Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Psicologia Programa de Pós-graduação em Teoria Psicanalítica

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1 Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Psicologia Programa de Pós-graduação em Teoria Psicanalítica Manejo clínico nos estados limites: construindo caminhos Raquel Rubim del Giudice Monteiro 2011

2 2 UFRJ Manejo clínico nos estados limites: construindo caminhos Raquel Rubim del Giudice Monteiro Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Teoria Psicanalítica, Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Teoria Psicanalítica. Orientadora: Marta Rezende Cardoso Rio de Janeiro Fevereiro/2011

3 3 Manejo clínico nos estados limites: construindo caminhos Orientadora: Marta Rezende Cardoso Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica, Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, como parte dos requisitos à obtenção do título de Mestre em Teoria Psicanalítica. Aprovada por: Profa. Dra. Marta Rezende Cardoso Profa. Dra. Cláudia Amorim Garcia Profa. Dra. Maria Isabel Andrade Fortes Rio de Janeiro Fevereiro/2011

4 Monteiro, Raquel Rubim del Giudice Manejo clínico nos estados limites: construindo caminhos. Raquel Rubim del Giudice Monteiro. Rio de Janeiro: UFRJ/IP, f.; 29,7 cm Orientadora: Marta Rezende Cardoso Dissertação (Mestrado) UFRJ/IP/Programa de Pós-graduação em Teoria Psicanalítica, Referências Bibliográficas: f Estados limites. 2. Manejo clínico. 3. Construção. 4. Psicanálise. 5. Dissertação (Mestrado). I. Cardoso, Marta Rezende. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Instituto de Psicologia/ Programa de Pós-graduação em Teoria Psicanalítica. III. Título 4

5 5 Dedicatória A Marcos Monteiro, Pelo amor e por tornar tudo mais alegre, simples e prazeroso.

6 6 Agradecimentos A Marta Rezende Cardoso por ter confiado em meu trabalho, por sua orientação sempre atenta e precisa e, acima de tudo, pelo acolhimento e amizade durante todo o percurso do mestrado. Às professoras Cláudia Garcia e Isabel Fortes pelas valiosas contribuições no exame de qualificação. Aos professores das disciplinas cursadas durante o mestrado, pelos ensinamentos. À CAPES, pelo financiamento desta pesquisa. A Pedro Henrique Bernardes Rondon pelo atento e primoroso trabalho de revisão. A meus pacientes que com suas questões me interrogaram acerca do conhecimento psicanalítico, me conduzindo a este trabalho. A meus pais pelo amor incondicional, pelo exemplo e pelo incentivo para insistir em meus sonhos e, principalmente, por terem me ensinado a viver a vida de maneira criativa, alegre e leve. Meu pai, hoje, uma saudade. Minha mãe, uma presença acolhedora. A minhas irmãs, Beatriz e Roberta, grandes amigas, companheiras de todas as horas, que tanto me ensinam e me incentivam a ir além. A Marina e Leonardo, paixões da tia Quel, pelo amor e por nossas travessuras. A Marcos Monteiro, meu grande companheiro, pelo amor e incentivo constante e, principalmente, pela oportunidade de carregar, hoje, em meu ventre, o fruto do nosso amor. A Tatá, minha querida mãe preta, por toda sua dedicação e amor, e por ter, com sua simplicidade, me ensinado a ver e respeitar a grandeza de cada ser humano e, com isso, despertado o meu desejo de tentar compreendê-lo. A Camila Farias pela amizade, incentivo e ensinamentos de vida, tão especiais. A Patrícia e Diego pela amizade e incentivo ao longo do mestrado. A Lívia, grande companheira e amiga no decorrer do mestrado. A Gabriela Maldonado, pelas trocas e acima de tudo pela amizade. A Leandro, Macla e Ney pelas trocas e pela amizade. À minha família e amigos mineiros, de quem tanto sinto saudade, pelo amor e por, mesmo de longe, se fazerem sempre presentes, me apoiando e incentivando a ir além.

7 7 Resumo Manejo clínico nos estados limites: construindo caminhos Raquel Rubim del Giudice Monteiro Orientadora: Marta Rezende Cardoso Resumo da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica, Instituto de Psicologia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Teoria Psicanalítica. A relação entre o eu e o outro constitui o cerne da problemática dos estados limites. A incapacidade de interiorizar o objeto, dentre outros fatores, faz com que o sujeito se encontre num estado de radical dependência ao outro, vivenciado, paradoxalmente, como intrusivo. Esse modo de relação tende a ser repetido na situação transferencial, exigindo do analista especial cuidado quanto ao seu manejo técnico. Suas intervenções não devem ser vivenciadas pelo paciente como invasivas, ao mesmo tempo, em que o analista deverá estar atento para ser por ele percebido como devidamente presente. O objetivo central desta dissertação é justamente refletir sobre a questão do manejo clínico no processo analítico dos estados limites. Visando dar conta desta problemática são elaboradas as noções de implicação e reserva do analista, assim como a dimensão de contratransferência, a qual possui grande relevo no atendimento desses casos. Partindo desses elementos, esta pesquisa vem promover o aprofundamento e o desdobramento da noção de construção em análise, visando sublinhar o fundamental papel que desempenha este instrumento na clínica dos estados limites. A noção de construção é articulada à de figurabilidade, com a intenção de demonstrar como o recurso da construção, no contexto clínico, pode ser considerado como processo de criação de uma forma para as marcas traumáticas, via por meio da qual se pretende abrir caminho para a sua representação.

8 8 Palavras-chaves: Estados limites Manejo clínico Construção Psicanálise Dissertação (Mestrado). Rio de Janeiro Fevereiro/2011

9 9 Abstract Clinical handling in borderline states: opening pathways Raquel Rubim del Giudice Monteiro Tutor: Marta Rezende Cardoso Abstract of the Dissertation presented to the Post-graduation Programme of Psychoanalytic Theory, Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, as a part of the requisite for obtaining the Master's Degree in Psychoanalytic Theory. The relationship between self and other is in the core of the problem of the borderline states. The inability to internalize the object, among other factors, sets the subject in a state of extreme dependence on the other, paradoxically experienced as intrusive. This mode of relationship tends to be repeated in the transference, requiring the analyst to be especially careful regarding its technical handling. Her interventions should not be experienced by the patient as intrusive, while in contrast she must be perceived as properly present. The aim of this research is to think about the issue of the clinical handling in the analytic process of the borderline states. Aiming at giving account of this problem we work through the concepts of "implication" and "reserve" of the analyst, as well as the countertransference dimension, very important in these cases therapy. Starting from these elements, this research tries to deepen and to develop the concept of construction in analysis, in order to emphasize the fundamental role this instrument plays in the clinic of borderline states. The notion of construction is articulated to that of representability, intending to demonstrate how the use of the construction, in the clinical setting, can be taken as a process of creating a form for traumatic traces, through which we intend to make way for their representation. Keywords: Borderline states Clinical handling Construction Psychoanalysis Dissertation (Master s Grade). Rio de Janeiro February/2011

10 10 É que um mundo todo vivo tem a força de um inferno. Clarice Lispector (A paixão segundo G.H.,1964/2009)

11 11 Sumário Introdução Capítulo I Estados limites: considerações iniciais I.1-Retorno do traumático na teoria freudiana: os limites da representação I.2- Trauma e apelo a defesas extremas nos estados limites I.3 - Os limites entre o eu e o outro nos estados limites Capítulo II O manejo clínico nos estados limites II.1 Questões sobre a técnica psicanalítica em Freud II.2 Contribuições de Ferenczi para a clínica dos estados limites II.3 Implicação e reserva do analista no atendimento dos estados limites II.4 Particularidades da contratransferência na análise dos estados limites Capítulo III Construção e figurabilidade na clínica dos estados limites III.1 A noção de construção em Freud III.2 Interpretação e construção: dispositivos diferentes, ou uma questão de estilo? III.3 Construção e manejo clínico dos estados limites III.3.1 A figurabilidade III.4 A figurabilidade e a clínica dos estados limites Capítulo IV Retomando a questão do manejo clínico nos estados limites a partir do caso Tristão IV.1 A fase do branco IV.2 A fase do vermelho Considerações finais Referências bibliográficas

12 Introdução A técnica psicanalítica volta-se fundamentalmente para a singularidade do sujeito buscando, através de uma relação intersubjetiva, apreender as vicissitudes psíquicas de cada um. Tal técnica procede do entrelaçamento entre a metapsicologia, a psicopatologia e o método clínico psicanalítico. Assim, não há como se constituir uma técnica de tratamento universal e normativa, o que a torna, de certa forma, variável, com a presença de matizes, desde que respeitem as exigências teórico-clínicas fundamentais da Psicanálise. Essa especificidade da técnica analítica exige constante reflexão acerca do manejo clínico e dos obstáculos com os quais nos deparamos no decorrer do processo analítico. Uma das genialidades de Freud, ao longo de todo o seu percurso, encontra-se no fato de ele ter enfrentado os obstáculos com os quais se deparava no âmbito clínico, não como fracasso dos métodos que empreendia, mas como questões a serem resolvidas e elaboradas teoricamente ou seja, no registro conceitual, na tentativa de solucioná-los e de poder aprimorar a técnica, de modo a torná-la mais eficaz. Parece-nos que sempre foi esse o caminho privilegiado da indagação freudiana, em que era a partir dos impasses da clínica analítica que eram formulados os problemas cruciais para a construção teórica (BIRMAN, 1995, p. 32). Assim, em Freud o método de tratamento foi elaborado visando, em primeiro lugar, o atendimento de pacientes neuróticos nos quais o conflito psíquico se revela através do retorno do conteúdo recalcado. Ao longo dos anos, esse método foi se delineando através do aprimoramento de recursos que permitiam, no decorrer do processo analítico, a transformação de parte das representações inconscientes relativas ao conteúdo recalcado em representações conscientes. A técnica analítica, nos primórdios da psicanálise, advém do princípio de que o desejo inconsciente pode vir a ser reativado na relação transferencial, por meio de sua atualização nas cadeias associativas. A interpretação vindo, mediante deslocamento, remetê-lo à dimensão transferencial, tem o objetivo de possibilitar a elaboração desses traços infantis, estimulando sua repetição que, ligada à recordação, possibilita, a posteriori, a inclusão desses elementos (CARDOSO, 2006/2010).

13 13 Contudo, na metapsicologia freudiana, a reviravolta teórica operada em 1920 conduziu à construção do novo dualismo pulsional, sustentado na oposição entre pulsão de vida e pulsão de morte, e promovendo posteriormente a elaboração do segundo modelo de funcionamento do aparelho psíquico, alicerçado na oposição entre ego, id e superego. Essa reviravolta colocou em evidência, dentre outros, os limites da representação psíquica falha na capacidade de inscrição da força pulsional isto é, a presença, no psiquismo, de elementos que escapam à simbolização, ao campo da representação, elementos que não concernem ao conteúdo recalcado. Porém, após o tournant de 1920, Freud veio a se dedicar muito mais ao aprofundamento e aprimoramento da metapsicologia do que a uma nova reflexão sobre a técnica. E, segundo Cardoso, é flagrante, nesse período da obra freudiana, a presença de certo desequilíbrio: por um lado, a sua inegável riqueza e profundidade teórica; por outro lado, certa pobreza nos desenvolvimentos relativos à técnica, se comparados com a extensão e a densidade desse remanejamento metapsicológico (CARDOSO, 2006/2010, op. cit., p.49). Como sublinha a autora, temos nos deparado na clínica com significativa incidência de patologias tais como a anorexia, bulimia, adicções em geral, afecções psicossomáticas, cujas respostas são predominantemente ligadas ao registro do corpo e do ato. Isto indica, dentre outros aspectos, a precariedade no nível dos processos de representação psíquica, revelando a presença de uma dimensão traumática, dimensão de violência psíquica. Como mostram vários autores do cenário psicanalítico atual e várias dessas contribuições serão objeto de análise nesta pesquisa essas patologias podem ser consideradas como estados limites. Ao nos depararmos com essas situações clínicas, somos conduzidos, por exemplo, ao fenômeno da compulsão à repetição, fenômeno aliado a um estado, no sujeito, de fragilidade narcísica. Nesses casos, os recursos técnicos utilizados no tratamento das neuroses clássicas podem se revelar insuficientes, demandando um manejo especial. Então, nos vemos diante de um obstáculo que exige reflexão sobre os meandros que os estados limites trazem para a técnica analítica. Muitos autores têm se dedicado a esta reflexão e nos indicam a necessidade de, diante de tais pacientes, pensarmos uma técnica analítica que tenha um caráter mais criativo, elástico, tornando-a adequada à singularidade do modo de funcionamento psíquico desses sujeitos. Tendo em vista esse

14 14 contexto, o objetivo central de nossa dissertação é justamente refletir sobre a questão do manejo clínico no processo analítico dos estados limites. O interesse por este tema surgiu a partir da experiência vivida no consultório, durante os anos de 2001 a 2007, no atendimento de casos nos quais identificamos uma problemática concernente aos chamados estados limites. As dificuldades clínicas enfrentadas no manejo clínico desses pacientes nos conduziram a diversos questionamentos a respeito de sua organização psíquica e, principalmente, sobre a singularidade da técnica psicanalítica diante de tais patologias. O atendimento desses pacientes nos conduziu às seguintes questões: qual o lugar do analista nas situações em que o modo de funcionamento psíquico é característico dos estados limites? Como decodificar e tornar passíveis de um trabalho os elementos traumáticos que parecem estar na base da constituição psíquica desses sujeitos? Nesse sentido, a presente dissertação se configura como um meio de tentar elaborar essas questões. O roteiro que escolhemos segue, em linhas gerais, uma estrutura em que primeiramente discorreremos sobre alguns aspectos metapsicológicos sobre as especificidades do modo de funcionamento dos estados limites, com a finalidade de vir a melhor compreender, ulteriormente, o que torna o manejo clínico destas patologias complexo e distinto da análise clássica, dirigida, basicamente aos pacientes neuróticos. Nessas patologias supomos a presença de um modo singular de funcionamento psíquico que se fundamenta num traumático não estruturante, o qual aponta para uma violência psíquica radical que ultrapassa os limites de uma violência que seria constitutiva, subjetivante. Em conseqüência disso há, nesses sujeitos, uma fragilidade na constituição egoica, que é correlativa à incapacidade do aparelho psíquico de conter, elaborar e/ou recalcar o excessivo afluxo pulsional que incide sobre ele de forma abrupta e violenta. A relação entre o eu e o outro (interno/externo) constitui o cerne da problemática dos estados limites. Trata-se, nestas patologias, da impossibilidade de se representar a perda do objeto, e que seria resultante da precariedade da relação com o objeto primário, este não sendo efetivamente interiorizado. Como conseqüência disso, as fronteiras entre o eu e o outro não são delimitadas de forma consistente. A incapacidade de perder o objeto faz com que o sujeito se encontre numa radical dependência ao outro, e desencadeia uma relação paradoxal entre o eu e o outro. Este é vivenciado como

15 15 intrusivo, ameaçador, em razão da onipresença do objeto; é também vivenciado como absolutamente necessário, por sua inacessibilidade. No segundo capítulo, tentaremos mostrar que a relação de tipo paradoxal que o sujeito tende a estabelecer com o outro, que sublinhamos anteriormente, tenderá a ser repetida na relação transferencial, exigindo do analista extremo cuidado no seu manejo para que suas intervenções não sejam vivenciadas como intrusivas. Mas o analista deverá também ficar atento à necessidade de ser percebido como presente, pois a vivência de ausência pode remeter o analisando a um insuportável sentimento de desamparo. Para tal, nos deteremos em algumas contribuições de Freud e Ferenczi sobre a técnica analítica, as quais acreditamos que nos fornecerão subsídios para, posteriormente, refletirmos sobre a questão da implicação e da reserva do analista na clínica dos estados limites. Ainda neste capítulo vamos discorrer sobre a questão da contratransferência no tratamento de tais pacientes, já que nestes, esta parece apresentar maior amplitude que na análise dos pacientes neuróticos. Nesses casos o manejo da contratransferência revela-se, como tentaremos mostrar, fundamental. No terceiro capítulo, nos dedicaremos ao aprofundamento da questão da construção em análise, tendo como foco principal o papel deste instrumento na clínica dos estados limites. Na clínica de tais patologias nos vemos diante da necessidade de que o paciente venha a dar um sentido ao traumático, ao indizível, o que consiste na transcrição e ligação das marcas traumáticas, visando, assim, a integrá-las ao ego. Deste modo, o objetivo do tratamento analítico, nesse caso, difere do da neurose, pois não estamos diante da necessidade do sujeito de desvelar uma lembrança, um sentido, mas de construí-lo. Tal construção implica um processo de criação de novas formas, de ligação. Ou seja, a construção, como tentaremos mostrar, é uma via por meio da qual se pode vir a dar forma ao traumático, abrindo, assim, o caminho para a sua representação. Concluindo o nosso percurso, exploraremos no quarto capítulo o caso Tristão, relatado por Marianne Baudin (2002). A partir desse material vamos refletir acerca das considerações a respeito da singularidade do manejo clínico na clínica dos estados limites e, também, sobre alguns aspectos metapsicológicos sobre o funcionamento destas patologias, os quais apresentamos no decorrer da dissertação com a finalidade de elucidá-los melhor mediante a prática clínica.

16 16 O manejo clínico no tratamento dos estados limites é extremamente complexo e nos remete a diversos questionamentos e direções. Devido a isto, em nossa pesquisa não temos a pretensão de esgotar a discussão sobre este assunto. Diante desta constatação, após termos indicado os principais caminhos percorridos em nossa pesquisa de Mestrado, passemos, então, à apresentação do que pôde ser construído no decorrer de sua realização.

17 Capítulo I Estados limites: considerações iniciais Como sublinhamos na introdução, o objetivo de nossa pesquisa, ao longo do mestrado, teve como foco a reflexão acerca da singularidade da técnica psicanalítica no que tange ao tratamento dos estados limites. No entanto, neste primeiro capítulo, antes de nos dirigirmos às questões clínicas, abordaremos alguns aspectos metapsicológicos sobre as especificidades do modo de funcionamento destas patologias. Tal abordagem tem a finalidade de melhor compreendermos, posteriormente, o que torna seu manejo clínico complexo e distinto da análise clássica, dirigida basicamente aos pacientes neuróticos. Na clínica psicanalítica contemporânea observa-se o aumento significativo de pacientes anoréxicos, bulímicos, psicossomáticos, drogadictos, dentre outros, nos quais se percebe, de maneira significativa, a convocação do corpo e do ato, o que indica, como vamos mostrar, precariedade ao nível dos processos de representação psíquica. Diversos psicanalistas, como Green (1975/1988), Figueiredo (2008a), Cardoso (2004), têm reunido esses quadros clínicos, respeitada a peculiaridade de cada um, sob a designação de estados limites. Não obstante, ao percorrermos diversas considerações teóricas relativas a estas patologias, constatamos que tal denominação não é empregada de modo uniforme no meio psicanalítico, e que inúmeros termos distintos são utilizados para tentar circunscrever a problemática psíquica desses estados clínicos. Consideramos importante destacar que esses diferentes termos não significam apenas variações terminológicas, mas que cada qual comporta diferentes pontos de vista a respeito de um mesmo objeto de estudo, além de apontar, de forma particular, para diversas perspectivas quanto a estratégias de tratamento (VILLA & CARDOSO, 2004, p. 60). Devido a isso, nos vemos diante da necessidade de apresentar algumas distinções significativas referentes ao modo de conceber tais patologias, visando tornar clara a nossa maneira de compreendê-las. Visando situar algumas das diferentes concepções acerca das patologias limites, de forma sucinta, nos apoiamos nas considerações de Villa e Cardoso (Ibid.), que indicam que ao buscarmos sintetizar a grande variedade de concepções investigadas acerca dessas patologias, desembocamos em duas grandes correntes nas quais esse

18 18 conjunto de ideias, de alguma forma, encontra-se inserido (VILLA & CARDOSO, 2004, op. cit., p. 60): a corrente dominante na escola inglesa e a outra, bastante difundida entre os autores franceses. A corrente dominante na escola inglesa muitas vezes denomina as patologias limites utilizando o termo borderline. Esta denominação consiste na visão mais originária, no que tange aos estados limites, e surgiu diante da falta de um lugar próprio, onde enquadrar certos pacientes que não se configuravam de acordo com a classificação freudiana. Ou seja, eles pareciam se situar em uma região fronteiriça entre psicose, neurose e perversão, com traços das três, mas com elementos refratários a todas as inclusões fáceis e consensuais (FIGUEIREDO, 2008a, p. 78). Para esta corrente, tais patologias são consideradas como quadro clínico específico, com etiologia e sintomas particulares, o que, inclusive, justificaria a proposta de uma modalidade singular para o seu tratamento. Segundo grande parte dos representantes dessa escola, o paciente borderline possuiria uma estrutura própria, relativamente estável, devendo ser situado, no que diz respeito ao diagnóstico, na fronteira entre a neurose e a psicose (VILLA & CARDOSO, 2004, op. cit., p. 61). A outra corrente, bastante difundida entre os autores franceses, já se refere às patologias limites como estados ou situações limites. Esses autores consideram que os estados ou situações limite não configuram uma estrutura determinada; desse modo, as suas características poderiam se referir a mais de um quadro clínico. Para esses autores tais patologias não se configuram como uma psicopatologia específica, mas concernem a determinados aspectos da personalidade, ou a modalidades particulares de funcionamento psíquico. Conforme destacaram Villa e Cardoso (Ibid.), o próprio termo propõe que estados ou situações limites sinalizariam algo de transitório. Isso significa que essa forma de funcionamento psíquico não está necessariamente referida a algo fixo e estrutural, podendo fazer-se presente numa determinada fase de vida, sem persistir posteriormente (Id., ibid., p. 61). Gostaríamos de pontuar que nosso pensamento se alinha com o desta corrente que acabamos de apresentar. Contudo, Figueiredo (2008a, op. cit.) sublinha que, apesar das diferentes concepções a respeito das patologias limites, uma de suas características marcantes, reconhecida por todos os autores que ao longo dos anos vêm se dedicando a este tema,

19 19 sem exceção e, para ele, é das que melhor definem a dinâmica própria ao funcionamento psíquico nessas patologias, se refere: ao padrão oscilatório dos afetos, à questão da instabilidade, das flutuações, das oscilações, das mudanças bruscas, do que muitos descrevem como o vaivém dos humores e das reações, e que muitas vezes se confunde com uma psicose maníacodepressiva (FIGUEIREDO, 2008a, op. cit., p. 86). Esse padrão oscilatório ocorre, nesses casos, de maneira cíclica e pendular, isto é, o sujeito se encontra preso numa dinâmica oscilatória que se repete de modo compulsivo e intermitente: tudo ora está bom, ora está mau. Vale ressaltar que tal padrão sinaliza um modo de defesa mais primitivo e elementar, marcado pelo caráter disruptivo da compulsão à repetição. No decorrer deste capítulo tentaremos explicitar melhor esse padrão oscilatório. Segundo Figueiredo (Ibid.) outra característica marcante dos estados limites, que também é apontada por todos os autores que se dedicam à sua compreensão, é a falta de coesão, de integridade do ego, a qual sugere que algum problema sério ocorreu no processo de construção e investimento pulsional das fronteiras externas e internas do eu (Id., ibid., p. 89). Voltaremos, no decorrer deste capítulo, a esta relevante característica dos estados limites. No entanto, essa última característica nos leva a uma questão sobre a qual gostaríamos de refletir, brevemente: a própria denominação estados limites nos remete à questão das margens, das fronteiras, isto é, da definição dos limites internos e externos do aparelho psíquico, que consideramos estar associada à da relação com o outro (interno e externo), fundamental na configuração das fronteiras psíquicas. Somos então levados à seguinte questão: como conceber o limite psíquico entre o eu e o outro interno e externo? Tais limites seriam apenas uma linha divisória? Para tentar elucidar estas questões recorreremos, inicialmente, a uma passagem de Freud (1932a/1996) ressaltada por Green (1990) ao se referir às fronteiras entre as três instâncias psíquicas, ego, id e superego, que nos indica uma interessante maneira de conceber os limites psíquicos. Ao pensar nessa divisão da personalidade em um ego, um superego e um id, naturalmente, os senhores não terão imaginado fronteiras nítidas como as fronteiras delineadas na geografia política. Não podemos fazer justiça às características da mente por esquemas lineares como os de um desenho ou de uma pintura primitiva, mas de preferência por meio de áreas coloridas fundindo-se umas com as outras, segundo as apresentam artistas modernos. Depois de termos feito a separação, devemos permitir que

20 20 novamente se misture, conjuntamente, o que havíamos separado. Os senhores não devem julgar com demasiado rigor uma primeira tentativa de proporcionar uma representação gráfica de algo tão intangível como os processos psíquicos. É altamente provável que o desenvolvimento dessas divisões esteja sujeito a grandes variações em diferentes indivíduos; é possível que, no decurso do funcionamento real, elas possam mudar e passar por uma fase temporária de involução (FREUD, 1932a/1996, p. 83-4). Green destaca que esta passagem nos permite entender que o limite psíquico não é uma linha, mas um território de trocas, um território onde se produzem transformações (GREEN, 1990, p. 30). No que tange, ainda, a esta passagem do discurso freudiano, Villa e Cardoso (2004, op. cit.) corroboram e enriquecem essa formulação de Green (1990, op. cit.), ao destacar que Freud (1932a/1996, op. cit.) nos indica um modo especial de conceber os limites psíquicos, já que chama a nossa atenção para a presença de um espaço transicional nessa divisão intrapsíquica, campo pouco definido onde ambas as partes (divididas) aparecem representadas (VILLA & CARDOSO, 2004, op. cit., p. 63-4). Isto nos levaria a considerar os limites psíquicos não como uma simples barreira, uma linha divisória que separaria dois espaços impedindo a comunicação entre as duas partes, mas como um espaço fronteiriço, um espaço que se forma na divisão de dois territórios, isto é, como outro território, um terceiro espaço (Id., ibid.). Para melhor explicitar esta ideia de Villa e Cardoso (Ibid.) acerca dos limites psíquicos como um terceiro espaço, torna-se interessante, como as autoras indicam, nos determos, de maneira sucinta, em algumas considerações de Winnicott sobre este tema, mais especificamente no que este autor designou como espaço potencial ou área dos fenômenos transicionais. Winnicott (1951/1975) destacou que, no decorrer do desenvolvimento do bebê, muitas vezes podemos perceber a utilização de objetos externos que indicam o uso da primeira possessão que seja não eu (Id., ibid., p. 13), isto é, por um objeto externo a ele, indicando, também, a passagem da satisfação autoerótica para a satisfação por meio de um objeto externo. Ele denominou estes objetos objetos transicionais, e sublinhou que têm significado especial para o bebê por serem o símbolo da união da criança com a mãe (objeto primordial) e, devido a isto, poderiam funcionar como substituto da mãe durante a ausência desta. Assim, pelo menos provisoriamente poderiam amenizar a angústia do bebê ao se deparar com a ausência do objeto primário e, também, propiciar, ao longo do seu desenvolvimento, progressivamente, o afastamento deste objeto, ou

21 21 seja, a sua simbolização e apagamento. Porém, como o autor destacou, é importante considerarmos que não é o objeto, naturalmente, que é transicional. Ele representa a transição do bebê de um estado em que está fundido com a mãe para um estado em que está em relação com ela como algo externo (WINNICOTT, 1951/1975, op. cit., p. 30). Através desta citação podemos perceber que, como bem ressaltaram Villa e Cardoso, por meio da sua concepção dos objetos transicionais Winnicott estendeu a concepção de transição a todo espaço de circulação entre o eu e o outro, entre o subjetivo e o objetivo, e assim por diante (VILLA & CARDOSO, 2004, op. cit., p. 66-7). Para Winnicott (1951/1975, op. cit.) o objeto transicional torna-se relevante na constituição psíquica da criança devido ao seu caráter paradoxal, de ser e não ser, ao mesmo tempo, o objeto primordial: ele é o seio e não é o seio, ele é a mãe e não é a mãe. Tal objeto indica a existência, no psiquismo do bebê de uma área intermediária entre o subjetivo e aquilo que é objetivamente percebido (Id., ibid., p. 15). Isto é, a presença de um terceiro campo, o espaço potencial, área da experiência, nem só subjetiva, nem só objetiva, sendo ambas ao mesmo tempo e nenhuma das duas. É no espaço potencial, na área intermediária que, segundo Winnicott (Ibid.) se produzem os fenômenos transicionais. Este espaço instaura, então, o paradoxo, dentre outros, de presença e ausência, de proximidade e distância, por meio do qual podem emergir recursos da simbolização, isto é, a representação da ausência do objeto primordial. Vale ressaltar que foi a constatação deste espaço potencial por Winnicott que levou Green a considerar que o limite psíquico não é uma linha divisória, mas, é ele próprio, um território (GREEN, 1990, op. cit.). Green (Ibid.) nos ajuda a compreender melhor estas formulações de Winnicott no que tange aos limites psíquicos como um terceiro espaço, um espaço potencial. O autor situa que o objetivo da noção de limite é separar dois espaços. Sempre que dividimos um espaço em dois, contudo, concedendo a cada um desses espaços características contrárias, criamos um terceiro espaço na junção dos dois. Tal espaço contém em si atributos dos dois espaços que foram divididos, mas é marcado pela dimensão do paradoxo, já que é e não é nenhum dos dois espaços. Para o autor este terceiro espaço é a formação de compromisso resultante da divisão entre os dois espaços anteriores (Id, ibid., p. 31), o que o leva a considerá-lo como o espaço para as

22 22 trocas, as transformações psíquicas, isto é, este espaço fronteiriço pode ser considerado como zonas de elaboração psíquica (GREEN, 1990, op. cit.) Segundo Villa e Cardoso (2004, op. cit.), no que tange aos estados limites, não se trata de supormos apenas a presença de uma fragilidade nas fronteiras entre o eu e o outro interno e externo, já que isto poderia significar a redução destas a simples linhas divisórias. Nestas patologias, as autoras consideram que uma das principais marcas é a presença no sujeito de uma dificuldade na capacidade de transitar entre os diversos espaços fronteiriços que compõem o universo psíquico (Ibid., p. 67), o que decorre do fato de a relação com o outro apresentar-se afetada por uma dimensão intensamente ameaçadora. No que concerne à singularidade da dinâmica própria à formação e manutenção dos limites com o outro, com a alteridade, as autoras salientam que, ao pensarmos as fronteiras psíquicas como espaço potencial, podemos supor, nos estados limites, a precariedade e a estreiteza desse espaço fronteiriço, desse espaço de trânsito entre o eu e o outro, espaço de elaboração e de formação de compromisso (Loc. cit.). Isto nos remete ao campo do traumático, aos limites na capacidade de representação, isto é, à falha na capacidade de inscrição da força pulsional. Visando elucidar estes aspectos singulares da organização e do funcionamento dos estados limites que anunciamos até aqui, passaremos, a seguir, a dedicar especial atenção a algumas considerações teóricas que julgamos fundamentais para a melhor compreensão do complexo campo das patologias limites. Para tal, iremos explorar a noção de trauma, a noção de clivagem e a relação eu-outro, a partir de um ponto de vista intrapsíquico e também intersubjetivo. I.1-Retorno do traumático na teoria freudiana: os limites da representação Na teoria freudiana a questão do trauma, retomada por Freud em 1920, torna-se indissociável da questão da falha da capacidade de inscrição da força pulsional, aspecto que se refere à problemática dos limites da representação. A partir desta nova concepção sobre o traumático, encontramos subsídios para analisar aspectos essenciais dos chamados estados limites. Estes são marcados pela dimensão do traumático e delineiam

23 23 o seu modo de funcionamento psíquico a partir, dentre muitos outros fatores, de uma vivência traumática que inviabiliza a inscrição psíquica de certos elementos. Visando situar a questão do trauma, entendido como excesso pulsional, correlativo aos limites dos processos de representação, passamos, a seguir, a uma análise da noção de trauma em Freud, dando ênfase ao contexto da segunda teoria das pulsões, no qual situamos esse retorno do traumático que tem lugar no pensamento freudiano. Na metapsicologia freudiana, a reviravolta teórica operada em 1920 culmina na construção do novo dualismo pulsional, sustentado na oposição entre pulsão de vida e pulsão de morte. Esta mudança na teoria das pulsões veio a resultar, posteriormente, na elaboração do segundo modelo de funcionamento do aparelho psíquico, alicerçado na oposição entre ego, id e superego. Vale ressaltar que essas mudanças não constituem ruptura com a teoria até então existente, e sim um aprimoramento, como evolução e rearranjo teórico-clínico. Essas transformações recolocaram a questão do trauma no centro da teoria, promovendo, ao mesmo tempo, uma nova forma de concebê-lo. A partir desse momento, não se trata mais de considerar o traumático como sedução real sofrida pela criança por parte de um adulto, vindo, a posteriori, desencadear uma psiconeurose (concepção em vigor nos anos de 1895 a 1897, e então abandonada). No texto Além do princípio do prazer (1920/1996) Freud descreverá o trauma como excesso de excitação, de energia não ligada, capaz de romper o escudo protetor do aparelho psíquico. Frente ao traumático, o domínio do princípio de prazer é colocado fora de ação, pois o fluxo de excitação se apresenta além do tolerável, impedindo o processo de elaboração psíquica. O psiquismo se encontra, assim, incapaz de evitar a invasão devastadora das excitações, limitando-se a tentar contê-las. Freud atribui o trauma ao excessivo afluxo de excitações e ao despreparo do escudo protetor (ego) para lidar com essas excitações. Articulando esses dois aspectos, constata que o fator traumático está atrelado tanto à quantidade excessiva de excitação, quanto à impossibilidade do ego de a esta responder. Desse modo, o excesso de excitação não provém apenas do mundo exterior, mas também do interior do próprio sujeito (FREUD, 1920/1996, op. cit.).

24 24 Tal constatação levou Freud a dar-se conta da presença, no psiquismo, da ação da pulsão de morte, face destrutiva da pulsão, contrária ao trabalho de ligação, de representação. Isto o conduz a atestar a extensão psíquica do mecanismo da compulsão à repetição, relacionando-a com o excesso pulsional e, também, entendendo-a como princípio de funcionamento do aparelho psíquico mais primitivo e elementar que o princípio de prazer, no sentido de aquele visar à evacuação radical da tensão psíquica. A compulsão à repetição constitui um dos fios condutores desta virada teórica mudança desencadeada, principalmente, pelas inquietações e questionamentos de Freud no âmbito clínico e metapsicológico. A primeira vez em que ele se refere à expressão compulsão à repetição é no texto Recordar, repetir e elaborar (1914). Partindo de determinadas constatações clínicas, ele percebe nesse momento que nem tudo é passível de ser rememorado pelo paciente; o que não retorna como recordação tende a retornar como ato. Há o paciente que não recorda coisa alguma do que esqueceu e reprimiu, mas o expressa pela atuação ou atua-o (acts it out). Ele o reproduz não como lembrança, mas como ação; repete-o sem, naturalmente, saber que o está repetindo (FREUD, 1914/1996, p. 165). Freud também aponta a compulsão à repetição como algo de que o paciente não teria como escapar. As constatações de Freud nesse texto parecem já sinalizar a presença, no psiquismo, de elementos que escapariam à rememoração. Podemos, então, considerar que ele já começava nesse momento a perceber que a compulsão à repetição não poderia ser limitada ao que concerne ao recalcado, a seu retorno. Deste modo, nas entrelinhas desse texto, há o anúncio de uma crise da rememoração, uma crise da representação. Diante da necessidade de tentar superar esta crise e de enquadrar a compulsão à repetição na primeira tópica psíquica, Freud tende ainda, nesse momento da obra, a associá-la a uma atuação referida ao conteúdo recalcado. Mas, de acordo com Birman (1995), mesmo que seja considerada como uma modalidade de rememoração (...) sob a forma de atos, não é certamente a mesma coisa rememorar por meio de atos e pela mediação de palavras. Foi esse reconhecimento que o discurso freudiano teve que realizar... Portanto, o que esse ensaio indica de forma crucial são os limites do processo de representação em análise e no psíquico, se abrindo, pois o discurso freudiano para a indagação fundamental sobre o que seria a atividade representativa em psicanálise (BIRMAN, 1995, p. 39). Na época em que este texto foi produzido, a metapsicologia vigente era fundamentada no modelo da Primeira Tópica, segundo o qual o aparelho psíquico se

25 25 divide em inconsciente, pré-consciente e consciente, sendo habitado por representações inconscientes e conscientes. Isto indica que tudo seria passível de ser rememorado, uma vez que estaria representado no âmbito psíquico. Até então, a repetição era considerada uma constante, referida a um passado que fora integrado ao sujeito partindo das fontes do recalcado. Cabe, portanto, nos dedicarmos, neste ponto, à apresentação de um pequeno histórico da noção de representação na obra de Freud, visando um melhor entendimento desse momento de passagem, e das implicações desse retorno do traumático na teoria, no que concerne à questão da representação e de seus limites na vida psíquica. A noção de representação aparece como conceito central desde muito cedo no discurso freudiano. No livro A interpretação dos sonhos (FREUD, 1900/1996) marco inaugural da psicanálise Freud apresenta o primeiro modelo de aparelho psíquico, formado, como mencionamos acima, pelos sistemas inconsciente, pré-consciente e consciente. Neste, as representações aparecem como sendo a matéria básica dos fenômenos psíquicos. Este primeiro modelo do aparelho psíquico é constituído por um sistema de traços mnêmicos, situados entre uma extremidade perceptiva e uma extremidade motora. Esses traços mnêmicos seriam resultantes da vivência de satisfação. Esta decorre do fato de o bebê estar despreparado para receber as excitações provenientes do mundo externo e para suprir as exigências oriundas das necessidades internas do organismo, tal como a fome, perturbadora do estado de repouso psíquico. Diante dessas necessidades, ocorre o aumento das excitações psíquicas, gerando tensão interna que só será eliminada caso seja realizada uma ação específica, capaz de suprir essa exigência. Contudo, frente à incapacidade do bebê de realizar a ação específica, esta só poderá ser realizada através do auxílio de um outro cuidador que, ao lhe fornecer aquilo de que ele necessita, suprime a tensão. A eliminação da tensão interna gerada pelo estado de necessidade é o que dá lugar à vivência de satisfação. Tal vivência de satisfação fica associada à imagem do objeto que realizou a ação específica, e também, à imagem do movimento que possibilitou a descarga da excitação. Em consequência dessa associação, que se estabelece quando o estado de necessidade se repete, surge de imediato um impulso que visa reinvestir a imagem mnêmica do objeto, reproduzindo a vivência de satisfação original. Este impulso

26 26 corresponde ao que Freud veio a considerar como desejo, sendo o reaparecimento da percepção do objeto, a realização alucinatória desse desejo. No entanto, o reinvestimento do traço mnêmico reativa a percepção do objeto sem que esta seja acompanhada de sua presença real. Deste modo, o que ocorre é uma alucinação do objeto, e a necessidade não vem a ser realmente suprida. Como o bebê não tem como distinguir entre o objeto alucinado e o objeto real, desencadeia-se o ato reflexo que visa à posse do objeto, sucedendo então a frustração. Os traços mnêmicos ou seja, as representações oriundas das vivências de satisfação encontram-se interligados e formam extensa cadeia de ideias e imagens associadas constituintes do mundo interno. Trata-se de um estoque de imagens ou representações de vivências que formam uma memória (HANNS, 1999). É através dessa malha de representações que se compõe o campo psíquico em que as manifestações dos impulsos psíquicos se movimentam. Freud destaca dois modos distintos de funcionamento do aparelho psíquico: processo primário e o secundário. As representações, matrizes decodificadoras e reguladora das excitações que chegam ao psiquismo, estão submetidas a esses modos de funcionamento. Assim, as excitações que chegam à esfera psíquica estão sujeitas às lógicas que regem as relações entre as representações em cada um desses processos. As representações inconscientes são regidas pelos mecanismos específicos do processo primário condensação e deslocamento em virtude do qual seu significado é dado por um jogo de relações com outras representações e grandezas de energia psíquica (ARNAO, 2008, p. 196). Elas não representam de modo unívoco a realidade do mundo exterior. Assim, há uma memória psíquica que constitui uma realidade psíquica distinta da realidade material. Desse modo, pode-se sustentar que a noção de representação, advinda do campo da filosofia e, nesta, as representações da mente se referem a e, por consequência, adquirem seu conteúdo a partir da realidade que representam (Id., ibid., p. 191) tem seu sentido alterado na metapsicologia freudiana. Se na filosofia tal noção é referida à realidade externa, na Psicanálise a posição é distinta, pois a representação não tem relação especular com o mundo exterior, mas está relacionada a uma realidade psíquica (ARNAO, 2008, op. cit.).

27 27 No modelo do aparelho psíquico que Freud apresenta na Primeira Tópica, o Princípio de Prazer princípio econômico que regula o funcionamento do aparelho psíquico na busca por tentar evitar e conter o desprazer, ou em prol de uma produção de prazer é considerado originário. Isto significa que desde sua origem o psiquismo estaria apto para articular as excitações psíquicas a objetos capazes de proporcionar satisfação. Isto equivaleria a dizer que as excitações pulsionais se derivariam imediatamente em seus representantes, encontrando, então, os lugares para os seus delegados no registro psíquico (BIRMAN, 1995, op. cit., p. 45). Portanto, de acordo com o primeiro modelo, todo o conteúdo psíquico encontra-se inscrito no psiquismo, fazendo parte da memória psíquica e passível de ser recordado. Nos textos metapsicológicos de 1915, tais como Pulsão e destinos da pulsão e O inconsciente, a indagação sobre a atividade representativa aparece como o pano de fundo de todas as elaborações de Freud. Em Pulsão e destinos da pulsão, Freud define a pulsão como um conceito-limite entre o psíquico e o somático, como o representante psíquico dos estímulos que provêm do interior do corpo e alcançam a psique, como medida da exigência de trabalho imposta ao psíquico em consequência de sua relação com o corpo (FREUD, 1915/2004, p. 148). Esta definição nos conduz a diversas constatações de mudanças nos pressupostos da metapsicologia freudiana. Nesta definição, a pulsão aparece como representante 1 psíquico das excitações oriundas do interior do corpo e, de acordo com o significado deste termo, representante se refere à ideia de substituto, implicando um estar correlacionado a, o que se revela distinto do significado de representação. A pulsão não é em si uma representação, mas sim um representante do estímulo endógeno. Ao se instaurar no âmbito psíquico, manifesta-se como tensão, exprimindo uma mensagem de sofrimento, ou um pedido de satisfação. Como sinaliza Arnao (2008, op. cit.), faz-se necessário insistir que a pulsão não consiste numa tradução dos estímulos endógenos no sentido especular, pois ao se 1 O substantivo Vertretung significa representar no sentido de estar no lugar de outro. Coloquialmente é utilizado para designar representantes políticos, comerciais, etc; traz, implícita, a ideia de autorização para agir em nome de um outro, assumindo o lugar deste e representando-o. Neste sentido, Hanns (1999, op. cit.) sinaliza que Freud também utiliza o termo de origem latina repräsentieren e o substantivo Repräsentanz que significa representante e, além do sentido descrito acima, pode ter o sentido de corresponder, estar correlacionado a (Ibid.).

28 28 instaurar no psiquismo, deles se diferencia, não mais compartilhando com eles, nem as propriedades, nem as leis dos estímulos. A pulsão é o representante psíquico das excitações endógenas não por meio de uma tradução que a torna representação daquilo que representa, mas sim pela força psíquica que a dita excitação acarreta. Representa sendo força, impulso, tendência. Na condição de força, faz-se presente por si mesmo e não por referência à outra coisa (ARNAO, 2008, op. cit., p. 196). Após sustentar que a pulsão é o representante psíquico das excitações endógenas, Freud segue nessa linha de argumentação destacando que ela atua como exigência de trabalho imposta ao psiquismo. Assim como a pulsão não é uma representação, ela se insere no psiquismo no registro quantitativo, como força (Drang) cuja finalidade é a satisfação, colocando ao aparelho psíquico a exigência de trabalhar para dominá-la, inserindo-a, assim, no registro qualitativo. Isto quer dizer que por meio dos objetos de satisfação esta força precisa ser submetida a um trabalho de ligação e simbolização para poder se inscrever, se representar, fazendo parte do circuito pulsional. A partir da definição freudiana da pulsão, os pressupostos da psicanálise sofreram mudanças, pois a representação, até então, era considerada a matéria básica dos fenômenos psíquicos, a pulsão tendo passado a ocupar este lugar. As representações deixaram de ser o sustentáculo central dos fenômenos psíquicos e este lugar passou a ser ocupado mais fundamentalmente pelas pulsões. No entanto, a dimensão de representação continua exercendo papel essencial na psicanálise, mas a sua significação passa a ser indissociável do conceito de pulsão. Se a força pulsional está na base dos fenômenos psíquicos, torna-se necessário considerar a existência primordial do aparelho psíquico no registro das intensidades. No artigo O inconsciente (1915a/1996) Freud nos diz que as representações de coisa, representações inconscientes, seriam o representante da pulsão no psiquismo e que através dele se tornaria apreensível. Isto porque a pulsão é apenas uma força e as representações, estando associadas a um conteúdo, estariam associadas a imagens. Assim Freud sinaliza, mais uma vez, que as pulsões estariam na base dos fenômenos psíquicos. No entanto, mesmo diante das constatações dos limites da representação no âmbito clínico e teórico, Freud manteve o primado do princípio de prazer, considerando que as excitações pulsionais seriam reguladas em circuitos de satisfação mediados por

29 29 objetos que eliminariam a tensão psíquica advinda de fontes somáticas. Apesar de considerar a pulsão como a matéria básica dos fenômenos psíquicos, ele continua a concebê-la como inscrita em um circuito organizado desde a origem do psiquismo e mantida no registro qualitativo, no campo das representações. Mas diante da constatação, em 1920 como já anunciamos anteriormente de que haveria uma força pulsional não representada no psiquismo, Freud vem propor um novo modelo para se pensar o dualismo pulsional, fundamentado doravante na oposição entre pulsão de vida e pulsão de morte. A pulsão de morte é concebida como a face destrutiva da pulsão, contrária ao trabalho de ligação, de representação; uma força pulsional que se encontra sem representação, além do princípio de prazer visando restaurar um estado anterior de coisas (FREUD, 1920/1996, op. cit., p. 47), tendendo à redução total das excitações, à morte psíquica. A pulsão de vida engloba as pulsões sexuais e as pulsões de autoconservação; ela se opõe à pulsão de morte por visar a ligação, o progresso e a criação de novas formas, e não a destruição. Assim, estaria buscando preservar a união e a vida Cabe, portanto, retomarmos a nossa análise do fenômeno da compulsão à repetição, sublinhando a sua extensão, tendo em vista os aportes da nova teoria das pulsões e sua incidência na questão dos limites da representação. O mecanismo da compulsão à repetição não se refere ao conteúdo recalcado; refere-se a um excesso pulsional que não está inscrito no aparelho psíquico. Isso se daria porque esse excesso pulsional se encontra apenas como marcas, impressões articuladas como signos de percepção, que ultrapassam as fronteiras deste princípio e são irredutíveis à dimensão do conflito psíquico. A compulsão à repetição deixa de ser compreendida dentro do esquema próprio ao sintoma neurótico, passando a fazer parte do circuito pulsional. O aparelho psíquico deixa de ser entendido como contendo apenas representações, e passa a abarcar também as marcas traumáticas. Assim, no artigo O ego e o id (1923/1996) Freud vem elaborar o segundo modelo de funcionamento do aparelho psíquico, alicerçado na oposição entre ego, id e superego. No modelo da Segunda Tópica, a pulsão é pensada como solo fundador do psiquismo. Freud define o Id como o polo pulsional do aparelho psíquico, declarando que nesta instância psíquica há apenas moções pulsionais, ou seja, a força pulsional se encontraria fora do campo das representações dominado pelo princípio de prazer

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