FACULTADE DE FILOLOXÍA DEPARTAMENTO DE FILOLOXÍA GALEGA LÍNGUA PORTUGUESA 3. José António Souto Cabo João Ribeirete
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1 FACULTADE DE FILOLOXÍA DEPARTAMENTO DE FILOLOXÍA GALEGA LÍNGUA PORTUGUESA 3 José António Souto Cabo João Ribeirete GUÍA DOCENTE E MATERIAL DIDÁCTICO 2015/2016
2 FACULTADE DE FILOLOXÍA. DEPARTAMENTO DE FILOLOXÍA GALEGA AUTORES: José António Souto Cabo, João Ribeirete Edición electrónica ADVERTENCIA LEGAL: Reservados todos os dereitos. Fica prohibida a duplicación total ou parcial desta obra, en calquera forma ou por calquera medio (electrónico, mecánico, gravación, fotocopia ou outros) sen consentimento expreso por escrito dos autores.
3 1. DADOS DESCRITIVOS DA MATÉRIA E DA SUA INSTRUÇÃO UNIDADE CURRICULAR Língua portuguesa 3 CURSO Línguas e literaturas modernas: português (Maior) Estudos Lusófonos (Mínor) [a partir de ] CÓDIGO G ANO 2º CARÁCTER Formação básica CRÉDITOS (ECTS) 6 DURAÇÃO Quadrimestral (1)
4 1.1. DESCRIÇÃO DA MATÉRIA A matéria de Língua Portuguesa 3 integra duas vertentes complementares. Por um lado, pretende-se que o aluno aperfeiçoe os seus conhecimentos instrumentais sobre a língua portuguesa, nomeadamente no que tange ao seu contraste com as modalidades utilizadas por um aluno tipo oriundo da Galiza. A proximidade entre os usos galegos e o que é normal no conjunto da lusofonia faz com que a aprendizagem se centre de preferência nos aspetos divergentes já que, em boa medida, qualquer galego tem um domínio, sobretudo passivo, muito alto sobre a língua portuguesa antes de tomar contato com esta modalidade linguística. Por outro lado, de acordo com o que se estabelece na descrição da cadeira, o aluno será introduzido nos aspectos básicos das principais modalidades geográficas e históricas do português. Neste caso, tencionamos que o aluno adquira um conhecimento sobre as diferentes modalidades do português, quer de uma perspetiva sincrónica, quer diacrónica. Nessa conformidade, interessa salientar o relacionamento complexo que a Galiza mantém com o conjunto da lusofonia e as diferentes perspetivas que existem sobre o assunto PRÉ-REQUISITOS Não se estabelece nenhum pré-requisito académico mas parte-se do princípio de que o aluno passou previamente nas matérias de Língua Portuguesa 1 e Língua Portuguesa 2. O aluno deve contar com atitude favorável e recetiva para a reflexão, para a exploración e para o traballo autónomo e colaborativo DOCENTES José António Souto Cabo: joseantonio.souto.cabo@usc.es João Miguel Ribeirete: joaomiguel.ribeirete@usc.e Recomenda-se o uso do para qualquer tipo de consulta ou sugestão HORÁRIO O horário específico e pormenorizado da matéria está ao dispor dos alunos no site correspondente e afixado nos painéis informativos da própria faculdade. As aulas expositivas (16h) têm como objectivo apresentar e sintetizar os conhecimentos recebidos nas aulas práticas ou de laboratório. Relativamente ao atendimento, este será consagrado a analisar os pontos críticos da cadeira bem como, no caso, a oferecer uma atenção individualizada para aqueles alunos que, por diversos motivos, possam precisar dela ADAPTAÇÕES. Pôr-se-á ao dispor dos alunos procedentes do estrangeiros (de países não lusófonos) uma bibliografia específica que permita a compreensão da matéria, tornando mais acessível o estudo da mesma. Por outro lado, esse tipo de aluno poderá receber um atendimento
5 específico se assim o solicitar. Quanto aos alunos com NEE, estudar-se-á junto deles quais podem ser as decisões mais beneficiosas para conseguir normalizar a situação académica e pessoal do mesmo, adequando os elementos curriculares e de acesso ao curriculum que se considerarem necessários. 2. DADOS ESPECÍFICOS DA MATÉRIA A matéria de Língua Portuguesa 3 integra o conjunto de máteira de caráter linguístico do curso de Línguas e Literaturas Modernas: Português. Trata-se de uma matéria obrigatória do segundo ano para os alunos da própria licenciatura mas que é oferecida no módulo complementário do Mínor de Estudos Lusófonos I a partir de para alunos doutras licenciaturas no terceiro ano CONTEXO E SENTIDO DA MATÉRIA NO PLANO DE ESTUDOS O bloco de cadeiras linguísticas é fundamental dentro do conjunto da titulação, já que o domínio das matérias que o integram oferecerá ao aluno a possibilidade de aceder de modo adequado ao conhecimento dos restantes blocos do curso. Aliás, este tipo de matéria é essencial para configurar a integração laboral futura em âmbitos vinculados, de um ou outro modo, ao mundo da lusofonia. A matéria ocupa um lugar central no plano de estudos já com ela culmina a fase basilar de conhecimento da língua portuguesa e ao mesmo tempo abre uma via para aprofundar em aspetos essenciais deste idioma vinculados ao seu percurso histórico e espacial, de acordo com os blocos temáticos 2 e 3. Lembremos, aliás, que se trata da última matéria de natureza estritamente linguística para os alunos que cursem o Mínor em Estudos Lusófonos RELACIONAMENTO COM OUTRAS MATÉRIAS A matéria está intimamente relacionada com as outras cadeiras de natureza linguística do próprio curso (Língua Portuguesa 1, Língua Portuguesa 2, Língua Portuguesa 4, Língua Portuguesa 5, Gramática Portuguesa 1 e Gramática Portuguesa2), bem como com aquelas vinculadas ao estudo da variação espacial e temporal da língua portuguesa (História e variedade do português 1 e História e variedade do português 2). Por outro lado, a presença de conteúdos relacionados com esta segunda linha de estudo leva-nos a estabelecer vínculos com as mátérias do curso de Filologia Clássica, nomeadamente aquelas relacionadas com a língua latina e sobretudo com disciplinas de Filologia Galega desse mesmo teor linguístico. De facto, o conhecimento da modalidade linguística galega parece imprescindível para o correto aproveitamento da matéria, do mesmo modo que o conhecimento da história do português e da sua variação é uma dimensão fulcral nos estudos de filologia galega COMPETÊNCIAS, DESTREZAS E HABILIDADES Competências basilares. Conhecer as dimensões basilares dos usos da língua em sociedade.. Sistematizar as caraterísticas da oralidade e da escrita.. Desenvolver competências de estruturação do texto escrito.. Desenvolver competências linguísticas de interacção em contextos diferenciados.
6 Competências específicas.. Interagir oralmente de forma fluente, utilizando construções e expressões adequadas.. Produzir sequências orais com complexidade estrutural relevante, textos expositivos, relatórios, cartas, comunicações sobre assuntos de âmbito académico e de interesse pessoal.. Interpretar adequadamente a variação existente nos dialetos e falares do português atual en função do percurso diacrónico da língua portuguesa.. Explicar en termos históricos a formación das variedades nacionais do portugués. 3. OBJECTIVOS. Desenvolver estratégias para potenciar o desenvolvimento das habilidades linguísticas do aluno, nomeadamente no que atinge à língua portuguesa.. Aperfeiçoar as capacidades linguísticas adquiridas em Língua Portuguesa 1 e Língua Portuguesa.. Conhecer e delimitar as particularidades da língua portuguesa.. Conhecer os mecanismos da mudança linguística referidos à língua portuguesa.. Conhecer os parâmetros que determinam a variação linguística e como isso se reflete no caso dos países lusófonos. 4. CONTEÚDOS A matéria pode ser estruturada em tres módulos de acordo com os centro de interesse. Módulo 1. Competência específica em língua portuguesa. Este módulo, desenvolvido essencialmente nas aulas práticas, tem como objetivo aperfeiçoar o conhecimento da língua portuguesa sobretudo naqueles aspectos que contrastam com os usos do aluno tipo da nossa faculdade. De acordo com o que aparece enunciado no programa, esse conteúdo é distribuído nos seguintes alíneas com destaque para os itens referidos: 1. Oralidade e escrita. A relação fonema-grafema. Dicção. Acentuação gráfica. 2. Flexão nominal e flexão verbal. 3. Pronominalização. 4. Características lexicais. Os falsos amigos (português vs. espanhol). 5. A frase complexa. Estruturas de coordenação. Estruturas de subordinação. Sistematização dos processos sintáctico-semânticos. Questões de tempo-aspecto. Construção textual. Estruturas linguísticas de argumentação. A escrita académica. O aluno deve sistematizar o seu conhecimento sobre a língua portuguesa e definir os contornos dela face a outras modalidades linguísticas, nomeadamente a espanhola. Modulo 2. Competências relativas à história da língua portuguesa. 1. A variação como característica essencial dos sistemas linguísticos. Perspetiva histórica A língua portuguesa no tempo, no espaço e na sociedade O português arcaico e antigo. Características gerais.
7 Origens da escrita portuguesa no contexto europeu e ibérico. Escrita e oralidade. Análise dos primeiros textos: o Pacto entre Gomes Pais e Ramiro Pais (ca. 1173), a Carta de Foro da Benfeita (séc. XII), o Testamento de Afonso II (1214), a Notícia de Torto (ca. 1214) O português médio e moderno A história externa da língua. A expansão ultramarina A mudança linguística. O aluno deverá contar com um conhecimento basilar sobre a história externa da língua portuguesa bem como dos produtos escritos produzidos ao longo da história. Como consequência transversal, o aluno deve atingir um domínio muito mais aprimorado da língua ao conhecer os motivos históricos e culturais que resultam na plasmação oral e escrita do português na actualidade. Módulo 3. Competência relativa à variedade escrita e oral no âmbito da língua portuguesa. 1. Padrões linguísticos e variação na Lusofonia. 2. Portugal. Classificações dialetais. 3. Brasil. Peculiaridades do português no Brasil. Estudos sobre a variação. 4. PALOP. A língua portuguesa em África. O aluno deve conseguir discriminar os diferentes padrões cultos da língua portuguesa e conhecer as variedades específicas em cada território de acordo com os parâmetros utilizados pela sociolinguística laboviana. Bibliografia básilar e complementária Módulo 1.. Cunha, C. & Cintra, L. F. Lindley (1984). Nova Gramática do Português Contemporâneo. Lisboa: Sá da Costa.. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Feijoo Hoyos, B. Lorenzo (1992). Dicionário de falsos amigos do espanhol e do português. São Paulo: Página aberta.. Ghitescu, M. (1992). Dicionário prático de substantivos e adjectivos com os regimes preposicionais. Lisboa: Fim de Século.. Iriarte Sanromán, A. et al (2009). Dicionário Espanhol - Português. Porto: Porto Editora.. Ramos, E. (2006). Portugalizar. Vigo: Xerais.. Ventura, H. - Caseiro, M. (1996). Guia prático de verbos com preposições. Lisboa: Lidel. Módulos 2 e 3.. Brocardo, M. T. (2014). Tópicos de História da Língua Portuguesa. Lisboa: Edições Colibri.. Chambers, J. K. & Trudgill, P. (1980). Dialectology. Cambridge: Cambridge University Press.. Cintra, L. F. Lindley (1983). Estudos de dialectologia portuguesa. Lisboa: Sá da Costa Editora.. Castro, I. (2006). Introdução à história do português. Lisboa: Colibri.. Ferreiro, M. (1995). Gramática histórica galega. Corunha: Laiovento.. Louceiro, C. et al. (1997). 7 vozes. Léxico coloquial do português luso-afro-brasileiro. Lisboa - Porto - Coimbra: Lidel.. Machado, J. P. (1977). Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. Lisboa: Horizonte.
8 . Souto Cabo, J. A. (2008). Documentos galego-portugueses dos séculos XII e XIII. Monográfico nº 5 da Revista Galega de Filoloxia. Corunha: Universidade da Corunha.. Souto Cabo, J. A (2014). Os primeiros escritos em galego-português: revisão e balanço. Em L. Eirín García / X. López Viñas (eds.), Língua, texto, diacronía. Estudos de lingüística histórica. Monografia 9 da Revista Galega de de Filoloxía. Corunha: Universidade da Corunha.. Williams, E. B. (1961). Do latim ao português. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro. Leituras obrigatórias de apoio: Eça de Queirós, O crime do padre Amaro. 5. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS Propomos uma metodologia ativa, que combine as atividades individuais e grupais, e que promova a resolução construtiva das dificuldades que puderem surgir na aprendizagem da matéria. As distintas atividades formativas distribuem-se entre o horário presencial obrigatório e um horário não presencial ou de trabalho autónomo por parte dos alunos. A proposta docente inclui, por um lado, aulas expositivas e, por outro, aulas interativas práticas- às quais se acrescenta o atendimento. A atividade presencial dos alumnos consistirá na presença, participação e compreensão dos conteúdos durante as exposições dos docentes sobre os aspetos fundamentais da materia. A atividade não presencial será o trabalho pessoal autónomo de estudo e documentação, orientado pelo docente, que se dirigirá à elaboração dos contributos individuais, ao trabalho grupal e à aprendizagem dos conteúdos da matéria. Os alunos poderão entrevistar-se com o professor para realizar consultas e receber orientação no horário correspondentes ao atendimento. 6. AVALIAÇÃO Será avaliado o rendimento e as aprendizagens adquiridos através da combinação entre atividades de avaliação formativa e de avaliação somativa. Deste modo, serão valorizados os resultados da aprendizagem como o esforço e progressso durante o desenvolvimento do mesmo, encorajando a reflexão crítia e uma dedicação continuada à matéria ao longo do quadrimestre. Pretendemos que o aluno demonstre um domínio não só declarativo mas também procedimental e atitudinal dos conteúdos. Cumpre notar que para obter uma avaliação positiva na cadeira será preciso realizar atempadamente todas as actividades de avaliação especificadas e obter 50% no total e não menos de 35% em cada uma delas. Os trabalhos individuais devem ser originais. A entrega de um trabalho reproduzido suporá que o aluno seja reprovado na convocatória imediata dessa cadeira.
9 A avaliação da cadeira inclui as modalidades seguintes: 1. Relatório de práticas e actividades, contendo um guia gramatical contrastivo (20% da qualificação). Este dossiê deverá incluir igualmente uma versão aprimorada de todas os práticas individuais. 2. Trabalhos sobre aspetos específicos (20% da qualificação). 3. Prova final objectiva que avalia os conhecimentos, teóricos e práticos, fundamentais da matéria (50% da qualificação final). 4. Implicação diária nas aulas (10% da qualificação). 5. Recensão voluntária de material bibliográfico (+ 10% da qualificação). Salvo no caso de isenção legal, o aluno deverá frequentar no mínimo 80% das aulas.
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