O COOPERATIVISMO DE PRODUÇÃO E A CONTRIBUIÇÃO DA COOPERATIVA C. VALE PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DO MUNICÍPIO DE PALOTINA (PR)

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1 O COOPERATIVISMO DE PRODUÇÃO E A CONTRIBUIÇÃO DA COOPERATIVA C. VALE PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DO MUNICÍPIO DE PALOTINA (PR) Resumo Área: Ciências Econômicas Este artigo objetiva apresentar os princípios cooperativistas e a contribuição da Cooperativa Agroindustrial C.Vale para o desenvolvimento econômico do município de Palotina (PR). A pesquisa pautou-se na revisão de literatura e na análise de dados secundários sobre o assunto, e no estudo de caso da Cooperativa C. Vale. Tenta-se associar a sua função social em relação à valorização do produtor e da propriedade, explicitando o seu papel no desenvolvimento socioeconômico local e regional. Constatou-se que, no passado distante, o surgimento do cooperativismo legalmente constituído se deu com a fundação da cooperativa de Rochdale. Já o cooperativismo paranaense tem suas origens junto às comunidades de imigrantes europeus, mas a sua efetiva estruturação tem influência de três fortes ondas colonizadoras regionais. As cooperativas são entidades de livre adesão de pessoas que estejam aptas para participar do objeto para a qual foi constituída. Dessa forma, as cooperativas agropecuárias exercem grande influência no meio rural e no desenvolvimento local. Os resultados apontaram que a C.Vale é uma importante agente geradora de renda aos associados e estes, por sua vez, fazem a utilização dessa renda na própria região. Isso se reflete no aumento do número de empregados formais em Palotina a partir da instalação do Complexo Avícola em Palavras Chave: Cooperativismo; C. Vale; Desenvolvimento. 1. INTRODUÇÃO A trajetória histórica de um povo, bem como seu desenvolvimento, tem como ponto de referência a agricultura. Vista como uma arte para as antigas civilizações (mesopotâmicos, egípcios, incas, maias, astecas, etc.), o início da atividade agrícola é um marco histórico importante. A partir de seu desenvolvimento, o homem deixou de ser nômade e passou a estabelecer novas relações com o meio em que vivia, tornando-se sedentário. Tratada apenas da forma extrativa durante séculos, a agricultura era uma atividade que se resumia apenas aos atos de semear e colher. Somente depois dos avanços do sistema capitalista é que ela passou por grandes transformações. De acordo com Silva (1998, p. 4), a atividade agropecuária deixa de ser uma esperança ao sabor das forças da Natureza e torna-se uma certeza subordinada pelo Capital. É neste contexto que se inseriu a atividade agropecuária do Estado do Paraná. Uma atividade que objetivava inicialmente a ocupação e a colonização do Estado, e, como afirma Trintin (2006), a colonização agrícola do Estado ocorreu por distribuição das propriedades de forma desconcentrada, favorecendo o surgimento de pequenas propriedades. Com o desenvolvimento do capitalismo, essas pequenas propriedades, para serem competitivas, necessitavam se reunir para aumentar seu poder no mercado. Foi nesse contexto que as atividades cooperativas se inseriram no Paraná. Conforme Singer (2002), um grupo

2 cooperativo deve ser capaz de, simultaneamente, preservar o tamanho dos pequenos empreendimentos e eliminar as diferenças de rentabilidade, equalizando os resultados para o grupo de cooperados. Este trabalho tem por objetivo apresentar os princípios cooperativistas e a contribuição da Cooperativa Agroindustrial C.Vale para o desenvolvimento econômico do município de Palotina (PR), analisando os encadeamentos produtivos da variável emprego nesse município, induzidos com a instalação do parque agroindustrial da referida cooperativa. 2. ELEMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia da pesquisa pode ser classificada de acordo com o objetivo que o pesquisador deseja, enquadrando-se, de acordo com Richardson (1999), como: estudos exploratórios, quando não se tem informação sobre determinado tema e se deseja conhecer o fenômeno; estudos descritivos, quando se deseja descrever as características de um fenômeno; e estudos explicativos, quando se deseja analisar as consequências de um fenômeno. A metodologia empregada neste estudo tem caráter documental, exploratório e o estudo de caso. Conforme Yin (2002), o estudo de caso é a verificação de um fenômeno atual dentro da realidade pessoal. Uma dissertação associada ao estudo de caso torna-se um importante método de pesquisa principalmente para investigar eventos fora dos limites do laboratório e dos objetivos do conhecimento da ciência laboratorial. Quanto ao objetivo e ao grau em que o problema de pesquisa está cristalizado, o presente estudo foi caracterizado como descritivo, pois descreve a realidade como ela é sem a intenção de querer modificá-la (RICHARDSON, 1999). Segundo Gil (1995), uma das características mais significativas das pesquisas descritivas está na utilização de técnicas padronizadas na coleta de dados. Quanto ao procedimento documental, foi realizada a revisão de literatura sobre o assunto e, no estudo de caso da Cooperativa C.Vale, na tentativa de associar a sua função social em relação à valorização do produtor e da propriedade, explicitando o seu papel para o desenvolvimento econômico. Além disso, fez-se uma análise de dados secundários sobre o município de Palotina, dados coletados principalmente dos seguintes bancos de dados: Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) disponibilizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 3. HISTÓRICO SOBRE O COOPERATIVISMO Nessa seção será apresentado um pouco da história e das origens do cooperativismo. Primeiramente, é importante ressaltar que a palavra cooperativa deriva do latim cooperativus de cooperari, que significa cooperar, colaborar, trabalho com outros (DE PLÁCIDO & SILVA, 2000, p. 222). A cooperação sempre existiu nas sociedades humanas, desde as eras mais remotas, estando associada às lutas pela sobrevivência, às crises econômicas, políticas e sociais, bem como às mudanças. Os melhores exemplos de cooperação aparecem quando se estuda a

3 organização social dos antigos povos, como babilônios, gregos, chineses, astecas, maias e incas (SCHNEIDER, 1998). O cooperativismo moderno surgiu junto com a Revolução Industrial, como forma de amenizar os traumas econômicos e sociais que a Revolução Industrial trouxe com suas mudanças e transformações nos sistemas de produção. O crescimento industrial, na sua primeira etapa, fez com que os artesãos e os trabalhadores rurais migrassem para as grandes cidades, atraídos pelas fábricas em busca de melhores condições de vida. Essa migração resultou em excesso de mão de obra urbana, na exploração do trabalhador de forma abusiva e desumana, com jornadas de trabalho de até 16 horas/dia, com baixos salários e baixa qualidade de vida, obrigando mulheres e crianças a ingressar no mercado de trabalho, em condições mais desumanas que a dos homens. Com o aumento da industrialização, o trabalho manual passou a ser substituído gradativamente pela maquinaria, aumentando a exclusão social e o excedente de mão de obra. Nesse contexto, começaram a surgir reações contra a doutrina liberal e individualista, como exemplo, as reações socialistas, o socialismo espiritualista, chamado utópico, e o socialismo materialista ou científico, a partir de 1848 com o Manifesto Comunista de Karl Marx. As correntes de pensamento que surgiram nessa época defendiam uma forma mais igualitária na distribuição de bens, pois havia um grande anseio por que todos os trabalhadores fossem beneficiados, de forma a contribuir para a diminuição da debilidade nas condições de vida e de trabalho. Ganharam importância espaços que pudessem ser utilizados para esse fim, e a ideia de formar cooperativas tomou força. A cooperativa, nessa concepção, seria uma organização que pudesse facilitar o combate e a diminuição das desigualdades sociais a partir da ideia de que a produção não poderia ser apenas de propriedade privada, onde a eliminação de intermediários entre o produtor e o consumidor pudesse diminuir os preços dos produtos (PINHO, 1966). Dessa maneira, a exploração coletiva das terras poderia facilitar esse processo e, consequentemente, contribuir para a emancipação dos trabalhadores, que deixariam de servir a terceiros e passariam a produzir para si, tornando-se, assim, donos do resultado final de seu trabalho. Era preciso encontrar novas alternativas, e o que parecia mais coerente naquele momento era criar novos postos de trabalho que absorvessem a grande massa de trabalhadores ociosos, e melhorar as condições de trabalho. Foi então nesse contexto de extremas desigualdades sociais que surgiu a que se considera a primeira cooperativa, a dos Pioneiros de Rochdale (Distrito de Lancashire, na Inglaterra). Essa experiência bem sucedida deu-se graças às iniciativas próprias de 28 tecelões, que buscavam um meio de melhorar suas condições sociais e econômicas. A história do cooperativismo registra que, em Rochdale, no dia 24 de dezembro de 1844, os Pioneiros inauguraram um armazém, organizado e regido por normas estatutárias que, segundo Pinho (1982), objetivavam: a formação de capital para emancipação dos trabalhadores, mediante economias realizadas com a compra em comum de gêneros alimentícios, construção de casas para fornecer habitação a preço de custo, criação de estabelecimentos industriais e agrícolas com duplo objetivo (produzir direta e economicamente tudo o que fosse indispensável às necessidades dos trabalhadores e assegurar trabalho aos operários desempregados), educação e luta contra o alcoolismo (que era muito comum entre os trabalhadores), comercialização (compra e venda) somente a dinheiro, para que os cooperados só assumissem compromissos

4 dentro de suas possibilidades orçamentárias, e evitando o crédito, que consideravam um "mal social", e, por fim, cooperação integral. Embora a experiência dos Pioneiros de Rochdale tenha tido sucesso, é importante deixar claro que nem todas as cooperativas que vieram após a de Rochdale tiveram a mesmo êxito. Muitas dessas experiências não obtiveram sucesso principalmente devido às condições políticas desfavoráveis, pois muitas delas eram fragmentárias e tinham pouca expressividade. Elas se concentrarem em países de estrutura capitalista e conseguiram se multiplicar mais para o final do século XIX e início e a partir do século XX, tornando-se mais importantes depois do período da Primeira Grande Guerra ( ). Ao mesmo tempo em que o meio capitalista estava passando por varias transformações, muitas das cooperativas também passaram por isso, portanto, frente à necessidade se adaptarem às transformações, muitas se desviaram, em parte, dos fins doutrinários. Cercada de forças, em sua grande maioria agressivas e desfavoráveis aos seus interesses, as cooperativas precisaram harmonizar-se com o ambiente em que estavam postas. Essa foi a condição primordial para continuarem a existir. Cabe deixar claro, também, que o cooperativismo, desde o seu surgimento, sempre foi considerado uma alternativa aos modelos socioeconômicos tradicionalistas, pois nasceu como um movimento popular autônomo e acabou por preservar essa característica. E, sendo a experiência histórica testemunha dos fatos, fica evidente que o sistema econômico dominante dificulta o desenvolvimento de empresas que lhe são contrárias, levando-as a se corromper. O ambiente, além de pressionar contrariamente o desenvolvimento do cooperativismo, implica, também, de maneira profunda, interferências no funcionamento interno. Além de existirem os entraves de ordem externa, resultantes do sistema vigente, organizado e fortalecido durante quase dois séculos de experiências, nas cooperativas existem também os entraves internos, como a mentalidade capitalista dos associados e dos próprios dirigentes, a falta de capitais, entre outros. O cooperativismo está organizado em um sistema mundial, que busca garantir a unidade da doutrina e da filosofia cooperativista. Além de defender os interesses do cooperativismo pelo mundo, sua organização máxima mundial é a Aliança Cooperativa Internacional (ACI), uma organização não governamental, independente, que reúne, representa e presta assistência às organizações cooperativas do mundo inteiro. A ACI foi fundada em 1895, por iniciativa de líderes cooperativistas ingleses, franceses e alemães, com o objetivo de criar um órgão representativo mundial, que intensificasse o intercâmbio entre as cooperativas dos diversos países, no campo doutrinário, no educativo e no técnico. A ACI congrega mais de cooperativas e de cooperados. Sua sede fica em Genebra, na Suíça. A fundação da ACI foi precedida por intensos debates entre duas correntes. A primeira era a da Hegemonia do Produtor, que pregava a transformação social por intermédio das cooperativas de produção, que seria o instrumento de libertação dos trabalhadores assalariados, com a participação dos funcionários nos lucros das empresas. A segunda era a da Hegemonia do Consumidor, que pregava a transformação social pela organização das cooperativas de consumo, pois entendiam que todas as pessoas são consumidoras e nem todas são trabalhadoras, por isso as cooperativas de consumo são mais universais nos objetivos que defendem e, portanto, atenderiam aos interesses de todas as pessoas. De acordo com Schneider (1991), a influência de Charles Gide foi decisiva para que a ACI acatasse a "Hegemonia do Consumidor" (que é a vitória da produção cooperativada de

5 consumidores, com retorno proporcional às operações) em detrimento da "Emancipação do produtor" ou produção de trabalhadores cooperativados, em retorno ao trabalho. Segundo ele, as cooperativas de produção, apoiadas pelas cooperativas de crédito, pleiteavam apenas a reconciliação entre o capital e o trabalho, gerando a paz social, defendendo somente os interesses dos pequenos produtores da ameaça de se tornarem assalariados. A representação do sistema cooperativista nacional cabe à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), sociedade civil, com sede em Brasília, que nasceu durante a realização do IV Congresso Brasileiro de Cooperativismo em Belo Horizonte, no qual se decidiu pela fusão da ABCOOP e da UNASCO e pela existência de apenas uma entidade de representação do cooperativismo no Brasil. Estruturada nos termos da Lei Federal nº 5764/1971, foi definitivamente criada em 1971 para atuar como representante legal do sistema cooperativista nacional e como órgão técnico consultivo ao governo, congregando as organizações estaduais constituídas com a mesma natureza. Representa todos os ramos do cooperativismo brasileiro, composto por mais de cooperativas e mais de cooperados (OCEPAR, 2008). 4. PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO Iniciada no ano de 1988, a revisão mais recente dos princípios cooperativistas só foi concluída em setembro de 1995, no Congresso Centenário de ACI em Manchester, Inglaterra. Essa revisão foi completamente diferente das primeiras e foi convocada para examinar as mais profundas questões de identidade cooperativa, pois o crescimento quantitativo e empresarial das cooperativas fez com que os valores básicos do cooperativismo fossem substituídos pela eficiência econômico-administrativa e pela necessidade de encontrar respostas eficazes aos crescentes desafios de um mercado extremamente competitivo e monopolista devido à formação de grandes empresas multinacionais. Oficialmente, a definição do termo cooperativa é aquela proveniente do Congresso Mundial da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), ocorrido em Manchester, na Inglaterra, em setembro de 1995, e pode ser assim formulada: Cooperativa é uma associação autônoma de pessoas, unidas voluntariamente, para atender suas necessidades e aspirações econômicas, sociais e culturais comuns, através de uma empresa coletiva e democraticamente controlada. A atualização dos "Princípios Cooperativistas dos Pioneiros de Rochdale" também aconteceu no Congresso do Centenário da Aliança Cooperativa Internacional ACI em 1995, e é assim entendida: 1º) Adesão Voluntária e Livre: As cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como membros, sem discriminações de sexo, sociais, raciais, políticas e religiosas; democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. 2º) Gestão Democrática pelos Membros: As cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. 3º) Participação Econômica dos Sócios: Os cooperados devem contribuir igualmente para o capital de sua cooperativa, o qual é controlado democraticamente. Parte deste capital é

6 propriedade comum dos cooperados. O restante poderá ser destinado para investimentos na própria cooperativa ou para outras aplicações, sempre de acordo com a decisão tomada na assembleia. 4º) Autonomia e Independência: As cooperativas são organizações autônomas de ajuda mútua, controladas pelos seus membros. Se estas firmarem acordos com outras organizações, incluindo instituições públicas, ou recorrem ao capital externo, devem fazê-lo em condições que assegurem o controle democrático pelos membros e mantenham a autonomia das cooperativas; 5º) Educação, Formação e Informação: As cooperativas promovem a educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores de forma que estes possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento das suas cooperativas; 6º) Intercooperação: As cooperativas devem trabalhar em conjunto, por meio do intercâmbio de informações, produtos e serviços, para atender melhor os seus associados e fortalecer o Cooperativismo. 7º) Interesse pela Comunidade: As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticas aprovadas pelos membros. Tendo apresentado brevemente o histórico do cooperativismo e seus princípios em um contexto geral, apresenta-se, na próxima seção, o contexto cooperativista brasileiro. 5. O COOPERATIVISMO NO BRASIL Verificando a historiografia, é possível encontrar dados a respeito do cooperativismo brasileiro já no século XVII, mais precisamente a partir de 1610, com a formação das primeiras reduções jesuíticas no Brasil, na região compreendida pela bacia dos Rios Paraguai, Paraná e Uruguai; ocupando áreas de Guaíra, no Paraná; das Missões, no Rio Grande do Sul e terras no Oeste de Santa Catarina, formaram-se Estados cooperativos integrais, onde tudo era de todos e as necessidades eram atendidas de forma grupal, formando uma sociedade solidária, fundamentada no trabalho coletivo, baseado na catequese divina e no auxílio mútuo (PINHO, 1982, p. 30). Podem-se encontrar também referências a fatos ocorridos entre os séculos XVII a XIX, em Quilombos (que se formaram principalmente no Nordeste brasileiro), onde os escravos fugidos também já praticavam alguma forma de cooperativismo. No Estado do Paraná, as cooperativas agropecuárias, bem como as de outros ramos de atividades, surgiram a partir da década de 1940, principalmente nas comunidades de origem alemã e italiana, onde seus habitantes já eram conhecedores do Sistema Cooperativista Europeu (OCB, 1993). O movimento cooperativista demorou a ser aceito pelo povo brasileiro, isso devido à desconfiança provocada por gestões ineficientes. Foi somente após 1960 que se iniciou um movimento que redundou na fundação de várias cooperativas agrícolas, conservando, desde essa época, os princípios que nortearam os operários de Rochdale. O cooperativismo agrícola se desenvolveu com os crescentes desafios impostos pelo governo no sentido de aumentar a produção de alimentos para consumo e para exportação, cujos benefícios resultariam em melhores condições para o desenvolvimento dos centros urbanos industriais, com isso tornando o país mais competitivo. Estas cooperativas prestam serviços de vários tipos aos seus associados: recebem a produção para armazenamento,

7 padronização, industrialização e venda; fornecem implementos para uso profissional, gêneros de consumo e obtêm crédito junto aos bancos, para os associados. Devido às particularidades do desenvolvimento político, econômico, social e cultural, o cooperativismo brasileiro desenvolveu-se à sombra dos subsídios e do paternalismo do governo, onde os interesses do poder econômico dominante prevaleceram sempre em detrimento dos interesses dos pequenos e médios agricultores. Mesmo assim, com todas as adversidades conjunturais, o cooperativismo brasileiro tornou-se um sistema organizado que participa da maioria das atividades da vida humana (CORADINI & FREDERICO, 1982). O movimento cooperativista agrícola brasileiro cresceu consideravelmente no início do século XX em virtude da necessidade de comercialização da produção e do abastecimento dos centros urbanos industriais, que cresciam rapidamente devido à industrialização. Até então o cooperativismo era um instrumento dos pequenos produtores para enfrentar a ação dos intermediários durante o período de comercialização dos excedentes da safra. O objetivo inicial era a defesa da remuneração do trabalho familiar, uma vez que a agricultura camponesa, nessa fase, não possuía nenhum instrumento de proteção (CORADINI & FREDERICO, 1982). A partir da década de 1930, com a crise econômica mundial, que provocou, entre outras ações, o fechamento do comércio mundial, fazendo com que o café brasileiro ficasse sem mercado, houve a necessidade de redirecionar o modelo de desenvolvimento econômico brasileiro, no sentido de substituir a importação de bens duráveis pela industrialização. Isso resultou, em 1932, na promulgação do Decreto Federal , que disciplinava a constituição e o funcionamento das cooperativas, facilitando e simplificando a sua fundação e isentando-as de uma série de impostos. A partir de então, o governo não só passou a regular a constituição de cooperativas, como procurou a incentivar a sua criação e expansão (VALADARES, 1990). Assim, o cooperativismo agrícola deixou de ser um movimento legítimo dos produtores, passando a ser um instrumento governamental, que procurava a organização dos produtores agrícolas de acordo com os padrões do modelo de desenvolvimento econômico adotado pelo governo. Segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) em 2008, o país já contava com cerca de cooperativas congregando o sistema, em 11 diferentes segmentos, com mais de associados. O segmento mais importante do cooperativismo brasileiro ainda é o do cooperativismo agropecuário de produção, que contribui muito para o crescimento econômico das localidades onde as unidades cooperativas estão inseridas. A Tabela 1 mostra a participação das cooperativas de produção agropecuária brasileiras na produção de diversos produtos. A participação das cooperativas agrícolas na produção de alimentos é bastante significativa, principalmente na produção de trigo, cevada, aveia, algodão e soja. Este fato evidencia a importância das cooperativas na produção agropecuária brasileira. As cooperativas de produção, cooperativas operárias de produção ou cooperativas de trabalhadores, segundo Pinho (1966), baseiam-se em uma espécie de síntese do modelo rochdaleanismo e dos sistemas societários de Buchez, de Fourier (livre associação do trabalho, talento e capital), de Louis Blanc e outros. Aos poucos foram se estruturando, com o objetivo de eliminar o patrão, suprimir o assalariado e dar aos operários a posse dos instrumentos de produção e o direito de disposição do produto de seu trabalho. Nesse ramo do

8 cooperativismo, estão concentradas as cooperativas dedicadas à produção de um ou mais tipos de bens e produtos, os meios de produção, explorados pelo quadro social, pertencem à cooperativa e aos cooperados que formam o seu quadro diretivo, técnico e funcional. TABELA 1 - Participação das cooperativas brasileiras na produção agrícola Produtos Agrícolas % Trigo 62,2 % Cevada 44,2 % Aveia 39,2 % Algodão 38,9 % Soja 38,4 % Batata 36,1 % Suínos 31,1 % Café 28,0 % Alho 22,5 % Uva 19,2 % Milho 16,7 % Arroz 11,4 % Feijão 11,2 % Fonte: OCB, in Folha de Londrina, Caderno Economia, 23/12/96 Nesse contexto, na próxima seção são feitas algumas considerações acerca do cooperativismo paranaense. 6. O COOPERATIVISMO PARANAENSE O Paraná é um Estado privilegiado, não só em aspectos naturais, como também em produtivos. Seus campos férteis produzem um quarto da produção de alimentos (grãos) do país. Os agricultores, através de uma ação consciente e preservacionista em lavouras de soja, milho, trigo, café, algodão, feijão e arroz, entremeadas com criações de bovinos, de suínos, de aves, com reservas florestais e com rios, garantem produtos puros de origem. O Estado é exportador de matérias-primas como soja, farelo, óleo, café, milho, fios de algodão e de seda, carnes de aves, de bovinos e de suínos, onde os produtos industrializados já representam metade do valor exportado (COAMO, 2009). Segundo a COAMO (2009), o cooperativismo paranaense deitou suas raízes nos pioneiros esforços cooperativistas nas comunidades de imigrantes europeus, que procuraram organizar suas estruturas de compra e venda em comum, além de suprir suas necessidades de educação e lazer, através de sociedades cooperativistas. Foram os imigrantes que deram significativo impulso ao cooperativismo estadual com as experiências bem sucedidas das cooperativas de colonização, como Witmarsum, de Palmeira; Agrária, de Entre Rios; Batavo e Castrolanda, de Castro, e Capal, de Arapoti, hoje verdadeiros exemplos de comunidades rurais perfeitamente urbanizadas, economicamente prósperas e socialmente integradas às condições de vida urbano-industrial no país. Apoiado na doutrina e na filosofia cooperativista universal, o cooperativismo paranaense contava, em 2008, com mil cooperados, organizados em 238 cooperativas registradas na Organização das Cooperativas do Estado do Paraná OCEPAR (criada em 1971). Essas cooperativas agrupavam mais de 1,5 milhão de postos de ocupação, 55 mil empregos diretos e envolvia 2,2 milhões de pessoas, o que equivalia a 20% da população paranaense ligada ao cooperativismo em As cooperativas também participaram dos diversos ciclos econômicos pelos quais o Paraná passou, expandiram fronteiras agrícolas e

9 passaram a desenvolver-se também nas cidades. Atualmente, no Estado, existem cooperativas nas mais diferentes áreas (saúde, trabalho, serviços, crédito, consumo, educação, habitação), e até no ramo dos transportes, o mais jovem do cooperativismo brasileiro, que se articula para tentar ser a vanguarda de um mercado que demanda cada vez mais soluções profissionais e especializadas (OCEPAR, 2009). Para compreender a capacidade empreendedora das cooperativas paranaenses, é preciso voltar à década de 1970, quando praticamente toda a economia estava voltada para a produção agropecuária. Naquela década as cooperativas se reorganizaram e passaram a ter participação crescente na economia paranaense, baseada fortemente na produção agropecuária. Também passaram a atuar no setor agroindustrial e absorveram diversas empresas agropecuárias em liquidação, mostrando sua aptidão empreendedora e seu compromisso com o setor, garantindo o recebimento e o processamento da produção dos cooperados. Responsabilidade social e ambiental, geração de emprego e renda, promoção de melhoria da qualidade de vida das pessoas, dinamização da economia e a expansão desta nas comunidades onde está inserida, essa é a missão do cooperativismo paranaense. Inúmeras ações objetivam a integração, a educação e a formação de milhares de cooperados e colaboradores das cooperativas. Os investimentos sociais do sistema cooperativista paranaense somam mais de 2 bilhões de reais/ano, segundo a OCEPAR. A responsabilidade social das cooperativas é exercida através de projetos voltados ao aprimoramento cultural artístico de lazer, saúde e às questões assistenciais, bem como em novos projetos e tecnologias para melhorar os processos produtivos e agregar valor aos produtos e serviços dos cooperados (OCEPAR, 2009). Tabela 2 Cooperativas do Paraná Registradas na OCEPAR Dezembro 2008 Ramo Cooperativas Cooperados Agropecuário Crédito Saúde Transporte Educacional Trabalho Infraestrutura/Eletrificação rural Turismo e lazer Consumo Habitacional Mineral Produção Total Fonte: OCEPAR, SEAB Como se pode observar na Tabela 2, as cooperativas agropecuárias (como é o caso da C.Vale, objeto de estudo deste artigo) são as de maior número no Estado do Paraná e, segundo a OCEPAR (2008), cerca de um terço dos produtores rurais paranaenses são cooperados. A expressiva participação dos pequenos e médios produtores com área de até 50 hectares nas cooperativas agropecuárias, representando 70% de seu total de cooperados -- evidencia a importância das cooperativas para essa faixa de produtores. A integração das cooperativas e a agregação dos interesses dos produtores rurais permitiram a montagem de estruturas de armazenagem, apresentando mais de 54% de toda a capacidade de estocagem instalada no Paraná (OCEPAR, 2008).

10 São importantes instrumentos de difusão de tecnologias e implementadoras de políticas desenvolvimentistas, como a difusão de crédito rural, armazenagem, manejo integrado de pragas, manejo e conservação de solos, industrialização, entre outros. Além disso, em vários municípios paranaenses -- como a C. Vale em Palotina, a Copacol em Cafelândia, a Copagril em Marechal Cândido Rondon e a Lar em Medianeira --, essas cooperativas assumem o papel de empresas mais importantes, as maiores empregadoras e também as principais geradoras de receitas (OCEPAR, 2008). Tabela 3 - Participação das Cooperativas na Produção Agropecuária do Paraná Safra 2006/2007 Produtos Produção do Paraná (em toneladas) Participação das cooperativas (%) Cevada ,0 Trigo ,4 Soja ,5 Algodão (em caroço) ,8 Leite comercializado (1000 litros) ,0 Milho (*) ,3 Suínos ,3 Triticale ,8 Canola ,9 Aves ,6 Café em coco ,0 Cana-de-açúcar ,5 Aveia ,3 Maçã ,5 Arroz ,8 Feijão ,2 Mandioca ,4 Fonte: OCEPAR, SEAB e IBGE, (*) Participação das cooperativas na produção e comercialização Conforme mostra a Tabela 3, as cooperativas participam ativamente na produção das principais commodities do Estado, como no caso da soja com 72,5% e do milho com 46,3%, mas também em vários outras atividades agropecuárias, como na produção de cevada, representando 100% e no leite com 48%. As cooperativas agropecuárias são muito importantes no sentido de que estão sempre procurando implantar novos projetos, com o objetivo de agregar valor aos produtos primários, aumentando assim, consideravelmente, o valor desses no mercado. O aumento da renda do cooperado, que, por sua vez, pode reinvestir na atividade produtiva, garante, dessa forma, a oferta de matérias-primas em níveis permanentes. É nesse contexto que ocorre o desenvolvimento da comunidade na qual a cooperativa está inserida (OCEPAR, 2008). O cooperativismo agrícola (agropecuário) é o que mais se tem destacado na geração de renda e nas exportações brasileiras de produtos básicos agropecuários e agroindustrializados (OCEPAR, 1996-a). Essas cooperativas, as agropecuárias, são as responsáveis por exportar produtos elaborados para aproximadamente 70 países, o que gerou ao Estado do Paraná, em 2008, uma receita superior a 1,5 bilhão de dólares (REVISTA OCEPAR, 2009). Na próxima seção serão abordadas informações a respeito da cooperativa de produção agropecuária C.Vale, que, assim como algumas outras cooperativas paranaenses do mesmo ramo, deixou de direcionar seus objetivos apenas à produção de alimentos e se inseriu na

11 industrialização da produção, agregando mais esta atividade ao leque de serviços prestados a seus cooperados (MENEGÁRIO, 2000). 7. O HISTÓRICO DA COOPERATIVA C.VALE Como já foi enfocado acima, a origem do cooperativismo paranaense está ligada aos grupos de imigrantes europeus no Sul do Brasil. O processo de colonização do extremo-oeste paranaense, mais especificamente falando da colonização de Palotina (onde está a sede da Cooperativa C.Vale), envolveu vários tipos de interesses, de cunho político-ideológico, econômico-empresarial e também religioso, presentes durante o governo de Getúlio Vargas de 1930 a 1945 (FREITAG, 2001). Para Freitag (2001), uma das características essenciais do extremo-oeste paranaense foi o processo racional de ocupação e de uso do solo agrícola a partir da década de As atitudes nacionalistas do governo Vargas, atreladas à sua política de segurança nacional, encontraram terreno fértil junto aos grupos de intelectuais na época, que foram os responsáveis, então, por construir aquilo que ficou conhecido como o sentimento de brasilidade para a nação em seus limites territoriais, especialmente aqueles contíguos às fronteiras internacionais. Cooptados pela política varguista, esses intelectuais trabalharam em conjunto, com o único objetivo construir uma nacionalidade forte e coesa. Deram, assim, ao Estado Nacional uma fisionomia econômica e sociopolítica no sentido de nação homogênea. Suas teorias transformaram os territórios, considerados vazios demográficos, em espaços a serem ocupados através de uma cruzada nacional. A política de Marcha para Oeste foi um preciso exemplo desse processo. Foi política elaborada crucialmente depois do golpe que instituiu o Estado Novo em 1937, visava firmar a imagem de uma nação que tinha sua própria autonomia. A região do extremo-oeste paranaense participou efetivamente desse processo chamado de Marcha para Oeste, com políticos, pensadores e empresários (especialmente do Sul do país), já em meados da década de 1930, considerando esta região como vazia, demograficamente falando, sendo assim uma fronteira de importância vital a ser ocupada e colonizada para assegurar a segurança nacional. Mesmo muito antes, ao final do século XIX, houve a fundação da Colônia Militar de Foz do Iguaçu, com o objetivo na época de ocupar e de nacionalizar essa fronteira. Foi nesse momento então que ocorreu o primeiro contato oficial brasileiro com as obrages -- grandes unidades produtivas estrangeiras de extração de madeira e de erva-mate, produtos explorados e remetidos aos Mercados do Prata por grupos econômicos argentinos. Esses grupos se introduziram na região e possuíam o capital necessário para o desenvolvimento das atividades de exploração em suas propriedades, enquanto que os paraguaios faziam parte da mão de obra dessas grandes unidades produtivas. Argentinos e paraguaios, naquele momento, representavam um grande perigo às instituições nacionais e à política nacionalista. Aliados então, os governos federal e paranaense tinham como objetivo principal nacionalizar essa região de fronteira internacional. A ocupação dos vazios demográficos no extremo-oeste paranaense ocorreu, no entanto, décadas depois e feita principalmente por descendentes de ítalos e teuto-brasileiros sulistas, que tinham por tradição o trabalho em pequenas propriedades policultoras. Foram eles a base fundamental para a realização das políticas nacional e estadual de Marcha para Oeste. A ocupação da fronteira extremo-oeste paranaense

12 ocorreu como expansão interna. A política getulista forneceu o substrato ideológico pela via do nacionalismo, provocada pela expressiva presença de estrangeiros nessa área. E, mesmo que a efetiva construção e ocupação do território hoje constituído pelo município de Palotina tenha se concretizado, somente na década de 1950, ele foi resultado das preocupações que foram apontadas e que tiveram início na década de 1930 (FREITAG, 2001). Nesse processo (a partir da década de 1930) estavam inseridas empresas colonizadoras de capital privado. A Companhia Pinho e Terras Ltda. foi a empresa que colonizou a região de Palotina. A empresa procurou criar elementos atrativos à migração, tendo em vista a estrutura de povoamento revestida de um teor sociocultural, e um grande instrumento utilizado foi a propaganda. Era preciso despertar nas pessoas o interesse em adquirir terras nessa região, criaram-se expressões do tipo nova terra, novo mundo, reportagens em jornais e correspondências também foram usadas como tática de propaganda, mas é importante frisar que o interesse dos colonos se deu também por meio de um canal condutor alimentado pela religiosidade. O catolicismo era uma das exigências básicas da Companhia, que se comprometia com os colonos a fim de fornecer, aos núcleos colonizatórios, assistência religiosa e educacional (FREITAG, 2001). A colonização de Palotina iniciou-se no ano de 1953, quando ainda pertencia ao município de Guaíra. Os seus pioneiros eram descendentes de alemães e de italianos e vieram principalmente dos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. O nome Palotina é uma homenagem aos Padres Palotinos (religiosos e corretores uniram fé à atividade econômica e construíram uma sociedade singular, em consonância com os interesses econômicos da empresa colonizadora Pinho e Terras) (BIPP, 2009). O crescimento acelerado da população permitiu a sua oficialização enquanto município sob a Lei Estadual nº 240, de junho de O primeiro censo de Palotina, realizado em 1970, mostrou um número de pessoas no município, das quais residiam na zona urbana e na zona rural (BIPP, 2009). A falta de locais para armazenar a produção, as dificuldades para o escoamento da safra e a ausência de assistência técnica levaram um grupo de 24 agricultores a fundar, em 7 de novembro de 1963, a Cooperativa Agrícola Mista de Palotina Ltda. (primeiramente denominada Campal). Mas obstáculos no acesso ao crédito impediram que a Campal iniciasse sua estruturação. O início efetivo das atividades da cooperativa ocorreu em 1969, com o recebimento de trigo em armazém de um moinho de Palotina. Em 1970 foi finalizada a construção do primeiro armazém da Campal. O rápido crescimento da produção levou a Campal a iniciar a fase de estruturação física, com a construção de unidades para recebimento de cereais no município de Palotina. Com a divisão territorial da região Oeste entre as cooperativas, a Campal passou a atuar além das fronteiras do município, o que levou os associados a modificar a razão social da empresa, em 1974, para Cooperativa Agrícola Mista Vale do Piquiri Ltda. (Coopervale). Com uma grande produção de trigo, a Coopervale implantou, em conjunto com outras cooperativas, o Moinho Cotriguaçu, em 1992 (C. VALE, 2009). 8. C.VALE E A SUA AGROINDUSTRIALIZAÇÃO A C.Vale é uma cooperativa de produção agropecuária com atuação no Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraguai. As atividades da cooperativa

13 concentram-se no segmento agroindustrial, e destacam-se na produção de soja, milho, trigo, mandioca, leite e suínos. Atua na prestação de serviços, com mais de 150 profissionais que dão assistência agronômica e veterinária aos associados. Para manter os cooperados atualizados tecnologicamente, desenvolve cursos, palestras, treinamentos e dias de campo. Também financia a produção, garantindo crédito aos cooperados, especialmente aos pequenos produtores. A empresa também comercializa insumos, peças, acessórios e revende máquinas agrícolas, assegurando preços mais competitivos aos associados. Produz semente de soja em Santa Catarina, que é comercializada em todo o Brasil. Além disso, a cooperativa mantém uma rede de supermercados, com seis lojas no Paraná e no Mato Grosso. A cooperativa incentiva a produção de leite como alternativa de renda para seus associados. Desde 1983, a cooperativa mantém um Departamento Veterinário para orientar os pecuaristas sobre manejo e tecnologias que melhorem o desempenho da atividade. A produção de leite é entregue à Frimesa, em Medianeira (PR), empresa da qual a C.Vale é sócia, que o industrializa e comercializa. Foi a partir de 1995 que a cooperativa colocou em prática um plano de modernização destinado a tornar a empresa mais competitiva no mercado agroindustrial e a iniciar o processo de agregação de valores aos produtos primários. A agroindustrialização começou em outubro de 1997, quando foi inaugurado o complexo avícola, com alta tecnologia para a produção de frangos. Foi o primeiro sistema de integração avícola brasileiro, em escala comercial, a utilizar processos automatizados para o controle de ambiência. Outro aspecto importante da atividade está na rastreabilidade da cadeia produtiva. A cooperativa mantém um sistema informatizado que permite o acesso aos procedimentos utilizados para a produção da matéria-prima (soja e milho), passando pela fabricação da ração, manejo e industrialização das aves. O objetivo é garantir a segurança alimentar aos consumidores da carne de frango. A agroindustrialização ampliou-se em 2002 com o início das operações de uma amidonaria em Assis Chateaubriand. Em 21 de novembro de 2003, uma alteração estatutária mudou a razão social de Cooperativa Agrícola Mista Vale do Piquiri Ltda. (Coopervale) para C.Vale -- Cooperativa Agroindustrial. Também nesse ano a cooperativa colocou em operação, uma Unidade Produtora de Leitões (UPL) no Distrito Floresta, em Palotina. A unidade abriga matrizes, que produzem leitões por semana, num total de animais/ano. Os animais são entregues aos associados, que fazem a engorda e os enviam para a industrialização. Na fase final, a UPL terá matrizes e produzirá leitões por dia. Assim, a C.Vale dispõe de um processo de crescimento e expansão contínua, procurando sempre diversificar suas atividades tendo em vista conquistar espaços no mercado e ampliar as margens de lucros. Em 2004 começaram as obras de ampliação do abatedouro de aves (inaugurado em outubro de 1998), e também a construção da indústria de termoprocessados de aves, obras que foram inauguradas no dia 8 de abril de A capacidade de produção passou de 150 mil para 500 mil aves/dia. Essa expansão beneficiou o município de Palotina, principalmente quando se fala em ocupação de mão de obra, como será apresentado na próxima seção. Conforme foi apresentado, a C.Vale financia a produção, garantindo crédito aos cooperados, comercializa insumos, peças, acessórios, revende máquinas agrícolas, produz sementes de soja e mantém uma rede de supermercados, ou seja, trata-se de uma empresa com diversificação horizontal.

14 O desempenho da C.Vale, nos cinco primeiros meses de 2009, está sendo superior ao do mesmo período do ano anterior. Os indicadores econômicos e sociais mostram que, apesar da crise econômica internacional e dos problemas climáticos sobre a safra de verão em 2009, a cooperativa segue crescendo, embora a um ritmo menor que em Esse conjunto de fatores permitiu que a C.Vale fechasse os cinco primeiros meses de 2009 com faturamento bruto (soma da vendas) de R$ 961 milhões, cerca de 8% a mais que no mesmo período de A melhoria do desempenho econômico está sendo acompanhada por benefícios sociais. Em 2009, 220 novos postos de trabalho já foram abertos, o que elevou para o número total de funcionários da cooperativa. O número de associados subiu para e a arrecadação de tributos alcançou R$ 35,5 milhões (REVISTA C.VALE, 2009). Esses números apresentam o cenário positivo analisando a cooperativa como um todo, com sua atuação em todos os municípios de abrangência. Cabe perguntar: -- Especificamente em Palotina, quais foram os impactos sociais (na geração de empregos) e econômico, gerados pela C.Vale? A próxima seção objetiva responder a esses questionamentos. 9. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DE PALOTINA Conforme mencionado em seção anterior, o município de Palotina foi emancipado na década de A partir dos dados disponibilizados pelos censos demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município perdeu parte significativa de sua população a partir de Gráfico 1 População total, urbana e rural do município de Palotina 1970/ Total Urbana Rural Fonte: IBGE, Conforme mostra o Gráfico 1, no ano de 1970, a maior parte dos habitantes estavam situados na zona rural do município, representando cerca de 87,87% do total. Esse cenário começa a se alterar rapidamente a partir dessa década. Em 1980, duas características

15 são visualizadas: a primeira é a redução da população total em 34,30% em relação a de 1970 e a segunda é o aumento da participação da população urbana no total, passando de 12,12% em 1970 para 45,50% em A partir de 1980, a população urbana ganha cada vez maior destaque, sendo superior à população rural já em Apesar do aumento da população total de 1980 a 1991, e da diminuição posterior em 1996, de 1996 até 2007 a população total vem crescendo de forma contínua. Nesse período, o crescimento da população total foi de 11,14%, sendo o crescimento da população urbana a maior responsável por esse desempenho. No mesmo período, a população urbana apresentou crescimento de 24,54%, enquanto a população rural diminuiu em -28,61%. Quando se analisa o comportamento do número de empregados formais do município de Palotina, verifica-se uma estabilidade do crescimento do total de empregados até o ano de Comparando o desempenho setorial e total de 1985 até 1997, verifica-se que o total de empregados diminuiu -19,16%, e os desempenhos setoriais foram, na sua maioria, modestos. Em 1996, os setores que mais empregavam eram: o comércio com 782 empregados, a administração pública com 640 e a agropecuária com 506. Tabela 4 - Número de empregados formais no município de Palotina, por setores Ano Ind. de prod. minerais não met. Ind. metal. e mec. Ind. de prod. aliment. Const. civil Outras ativ. ind. Comércio Transp. e comum. Serv. de aloj. e aliment. Adm. Pública Agrop. Outras ativ. terciárias Fonte: RAIS, A partir do ano em que a Cooperativa C.Vale inaugura seu complexo avícola, a situação do emprego setorial começa a se alterar. Inicialmente é possível verificar um aumento contínuo no número total de empregados. Somente entre 1996 até 1997 esse total cresceu 17,58%, estimulado principalmente pelo setor das indústrias de produtos alimentícios, que apresentaram 202,86% de aumento nesse mesmo período. Total

16 O interessante é que o aumento no setor das indústrias de produtos alimentares foi acompanhado pelo desempenho positivo de outros setores, como, por exemplo, os setores do comércio, de transporte e de comunicação, de serviços de alojamento e alimentação, e da agropecuária. O resultado desse processo foi que em 2008 a hierarquia dos setores que mais empregavam em Palotina se alterou completamente. Nesse ano, a ordem dos principais setores era: as indústrias de produtos alimentares com empregados (ou 37,92% em relação ao total), o comércio com (ou 24,62%), o setor da administração pública com 641 (ou 7,36%), e o setor da agropecuária com 638 empregados (e representação de 7,33% do total). De 1997 a 2008 todos os setores apresentaram crescimento no número total de empregados. Os principais destaques foram para o setor das indústrias de produtos alimentares com 523,02%, das outras atividades industriais com 145,67%, do setor de transportes e comunicação com 146,67% e do comércio com 137,96%. A justificativa para o crescimento associado dos setores supracitados é encontrada na afirmação de Hirschmann (1985), que identifica os conceitos de encadeamentos para frente e para trás. Esse autor afirma que esses encadeamentos se evidenciam principalmente através do crescimento interdependente e respectivo de certas indústrias fornecedoras e compradoras de insumos de uma determinada indústria (central), bem como dela própria. Hirschmann reforça que a importância desses efeitos deveria ser analisada por meio de dois enfoques principais: o primeiro diz respeito aos produtos potencialmente induzidos em outros setores pelo investimento inicial, enquanto que, no segundo, deveriam ser analisadas as probabilidades de que esses novos investimentos, corporificados em ampliações da capacidade das empresas ou na criação de outras, realmente aconteçam. Sendo assim, ao buscar caminhos que possam apontar os encadeamentos, o autor propõe que os encadeamentos para frente de um determinado setor sejam medidos pela proporção de seu produto total destinado às outras indústrias, e não à demanda final, enquanto que, para o efeito de encadeamento para trás, através da medida da porcentagem de seu produto, que representa compras de outros produtos do mesmo setor e/ou de outros setores (HIRSCHMAN, 1961, p ). O autor menciona ainda que o caminho mais eficiente de crescimento deve ser aquele onde possam ser combinados os efeitos de encadeamento para trás e para frente (HIRSCHMAN, 1961). A partir disso, entende-se que encadeamento para trás é o resultado de um crescimento autônomo de um determinado setor, motivado basicamente por causa de um novo investimento ou pelo aproveitamento da capacidade produtiva previamente existente. Nesse tipo de encadeamento existe a indução do crescimento de outros setores a ele relacionados, graças, principalmente, às pressões de demanda. Nos encadeamentos para frente, o motivo de sua ocorrência é a existência de um aumento da produção de um determinado fator que provoca a elevação da produção de outros setores em virtude do excesso de oferta do produto do setor inicial (RIPPEL, 1995). No caso analisado neste artigo, pode-se fazer uma analogia com a teoria apresentada de Hirschmann. A partir do momento em que a C.Vale realiza os investimentos necessários para a construção do seu complexo avícola e começa a utilizá-lo, ela necessita continuamente da matéria-prima, de transportar e de comercializar os produtos finais e, com isso, dinamiza o setor rural, que produz os frangos e os suínos, e o setor de comércio e serviços para

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