IMPERIAL ESTAÇÃO AGRONÔMICA 1887

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2 IMPERIAL ESTAÇÃO AGRONÔMICA 1887 INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS 2013

3 INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL Tecnologia da Produção Agrícola Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia Gestão de Recursos Agroambientais Inscrições abertas 10/2013 Mestrado e doutorado Fonte: AZANIA

4 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR PqC Dr. Carlos Azania

5 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR 1) Por que ctrl pds canavial? 2) Quando ctrl pds? 3) Como escolher os herbicidas? plantas daninhas 4) Como se faz o ctrl de pds na cana? PPI PRÉ PÓS

6 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR 1. POR QUE CONTROLAR AS PLANTAS DANINHAS? R: EVITAR PREJUÍZO NA PRODUTIVIDADE E RENDIMENTO SACAROSE

7 sombreamento da cultura/efeito guarda chuva/dificuldade colheita/prejuízo qualidade tecnológica/deriva K P K N P N K P P P N P K P N P K P ALELOQUÍMICOS ALELOQUÍMICOS ALELOQUÍMICOS N N ALELOQUÍMICOS K K K N N K N INTERFERÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS EM CANA-DE-AÇÚCAR Conjunto de ações que a cultura recebe em decorrência das plantas daninhas

8 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR INTERFERÊNCIA COMPETIÇÃO S Q S Q S S Q Q S Q S Q S Q S Q S Q S Q S Q S Q S Q S Q S Q Perdas de Produção CO 2 ALELOPATIA 85% - ROLIM e CHRISTOFFOLETI (1982) 83% - GRACIANO E RAMALHO (1983) PARASITISMO

9 INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR FONTE ANO PUBLICAÇÃO PRODUÇÃO (t ha) Pol (caldo) Rolim & Christoffoleti ,5% Graciano & Ramalho ,1% 83,6% --- Blanco et al ,7% -- Arévolo & Bertoncini % cana-planta 80% soca OBS 32 (indivíduos de FL e FE m^2) -- R. exaltata Kuva et al % -- B. decumbens Siebert et al % -- Cordas-de-viola

10 E importante controlar plantas daninhas nos canaviais?

11 2- QUANDO CONTROLAR AS PLANTAS DANINHAS? PAI 1 O mês PCPI Restante do ciclo 2 4 o mês 5 18 o mês PTPI 1 4 o mês Período total de controle de plantas daninhas - de em - açúcar cana (meses) plantio 18 meses PAI 1 O mês PCPI Restante do ciclo 2 3 o mês 3 12 o mês PTPI 1 3 o mês Período total de controle de plantas daninhas - de em - açúcar cana (meses) plantio 12 meses e cana - soca PAI período anterior à interferência; período PCPI crítico de prevenção à interferência; período PTPI total de prevenção à interferência. AZANIA & AZANIA adaptado Pitelli de & Durigan (1984)

12 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR 3. COMO ESCOLHER OS HERBICIDAS? R: Conhencendo-se: herbicidas -físico-química pds HERBICIDA clima característica solo

13 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR REVOLVIMENTO SOLO CONSIDERAÇÃO 1: emergência e identificação de plantas daninhas % INFESTAÇÃO T T T + CLIMA ELEVADA MÉDIA BAIXA

14 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM CANA-PLANTA Consideração 2: período do ano infestação

15 INCIDÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS EM DE CANA-DE-AÇÚCAR Incidência de pds ÚMIDA-SECA (início safra) SECA (meio safra) SECA-ÚMIDA (final safra) ÚMIDA (entressafra) M A M J J A S O N D J F < banco de sementes PDS PDS PDS PDS PDS PDS PDS médio banco sementes PDS PDS PDS PDS PDS PDS PDS PDS PDS > banco de sementes PDS PDS PDS PDS PDS PDS PDS PDS PDS PDS PDS PDS BAIXA INFESTAÇÃO MÉDIA INFESTAÇÃO ALTA INFESTAÇÃO

16 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR HERBICIDA A Solubilidade: Koc; 125 pka: 3,9 Kow: 1,3 HERBICIDA B Solubilidade: 2200 Koc; 137 pka: 3,9 Kow: 0,16 Categoria de Solubilidade Insolúvel <1 Muito Baixa 1 a 10 Baixa 11 a 50 Valor (ppm) Média 51 a 150 Alta 151 a 500 Muito Alta 501 a 5000 Extremamente Alta >5000 chuva chuva-seca inverno K ow Lipofilicidade <1 Hidrofílico 1 a 10 Medianamente lipossolúvel 10 a 100 Lipofílico - penetração planta pré-emergência K oc Força de sorção 0,5 a 99 Fraca 100 a 599 Moderada melhor para aplicação solo 100 a 1000 Muito Lipofílico >1000 Extremamente Lipofílico + penetração planta pré-emergência 600 a Forte >5000 Muito forte

17 solo MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR herbicida Sw=117 ppm kow-=1,43 Koc=55 pré-emergência (kow=1,43 baixo) semente semente herbicida semente Permanece mais na superfície pq Sw=117 ppm (baixa). É importante aplicar com solo úmido primavera/verão. As moléculas dissociadas permanecerão adsorvidas aos colóides do solo de forma fraca (koc 55), consequentemente > parte ficará na solução do solo e serão absorvidas pelas plantas.

18 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR Solo argiloso = doses maiores Solos arenosos = doses menores

19 herbicidas -físico-química pds RECOMENDAÇÃO clima característica solo

20 4. COMO SE FAZ O CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CANA? PPI PRE-EMERGÊNCIA PÓS-EMERGÊNCIA Aplicações feitas antes do plantio Aplicações feitas após o plantio ou colheita Aplicações feitas após o plantio ou colheita Tem objetivo de diminuir o banco de sementes Tem objetivo de conter as plantas daninhas antes da emergência Tem objetivo de conter as plantas daninhas após a emergência

21 4. COMO SE FAZ O CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CANA? PPI DESINFESTAÇÃO OU DESPRAGUEJAMENTO Aplicações feitas antes do plantio FOCO 1: FOCO 2: Tem objetivo de diminuir o banco de sementes Integra ctrl químico e mecânico Esperar 45 a 60 dias para plantar cana. Uso de doses maiores

22 APLICAÇÃO DE HERBICIDAS PPI EM CANAVIAL COLHIDO NO INÍCIO DA SAFRA COLHEITA março a maio maio a agosto setembro a outubro novembro a dezembro (plantio de primavera) glyphosate herbicida PPI COLHEITA março a maio maio a agosto julho a agosto (plantio inverno) irrigação set a out (plantio de primavera) Esperar 45 a 60 dias para plantar cana. Uso de doses maiores

23 APLICAÇÃO DE HERBICIDAS PPI EM CANAVIAL COLHIDO NO MEIO DA SAFRA glyphosate herbicida PPI COLHEITA junho a setembro outubro a dezembro janeiro a março (plantio de verão) Esperar 45 a 60 dias para plantar cana. Uso de doses maiores

24 APLICAÇÃO DE HERBICIDAS PPI EM CANAVIAL COLHIDO NO FINAL DA SAFRA COLHEITA outubro a novembro janeiro a fevereiro março a abril (irrigação) maio a agosto (irrigação salvamento) (plantio de inverno) glyphosate herbicida PPI COLHEITA outubro a novembro janeiro a fevereiro março a abril (irrigação salvamento) (plantio de outono) Esperar 45 a 60 dias para plantar cana. Uso de doses maiores

25 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM CANA-DE-AÇÚCAR 32 a 36 9 a 12 mm 32 a 36 9 a 12 mm

26 3. COMO SE FAZ O CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CANA? PPI APLIQUE E PLANTE Aplicações feitas antes do plantio herbicida herbicida herbicida Tem objetivo de diminuir o banco de sementes Integra ctrl químico e mecânico Plantar cana após 15 a 20 dias da aplicação. Uso de doses comerciais

28 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR 4. COMO FAZER O CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NO PLANTIO? APLICAÇÃO PRÉ-EMERGÊNCIA

29 CONTROLE DE PDS (DIFICIL CTRL) EM CANA-PLANTA: SEM PPI E SISTEMA QUEBRA LOMBO pós-emergência semi dirigida pré-emergência total pós-emergência cana pós-emergência dirigida (catação) preparo solo quebra lombo (60DAP) aplicação 1 aplicação 2 CTRL 60 DAA CTRL 120 DAA pós-emergência aérea CTRL ATÉ 180 DAP 300 dias até colheita (ciclo 16 meses) 180 dias até colheita (ciclo 12 meses)

30 CONTROLE DE PDS (DIFICIL CTRL) EM CANA-PLANTA: COM PPI E SISTEMA PLANTIO NIVELADO aplicação 4 pós-emergência semi dirigida X glyphosate herbicida PPI pré/pósemergência pós-emergência cana e pds pós-emergência dirigida (catação) cana-de-açúcar (40-60cm) erradicação (30-40 DAA) aplicação PPI preparo + solo plantio (60 DAA ppi) quebra-lombo X REDUÇÃO BANCO aplicação 1 aplicação 2 aplicação 3 CTRL 60 DAA CTRL 60 DAA CTRL 120 DAA pós-emergência X aérea CTRL ATÉ 180 DAA 300 dias até colheita (ciclo 16 meses) 180 dias até colheita (ciclo 12 meses)

31 CONTROLE DE PDS (DIFICIL CTRL) EM CANA-PLANTA: SEM PPI E SISTEMA PLANTIO NIVELADO aplicação 3 pós-emergência semi dirigida pré /pós-emergência pós-emergência dirigida (catação) preparo solo plantio nivelado fluxo de pds aplicação 1 aplicação 2 ctrl 90 a 120 DAA ctrl 90 a 120 DAA pós-emergência aérea CTRL até 240 DAP 240 dias até colheita (16 meses) 120 dias até colheita (12 meses)

32 CONTROLE DE PDS (DIFICIL CTRL) EM CANA-PLANTA: COM PPI E SISTEMA PLANTIO NIVELADO aplicação 4 pós-emergência semi dirigida X pré /pós-emergência pós-emergência dirigida (catação) preparo solo plantio nivelado fluxo de pds X aplicação 1 x CTRL 40 DAA aplicação 2 ctrl 90 a 120 DAA pós-emergência aérea X CTRL até 160 DAP 320 dias até colheita (16 meses) 200 dias até colheita (12 meses)

33 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR

34 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR **********************herbicida************************** camada de palha sementes de plantas daninhas Volatilizado Retido Lixiviado para o solo 1) Pressão de vapor (elevada) 2) Aplicação com T C ar elevada 1) Período de estiagem 2) Solubilidade (baixa) 3) Koc (elevados) 4) Kow (elevados) 1) físico-química da molécula 2) Tempo até a primeira chuva 3) Intensidade das chuvas

35 Transposição pela palha MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR CONDIÇÕES FISICO-QUÍMICAS ADEQUADAS: Solubilidade adequada Koc fracos a moderados 25 A 40mm de chuva ou irrigação permite que até 100% dos herbicidas atinja o solo * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * ** * * * * * * * Fonte: CHRISTOFFOLETI Lâmina de irrigação ou vinhaça antes da aplicação (20 mm) + Lâmina de irrigação ou vinhaça após aplicação (20mm)

36 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR solo camada de palha Luz Temperatura Sementes de pds no solo Umidade

37 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR LUMINOSIDADE, TEMPERATURA E UMIDADE NO SOLO 0 dias após colheita 20 cm de colchão palha 30 dias após colheita cm de colchão palha 100 dias após colheita +/- 5 cm de colchão palha

38 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM SOQUEIRAS DE CANA-DE-AÇÚCAR Ctrl de pds em cercas e divisas Ctrl de pds em boca de rua (margem do canavial) DOSES DIFERENCIADAS NO MANEJO Ctrl de pds em carreadores

40 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR Seletividade: capacidade do herbicida matar ou retardar o crescimento das plantas de uma ou mais espécie e ao mesmo tempo de não prejudicar outras plantas de interesse comercial. O QUE É SELETIVIDADE? HERBICIDA seletividade morte pds sem prejuízo à cultura suprimir pds sem prejuízo à cultura convivência pds e cultura não seletividade morte pds e cultura

41 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR HERBICIDA SELETIVIDADE É EXATA, PRESUMÍVEL, ABSOLUTA, CALCULÁVEL? HERBICIDA convivência pds e cultura PLANTA morte pds sem prejuízo à cultura seletividade suprimir pds sem prejuízo à cultura AMBIENTE seletividade não é absoluta. Seletividade é relativa porque depende da dose do herbicida, das condições ambientais e do modo de aplicação. Qualquer alteração na dose (herbicida), ambiente ou nas plantas (modo de aplicação) forem alterados, o herbicida poderá ser seletivo a cultura em um local e não seletivo em outro local

42 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR GERALMENTE Porte de pds Porte da cultura

43 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR Sw: No solo, herbicida solúvel pode lixiviar para camadas mais profundas e atingir as raízes das plantas cultivadas (perenes) e intoxicando-as. Nas folhas, o herbicida solúvel em água terá dificuldade em penetrar pela cutina, o que exige a associação de adjuvante à calda de pulverização. SELETIVIDADE X HERBICIDAS FISICO QUÍMICA Kow: herbicidas de Kow elevados penetram mais facilmente pela cutina. Kow baixos representam moléculas herbicidas de menor afinidade com o tecido lipídico e, consequentemente, maior dificuldade em penetrar na planta (necessidade de adjuvantes). No solo, Kow elevados ficam retidos na fração lipídica da matéria orgânica e são menos absorvidos, o que aumenta a seletividade as plantas. Função dos espalhantes adicionados à calda > ABSORÇÃO < ABSORÇÃO

44 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR PÓS: posiciona o herbicida diretamente às plantas daninhas que às culturas, que confere maior seletividade de posição pós-emergência semi dirigida pós-emergência dirigida (catação) SELETIVIDADE X HERBICIDAS MODO DE APLICAÇÃO pós-emergência área total PÓS: posiciona o herbicida diretamente às plantas daninhas e culturas, confere menor seletividade de posição pós-emergência aérea convivência pds e cultura

45 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR SELETIVIDADE X PLANTAS Mecanismos de translocação Fonte: 10biogeogondomar.blogspot.com Movimento pelo simplasto: transporte (translocação) do herbicida é mais lento (geralmente kow>) Movimento pelo apoplasto: transporte (translocação) do herbicida é mais rápido (geralmente kow<) > translocação: pode resultar em herbicidas de menor seletividade porque a cultura terá tempo hábil menor para metabolizar o herbicida antes que atinja o sítio de ação nas células.

46 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR AMBIENTE

47 OBRIGADO PqC Dr. Carlos Azania Instituto Agrônomico Centro de Cana IAC