GESTÃO CINEGÉTICA. A minha experiencia pessoal. Francisco de Almeida Garrett

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Matheus Filipe Barros Igrejas
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1 GESTÃO CINEGÉTICA A minha experiencia pessoal Francisco de Almeida Garrett Badajoz, 23 de Abril de 2015

2 Pertenço a uma família de caçadores e desde pequeno que aprecio a vida selvagem. Lembro-me de nos anos sessenta (séc. XX) haver uma abundância de caça menor que permitia grandes caçadas em terreno livre e aberto.

intensivas (com recurso a agroquímicos) determinaram,

3 Hoje, em Portugal, aquelas caçadas já não são possíveis. A pressão humana, doenças e práticas culturais mais intensivas (com recurso a agroquímicos) determinaram, na minha opinião, o decréscimo das espécies de caça menor.

Lembro-me, também, que naquele tempo, 1950-1970 havia Lobos e que dez anos mais

XX) verifico o reaparecimento e acréscimo da caça maior, principalmente Javali e

4 Lembro-me, também, que naquele tempo, havia Lobos e que dez anos mais tarde já não. No final dos anos oitenta (séc. XX) verifico o reaparecimento e acréscimo da caça maior, principalmente Javali e Veado. Este aumento das espécies de caça maior representa mais uma fonte de pressão sobre as espécies de caça menor.

5 É nesta altura que as Herdades foram concessionadas como Zonas de Caça Turística (ZCTs).

O aproveitamento dos recursos cinegéticos pelo exercício da caça de forma racional e responsável e a gestão do território permitem restabelecer os desequilíbrios que os factores de pressão sobre as

6 O aproveitamento dos recursos cinegéticos pelo exercício da caça de forma racional e responsável e a gestão do território permitem restabelecer os desequilíbrios que os factores de pressão sobre as espécies causaram. O conhecimento do meio, dos habitats presentes, dos recursos hídricos, da fauna (espécies cinegéticas e restante fauna selvagem) e da flora e a avaliação dos recursos alimentares e de refúgio disponíveis são essenciais para a gestão.

7 Paralelamente o acompanhamento das populações (censos) e do seu estado sanitário também são indispensáveis para de uma forma dinâmica determinar o que caçar e correcção de efectivos.

Com a PAC os efectivos pecuários no Montado-Dehesa

8 As Herdades que gerimos e exploramos são essencialmente florestais e de Floresta Mediterrânica, Montado Dehesa. Com a PAC os efectivos pecuários no Montado-Dehesa aumentaram muito com grande prejuízo para a regeneração natural da floresta.

9 Assim faseadamente fomos retirando, primeiro o gado ovino, depois o gado bovino do Montado-Dehesa e em 2000 reintroduzimos o Corso nas Herdades do Alentejo. O Corso porque o impacto exercido sobre o meio, comparado com o das ovelhas ou vacas, é diminuto.

10 Em 2008 com a crise do Porco de Montanheira, na Herdade do Conqueiro, resolvemos além do Corso ter o Javali como espécie cinegética.

11 As Herdades são WILDLIFE ESTATES Fazem parte de grupo de certificação de gestão florestal sustentável FSC e PEFC, e no nosso caso abrange a Caça.

detalhadamente e, oportunamente revistas para que os objectivos sejam concretizados, - O

12 Os princípios que nos norteiam e a que nos comprometemos são os de uma gestão sustentável em que: - Planos escritos com objectivos definidos, acções justificadas e calendarizadas detalhadamente e, oportunamente revistas para que os objectivos sejam concretizados, - O planeado é validado financeiramente de modo a provisionar adequadamente a concretização dos objectivos,

13 - A existência de registos permitem uma monitorização e controlo adequados, E finalmente a satisfação dos nossos clientes.

14 As Herdades possuem os seguintes planos: Plano de Gestão Florestal Plano de Gestão dos Valores Naturais Plano de Ordenamento e Exploração Cinegética

15 Há que ter em atenção que só é possível assegurar as funções Sociais e de Conservação e Protecção do Montado-Dehesa se houver Sustentabilidade Económica. A exploração cinegética, as visitas guiadas, a observação da fauna e flora silvestres contribuem substancialmente para esse objectivo.

16 Como acções de gestão posso destacar as principais: -Manutenção das Galerias ripícolas -Manutenção de fontes, charcas e zonas húmidas, pontos de água, -Manutenção de bosquetes e ilhas de espécies arbustivas, -Conservação e protecção de ninhos,

17 -Distribuição de suplementos alimentares, alimentos medicados, -Controle de predadores nomeadamente raposas, cães, gatos, sacarrabos(herpestes iccheumon) e excessos de javali, -Censos (cameras, controle de abates, visuais) de espécies cinegéticas e silvestres,

18 -Controlar os efectivos, evitando e corrigindo os excessos populacionais, -Culturas para a fauna (luzerna, girassol, cártamo) -Protecções de árvores, -Comedores selectivos, -Cuidados especiais nas épocas de Nidificação e Reprodução

19 A gestão cinegética também passa pela organização das caçadas que no nosso caso são fundamentalmente: - Montarias, -Aproximação e Esperas.

-Transmitir aos intervenientes todas as informações importantes para a segurança e objectivos da

20 Cabe-nos: -Assegurar o cumprimento da Legislação aplicável, e o respeito pelas espécies cinegéticas, - Ter em atenção os valores naturais presentes, habitats e espécies que se pretendem conservar, -Transmitir aos intervenientes todas as informações importantes para a segurança e objectivos da jornada de caça, -Assegurar os aspectos higiénicosanitários e registos dos animais abatidos (veterinário presente).

21 A Gestão e Exploração da Caça devem ser exercidas de forma responsável, valorizando os recursos naturais e protegendo as espécies silvestres e seus habitats. Contribuir para a pureza genética das populações e do seu estado sanitário.

22 E termino lembrando: -A caça deve ser um meio de restabelecer equilíbrios que fomentem a biodiversidade, fauna e flora silvestre. - A Sustentabilidade Económica é o garante das funções Sociais e de Conservação e Protecção do Montado-Dehesa.

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