NOVA NORMA CONTÁBIL PARA TERCEIRO SETOR
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- Ivan Carreiro Furtado
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1 NOVA NORMA CONTÁBIL PARA TERCEIRO SETOR O Conselho Federal de Contabilidade editou uma nova norma contábil para o terceiro setor. É a NBC ITG 2002/12. Com objetivo de orientar às entidades e seus contadores, apresentamos de forma sucinta o conteúdo desta que definiu as regras para ajustamento da contabilidade, com alguns comentários: 1. Estabelece critérios e procedimentos específicos de: Avaliação; Reconhecimento das transações e variações patrimoniais; Estruturação das demonstrações contábeis; e Informações mínimas a serem divulgadas em notas explicativas de entidade sem finalidade de lucros. 2. Destinação: Informações das entidades imunes e isentas de impostos e de contribuições para seguridade social para: Ministérios da Justiça Ministério da Educação Ministério da Saúde Ministério da Cultura, Ministério da Previdência Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome Receita Federal do Brasil e Demais órgãos federais, estaduais e municipais. 3. Alcance da norma: Fundação de direito privado; 1
2 Associação Organização Social Organização Religiosa Partido Político Entidade Sindical 4. Além da obrigatoriedade da ITG 2002, deverá também aplicar as Normas das Pequenas e Médias Empresas (NBC TG 1000) E/OU NORMAS INTERNACIONAIS completas (IFRS); 5. Receitas e despesas contabilizadas pelo regime de competência; 6. As Doações e Subvenções Públicas deverão ser reconhecidas no Resultado; 7. Segregação contábil: Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas e despesas, com e sem gratuidade, superávit ou déficit, de forma segregada, identificáveis por tipo de atividade, tais como educação, saúde, assistência social e demais atividades; Na atividade assistência social, devem ser destacados os projetos sociais executados; As receitas decorrentes de doação, contribuição, convênio, parceria, auxílio e subvenção por meio de convênio, editais, contratos, termo de parceiras e outros instrumentos, para aplicação específica, mediante constituição, ou não, de fundos, e as respectivas despesas devem ser registradas em contas próprias, inclusive as patrimoniais, segregadas das demais contas da entidade; Os benefícios concedidos pela entidade sem finalidade de lucros a título de gratuidade devem ser reconhecidos de forma segregada, destacando-se aqueles que devem ser utilizados em prestações de contas nos órgãos governamentais; Gratuidades: Os benefícios concedidos pela entidade sem finalidade de lucros a título de gratuidade devem ser reconhecidos 2
3 de forma segregada, destacando-se aqueles que devem ser utilizados em prestações de contas nos órgãos governamentais. Aplicada por meio de Prestação de Serviço: pelo valor efetivamente praticado; Educação: valor da vaga. Saúde: valor contratualizado com sus e/ou quando não atendido o percentual(60%) complementar com gratuidades próprias cujo valor será praticado na tabela DO MERCADO. OBS: a entidade jamais poderá considerar como gratuidade a diferença entre o valor praticado com o valor contratualizado com o SUS. Social: custo efetivamente despendido. 8. Obrigatoriedade: Constituição de Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa. 9. INCORPORAÇÃO DO RESULTADO APURADO à conta de Patrimônio Social. Obs: A Contabilidade deverá efetuar tal procedimento, desde que possua em mãos a ATA de Assembleia contendo aprovação das contas pelo Conselho Fiscal. 10. Os registros contábeis devem ser segregados de forma que permitam a apuração das informações para prestação de contas exigidas por entidades governamentais, doadores, reguladores e usuários em geral. 11. O trabalho voluntário deve ser reconhecido pelo valor justo da prestação do serviço como se tivesse ocorrido o desembolso financeiro. 12. Aplica-se aos ativos não monetários a Seção 27 da NBC TG 1000, que trata da redução ao valor recuperável de ativos e a NBC TG 01, quando aplicável. 3
4 Adoção Inicial desta interpretação e da NBC TG 1000 ou das normas completas (IFRS completas): Custo Atribuído (ITG 10 e NBC TG 27); Oportunidade de efetuar o AAP Ajuste de Avaliação Patrimonial; A realização desse ajuste deverá ser efetivada quando for comprovada discrepância relevante de valor entre o preço de mercado e o valor contábil. O legislador não estabeleceu uma periodicidade para se fazer este tipo de ajuste. 13. As Demonstrações Contábeis devem ser elaboradas pela Entidade sem finalidade de lucro conforme previsto na NBC TG 26 ou na seção 3 da NBC TG 1000: BALANÇO PATRIMONIAL DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO PERÍODO (DRP) DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL); DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC); NOTAS EXPLICATIVAS. 14. Outras mudanças: No grupo Patrimônio Líquido, altera a nomenclatura da Conta Capital para Conta Patrimônio Social ; No Balanço, DRP, DMPL e DFC: altera nomenclatura Lucros para Superávit e Prejuízos para Déficit ; Na Demonstração do Resultado do Período, devem ser destacadas as informações de gratuidade concedidas e serviços voluntários obtidos, e divulgadas em notas explicativas por tipo de atividade. 15. Possibilidade: 4
5 Contas de Compensação: Abre a possibilidade de controle do Custo da Isenção Usufruída em Contas de Compensação, contanto que publicado em Notas Explicativas. 16. Divulgação: Publicação de contexto operacional, critério de apuração, destinação e segregação de receitas e despesas principalmente no tocante à Gratuidade, Doações, Subvenções, Contribuições e Aplicações de Recursos; Imunidade ou Isenção deve ser evidenciada nas demonstrações, como se devidas fossem; Reforça a necessidade de controle do Imobilizado pela Vida Útil; Eventos subsequentes à data do encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da entidade. A entidade educacional de ensino superior deve evidenciar a adequação da receita com a despesa de pessoal, segundo parâmetros estabelecidos pela Lei das Diretrizes e Bases da Educação e sua regulamentação; Segregar os atendimentos com recursos próprios dos demais atendimentos realizados pela entidade; Todas as gratuidades praticadas devem ser registradas de forma segregada, destacando aquelas que devem ser utilizadas na prestação de contas nos órgãos governamentais, apresentando dados quantitativos, ou seja, valores dos benefícios, número de atendidos, número de atendimentos, número de bolsistas com valores e percentuais representativos. 5
6 O SINIBREF/MG, através de sua assessoria, coloca-se a disposição para dirimir possíveis dúvidas em relação à implementação da NBC ITG 2002/12. Belo Horizonte, 28 de agosto de AMI AMORI Contador JOSÉ ISMAR DA COSTA ASSESSOR JURÍDICO 6
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