 3/12/2008, ao julgar o Habeas Corpus TO (Marco Aurélio) e os Recursos Extraordinários RS (Britto) e SP (Peluso), decidiu que a prisão civil por dívida é aplicável somente ao responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia Com isso, a evolução da jurisprudência da Suprema Corte foi
6 Agravo de instrumento n.º (13.ª Câmara Cível) e Página 6 de 12 no sentido de que a proibição se estende aos casos de depositário infiel, inclusive o depositário judicial, sendo, naquela ocasião, revogada a súmula 619, daquela Corte, segundo a qual a prisão do depositário judicial pode ser decretada no próprio processo em que se constituiu o encargo, independentemente da propositura de ação de depósito A notícia 2 desse julgamento conjunto, publicada no site do Supremo Tribunal, é bem explicativa desse novo entendimento: STF restringe a prisão civil por dívida a inadimplente de pensão alimentícia Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou, nesta quartafeira (03), o Recurso Extraordinário (RE) e, por unanimidade, negou provimento ao RE , que discutiam a prisão civil de alienante fiduciário infiel. O Plenário estendeu a proibição de prisão civil por dívida, prevista no artigo 5º, inciso LXVII, da Constituição Federal (CF), à hipótese de infidelidade no depósito de bens e, por analogia, também à alienação fiduciária, tratada nos dois recursos. Assim, a jurisprudência da Corte evoluiu no sentido de que a prisão civil por dívida é aplicável apenas ao responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia. O Tribunal entendeu que a segunda parte do dispositivo constitucional que versa sobre o assunto é de aplicação facultativa quanto ao devedor excetuado o inadimplente com alimentos e, também, ainda carente de lei que defina rito processual e prazos. Súmula revogada Também por maioria, o STF decidiu no mesmo sentido um terceiro processo versando sobre o mesmo assunto, o Habeas Corpus Para dar consequência a esta decisão, revogou a Súmula 619, do STF, segundo a qual a prisão do depositário judicial pode ser decretada no próprio processo em que se constituiu o encargo, independentemente da propositura de ação de depósito. Ao trazer o assunto de volta a julgamento, depois de pedir vista em março deste a- 2 Disponível em: Acesso em: 16/12/2008.
7 Agravo de instrumento n.º (13.ª Câmara Cível) e Página 7 de 12 no, o ministro Carlos Alberto Menezes Direito defendeu a prisão do depositário judicial infiel. Entretanto, como foi voto vencido, advertiu que, neste caso, o Tribunal teria de revogar a Súmula 619, o que acabou ocorrendo. As ações Nos REs, em processos contra clientes, os bancos Itaú e Bradesco questionavam decisões que entenderam que o contrato de alienação fiduciária em garantia é insuscetível de ser equiparado ao contrato de depósito de bem alheio (depositário infiel) para efeito de prisão civil. O mesmo tema estava em discussão no HC 87585, em que Alberto de Ribamar Costa questiona acórdão do STJ. Ele sustenta que, se for mantida a decisão que decretou sua prisão, estará respondendo pela dívida através de sua liberdade, o que não pode ser aceito no moderno Estado Democrático de Direito, não havendo razoabilidade e utilidade da pena de prisão para os fins do processo. Ele fundamentou seu pleito na impossibilidade de decretação da prisão de depositário infiel, à luz da redação trazida pela Emenda Constitucional 45, de 31 de dezembro de 2004, que tornou os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos equivalentes à norma constitucional, a qual tem aplicação imediata, referindo-se ao pacto de São José da Costa Rica, do qual o Brasil é signatário. Direitos humanos e gradação dos tratados internacionais Em toda a discussão sobre o assunto prevaleceu o entendimento de que o direito à liberdade é um dos direitos humanos fundamentais priorizados pela Constituição Federal (CF) e que sua privação somente pode ocorrer em casos excepcionalíssimos. E, no entendimento de todos os ministros presentes à sessão, neste caso não se enquadra a prisão civil por dívida. A Constituição Federal não deve ter receio quanto aos direitos fundamentais, disse o ministro Cezar Peluso, ao lembrar que os direitos humanos são direitos fundamentais com primazia na Constituição. O corpo humano, em qualquer hipótese (de dívida) é o mesmo. O valor e a tutela jurídica que ele merece são os mesmos. A modalidade do depósito é irrelevante. A estratégia jurídica para cobrar dívida sobre o corpo humano é um retrocesso ao tempo em que o corpo humano era o 'corpus vilis' (corpo vil), sujeito a qualquer coisa. Ao proferir seu voto, a ministra Ellen Gracie afirmou que o respeito aos direitos
8 Agravo de instrumento n.º (13.ª Câmara Cível) e Página 8 de 12 humanos é virtuoso, no mundo globalizado. Só temos a lucrar com sua difusão e seu respeito por todas as nações, acrescentou ela. No mesmo sentido, o ministro Menezes Direito afirmou que há uma força teórica para legitimar-se como fonte protetora dos direitos humanos, inspirada na ética, de convivência entre os Estados com respeito aos direitos humanos. Tratados e convenções proíbem a prisão por dívida Menezes Direito filiou-se à tese hoje majoritária, no Plenário, que dá status supralegal (acima da legislação ordinária) a esses tratados, situando-os, no entanto, em nível abaixo da Constituição. Essa corrente, no entanto, admite dar a eles status de constitucionalidade, se votados pela mesma sistemática das emendas constitucionais (ECs) pelo Congresso Nacional, ou seja: maioria de dois terços, em dois turnos de votação, conforme previsto no parágrafo 3º, acrescido pela pela Emenda Constitucional nº 45/2004 ao artigo 5º da Constituição Federal. No voto que proferiu em 12 de março, quando o julgamento foi interrompido por pedido de vista de Menezes Direito, o ministro Celso de Mello lembrou que o Pacto de São José da Costa Rica sobre Direitos Humanos, ratificado pelo Brasil em 1992, proíbe, em seu artigo 7º, parágrafo 7º, a prisão civil por dívida, excetuado o devedor voluntário de pensão alimentícia. O mesmo, segundo ele, ocorre com o artigo 11 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, patrocinado em 1966 pela Organização das Nações Unidas (ONU), ao qual o Brasil aderiu em 1990.Até a Declaração Americana dos Direitos da Pessoa Humana, firmada em 1948, em Bogotá (Colômbia), com a participação do Brasil, já previa esta proibição, enquanto a Constituição brasileira de 1988 ainda recepcionou legislação antiga sobre o assunto. Também a Conferência Mundial sobre Direitos Humanos, realizada em Viena (Áustria), em 1993, com participação ativa da delegação brasileira, então chefiada pelo exministro da Justiça e ministro aposentado do STF Maurício Corrêa, preconizou o fim da prisão civil por dívida. O ministro lembrou que, naquele evento, ficou bem marcada a interdependência entre democracia e o respeito dos direitos da pessoa humana, tendência que se vem consolidando em todo o mundo. O ministro invocou o disposto no artigo 4º, inciso II, da Constituição, que preconiza a prevalência dos direitos humanos como princípio nas suas relações internacionais, para defender a tese de que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, mesmo os firmados antes do advento da Constituição de 1988, devem ter o mesmo status
9 Agravo de instrumento n.º (13.ª Câmara Cível) e Página 9 de 12 dos dispositivos inscritos na Constituição Federal (CF). Ele ponderou, no entanto, que tais tratados e convenções não podem contrariar o disposto na Constituição, somente complementá-la. A CF já dispõe, no parágrafo 2º do artigo 5º, que os direitos e garantias nela expressos não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Duas teses O ministro Menezes Direito filiou-se à tese defendida pelo presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, que concede aos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos a que o Brasil aderiu um status supralegal, porém admitindo a hipótese do nível constitucional delas, quando ratificados pelo Congersso de acordo com a EC 45 (parágrafo 3º do artigo 5º da CF). Neste contexto, o ministro Gilmar Mendes advertiu para o que considerou um "risco para a segurança jurídica" a equiparação dos textos dos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos de que o Brasil é signatário ao texto constitucional. Segundo ele, o constituinte agiu com maturidade ao acrescentar o parágrafo 3º ao artigo 5º da CF. No mesmo sentido se manifestaram os ministros Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia, além de Menezes Direito. Foram votos vencidos parcialmente - defendendo o status constitucional dos tratados sobre direitos humanos os ministros Celso de Mello, Cezar Peluso, Eros Grau e Ellen Gracie Aliás, esse entendimento, agora consolidado, já vinha sendo aplicado pela Suprema Corte, do que ponho um ou outro exemplo agora ao alcance da mão: DIREITO PROCESSUAL. HABEAS CORPUS. PRISÃO CIVIL DO DEPOSITÁ- RIO INFIEL. PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA. ALTERAÇÃO DE ORIENTA- ÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO STF. CONCESSÃO DA ORDEM. 1. A matéria em julgamento neste habeas corpus envolve a temática da (in)admissibilidade da prisão civil do depositário infiel no ordenamento jurídico brasileiro no período posterior ao ingresso do Pacto de São José da Costa Rica no direito nacional.
10 Agravo de instrumento n.º (13.ª Câmara Cível) e Página 10 de O julgamento impugnado via o presente habeas corpus encampou orientação jurisprudencial pacificada, inclusive no STF, no sentido da existência de depósito irregular de bens fungíveis, seja por origem voluntária (contratual) ou por fonte judicial (decisão que nomeia depositário de bens penhorados). Esta Corte já considerou que o depositário de bens penhorados, ainda que fungíveis, responde pela guarda e se sujeita a ação de depósito (HC n /SP, rel. Min. Maurício Corrêa, 2ª Turma, DJ de ). Neste mesmo sentido: HC /PR, rel. Min. Sydney Sanches, 1ª Turma, DJ ). 3. Há o caráter especial do Pacto Internacional dos Direitos Civis Políticos (art. 11) e da Convenção Americana sobre Direitos Humanos - Pacto de San José da Costa Rica (art. 7, 7), ratificados, sem reserva, pelo Brasil, no ano de A esses diplomas internacionais sobre direitos humanos é reservado o lugar específico no ordenamento jurídico, estando abaixo da Constituição, porém acima da legislação interna. O status normativo supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil, torna i- naplicável a legislação infraconstitucional com ele conflitante, seja ela anterior ou posterior ao ato de ratificação. 4. Na atualidade a única hipótese de prisão civil, no Direito brasileiro, é a do devedor de alimentos. O art. 5, 2, da Carta Magna, expressamente estabeleceu que os direitos e garantias expressos no caput do mesmo dispositivo não excluem outros decorrentes do regime dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. O Pacto de São José da Costa Rica, entendido como um tratado internacional em matéria de direitos humanos, expressamente, só admite, no seu bojo, a possibilidade de prisão civil do devedor de alimentos e, consequentemente, não admite mais a possibilidade de prisão civil do depositário infiel. 5. Habeas corpus concedido. 3 PRISÃO CIVIL. Decretação em execução fiscal. Depósito judicial. Depositário infiel. Inadmissibilidade. Questão objeto do julgamento pendente do Plenário no RE nº Inconstitucionalidade já reconhecida por nove (9) votos. Razoabilidade jurídica quanto à tese de constrangimento ilegal. HC não conhecido. Ordem concedida de ofício. O Supremo Tribunal Federal inclina-se a reconhecer a inconstitucionalidade das normas que autorizem decretação da prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. 4 3 STF, 2.ª Turma, HC SP, unânime, rel. min. Ellen Gracie, j. 7/10/2008, in DJe 24/10/ STF, 2.ª Turma, HC MG, unânime, rel. min. Cezar Peluso, j. 16/9/2008, in DJe 7/11/2008 o destaque em negrito é do origi-
11 Agravo de instrumento n.º (13.ª Câmara Cível) e Página 11 de Em suma, o entendimento firmado pela Suprema Corte é no sentido de que a prisão civil por dívida é aplicável exclusivamente no caso de inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia, sendo inviável, por conseguinte, a decretação de prisão civil de depositário infiel, seja qual for a modalidade do depósito. 7. Conclusão 7.1. Passando-se as coisas desta maneira, meu voto é no sentido de que se dê parcial provimento ao recurso, apenas para afastar-se a possibilidade de prisão do executado-agravante. Decisão 8. À face do exposto, ACORDAM os integrantes da Décima Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso, nos termos do voto do relator O julgamento foi presidido pelo Senhor Desembargador Cláudio Andrade, sem voto, e dele participaram, além do signatário (relator), os Senhores Desembargador Gamaliel Seme Scaff e Juiz Luis Carlos Xavier. Curitiba, 11 de fevereiro de 2009 (data do julgamento). nal.
12 Agravo de instrumento n.º (13.ª Câmara Cível) e Página 12 de 12 RELATOR
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