Palavras-chave: parasitos, gatos, ocorrência Keywords: parasites, cats, occurrence

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Valentina Bayer Lencastre
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1 1 OCORRÊNCIA DE ENDOPARASITOS EM GATOS (Felis catus LINNAEUS, 1758) NO MUNICÍPIO DE PATOS DE MINAS MG. Frederico Faria MELO JÚNIOR 1 ; Guilherme Nascimento CUNHA 2 ; Nadia Grandi BOMBONATO 2 e Ednaldo Carvalho GUIMARÃES 3 1 Estudante de graduação de Medicina Veterinária, Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM, ffmjunior@outlook.com* 2 Professor do curso de Medicina Veterinária, UNIPAM 3 Professor da Faculdade de Matemática, Universidade Federal de Uberlândia - UFU Resumo Objetivou-se verificar a presença de endoparasitos em fezes de gatos domiciliados. Foram analisadas 50 amostras fecais de felinos por meio dos Métodos de Willis e o de Gordon e Whitlock. A correlação destes com o sexo e idade, foi utilizado o teste G e o teste de Qui-Quadrado, com nível de significância de 0,05. Vinte e cinco exemplares amostrais (50%) exibiram resultados positivos para ovos e cistos de parasitos gastrointestinais. Houve predomínio de Ancylostoma spp. em 22% (11/50), Cystoisospora spp. em 12% (6/50), Toxocara spp. em 4% (2/50), Toxoplasma gondii em 2% (1/50) e foi encontrada larva L1 de Aelurostrongylus abstrusus em 2% (1/50). Concluiu-se elevada ocorrência de endoparasitos intestinais, comprovando o risco potencial de contaminação para o homem e capacidade de causar danos para os felinos, demonstrando a indispensabilidade de orientar a população com relação ao métodos antiparasitários. Palavras-chave: parasitos, gatos, ocorrência Keywords: parasites, cats, occurrence Introdução Apesar da predileção do cão como animal de companhia ainda ser grande, vem aumentando o número de pessoas que optam pela criação de gatos, em função de seus hábitos de higiene e pela queda do mito destes estarem relacionados a maus presságios (ACHA, 1986). No entanto, esta espécie assim como os cães está susceptível a diversas doenças, dentre elas as do trato gastrointestinal. Assim, os endoparasitos na espécie felina têm grande relevância, não somente pela ação espoliativa ao hospedeiro, mas também pela participação de vários deles em problemas de Saúde Pública. Várias ANAIS 37ºANCLIVEPA p.0133

2 2 zoonoses parasitárias estão associadas ao contato humano com animais de companhia, principalmente gatos (McCARTHY, 2000). Estudos determinando a ocorrência de endoparasitos nesta espécie foram realizados em diversas regiões do país. Mundim et al. (2004) pesquisou em 50 felinos após o óbito, a frequência de helmintos, encontrando 18% de Aelurostrongylus abstrusus. Já Dall Agnol et al. (2010) pesquisou em 116 amostras de gatos domiciliados, encontrando 4,3% de Toxoplasma gondii e 0,86% de Toxocara spp. Leite (2012) realizou uma pesquisa analisando 38 amostras de fezes de felinos domiciliados, encontrando o Cystoisospora spp. em 70,6% dos casos e o Ancylostoma spp. em 10,53%. O objetivo deste estudo foi determinar a ocorrência dos principais endoparasitos encontrados em gatos domiciliados no município de Patos de Minas, MG. Material e Métodos Neste trabalho foram utilizadas 50 amostras de fezes de gatos domiciliados sendo igualitária e randomicamente divididos entre ambos os sexos. Referente à faixa etária teve-se 21 filhotes (zero a um ano), 24 adultos (um a sete anos), um sênior (sete a 12 anos) e quatro geriátricos (maior que doze anos), residentes no município de Patos de Minas MG entre o período de março a abril de As coletas ocorreram imediatamente após a defecação, pelo tutor, obtendo-se o mínimo de 7g por animal, e em seguida armazenadas em caixas isolantes térmicas. Foram analisadas no laboratório de Parasitologia Animal do Centro Universitário de Patos de Minas UNIPAM, onde se realizou dois exames por amostra. O Método de Willis modificado (WILLIS-MOLLAY, 1921), sendo uma técnica qualitativa de sedimentação simples onde fez-se a pesagem de 2g de fezes, seguidas de sua diluição em 20mL de solução saturada de cloreto de sódio (Densidade 1,2 g/l). Já o método de Gordon e Whitlock (1939), considerado quantitativo, executado a partir da pesagem de 5g de fezes, seguidas de sua diluição em 50mL de solução saturada, preenchendo-se ambos os lados da câmara de McMaster. As leituras foram realizadas em microscopia de luz nos aumentos de 40x e 10x, respectivamente. Para a análise estatística dos dados, os resultados foram submetidos a dois testes: o teste Qui-Quadrado, onde correlacionou-se o sexo dos animais com a presença de endoparasitos, e no teste G, correlacionou-se a idade destes com a presença de parasitos, considerando em ambos o nível de significância de 0,05. ANAIS 37ºANCLIVEPA p.0134

3 3 Resultados e Discussão Averiguou-se que das 50 amostras de fezes examinadas, 50% (25/50) foram positivas para parasitos gastrointestinais sem discriminação quanto a ter ou não associação parasitária. Este resultado foi semelhante ao encontrado por Gavioli et al. (2011), Leite (2012) e Ferreira et al. (2013) onde observaram que 34%, 50% e 43,91% dos animais foram positivos, respectivamente, corroborando a ideia de que apesar de serem domiciliados, possuem acesso livre ao ambiente externo à sua residência. Entretanto, Coelho et al. (2009), em pesquisa realizada com gatos abrigados no Centro de Controle de Zoonoses, relataram que 100% destes estavam positivos, mostrando-se superior, provavelmente em decorrência dos animais estudados não possuírem procedência. Referente aos gêneros de protozoários encontrados, os cistos de Cystoisospora spp. foram identificados em 12% (6/50) de amostras analisadas. Na pesquisa de Coelho et al. (2009) e Gennari et al. (2010) relataram respectivamente 43,1% e 38,5%, sendo superiores ao deste trabalho talvez pelo fato do tamanho das cidades pesquisadas. No entanto, Dall Agnol et al. (2010), e Ferreira et al. (2013) encontraram respectivamente 18,1% e 11,64%, valor similar ao desta pesquisa. As diferenças entre os resultados observados nestes estudos podem ser atribuídos ao fato dos animais não serem confinados. Quanto ao helminto Ancylostoma spp. 22% (11/50) das amostras mostraram-se positivas, evidenciando a maior frequência encontrada nesta pesquisa. Dall Agnol et al. (2010) encontraram também que este parasito mostrou-se o mais prevalente, relatando 18,1% dos casos. Nos estudos de Coelho et al. (2009) observaram resultados bem superiores, descrevendo 96,1% dos animais positivos. Já Ragozo et al. (2002), Gavioli et al. (2011) e Ferreira et al. (2013) averiguaram valores inferiores, sendo estes respectivamente 8,70%, 11,80% e 9,26%. O total de amostras infectadas por ovos de Toxocara spp. neste estudo foram 4% (2/50), inferior a Ragozo et al. (2002) e Coelho et al. (2009) que encontraram respectivamente 31,16% e 43,1%. Este fato deve-se provavelmente a um controle parasitário mais eficaz, bem como uma menor resistência deste às drogas antiparasitárias. Com os dados obtidos um pouco superior a Dall Agnol et al. (2010) e Ferreira et al. (2013) onde averiguaram respectivamente 0,86% e 0,79% refletindo provavelmente maior conscientização quanto a guarda responsável. ANAIS 37ºANCLIVEPA p.0135

4 4 Foram registrados oocistos de Toxoplasma gondii em 2% (1/50) das amostras analisadas, semelhantes aos encontrados por Gennari et al. (1999), Dall Agnol et al. (2010), Gavioli et al. (2011) e Ferreira et al. (2013) em que obtiveram respectivamente 1,60%, 4,3%, 4% e 1,06%. Estas similaridades reflete a uniformidade de disseminação da toxoplasmose entre a população felina. A ocorrência de Aelurostrongylus abstrusus mostrou-se em 2% (1/50) dos animais, sendo inferior a Mundim et al. (2004) com 18%. Essa diferença pode ter sido por diversos fatores, sendo o primeiro o destes autores terem pesquisado através de necropsia em gatos errantes eutanasiados pelo Centro de Controle de Zoonoses. O segundo ponto a ser considerado pode ser atribuído a situação dos animais do atual estudo possuírem tutores, e serem parcialmente confinados e também ao fato destes serem submetidos a esquemas antiparasitários, mesmo que incorretos, diferente dos pesquisados por Mundim et al. (2004), que se tratavam de felinos desprovidos de responsáveis e cuidados sanitários. Foram comparados as relações entre os endoparasitos com o sexo dos gatos (p=1), com a idade (p=0,50) não sendo observado diferença estatística significativa entre estes grupos. Conclusão Concluiu-se alta ocorrência de endoparasitos intestinais, de grande potencial zoonótico e patogênicos para os felinos, principalmente devido a seu comportamento errante, evidenciando a necessidade de orientação da população com relação aos esquemas profiláticos parasitários. Referências COELHO, W. M. D. et al. Ocorrência de parasitos gastrintestinais em amostras fecais de felinos no município de Andradina. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, São Paulo, v. 18, n. 2, p , abr.-jun DALL AGNOL, L. P. et al. Parasitos gastrointestinais em gatos naturalmente infectados no município de Santa Maria no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Acta Veterinaria Brasilica, Mossoró, v. 4, n. 3, p , FERREIRA, F. P. et al. Frequência de parasitas gastrointestinais em cães e gatos do município de Londrina, PR, com enfoque em saúde pública. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 34, n. 6, p , GAVIOLI, F. A. et al. Ocorrência de endoparasitos em gatos de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. Archives of Veterinary Science, Paraná, v. 16, n. 3, p , ANAIS 37ºANCLIVEPA p.0136

5 5 GENNARI, S. M. et al. Ocorrência de protozoários e helmintos em amostras de fezes de cães e gatos da cidade de São Paulo. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, São Paulo v. 36, n. 2, p , LEITE, L. C. Ocorrência de endoparasitas com potencial zoonótico de transmissão em fezes de gatos (Felis catus domesticus Linnaeus, 1758) domiciliados na área urbana e região metropolitana de Castro Paraná Brasil. Ambiência, Guarapuava, v. 8, n. 3, p , set.-dez MELO, F. R. de. et al. Revisão de zoonoses parasitárias gastrointestinais de felinos como pré-requisito para educação sanitária. Disponível em: < Acesso em: 5 de jun MONTEIRO, S. G. Parasitologia na medicina veterinária. São Paulo: Rocca, p. MUMDIM, T. C. D. et al. Frequência de helmintos em gatos de Uberlândia, Minas Gerais. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 56, n. 4, p , ago RAGOZO, A. M. A. et al. Ocorrência de parasitos gastrintestinais em fezes de gatos das cidades de São Paulo e Guarulhos. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, São Paulo, v. 39 n. 5, p , ANAIS 37ºANCLIVEPA p.0137

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