CAPTAÇÃO DE RECURSOS POR MEIO DE INCENTIVOS FISCAIS FEDERAIS
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- Luís Galvão Palhares
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1 CAPTAÇÃO DE RECURSOS POR MEIO DE INCENTIVOS FISCAIS FEDERAIS Comissão de Direito do Terceiro Setor Danilo Brandani Tiisel
2 INCENTIVOS FISCAIS Contexto
3 MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS Características da Atividade Atividade planejada e complexa: envolve marketing, comunicação, relações públicas, elaboração de projetos, questões jurídicas e ética Objetivo: geração de diferentes recursos Apoio à finalidade principal da organização (meio)
4 INCENTIVOS FISCAIS Modalidades e Conceito
5 BENEFÍCIOS FISCAIS Benefícios tributários e incentivos fiscais Imunidades (limitação constitucional, de competência) Isenções (direito de cobrar tributo não exercido) Incentivos fiscais (dirigidos aos financiadores dos projetos sociais e culturais)
6 BENEFÍCIOS FISCAIS Imunidade Imunidade é uma proibição aos entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), prevista na Constituição Federal, de tributar determinadas pessoas, atos e fatos. Não é renúncia fiscal
7 BENEFÍCIOS FISCAIS Imunidade de impostos CF/1988 artigo 150, inciso VI, alínea c : imunidade de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades de educação e assistência social sem fins lucrativos Cumprir requisitos do artigo 14 do CTN
8 BENEFÍCIOS FISCAIS Isenção Regida por legislação infraconstitucional Pode ser revogada a qualquer tempo A obrigação tributária nasce, mas a organização é dispensada de pagar o tributo. Há o direito de cobrar, mas ele não é exercido
9 INCENTIVOS FISCAIS Estímulos concedidos pelo governo, na área fiscal, para que recursos sejam canalizados para segmentos específicos (econômico, cultural, social) Por um lado, os incentivos funcionam como estratégia de captação de recursos Por outro lado, os incentivos promovem a criação de uma cultura de participação cidadã
10 INCENTIVOS FISCAIS (FEDERAIS) Principais Modalidades no Terceiro Setor Doações para Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente Fundos do Idoso Entidades sem fins lucrativos que prestam serviços gratuitos de Utilidade Pública ou OSCIPs Operações de caráter cultural e artístico (Lei Rouanet) Projetos desportivos e paradesportivos PRONON E PRONAS/PCD
11 INCENTIVOS FISCAIS (FEDERAIS) Principais Modalidades no Terceiro Setor Formas de dedução do investimento incentivado Dedução da base de cálculo do Imposto de Renda como despesa operacional Dedução direta do valor do Imposto de Renda devido Combinação das duas formas anteriores
12 ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS QUE PRESTAM SERVIÇOS GRATUITOS DE UTILIDADE PÚBLICA OU OSCIPs Características
13 INCENTIVOS FISCAIS Doação para Organizações de UPF ou OSCIPs Lei nº 9.249/95 Quem pode se beneficiar do incentivo Pessoas jurídicas podem fazer doações diretas a entidades civis, sem fins lucrativos, constituídas no Brasil, utilizando esse incentivo específico As entidades devem prestar serviços gratuitos em benefício da comunidade
14 INCENTIVOS FISCAIS Doação para Organizações de UPF ou OSCIPs Lei nº 9.249/95 O valor da doação será deduzido como despesa operacional Limite da doação incentivada: até 2% do lucro operacional A declaração de Imposto de Renda da empresa doadora deve ser com base no Lucro Real (vedado às de lucro presumido ou Simples) 34% da doação é deduzida (deixa-se de pagar para o Governo e investe-se na entidade); 66% da doação é efetiva
15 INCENTIVOS FISCAIS UPF ou OSCIPs Exemplo em doação de 1 mi Limite: 2% do lucro operacional EXEMPLO DE INVESTIMENTO (R$) Descrição Sem Investimento Com Investimento Economia Tributária Lucro operacional , ,00
16 INCENTIVOS FISCAIS Doação para Organizações de UPF ou OSCIPs Limite: 2% do lucro operacional EXEMPLO DE INVESTIMENTO (R$) Descrição Sem Investimento Com Investimento Economia Tributária Lucro operacional , ,00 Valor máximo dedutível (2%) ,00
17 INCENTIVOS FISCAIS Doação para Organizações de UPF ou OSCIPs Limite: 2% do lucro operacional EXEMPLO DE INVESTIMENTO (R$) Descrição Sem Investimento Com Investimento Economia Tributária Lucro operacional , ,00 Valor máximo dedutível (2%) Lucro antes do IRPJ e da CSLL , , ,00
18 INCENTIVOS FISCAIS Doação para Organizações de UPF ou OSCIPs Limite: 2% do lucro operacional EXEMPLO DE INVESTIMENTO (R$) Descrição Sem Investimento Com Investimento Economia Tributária Lucro operacional , ,00 Valor máximo dedutível (2%) Lucro antes do IRPJ e da CSLL , , ,00 CSLL (alíquota 9%) , , ,00
19 INCENTIVOS FISCAIS Doação para Organizações de UPF ou OSCIPs Limite: 2% do lucro operacional EXEMPLO DE INVESTIMENTO (R$) Descrição Sem Investimento Com Investimento Economia Tributária Lucro operacional , ,00 Valor máximo dedutível (2%) Lucro antes do IRPJ e da CSLL , , ,00 CSLL (alíquota 9%) , , ,00 IRPJ (alíquota 15%) , , ,00
20 INCENTIVOS FISCAIS Doação para Organizações de UPF ou OSCIPs Limite: 2% do lucro operacional EXEMPLO DE INVESTIMENTO (R$) Descrição Sem Investimento Com Investimento Economia Tributária Lucro operacional , ,00 Valor máximo dedutível (2%) Lucro antes do IRPJ e da CSLL , , ,00 CSLL (alíquota 9%) , , ,00 IRPJ (alíquota 15%) , , ,00 Adicional lrpj (10%)* , , ,00 * (10%) adicional de IR sobre o lucro real que excede a R$
21 INCENTIVOS FISCAIS Doação para Organizações de UPF ou OSCIPs Limite: 2% do lucro operacional EXEMPLO DE INVESTIMENTO (R$) Descrição Sem Investimento Com Investimento Economia Tributária Lucro operacional , ,00 Valor máximo dedutível (2%) Lucro antes do IRPJ e da CSLL , , ,00 CSLL (alíquota 9%) , , ,00 IRPJ (alíquota 15%) , , ,00 Adicional lrpj (10%)* , , ,00 Total carga tributária , , ,00 * (10%) adicional de IR sobre o lucro real que excede a R$
22 INCENTIVOS FISCAIS Doação para Organizações de UPF ou OSCIPs Lei nº 9.249/95 Requisitos A PJ doadora deverá manter em arquivo declaração (modelo IN SRF 87/1996) da beneficiária Beneficiária reconhecida como de Utilidade Pública Federal ou OSCIP
23 INCENTIVOS FISCAIS PARA CRIANÇA E ADOLESCENTE
24 CRIANÇA E ADOLESCENTE Histórico do Incentivo Conquistas A Constituição Federal de 1988 O artigo garantia da prioridade absoluta (proteção integral) à criança e ao adolescente O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Avanços na da visão da infância na sociedade brasileira (Lei 8.069/90 - proteção integral, origem dos Conselhos, Fundos e do incentivo)
25 CONSELHOS DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Os conselhos são canais legais de participação da sociedade civil nas políticas de crianças e adolescentes Podem ser municipais, estaduais ou federal São órgãos paritários (a sociedade civil e o poder público têm igual número de representantes) Controlam os Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
26 FUNDOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Os Fundos são instrumentos para captação de recursos (promoção e defesa da criança e do adolescente) Podem ser municipais, estaduais ou federal Os recursos dos fundos são movimentados pelos Conselhos
27 FUNDOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Aplicação dos Recursos Acesso aos recursos dos Fundos Apenas organizações credenciadas nos Conselhos Cada Conselho define a aplicação dos recursos (editais) A aprovação de um projeto é necessária Em alguns casos, o investidor direciona a destinação
28 FUNDOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Quem pode investir e benefícios Pessoa física Dedução de doações feitas aos fundos da criança e do adolescente limitadas a 6% do imposto de Renda devido o A declaração deve ser pelo modelo completo Pessoa jurídica Dedução do imposto de renda das doações feitas até o limite de 1% do valor do Imposto de Renda devido o Empresa deve declarar IR pelo Lucro Real
29 INCENTIVOS FISCAIS Características
30 FUNDOS DO IDOSO Quem pode investir e benefícios A Lei /2010 institui o Fundo Nacional do Idoso Pessoas Físicas e jurídicas podem investir em projetos inscritos nos Conselhos Mesmos limites do incentivo à criança e ao adolescente A Câmara Municipal de São Paulo já instituiu o fundo do idoso (decreto 131/12)
31 INCENTIVOS FISCAIS DE CARÁTER CULTURAL E ARTÍSTICO Histórico e Lei Rouanet
32 INCENTIVO CULTURAL E ARTÍSTICO Panorama Brasileiro Início do Incentivo Lei Sarney (Lei nº 7.505, aprovada em 02 de julho de 1986), que durou até 1990, primeiro mecanismo de incentivo fiscal cultural do Brasil Sua sistemática, pautada no simples cadastramento do proponente, deu margem a uma seqüência de fraudes
33 INCENTIVO CULTURAL E ARTÍSTICO Panorama Brasileiro Início dos Incentivos Em 1991, o Secretário da Cultura da Presidência da República, Sérgio Paulo Rouanet, cria o Lei Rouanet Diferencial: maior rigor formal no cadastramento do projeto, na análise de conteúdo e do proponente e prestação de contas
34 LEI ROUANET Lei Federal de incentivo à cultura (nº 8.313/91) Dedução de investimentos (pessoas físicas e jurídicas) em projetos culturais (tributos federais) Projetos têm que ser previamente aprovados pelo MINC (critérios legais)
35 LEI ROUANET Quem pode propor projetos Pessoas físicas que tenham atuação na área cultural Pessoas jurídicas com ou sem fins lucrativos (empresas, fundações privadas, associações para fins não econômicos, cooperativas etc) de natureza cultural Fundações públicas
36 LEI ROUANET Formas de investimento A DOAÇÃO é a transferência definitiva e irreversível de dinheiro ou bens em favor de pessoas físicas ou jurídicas de natureza cultural, sem fins lucrativos O investidor não pode utilizar publicidade nem exigir gratuitamente parte do produto cultural
37 LEI ROUANET Formas de investimento O PATROCÍNIO é a transferência definitiva e irreversível de dinheiro ou serviços, ou a cobertura de gastos ou a utilização de bens móveis ou imóveis do patrocinador. Pode ser dado a pessoas físicas, ou jurídicas de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos. O objetivo geral do patrocinador é divulgar sua marca (publicidade)
38 LEI ROUANET Art. 18: Dedução Integral (100%, LEI 9.784/99) Artes cênicas Livros de valor artístico, literário ou humanístico Música erudita ou instrumental Exposição de artes visuais Doação de acervos para bibliotecas públicas, museus, cinematecas Produção de obras cinematográficas e videofonográficas de curta e média metragem Preservação do patrimônio cultural material e imaterial Folclore
39 LEI ROUANET Quem pode investir: PESSOA FÍSICA Declaração modelo completo O limite máximo de investimento incentivado é de 6% do IR Pode-se deduzir 100% do montante investido no art. 18 Pode-se deduzir 80% do montante investido na doação (art. 26) Pode-se deduzir 60% do montante investido no patrocínio (art. 26)
40 LEI ROUANET Quem pode investir: PESSOA JURÍDICA Tributadas pelo do lucro real O limite máximo de dedução do IR é de 4% Pode-se deduzir 40% do montante investido na doação (art. 26) Pode-se deduzir 30% do montante investido no patrocínio (art. 26) Pode-se deduzir 100% do montante investido (art. 18)
41 INCENTIVOS FISCAIS PARA O ESPORTE
42 INCENTIVOS FISCAIS ESPORTE Lei Federal /06, regulamentada pelo Decreto de Incentivo específico para projetos desportivos e paradesportivos Características dos projetos Devem promover a inclusão social por meio do esporte Dar preferência às comunidades de vulnerabilidade social
43 INCENTIVOS FISCAIS ESPORTE Formas de desporto Desporto educacional: complementar às atividades educacionais e com a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e o exercício da cidadania Desporto de participação: finalidade de contribuir para a integração dos praticantes na plenitude da vida social, na promoção da saúde e preservação do meio ambiente Desporto de rendimento: finalidade de obter resultados e integrar pessoas e comunidades do país, e estas com as de outras nações
44 INCENTIVO AO ESPORTE Quem pode propor projetos Proponente Entidade de natureza desportiva: pessoa jurídica de direito privado ou público, com fins não econômicos, cujo ato constitutivo disponha expressamente sobre sua finalidade esportiva Deve estar em funcionamento há pelo menos 1 ano O proponente deve cadastra-se no Ministério do Esporte e ter o projeto aprovado por comissão técnica
45 A Lei veda Remuneração de atletas de rendimento profissionais Despesas administrativas das organizações e publicidade INCENTIVOS FISCAIS ESPORTE Destinação de recursos incentivados a pessoa jurídica ligada ao doador ou patrocinador (acionista ou sócio, administrador, cônjuge ou parente até o terceiro grau)
46 INCENTIVOS FISCAIS ESPORTE Formas de investimento O PATROCÍNIO permite a transferência gratuita de numerário com finalidade promocional e institucional de publicidade, bem como a cobertura de gastos ou a utilização de bens sem transferência de domínio para o proponente do projeto A DOAÇÃO é a transferência gratuita de numerário, bens ou serviços, desde que não empregados em publicidade
47 INCENTIVOS FISCAIS ESPORTE Pessoas jurídicas Tributadas pelo lucro real podem deduzir até 1% do Imposto de Renda devido Pessoas físicas Com modelo de declaração completa podem deduzir até 6% do Imposto de Renda
48 PRONON E PRONAS/PCD Características
49 INCENTIVOS FISCAIS Saúde Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica PRONON e o Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência - PRONAS/PCD Instituídos nos termos da Lei nº , de 17 de setembro de 2012 Finalidade captar e canalizar recursos para a prevenção e o combate ao câncer e para estimular e desenvolver a prevenção e a reabilitação da pessoa com deficiência, respectivamente.
50 INCENTIVOS FISCAIS Saúde Pessoas jurídicas Tributadas pelo lucro real podem deduzir até 1% do Imposto de Renda devido (para cada programa) Pessoas físicas Com modelo de declaração completa podem deduzir até 1% do Imposto de Renda devido nas doações para cada programa
51 TOTAL 9 8 Comissão de Direito do Terceiro Setor INCENTIVOS FISCAIS: IR Incentivos Fiscais Empresa Pessoa Física Cultura 4 % do Valor do IR Esporte 1 6 Criança 1 Idoso 1 PRONON 1 1 PRONAS 1 1
52 PENSAMENTOS FINAIS Incentivos Fiscais podem fazer parte da uma atividade de mobilização de recursos. A captação efetiva de recursos será o resultado de: Planejamento adequado (jurídico e de gestão) Plano de ação claro e implementável Eficiência na implementação
53 OBRIGADO! Danilo Brandani Tiisel Comissão de Direito do Terceiro Setor
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