IDENTIFICAÇÃO MORFOMÉTRICA DE LARVAS INFECTANTES DE CIATOSTOMÍNEOS (NEMATODA: CYATHOSTOMINAE) DE EQUINOS PSI

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1 1 IDENTIFICAÇÃO MORFOMÉTRICA DE LARVAS INFECTANTES DE CIATOSTOMÍNEOS (NEMATODA: CYATHOSTOMINAE) DE EQUINOS PSI MORPHOMETRIC IDENTIFICATION OF INFECTIVE LARVAE OF CYATHOSTOMINS (NEMATODA: CYATHOSTOMINAE) OF THOROUGHBRED EQUINE DAISY WOELLNER SANTOS¹, MARCELO BELTRÃO MOLENTO¹, LUCIANA LAITANO DIAS DE CASTRO¹, DOUGLAS LUÍS VIEIRA¹, ELANE GUERREIRO GIESE² 1 Universidade Federal do Paraná, Laboratório de Doenças Parasitárias. 2 Universidade Federal Rural da Amazônia, Laboratório de Histologia. Resumo Este trabalho teve o objetivo de identificar e medir larvas de terceiro estágio de ciatostomíneos para determinar sua frequência e distribuição em cinco propriedades de equinos da raça Puro Sangue Inglês no Paraná, Brasil. As larvas foram medidas e classificadas para os tipos, que consideram o número, a forma e a disposição das células intestinais. Os tipos A, B, C, D, E, F, G, H e Gyalocephalus capitatus, apresentaram ocorrência de 60,6; 2,2; 7,2; 22,8; 1,2; 2,8; 0,4; 2,0 e 0,8%, respectivamente. O tamanho médio obtido foi de 747,4 μm (± 20,9) para o tipo A; 757,3 μm (± 47,6) para o tipo C; e 788,4 μm (± 65,2) para o D. O tipo A e D foram os mais prevalentes e a média das larvas foi menor que as encontradas na literatura. Palavras-chaves: Pequenos estrôngilos, cavalos, larva infectante. 0788

2 2 Abstract This study aimed to identify and measure third stage larvae of cyathostomins to determine their frequency and distribution in five farms of Thoroughbred horse in Parana, Brazil. The larvae have been sorted and measured for type, which considers the number, shape and arrangement of the intestinal cells. The types A, B, C, D, E, F, G and H have submitted occurrence of 60.6; 2.2; 7.2; 22.8; 1.2; 2.8; 0.4; 2.0 and 0.8%, respectively. The average size was μm (± 20.9) for type A; μm (± 47.6) for type C; and μm (± 65.2) for D. Type A and D were the most prevalent and overall the larvae studied were smaller than those found in the literature. Key-words: Small strongyles, horses, infective larvae. Os ciatostomíneos, também conhecidos como pequenos estrôngilos, representam mais de 50 espécies de parasitos internos de equinos (CANEVER, 2012; MOLENTO, 2005). Devido a grande semelhança entre as larvas infectantes (L3) torna-se um desafio identificar esses nematoides (MADEIRA DE CARVALHO et al., 2008a). As chaves morfológicas disponíveis consideram o número, a forma e a disposição das células intestinais (ci) das L3s, que são classificadas em: tipo A (2 ci triangulares ou retangulares em fila dupla + 6 ci trapezoidais ou retangulares em fila única); B (4 + 4 ci triangulares ou pentagonais em fila dupla); C (2 + 2 ci pentagonais, triangulares ou retangulares em fila dupla + 4 ci trapezoidais em fila única); D (8 ci trapezoidal ou triangular em fila única); E (6 ci triangulares e/ou trapezoidais, arranjos variados); F (7 ci triangulares e trapezoidais alongadas, arranjos variados), G (8 ci triangulares e/ou retangulares, arranjos variados); H (9 ci triangulares alongadas, as 6 primeiras em fila dupla e as 3 ultimas em fila simples); G. capitatus (12 ci) e Posteriostomum sp. (16 ci). A 0789

3 3 identificação de L3s também pode ser realizada com medições biométricas (comprimento total), considerando o comprimento da extremidade anterior (aparelho bucal) até ao final da cauda da bainha (MADEIRA DE CARVALHO et al., 2008a). Este trabalho teve o objetivo de identificar e medir L3, para determinar sua frequência e distribuição em equinos da raça Puro Sangue Inglês (PSI) em cinco propriedades no Paraná, Brasil. Fezes de animais naturalmente infectados foram obtidas de cinco propriedades de criação de equinos PSI da região metropolitana de Curitiba, Paraná. A cultura fecal utilizou pool de amostras de cada haras através da técnica de coprocultura em duplicata (Roberts & O Sullivan, 1950) para obtenção e posterior identificação das L3s. As larvas foram identificadas pelo seu tipo, utilizando microscopia óptica (n=250) e medidas em microscópios com câmara clara (n=100). Os tipos A, B, C, D, E, F, G, H e G. capitatus, apresentaram frequência de 60,6; 2,2; 7,2; 22,8; 1,2; 2,8; 0,4; 2,0 e 0,8%, respectivamente (Gráfico 1). O tipo A foi o mais frequente, seguido do tipo D. Gráfico 1- Porcentagem de tipos de larvas L3 de ciatostomíneos identificados em cinco propriedades de criação de cavalos PSI no estado do Paraná, Brasil. No Rio de Janeiro o Tipo A variou entre 50 e 64% (VIEIRA et al., 2009), o que condiz com o presente estudo onde o Tipo A representou 60,6%. Os ciatostomíneos de tipo C e D apresentaram 7,2% e 22,8% 0790

4 4 das larvas identificadas, respectivamente. Na literatura já foram encontrados valores diferentes aos observados como 12,4% para o tipo C e 9,7% do tipo D (MADEIRA DE CARVALHO et al., 2008b). Dentre as propriedades estudadas, o tipo D foi mais prevalente que o C, sugerindo que nestes locais as espécies que deram origem a L3s de tipo D são mais abundantes. Os tipos B, E, F, G, H e G. capitatus, são considerados pouco expressivos (MADEIRA DE CARVALHO et al., 2008b), o que também foi observado neste trabalho, com porcentagens variando entre 0,4 a 2,8%. O tamanho médio foi de 747,4 μm (± 20,9) para o tipo A; 757,3 μm (± 47,6) para o tipo C; e 788,4 μm (± 65,2) para o tipo D. Os tamanhos médios do comprimento das larvas de ciatostomíneos encontrados nas propriedades de criação de PSI são inferiores aos achados em Portugal em garranos bravios e cavalos domésticos (MADEIRA DE CARVALHO et al., 2008a), onde a média de comprimentos foi entre 812 a 848 µm para os tipos A, B, C e D. A larva infectante mais prevalente das cinco propriedades de criação de PSI foi a do tipo A (60,6%) e o tamanhos das larvas identificadas foi em média 764,4 μm. Estes dados são inéditos no Sul do Brasil e no estudo de fauna parasitárias de animais PSI. O que reforça a importância da identificação e determinação da prevalência de ciatostomíneos para complementar estudos quanto à biologia, epidemiologia e eficácia de drogas antiparasitárias, servindo como referência científica para futuros estudos em saúde equina. Referências CANEVER, R. J. Diagnóstico da resistência anti-helmíntica em ciatostomíneos de equinos por meio de testes in vivo e in vitro. 0791

5 f. Tese (Mestrado em Ciências Veterinárias), Universidade Federal do Paraná, Paraná. MADEIRA DE CARVALHO, L. M.; FAZENDEIRO, M. I.; AFONSO- ROQUE, M. M. Estudo morfométrico das larvas infectantes (L3) dos estrongilídeos (nematoda: Strongylidae) dos equídeos. 3. Conclusões, perspectivas futuras e proposta de chave de identificação de alguns nematóides gastrintestinais mais comuns dos equídeos em Portugal. Acta Parasitológica Portuguesa, v.15, n.2, p.59-65, 2008a. MADEIRA DE CARVALHO, L. M.; FAZENDEIRO, M. I.; AFONSO- ROQUE, M. M. Estudo morfométrico das larvas infectantes (L3) dos estrongilídeos (Nematoda: Strongylidae) dos equídeos- 4. Estudo das populações de ciatostomíneos de equídeos bravios e domésticos através do método de análise dos morfotipos de L3 de Cyathostomum sensu latum. Acta Parasitológica Portuguesa, v.15, n. 1/2, p.65-70, 2008b. MOLENTO, M. B. Resistência parasitária em helmintos de eqüídeos e propostas de manejo. Ciência Rural, v.35, n.6, p , ROBERTS, F.H.S.; O SULLIVAN, S.P. Methods for egg counts and larvae cultures for strongyles infesting the gastrointestinal tract of cattle. Australian Journal of Agricultural Research, v.1, p , VIEIRA, V. S. F.; SOARES, I. A.; RODRIGUES, M. L. A. Frequência de nematóides estrongilídeos em cavalos, provenientes de três regiões do Estado do Rio de Janeiro, Brasil e avaliação da morfologia das larvas infectantes. FZEA USP-ABZ, Águas de Lindóia- SP, de maio,