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- Rosângela Carvalhal de Oliveira
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1 O Panorama dos homicídios no Nordeste JOSÉ MARIA PEREIRA DA NÓBREGA JÚNIOR Doutor em Ciência Política pelo PPGCP-UFPE Professor do quadro permanente do Mestrado Acadêmico em Ciência Política da UFCG Lotado na Unidade Acadêmica de Gestão Pública, CDSA
2 Verificar que os maiores índices de homicídios estão no hemisfério sul do planeta. Globally, the total number of annual deaths estimated by UNODC to be homicides in 2010 was 468,000. More than a third (36 per cent) of those are estimated to have occurred in Africa, 31 per cent in the Americas, 27 per cent in Asia, 5 per cent in Europe and 1 per cent in Oceania (Global Study on Homicide. UNODC: 2011, 9).
3 Os homicídios na América do Sul e sua correlação com os índices de democracia América do Sul Taxas homicídios 2007 Índice de democracia 2008 Correlação Hom. X Ind. Dem. Argentina 5 6,63-0,462 Brasil 25 7,38 Colômbia 39 6,54 Guiana 18 6,12 Uruguai 5 8,08 Paraguai 18 6,4 Bolívia 5 6,15 Chile 3 7,89 Equador 20 5,64 Peru 3 6,31 Venezuela 42 5,34 Fonte: United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC). Global Study on Homicide (2011). Democracy Index (2016). The Economist Intelligence Unit s.
4 Homicídios 2005/2015 Brasil Arma de Fogo Total VAR % 2005/ % Unidade da Federação Total VAR % 2005/2015 Rio Grande do Norte ,35% Maior crescimento percentual Unidade da Federação Total VAR % 2005/2015 Rio de Janeiro ,86% São Paulo ,14% Maior decréscimo percentual Total VAR % 2005/2015 Região Nordeste ,38% Maranhão ,53% Piauí ,25% Ceará ,17% Rio Grande do Norte ,35% Paraíba % Pernambuco ,48% Alagoas ,41% Sergipe ,29% Bahia ,60%
5 Gráfico 2. Taxas de Homicídios Sudeste/Nordeste 2000/2013 Fonte: DATASUS/Subsistema de Informação de Mortalidade (SIM). Cálculo da taxa do autor.
6 No Brasil, em 2016, foram 61,5 mil pessoas assassinadas no país. Dessas, foram perpetradas na região nordeste, o que corresponde a mais de 40% dos casos registrados no país. As três maiores taxas de homicídios do país foram nordestinas: Sergipe, no topo, com 64/100 mil; Rio Grande do Norte, que proporcionou uma das cenas mais violentas da história do Brasil no início do ano, no Presídio de Alcaçuz, na Grande Natal, com um verdadeiro massacre sangrento proporcionado por facções criminosas, teve a segunda maior taxa de homicídios do Brasil, 56,9/100 mil; e Alagoas, que vinha no topo da lista, passou ao terceiro lugar com a taxa de 55,9/100 mil (FBSP, 2017). Na penitenciária de Alcaçuz, presos se articularam para batalha ACESSO EM 15/11/2017:
7 MORTES VIOLENTAS LETAIS INTENCIONAIS NO NORDESTE BRASILEIRO % Fonte: SIM/DATASUS. FBSP (2017)
8 Arapiraca Maceió Mossoró Natal Parnamirim Aracaju Nossa Senhora do Socorro Município total Arapiraca ALAGOAS Maceió RIO GRANDE DO Mossoró NORTE Natal Parnamirim Aracaju SERGIPE Nossa Senhora do Socorro total MUNICIPIOS 100 MIL MAIS HABITANTES 20% DO PAÍS 74% DO NE BRASIL 100% MUNICIPIOS DO NE 26,50% Fonte: SIM/DATASUS.
9 CONEXÕES CAUSAIS Possibilidades causais: aspectos socioeconômicos e institucionais O coeficiente de correlação de Pearson é definido como: Sejam x 1, x 2,..., x n os valores de um conjunto de medidas em indivíduos i = 1,..., n. Sejam y 1, y 2,..., y n as outras medidas correspondentes. A análise correlacional indica a relação entre duas variáveis lineares e os valores sempre serão entre +1 e -1. O sinal indica a direção, se a correlação é positiva ou negativa, e o tamanho da variável indica a força da correlação. Ele quantifica a força de associação linear entre duas variáveis, e, portanto descreve quão bem uma linha reta se ajustaria através de nuvem de pontos. Se os pontos caem exatamente sobre uma linha crescente então r = 1, e se eles caem exatamente sobre uma linha decrescente, r = -1.
10 CONEXÕES CAUSAIS Este modelo nos permitirá testar as seguintes hipóteses: H 1 : os homicídios sofrem influência dos níveis de desemprego, renda e desenvolvimento humano e H 2 : os investimentos feitos pelo Estado são importantes em termos de impacto estatístico no controle da violência (medida pelas taxas de homicídios)
11 CONEXÕES CAUSAIS Descrição dos dados Variável dependente (Taxas de Homicídios) Variáveis independentes socioeconômicas (Taxas de desemprego/índice de desenvolvimento humano municipal/renda domiciliar per capita) Variáveis independentes institucionais (números absolutos de prisões totais/taxas de efetivo policial civil e militar/gastos com segurança pública em milhões de reais/estatuto do desarmamento) UF NE / VARIÁVEIS TX IDH-M TX RENDA PRISÃO TX POLICIA GASTOS ESTATUTO HOM (02) DESEM (04) (05) (06) SEGURANÇA DESARMAMENTO (08) (01) (03) (milhões) (07) MARANHÃO 23 0,639 8,54 348, , PIAUÍ 13 0,636 7,82 408, , CEARÁ 32 0,682 7,59 445, , RIO GRANDE DO NORTE 25,5 0,684 9,79 531, , PARAÍBA 38,6 0,658 8,57 462, , PERNAMBUCO 39,4 0,673 10,95 508, , ALAGOAS 67 0,631 10,65 421, , SERGIPE 32,6 0,665 10,18 508, , BAHIA 41 0,66 10,73 481, , Fontes: SIM/DATASUS. Sistema Nacional de Estatísticas em Segurança Pública e Justiça Criminal (SINESP/JC)/Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP)/Ministério da Justiça; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE; Fórum Brasileiro de [1] Segurança Pública. Os números entre parênteses referem-se as matrizes das variáveis.
12 CONEXÕES CAUSAIS Correlação bivariada simples ou Correlação de Pearson 1. CORREL HOM (matriz 01)_IDH-M (matriz 02) R=-0, CORREL HOM (matriz 01)_TX DESEM (matriz 03) R=0, CORREL HOM (matriz 01)_RENDA (matriz 04) R=0, CORREL HOM (matriz 01)_PRISÃO (matriz 05) R=0, CORREL HOM (matriz 01)_TX POL. (matriz 06) R=0, CORREL HOM (matriz 01)_GASTOS (matriz 07) R=0, CORREL HOM (matriz 01)_ED (matriz 08) R=0,074 Fonte: dados da tabela 1. Modelo elaborado pelo autor no programa Excel.
13 CONEXÕES CAUSAIS H 1 : os homicídios sofrem influência dos níveis de desemprego, renda e desenvolvimento humano. Na hipótese um os níveis de desemprego, renda e desenvolvimento humano responderam positivamente na sua correlação com os homicídios. Os níveis de emprego foram o que mais impacto apresentaram na correlação matricial com as taxas de homicídios. Daí, para o controle dos homicídios é importante melhorar a renda e os níveis de empregabilidade, mas claro, que as variáveis de nível de escolaridade dos mais jovens precisam ser potencializadas, Sendo assim, a hipótese um é verdadeira.
14 CONEXÕES CAUSAIS H 2 : os investimentos feitos pelo Estado são importantes em termos de impacto estatístico no controle da violência (medida pelas taxas de homicídios). Na hipótese dois as variáveis que apresentaram alguma correlação foram a de efetivo policial em relação à população, os gastos públicos efetuados em segurança pública e as prisões efetuadas. Contudo, a única correlação com nível moderado de força foi entre as taxas de efetivo policial. O Estatuto do Desarmamento demonstrou nível insignificante de correlação com as taxas de homicídios no Nordeste. As prisões se mostraram frágeis em sua associação com as taxas de homicídios. Portanto, a hipótese dois é verdadeira em parte, já que os investimentos feitos pelo Estado obtiveram correlação moderada com os homicídios apenas em dois de seus indicadores.
15 CONEXÕES CAUSAIS DADOS CRIMINAIS APREENSÃO ARMAS DE FOGO ILEGAIS, GASTOS EFETUADOS EM SEGURANÇA PÚBLICA E MVIs NORDESTE mvi ab 2015 mvi ab 2016 tx mvi 15 tx mvi 16 var % taxas mvis var % gastos seg pub var % apreensão ar fog ile correl var % mvis x var % gastos Alagoas ,1 55,9 3,30% -9,39% 11,20% -0,149 Ceará ,4 39,8 14,20% -3,28% -22,40% correl var % mvis x var % apre Paraíba ,8 33,1-12,60% 13,04% 35,10% -0,417 Pernambuco ,6 47,6 14,40% -0,23% -87,40% Piauí ,0 21,9 4,30% 181,80% 93,70% Rio Grande do Norte ,2 56,9 18% 21,50% 48,40% Maranhão ,0 33,7 2% 10,80% 126,90% Sergipe ,3 64,0 11,50% -3,76% -7,50% Bahia ,3 46,5 12,80% 2,50% 8,80% Fonte: FBSP (2017)
16 CONEXÕES CAUSAIS Dados socioeconômicos e violência homicida em Patos, Sertão paraibano - sua variação percentual 2000/ var % Taxa homicídio 21 56,6 62,90 Mortalidade Infantil 32,31 15,27-111,59 Expectativa de anos de Estudo 8,39 10,14 17,26 Taxa de Analfabetismo - 18 anos ou mais 26,62 19,51-36,44 Taxa de Frequência Bruta ao Médio 59,44 65,32 9,00 % de 18 anos ou mais com fundamental 33,29 49,27 32,43 completo Gini 0,57 0,56-1,79 % de extremamente pobres 15,58 5,38-189,59 % de pobres 38,31 18,86-103,13 Renda Per Capita 324,87 508,52 36,11 Índice de Desenvolvimento Humano 0,557 0,701 20,54 Municipal Taxa de Desocupação 18 anos ou mais 14,51 8,32-74,40 Fontes: Atlas de Desenvolvimento Humano (2013) SIM/DATASUS. Cálculo das taxas de homicídios e das variações percentuais do autor.
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18 Publicações de José Maria Nóbrega Júnior (2010 a 2017) 2012 NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.. Índice de Desenvolvimento Humano e violência no nordeste: o paradoxo nordestino. Revista Espaço Acadêmico (UEM), v. 16, p , NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.. DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E SUA RELAÇÃO COM OS HOMICÍDIOS NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL. Revista LEVS (Marília), v. 1, p , NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.. Diagnóstico da violência no Brasil e os desafios para a Segurança Pública. Revista Espaço Acadêmico (UEM), v. 14, p , JORGE ZAVERUCHA ; NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.. O Pacto pela Vida, os tomadores de decisão e a redução da violência homicida em Pernambuco. Dilemas, v. 8, p. 235, NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.. Diagnóstico socioeconômico do Cariri Ocidental paraibano: avanços sociais e desigualdade interna. Revista Espaço Acadêmico (UEM), v. 174, p , NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.. Teorias do Crime e da Violência: Uma Revisão da Literatura. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais - BIB, v. 01, p , NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.. Políticas públicas e segurança pública em Pernambuco: o case pernambucano e a redução da violência homicida. Latitude (UFAL), v. 8, p. 315, NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.; JORGE ZAVERUCHA. Violência Homicida em Campina Grande e João Pessoa: dinãmica, relações socioeconômicas e correlação com o desempenho econômico. Revista Brasileira de Ciências Criminais, v. 102, p , NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.. HOMICÍDIOS, INSEGURANÇA PÚBLICA E FRAGILIDADE DEMOCRÁTICA NO NORDESTE BRASILEIRO. Mnemonise Revista, v. 3, p. 49, NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.. SEGURANÇA PÚBLICA E DEMOCRACIA: O USO DAS FORÇAS ARMADAS NAS OPERAÇÕES DO RIO DE JANEIRO EM Segurança pública: limites a ações do estado democrático. Em Debate (Belo Horizonte), v. 3, p , NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.. A dinâmica dos homicídios no Nordeste e em Pernambuco. Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, v. 3, p , NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.. Os Homicídios no Nordeste Brasileiro. Segurança, Justiça e Cidadania: Pesquisas Aplicadas em Segurança Pública, v. 6, p , NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.. A Segurança Pública como controle da violência homicida. Prim@ Facie, v. 10, p , NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.; JORGE ZAVERUCHA ; ROCHA, E. C.. MORTES POR AGRESSÃO EM PERNAMBUCO E NO BRASIL: UM ÓBICE PARA A CONSOLIDAÇÃO DA DEMOCRACIA. Revista de Sociologia e Política (UFPR. Impresso), v. 19, p , NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.. A militarização da segurança pública: um entrave para a democracia brasileira. Revista de Sociologia e Política (UFPR. Impresso), v. 18, p , NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.; JORGE ZAVERUCHA. Violência homicida no nordeste brasileiro: uma refutação às explicações baseadas na desigualdade e na pobreza. Anuário Antropológico, v. 2, p , NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.. A Semidemocracia brasileira: autoritarismo ou democracia?. Sociologias (UFRGS. Impresso), v. 23, p , NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.. O Panorama dos Homicídios no Nordeste Brasileiro: Dinâmica, Nexos Causais e os Desafios da Gestão da Segurança Pública. In: Artur Zimerman. (Org.). Políticas de Segurança Pública. 8ed.Santo André: ED UFABC, 2017, v. 8, p NÓBREGA JÚNIOR, J. M. P.. Democracia e Direitos Humanos na América Latina. In: José Irivaldo Alves O. Silva; José Marciano Monteiro. (Org.). Tecituras da Democracia: uma visão plural dos Direitos Humanos e Políticas Públicas. 1ed.Campina Grande: EDUFCG, 2015, v. 1, p
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