LEVANTAMENTO DE PRÁTICAS NO PROCESSO CONSTRUTIVO PARA A OTIMIZAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE EM OBRAS DE EDIFICAÇÕES

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1 Universidade Federal do Rio de Janeiro LEVANTAMENTO DE PRÁTICAS NO PROCESSO CONSTRUTIVO PARA A OTIMIZAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE EM OBRAS DE EDIFICAÇÕES Marina do Rêgo Monteiro Ferreira Bacellar Rio de Janeiro 2014

2 LEVANTAMENTO DE PRÁTICAS ADOTADAS NO PROCESSO CONSTRUTIVO PARA A OTIMIZAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE EM OBRAS DE EDIFICAÇÕES Marina do Rêgo Monteiro Ferreira Bacellar Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Jorge dos Santos Rio de Janeiro Agosto de 2014

3 LEVANTAMENTO DE PRÁTICAS ADOTADAS NO PROCESSO CONSTRUTIVO PARA A OTIMIZAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE EM OBRAS DE EDIFICAÇÕES Marina do Rêgo Monteiro Ferreira Bacellar PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL. Examinado por: Jorge dos Santos, D. Sc., Orientador Ana Catarina Jorge Evangelista, D. Sc., Isabeth Melo, M. Sc., Wilson Wanderley da Silva, Arq. RIO DE JANEIRO, RJ BRASIL AGOSTO de 2014 ii

4 Bacellar, Marina do Rêgo Monteiro Ferreira Levantamento de práticas adotadas no processo construtivo para a otimização da sustentabilidade em obras de edificações / Marina do Rêgo Monteiro Ferreira Bacellar Rio de Janeiro: UFRJ /Escola Politécnica, xii, 69.: il.; 29,7 cm. Orientador: Jorge dos Santos Projeto de Graduação UFRJ / Escola Politécnica / Curso de Engenharia Civil, Referências Bibliográficas: p Práticas Sustentáveis 2. Desenvolvimento Sustentável 3. Sustentabilidade 4. Construção Civil 5. Edificações Sustentáveis. I. Santos, Jorge dos. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III. Levantamentos de práticas adotadas no processo construtivo para a otimização da sustentabilidade em obras de edificações. iii

5 Dedico este trabalho aos meus pais Fernando Luiz Ferreira Bacellar e Maria Claudia do Rêgo Monteiro que sempre me incentivaram e me apoiaram em todos os momentos da minha vida. iv

6 AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus pais, pelo apoio e amor incondicionais em todos os momentos da minha vida. Agradeço ao meu irmão, Octavio, por todo apoio, companheirismo, preocupação e principalmente por poder desfrutar da sua implicância e de nossas brincadeiras no nosso dia a dia. Agradeço a minha irmã, Janaína, que mesmo longe se faz presente em todos os momentos da minha vida. Agradeço aos meus tios Maria Adélia e Renato Luiz por todo incentivo. Agradeço as minhas amigas de toda a vida Beatriz Falcão, Carolina Guedes, Camila Maya, Fernanda Monteiro, Hannah Petkovic, Marcella Guedes e Renata Gaui e ao meu amigo André Bastos por todos os momentos de alegria e tristeza compartilhados. Agradeço as minhas avós e tia avó por todo carinho. Agradeço ao professor Jorge dos Santos, pela orientação para que este trabalho fosse realizado da melhor maneira possível. v

7 Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil. LEVANTAMENTO DE PRÁTICAS ADOTADAS NO PROCESSO CONSTRUTIVO PARA A OTIMIZAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE EM OBRAS DE EDIFICAÇÕES. Marina do Rêgo Monteiro Ferreira Bacellar Agosto 2014 Orientador: Jorge dos Santos Curso: Engenharia Civil A indústria de construção civil é o setor que mais gera impactos ambientais e que mais consome matéria prima. Por isso, a inserção de práticas sustentáveis ao processo construtivo se torna cada vez mais imprescindível. Ao longo dos anos, houve um crescimento significativo de discussões em torno do desenvolvimento sustentável e o surgimento de certificações que incentivam a sustentabilidade na construção civil. Obras de edificações sustentáveis podem ser alcançadas por meio de práticas que possam otimizar a sustentabilidade, que envolvem Planejamento; Concepção; Materiais; Consumo de energia; Consumo de água; Conforto ambiental do edifício; Gestão de resíduos sólidos; Uso de ocupação do solo; e Fauna e flora local. Após a conclusão do estudo, verifica-se que os profissionais do setor da construção civil possuem o conhecimento teórico de questões sobre a sustentabilidade, mas não sabem como colocá-lo em prática. Palavras-chave: Práticas sustentáveis, Desenvolvimento sustentável, Sustentabilidade, Construção civil, Edificações sustentáveis. vi

8 Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Engineer. SURVEY OF PRACTICES IN THE CONSTRUCTION PROCESS FOR OPTIMIZATION OF SUSTAINABILITY IN CONSTRUCTION OF BUILDINGS.. Marina do Rêgo Monteiro Ferreira Bacellar August 2014 Advisor: Jorge dos Santos Course: Civil Engineering The construction industry is the sector that most generates environmental impacts and that consumes more raw material. For that reason, the inclusion of sustainable practices to the construction process becomes increasingly essential. Over the years, there has been a significant growth of discussions on sustainable development and the emergence of certifications that encourage sustainability in construction. Construction of sustainable buildings can be achieved through practices that can optimize sustainability, involving Planning; Design; Materials; Energy consumption; Water consumption; Environmental comfort of the building; Solid waste management; Use of occupation; and local flora and fauna. After finishing the work, it appears that professionals in the construction industry have theoretical knowledge on sustainability issues, but do not know how to put it into practice. Keywords: Sustainable practices, Sustainable development, Sustainability, Construction industry, Sustainable buildings. vii

9 SUMÁRIO 1. Introdução Importância do tema Objetivos Justificativa da escolha do tema Metodologia adotada Estruturação do trabalho Capítulo 1 Introdução Capítulo 2 Sustentabilidade Capítulo 3 Sustentabilidade na construção civil Capítulo 4 Legislação Capítulo 5 Estudo de boas práticas no processo construtivo que objetivam a sustentabilidade Capítulo 6 Considerações finais Sustentabilidade Conceito Movimentos relacionados à geração da sustentabilidade Clube de Roma Conferência de Estocolmo Ecodesenvolvimento Relatório de Brundtland Rio Protocolo de Kyoto Rio Conferência de Copenhague Conferência do México (COP 16) Política Nacional de Resíduos Sólidos Conferência do Clima em Durban (COP 17) Conferência do Clima em Doha (COP 18) Rio Conferência do Clima em Varsóvia (COP 19) Sustentabilidade na construção civil Introdução Certificações viii

10 LEED AQUA Procel Edifica Selo Casa Azul CAIXA BREEAM HQE Aspectos legais Gestão de resíduos da construção civil Exigências para a obtenção do Licenciamento Ambiental no Rio de Janeiro Lincenciamento de fornos rotativos de produção de clínquer para atividades de co-processamento de resíduos Utilização de misturas asfálticas com asfalto borracha na pavimentação de vias expressas e rodovias no município do Rio de Janeiro Programa de incentivo às fontes alternativas de energia elétrica (PROINFA) Estudo de boas práticas no processo construtivo que objetivam a sustentabilidade Introdução Processo construtivo Planejamento Verificação de necessidade dos públicos envolvidos Capacitação dos agentes envolvidos e difusão das boas práticas socioambientais Relação com a comunidade Estudo de viabilidade ambiental Concepção Elaboração de projetos Materiais Procedência Diminuição de perdas Consumo de energia Eficiência energética Conforto ambiental do edifício Desenvolvimento racional de fachadas e coberturas Ventilação natural ix

11 Iluminação natural Aquecimento da água Conservação da água Consumo eficiente Aproveitamento de águas servidas Retenção de água de chuva Gestão de resíduos sólidos Coleta seletiva Resíduos Sólidos Domiciliares Resíduos de Construção e Demolição (RDC) Resultados da análise da geração de resíduos em obras com e sem certificação LEED Uso e ocupação do solo Fauna e flora local Conclusões Referências bibliográficas x

12 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Desenho esquemático relacionando parâmetros para se alcançar o desenvolvimento sustentável (BARBOSA, 2008)... 6 Figura 2 Cadeia produtiva da Construção Civil (GEHLEN, 2008) Figura 3 As interrelações das etapas no processo construtivo (GEHLEN, 2008) Figura 4 Etapas da execução de um empreendimento (GEHLEN, 2008) Figura 5 Comparativo entre a lâmpada LED e as convencionais (Fonte: Melich LED, 2009) Figura 6 Utilização de brises para aproveitamento da luz natural (Fonte: Strutural Vidros e Esquadrias, 2010) Figura 7 Geração de resíduos sólidos na obra A (PACHECO, 2011) Figura 8 Geração de resíduos na obra B (PACHECO, 2011) Figura 9 Geração de resíduos na obra C (PACHECO, 2011) Figura 10 Geração de resíduos na obra D (PACHECO, 2011) Figura 11 Geração total de resíduos nas quatro obras (PACHECO, 2011) LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Impactos ambientais gerados pela cadeia produtiva da construção (PNUD,2012)... 2 Quadro 2 Teses e premissas sobre Os Limites do Crescimento resultantes do Clube de Roma. (GODOY, 2007)... 8 Quadro 3 - Aspectos fundamentais para a condução do desenvolvimento, segundo a proposta do ecodesenvolvimento. (GODOY, 2007)... 9 Quadro 4 Medidas adotadas para promover o desenvolvimento sustentável segundo o Relatório de Brundtland. (ENERGIA..., [200-]) Quadro 5 Princípios básicos da construção sustentável. (GUIA DE SUSTENTABILIDADE NA CONTRUÇÃO, 2008) Quadro 6 Requisitos básicos para um empreendimento ser considerado sustentável. (GUIA DE SUSTENTABILIDADE NA CONTRUÇÃO, 2008) Quadro 7 Benefícios da certificação LEED. (GBC, 2008) Quadro 8 Dimensões avaliadas pelo GBC. (GBC, 2008) Quadro 9 Aspectos avaliados pelo AQUA (NOVA ARQUITETURA, 2007) xi

13 Quadro 10 Benefícios do Processo AQUA. (FUNDAÇÃO VANZOLINI, 2010) Quadro 11 Benefícios de garantias oferecidos pelo BREEAM (BREEAM, 2010) Quadro 12 Classificação dos resíduos da construção civil (CONAMA, 2002) Quadro 13 Destinação final dos resíduos da construção civil. (CONAMA, 2002) Quadro 14 - Estudos realizados no estudo de viabilidade ambiental (BANCO REAL, 2001) Quadro 15 - Características das obras analisadas (PACHECO, 2011) LISTA DE TABELAS Tabela 1 Geração de resíduos na obra A (PACHECO, 2011) Tabela 2 Geração de resíduos na obra B (PACHECO, 2011) Tabela 3 Geração de resíduos na obra C (PACHECO, 2011) Tabela 4 Geração de resíduos na obra D (PACHECO, 2011) xii

14 1. Introdução 1.1. Importância do tema No período anterior à Revolução industrial, a atividade produtiva era feita por meio da manufatura, com emprego de máquinas simples. Era comum que um mesmo artesão cuidasse de todo o processo, desde a obtenção da matéria-prima até a comercialização do produto final. As etapas do trabalho eram realizadas normalmente em oficinas nas casas dos próprios artesãos. Com o advento da Revolução Industrial no século XVIII, a produção artesanal foi substituída pela produção por máquinas, com o uso crescente da energia a vapor e do carvão. O início da Revolução Industrial parecia guiar o mundo para o crescimento econômico. No entanto, atualmente isso vem sendo questionado pela consciência ecológica que surgiu baseada no temor da escassez, que vem se intensificando cada dia mais. A partir da década de 60 começaram a surgir movimentos no mundo que questionavam o modelo de desenvolvimento adotada pelo mundo no pós-guerra. Com a crescente preocupação com o meio ambiente, a construção civil também precisou realizar algumas mudanças no seu processo construtivo para se adaptar ao novo modelo de desenvolvimento solicitado, o desenvolvimento sustentável. Para isso, foram criados diversos selos que permitem o monitoramento da sustentabilidade nas construções. O processo produtivo da construção tem impactos ambientais a longo prazo. O Quadro 1 apresenta alguns exemplos dos resultados dos impactos causados. Impactos ambientais gerados pela cadeia produtiva da construção A construção é responsável por 12% do consumo de água total 1

15 A cadeia de emissões de gases de efeito estufa significativos: a produção de cimento é responsável por 5% e o uso de energia em edifícios, 33% As atividades de construção geram 40% de todos os resíduos gerados pela sociedade Grandes empreendimentos de infraestrutura geram pressão sobre diferentes ecossistemas Quadro 1 - Impactos ambientais gerados pela cadeia produtiva da construção (PNUD,2012) 1.2. Objetivos O objetivo desse trabalho é apresentar uma análise de boas práticas adotadas que geram a otimização da sustentabilidade em obras de edificações, com ênfase para o Rio de Janeiro Justificativa da escolha do tema Dados divulgados pelo IBGE indicam que a indústria da construção civil responde por 12,7% do PIB brasileiro até o primeiro trimestre de 2014 (CBIC, 2014). Em contrapartida, as estimativas são de que apenas entre 30% e 40% das empresas têm atentado para questões e ações concretas em relação ao equilíbrio entre o ambiente social, ambiental e econômico. A consciência em relação às questões ligadas ao ambiente em edifícios é relativamente elevada quando analisada em todos os mercados. Porém, na maioria dos mercados as questões ligadas ao envolvimento na construção sustentável decrescem significativamente. No Brasil, 82% dos profissionais do setor construtivo possuem consciência sobre as questões da sustentabilidade, no entanto apenas 9% já estiveram envolvidos nesses princípios. (WBCSD, 2007) Esses dados apontam o distanciamento entre a teoria e a prática, e que mesmo possuindo conhecimento, muitos profissionais não sabem como colocá-lo em prática. 2

16 Em função disso, é preciso uma maior disseminação das ferramentas que possam intensificar o sistema de aprendizado Metodologia adotada A metodologia adotada para o desenvolvimento do tema em questão foi a pesquisa através de livros, revistas, artigos publicados, pesquisas em internet especificados nas referências bibliográficas ao final do trabalho. Após a fundamentação teórica, foi realizado o levantamento e a análise de práticas adotadas no contexto atual da construção civil Estruturação do trabalho Capítulo 1 Introdução No capítulo um foi apresentada a importância do tema, as justificativas e objetivos da monografia, a metodologia adotada e a estruturação do trabalho Capítulo 2 Sustentabilidade No capítulo dois é apresentada uma visão geral do conceito de sustentabilidade, assim como os movimentos realizados no Brasil e no mundo relacionados à geração da sustentabilidade Capítulo 3 Sustentabilidade na construção civil O capítulo três aborda os selos criados para garantir a sustentabilidade nas construções Capítulo 4 Legislação O capítulo quatro apresenta as legislações existentes relacionadas à sustentabilidade aplicáveis na construção civil com ênfase no Rio de Janeiro Capítulo 5 Estudo de boas práticas no processo construtivo que objetivam a sustentabilidade O capítulo cinco aborda as diferentes práticas que podem ser inseridas no processo construtivo de modo a garantir a sustentabilidade Capítulo 6 Considerações finais 3

17 No último capítulo serão expostas as considerações finais, com críticas e sugestões a respeitos dos temas apresentados ao longo da monografia. 4

18 2. Sustentabilidade 2.1. Conceito O termo desenvolvimento sustentável surgiu através de estudos elaborados pela Organização das Nações Unidas, motivados pelas mudanças climáticas, como uma resposta para a nação mundial diante da crise social e ambiental pela qual o mundo passava a partir de meados do século XX. (BARBOSA, 2008) O conceito de sustentabilidade tem como referência a definição formulada pelo Relatório de Brundtland (1987) que afirma que Desenvolvimento sustentável é desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades. Sob esse ponto de vista, o desenvolvimento econômico está intimamente ligado ao uso racional dos recursos naturais disponíveis. O desenvolvimento sustentável é baseado em processos de mudanças na destinação dos investimentos, mudanças tecnológicas e de acesso a informações de forma a garantir o uso racional dos recursos ambientais e ao mesmo tempo satisfazer as necessidades e desejos dos segmentos da sociedade no presente e no futuro. Apesar de ser um conceito questionável por não definir quais são as necessidades do presente nem quais serão as do futuro, o relatório de Brundtland chamou a atenção do mundo sobre a necessidade de se encontrar novas formas de desenvolvimento econômico, sem a redução dos recursos naturais e sem danos ao meio ambiente. Além disso, definiu três princípios básicos a serem cumpridos: desenvolvimento econômico, proteção ambiental e equidade social. (BARBOSA, 2008, p.2) O desenvolvimento sustentável deve ser alcançado como consequência do desenvolvimento social, econômico e da preservação ambiental (Figura 1). 5

19 Figura 1 Desenho esquemático relacionando parâmetros para se alcançar o desenvolvimento sustentável (BARBOSA, 2008) O desenvolvimento social consiste na melhoria da qualidade de vida da população, de modo que se atinja a igualdade na distribuição de renda e a redução das diferenças sociais. O conjunto de medidas e políticas que têm como objetivo a incorporação de preocupações e conceitos ambientais e sociais é o que define o conceito de desenvolvimento econômico. Essas medidas devem permitir uma interligação entre os setores ambiental e socioeconômico. O incentivo do uso correto de matérias primas e de recursos humanos é o resultado do lucro que não é medido somente na visão financeira, mas também ambiental e socialmente. O desenvolvimento ambiental consiste na manutenção das funções do ecossistema. Assim, pode se definir como a capacidade que o ambiente natural tem de manter as condições de vida para a população e para os demais seres vivos, levando em conta a habitabilidade e a sua função como fonte de energias renováveis Movimentos relacionados à geração da sustentabilidade 6

20 Clube de Roma O Clube de Roma foi criado no ano de 1968 por um grupo de cientistas, industriais e políticos, com o objetivo de discutir e analisar os limites do crescimento econômico levando em consideração o uso progressivo dos recursos naturais disponíveis. No ano de 1972, Dennis L. Meadows e o grupo de pesquisadores publicaram o estudo denominado Os Limites do Crescimento. O estudo assinalava que, se preservados os níveis de industrialização, poluição, produção de alimentos e exploração dos recursos naturais, o planeta iria atingir seu desenvolvimento máximo em, no máximo, cem anos. (ENERGIA..., [200-]). Sendo assim, para atingir a estabilidade econômica respeitando a finitude dos recursos ambientais, era necessário a paralisação do crescimento populacional global e do capital industrial. (GODOY, 2007) Algumas das teses e premissas básicas elaboradas pelo grupo de pesquisadores encontram-se do Quadro 2. Teses e premissas sobre Os Limites do Crescimento Os limites de crescimento do planeta serão alcançados em, no máximo, cem anos caso não ocorra mudanças nas tendências de crescimento da população mundial, industrialização, poluição, produção de alimentos e diminuição dos recursos naturais As tendências de crescimento poderão ser modificadas, atingindo uma condição de estabilidade ecológica e econômica. O equilíbrio global poderá ser planejado de modo que as necessidades materiais básicas de cada pessoa possam ser satisfeitas Quanto mais cedo a população mundial lutar pelo equilíbrio global, maiores serão suas possibilidades de sucesso 7

21 Quadro 2 Teses e premissas sobre Os Limites do Crescimento resultantes do Clube de Roma. (GODOY, 2007) Conferência de Estocolmo A Conferência de Estocolmo ocorreu no ano de 1972, composta com 113 países. Tal reunião foi o primeiro grande encontro internacional com o objetivo de discutir os problemas ambientais, consolidando a relação entre desenvolvimento e meio ambiente. O encontro desejava conscientizar os países sobre a importância da limpeza do ar nos grandes centros urbanos, a limpeza dos rios em locais mais povoados e o combate à poluição marinha. (GODOY, 2007) A Conferência de Estocolmo gerou um importante documento com 24 artigos que culminou na criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a primeira agência ambiental global, responsável por promover a conservação do meio ambiente e o uso eficiente de recursos no contexto do desenvolvimento sustentável. O PNUMA tem entre seus principais objetivos manter o estado do meio ambiente global sob contínuo monitoramento; alertar povos e nações sobre problemas e ameaças ao meio ambiente e recomendar medidas para aumentar a qualidade de vida da população se comprometer os recursos e serviços ambientais das futuras gerações Ecodesenvolvimento Diante do impasse observado durante a Conferência de Estocolmo (1972) entre os países pobres que defendiam o crescimento e os países ricos que propunha a paralisação do crescimento, surgiu uma proposta conhecida como ecodesenvolvimento durante uma reunião do Conselho Administrativo do PNUMA, no ano de Os aspectos essenciais que deveriam guiar o desenvolvimento se encontram no Quadro 3. Aspectos fundamentais para a condução do desenvolvimento, segundo a proposta do ecodesenvolvimento Satisfação das necessidades básicas 8

22 Solidariedade com as gerações futuras Participação da população envolvida Preservação dos recursos naturais e do meio ambiente em geral Elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e respeito a outras culturas Programas de educação Quadro 3 - Aspectos fundamentais para a condução do desenvolvimento, segundo a proposta do ecodesenvolvimento. (GODOY, 2007) A partir do surgimento do ecodesenvolvimento, a concepção de desenvolvimento passou a ter outra abordagem. O conceito de desenvolvimento passou a levar em conta o aumento do produto econômico, a preocupação com seus impactos sociais e ambientais; apresentando assim, uma nova maneira de pensar sobre a relação do homem com o meio ambiente. Um dos criados do ecodesenvolvimento, Ignacy Sachs, definiu no ano de 1976 o conceito de ecodesenvolvimento: Promover o ecodesenvolvimento é, no essencial, ajudar as populações envolvidas a se organizar a se educar, para que elas repensem seus problemas, identifiquem as suas necessidades e os recursos potenciais para conceber e realizar um futuro digno de ser vivido, conforme os postulados de justiça social e prudência ecológica. (GODOY, 2007) Relatório de Brundtland O Relatório de Brundtland, que ficou conhecido como Nosso Futuro Comum, foi elaborado em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), também conhecida como Comissão de Brundtland, durante um processo preparatório para a Conferência das Nações Unidas, também conhecida como Rio 92. Segundo BARBOSA (2008), tal relatório contém informações extraídas pela comissão ao longo de três anos de pesquisa e análise, nas quais se destacam questões sociais, 9

23 principalmente relacionadas ao uso da terra, sua ocupação, suprimento de água, abrigo e serviços sociais, educativos e sanitários, além de administração do crescimento urbano. Segundo o Relatório de Brundtland (1987) Desenvolvimento sustentável é desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades. O relatório Brundtland declara que o desenvolvimento de uma cidade deve levar em consideração prover as necessidades básicas e oferecer oportunidades de melhoria da qualidade de vida para a população. O relatório discutiu o conceito de equidade como condição para que a sociedade tenha participação efetiva na tomada de decisões, por meio de processos democráticos, para atingir o desenvolvimento urbano. (BARBOSA, 2008) Segundo o Relatório de Brundtland (1987), uma série de medidas deve ser adotada pelos países com o objetivo de incentivar o desenvolvimento sustentável. Algumas delas estão especificadas no Quadro 4. Medidas adotadas para promover o desenvolvimento sustentável Limitação do crescimento populacional Garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) a longo prazo Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas Diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com uso de fontes energéticas renováveis Aumento da produção industrial nos países não industrializados com base em tecnologias ecologicamente adaptadas Controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades menores 10

24 Atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia) Quadro 4 Medidas adotadas para promover o desenvolvimento sustentável segundo o Relatório de Brundtland. (ENERGIA..., [200-]) Rio 92 A Rio 92, também conhecida como Cúpula da Terra ou ECO-92, foi realizada 20 anos depois da Conferência de Estocolmo e reuniu mais de cem chefes de Estado no Rio de Janeiro. A reunião tinha como objetivo debater formas de desenvolvimento sustentável, na qual o documento que norteou a discussão foi o Relatório de Brundtland que defendia um modelo de crescimento econômico menos consumista e mais preocupado com questões ambientais. Durante a Rio 92 foi desenvolvido o documento chamado Agenda 21, no qual foi fixado o conceito de desenvolvimento sustentável. O documento chamou atenção para a necessidade do comprometimento de cada país em colaborar com soluções de modo a estabelecer um novo modelo de desenvolvimento. O registro foi dividido em quatro seções: Dimensões sociais e econômicas; Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento; Fortalecimento do papel dos principais grupos sociais e Meio de implementação. Outros três documentos aprovados durante a Cúpula da Terra foram: Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ou Carta da Terra); Convenção sobre Diversidade Biológica e Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. (PORTAL BRASIL, 2008) A Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento propôs uma parceria através da colaboração entre Estados e a sociedade de modo que fossem respeitados os interesses de todos e a conservação do meio ambiente. A Convenção sobre Diversidade Biológica foi um grande marco para o desenvolvimento sustentável. Na reunião foi discutida a conservação da diversidade biológica, o uso sustentável de seus componentes e a justa divisão dos benefícios advindos do uso dos recursos ambientais. 11

25 A Convenção sobre Mudança Climática determinou estratégias de combate ao efeito estufa e à destruição da camada de ozônio, dando origem ao Protocolo de Kyoto. Durante a Conferência, foi observada a necessidade da criação de uma nova instituição, com o objetivo de monitorar a implementação da Agenda 21. Para isso, foi criada em 1993 a Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS), que promoveu uma parceria entre ONGs e as Nações Unidas e incentivou em vários países a criação de comissões de desenvolvimento sustentável Protocolo de Kyoto No ano de 1997 foi assinado em Kyoto, no Japão, o Protocolo de Kyoto que estabelece que os países desenvolvidos reduzam suas emissões de gases que ocasionam o efeito estufa em 5,2% em relação aos níveis medidos em 1990 para o período de Essa meta implicou na busca por formas alternativas de energia em detrimento de combustíveis fósseis. Para entrar em vigor, o Protocolo de Kyoto deve ser ratificado por 55 países que juntos, representem 55% das emissões. O acordo internacional entrou em vigor somente em 16 de fevereiro de 2005, depois que a Rússia o ratificou em (GREENPEACE, 2000) Países em desenvolvimento como o Brasil, não têm compromissos de redução na emissão de gases. O governo brasileiro ratificou o protocolo em julho de O protocolo de Kyoto foi renovado até 2020 em 2012, porém pode ser considerado bem menor que o estabelecido anteriormente, já não contou com a adesão de alguns dos maiores poluidores mundiais, como Estados Unidos e China Rio +10 A Rio +10, conhecida também como Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, aconteceu no ano de 2002 em Joanesburgo, na África do Sul. Durante o evento, a Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS) foi incumbida de organizar a Cúpula e comandar uma revisão dos avanços atingidos desde a implementação da Agenda 21, em O principal objetivo da Rio +10 não era a adoção de novos compromissos, acordos ou metas, mas sim realizar uma análise dos progressos atingidos e dos obstáculos 12

26 encontrados desde que foram firmados os compromissos na Rio 92. Assim, a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável pretendia detectar os motivos pelos quais os avanços foram tão pequenos na implementação desses compromissos e apontar medidas que pudessem ser tomadas de modo que sua realização fosse viabilizada. Os documentos resultantes da Conferência acordados por todos os países que pertenciam às Nações Unidas foram: o Plano de Implementação e a Declaração Política. (ANA, 2002) A Declaração Política, intitulada O Compromisso de Joanesburgo sobre Desenvolvimento Sustentável, é um documento que estabelece posições políticas, e não metas. Deste modo, a declaração reafirma tanto os princípios quanto os acordos estabelecidos na Conferência de Estocolmo e na Rio 92, além de solicitar o alívio da dívida externa dos países em desenvolvimento e o aumento da ajuda financeira para os países pobres. A Declaração Política também reconheceu que a má distribuição de renda entre países e os desequilíbrios eram os principais causadores do desenvolvimento considerado não sustentável. Os objetivos estabelecidos na Rio 92 não foram alcançados e, por isso o texto convocou as Nações Unidas a instituir um recurso que possibilitasse o monitoramento das decisões tomadas na Rio +10. (ANA, 2002) O Plano de Implementação tem três objetivos principais: a erradicação da pobreza; a mudança dos modelos insustentáveis de produção e consumo e a proteção dos recursos naturais. Um dos pontos mais significativo do texto é o tratamento de temas antigos de uma maneira que reflete a evolução no cenário internacional desde 1992, ano em que foi realizada a ECO-92. Baseado nisso, o termo globalização passou a ser discutido e, no que se refere à pobreza, o documento identificou que o seu combate seria atingido através de ações que englobassem questões desde o acesso à energia, água e saneamento até a distribuição equilibrada dos benefícios advindos do uso da diversidade biológica. (ANA, 2002) Conferência de Copenhague A Conferência de Copenhague, também conhecida como Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, foi realizada em dezembro de 2009, em Copenhague, na Dinamarca. A reunião internacional foi elaborada para debater sobre quais medidas poderiam ser tomadas para combater o aquecimento global, que é ocasionado pela emissão de gases causadores do efeito estufa. 13

27 A conferência levou em conta a responsabilidade de cada país de maneira diferenciada. Os países industrializados, que começaram a emitir mais cedo e lançaram maior quantidade de gases que ocasionam o efeito estufa, deveriam reduzir uma parcela maior de emissão. Durante a reunião, foram discutidos cinco ponto cruciais, sendo eles: visão compartilhada, Mitigação, Adaptação, Transferência de Tecnologias e Apoio Financeiro. A visão compartilhada consistiu no estabelecimento de um limite para a redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa e para o aumento da temperatura. A fixação desse limite não foi tarefa fácil, já que os países em desenvolvimento, portanto mais vulneráveis, desejavam metas rigorosas; enquanto os países desenvolvidos esperava por menos rigidez. (PRADO, 2009) A mitigação das emissões de carbono é uma necessidade indiscutível, porém há um grande abismo entre os interesses dos países em desenvolvimento e os desenvolvidos. Na Conferência de Copenhague os países em desenvolvimento argumentaram que as mudanças climáticas observadas se deviam à concentração do carbono emitido pelos países industrializados. Assim, somente os países ricos deveriam assumir as metas de redução de emissão. Por outro lado, os países desenvolvidos alegavam que os países em desenvolvimento, especialmente os componentes do BIC (Brasil, Índia e China) estavam em crescimento acelerado e por isso suas emissões iriam, rapidamente, superálos em volume de gases de efeito estufa lançados na atmosfera. Por isso, exigiam que esses também se comprometessem a diminuir emissões. (PRADO, 2009) As alterações climáticas que se presencia atualmente tendem a se tornar cada vez mais frequentes. Assim, os países pobres, que são os mais vulneráveis a tais mudanças, necessitam de recursos financeiros e tecnológicos para desenvolver sua infraestrutura a fim de ser capaz de se protegerem das catástrofes. Por isso, durante a Conferência de Copenhague foi discutida a criação de um fundo internacional de adaptação com essa finalidade. (PRADO, 2009) 14

28 Na Conferência de Copenhague foi discutida a necessidade da transferência de tecnologias dos países desenvolvidos para os demais, já que as inovações tecnológicas são indispensáveis para que se atinja um modelo de desenvolvimento com baixa emissão de carbono. Desse modo, seria possível o uso de fontes alternativas de energia em substituição de combustíveis fósseis. (PRADO, 2009) O apoio financeiro para os países em desenvolvimento é fundamental para que estes possam desenvolver tecnologias. Esses recursos financeiros deveriam ser provenientes dos países ricos, como foi discutido em Copenhague. (PRADO,2009) Ao final da Conferência, não se chegou a um consenso. Assim, ficou acertado que os países que concordassem com o Acordo de Copenhague assinariam uma lista separada. Mediante a falta de um acordo definitivo, novas negociações foram previstas para 2010, no México Conferência do México (COP 16) A Conferência do México foi realizada em novembro de 2010, em Cancun, no México. A reunião internacional teve como objetivo avançar nas negociações sobre a redução de emissão dos gases causadores do efeito estufa, já iniciada em Copenhague. Durante a Conferência, foi cobrada a redução da pobreza simultaneamente com a prática do desenvolvimento sustentável. As expectativas foram menores em Cancun quando comparadas com as de Copenhague. Não foi esperado um amplo acordo global de redução de emissões de gases do efeito estufa. (G1, 2010) Outro tema significativo discutido em Cancun foi o Protocolo de Kyoto, no qual as metas de redução de emissão assumidas pelos países ricos até 2012 deveriam ser renovadas. Durante a Conferência surgiu o Documento Internacional que determina a manutenção da elevação da temperatura global a 2ºC; criou-se o Fundo Verde; foi estabelecido um apoio financeiro aos países pobres para combaterem o desmatamento e criaram-se meios de compartilhamento de tecnologia de geração de energia limpa. 15

29 Política Nacional de Resíduos Sólidos A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi instituída pela Lei nº /2010 no ano de 2010 com o objetivo de permitir o avanço do país em relação ao enfrentamento dos problemas sociais, ambientais e econômicos decorrentes da gestão inadequada dos resíduos sólidos. A lei prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como instrumento a prática de hábitos de consumo sustentável, o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos e a destinação ambientalmente correta daquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado. (CASA CIVIL, 2010) Além disso, a PNRS instituiu a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: fabricantes, importadores, distribuídos, comerciantes, consumidores e titulares de serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos. A responsabilidade compartilhada tem como objetivo a redução da geração de resíduos sólidos, o desperdício de materiais, os danos ambientais; promover o aproveitamento de resíduos sólidos; incentivar a utilização de insumos de menor agressividade ao meio ambiente e de maior sustentabilidade, etc. (CASA CIVIL, 2010) Por fim, a lei estabelece a criação de metas de forma a contribuir para a eliminação de lixões, a instituição de instrumentos de planejamento nos diversos níveis e a imposição da elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Os instrumentos criados pela Lei nº /2010 deveriam ajudar o Brasil a alcançar o índice de reciclagem de resíduos de 20% em Conferência do Clima em Durban (COP 17) A Conferência do Clima realizada em Durban, África do Sul, em dezembro de 2011 forneceu uma base para um futuro acordo contra as emissões de gases causadores do efeito estufa, envolvendo metas para os dois maiores poluidores, Estados Unidos e China. Além disso, foi aprovada uma extensão do Protocolo de Kyoto, mas sem definição de período para entrar em vigor. 16

30 Na Conferência também foi lançado o Fundo Verde do Clima com o objetivo de combater as emissões e promover ações de adaptação à alteração climática nos países em desenvolvimento Conferência do Clima em Doha (COP 18) A Conferência do Clima realizada em Doha, Catar, em dezembro de 2012 fechou um acordo entre os países participantes para o combate do aquecimento global até o ano de A reunião internacional apresentou um texto que afirmava a necessidade de intensificar os esforços. A extensão do Protocolo de Kyoto foi outro ponto discutido na conferência, mantendo-o como o único compromisso com obrigações legais com o intuito de enfrentar o aquecimento global Rio +20 A Rio +20, também conhecida como Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, ocorreu em junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. A reunião marcou os vinte anos da realização da Rio 92 e contribuiu para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. A Conferência teve como objetivo a renovação do engajamento político com o desenvolvimento sustentável, através da análise dos progressos atingidos e das falhas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas. Os dois temas principais da Rio +20 foram: A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. O termo economia verde aponta para a utilização de políticas e programas que visam fortalecer a implantação dos compromissos de desenvolvimento sustentável por parte de todos os países da ONU. Para o Brasil, em especial, a economia verde deve ser focada no desenvolvimento sustentável e na erradicação da pobreza, já que o desenvolvimento sustentável só poderá ser plenamente realizado com a redução das desigualdades. (Rio +20, 2012) 17

31 O debate em torno da estrutura institucional buscou alternativas para melhorar a organização e a eficácia das atividades realizadas pelas instituições da ONU, que se dedicam aos três pilares do desenvolvimento sustentável: econômico, social e ambiental. Uma propostas apresentadas foi a reforma da Comissão sobre Desenvolvimento Sustentável (CDS), objetivando corroborar seu papel de monitoramento da implementação da Agenda 21. Em relação à reforma das instituições ambientais, foi proposto o fortalecimento das capacidades de trabalho do Programa das Nações Unidas (PNUMA), através do aumento dos recursos disponíveis para que a instituição pudesse apoiar de fato projetos realizados em países em desenvolvimento. (Rio +20, 2012) Conferência do Clima em Varsóvia (COP 19) A 19ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima foi realizada em Varsóvia, Polônia, em novembro de 2013 e foi palco de diversas discordâncias que giraram em torno de questões como os cortes de emissões, o financiamento climático e um meio para ajudar os países mais pobres a lidar com perdas e danos ocasionados pelo aquecimento global. A conferência teve pequenos progressos, entre eles o avanço relacionado ao financiamento. Os países em desenvolvimento foram contemplados com o auxílio de países ricos, como França, Alemanha, Suíça, Suécia, para o Fundo de Adaptação. Outra medida adotada durante o evento foi um acordo sobre novas regras de proteção das florestas tropicais, denominado REDD+. 18

32 3. Sustentabilidade na construção civil 3.1. Introdução A construção civil é responsável por diversos reflexos observados em regiões onde obras são instaladas, ocasionados por suas atividades direta ou indiretamente. Toda intervenção feita pelo homem causa pode causar impactos ao meio ambiente, meio social ou ao meio econômico. Determinadas obras podem causar impactos ao meio ambiente de forma a alterá-lo drasticamente, por meio de inundação de grandes áreas, corte de vegetação, impermeabilização do solo, além da geração de resíduos durante a fase de construção. O setor da construção civil é o maior gerador de resíduos. Segundo o Conselho Brasileiro de Construção sustentável CBCS, de tudo que se extrai da natureza, apenas entre 20% e 50% das matérias-primas naturais são realmente consumidas pela construção civil. (AECWEB, 2014) Além da grande geração de resíduos, a produção de materiais de construção é responsável pela emissão de CO 2 e poeira em quantidade acima dos limites tolerados. A história mundial mostra que a construção civil sempre foi essencial e tinha o papel de atender às necessidades básicas da sociedade, sem se preocupar com a técnica utilizada. Porém, com a constante evolução humana e estudo dos resultados, as técnicas foram aprimoradas e se tornaram mais apropriadas e vantajosas com o intuito de se atingir construções cada vez mais sustentáveis. Com a consciência sustentável, surgiu a exigência de qualificação e a necessidade de construções com responsabilidade social no setor da construção civil, tornando necessário um monitoramento por meio de selos que garantem sustentabilidade nas construções. A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura - AsBEA, o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável - CBCS e outras instituições apresentam diversos princípios básicos da construção sustentável, dentre os quais são destacados no Quadro 5. (GUIA DE SUSTENTABILIDADE NA CONTRUÇÃO, 2008) 19

33 Princípios básicos que propiciam a execução de edificações voltadas para a sustentabilidade Aproveitamento de condições naturais locais; Utilizar mínimo de terreno e integra-se ao ambiente natural; Implantação e análise do entorno; Não provocar ou reduzir impactos no entorno - paisagem, temperaturas e concentração de calor, sensação de bem-estar; Qualidade ambiental interna e externa; Gestão sustentável da implantação da obra; Adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários; Uso de matérias-primas que contribuam com a ecoeficiência do processo; Redução do consumo energético Redução do consumo de água Reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos; Introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável; Educação ambiental: conscientização dos envolvidos no processo. Quadro 5 Princípios básicos da construção sustentável. (GUIA DE SUSTENTABILIDADE NA CONTRUÇÃO, 2008) Para que o setor da construção incorpore de maneira plena práticas de sustentabilidade, é necessário que as empresas modifiquem o modo de produzir e gerir suas obras através da introdução gradativa de sustentabilidade, buscando soluções economicamente viáveis para o empreendimento. 20

34 Para um empreendimento ser considerado sustentável, é preciso atender a quatro requisitos básicos. Esses quatro requisitos se encontram no Quadro 6. Requisitos básicos para um empreendimento ser sustentável Adequação ambiental; Viabilidade econômica; Justiça social; Aceitação cultural. Quadro 6 Requisitos básicos para um empreendimento ser considerado sustentável. (GUIA DE SUSTENTABILIDADE NA CONTRUÇÃO, 2008) A adequação ambiental consiste na percepção de regularidades e irregularidades ambientais de um empreendimento. A justiça social é baseada na igualdade de direitos e na solidariedade coletiva. O Conselho Internacional para a Pesquisa e Inovação em Construção (CIB) define a construção sustentável como O processo holístico para restabelecer e manter a harmonia entre os ambientes natural e construído e criar estabelecimentos que confirmem a dignidade humana e estimulem a igualdade econômica. (CIB, 2002, p.8) Ao falar de restabelecimento da harmonia, o Conselho sugere muitos processos que privilegiavam o pequeno aproveitamento de recursos naturais, como luz, calor, ventilação que, com o advento da energia elétrica e de tecnologias de resfriamento e aquecimento artificiais, foram deixados de lado. Levando esse fato em consideração, é possível perceber que se pequenas mudanças forem adotadas por todos, podem surgir grandes benefícios sem acarretar em grandes impactos para o custo final do empreendimento. 21

35 O conceito de construção sustentável deve estar presente em todo o clico de vida do empreendimento, desde sua concepção até sua requalificação, desconstrução ou demolição. É necessário um detalhamento do que pode ser feito em cada etapa da obra, apresentando aspectos e impactos ambientais e como estes itens devem ser trabalhados para que se avance para um empreendimento que seja: uma ideia sustentável, uma implantação sustentável e uma moradia sustentável. (GUIA DE SUSTENTABILIDADE NA CONTRUÇÃO, 2008) 3.2. Certificações LEED A certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) foi criada em 2000 e é aplicada pelo United States Green Building Council (USGBC) que leva em conta o impacto gerado ao meio ambiente em consequência dos processos relacionados ao empreendimento (projeto, construção e operação). A LEED orienta e atesta o comprometimento de uma edificação com os princípios da sustentabilidade para a construção civil. O selo é emitido em mais de 130 países e atualmente é considerado como a principal certificação de construção sustentável para empreendimentos realizados no Brasil, onde é representado pelo GBC-Brasil Conselho de Construção Sustentável do Brasil, criado em A obtenção da certificação LEED se dá em função da pontuação de soluções nos quesitos: espaço sustentável, localização, entorno, eficiência no uso de água e de energia, qualidade do ar, uso de materiais qualidade ambiental interna, inovação e processos. A pontuação tem classificação em Platinum, Gold e Silver. (COELHO, 2010) No brasil existem oito tipos de selos LEED diferentes, são eles: LEED NC - para novas construções ou grandes projetos de renovação; LEED ND - para projetos de desenvolvimento de bairro; LEED CS - para projetos na envoltória e parte central do edifício; LEED Retail NC e CI - para lojas de varejo; LEED Healthcare - para unidades 22

36 de saúde; LEED EB_OM - para projetos de manutenção de edifícios já existentes; LEED Schools - para escolas e LEED CI - para projetos de interior ou edifícios comerciais. (COELHO, 2010) A certificação LEED possui diversos benefícios, que são apresentados no Quadro 7 7. Benefícios da certificação LEED Diminuição dos custos operacionais; Diminuição dos riscos regulatórios; Econômicos Valorização do imóvel para revenda ou arrendamento; Aumento na velocidade de ocupação; Aumento da retenção; Modernização e menor obsolescência da edificação. Melhora na segurança e priorização da saúde dos trabalhadores e ocupantes; Sociais Inclusão social e aumento do senso de comunidade; Aumento da produtividade do funcionário, melhora na recuperação de pacientes (em Hospitais), melhora no desempenho de alunos (em Escolas), aumento no ímpeto de compra de consumidores (em Comércios); 23

37 Incentivo a fornecedores com maiores responsabilidades socioambientais; Aumento da satisfação e bem estar dos usuários; Estímulo a políticas públicas de fomento a Construção Sustentável; Uso racional e redução da extração dos recursos naturais; Redução do consumo de água e energia; Implantação consciente e ordenada; Ambientais Mitigação dos efeitos das mudanças climáticas; Uso de materiais e tecnologias de baixo impacto ambiental; Redução, tratamento e reuso dos resíduos da construção e operação. Quadro 7 Benefícios da certificação LEED. (GBC, 2008) Após o pedido de certificação na categoria pretendida, a edificação interessada deve passar pelo processo de avaliação do GBC e, ao final, deve atender ao Programa Mínimo de Requisitos, que são características mínimas que um empreendimento deve ter para poder entrar no processo de certificação. A Certificação internacional LEED possui sete dimensões a serem avaliadas nas edificações. Todas elas possuem pré-requisitos (práticas obrigatórias) e créditos, recomendações que quando atendidas garantem pontos a edificação. As dimensões avaliadas pelo GBC estão dispostas no Quadro 8. (GBC, 2008) 24

38 Sustainable sites (Espaço Sustentável): Encoraja estratégias que minimizam o impacto no ecossistema durante a implantação da edificação e aborda questões fundamentais de grandes centros urbanos, como redução do uso do carro e das ilhas de calor. Water efficiency (Eficiência do uso da água): Promove inovações para o uso racional da água, com foco na redução do consumo de água potável e alternativas de tratamento e reuso dos recursos. Energy & atmosphere (Energia e Atmosfera): Promove eficiência energética nas edificações por meio de estratégias simples e inovadoras, como por exemplo simulações energéticas, medições, comissionamento de sistemas e utilização de equipamentos e sistemas eficientes. Materials & resources (Materiais e Recursos): Encoraja o uso de materiais de baixo impacto ambiental (reciclados, regionais, recicláveis, de reuso, etc.) e reduz a geração de resíduos, além de promover o descarte consciente, desviando o volume de resíduos gerados dos aterros sanitários. Indoor environmental quality (Qualidade ambiental interna): Promove a qualidade ambiental interna do ar, essencial para ambientes com alta permanência de pessoas, com foco na escolha de materiais com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis, controlabilidade de sistemas, conforto térmico e priorização de espaços com vista externa e luz natural. Innovation in design or innovation in operations (Inovação e Processos): Incentiva a busca de conhecimento sobre Green Buildings, assim como, a criação de medidas projetuais não descritas nas categorias do LEED. Pontos de desempenho exemplar estão habilitados para esta categoria. Regional priority credits (Créditos de Prioridade Regional): Incentiva os créditos definidos como prioridade regional para cada país, de acordo com as diferenças ambientais, sociais e econômicas existentes em cada local.. Quatro pontos estão disponíveis para esta categoria. Quadro 8 Dimensões avaliadas pelo GBC. (GBC, 2008) AQUA 25

39 O processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental) de certificação, criado em 2008 pela Fundação Vanzolini, é o primeiro selo de certificação de construções sustentáveis adaptado à realidade brasileira, inspirado no selo francês Démarche HQE. A certificação tem como objetivo obter a qualidade ambiental de um empreendimento de construção ou de reabilitação. O selo é emitido por fases, onde são avaliados: Programa - definição das necessidades e o desempenho do projeto; Concepção - o sistema de gestão proposto é mantido e há correção de eventuais desvios; Realização a meta é alcançar o máximo de eficiência com a menor presença de desvios e Operação obra até sua conclusão. O controle do projeto em todas as suas fases deve ser feito pelo Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE), de forma que sejam atendidos os critérios de desempenho da Qualidade Ambiental do Edifício (QAE). (TECHNE, 2010) O AQUA leva em conta as especificidades do Brasil para elaborar 14 critérios avaliam a gestão ambiental das obras e as especificidades técnicas e arquitetônicas. Esses critérios estão apresentados no Quadro 9. GERENCIAR IMPACTOS SOBRE O AMBIENTE EXTERIOR 01. Relação do edifício com seu entorno Eco-construção 02. Escolha integrada de produtos, sistemas e processos construtivos 03. Canteiro de obras com baixo impacto ambiental 04. Gestão de energia 05. Gestão de água Eco-gestão 06. Gestão dos resíduos de uso e operação do edifício 07. Manutenção - Permanência do desempenho ambiental CRIAR ESPAÇO INTERIOR SADIO E CONFORTÁVEL Conforto 08. Conforto hidrotérmico 26

40 09. Conforto acústico 10. Conforto visual 11. Conforto olfativo 12. Qualidade sanitária dos ambientes Saúde 13. Qualidade sanitária do ar 14. Qualidade sanitária da água Quadro 9 Aspectos avaliados pelo AQUA (NOVA ARQUITETURA, 2007) A certificação é concedida ao final de cada fase, mediante verificação de atendimento ao Referencial Técnico. O AQUA possui três classificações: bom, superior e excelente. Para obter a certificação, o projeto deve conseguir classificar no mínimo três categorias em nível excelente e não mais do que sete categorias em nível bom. O processo AQUA oferece benefícios para o empreendedor, para o comprador e sócioambientais, os quais estão listados no Quadro 10. Benefícios do Processo AQUA Provar a Alta Qualidade Ambiental das suas construções Diferenciar seu portfólio no mercado Empreendedor Aumentar a velocidade de vendas ou locação Manter o valor do seu patrimônio ao longo do tempo Associar a imagem da empresa à Alta Qualidade Ambiental Melhorar o relacionamento com órgãos ambientais e comunidades Economia direta de água e energia Comprador Menores custos de condomínio - energia, água Conservação e manutenção 27

41 Melhores condições de conforto saúde e estética Maior valor patrimonial ao longo do tempo Menor consumo de energia Menor consumo de água Redução das emissões de Gases de Efeito Estufa Sócios-ambientais Redução da poluição Melhores condições de saúde nas edificações Melhor aproveitamento da infraestrutura local Menor impacto na vizinhança Melhores condições de trabalho Redução da produção de resíduos Gestão de Riscos naturais, solo, água, ar... Quadro 10 Benefícios do Processo AQUA. (FUNDAÇÃO VANZOLINI, 2010) Procel Edifica O Procel Edifica, voltado à Eficiência Energética das Edificações (EEE) e ao Conforto Ambiental (CA), consiste numa etiquetagem elaborada pelo subprograma do Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica) do Governo Federal com o intuito de promover a eficiência energética nas edificações brasileiras, de forma a contribuir para a conservação de energia elétrica. Sua criação foi estimulada pela possibilidade de aproveitar o potencial de conservação de energia no setor das edificações através de intervenções tipo retrofit. A economia pode superar 50% do consumo nas novas edificações, através do uso de tecnologias energeticamente eficientes desde a concepção até o final do projeto. A etiqueta aplica-se tantos aos edifícios comerciais, de serviços e públicos quanto aos residências. Nos três primeiros são avaliados três sistemas individuais, sendo eles: envoltória, iluminação e condicionamento de ar. Nos edifícios residências são avaliados: envoltória e o sistema de aquecimento de água, além dos sistemas presentes nas áreas 28

42 comuns dos edifícios multifamiliares, como iluminação, elevadores, bombas centrífugas. (PROCEL INFO, 2003) A etiqueta é concedida em dois momentos: na fase de concepção do projeto e após a construção do edifício. É realizada uma classificação geral, que pode ser acrescida de bonificações relacionadas ao uso eficiente da água, emprego de fontes alternativas de energia ou qualquer inovação tecnológica que promova a eficiência energética. Os níveis de eficiência variam de A (mais eficiente), até E (menos eficiente). O projeto do edifício pode ser avaliado pelo método prescritivo ou pelo método da simulação, enquanto o edifício construído deve ser avaliado por meio de inspeção in loco. (PROCEL INFO, 2003) Selo Casa Azul CAIXA O Selo Casa Azul CAIXA, desenvolvido pela Caixa em 2010, é o primeiro instrumento de classificação socioambiental de projetos habitacionais direcionado para a realidade da construção habitacional disponível no Brasil. O objetivo da certificação é reconhecer os projetos habitacionais que apresentam contribuições para a redução dos impactos ambientais. O sistema busca identificar os empreendimentos que adotam soluções mais eficientes aplicadas à construção, ao uso, à ocupação e à manutenção das edificações. O Selo Casa Azul CAIXA possui três categorias, sendo elas: ouro, prata e bronze. A obtenção do selo de determinada categoria depende da quantidade de critérios atendidos pelo empreendimento solicitante, que pode obter auxílio através do Guia CAIXA de Sustentabilidade Ambiental Selo Casa Azul. A certificação possui seis preceitos analisados, são eles: Qualidade Urbana, Projeto e Conforto, Eficiência Energética, Conservação de Recursos Materiais, Gestão da Água e Práticas Sociais. (CAIXA, 2010) A implementação do selo busca o incentivo do uso racional de recursos ambientais na construção de empreendimentos habitacionais, a redução do custo de manutenção dos edifícios e as despesas mensais de seus usuários, bem como a promoção da conscientização de empreendedores e moradores sobre as vantagens das construções sustentáveis. (CAIXA, 2010) BREEAM 29

43 A certificação BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method), criada em 1992 na Inglaterra, é um método de avaliação ambiental de edificações de maior aplicação no mundo. O certificado estabelece critérios baseados nas qualidades necessárias para um projeto sustentável. A BREEAM oferece aos empreendimentos certificados diversos benefícios e garantias, listados no Quadro 11. Benefícios e garantias oferecidos aos certificados pelo BREEAM Reconhecimento no mercado de edifícios de baixo impacto ambiental; Garantia de que as melhores soluções ambientais e normas serão incorporadas ao edifício; Inspiração para buscar soluções inovadoras que minimizem o impacto ambiental; Normas melhores que as impostas pelo Código Técnico; Uma ferramenta para reduzir os custos de operação e melhorar as condições de trabalho; Uma norma que demonstra as melhorias na execução dos objetivos ambientais de uma empresa ou corporação; Quadro 11 Benefícios de garantias oferecidos pelo BREEAM (BREEAM, 2010) HQE A certificação HQE (Haute Qualité Environnementale) foi desenvolvida na França em 2002, fruto da ECO 92, baseada nos referenciais de desempenho elaborados pelo CSTB (Centre Scientifique et Technique du Bâtiment), criado em O selo é um processo de gestão de projeto que orienta o projeto fornecendo experiência em qualidade ambiental. Esse processo de certificação proporciona benefícios como a qualidade de vida para o usuário, economia de água e energia, disposição de resíduos e manutenção e contribuição para o desenvolvimento sócio-econômico-ambiental da região. 30

44 Para obter a certificação HQE é preciso obedecer aos critérios especificados como: gerenciamento dos impactos sobre o ambiente ar livre; promover uma relação harmoniosa entre o empreendimento e seu entorno; escolha integrada de métodos de construção e de materiais; minimização do consumo de energia; diminuição do uso de água; redução de perdas em operação. (HQE, 2010) 31

45 4. Aspectos legais 4.1. Legislações aplicáveis à construção civil A legislação existente nos âmbitos federal, estadual e municipal é facilmente aplicada à construção civil. Há diversas leis disponíveis que contribuem para a sustentabilidade na construção civil, já que o tema se tornou cada vez mais exigido nos diversos setores da economia mundial. É preciso atentar para a diferença do rigor de leis federais quando comparadas a algumas municipais, por exemplo. Assim, empresas cujo produto envolva outro estado que não seja o de execução da obra, como extração de matéria prima ou de transporte de material, devem atender à diferentes legislações Gestão de resíduos da construção civil O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) publicou uma resolução em 2002 para fornecer diretrizes, critérios e procedimentos para a efetiva redução dos impactos ambientais gerados pelos resíduos oriundos da construção civil, de modo que a degradação da qualidade ambiental decorrente da disposição de tais resíduos em locais inadequados seja evitada. Considerando que a gestão integrada de resíduos provenientes da construção civil está intimamente ligada aos benefícios de ordem social, econômica e ambiental, o CONAMA criou a Resolução º 307. Os resíduos da construção devem ser classificados em quatro classes que se encontram no Quadro

46 Classificação dos Resíduos da Construção Civil Classe A Classe B São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e gesso; Classe C São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação; Classe D São resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. Quadro 12 Classificação dos resíduos da construção civil (CONAMA, 2002) Segundo a Resolução, os responsáveis pela geração de resíduos devem ter como objetivo prioritário a não geração dos mesmos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final. Além disso, o documento afirma que os resíduos da construção civil não podem ser dispostos em aterros de resíduos 33

47 domiciliares, em áreas de bota-fora, em encostas, corpos d água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei. (CONAMA, 2002) A implementação da gestão dos resíduos da construção civil deve ser realizada por meio do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, que deve ser elaborado pelos Municípios e pelo distrito Federal, devendo incorporar o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. (CONAMA, 2002) O CONAMA afirma que os resíduos oriundos da construção civil devem ser destinados de acordo com sua classificação. A disposição dos resíduos segundo sua categoria está apresentada no Quadro 13. Destinação final dos resíduos da construção civil Classe A Deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir sua utilização ou reciclagem futura; Classe B Deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura; Classe C Classe D Deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas; Deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas. Quadro 13 Destinação final dos resíduos da construção civil. (CONAMA, 2002) Exigências para a obtenção do Licenciamento Ambiental no Rio de Janeiro 34

48 A Resolução SMAC nº 519, criada em 2012, tem como objetivo a regulamentação de critérios e procedimentos destinados ao Licenciamento Ambiental Municipal. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC) define, através da Resolução, a necessidade da apresentação do Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil PGRCC por parte do requerente do Licenciamento Ambiental Municipal para atividades de construção, reforma, ampliação, demolição e movimentação de terra.(smac, 2012) O PGRCC deve ser elaborado de forma a privilegiar as alternativas de reaproveitamento e de reciclagem de Resíduos da Construção Civil (RCC) na própria obra ou em unidades de beneficiamento. Além disso, é obrigatória a apresentação de relatórios mensais com a evolução do programa. (SMAC, 2012) Resolução SMAC nº 387 A Secretaria Municipal do Meio Ambiente elaborou a Resolução nº 387 com o objetivo de disciplinar a apresentação de projeto de gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Segundo a Resolução, o programa deve conter a planta de situação do canteiro de obras, o memorial descritivo, além de informar a previsão de destinação final especificando os potenciais destinatários por classe do material gerado. (SMAC, 2005) Para a obtenção do HABITE-SE é necessária a apresentação do Relatório de Implantação e Acompanhamento com a comprovação do destino final adequado dos resíduos gerados em todas as etapas da obra. (SMAC, 2005) Lincenciamento de fornos rotativos de produção de clínquer para atividades de co-processamento de resíduos O clínquer é o principal componente presente em todos os tipos de cimento, podendo ser definido como o cimento na sua fase básica de fabricação, a partir do qual se fabrica o cimento Portland. 35

49 O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) publicou uma resolução em 1999 com o objetivo de licenciar fornos rotativos de produção de clínquer para atividades de co-processamento de resíduos, exceto resíduos domiciliares brutos, de saúdes, os radioativos, explosivos, organoclorados e agrotóxicos. Segundo a Resolução, apenas resíduos passíveis de serem utilizados como substitutos de matéria prima e/ou de combustível podem ser considerados para fins de coprocessamento. O resíduo utilizado deve apresentar características similares às dos componentes normalmente empregados na produção de clínquer; no caso de ser utilizado como substituo de combustível, para fins de reaproveitamento de energia, o ganho de energia deve ser comprovado. (CONAMA, 1999) As Licenças Prévia, de Instalação e de Operação deverão ser requeridas previamente aos Órgãos Ambientais competentes. Para fontes novas, as Licenças podem ser emitidas de forma que englobem conjuntamente as atividades de produção de cimentos e o coprocessamento de resíduos nos fornos de produção de clínquer. Já para as fontes existentes, já licenciadas para a produção de cimento, o licenciamento ambiental específico para o co-processamento só poderá ser concedido quando a unidade industrial onde se localizar o forno de clínquer tiver executado todas as medidas de controle previstas na sua licença de Operação. (CONAMA, 1999) Utilização de misturas asfálticas com asfalto borracha na pavimentação de vias expressas e rodovias no município do Rio de Janeiro Os pneus inservíveis constituem um percentual significativo dos resíduos produzidos no Município do Rio de Janeiro, gerando disposições finais irregulares e contribuindo para a reprodução de vetores, como o mosquito da dengue; além de auxiliar na degradação urbana. O Decreto n.º publicado em 2011 dispõe da obrigatoriedade do uso de borracha de pneus inservíveis na fabricação misturas asfálticas para a pavimentação de vias expressas e rodovias. 36

50 O asfalto borracha é o produto resultante da adição de borracha moída de pneus que não são passíveis de utilização com cimento asfáltico de petróleo. O uso de borracha em misturas asfálticas permite o aumento da vida útil do pavimento, a maior resistência às deformações plásticas, a economia de combustíveis e de energia e diminuição na emissão de poluentes. (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO, 2011) Programa de incentivo às fontes alternativas de energia elétrica (PROINFA) As fontes de energia não renováveis são aquelas que não estão permanentemente disponíveis, e por isso é preciso o incentivo às fontes de energia renováveis. Em 2002 o Congresso Nacional decretou a Lei nº com diversos objetivos, dentre eles está a criação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, o Proinfa, com a finalidade de aumentar a participação da energia elétrica produzida por empreendimentos de Produtores Independentes Autônomos, concebidos com base em fontes eólica, pequenas centrais hidrelétricas e biomassa, no Sistema Elétrico Interligado Nacional. (CASA CIVIL, 2002) O programa tem como principal objetivo a diversificação da Matriz Energética Brasileira, buscando alternativas para aumentar a segurança no abastecimento de energia elétrica. A principal fonte impulsionada pelo Proinfa foi a energia eólica. Além da geração de milhares de empregos diretos e indiretos, o programa proporcionou um grande avanço industrial e desenvolvimento de tecnologia de ponta. Além disso, o Proinfa possibilita a redução de emissões de gases de efeito estufa. 37

51 5. Estudo de boas práticas no processo construtivo que objetivam a sustentabilidade 5.1. Introdução Ao contrário da fase de projeto, há pouca disponibilidade de literatura que aborde a aplicação de boas práticas na etapa da construção. Neste capítulo foi utilizada uma monografia de Pós-Graduação e uma de Mestrado que serviram de base para este item. A implementação de ações que podem contribuir para o desenvolvimento da sustentabilidade na construção civil depende de esforços vindos de diferentes atores, como políticas públicas, iniciativa privada e órgãos de financiamento. Cada ator deve ter sua área de atuação bem definida, especificando o escopo de cada um. A indústria da construção é uma cadeia produtiva complexa, por isso pode ser dividida em três grandes grupos: de suprimentos, auxiliar e principal ou de processo, conforme mostra a Figura 2. 38

52 Figura 2 Cadeia produtiva da Construção Civil (GEHLEN, 2008) Os principais atores da indústria da construção civil são: governos, investidores, incorporadores, proprietários, ocupantes comerciais, pesquisadores, projetistas, administrações, corretores imobiliários, indústria e fornecedores, construtoras, usuários, associações profissionais, órgãos reguladores e fiscalizadores, mídia e sociedade civil organizada. (GEHLEN, 2008) Os governos têm o papel de promover políticas e legislações que possam viabilizar a disseminação de práticas sustentáveis, de criar planos de desenvolvimento territoriais levando em conta toda a sociedade. Aos investidores cabe a responsabilidade de dar preferência a investimentos que possuam alto desempenho e redução de riscos. Construções sustentáveis possuem menores riscos ambientais, econômicos e sociais; aumentando assim a rentabilidade e a sustentabilidade dos investimentos. Os proprietários têm a função de exigir estruturas de alto desempenho; assim como o papel de pensar na escolha dos materiais, baseando-se no seu ciclo de vida, objetivando a durabilidade, versatilidade, manutenção e conforto. Os ocupantes comerciais devem promover a demanda de edificações de alto desempenho para aluguel, de forma a reduzir o custo operacional de suas estruturas. (GEHLEN, 2008) Aos pesquisadores e instituições de ensino cabe a produção e disseminação de métodos e tecnologias de aplicação direta tanto pelas indústrias como para as empresas. (GEHLEN, 2008) Os projetistas devem procurar sempre priorizar os princípios da sustentabilidade em seus projetos com o uso de parâmetros técnicos de forma a garantir a acessibilidade; a escolha de tecnologias adequadas ao meio em questão e a sociedade na qual o projeto está inserido; a escolha de materiais. O uso das ferramentas de bioclimatismo, garantindo maior conforto ambiental e menor uso de energia, através da especificação 39

53 de produtos com alta eficiência e a redução do consumo de água devem ser ferramentas utilizadas para conscientizar os clientes da importância e das vantagens da aplicação dessas técnicas. É na etapa de projeto que se tem a maior possibilidade de aplicar os aspectos da sustentabilidade, por isso deve ser dada grande importância a essa fase. As administradoras têm como principal papel operar as edificações adequada e ambientalmente consciente, monitorando o desempenho energético, de consumo de água, etc,. Além disso, é imprescindível o compartilhamento de informações com os demais setores para garantir a retroalimentação das decisões tomadas em projeto. (GEHLEN, 2008) Aos corretores imobiliários cabe a tarefa de orientar aos seus clientes de maneira que se permita a promoção das vantagens de edifícios de alto desempenho e da construção sustentável. A indústria e fornecedores de materiais e produtos devem ter a obrigação de disponibilizar informações sobre o ciclo de vida de seus produtos, assumindo suas responsabilidades ambientais e sociais. As construtoras devem procurar minimizar seus impactos ao meio ambiente, promover relações sociais justas, além de atender as exigências de seus clientes, agregar valor a seus produtos e serviços e promover a disseminação de sistemas de aprendizagem. Os usuários devem tem em mente a necessidade de respeitar as necessidades de manutenção dos sistemas operacionais das edificações, além de exercer seus direitos. Os órgãos reguladores devem ser mais flexíveis quanto à novas tecnologias que melhorem o desempenho dos projetos, além de combater a informalidade e promover a legalidade e o atendimento às normas. Por fim, a mídia e a sociedade civil organizada devem promover os princípios da sustentabilidade por meio dos veículos de comunicação disponíveis Processo construtivo 40

54 O processo construtivo pode ser dividido em diversas etapas, as quais possuem capacidade de aplicar a sustentabilidade de acordo com o seu poder de tomada de decisão no desenvolvimento e construção dos projetos. As principais etapas são: fase inicial (definição das necessidades, especificações e escolha do local); etapa de projetos (layout, detalhamento, instalações, estruturas e especificações de materiais); execução da obra (preparação do terreno e construção); uso e manutenção; e por fim, demolição e reuso. (GEHLEN, 2008) Figura 3 As interrelações das etapas no processo construtivo (GEHLEN, 2008) A etapa de execução da obra possui diversas sub etapas, conforme mostra a Figura 4. 41

55 Figura 4 Etapas da execução de um empreendimento (GEHLEN, 2008) Para que se obtenha uma edificação de alto desempenho e com impactos reduzidos, é preciso inserir os princípios de sustentabilidade como imprescindível no momento da tomada de decisão nos projetos e na maneira de executá-los. Um empreendimento não pode ser considerado sustentável se desde o princípio não for concebido como tal Planejamento Na fase de planejamento da obra deve ser feito um estudo detalhado por meio de levantamento dos aspectos e impactos socioambientais e econômicos potenciais relativos ao empreendimento, garantindo assim a segurança e evitando possíveis riscos operacionais. Nessa etapa deve ser definido o ciclo de vida da edificação e todos os impactos que esta pode causar ao longo do tempo de sua existência, elaborando assim o projeto de gestão ambiental. Assim, o empreendimento deve ser projetado com o objetivo de minimizar os impactos em todas as fases da obra. 42

56 A etapa de planejamento é primordial para a garantia da qualidade da edificação, devendo atender aos prazos, custos, prever os impactos ambientais, elaborar diretrizes e padrões que devem ser seguidos durante a execução dos projetos. O planejamento é realizado baseado no estudo crítico dos projetos e na elaboração de cronogramas físico e financeiro. (GEHLEN, 2008) Verificação de necessidade dos públicos envolvidos Nessa etapa deve ser definido o uso final da edificação, seja comercial, residencial, hospitalar, etc. baseado na análise das necessidades dos usuários, da sociedade e dos investidores Capacitação dos agentes envolvidos e difusão das boas práticas socioambientais Nessa fase deve ser feita a capacitação de todos os funcionários e colaboradores de forma a valorizar e divulgar os aspectos socioambientais implementados. É importante a capacitação de vendedores de modo que sejam capazes de comunicar todo o processo, incluindo as formas de minimização de impactos adotadas. (BANCO REAL, 2001) Como forma de dar continuidade as práticas de minimização de impactos, deve-se elaborar o manual do usuário para que estes valorizem e possam otimizar o uso dos equipamentos e técnicas de ecoeficiência adotados no empreendimento Relação com a comunidade Ao longo do processo construtivo a empresa responsável deve procurar não causar transtornos para a vizinhança, como o controle da emissão de resíduos, geração de poeira e lama ou problemas de tráfego causados pela entrega de materiais ou de concretagem. (GEHLEN, 2008) As ações para a redução desses impactos estão ligadas à programação do dia-a-dia da obra, como a contenção de poeira e lama, beneficiando conjuntamente o ambiente interno para os trabalhadores. 43

57 As atividades realizadas durante o processo construtivo devem ser planejadas de modo a reduzir a vibração e o ruído que afetam a vizinhança do terreno, além de evitar a realização desses trabalhos nos períodos noturnos e de descanso. (GEHLEN, 2008) Estudo de viabilidade ambiental O estudo de viabilidade ambiental deve ser feito antes da aquisição do terreno, prevendo riscos e imprevistos que possam gerar aumento de custos ou o não cumprimento de prazos previamente estimados. Nesse estudo são levantadas possíveis restrições legais e ambientais e é verificado se existe alguma obrigação ambiental. No Quadro 14 são mencionados alguns estudos que devem ser realizados. Estudos realizados no estudo de viabilidade ambiental Investigação de áreas contaminadas Investigação do entorno Verificação de possível contaminação da área, levantando históricos das atividades realizadas no local e no entorno. Se comprovado, deve ser feita uma análise detalhada para determinar a extensão e as características do poluente, o risco de exposição à saúde humana e identificar as técnicas de correção. Análise da possibilidade de mão-de-obra local, assim como o estabelecimento de um canal de comunicação com a população local. É recomendada a realização de parceria com instituições que atuam no local com o objetivo de dar continuidade a programas locais, como um programa de coleta seletiva. Análise do estágio de desenvolvimento da região, da malha de transportes públicos, fontes de recursos, redes de abastecimento e serviços urbanos disponíveis prevendo a não-intervenção em áreas verdes e de lazer existentes. 44

58 Avaliação das características físicas do terreno Avaliação topográfica, natureza do solo, hidrologia, presença de mananciais e lençóis subterrâneos. Identificação de áreas de fragilidade ambiental ( áreas passíveis de assoreamento, áreas de rios e encostas, áreas definidas como Reserva Legal, etc.) Levantamento de aspectos naturais Análise do tipo de clima, ecossistemas, vegetação local. Levantamento da fauna e flora existentes para previsão de reposição de áreas verdes e de conhecimento das precauções de expulsão de espécies animais. Identificação de restrições legais e regulamentares Identificação de todos os órgãos públicos responsáveis pela autorização ou licenciamento do empreendimento com a finalidade de consultá-los quanto a restrições legais, exigências, etc. Análise de plano diretor, lei de zoneamento local, lei de parcelamento do solo, código de obras local. Necessidade de realização de Avaliação de Impacto Ambiental A necessidade de elaboração de Avaliação de Impacto Ambiental depende do tamanho, complexidade e localização do empreendimento. Quadro 14 - Estudos realizados no estudo de viabilidade ambiental (BANCO REAL, 2001) Concepção 45

59 A concepção da edificação engloba a elaboração dos projetos arquitetônicos, prediais, vedações, fundações e estruturas, além de seus projetos executivos. Nessa etapa, são definidos os materiais, os componentes, equipamentos e sistemas executivos. Durante a concepção, devem ser tomadas ações que estimulem intervenções conscientes sobre o meio ambiente; deve ser feita a adaptação às necessidades de uso, produção e consumo humano sem que ocorra o esgotamento dos recursos naturais. São os projetos os principais instrumentos para a atuação preventiva, podendo gerar benefícios econômicos, redução na operação e manutenção do empreendimento, etc Elaboração de projetos Durante a concepção é extremamente importante a compatibilização de projetos antes do início das obras, já que as maiores causas de perdas de materiais durante a execução das obras são o retrabalho e a falta de planejamento da execução das tarefas, resultando em sobras de materiais inutilizáveis. (GEHLEN, 2008) A compatibilização de projetos também minimiza a paralisação das atividades das obras enquanto se busca a solução no canteiro pelos executores, uma vez que incoerências são identificadas precocemente e a solução é proposta antes do início das atividades Materiais A durabilidade das edificações é o principal fator para uma edificação ser sustentável. Esse quesito está diretamente ligado à qualidade do processo construtivo e dos materiais empregados. Durabilidade está relacionada com a capacidade de o material resistir às intempéries e ações do tempo sem perder nenhuma de suas propriedades funcionais, segundo Hendriks (2000.) Durabilidade e sustentabilidade estão evidentemente intimamente associadas, e há muitas conexões entre ambos os conceitos em termos de propriedades dos materiais. Essas têm a ver com o uso da matériaprima e da energia, mecanismos de deterioração, emissões de 46

60 produção, produção de resíduos (aproveitáveis ou não), capacidade de recuperação e manutenção, proteção preventiva, ocupação do espaço, e bem estar humano durante a execução as obras (condições de trabalho) e durante o uso das estruturas (HENDRIKS, 2000., p.19) Procedência O comprometimento da empresa em exercer a sua responsabilidade e influência para garantir a compra de materiais que não usem mão-de-obra infantil, ou escrava, que utilizem processos de fabricação mais limpos e matérias de jazidas licenciadas define a compra responsável. (GEHLEN, 2008) A seleção de materiais influencia diretamente no desempenho do empreendimento e na minimização de impactos ambientais na fase de construção. Por isso é necessário dar preferência a materiais procedentes de fontes renováveis e que contenham componentes reciclados ou reutilizados. É imprescindível a análise das distâncias de transporte, de forma que se opte por recursos disponíveis nas proximidades do canteiro. Além disso, é importante a utilização de madeiras certificadas ou em condição de reutilização. Outra forma de contribuição para a redução dos impactos ambientais é a escolha de materiais e componentes com menos embalagens, de forma que o volume de material consumido seja minimizado Diminuição de perdas A perda de materiais é a maior causadora da geração de resíduos e está diretamente à falta de compatibilização de projetos, como já citado anteriormente. Além disso, a baixa instrução e capacitação de pedreiros e ajudantes resultam em serviços mal acabados, erros de execução e consequente desperdício de materiais. (GEHLEN, 2008) As perdas de materiais também são resultado de retrabalhos e da falta de planejamento da execução das tarefas, resultando em sobras materiais não utilizados assim como nas denominadas perdas incorporadas, como nos casos em que são realizados rebocos mais espessos do que o recomendado ou para corrigir erros do prumo das paredes. (GEHLEN, 2008) 47

61 Sempre que possível, os construtores devem identificar oportunidades de aproveitamento de sobras ou reuso de materiais principalmente em serviços de movimentação de terra. A minimização da perda de materiais reduz o montante de resíduos e a longo prazo, os resíduos de demolição. Além disso, ocasiona a redução do consumo global da obra diminuindo o uso de recursos naturais Consumo de energia Eficiência energética Em função da crescente demanda de energia no país, é preciso buscar a redução do consumo energético, bem como a exploração de formas alternativas de consumo de energia, como solar, eólica e energia a gás. O uso de fontes alternativas de energia resulta na minimização de equipamentos de ar, iluminação artificial, chuveiros, aquecedores elétricos, entre outros. É importante o estímulo ao uso de equipamento que possuam o selo PROCEL, além do uso de sistemas de automação predial que controlam e monitoram através de sensores tanto sistemas de ar condicionado quanto a iluminação artificial e o uso de elevadores. (BANCO REAL, 2001) Outra forma de contribuir para a economia de energia é a escolha de equipamentos e acessórios com alto rendimento e baixo consumo como lâmpadas LED; o estudo da aplicação da iluminação artificial e a setorização inteligente do ambiente. A Figura 5 apresenta um comparativo entre a lâmpada LED e as convencionais. 48

62 Figura 5 Comparativo entre a lâmpada LED e as convencionais (Fonte: Melich LED, 2009) Conforto ambiental do edifício Desenvolvimento racional de fachadas e coberturas É imprescindível levar em conta a possibilidade de iluminação zenital através do posicionamento e dimensionamento das aberturas, além da influência das construções no entorno no empreendimento. A escolha do material e das cores componentes das fachadas e cobertura são outros fatores que evitam o ganho de temperatura em locais de clima quente, proporcionando uma temperatura confortável ao usuário. (BANCO REAL, 2001) 49

63 Ventilação natural Uma solução para a questão da ventilação é a configuração de dois ambientes, tornando possível a ventilação cruzada, ventilação pela cobertura, uso de peitoris ventilados, ventilação noturna. Assim, é possível evitar o uso de ar-condicionado sempre que possível Iluminação natural Por meio da instalação de janelas altas, o aproveitamento da luz exterior se torna mais eficaz, já que elas permitem uma melhor distribuição da luz. Outra solução é a previsão de brises ou aberturas laterais que direcionem a luz para pontos mais afastados das janelas. Figura 6 Utilização de brises para aproveitamento da luz natural (Fonte: Strutural Vidros e Esquadrias, 2010) Aquecimento da água A adoção de sistemas de aquecimento de água considerando a disponibilidade de sistemas de gás e o aproveitamento da energia solar pode reduzir o consumo de energia elétrica significativamente Conservação da água Consumo eficiente 50

64 O consumo de água deve ser monitorado por meio da previsão de equipamentos e sistemas detectores de vazamentos e ineficiências. O emprego de componentes economizadores, como restritores de vazão, bacias sanitárias de volume reduzido e aeradores é um grande aliado para evitar o desperdício Aproveitamento de águas servidas O aproveitamento de águas servidas pode ser feito por meio de sistemas que permitam a reutilização dos efluentes advindos dos equipamentos sanitários, como tanques, lavatórios e chuveiros. O processo pode ser realizado através de pequenas estações de tratamento e armazenamento das águas cinzas para posterior utilização em ponto de consumo que não exijam potabilidade como, descargas em bacias sanitárias, lavagem de pátios, etc. Os sistemas de reuso não podem ser interligados com tubulações de água tratada e devem ser devidamente identificados. (BANCO REAL, 2001) Aproveitamento de águas pluviais A utilização de um sistema composto por captação, transporte, descarte, gradeamento, reservação, tratamento e desinfecção, recalque e distribuição das águas provenientes das chuvas para a utilização em ponto de consumo que não exijam potabilidade, como sistemas de irrigação, é uma solução viável e eficaz para a redução do consumo de água Retenção de água de chuva A análise de viabilidade de implantação de um sistema de retenção local com o objetivo de minimizar áreas impermeáveis com o uso de planos de infiltração, valas de infiltração, telhados verdes, etc. pode ser uma solução para as grandes cidades que têm escassez de áreas permeáveis Gestão de resíduos sólidos A gestão de resíduos sólidos deve ser feita por meio da separação, quantificação, armazenamento e destinação correta pelos seus geradores de acordo com a resolução 307/2002 do CONAMA Coleta seletiva Resíduos Sólidos Domiciliares 51

65 A coleta seletiva deve ser promovida por meio da existência de espaços adequados para tal fim. Esses espaços devem ser previstos na fase de projeto para que se possa evitar a necessidade de adaptações futuras para a destinação de locais com essa finalidade. A escolha do local para a implantação desses espaços deve levar em consideração a proximidade às unidades habitacionais e facilidade de acesso Resíduos de Construção e Demolição (RDC) A quantidade de RDC gerada varia de acordo com as práticas construtivas e com o nível de atividade da construção. Os grandes geradores devem estabelecer um plano de gestão de resíduos, incluindo a segregação dos mesmos em diferentes classes, como a dos resíduos perigosos. As perdas de materiais de construção têm como causa problemas de gestão, decisões de projeto e erros de execução. Dentre as vantagens da adoção da prática de gestão de resíduos sólidos pelas construtoras estão o atendimento aos requisitos legais; maior limpeza do canteiro de obras; maior organização da obra; redução dos acidentes de trabalho; redução do consumo de recursos naturais, como resultado do reaproveitamento; e a consequente redução de resíduos. (GEHLEN, 2008) Resultados da análise da geração de resíduos em obras com e sem certificação LEED Por meio do estudo apresentado em uma dissertação de Mestrado em Engenharia Ambiental UERJ/2011 (Tathiana Cardoso Pacheco) foram analisadas quatro obras de edificações no município do Rio de Janeiro que contam com um Projeto de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil. As características das obras encontram-se no Quadro

66 Características das obras analisadas Certificação LEED Área total construída Especificação da construção Período de duração Obra A Não m² 17 Blocos de 06 (seis) pavimentos com 04 (quatro) apartamentos por andar; 1 Prédio da administração; 1 Salão de festas; 20 meses 1 Churrasqueira; Guaritas. Readaptação de prédios existentes para novas funções e a construção de novos Obra B Não m² prédios para o poder público, sendo que a primeira fase da obra consistiu na demolição de uma parte da fábrica existente 9 meses anteriormente no terreno Obra C Implantação de práticas para obtenção da certificação LEED m² Cerca de 200 laboratórios de pesquisa; Centro de convenções; Escritórios; Salas; Biblioteca; Restaurante 36 meses Obra D Implantação de práticas para obtenção da certificação LEED m² 1º e 2º subsolo; Térreo; 19 pavimentos-tipo; Pavimento de cobertura; Pavimento de casa de máquinas e de caixa d água. 26 meses Quadro 15 - Características das obras analisadas (PACHECO, 2011) Obra A A geração de resíduos da obra A, que não possui certificação, encontra-se apresentada na Tabela 1. 53

67 Tabela 1 Geração de resíduos na obra A (PACHECO, 2011) Dentre todos os tipos de resíduos gerados, o entulho é o mais significativo deles, representando 84,7% do total, seguido por resíduos não recicláveis (resíduos orgânicos, embalagens de alimentos e resíduos de banheiro) com 5,2%, sucata metálica com 3,7%, madeira com 3,2% e gesso com 2,8%. O alto índice representado pelo entulho pode ser explicado por constantes retrabalhos verificados na obra, o que gerou grande desperdício de material, segundo Pacheco (2011). Obra B Figura 7 Geração de resíduos sólidos na obra A (PACHECO, 2011) 54

68 A geração de resíduos na obra B, que não possui certificação LEED, encontra-se na Tabela 2. Tabela 2 Geração de resíduos na obra B (PACHECO, 2011) Até a data de aferição dos resultados, apenas 55% da obra havia sido construída, por isso a estimativa da massa total de resíduos/área foi extrapolada para essa área, segundo Pacheco (2011). Dentre todos os resíduos gerados, aqueles que tiveram maior índice foram o entulho com 86% do total, seguido pelos resíduos não recicláveis (resíduos orgânicos, embalagens de alimentos e resíduos de banheiro) com 11,2%, madeira com 1,5% e sucata metálica com 1%. Segundo Pacheco (2011), o elevado percentual atribuído ao entulho pode ser explicado pelas demolições das edificações e estruturas existentes no local para readaptação das mesmas ou construção de novas. 55

69 Figura 8 Geração de resíduos na obra B (PACHECO, 2011) Obra C A geração de resíduos na obra C, que possui práticas para obtenção da certificação LEED, encontra-se na Tabela 3. Tabela 3 Geração de resíduos na obra C (PACHECO, 2011) Nessa obra, a distribuição entre os tipos de resíduos foi mais homogênea, sendo os mais representativos o entulho que correspondeu a 32%, a sucata metálica com 23,7%, resíduos não recicláveis (resíduos orgânicos, embalagens de alimentos e resíduos de banheiro) com 22,5%, madeira com 12%, gesso com 1,5% e plástico com 1,1%. 56

70 A proximidade do índice de entulho com o de sucata metálica pode ser atribuída à composição metálica na estrutura e na cobertura da edificação, que gerou sobras, segundo Pacheco (2011). Considerando o número elevado de funcionários, em torno de 2000 colaboradores, no período de pico da obra, o índice de resíduos não recicláveis é coerente, levando em conta um volume considerável de sobras de comida, embalagens e resíduos de banheiro. Figura 9 Geração de resíduos na obra C (PACHECO, 2011) Obra D A geração de resíduos na obra D, que também possui práticas para obtenção da certificação LEED, encontra-se na Tabela 4. Tabela 4 Geração de resíduos na obra D (PACHECO, 2011) 57

71 Até a data de aferição dos resultados, apenas 8% da área total a ser construída havia sido concluída, por isso a análise dos dados foi dimensionada para essa área (2.186,50 m²), segundo Pacheco (2011). O resíduo mais gerado na obra D foi o entulho com 88,4%, seguido pelos resíduos não recicláveis (resíduos orgânicos, embalagens de alimentos e resíduos de banheiro) com 5,16%, sucata metálica com 4,14% e madeira com 1,5%. O elevado índice de entulho pode ser atribuído à etapa de demolição da edificação existente anteriormente no local. Segundo Pacheco (2011), a construtora não realizou a etapa de demolição e parte do entulho quantificado foi proveniente da escavação do terreno, onde foram encontrados restos de entulho misturados ao solo. Assim, esta obra apresentou uma peculiaridade não tão representativa de uma obra mais tradicional. Figura 10 Geração de resíduos na obra D (PACHECO, 2011) Desconsiderando que a necessidade de retirada do solo escavado depende das características do terreno e não é influenciado pela existência ou não de um sistema de gestão ambiental na obra, o volume gerado por esse tipo de resíduo foi desconsiderado em todas as obras. Assim, o resíduo mais gerado em todas as obras foi o entulho. A obra C apresentou o menor índice entre as obras, o que evidencia um sistema de gestão ambiental eficiente, em função do processo de obtenção da certificação LEED. 58

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