PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE INDIVÍDUOS COM MALÁRIA NA CIDADE ESPIGÃO DO OESTE/RO NO PERÍODO DE 2007 A 2016
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1 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE INDIVÍDUOS COM MALÁRIA NA CIDADE ESPIGÃO DO OESTE/RO NO PERÍODO DE 2007 A 2016 Maicon Aleandro da Silva Gomes Licenciado em Matemática pela Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal (FACIMED)e bacharelando do 8º período do Curso de Biomedicina das Faculdades Integradas de Cacoal (UNESC). Cássio Antonio Lanfredi dos Santos Biomédico, mestre em Biociências e Biotecnologia Aplicadas à Farmácia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), coordenador e professor do curso de Biomedicina das Faculdades Integradas de Cacoal (UNESC). INTRODUÇÃO A malária, ou paludismo, é a doença tropical e parasitária de maior repercussão social e econômica mundial. Causada por parasitas do gênero Plasmodium é transmitida ao homem pela picada das fêmeas de insetos do gênero Anopheles. O impacto total gerado pelos agravos socioeconômicos causados pela malária é extenso, representando com um dos maiores problemas de saúde pública nas áreas tropicais e subtropicais do mundo. Logo, a incidência da parasitose no Brasil aumentou, nas últimas três décadas, cerca de dez vezes sendo que do número de casos notificados, mais de 99% são oriundos da região Amazônica (MACHADO et al, 2003; FERREIRA; NUNES; SCOPEL, 2012). De acordo com as últimas estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), só no ano de 2015 houve 212 milhões de casos de malária no mundo e mortes em decorrência da doença. Desde o ano de 2010, o aumento das medidas de prevenção e controle reduziram em 29% a taxa de mortalidade mundial. Porém, a região da África Subsaariana continua, desproporcionalmente, com altas taxas de óbitos registradas, chegando, naquele ano, a uma taxa de mortalidade igual a 92% (WHO, 2016; 2017). No Brasil, segundo dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica para Malária (SIVEP-Malária), foram notificados casos positivos para malária no ano de 2015, sendo os Estados com maiores números casos foram, sequencialmente, o Amazonas, o Acre e o Amapá. Somente os casos notificados nestes três Estados equivalem a mais de 81% do total nacional. Rondônia ficou no sexto lugar. Desde o ano de 2013, o Programa Nacional de Controle da Malária (PNCM), vinculada à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, programa este que foi implementado com objetivos de reduzir a incidência e gravidade da malária, visando, principalmente, a redução de internações e óbitos decorrentes desta parasitose, vem ganhando resultados positivos com fulcro em dois elementos fundamentais, sendo eles a descentralização e o controle integrado. O sucesso das atividades antimaláricas estão condicionadas às características da doença em cada área, ou seja, as ações são adaptadas às condições epidemiológicas de cada localidade. Alguns fatores são importantes de serem compreendidos, tais como: incidência e a prevalência da doença e os grupos de risco locais (BRASIL, 1998; MS, 2014). O Município de Espigão do Oeste localiza-se ao leste do Estado de Rondônia, distante 489 km da capital do Estado. O município possui uma área de km 2, com uma população, estimada em 2016, em de habitantes, ficando na 13º posição no ranking de municípios mais populoso do Estado (IBGE, 2016). Este município destacou-se no Estado por ter um dos maiores índices de notificação de casos de malária, a partir do ano de 2004, XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC 1
2 devido a intensa migração de garimpeiros para a Terra Indígena Roosevelt para exploração ilegal de diamantes (SCHUTZ, 2001). Este trabalho tem como objetivos descrever, a partir dos dados obtidos SIVEP-Malária, as características epidemiológicas de indivíduos com malária no município de Espigão do Oeste no período de janeiro de 2007 a dezembro de MATERIAIS E MÉTODOS O artigo trata-se de um estudo epidemiológico baseado na análise estatística descritiva, quantitativa e qualitativa, dos dados obtido da base informatizada do SIVEP-Malária para os casos de malária notificados no município de Espigão do Oeste no período de janeiro de 2007 a dezembro de O estudo considerou o número de amostras positivas para malária, identificando a incidência por faixas etárias, sexo e ocupação. O trabalho também correlaciona o número dos testes positivos com a espécie do agente etiológico encontrado nas amostras. Foram utilizados programas do Microsoft Office 2010 (Word e Excel) bem como noções de estatística para descrição, análise e produção de conclusões sobre o que foi obtido. As informações apresentadas neste trabalho não vinculam ou implicam em danos ou consequências de caráter ético à terceiros, conforme prerrogativas da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). RESULTADOS E DISCUSSÃO Verificou-se que o ano com o maior número de casos de malária no período de 2007 a 2016 no município de Espigão do Oeste foi o ano de 2010 (Figura 01). Em contrapartida, o ano com o menor índice foi o de Outro ponto a ressaltar foi a queda do número de casos do ano de 2010 para o ano de 2011, um queda aproximada a 90,48%. Na Figura 02, fica demonstrado que dos 1312 casos positivos registrado no período, 81% das pessoas acometidas por malária eram do sexo masculino. O restante, 19%, eram do sexo feminino. Quanto à ocupação, a Tabela 01 mostra que os mais acometidos por malária foram os garimpeiros (53%). X Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC
3 Figura 01: Número de casos positivos de malária notificados no município de Espigão do Oeste/RO no período de 2007 a Figura 02: Casos notificados de malária no município de Espigão do Oeste/RO, de acordo com o sexo, no período de 2007 a Figura 03: Casos notificados de malária no município de Espigão do Oeste/RO, de acordo com a idade, no período de 2007 a XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC 3
4 Tabela 01: Casos notificados de malária no município de Espigão do Oeste/RO, de acordo com a ocupação, no período de 2007 a OCUPAÇÃO X % Agricultura 108 8,32 Pecuária 15 1,16 Doméstica 22 1,69 Turismo 7 0,54 Garimpagem ,77 Exploração Vegetal 83 6,39 Caça / Pesca 13 1,00 Consts. Estrada e Barragens 7 0,54 Mineração 10 0,77 Viajante 23 1,77 Outros ,19 Ignorado 50 3,85 Total ,00 Em relação a idade, observa-se na Figura 03 a faixa etária das pessoas acometidas por malária é a de 20 a 29 anos (360 casos; 27,44%), seguida da faixa compreendida entre 30 e 39 anos (358 casos; 27,30%). Em compensação, não foram notificados casos em pessoas com 80 anos ou mais. Quanto à espécie parasitária de maior incidência, verificou-se que o maior número de infeções foram por Plasmodium vivax (V), 79% dos casos, seguido de infeções por Plasmodium falciparum (F), 17%, e por infeções duplas por P. Falciparum e P. vivax (F + V), 4% (Figura 04). Figura 04: Casos notificados de malária no município de Espigão do Oeste/RO, de acordo com o agente etiológico, no período de 2007 a X Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC
5 REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Centro Nacional de Epidemiologia. Guia de Vigilância Epidemiológica. 4. ed Disponível em <bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_l.pdf> Acesso em 02/08/2017. FERREIRA, M. U.; NUNES, M. S. N.; SCOPEL, K. K. G. Plasmódios e Malária. [in] FERREIRA, M. U. (editor). Parasitologia contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Município de Espigão do Oeste Disponível em < Acesso em 20/10/2016. MACHADO, R. L. D.; COUTO, Á. A. R. D. A.; CAVASINI, C. E.; CALVOSA, V. S. P. Malária em região extra-amazônica: situação no Estado de Santa Catarina. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. vol. 36. n Disponível em < Acesso em 18/10/2016. MS. Ministério da Saúde. Portal da Saúde. Ações do programa de malária: PNCM e histórico Disponível em < secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/malaria/11344-orientacoes> Acesso em 19/08/2017. SCHUTZ, Edna Amorim de Souza. Malária e atividade de mineração: o caso da área de influência do garimpo da terra indígena Roosevelt em Rondônia e as estratégias para a vigilância. Dissertação de Mestrado Profissional em Saúde Pública. Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, Disponível em < WHO. World Health Organization. Malaria. 10 facts on malaria. Last updated: December Disponível em < Acesso em 01/08/ World Health Organization. Malaria. Malaria: fact sheet. Last updated: April Disponível em < Acesso em 01/08/2017. XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC 5
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