RELATÓRIO DE CONCRETIZAÇÃO DO PROCESSO DE BOLONHA

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1 RELATÓRIO DE CONCRETIZAÇÃO DO PROCESSO DE BOLONHA Ano lectivo 2008/2009 DEPARTAMENTO Escola Superior de Saúde CURSO Terapia da Fala 1.INTRODUÇÃO Os cursos de Saúde do Ensino Superior Politécnico só fizeram a transição para Bolonha no ano lectivo de 2008/9. Para estes cursos, a Licenciatura (1º Ciclo) tem a duração de quatro anos, igual à das antigas Licenciaturas Bietápicas. Nesta medida, o processo de transição estava facilitado. Porém, no caso da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro, que começou a funcionar em 2001/2, sentia-se a necessidade de introduzir melhorias nos planos de estudos. Assim, àquelas melhorias juntaram-se as modificações decorrentes do processo de Bolonha, daí resultando cursos substancialmente renovados. Durante este primeiro ano lectivo de 2008/9, podiam coexistir o plano de estudos antigo e o resultante do Processo de Bolonha, pelo que este relatório apenas abrange o 1º ano do curso. 2.RENDIMENTO ESCOLAR Avaliados / Aprovados / Média dos Ano Unidade Curricular Inscritos avaliados Aprovados 1º Anatomia e Fisiologia I 1,0 1,0 12,41 Anatomia e Fisiologia II 1,0 1,0 12,55 Instrumentação 1,0 1,0 13,41 AnatomoFisiologia Aplicada 1,0 0,86 12,95 Psicolinguística 1,0 1,0 16,14 Estruturas Organizacionais e Sociais da Saúde 1,0 1,0 13,27 Tecnologias de Informação em Saúde 1,0 1,0 14,90 Linguística Aplicada 1,0 1,0 15,82 Fonética Experimental 1,0 1,0 12,14 Introdução à Patologia da Comunicação 1,0 1,0 13,91 Tabela 1 Aproveitamento escolar COMENTÁRIO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DO RENDIMENTO ESCOLAR A percentagem de aprovações é bastante elevada, como tem acontecido nos cursos da ESSUA. Em dez UC, 9 têm 100% de aprovações. As UC apresentam médias muito equilibradas entre os 12 e os 16, havendo harmonia entre as UC consideradas transversais ( Anatomia e Fisilogia I e II, EOSS, TIS) e aquelas mais específicas (Psicolinguística, Linguística Aplicada, Introdução à Patologia da Comunicação, Fonética Experimental I, Instrumentação e AnatomoFisiologia Aplicada). Verifica-se que as notas das UC do 1º e 2º semestres têm uma média muito similar, o que em primeira análise, se deve ao cuidado de desde o início da formação proporcionarmos ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE Radiologia 1/6

2 uma distribuição igualitária das UC transversais e específicas como estratégia promotora de maior motivação por parte dos estudantes. 3.TIPOLOGIA DE AVALIAÇÃO DAS UNIDADES CURRICULARES Ano Unidade Curricular Contínua Mista Final 1º Anatomia e Fisiologia I Estruturas Organizacionais e Sociais da Saúde Instrumentação Tecnologias de Informação em Saúde Fonética Experimental AnatomoFisiologia Aplicada Psicolinguística Anatomia e Fisiologia II Linguística Aplicada Introdução à Patologia da Comunicação Verbal Tabela 2 Tipologia de avaliação 4.A OPINIÃO DOS ALUNOS Ano Unidade Curricular Respostas / Inscritos (%) G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 1º Anatomia e Fisiologia I 27,3% 3,5 3,7 4,0 3,5 3,5 3,2 2,8 Linguística Aplicada 22,7% 4,4 4,4 4,6 4,2 4,6 4,6 4,4 Estruturas Organizacionais e Sociais da Saúde 22,7% Tecnologias de Informação em Saúde 18,2% 4,2 4,2 4,2 4,0 4,0 4,0 4,2 4,0 4,0 3,8 3,8 3,3 3,0 3,3 Fonética Experimental 1 4,5% 3,0 3,0 3, ,0 4,0 4,0 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 AnatomoFisiologia Aplicada 86,36% 4,61 6,22 6,21 5,22 5,11 5,74 5,5 5,88 5,71 7,79 8,22 Anatomia e Fisiologia II 86,36% 5,84 7,05 5,42 5,37 6,55 6,7 6,11 5,67 5,83 6,75 7,5 Psicolinguistica 63,6% 6,44 6,5 6,37 4,82 5,35 7,26 7,28 6,88 6,24 4,42 4,95 Introdução à Patologia da Comunicação 90,9% 6,63 6,37 7,2 5,22 6,55 6,5 6 6,72 6,11 5,15 6,4 Instrumentação 86,36% 4,47 5,37 4,89 5,95 6,6 4,05 3,89 4,67 4,5 7,2 7,4 Tabela 3 Resultados dos inquéritos sobre as unidades curriculares (valores médios) ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE Radiologia 2/6

3 ECTS estimados pelos Ano Unidade Curricular ECTS atribuídos alunos (Mediana) Desvio 1º Anatomia e Fisiologia I 6 5 0,59 Linguística Aplicada 6 Sem dados Sem dados Estruturas Organizacionais e Sociais da Saúde Tecnologias de Informação em Saúde Fonética Experimental 1 AnatomoFisiologia Aplicada Anatomia e Fisiologia II 6 4 0, ,36 8 Sem dados Sem dados 6 8 3,02 6 7,5 3,24 Psicolinguistica 6 4 1,31 Introdução à Patologia da Comunicação 6 6 1,41 Instrumentação 6 6 2,38 Tabela 4 ECTS - Resultados dos inquéritos sobre as disciplinas (Mediana) COMENTÁRIO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS INQUÉRITOS (com recomendações máx caracteres) 1. Nos resultados dos inquéritos sobre as disciplinas, temos de distinguir o 1º do 2º semestre, porque as questões e as escalas de classificação são diferentes (1-5 e 0-9, respectivamente). No 1º semestre, todas as respostas são positivas (>= 2,5), situando-se entre 2,8 e 4,6. As notas máximas foram atribuídas a Linguística Aplicada quanto à articulação das actividades desenvolvidas na u.c e os objectivos definidos assim como quanto à adequação da avaliação aos objectivos definidos. É ainda esta U.C. que apresenta os valores mais altos de avaliação em geral. De referir que estes resultados acontecem num nº muito reduzido de respostas (4,5% a 27,3%). No segundo semestre, Instrumentação é a única UC que tem itens classificados negativamente (<4,5): coordenação das várias componentes, adequação dos métodos de avaliação e funcionamento global. Esta UC é também a que teve a pior nota em oito dos onze itens, e valores mais altos quanto a volume de trabalho/tempo exigido para obter aprovação final e grau de dificuldade dos conteúdos ( neste caso só ultrapassada pela UC Anatomofisiologia Aplicada) Verifica-se que as UC específicas têm genericamente as melhores classificações (com excepção de AnatomoFisiologia Aplicada em dois itens). É significativo o aumento do nº de respostas que pode ser explicado pela maior consciência do estudante do seu papel co-activo neste processo, assim como a maior harmonia de resultados entre os vários itens em cada uma das UC. 2. Em relação aos ECTS, podemos ver que há 2 UC sem dados. Dos resultados fornecidos não constatamos diferenças muito significativas conforme se trata de unidades curriculares específicas ou comuns. De salientar que, nas UC comuns, no 1º semestre, os créditos estimados são inferiores (uma ou duas unidades) aos atribuídos, e o desvio padrão é relativamente pequeno, entre 0,36 e 0,69, e no 2º semestre, a mediana é sensivelmente igual ou superior ao valor atribuído, mas o desviopadrão é relativamente grande, entre 1,31 e3,24. ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE Radiologia 3/6

4 3. No que diz respeito à avaliação dos docentes, novamente temos de distinguir o 1º do 2º semestre, porque as questões e as escalas de classificação são diferentes (1-5 e 0-9, respectivamente). 3.1 Em relação ao 1º semestre, as classificações globais variam entre 2,1 e 5. Classificações negativas (<2,5) são atribuídas a um docente por falta de acompanhamento do trabalho do aluno. O conjunto dos docentes tem melhor pontuação média na clareza da comunicação, no respeito pelo aluno e disponibilidade de atendimento aos alunos (4,75-4,57-4,56) e pior (3,68) no acompanhamento do trabalho do aluno. 3.2 Em relação ao 2º semestre, há que referir que apenas um docente tem itens com classificação negativa (<4,5), em relação ao acompanhamento do trabalho do aluno; no acompanhamento do trabalho do aluno, na capacidade de estímulo e motivação dos alunos os alunos e ainda na clareza de exposição. Os itens com classificações mais altas são o domínio dos conteúdos programáticos, disponibilidade de atendimento e a pontualidade do docente. A avaliação global de cada docente é positiva; as classificações estão entre 4,65 e 7,25, sendo o máximo Em suma, uma das UC apresenta alguns problemas, do ponto de vista dos alunos, que têm de ser averiguados. É ainda necessário remediar a situação de pouca disponibilidade de alguns docentes para acompanharem o trabalho dos alunos. 5. INSERÇÃO NA VIDA ACTIVA Referir a existência de iniciativas que promovam a aproximação entre a universidade e o tecido empresarial e social, por ex., a promoção de estágios, de projectos com parceiros empresariais ou institucionais, palestras com convidados do mundo empresarial, feiras de emprego e dados existentes sobre empregabilidade (máx caracteres) Nos cursos do Ensino Superior Politécnico, a inserção na vida activa está facilitada pelo facto de a formação ter em vista licenciar o formando para exercer uma profissão de perfil bem definido. Isto é particularmente verdade na área das Tecnologias da Saúde, em que o exercício profissional está definido por decreto-lei. Na ESSUA, uma fracção significativa dos docentes são ou foram profissionais da especialidade do curso ou de áreas afins. A formação prática de algumas UC é feita em serviços de educação, de hospitais ou clínicas. Do 2º ao 4º ano lectivos, os alunos têm 60 ECTS que decorrem em ambiente clínico (estágios). Para isto ser possível, a ESSUA tem uma rede considerável de instituições de saúde que acolhem os seus estudantes para realizarem estágios. A empregabilidade não está bem estudada, mas os contactos informais com antigos alunos indicam que a situação ainda não é preocupante uma vez que na sua maioria os antigos estudantes já trabalham em part-time pelo menos. 6.MEDIDAS PARA A MELHORIA DA QUALIDADE Nas profissões associadas ao ensino superior politécnico de saúde, atingimos a saturação do mercado de trabalho. Passámos a fase em que era necessário formar rapidamente uma grande quantidade de profissionais, para a fase actual em que praticamente apenas precisamos de formar para repor os que se retiram do mercado de trabalho e pouco mais. Sendo assim, podemos dar mais ênfase à qualidade da formação. Para se ter profissionais de saúde altamente qualificados, o ideal era começar-se por seleccionar os estudantes que, através de testes adequados, se revelassem vocacionados para estas ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE Radiologia 4/6

5 profissões. Porém, tal não é possível as escolas superiores de saúde têm de aceitar os alunos que as escolham e que tenham classificação suficiente para satisfazer o numerus clausus. Mas, independentemente da selecção, o ponto crucial é a formação e a avaliação. Uma não pode estar separada da outra, não porque a formação prepare para a avaliação, mas porque a formação tem de ser aferida, ao mesmo tempo que a avaliação deve sempre ter carácter formativo. Só assim podemos garantir que os formandos adquiram as competências inerentes a cada profissão. No âmbito das ciências e tecnologias da saúde, a UA tem-se preocupado em proporcionar uma formação adequada não só ao perfil profissional no tempo presente, mas que também capacite os licenciados para se adaptarem às mudanças que inevitavelmente vão ter de enfrentar ao longo da sua vida profissional. Tal preocupação é visível desde logo no desenho dos planos de estudos: transversalidade, transdisciplinaridade, competências em sistemas de informação, Mais recentemente, a UA investiu na adopção do método de Aprendizagem Baseada em Problemas e da Avaliação Baseada em Critérios, nos cursos de Saúde. A transição para Bolonha, que ocorreu no ano lectivo de 2008/9 no ensino politécnico de saúde, criou a oportunidade para um surto reformador com vista a aumentar a qualidade da formação. 6.1 NOVAS METODOLOGIAS DE ENSINO As mudanças operadas nos planos de estudo têm vindo a ser acompanhadas de mudanças quer no tipo de aulas formalmente, acabaram as aulas teóricas quer no sistema de avaliação. Este, ao enfatizar a avaliação de competências, vai estimulando a que o sistema de ensino enfatize a aprendizagem activa (aquisição de competências). Tem de ser desenvolvido um grande esforço no sentido de substituir actividades de ensino expositivo por actividades de aprendizagem activa. Começaram a introduzir-se algumas sessões com discussão de problemas, estudos de caso, e trabalho em grupos estruturados ( cooperative learning ). Todavia, este é um processo moroso, que exige um período prolongado de adaptação e de aprendizagem por parte dos docentes. 6.2 MEDIDAS DE APOIO AO SUCESSO Enunciar as medidas tomadas e o seu reflexo no sucesso escolar (máx caracteres) A taxa de aprovação dos estudantes na área da Saúde é perto dos 100%, pelo que aqui deve entender-se por apoio ao sucesso mais como o incentivo à elevação do nível de competência. O sistema de avaliação baseada em critérios, adoptado na maioria da UC, obriga a uma grande interacção entre o docente e o aluno, para que este seja informado das falhas de aprendizagem, vá tentar colmatar essas falhas e volte a contactar o docente para demonstrar que o conseguiu. Este sistema tem um grande valor formativo e leva a uma aprendizagem mais consolidada. 6.3 COMPETÊNCIAS TRANSVERSAIS Evidenciar as competências transversais desenvolvidas no âmbito do curso, nomeadamente, competências de pesquisa e de seriação de informação, de trabalho em equipa, de trabalho de projecto, de exposição e defesa oral de trabalhos, de análise crítica do quotidiano político-social, referenciando-as às unidades curriculares do curso (máx caracteres) O plano de estudos contempla unidades curriculares comuns a todos os cursos que cultivam competências transversais. No 1º ano lectivo, a análise crítica do quotidiano político-social é trabalhada em Estruturas Organizacionais e Sociais da Saúde. O trabalho em equipa é cultivado, em maior ou menor grau, em todas as UC, em particular naquelas que têm componentes práticas, como é o caso das UC específicas. Trabalhos de projecto, de exposição e defesa oral de trabalhos, não são frequentes no 1º ano do curso. A pesquisa e seriação de informação são porventura as competências menos desenvolvidas, já que os alunos limitam-se muito às cópias das apresentações teóricas disponibilizadas pelos docentes. ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE Radiologia 5/6

6 6.4 SUGESTÕES DE ALTERAÇÕES A INTRODUZIR Devem ser tomadas medidas no sentido de : Levar os estudantes a dedicarem um tempo de trabalho mais próximo dos crédito atribuídos, em particular nas UC em que há um défice em relação ao previsto. Aumentar as actividades de aprendizagem activa e de trabalho em equipa, nomeadamente através do sistema de cooperative learning, diminuindo as aulas expositivas. Aumentar a capacidade dos estudantes pesquisarem informação e de se habituarem a estudar por várias fontes, o que passa por um reforço da biblioteca universitária. Incentivar o trabalho autónomo dos estudantes em ambiente académico (na biblioteca, nos laboratórios, etc.). 7.CONCLUSÕES A concretização do processo de Bolonha não parece estar a ser problemática. As taxas de aprovação são muito elevadas e a média das classificações é à volta de 13 valores. Segundo os indicadores apresentados, poderá haver uma correlação entre o (menor) tempo que os estudantes dedicam às UC comuns, as (baixas) classificações a essas UC, e as (mais baixas) classificações médias atribuídas aos docentes. Os alunos classificam globalmente bem as UC (14 se a escala fosse 0-20 valores) e o conjunto dos docentes (também 14 na escala 0-20 valores). As recomendações mais importantes para a melhoria da qualidade são aumentar as actividades de aprendizagem activa e desenvolver a capacidade dos estudantes pesquisarem informação. ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE Radiologia 6/6