TERCEIRO SETOR. Financiamento com recursos do orçamento público e ou do setor privado
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- Artur Belmonte Galvão
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1 TERCEIRO SETOR Financiamento com recursos do orçamento público e ou do setor privado
2 Modalidade de apoio e financiamento por parte do Estado ESPÉCIE Auxílios Contribuições Subvenções PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Derivam da Lei do Orçamento e se destinam a entidades de direito público ou privado sem finalidade lucrativa. São concedidas em virtude de lei especial e se destinam a atender a ônus ou encargos assumidos pela União. Destinam-se a cobrir despesas de custeio de entidades públicas ou privadas e podem ser: a) Econômicas: concedidas a empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril, mediante autorização expressa e lei especial. b) Sociais: concedidas, independentemente de legislação especial, a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural sem finalidade lucrativa que visem à prestação de serviços essenciais de assistência social, médica e educacional. O valor da subvenção, sempre que possível, é calculado com base em unidade de serviço efetivamente prestado ou posto à disposição dos interessados.
3 Modalidade de apoio e financiamento por parte do Estado ESPÉCIE Convênios, acordos ou ajustes Contratos Termo de parceria (para Oscip somente) PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Apresentam meios jurídicos para execução de serviços de interesse recíproco dos órgãos e entidades da administração federal e de outras entidades públicas ou particulares, sempre em regime de cooperação. O convenio autoriza a aquisição de equipamentos e materiais permanentes, mas sua determinação deve estar predeterminada. Pressupõem, de um lado, o interesse do poder público na aquisição de bem ou serviço e, de outro, o recebimento de um importância em dinheiro. Devem respeitar regras das licitações. Alguns entendem que é possível adotar uma das modalidades da licitação, a de convite, para evitar restrições ao destino dos recursos na entidade contratada. Criado para atender às entidade que desenvolvem projetos conjuntos com o Estado e sofriam com a burocracia e as restrições dos convênios no tocante à sua duração limitada, impossibilidade de contratação de mão de obra adicional e relatórios formalistas. Essa modalidade traz inovações: pode ter período superior ao exercício fiscal, estipula metas e resultados a ser atingidos, fixa critérios de avaliação, estabelece obrigatoriedade de auditoria independente para valores superiores a R$ 600 mil e elaboração de cronograma físicofinanceiro, entre outras.
4 Modalidade de apoio e financiamento por parte do Estado ESPÉCIE Contratos de gestão (para organizações sociais somente) PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Embora chamados de contratos, aproximam-se dos convênios, já que prevêem a destinação de recursos para entidade sem fins lucrativos controlada pelo Estado sem que haja processo licitatório, além de pressupor cooperação mútua e interesse recíproco. Como as organizações sociais são originárias da transformação de fundações públicas, esta modalidade criada em 1998 é um meio de flexibilizar o fluxo de recursos dentro do Estado, não sendo acessível às organizações do terceiro setor. É importante ressaltar que na hipótese de remuneração de dirigentes haverá perda da isenção ou imunidade para IPI, Imposto de Importação, PIS, Cofins, Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doações, IPVA, INSS do empregador, SAT, salário-educação e CPMF>
5 Modalidade de apoio e financiamento por parte do Estado DOAÇÕES SUBSÍDIOS VENDAS E CONTRATOS CONTRIBUIÇÕES DE ASSOCIADOS Igrejas Universidades Associações de amigos Entidades de classe Partidos políticos Escolas subsidiadas Hospitais Sindicatos Organizações de campanha Organizações de arte Associações de moradores Associações voluntárias Organizações sociais Conselhos de treinamento Clubes Organizações profissionais Quadro - Classificação por fonte principal de recursos Fonte: Hudson (1999 p.241), com adaptações dos autores
6 FINANCIAMENTOS DE PROJETOS SOCIAIS E EDUCACIONAIS a) Doações de pessoas físicas 1. Doação permitida desde 1996 a qualquer entidade, mesmo as de utilidade pública; 2. Não oferece vantagem fiscal, exceto no caso de doações feitas ao Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente no limite máximo de 6% do valor do imposto de renda devido; 3. Outra possibilidade é a doação em favor de projetos culturais e investimentos realizados com incentivo às atividades audiovisuais.
7 FINANCIAMENTOS DE PROJETOS SOCIAIS E EDUCACIONAIS b) Doações de pessoas jurídicas CONTRIBUIÇÕES EM FAVOR DE: Instituições de ensino e pesquisa sem fins lucrativos, que destinem superávit à educação. Essas instituições têm de ser criadas por lei federal: universidades, faculdades e escolas técnicas. Entidades civis, constituídas no Brasil, sem finalidade lucrativa, que prestem serviços gratuitos em benefício de empregados da pessoa jurídica doadora e seus dependentes, ou em benefício da comunidade de outrem. TRATAMENTO DA DESPESA Dedutível até o limite de 1,5% do lucro operacional, sem computar despesas com a doação. Dedutível até o limite de 2% do lucro operacional, sem computar despesas com a doação. DEDUÇÃO NO IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA JURÍDICA Não dedutível, pois já é abatido do IRPJ como despesa. Não dedutível. 1. As doações quando feitas em dinheiro, deverão ser depositadas em conta corrente em nome da beneficiária; 2. A organização do terceiro setor deverá entregar uma declaração à doadora comprometendo-se a aplicar integralmente os recursos recebidos na realização dos seus objetivos sociais, com identificação da pessoa física responsável pelo seu cumprimento e a não distribuir lucros, bonificações ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou associados. 3. As organizações beneficiadas deverão apresentar a declaração de Utilidade Pública Federal ou sua qualificação de Oscip.
8 FINANCIAMENTOS DE PROJETOS SOCIAIS E EDUCACIONAIS c) Sorteios 1. Uma das maneiras mais comuns de obter receitas, mas é necessário autorização federal, a fim de que não causem prejuízos ou danos à população ou à economia popular; 2. Só pode ser utilizada se a entidade for de utilidade pública ou filantrópica e se os recursos forem utilizados na manutenção da obra social a que ela se dedica.
9 FINANCIAMENTOS DE PROJETOS CULTURAIS E ARTÍSTICOS A Lei Rouanet é a Lei que institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura PRONAC, visando a captação de recursos para investimentos em projetos culturais sendo regulamentada, principalmente, pela Lei 8.313/91, tendo como principais objetivos, promover, apoiar e incentivar a produção cultural e artística brasileira. O uso da Lei Rouanet é, em poucas palavras, extremamente vantajoso para a empresa, pois possibilita a confecção de um produto que será utilizado como peça de marketing para a imagem corporativa a custo zero. O incentivo fiscal da Lei Rouanet divide-se em: Projetos Especiais (art. 18 da Lei nº 8.313/91); e Outros Projetos (art. 26 da Lei nº 8.313/91).
10 Os projetos incentivados pelo art. 18 abrangem os seguintes segmentos culturais: artes cênicas: teatro, dança, circo, ópera, mímica; livros de valor artístico, literário ou humanístico: biblioteca, livros; música erudita; circulação de exposições de artes plásticas: pintura, escultura, gravura, exposição itinerante; doações de acervos para bibliotecas públicas; preservação do patrimônio cultural: arquitetônico, museu, acervo, folclore, artesanato. Já os projetos incentivados pelo art. 26 são os seguintes: teatro, dança, circo, ópera e mímica; produção cinematográfica, fotográfica e congêneres; literatura; música; artes plásticas, gravuras, filatelia e outros; folclore e artesanato; rádio e TV educativas (não comerciais); patrimônio cultural: histórico, arquitetônico, museus e bibliotecas.
11 Incentivos Fiscais (art. 18 da Lei 8.313/91) Para os projetos abrangidos pelo art. 18 da Lei 8.313/91, as pessoas físicas e jurídicas podem deduzir do imposto devido até 100% dos valores aplicados nestes projetos culturais, observando-se os limites de dedutibilidade a seguir: a) Pessoas Físicas que optaram pela declaração no modelo completo Até 6% do Imposto de Renda devido. b) Pessoas Jurídicas, desde que optantes pela sistemática do Lucro Real Até 4% do Imposto de Renda devido, calculado sobre a alíquota de 15%. Obs. Os valores deverão ser contabilizados como Despesa Operacional, devendo ser adicionados no LALUR (Livro de Apuração do Lucro Real) para fins de cálculo do Imposto de Renda e também na base de cálculo da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (art. 38 da IN nº 390/2004).
12 Incentivos Fiscais (art. 26 da Lei 8.313/91) Para os projetos abrangidos pelo art. 26 da citada Lei, as Pessoas Físicas podem reduzir do imposto devido, até 80% das doações (pagamentos sem publicidade), e 60% (para pagamentos com publicidade), e as Pessoas Jurídicas podem reduzir do seu imposto de renda até 40% do valor (pagamentos sem publicidade), e 30% no valor dos patrocínios (com publicidade), observando-se os limites de dedutibilidades a seguir: a) Pessoas Físicas que optaram pela declaração no modelo completo Até 6% do Imposto de Renda devido. b) Pessoas Jurídicas, desde que optantes pela sistemática do Lucro Real Até 4% do Imposto de Renda devido, calculado sobre a alíquota de 15%. Obs. As doações e patrocínios nos projetos culturais previstos no art. 26 da Lei nº 8.313/91, além da dedutibilidade parcial diretamente do Imposto de renda devido, também são dedutíveis como despesa operacional para fins do Imposto de Renda e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (art. 26, 1º da Lei 8.313/91).
13 QUADRO COMPARATIVO ENTRE OS INCENTIVOS FISCAIS SEM INCENTIVO ART. 18 ART LUCRO ANTES DO INCENTIVO FISCAL , , ,00 2 PATROCÍNIO LEI ROUANET , ,00 3 BASE DE CÁLCULO IRPJ E CSLL (1-2) , , ,00 4 IRPJ 15% , , ,00 5 ADIC. IRPJ ( ,00 X 10%) , , ,00 6 CSLL 9% , , ,00 7 DEDUÇÃO IRPJ LEI ROUANET ,00* 1.800,00** 8 IRPJ A PAGAR (4+5-7) , , ,00 10 TOTAL IRPJ E CSLL A PAGAR , , ,00 11 LUCRO LÍQUIDO (3-8-9) , , ,00 * Dedução de 100% do IRPJ a recolher (alíquota de 15%), conforme art. 18 da Lei 8.313/91 ** Dedução de 30% do IRPJ a recolher (alíquota de 15%), conforme art. 26 da Lei 8.313/91
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