EDUARDO FARIAS DIREITO PENAL
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- Matheus Henrique Martini Fonseca
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2 EDUARDO FARIAS DIREITO PENAL
3 1) No que diz respeito à aplicação da lei penal, analise as assertivas a abaixo: I. Ultratividade da lei penal significa que quando a lei revogada for mais benéfica, ela será aplicada ao fato cometido durante a sua vigência. II. Abolitio criminis significa que a nova lei deixa de considerar crime um fato anteriormente tipificado como ilícito penal, fazendo desaparecer todos os efeitos penais e civis das condenações proferidas com base na lei anterior. III. O Código Penal Brasileiro adotou a teoria da ubiquidade, também conhecida por mista ou unitária, considerando o lugar do crime tanto o local onde ocorreu a ação ou a omissão, no todo ou em parte, como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
4 Quais estão corretas? a) Apenas II. b) Apenas I e II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. Gabarito: C
5 2) Assinale a alternativa correta: a) Em razão do princípio da atividade, a lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. b) A lei A foi revogada pela lei B, que por sua vez foi revogada pela lei 'C ; diante da imposição de que uma lei só pode ser revogada por outra, o sistema jurídico brasileiro admite a repristinação automática de lei revogada. c) O momento e o lugar do crime são regulados pela teoria da atividade, importando o momento da ação ou omissão do agente, ainda que outros sejam o momento e o lugar do resultado.
6 d) Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou privada, onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. e) No crime permanente, a conduta se protrai no tempo em razão da própria vontade do agente e o tempo do crime é o de sua duração; enquanto que, no crime continuado, o tempo do crime é o da prática de cada conduta perpetrada. Gabarito: E
7 3) Sobre o crime doloso e o crime culposo, é incorreto afirmar que: a) Dolo é a consciência e a vontade na realização da conduta descrita em um tipo penal. b) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. c) Haverá dolo eventual quando o agente não quiser diretamente a realização do tipo, mas aceitá-la como possível ou até provável, assumindo o risco da produção do resultado. d) Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. e) A coação moral irresistível exclui o dolo. Gabarito: E
8 4) Assinale a alternativa correta. a) O consentimento do ofendido ou do titular do bem jurídico é causa supralegal de exclusão da culpabilidade do agente. b) A culpa consciente é a culpa com previsão, ocorrendo quando o agente prevê que sua conduta deve levar a um certo resultado lesivo, embora acredite, firmemente, que tal evento não se realizará, confiando na sua boa fortuna. c) A lei permite que qualquer pessoa alegue o estado de necessidade justificante como causa legal de exclusão da ilicitude, ainda que tenha o dever legal de enfrentar o perigo.
9 d) No concurso material de crimes, quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. e) A potencial consciência da ilicitude é elemento que integra o juízo de tipicidade, sendo indispensável para a caracterização do elemento subjetivo do tipo. Gabarito: B
10 5) No que se refere à imputabilidade penal, em regra, o direito penal brasileiro adota o sistema a) biopsicológico. b) psicológico. c) psicanalítico. d) biológico. e) biopsicanalítico. Gabarito: A
11 6) Um sujeito sofre de estados de sonambulismo desde os cinco anos de idade. Já com 32 anos de idade, em determinada noite, ele se levanta sonâmbulo e caminha pela casa. Chegando à área de lazer, aproxima-se dos itens de churrasco e empunha uma faca de 30 cm. Quando o irmão desse sujeito toca a lombar dele para levá-lo à cama, de súbito, o sujeito vira e desfere uma facada certeira no estômago do irmão que, em alguns minutos, perde sangue e agoniza até a morte. O sujeito retorna para o quarto e continua seu sono. Com base nesse caso hipotético, é correto afirmar que o referido sujeito a) praticou o crime de homicídio doloso consumado, pois, ao estocar o irmão, a respectiva ação era dirigida para o fim de matá-lo animus necandi, configurando o dolo direto de primeiro grau. b) não praticou crime, pois o respectivo estado de inconsciência consiste em causa de exclusão de culpabilidade.
12 c) praticou o crime de homicídio culposo consumado, pois foi imprudente ao estocar o irmão, mesmo sem vontade explícita e em estado de sonambulismo. d) não praticou crime, pois o respectivo estado de inconsciência é uma hipótese de ausência de ação e, portanto, irrelevante sob o ponto de vista jurídico-penal, haja vista que o conceito de ação tem uma função limitadora no finalismo, excluindo qualquer movimento corporal que não se encaixe no próprio conceito de ação. e) praticou o crime de homicídio doloso consumado, pois tal estado de inconsciência está a exigir uma relação de causalidade, bem como a assunção do risco em produzir o resultado. Gabarito: D
13 7) De acordo com o art. 14, inciso II do Código Penal Brasileiro (CPB), um crime é tentado quando o agente inicia a sua execução e ele só não se realiza por circunstâncias alheias à vontade do agente. Considere, hipoteticamente, que Mévio, querendo matar seu desafeto Tício, prostra-se nas imediações da escola em que ele estuda, aguardando o fim do período de aulas. Ao vê-lo, Mévio saca um revólver calibre 38 e efetua seis disparos na direção de Tício, sem, contudo, atingi-lo. Com base na situação apresentada, é correto afirmar que a) Mévio não praticou crime algum, pois não atingiu o algoz. b) conquanto não tenha acertado o desafeto, Mévio praticou o crime de homicídio tentado, e a referida tentativa é denominada de branca ou cruenta.
14 c) a tentativa de Méviopoder ser vista como inidônea, posto que a conduta dele efetivamente criou perigo para a vida de Tício. d) o caso hipotético descreve o que a doutrina denomina de tentativa perfeita ou acabada, uma vez que Mévio esgotou o processo de execução, descarregando o revólver no desafeto, mas não o atingiu por circunstâncias alheias à sua vontade. A essa tentativa perfeita ou acabada dá-se o nome de crime falho. e) a tentativa de Mévio foi idônea, conquanto o meio utilizado na empreitada criminosa tenha sido absolutamente ineficaz, caracterizando hipótese de crime impossível (CP, art. 17). Gabarito: D
15 8) Em relação ao tema concurso de pessoas no Código Penal Brasileiro (CPB), prevê o art. 29, in verbis prevê: Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. A teoria adotada pelo CPB referente ao concurso de pessoas é a a) dualista. b) monista sem exceções. c) pluralista. d) monística, admitindo-se a exceção pluralista à teoria monista. Gabarito: D
16 9) Mário e Mauro combinam a prática de um crime de furto a uma residência. Contudo, sem que Mário saiba, Mauro arma-se de um revólver devidamente municiado. Ambos, então, ingressam na residência escolhida para subtrair os bens ali existentes. Enquanto Mário separava os objetos para subtração, Mauro é surpreendido com a presença de um dos moradores que, ao reagir a ação criminosa, acaba sendo morto por Mauro. Nesta hipótese a) Mário e Mauro responderão pela prática de latrocínio. b) Mário e Mauro responderão pela prática de furto. c) Mário responderá pela prática de furto simples e Mauro responderá pela prática de furto qualificado.
17 d) Mário responderá apenas pelo furto e Mauro responderá pela prática dos crimes de porte ilegal de arma de fogo, furto e homicídio. e) Mário responderá pela prática de furto e Mauro pelo crime de latrocínio. Gabarito: E
18 10) Leonardo encontra uma cédula de R$ 50,00 sob a poltrona da sala da casa de seu amigo Fausto, lugar que habitualmente frequenta e, sem que o dono da casa perceba, dela se apodera. Diante do caso hipotético apresentado, Leonardo pratica o crime de a) apropriação de coisa achada. b) furto qualificado. c) estelionato. d) furto simples. e) apropriação indébita. Gabarito: B
19 11) Conforme a redação do Código Penal, a) configurada a tentativa, pela falta de completude do injusto, a pena sempre deverá ser reduzida de um a dois terços. b) o crime impossível é tentativa impunível. c) a desistência voluntária permite a interrupção do nexo causal sem a consideração da vontade. d) o arrependimento eficaz, quando pleno, exclui a pena, e quando parcial permite a redução de um a dois terços. e) pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado dolosamente. Gabarito: B
20 12) Micaela, de 19 anos de idade, após manter um relacionamento ocasional com Rodrigo, de 40 anos de idade, acaba engravidando. Após esconder a gestação durante meses de sua família e ser desprezada por Rodrigo, que disse que não assumiria qualquer responsabilidade pela criança, Micaela entra em trabalho de parto durante a 40a semana de gestação em sua residência e sem pedir qualquer auxílio aos familiares que ali estavam, acaba parindo no banheiro do imóvel. A criança do sexo masculino nasce com vida e Micaela, agindo ainda sob efeito do estado puerperal, corta o cordão umbilical e coloca o recém nascido dentro de um saco plástico, jogando-o no lixo da rua. O bebê entra em óbito cerca de duas horas depois. Neste caso, à luz do Código Penal, Micaela cometeu crime de
21 a) homicídio culposo. b) homicídio doloso. c) aborto. d) lesão corporal seguida de morte. e) infanticídio. Gabarito: E
22 13) O princípio do direito penal que possui claro sentido de garantia fundamental da pessoa, impedindo que alguém possa ser punido por fato que, ao tempo do seu cometimento, não constituía delito é a) atipicidade. b) reserva legal. c) punibilidade. d) analogia. e) territorialidade. Gabarito: B
23 14) O código penal brasileiro considera praticado o crime no lugar em que ocorreu a a) ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. b) omissão ou ação dolosa, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. c) ação ilícita, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado esperado. d) ação ou omissão culposa do agente, no todo ou em parte, bem como onde se produziu o resultado. e) omissão, no todo ou em parte, ainda que seja outro o momento do resultado. Gabarito: A
24 15) A respeito do crime de furto, considere: I. Peter cavou um túnel e, com grande esforço, conseguiu entrar no interior de uma loja, dali subtraindo produtos eletrônicos. II. Paulus, com o auxílio de uma corda, entrou pela janela em uma residência, de onde subtraiu objetos. III. Plinius escalou uma árvore, galgou o telhado de um supermercado e removeu várias telhas, entrando no local, de onde subtraiu diversos objetos. Ficou caracterizada a qualificadora da escalada a) nos furtos cometidos por Peter e Paulus, apenas. b) nos furtos cometidos por Peter, Paulus e Plinius. c) nos furtos cometidos por Peter e Plinius, apenas. d) nos furtos cometidos por Paulus e Plinius, apenas. e) no furto cometido por Plinius, apenas. Gabarito: B
25 16) O erro sobre a pessoa contra a qual o crime é praticado a) não isenta de pena o agente. b) exclui o dolo. c) exclui o dolo, mas prevalece a culpa. d) não isenta de pena o agente, porém deve sempre ser considerado na sentença. e) é um crime impossível. Gabarito: A
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