Crimes contra a Honra no Código Penal Brasileiro

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1 Doutrina Crimes contra a Honra no Código Penal Brasileiro EDUARDO RODRIGUES ALVES MAZZILLI Advogado em São Paulo, Pós-Graduando em Direito Civil pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Bacharel em Direito pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU. RESUMO: A presente tese de conclusão de curso foi desenvolvida com o objetivo principal de diferenciar os crimes de calúnia, difamação e injúria, cujas condutas estão previstas no Código Penal brasileiro, trazendo as características fundamentais de cada uma e as consequências dessas, comparando, para tanto, os ensinamentos de diversos doutrinadores e exemplificando-as, principalmente, com trechos de letras das músicas da banda funk de Minas Gerais denominada U.D.R. Pretende-se, com isso, facilitar o estudo desses tipos penais pelos acadêmicos de Direito e demais estudiosos, sugerindo, superficialmente, instrumentos de política criminal com o fim de prevenir a perpetração desses crimes contra a honra. PALAVRAS-CHAVE: Crimes contra a honra; calúnia; difamação; injúria; honra objetiva; honra subjetiva; Código Penal brasileiro; funk; U.D.R. ABSTRACT: This dissertation of course was developed with the main objective of differentiating the crimes of calumny, defamation and injury, whose conduct is under the Brazilian Criminal Code, bringing the key characteristics of each and the consequences thereof, compared all of then, the teachings of many scholars and illustrating them, especially with snippets of lyrics for the funk band called Minas Gerais U.D.R. It is intended, therefore, facilitate the study of these types of criminal law by scholars and other scholars, suggest superficially criminal policy instruments in order to prevent the perpetration of these crimes against honor. KEYWORDS: Crimes against honor; calumny; defamation; injury; honor objective; subjective honor; brazilian criminal code; funk; U.D.R. SUMÁRIO: Introdução; I - Teorias da classificação dos tipos penais; I.i) Teoria clássica; I.ii) Teoria finalista bipartida; I.iii) Teoria finalista tripartida; II - Crimes contra a honra; II.i) Disposições gerais; II.ii) Honra objetiva; II.iii) Honra subjetiva; III - Rol dos crimes contra a honra; IV - Calúnia; IV.i) Disposição legal do tipo penal; IV.ii) Análise doutrinária do tipo penal; IV.iii) Exceção da verdade; V - Difamação; V.i) Disposição legal do tipo penal; V.ii) Análise doutrinária do tipo penal; V.iii) Exceção da verdade; V.iv) Retratação; VI - Injúria; VI.i) Disposição legal do tipo penal; VI.ii) Análise doutrinária do tipo penal; VI.iii) Perdão judicial; VI.iii.i) Provocação reprovável; VI.iii.ii)

2 Retorsão; VI.iv) Injúria real; VI.v) Injúria preconceituosa; VII - Conclusão; VIII - Tabelas; IX - Jurisprudência; Referências.

3 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA 61 INTRODUÇÃO O presente artigo foi desenvolvido em sete capítulos e respectiva nota conclusiva, cujo objetivo principal é dissociar a calúnia, difamação e injúria, condutas criminosas previstas no Código Penal, como se sinônimas fossem, trazendo as características fundamentais de cada uma e as consequências destas, comparando, para tanto, diversos doutrinadores. Pretendemos, também, cotejar, analisar e estudar, de forma exemplificativa e para elucidar as questões tratadas, trechos de letras de músicas da banda funk brasileira, do Estado de Minas Gerais, denominada U.D.R.1. Essa banda se originou com o encontro habitual de seus integrantes, que possuem admirável conhecimento histórico, religioso e mundano, com o fim de se divertirem. Porém, após criarem algumas letras e músicas, bastante interessantes, acabaram se organizando como um grupo musical do "underground". As letras por eles criadas são muito ricas, pois abordam temas relevantes, como a discriminação social, conflitos religiosos, drogas e diversas condutas praticadas no cotidiano, por alguns subgrupos, o que possibilita uma análise ampla e profunda dos mais variados temas jurídicos e sociais. Por esses motivos resolvi utilizá-la como exemplo neste artigo, originalmente apresentado como tese de conclusão do curso de Ciências Jurídicas e Sociais. No primeiro capítulo, há algumas teorias acerca da classificação dos tipos penais, indicando suas diferenças, sem grande aprofundamento, bem como os doutrinadores que as adotam. Após, há uma disposição geral acerca dos crimes contra a honra, indicando a vontade do legislador ao incluí-los no ordenamento jurídico brasileiro, bem como o objeto jurídico tutelados por estes, expondo uma breve diferenciação acerca deles.

4 No terceiro capítulo, é apresentado o rol dos crimes contra a honra, informando a sua disposição no Código Penal brasileiro e explicando a importância desses serem estudados com afinco, ante suas similitudes e frequentes confusões feitas acerca do aperfeiçoamento de cada um dos crimes e uma disposição geral acerca de cada artigo. No capítulo posterior, analisa-se o crime de calúnia, abordando-se, para tanto, suas características, hipóteses de ocorrência e modalidades qualificadas, comparando-as doutrinariamente e exemplificando-as, principalmente com letras da banda U.D.R. Fazem-se, ainda, distinções entre o crime de calúnia e os crimes estudados nos Capítulos V e VI, que abordam, respectivamente, os crimes de difamação e injúria, estudados sobre a mesma ótica e metodologia. Por fim, conclui-se o presente artigo, informando genericamente as consequências da perpetração dos crimes contra a honra e sugestões para a redução da ocorrência deles na sociedade.

5 62 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA I - TEORIAS DA CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS PENAIS A palavra teoria tem vários significados, o que pode ser observado no texto a seguir, extraído e editado da enciclopédia virtual e livre Wikipédia2: É o conhecimento especulativo, puramente racional. O substantivo theoría significa ação de contemplar, olhar, examinar, especular [...]. Também pode ser entendido como forma de pensar e entender algum fenômeno a partir da observação. [...] O termo é aplicado a diversas áreas do conhecimento, sendo que em cada área possui uma definição. No Direito Penal incide a Teoria da Tipicidade3: "[...] é o princípio da legalidade, segundo o qual uma ação tida como punível deve ser típica, isto é, deve corresponder a um dos esquemas ou delitos característicos objetivamente descritos pela lei penal". Sendo assim, as teorias de classificação dos tipos penais resultam da análise feita por estudiosos do Direito acerca dos comportamentos sociais por gerações sucessivas, originando correntes doutrinárias diversas, pois uma geração se comporta de modo diferente da anterior, valorizando e priorizando direitos a serem tutelados, fato este decorrente da alteração na ordem jurídica de cada Estado; e apesar da existência de diversas teorias, que datam desde a antiguidade, há de se estudar as mais contemporâneas para a análise dos crimes contra a honra. I.i) Teoria clássica4 A Teoria Clássica define o aperfeiçoamento do crime como a realização da conduta, seja por ação ou omissão, abrangendo tanto o dolo como a culpa, devendo haver nexo causal para os crimes que exijam resultado naturalístico, o que não ocorre nos crimes contra a honra, que são crimes formais e nos quais há previsão do resultado

6 naturalístico, mas não se exige a ocorrência deste para a consumação do crime. Sendo assim, não discute a antijuridicidade ou ilicitude, nem reconhece a culpabilidade do executor dos fatos, ou seja, todo aquele que agir em consonância com a norma penal pratica crime nela previsto, independentemente se o fez ante qualquer das excludentes de ilicitude5, nem da culpabilidade do agente, podendo ser aplicado o elemento normativo secundário do tipo penal inclusive aos inimputáveis, dispensando para a caracterização do ilícito a potencial consciência da ilicitude, bem como a exigibilidade de conduta diversa.

7 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA 63 Portanto, classicamente a perpetração do crime é caracterizada pela simples execução de uma conduta prevista na lei penal, ou seja, do fato típico. Os adeptos dessa corrente teórica são: Edgard Magalhães Noronha, Nelson Hungria, entre outros. I.ii) Teoria finalista bipartida6 A Teoria Finalista Bipartida exige, para o aperfeiçoamento do tipo penal, conduta prevista em lei, seja perpetrada por ação ou omissão, logo, dolosamente ou culposamente, devendo haver nexo causal para os crimes que exijam resultado naturalístico, o que não ocorre nos crimes em apreço, pois são crimes formais, previstos no tipo penal. Contrariamente a Teoria Clássica7, esta considera para a aplicabilidade da lei penal em abstrato ao caso concreto se o agente do fato agiu motivado por alguma das previsões compreendidas nos arts. 23 a 25 do Código Penal. Todavia, apesar de ampliar a interpretação acerca da aplicabilidade da conduta criminosa ao caso concreto, verificando outras circunstâncias existentes em sua perpetração, que não somente o local dos fatos, o horário, a data, mas também se o agente aperfeiçoou-a ante uma situação de perigo atual ou iminente; para repelir uma agressão injusta, seja real ou iminente, putativa, contra si ou terceiro; ao cumprir uma determinação legal que lhe foi atribuída; exercendo um direito lhe garantido por lei. Os adeptos dessa corrente teórica são: Damásio de Jesus, Júlio Fabbrini Mirabete, Celso Delmanto, Fernando Capez, entre outros. I.iii) Teoria finalista tripartida8

8 A Teoria Finalista Tripartida abarca o disposto na Bipartida e acrescenta à análise do crime a culpabilidade do agente, verificando se, por enfermidade mental9, era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato; se tinha a possibilidade, nas circunstâncias em que se encontrava no momento da perpetração do crime, de agir de forma diversa. Julio Fabbrini Mirabete10 acrescenta ainda haver a possibilidade de configuração de causa de excludente de culpabilidade e consequente inaplicabilidade do tipo penal pela existência de erro de tipo e erro de proibição, institutos acrescentados ao ordenamento jurídico brasileiro pela reforma do sistema penal, por meio da Lei nº 7.209, de 11 de julho de 1984, logo, é essa a Teoria adotada atualmente no Brasil.

9 64 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA Ademais, ressalta que a culpabilidade acrescentada como elemento indispensável à responsabilidade penal é oriunda da intenção do legislador em adotar novas medidas penais para crimes de menor potencial ofensivo, mas que possibilitou, também, o agravamento da pena para a perpetração de crimes, perpetrados por violência ou grave ameaça. Por esse fato, Damásio de Jesus afirma que o crime consiste na tipicidade e antijuridicidade, e o elemento extra-adotado pela Teoria Tripartida apenas influi na aplicabilidade da conduta, descartado-o para o aperfeiçoamento do crime. Os adeptos dessa corrente teórica são: César Roberto Bitencourt, Luiz Régis Prado, entre outros. II - CRIMES CONTRA A HONRA II.i) Disposições gerais Edgard Magalhães Noronha11 afirma haver, no Código Penal, um marco de significativa importância, pois, no capítulo dos crimes contra a honra o referido diploma legal, passa a tutelar o bem imaterial, da honra, sendo que, nos bens jurídicos protegidos consignados pelo legislador nos dispositivos anteriores a estes, se resguardam bens materiais. Guilherme de Souza Nucci defende, na 4ª edição de sua obra12, que a honra consiste na apreciação ou no senso que as pessoas têm sobre outra, levando-se em consideração aspectos morais13 do sujeito sob análise. Verifica-se, para tanto, se a pessoa é honesta, se possui bom comportamento perante aquela sociedade e naquele determinado momento, ou seja, em um cenário específico, no qual é avaliada inclusive a sua profissão, entre outras inúmeras características intrínsecas e exógenas, que possibilitam a valoração da postura calcada nos bons costumes. Já, na 8ª edição14, o referido doutrinador mantém essa linha

10 de raciocínio, acrescentando que a análise da honra abarca, sem exceção, aspectos positivos ou virtudes do ser humano, sendo incompatível com defeitos e más posturas, apesar deste não ser um conceito absoluto, ou seja, uma pessoa pode não ter boas condutas acerca de determinado aspecto, mas em outras sim, mantendo-se honrada nestas.

11 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA 65 Entretanto, o principal motivo para sua proteção legal não é o simples fato do que as pessoas acham ou pensam e a consequente reputabilidade que elas têm sobre as outras e vice-versa, mas sim porque a honra está vinculada ao comportamento social delas, funcionando como um desincentivo15 para que pratiquem condutas contrárias às tipificadas na lei penal, que, ao contrário dos demais ramos do Direito, dispõem ações que não devem ser executadas, auxiliando para a manutenção da paz social. A honra é um instituto amplo, que se subdivide em honra subjetiva e objetiva, pois abarca aspectos da integridade psíquica do ofendido, bem como sua reputação perante a sociedade, a qual não se restringe ao aspecto do sítio habitacional, estendendo-se, por exemplo, ao ambiente laboral, acadêmico, ou qualquer outra comunidade da qual participe, inclusive as virtuais, compostas por blogs, fotolog, Orkut, etc., e o bom conceito que tem sobre si. Acrescenta, ainda, Edgard Magalhães Noronha que a honra pode ser compreendida como comum, na qual há objetividade e subjetividade, ou especial, relacionada à profissão de uma pessoa, pois é inadmissível aceitar afirmações desabonadoras, como afirmar que um médico é "gerente de empresa funerária", um juiz "sepultura de autos"16, ou ainda declarar que aquele que trabalha na marinha é "putanheiro e cheirador"17, etc. Sobre esse aspecto especial da honra, Fernando Capez afirma18 existir a honra-dignidade, que trata de aspectos morais, como a honestidade, a lealdade e a conduta moral do indivíduo; a honra-decoro, caracterizada por atributos desvinculados da moral, como a inteligência, sagacidade, dedicação ao trabalho, atributos físicos e outras características particulares da pessoa; a honra comum, como sendo a que todos possuem; e, por fim, a profissional, que se refere ao grupo social, ou profissional, ao qual um indivíduo pertence, ou seja, integra. Todavia, essas descrições integram, como um todo, o instituto

12 da honra, um direito fundamental do ser humano, tutelado não somente pelo Direito Penal, mas pelo Direito Constitucional, no art. 5º, inciso X, da Constituição da República Federativa do Brasil; logo, é observado por todos os demais ramos do Direito.

13 66 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA Sendo assim, o conceito de honra é muito vasto, o que enseja Cézar Roberto Bitencourt19 ao afirmar que, devido a sua extensão, é inadequado e impreciso distinguir a honra em objetiva e subjetiva, pois essas conceituações são adjetivos limitados, imprecisos e superficiais, porque a essência do bem jurídico protegido nos crimes contra a honra é a pretensão ao respeito da própria personalidade, ou seja, tutela a dignidade da pessoa humana, direito natural da pessoa, fundamental para a sua própria existência. II.ii) Honra objetiva A honra objetiva consiste na reputabilidade que um indivíduo tem perante a sociedade da qual participa, ou seja, é literalmente o que as pessoas pensam sobre elas. Guilherme de Souza Nucci define como o julgamento que a sociedade faz de determinada pessoa, logo, é a imagem20 que esta possui no seio social. Por sua vez, Paulo José da Costa Jr. sintetiza essas circunstâncias em reputação e respeito que se desfruta no seio social21. Define Edgard Magalhães Noronha, ainda, a objetividade como o apreço próprio, ou seja, "[...] juízo que cada um tem de si"22. Fernando Capez23, por sua vez, amplia tal conceito ao afirmar que a honra objetiva diz respeito aos atributos físicos, intelectuais, morais de alguém, ou seja, novamente a conceituação do indivíduo perante a sociedade, logo, os crimes de calúnia e difamação ofendem a referida honra, pois atingem o valor social do indivíduo. Como exemplo, há o seguinte trecho da música "Bonde do amor incondicional", da Banda U.D.R., no qual os autores da referida obra narram que alguém, ao entardecer, no alto mirante, consumiu, após adquirir para consumo pessoal, droga em desacordo com determinação legal ou regulamentar, crime previsto no art. 28 da Lei nº , de De mãos dadas, com você

14 Seu rosto na luz do entardecer Do alto do mirante, te vejo no céu Ouço as coisas que tu fala quando tu fuma beréu.

15 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA 67 É evidente que para a configuração da calúnia, no exemplo citado, e consequente ofensa à honra objetiva, o autor da referida música deveria substituir o pronome pessoal você, determinando a pessoa que fez uso do entorpecente "beréu", sabendo que o fato lhe imputado é falso, conforme estudo aprofundado desse crime no Capítulo IV - Calúnia dessa obra. Outro exemplo de configuração da ofensa à honra objetiva, mas em detrimento da perpetração do crime da difamação, pode ser observado no seguinte trecho da música "Vômito podraço", do mesmo grupo musical, que narra a prática de um ritual, uma orgia pagã, no equinócio de outono, por mendigos, um grupo já discriminado, cuja situação só se agrava com a existência de tais obras. Equinócio de outono, o ritual Conclamando as hordas de meu pai Nergal Mendigos se reúnem, numa orgia pagã Celebrando a Thelema, festejo de Pã [...] Também de forma evidente, conforme estudo aprofundado no Capitulo V - Difamação, que trata do crime referido no próprio título, deveria contar, na narração, o local dos fatos da prática desse ritual. Acrescenta Fernando Capez24 que a pessoa ofendida por ambos os crimes referidos nos exemplos acima passariam a ter má fama no seio da coletividade e, consequentemente, a sofrer prejuízos de ordem pessoal e patrimonial, pois, no primeiro exemplo, a vítima, provavelmente, viria a perder o seu emprego, a ser excluída de rodas sociais e, em ambas as exemplificações, a sofrer discriminações. Ademais, não há que se falar na necessidade de haver para o aperfeiçoamento dos crimes já mencionados, pois se trata de uma obra literomusical, cujas ofensas são rogadas em shows, meios eletrônicos de comunicação, como sites da Internet, CDs e qualquer outro meio existente de comunicação, salvo os dispostos na Lei de

16 Imprensa, declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, que não é objeto principal do presente estudo. II.iii) Honra subjetiva A honra subjetiva se caracteriza pelo juízo de valor que cada indivíduo faz sobre si, Guilherme de Souza Nucci a define25 como o sentimento de autoestima, de autoimagem, que está interligado com o conceito de dignidade26, o qual, por ser, como o nome diz, subjetivo, ou seja, um elemento intrínseco, alguém, ao ser vitimado pelas condutas descritas nos itens IV.i, V.i e VI.i, reage de forma diversa de outra, para tanto, não podem ser ignorados os demais fatores tratados no item II.i.

17 68 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA Paulo José da Costa Jr. novamente sintetiza essas explanações27, afirmando ser o aspecto subjetivo da honra a dignidade e o decoro, como se verifica com maior ênfase no capítulo do crime de injúria. Fernando Capez28, por sua vez, conceitua o instituto em apreço como sendo a opinião do sujeito a respeito de si mesmo, abrangendo seus atributos físicos, intelectuais e morais, ou seja, o seu amor-próprio, logo, não há necessidade de que o fato imputado a alguém seja conhecido por outrem, mas que o ofendido se sinta ultrajado, o que poderia ocorrer no seguinte caso extraído da música "Bonde do aleijado", de autoria da banda U.D.R.: Fui pêgo pela Rota e por pouco não fui preso Escondi minha cocaína no joelho do Cerezo Caçoar de aleijados é a minha diversão Inscrevi o Gerson Brenner numa aula de baião. Observa-se na referida exemplificação que funcionários públicos, membros da Rota, poderiam se sentir ultrajados ao serem objetos de uma música, na qual são chamados de incompetentes por não efetuarem a prisão em flagrante delito da pessoa, que ocultou a cocaína, substância entorpecente que causa dependência física e psíquica, na prótese utilizada por um deficiente físico. Todavia, devesse analisar a vontade dos criadores da referida canção de violar ou não a honra dessas supostas vítimas. Há, também, a pessoa de Cerezo, que, pela sua condição física, foi utilizada pelo possuidor da droga como um objeto, no qual a droga foi ocultada e, após, divulgou tal ato. Por fim, o autor da música também pode ter atingido a honra subjetiva de Gerson Brenner, ator baleado em um crime de roubo, executado com o emprego de arma de fogo, e que após ser atingido, adquiriu uma deficiência física e consequente limitação para exercer determinadas atividades, como dançar.

18 III - ROL DOS CRIMES CONTRA A HONRA Os crimes contra a honra estão compreendidos, como já exposto na introdução, no Título I, Capítulo V, do Código Penal, que abrange o art. 138 ao art. 145 do referido diploma legal.

19 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA 69 Todavia, é imprescindível o estudo mais cauteloso dos artigos que tipificam a conduta dos crimes contra a honra, seja calúnia, injúria, ou difamação, por serem frequentemente compreendidos no cotidiano como sinônimos, o que se torna visível quando o ofendido diz que irá processar seu agressor por injúria, calúnia e difamação29, exemplo ministrado pela Professora Lilian Barçalobre Manoel, nas aulas do Curso de Direito Processual Penal. Sendo assim, faz-se necessário a análise dos tipos penais previstos neste capítulo, bem como a interpretação doutrinária acerca deles, que variam de acordo com a teoria classificatória dos tipos penais adotadas pelos doutrinadores, além das decisões proferidas pelos Magistrados nos casos concretos. No caput do art. 138 do Código Penal brasileiro está tipificado o crime de calúnia, cujo 1º amplia os possíveis sujeitos ativos do tipo e no 2º há extensão do sujeito passivo. Já o 3º dispõe sobre a exceção da verdade e em seus três incisos as possibilidades de admissibilidade do referido instituto. O art. 139 do mesmo diploma legal tipifica no caput o crime de difamação e, no parágrafo único, a hipótese em que a exceção da verdade poderá ser empregada no caso concreto. Há, no art. 140 da mesma lei, a tipificação do crime de injúria, sendo que, em seu 1º o legislador dispôs, em dois incisos, casos em que o juiz pode deixar de aplicar a pena e, tanto no 2º como no 3º há a disposição de modalidades qualificadoras do referido crime. Nos arts. 141 ao 145, todos do Código Penal brasileiro, há disposições comuns acerca dos crimes contra a honra. Sendo que o primeiro prevê em seu caput situações de agravamento das penas previstas nos artigos anteriores e possui quatro incisos. No I, II e IV, há agravante acerca da pessoa ofendida e, no III, em detrimento das circunstâncias e meios em que o crime foi concretamente aperfeiçoado. Já, no parágrafo único, o legislador se preocupou em

20 punir de modo mais rigoroso o criminoso pelos motivos que o ensejaram a praticar o crime. O art. 142 prevê possibilidades de exclusão dos crimes de injúria ou difamação. Nos incisos I e III há a excludente em razão da profissão, do local e das circunstâncias da prática dos referidos crimes e, no inciso II, o legislador se preocupa com o direito de liberdade de expressão. Todavia, o parágrafo único estende a aplicabilidade do crime a terceiros que divulguem as ofensas proferidas nos termos dos incisos I e III. O art. 143 dispõe uma causa extintiva de punibilidade abordada com ênfase nos Capítulos IV - Calúnia e V - Difamação.

21 70 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA O art. 144 tutela o instituto do pedido de explicações em juízo, faculdade de alguém acionar o Judiciário, pois está com dúvida se foi vitimada por um dos três crimes em estudo, face alusões, ou frases proferidas contra ela por outrem, pedindo assim que este se explique, ou seja, visa a esclarecer se a conduta praticada em seu desfavor foi criminosa ou não30. Por fim, o art. 145, caput, parágrafo único, dispõe acerca da procedibilidade de cada caso. Logo, é uma disposição de cunho processual, que não será abordada com afinco em capítulo à parte. Logo, no caput do referido artigo há a disposição de que os crimes contra a honra somente de procedem mediante queixa, ou seja, a competente ação inicial acusatória será a ação penal privada, salvo se a conduta praticada for a prevista no art. 140, 2º, e se a violência empregada na ação resultar em lesão corporal, circunstância que a ação será pública incondicionada, pois, conforme Guilherme de Souza Nucci31, o crime de lesão corporal, à época da edição do tipo penal de injúria real, era, igualmente, de ação pública incondicionada, e por se tratar de um crime complexo, composto pela injúria mais a lesão corporal ou vias de fato, não incide sobre este a Lei nº de 1995, que prevê o cabimento de ação penal pública incondicionada para os crimes de lesão corporal leve e lesão corporal culposa. Consta ainda, no parágrafo único do referido dispositivo legal, que a ação penal será pública, condicionada à requisição do Ministério da Justiça, se a vítima de algum dos crimes contra a honra for o Presidente da República, ou chefe de governo estrangeiro, ou, ainda, condicionada a representação da vítima se esta for funcionário público e a ofensa for em razão de sua função. IV - CALÚNIA IV.i) Disposição legal do tipo penal

22 Art. 138 do Código Penal: Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. 2º É punível a calúnia contra os mortos. 3º Admite-se a prova da verdade, salvo: I - Se, constituído o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;

23 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA 71 II - Se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; III - Se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. IV.ii) Análise doutrinária do tipo penal O crime de calúnia se configura com a narrativa de um fato criminoso imputado por uma pessoa a outrem, no qual consta o suposto local de perpetração do crime, o local, e o momento de sua execução, que sabe ser falso, logo, é um crime doloso, com a finalidade específica de ofender a honra alheia. Uma vez que o dolo é específico e não há previsão da modalidade culposa para o crime em apreço, Paulo José da Costa Jr. afirma não ser a conduta suscetível de dolo eventual32. Acrescenta Edgard Magalhães Noronha que, basta determinada pessoa afirmar que outra, por exemplo, subtraiu específico objeto de outra, para perpetrar o crime de calúnia33, pois o fato imputado pode configurar crime contra o patrimônio, ou seja, roubo, previsto no art. 157, ou furto, disposto no art. 155 do Código Penal brasileiro, ou inclusive configurar o crime contra a Administração, previsto no art. 312, 1º do referido diploma legal, ou outras condutas previstas na lei penal. Sendo assim, a atribuição do fato criminoso, nos termos do art. 138 do Código Penal, não pode ser confundida com a ofensa consistente em injúria34, nos termos do art. 140 do mesmo diploma legal, pois nesta não há descrição específica de tipos penais, contendo autor, situação e objeto35. O mesmo ocorre quando alguém imputa a si um fato criminoso que sabe ser falso, pois conforme acrescenta Paulo José da Costa Júnior36, a autoacusação falsa configura crime diverso, previsto no art. 341 do Código Penal, cuja redação é: "Acusar-se, perante a

24 autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem". Há ainda, no 1º do art. 138 do Código Penal, um dispositivo que amplia a conduta tipificada no caput do art. 138, no qual é possível perpetrar a ofensa à honra não somente imputando a alguém fato criminoso, não podendo ser uma contravenção, que sabe ser falso, requisito imprescindível para a configuração do conceito analítico do crime, conforme Guilherme de Souza Nucci37, mas também por aquele que dissemina a agressão anteriormente realizada por outrem.

25 72 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA Na análise do núcleo do tipo penal, verifica-se a existência dos verbos caluniar e imputar, os quais, para Guilherme de Souza Nucci38, são sinônimos de atribuir, o que o faz sugerir a seguinte redação: "Atribuir a alguém, falsamente, fato definido como crime", vez que em sua convicção a calúnia é uma "difamação qualificada". Todavia, Fernando Capez39 afirma existir várias espécies de calúnia, como a inequívoca ou explícita, na qual o sujeito ativo do crime afirma explicitamente a falsa imputação; inequívoca ou implícita, que se configura com a ofensa proferida de forma indireta, exemplificando-a com "não fui eu que por muitos anos me agasalhei nos cofres públicos", conduta que descreve um crime perpetrado por um funcionário público contra a Administração; e, por fim, há a modalidade reflexa, cuja imputação de fato criminoso a alguém atinge outro, citando um caso de corrupção, que atinge o funcionário público que aceitou a vantagem indevida ou promessa de tal vantagem e aquele que ofereceu ou prometeu a referida vantagem. Constata-se, ainda, a existência do vocábulo alguém, resultando no questionamento se o ofensor e o ofendido podem ser somente pessoa física, ou, também, jurídica. Como alguém é um pronome indefinido, que se refere a alguma pessoa, é inadmissível que o sujeito ativo ou passivo do tipo seja uma pessoa jurídica40. Entretanto, Guilherme de Souza Nucci41 afirma que tal acepção é cabível se a pessoa jurídica figurar no polo passivo, nos casos em que os crimes a essa imputados são contra o meio ambiente. Todavia, para Luiz Régis Prado42, é inadmissível que alguém responda criminalmente pelo crime de calúnia se este narrou uma conduta criminosa, nos termos do art. 138, perpetrada por uma pessoa jurídica, pois essa atingiria os seus administradores, os quais passariam a ter legitimidade ativa para figurarem na persecução criminal.

26 Porém, com o advento do Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999, que tipifica diversas condutas praticadas por pessoas jurídicas contra o meio ambiente, fomenta a discussão se essas podem ou não serem sujeitos ativos ou passivos do crime em apreço, mas como o referido diploma legal prevê em seu art. 1º que as condutas nele perpetradas configuram apenas infrações administrativas ambientais, não há a possibilidade de haver calúnia, pois não são condutas criminosas.

27 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA 73 Semelhante questionamento cabe aos inimputáveis e pessoas mortas, entretanto, esses primeiros, apesar de terem condições para realizarem o fato típico e antijurídico, carecem de culpabilidade, elemento indispensável para a caracterização do crime, conforme a Teoria Finalista Tripartida adotada no Brasil, nos termos do art. 13 do Código Penal. Com relação aos mortos, surge um questionamento relevante, pois obviamente não podem figurar como sujeitos ativos, pois mesmo que enviem uma carta caluniando alguém, e antes que essa chegue ao destinatário, o autor falece, este não poderia ser responsabilizado pelo aperfeiçoamento da extinção da punibilidade, prevista no art. 107, inciso I, do Código Penal. Entretanto, verifica-se que o falecido pode figurar como vítima, pois o bem jurídico tutelado é a honra e a imagem da pessoa, as quais devem ser preservadas com o objetivo de conservar o sentimento de seus familiares. Acrescenta Edgard Magalhães Noronha43 que o delito em apreço pode atingir inclusive a amigos íntimos do ofendido, mas, pelo fato de a ação inicial acusatória ser privada, o autor do injusto só será eventualmente condenado na existência das pessoas arroladas no art. 31 do Código de Processo Penal. No 1º do art. 138 há a previsão legal de propalar ou divulgar, incorrendo na mesma pena aquele que, sabendo ser falsa a imputação, a transmite a terceiros, contudo, deve estar presente o dolo específico de prejudicar o ofendido no seio social, pois se proferida com animus narrandi, com a intenção de se apurar os fatos criminosos, que são de interesse público, ter-se-ia a configuração de fato atípico. Mesma justificativa recai sobre a exceção da verdade, que consiste em um incidente processual, equiparada a uma defesa indireta, na qual o autor da calúnia terá a oportunidade de provar que

28 a suposta vítima do fato narrado perpetrou o crime por ele imputado44. IV.iii) Exceção da verdade A Exceção da Verdade é um instituto do Direito Penal que garante ao autor do injusto provar que de fato determinada imputação, ou prolação, que ensejou a perpetração do crime de calúnia prove que as afirmações por ele feitas são verdadeiras e não falsas, sendo interpretado, para Guilherme de Souza Nucci45 como uma forma de defesa indireta, um incidente processual, que faz surgir uma questão secundária da discutida no processo principal, que deve ser resolvida primariamente.

29 74 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA Todavia, ao se exercer esse direito, o ofensor do injusto deverá, no entendimento do douto Paulo José da Costa Jr.46, se ater ao fato, não podendo ser a defesa ampliada genericamente para a vida do ofendido. Nesse sentido, acrescenta Edgard Magalhães Noronha47 ser inconcebível vasculhar toda a vida do ofendido para o exercício do referido direito. A aplicabilidade desse direito, tutelado pelo ordenamento jurídico brasileiro desde o Código Criminal do Império, em seu art. 234, a qual garantia a ampla aplicabilidade do suposto ofensor em demonstrar a verdade dos fatos e, consequentemente, ser absolvido, descaracteriza a antijuridicidade da calúnia, transformando o fato anteriormente contrário aos bons preceitos legais em um fato atípico, ante a ausência da intenção de ofender a honra alheia. Entretanto, com o advento do Código Penal de , a exceptio veritatis teve sua aplicabilidade restringida, o que também se verifica no atual diploma legal em vigência, no qual a comprovação da verdade é inadmissível nos casos em que a vítima do crime de calúnia está sendo processada na esfera criminal por crime de ação penal privada, do qual reste decretação de sentença com trânsito em julgado, conforme disposto no art. 138, 3º, inciso I. Semelhante vedação é feita nas hipóteses em que o sujeito passivo é uma das pessoas arroladas no art. 141, inciso I, do Código Penal, as quais são o Presidente da República e os chefes de governo estrangeiros, expressão que abrange, no entendimento de Edgard Magalhães Noronha49, não só soberano e presidente, mas também primeiro-ministro, conforme dispõe o art. 138, inciso II, desse Decreto-Lei. Luiz Régis Prado50 justifica tal restrição como uma medida protetiva em face das funções por eles desempenhadas e pelas consequências, seja interna ou externa, resultantes do fato concretamente imputado.

30 Contudo, Guilherme de Souza Nucci51 acrescenta que essa vedação se faz necessária em detrimento do complexo procedimento criminal exigido para tais circunstâncias pelo atual ordenamento jurídico brasileiro, o qual distingue, inclusive, a procedibilidade da ação penal nesses casos, ou seja, fundamenta-se em uma política criminal.

31 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA 75 Acrescenta, ainda, Edgard Magalhães Noronha52, que o Chefe da Nação, ou seja, o Presidente da República Federativa do Brasil não deve estar sujeito a acusações de qualquer um, fundamentando-se no art. 86 da Carta Magna, em consonância com Guilherme de Souza Nucci, no que tange a procedibilidade de uma ação penal. Porém, no caso desse figurar como ofendido, há um raciocínio mais próximo ao do Luiz Régis Prado53, ressaltando as consequências que tal imputação criminosa poderia ensejar nas relações internacionais. Já Vicente Greco Filho, destaca-se entre demais doutrinadores ao defender que esse dispositivo foi revogado pela Constituição da República Federativa do Brasil, pois, para ele, em um regime democrático amplo como o nosso, a verdade não pode sofrer restrições, independentemente da autoridade envolvida. Por fim, o caluniador também não poderá provar a veracidade dos fatos se a vítima for processada e condenada por sentença absolutória da qual não cabe recurso em virtude da coisa julgada, conforme dispõe o inciso III do artigo em apreço, pois não se pode violar a coisa julgada, a qual, uma vez aperfei-çoada, presume verdadeira a falsa acusação. Acrescenta ainda Edgard Magalhães Noronha que, se isso ocorresse, haveria uma revisão criminal às avessas54. V - DIFAMAÇÃO V.i) Disposição legal do tipo penal Art. 139 do Código Penal: Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. Exceção da Verdade

32 Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. V.ii) Análise doutrinária do tipo penal O crime de difamação se configura com a narrativa de um fato, verdadeiro ou falso, não tipificado nas leis penais, imputado pelo sujeito ativo ao passivo, no qual consta concretamente ou fictamente o local da prática da conduta, bem como o momento da sua execução, cujo objetivo é violar a honra objetiva55 do ofendido.

33 76 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA Guilherme de Souza Nucci56 constata novamente a existência de duas ações sinônimas, pois tanto difamar, quanto macular significa desacreditar publicamente uma pessoa, cuja intenção do legislador foi a de ressaltar que a difamação se configura na narrativa de fato, existente ou não, que não seja tutelado pelo Direito Penal, contendo as pessoas envolvidas, o local, o momento de sua execução, além de outros elementos ofensivos à reputação de outrem57. O douto Edgard Magalhães Noronha58 tece ainda outras críticas acerca da conduta tipificada pelo legislador, afirmando que este deveria se basear no Código Penal suíço, no qual incorre na mesma pena aquele que propala o fato ora imputado, tanto para o crime em apreço como para o estudado no capítulo anterior, vez que esta conduta posterior é frequentemente mais danosa do que a originária. Mas como não há na Lei essa tutela, e de acordo com o princípio da reserva legal, o disseminador da narração difamatória não poderá ser punido, salvo se esta configurar injúria59. Para elucidar a perpetração dessa conduta utilizaremos o seguinte trecho da letra da música "Oh, Mefisto", da banda U.D.R.: "[...] Uma freira se masturba com a imagem de Cristo de Nazaré [...]". Se a conduta constante nessa frase fosse atribuída a uma freira específica, narrando o local em que estava quando realizou tal ato, seja ficto ou real, por exemplo, no interior da Igreja Matriz de São José, como aduz o verso da canção, especificando um horário, por exemplo, por volta do meio-dia e em determinado dia, configurar-se-ia o crime de difamação, pois a freira não perpetrava, em tese, uma conduta criminosa, mas sim uma que a desacreditasse publicamente e perante o grupo ao qual faz parte. Nesse exemplo, fica evidente a necessidade da narração de um fato atípico para o Direito Penal, bem como a presença do dolo específico, consistente na intenção de ofender determinada pessoa, para a configuração do delito, se ausentes ambos os requisitos, como ocorre com o texto extraído, o enquadramento da conduta certamente

34 seria outro, diverso da difamação, ensejando, talvez, uma injúria. Acrescenta, ainda, Edgard Magalhães Noronha60, que ao contrário do que ocorre na calúnia, é admissível figurar o menor de 18 anos e o enfermo mental como sujeitos passivos do crime, pois o elemento subjetivo é a reputação, da qual todos gozam. O que engloba as pessoas jurídicas, que possuem renome, crédito, boa fama, etc., as quais poderão ser eventualmente abaladas por uma narração difamatória, prejudicando-as, abalando-as.

35 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA 77 V.iii) Exceção da verdade A exceptio veritatis também é admissível nos processos criminais que apurem o crime de difamação, como ocorre nos casos de calúnia61. Entretanto, o legislador restringiu ainda mais sua aplicabilidade, sendo admitida em uma única hipótese legal, prevista no art. 139, parágrafo único, do Código Penal. Essa ressalva legal se fundamenta, conforme Paulo José da Costa Jr., no direito de fiscalização ou crítica dos cidadãos62, cabe nos casos em que o ofendido for funcionário público e a ofensa proferida for relativa à função por ele desempenhada, nos termos do referido dispositivo legal. Edgard Magalhães Noronha63 justifica a admissibilidade desse instituto pela relevância social contida na conduta, a princípio, difamatória. Pois insurge do cidadão o direito de fiscalizar e criticar a Administração Pública, refletida nos funcionários públicos ao desempenharem suas atribuições legais. É evidente que inexiste a possibilidade de o autor da difamação provar a veracidade de fatos da vida pessoal do ofendido, o que não se admite na calúnia, pois tais circunstâncias são de interesse público. Guilherme de Souza Nucci64 interpreta o instituto em apreço assemelhando-se com Edgard Magalhães Noronha, pois, apesar de o legislador ter restringido sua aplicabilidade, por se tratar de funcionário público, faz-se necessário que o Estado apure a veracidade dos fatos imputados, pois a Administração deve punir os funcionários com más condutas. V.iv) Retratação O instituto da retratação está previsto nas disposições comuns dos crimes contra a honra, mais precisamente no art. 143 do Código Penal brasileiro, cuja redação é: "O querelado que, antes da sentença,

36 se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena". Retratar-se é, conforme Guilherme de Souza Nucci65, voltar atrás, desdizer, desmentir, ou seja, o agente reconhece sua conduta errônea e refaz suas anteriores afirmações. Descreve, ainda, a retratação como uma causa extintiva da punibilidade, fundamentando-se no art. 107, VI, do Código Penal, afirmando se tratar de elemento diverso do crime, seja na calúnia, ou na difamação, vez que não incide na tipicidade, antijuridicidade, nem culpabilidade, mas sim na punibilidade do agressor, ressaltando que a expressão "isenção de pena" não se vincula necessariamente à culpabilidade.

37 78 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA Edgard Magalhães Noronha interpreta o instituto da retratação de forma semelhante, afirmando66 que é a faculdade que o ofensor do injusto tem de retirar o que disse, declarando que errou, ou seja, é a demonstração de arrependimento do sujeito ativo, uma confissão, que enseja a reparação do dano auferido pelo ofendido, superior à própria sentença condenatória. Evidentemente o valor da indenização poderá ser obtido perante o juízo cível, com uma ação de indenização por danos morais, com base na sentença absolutória motivada pela confissão do fato criminoso perpetrado pelo agente ativo, pois se apurou, no processo criminal, que foi aquele agente que praticou a conduta criminosa e que a vítima foi concretamente ofendida. Mas o criminoso somente não foi condenado, pois confessou o crime antes da decretação da sentença condenatória. Ressalta-se que, na circunstância supramencionada, a vítima não poderá utilizar da sentença absolutória para ajuizar uma ação de execução, pois resta na referida decretação a característica de executividade, pois o réu não foi condenado a indenizá-la. Poderia acontecer se não se retratasse e, após, fosse condenado com, por exemplo, a pena restritiva de direitos, prevista no art. 43, inciso I, do Código Penal, que é a prestação pecuniária. Acrescenta Julio Fabbrini Mirabete67 que, se o ofendido propuser uma ação de reparação cível ante o dano lhe causado, pela perpetração contra si de um dos crimes contra a honra, o valor referente à prestação pecuniária pago a este será descontado do total da condenação cível ou penal. Guilherme de Souza Nucci68 também afirma que, em decorrência da expressão querelada no referido dispositivo legal, o legislador evidenciou que a retratação só poderá ser utilizada nos crimes contra a honra dependentes de ação penal privada. Acrescenta, ainda, que o desdizer deverá ser proferido antes da sentença de 1º grau, não podendo sua aplicação ser estendida ao

38 trânsito em julgado. VI - INJÚRIA VI.i) Disposição legal do tipo penal Art. 140 do Código Penal: Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

39 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA 79 Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena: I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem: Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Acrescentado pela Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997). VI.ii) Análise doutrinária do tipo penal O crime de injúria é aperfeiçoado quando alguém, por meio de gestos, palavras, desenhos ou atitudes ultrajantes ofendem a dignidade ou o decoro alheio. Paulo José da Costa Jr.69 faz nítida distinção entre dignidade, que se refere às qualidades morais, e o decoro, que se refere às demais qualidades e condições, que constituem o valor social do indivíduo. Edgard Magalhães Noronha70 afirma que o bem jurídico protegido no crime em apreço é o juízo que a pessoa tem da própria honra e decoro, que incide sobre as qualidades e condições responsáveis pelo conceito criado de valor social por determinado indivíduo, ou em semelhante comparação doutrinária; é a decência, respeitabilidade e consideração que merecemos e que é lesado.

40 Sendo assim, afirmar que alguém é ladrão, estelionatário, pederasta, canalha, imoral, desonesto, etc., configura ofensa à dignidade, que, para Luiz Régis Prado71, é o sentimento que o próprio indivíduo possui acerca de seu valor social e moral. Mas declarar que determinada pessoa é impotente, tuberculoso, imbecil, farsante, cretino, estúpido, ignorante, arara, aleijado, burro, etc., atinge o decoro, que, como se observa na exemplificação, pode atingir a condição física ou psíquica do injuriado, vez que incide nas qualidades de ordem física e intelectual, responsáveis pela formação de autoestima e respeitabilidade que o meio social tem para com os indivíduos que nele atuam.

41 80 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA Todavia, para Cézar Roberto Bitencourt72, independentemente do juízo de valor negativo, exteriorizado com desprezo e desrespeito do ofensor do injusto ao atingir a dignidade ou o decoro da vítima, aperfeiçoar-se-á a injúria73, a qual pode ser classificada como imediata, quando a ofensa é proferida pelo próprio agente ativo; mediata, quando o ofensor do injusto se utiliza de outra pessoa, ou de um papagaio, que fica repetindo determinada frase ofensiva; direta, o agente ativo dirige a ofensa à vítima; indireta ou reflexa, a injúria rogada a alguém atinge terceiro; explícita, quando não resta dúvida acerca da ofensa; e, por fim, equívoca, quando a imputação gera dúvida. VI.iii) Perdão judicial Cézar Roberto Bitencourt74 define o perdão judicial como o instituto legal, que possibilita ao juiz deixar de aplicar a pena diante de determinadas circunstâncias expressamente determinadas, as quais, no caso do crime de injúria, estão previstas no art. 140, 1º, inciso I, que tutela o instituto da provocação reprovável, e inciso II, o da retorsão, o qual deverá ser aplicado pelo Magistrado, pois é um direito público subjetivo de liberdade do indivíduo, no momento em que preencher os requisitos legais. Todavia, Edgard Magalhães Noronha75 afirma que a não aplicabilidade da pena é uma faculdade do juízo da causa, não podendo o referido instituto ser exigido pelas partes. Guilherme de Souza Nucci76 acrescenta que o perdão judicial só é admissível de acordo com as previsões legais, pois uma vez aperfeiçoado o crime, o criminoso, que o executou, deverá, ao final do processo, ser sancionado penalmente, sendo que a decisão que concede esse benefício é declaratória, extintiva de punibilidade, não gerando ônus ao réu.

42 VI.iii.i) Provocação reprovável Fernando Capez77 afirma que a provocação imediata ocorre quando a vítima provoca o agente ativo do crime, de forma reprovável, fazendo com que ele o injurie. Defende, ainda, que essa provocação pode configurar diversos crimes, como calúnia, difamação e outros diversos que tutelam bens jurídicos diferentes ao da honra. Todavia, essa não poderá ser uma injúria, pois, nesse caso, estaríamos diante da retorsão imediata, estudada com maior ênfase no item VI.iii.ii.

43 RDP Nº 71 - Dez-Jan/ PARTE GERAL - DOUTRINA 81 Acrescenta, ainda, que é imprescindível para a isenção da punibilidade que a injúria seja perpetrada diretamente pelo ofendido ao sujeito ativo, logo após a injusta provocação e em consequência desta, pois essa causa extintiva de punibilidade será aplicada em detrimento do abalado estado psicológico daquele que auferiu a honra alheia. Guilherme de Souza Nucci78 equipara a provocação reprovável com a violenta emoção, seguida de injusta provocação da vítima, que abalou o estado emocional natural do agressor. Afirma, ainda, não haver razão moral para o Estado punir alguém que ofendeu a honra de outra pessoa logo após ser ofendido por ela. VI.iii.ii) Retorsão A retorsão se configura com a perpetração do crime de injúria por uma pessoa, imediatamente após ter sua honra subjetiva auferida pela vítima. Cézar Roberto Bitencourt elucida essa situação, afirmando ser uma modalidade light do "olho por olho, dente por dente", ou seja, injúria por injúria79, ao contrário da provocação reprovável, cuja injúria decorre de qualquer outra conduta prevista na lei penal diversa do crime em apreço. Acrescenta, ainda, o referido doutrinador, ser inadmissível esse instituto nas hipóteses de uma retorsão rogada na forma real ou preconceituosa ante uma injúria comum, prevista no caput do art. 140 do Código Penal, face o flagrante abuso de desproporcionalidade. Nesse sentido, Paulo José da Costa Jr.80 afirma que a retorsão, consistente em uma injúria, é uma reação desferida sob impulso de ira injustamente provocada. VI.iv) Injúria real Trata-se de uma modalidade qualificada de injúria, prevista no 2º do art. 140 do Código Penal, conceituada por Cézar Roberto

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