PO 19: ENSINO DE ÂNGULOS: O AUXÍLIO DA LOUSA DIGITAL COMO FERRAMENTA TECNOLÓGICA
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1 PO 19: ENSINO DE ÂNGULOS: O AUXÍLIO DA LOUSA DIGITAL COMO FERRAMENTA TECNOLÓGICA José Erildo Lopes Júnior 1 juniormat2003@yahoo.com.br RESUMO Neste trabalho, vamos apresentar o conteúdo de ângulos, através da lousa digital, para uma turma do sétimo ano de uma escola Municipal na cidade de Itabirito, Minas Gerais. O objetivo deste trabalho é empregar ferramentas tecnológicas digitais, como suporte pedagógico, no ensino da matemática escolar. Como uma proposta para assimilar melhor os conceitos matemáticos, vamos ver que a agilidade e a inovação da tela de toque da lousa digital, juntamente com o preparo do conteúdo a ser ensinado pelo professor proporcionam uma aula diferente, construindo então um interesse nos alunos em participarem das aulas de matemática. Este trabalho será iluminado pela Teoria das Representações Semióticas de Duval (2003), pois ensinar matemática é antes de tudo possibilitar o desenvolvimento geral das capacidades de raciocínio, de análise e de visualização e esta fundamentação possibilita o entendimento quando se utiliza a tecnologia no processo educativo. INTRODUÇÃO O final do século XX foi marcado pelo desenvolvimento científico e tecnológico impulsionando o surgimento de novos comportamentos e valores na sociedade. O ensinar e a aprendizagem estão continuamente desafiando a comunidade escolar nesses novos tempos. Neste cenário, adequar os recursos audiovisuais a uma metodologia para que haja interação com os alunos, é também uma forma de fazer da aula um momento propício à aprendizagem. Há a necessidade de o professor ter um conhecimento pedagógico, para valorizar e estimular os alunos a cada momento do processo ensino-aprendizagem. A motivação é imprescindível para o desenvolvimento do indivíduo, pois bons resultados de aprendizagem só serão possíveis à medida que o professor proporcionar um ambiente de trabalho que estimule o aluno a criar, comparar o que já sabe com o novo que 1 Professor da Rede Municipal de Ensino de Ouro Preto MG e da Prefeitura Municipal de Itabirito - MG
2 aprende e discutir estratégias diferenciadas de aprender, rever conhecimentos já adquiridos, perguntar suas dúvidas e ampliar as ideias matemáticas. Na era da tecnologia, o aluno convive no seu cotidiano com todo tipo de tecnologia, seja no celular ou tablete, caixa eletrônico, computador, cartão eletrônico, etc, e na escola já convive com a TV, som, CD, projetor de multimídia, etc. Às vezes também com sala de computação, em algumas escolas. Entretanto, é raro encontrar escolas que possuam lousa digital, uma ferramenta interativa, onde é possível o ensino do conteúdo, por exemplo, matemático, pelo professor e pelo aluno, à medida que ambos constroem o conhecimento, numa discussão crítica e instigante. Como uma proposta para assimilar melhor os conceitos matemáticos, a agilidade e a inovação da tela de toque da lousa digital, juntamente com o preparo do conteúdo a ser ensinado pelo professor proporciona uma aula diferente, construindo então um interesse nos alunos em participarem das aulas de matemática. A lousa digital é uma tecnologia moderna e inovadora com recursos que podem auxiliar na criação de novas tecnologias de ensino. Um dos aspectos mais interessantes é que para interagir com a lousa o professor ou o aluno pode usar o próprio dedo, da mesma forma que usam o mouse, isto é, com o dedo podem abrir ou fechar programas, realizar tarefas, escolher opções de ações e até mesmo desenhar. Portanto, o objetivo deste trabalho é empregar ferramentas tecnológicas digitais, como suporte pedagógico, no ensino da matemática escolar. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O estudo foi realizado com uma turma do sétimo ano do Ensino Fundamental de uma escola urbana da rede municipal da cidade de Itabirito, Minas Gerais. Utilizou-se para coleta de dados fotografia, diário de campo e observação. Os instrumentos usados para a aula foram o compasso, a régua e o transferidor de material plástico para os alunos, e compasso, régua e transferidor virtuais para o professor na lousa digital. Com os conceitos básicos armazenados partimos para a construção dos ângulos utilizando os comandos digitais, primeiro a semi reta com a régua, depois a colocação do 2
3 transferidor respeitando a linha de fé e centro do transferidor com o centro do ângulo a ser formado e marcamos a medida de 30 do transferidor. Retiramos o transferidor digital com o dedo para o lado, e utilizando a régua digital, marcamos a outra lateral do ângulo, a partir do vértice. Nomeamos o ângulo com letras iniciais maiúsculas do alfabeto e observamos que entre esses passos houve uma seqüência de conversões de representação gráfica para simbólica. Após os alunos observarem o desenho na lousa digital, pedimos para que os mesmos fizessem esta seqüência de passos no caderno seguindo o que foi visto. No começo, alguns alunos tiveram dificuldades por causa da espiral de arame do caderno, que dificultava colocar o transferidor sobre o ponto da semi reta marcado para ser o vértice do ângulo. O transferidor ficava inclinado sobre a espiral e a folha do caderno. Resolvemos o problema passando o traço da semi reta para o centro do caderno, facilitando coincidir o centro do transferidor com o vértice do ângulo e fazendo a linha de fé do transferidor coincidir com o traço da semi reta. Todos desenharam. Repetimos o processo de construção de ângulos para outras medidas como as de 47, 90, 150 e 180. Passada esta fase, marcamos um ângulo qualquer e o construímos utilizando os comandos digitais por meio da conversão gráfica para numérica, isto é, desenhamos e depois medimos o ângulo com o transferidor digital. Concluído o processo de construção de ângulos usando o transferidor e a régua, treinamos com os alunos o manuseio correto do compasso, isto é, segura-lo pela extremidade com a ponta dos dedos, fixar a ponta de ferro no caderno e girar levemente, conseguindo assim fazer a construção de ângulos congruentes. Os alunos por várias vezes opinaram na utilização do compasso digital para a transferência da medida do ângulo em construção. O processo foi repetido duas vezes para a aprendizagem e fixação do processo. Ao término da construção na lousa digital eles passaram a construir no caderno, empregando seus materiais individuais e seguindo os passos da construção feita pelo professor. A maioria conseguiu fazer sem ajuda dos professores presentes, somente para dois alunos foi necessário um atendimento individual, porém rapidamente fizeram associações e construíram os ângulos. 3
4 As atividades foram conferidas nos cadernos e o elaborador deste trabalho dialogou com cada aluno em sua carteira para avaliar a aprendizagem dos alunos. Mediu equipado do transferidor, a abertura dos dois ângulos congruentes e conferiu as construções feitas pelos alunos em seus cadernos. Ao término da aula, alguns alunos foram ao quadro experimentar os instrumentos digitais e praticar na lousa. Eles queriam manusear os instrumentos digitais, desenhar ângulos especialmente com o compasso, pois era novidade para os alunos a utilização da lousa digital na aula de matemática, especialmente em geometria. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pela experiência em sala de aula, podemos ressaltar que a lousa digital é um facilitador do processo de ensino-aprendizagem da geometria, principalmente no ensino de ângulos. A aparência visual da lousa virtual e os instrumentos digitais de manuseio, como transferidor, régua e compasso, que nela se projetam para desenhar, facilitam a visualização da representação geométrica que se quer expor ao mesmo tempo em que se constrói com os instrumentos. Os instrumentos de madeira cotidianamente usados atrapalham a visão do aluno durante a construção do desenho e dificultam o manejo do professor, pois é preciso desenhar, retirar o objeto de madeira, para depois mostrar o desenho, o que não aconteceu na lousa digital, foi possível desenhar, manter o instrumento e ver o que se desenhou ao mesmo tempo. O objetivo inicial deste trabalho foi empregar ferramentas tecnológicas, como suporte pedagógico, no ensino da matemática escolar. Pelo caderno percebemos que a grande maioria utilizou corretamente a régua e o transferidor para construiu e para medir ângulos quaisquer. Na construção dos ângulos congruentes, houve atenção aos passos na lousa digital e a grande participação nas atividades no caderno, conforme constatamos na avaliação dos mesmos. 4
5 Na avaliação oral, alguns alunos tiveram dúvidas quanto aos nomes específicos usados na geometria e seus instrumentos, mas a maioria percebeu a idéia de ângulo representada pelos registros apresentados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DUVAL, R. Registros de representação semiótica e funcionamento cognitivo da compreensão em matemática. In: MACHADO, S. D. A. (org.). Aprendizagem em matemática: Registros de representação semiótica. Campinas, SP: Papirus, (Coleção Papirus Educação) VIEL, M. J. M. & Dias, M. A. SEMIÓTICA: A noção do termo semiótica e o registro de representação semiótica na percepção de professores da Rede Pública de Ensino. UNICSUL:Anais da ANPED. Caxambu, MG,
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