UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL

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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL EFEITOS DE PERTUBAÇÕES NATURAIS E ANTRÓPICAS SOBRE AS ASSOCIAÇÕES DE CRUSTÁCEOS DECÁPODOS INFRALITORAIS NO ESTUÁRIO DO RIO ITAJAÍ-AÇU, SC, BRASIL ISABEL DO PRADO LEITE ITAJAÍ 2012

2 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL EFEITOS DE PERTUBAÇÕES NATURAIS E ANTRÓPICAS SOBRE AS ASSOCIAÇÕES DE CRUSTÁCEOS DECÁPODOS INFRALITORAIS NO ESTUÁRIO DO RIO ITAJAÍ-AÇU, SC, BRASIL ISABEL DO PRADO LEITE Trabalho de Conclusão apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental Orientador: Dr. Paulo Ricardo Pezzuto Co-orientador: Dr. Jurandir Pereira Filho ITAJAÍ 2012

3 AGRADECIMENTOS Agradeço, ao Prof. Dr. Paulo Ricardo Schwingel, mais uma vez, pela oportunidade de realizar este estudo e a Mestra em Ciência e Tecnologia Ambiental Aline Antunes pelo apoio, especialmente nas fases iniciais do projeto. Ao Prof. Dr. Paulo Ricardo Pezzuto, pela orientação, pelo tempo dedicado e pela amizade no decorrer deste trabalho. Obrigada! Ao Prof. Dr. Carlos Emílio Bemvenuti, por ter aceitado participar como membro externo da banca. Obrigada por contribuir com este trabalho! Aos professores, estagiários, bolsistas e funcionários do Laboratório de Oceanografia Biológica. Aos professores e colegas do Mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental. A minha família, amigos e especialmente meu namorado, pelo apoio e incentivo fornecidos durante este trabalho, principalmente na etapa final desta dissertação. Obrigada! ii

4 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS... iv LISTA DE TABELAS... vii RESUMO... ix ABSTRACT... x 1. INTRODUÇÃO OBJETIVOS Objetivo Geral Objetivos Específicos ÁREA DE ESTUDO MATERIAIS E MÉTODOS Desenho amostral Enchentes e Dragagens Amostragens Processamento em laboratório Análise de Dados Dados Abióticos Dados Bióticos Relação entre variáveis bióticas e abióticas Efeitos das enchentes e da dragagem de aprofundamento RESULTADOS Variáveis abióticas Composição e distribuição dos crustáceos decápodos Variação espacial Variação temporal Relações entre as variáveis abióticas e os crustáceos decápodos Efeitos das Enchentes Enchente de Enchente de Efeitos da Dragagem de Aprofundamento DISCUSSÃO CONCLUSÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS iii

5 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Localização dos pontos de coleta no estuário do rio Itajaí-Açu (SC) entre maio de 2008 e novembro de Figura 2. Precipitação mensal acumulada no município de Itajaí SC. A linha representa os valores registrados no período de maio de 2008 a novembro de A área cinza do gráfico as médias históricas para os meses de janeiro a dezembro considerando o período de janeiro de 1980 a março de Figura 3. Vazão diária do rio Itajaí-Açu entre abril de 2008 e dezembro de A linha representa a descarga média diária (m³/s) e os marcadores representam as datas em que houve coletas no estuário Figura 4. Danos causados pela enchente de novembro de 2008 sobre o berço de atracação do Porto de Itajaí Figura 5. Delimitação da área do canal de acesso ao Porto Organizado de Itajaí alvo da dragagem de aprofundamento e a adequação- bacia de evolução, canal interno e canal externo Figura 6. Variação dos valores médios da profundidade entre os pontos 1 a 3 e 4 a 6 das coletas efetuadas no estuário do rio Itajaí-Açu entre maio de 2008 e novembro de Em outubro e novembro de 2008 e em setembro de 2009 não foram realizadas amostragens Figura 7. Variação entre os pontos 1 a 3 e 4 a 6 das variáveis abióticas da água de fundo das coletas efetuadas no estuário do rio Itajaí-Açu entre maio de 2008 e novembro de Em outubro e novembro de 2008 e em setembro de 2009 não foram realizadas amostragens Figura 8. Variação da descarga fluvial durante as coletas efetuadas no estuário do rio Itajaí-Açu entre maio de 2008 e novembro de Foi utilizada a média da descarga no dia da coleta junto com os dois dias anteriores. Os dados de descarga não estavam disponíveis para todas as datas onde foram efetuadas amostragens..24 Figura 9. Contribuição percentual da abundância das principais famílias de crustáceos decápodos no rio Itajaí-Açu entre maio de 2008 e novembro de Figura 10. Abundância e biomassa médias nos pontos amostrados para o total de crustáceos capturados e para as famílias Portunidae, Penaeidae e Palaemonidae. A barra representa o erro padrão iv

6 Figura 11. Análise MDS realizada com todas as espécies cuja abundância representou, em ao menos um dos pontos amostrais, mais do que 3% do total. Os fatores utilizados foram os pontos, numerados de 1 (mais a jusante) a 6 (mais a montante) Figura 12. Abundância média e erro padrão das espécies nos pontos. Foram incluídas apenas aquelas espécies que a análise SIMPER indicou como representativas nas diferenças encontradas pela ANOSIM Figura 13. Análise MDS realizada com todas as espécies cuja abundância representou, em ao menos um dos setores (A ou B), mais do que 3% do total. Os fatores utilizados foram os setores, A e B, que representam os pontos 1-3 e 4-6 respectivamente Figura 14. Abundância média e erro padrão das espécies nos setores A e B. Foram incluídas apenas aquelas espécies que a análise SIMPER indicou como representativas nas diferenças encontradas pela ANOSIM Figura 15. Abundância e biomassa médias nos meses amostrados para o total de crustáceos capturados e para as famílias Portunidae, Penaeidae e Palaemonidae. A barra representa o erro padrão. Notar as diferenças de escala de abundância e biomassa entre as famílias. Em outubro e novembro de 2008 e em setembro de 2009 não foram realizadas amostragens Figura 16. Análise MDS realizada com todas as espécies cuja abundância representou, em ao menos um dos anos, mais do que 3% do total. Os fatores utilizados foram os anos, Figura 17. Abundância média e erro padrão das espécies nos anos. Foram incluídas apenas aquelas espécies que a análise SIMPER indicou como representativas nas diferenças encontradas pela ANOSIM Figura 18. Bi-plot da ACC referente às variáveis ambientais e biológicas. A análise foi realizada utilizando todas as espécies cuja abundância representou ao menos 0,1% do total. Das 4 variáveis ambientais testadas, o oxigênio dissolvido foi removido do modelo por apresentar p>0,05 nas permutações de Monte Carlo. Os vetores representam as variáveis ambientais salinidade (Sal), ph, e temperatura (Temp) Figura 19. Box-plot com a ocorrência das principais espécies em diferentes valores dos parâmetros ambientais. A caixa representa os percentis de 25% e 75%, as barras superiores e inferiores os limites de ocorrência que não foram considerados como v

7 outliers, as barras centrais representam a mediana, os círculos os outliers, e o asterisco (*) representa valores extremos Figura 20. Análise MDS realizada com todas as espécies cuja abundância representou, em ao menos um setor e período, mais do que 3% do total. Os fatores utilizados foram: CEA e CEB, dezembro de 2008 a janeiro de 2009 nos setores A e B respectivamente; SE1A e SE1B, dezembro de 2009 a janeiro de 2010 nos setores A e B respectivamente; SE2A e SE2B, dezembro de 2010 a janeiro de 2011 nos setores A e B respectivamente Figura 21. Abundância média e erro padrão das espécies nos períodos e setores equivalentes a Figura 20. Foram incluídas apenas aquelas espécies que a análise SIMPER indicou como representativas nas diferenças encontradas pela ANOSIM Figura 22. Análise MDS realizada com todas as espécies cuja abundância representou, em ao menos um setor e período, mais do que 3% do total. Os fatores utilizados foram: CEA e CEB, agosto a setembro de 2011 nos setores A e B respectivamente; SE1A e SE1B, agosto a setembro de 2008 nos setores A e B respectivamente; SE2A e SE2B, agosto a setembro de 2010 nos setores A e B respectivamente Figura 23. Abundância média e erro padrão das espécies nos períodos e setores equivalentes a figura 22. Foram incluídas apenas aquelas espécies que a análise SIMPER indicou como representativas nas diferenças encontradas pela ANOSIM Figura 24. Análise MDS realizada com todas as espécies cuja abundância representou, em ao menos um setor e período, mais do que 3% do total. Os fatores utilizados foram: CD1A e CD1B, março a junho de 2009 nos setores A e B respectivamente; SDA e SDB, março a junho de 2010 nos setores A e B respectivamente; CD2A e CD2B, março a junho de 2011 nos setores A e B respectivamente Figura 25. Abundância média e erro padrão das espécies nos períodos e setores equivalentes a figura 24. Foram incluídas apenas aquelas espécies que a análise SIMPER indicou como representativas nas diferenças encontradas pela ANOSIM vi

8 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Localização dos pontos de coleta no estuário do rio Itajaí-Açu (SC) entre maio de 2008 e novembro de Tabela 2. Situação das atividades de dragagens no estuário do rio Itajaí-Açu entre maio de 2008 a novembro de * Observações da Saída de Campo Tabela 3. Calendário amostral indicando os meses onde foram coletadas amostras, em quais ocasiões ocorreram dragagens (manutenção e/ou aprofundamento) e períodos quando ocorreram enchentes e dragagens de aprofundamento do canal do Rio Itajaí-Açu Tabela 4. Valores médios (±DP), mínimos e máximos das variáveis ambientais nos pontos amostrados no estuário do rio Itajaí-Açu entre maio de 2008 a novembro de Tabela 5. Listagem das espécies e/ou morfotipos coletadas no estuário do rio Itajaí-Açu entre maio de 2008 a novembro de Tabela 6. Abundância numérica (nº/10min) das espécies em cada ponto e sua participação relativa na abundância total (%) no estuário do rio Itajaí-Açu entre maio de 2008 a novembro de Tabela 7. Biomassa (g/10min) das espécies em cada ponto e sua participação relativa na biomassa total (%) no estuário do rio Itajaí-Açu entre maio de 2008 a novembro de Tabela 8 Dimensões das principais espécies capturadas no estuário do rio Itajaí-Açu entre maio de 2008 e novembro de Para os siris o tamanho representa a largura da carapaça enquanto que para camarões refere-se ao comprimento total. N é numero de indivíduos medidos e pesados. < representa o menor e > o maior valor encontrado. Foi considerado o peso úmido de cada indivíduo Tabela 9. Resultado das análises ANOSIM e SIMPER para os mesmos dados e fatores do MDS representado na figura 11. No SIMPER foram incluídas todas as espécies até atingirem 90% de representatividade nos resultados. O SIMPER não foi considerado quando o resultado do ANOSIM teve p>0,05 (**) Tabela 10. Resultado das análises ANOSIM e SIMPER para os mesmos dados e fatores do MDS representado na figura 13. No SIMPER foram incluídas todas as espécies até atingirem 90% de representatividade nos resultados vii

9 Tabela 11. Resultado das análises ANOSIM e SIMPER para os mesmos dados e fatores do MDS representado na figura 16. No SIMPER foram incluídas todas as espécies até atingirem 90% de representatividade nos resultados. O SIMPER não foi considerado quando o resultado do ANOSIM teve p>0,05 (**) Tabela 12. Resultado das análises ANOSIM e SIMPER para os mesmos dados e fatores do MDS representado na figura 20. No SIMPER foram incluídas todas as espécies até atingirem 90% de representatividade nos resultados. O SIMPER não foi considerado quando o resultado do ANOSIM teve p>0,05 (**) Tabela 13. Resultado das análises ANOSIM e SIMPER para os mesmos dados e fatores do MDS representado na figura 22. No SIMPER foram incluídas todas as espécies até atingirem 90% de representatividade nos resultados. O SIMPER não foi considerado quando o resultado do ANOSIM teve p>0,05 (**) Tabela 14. Resultado das análises ANOSIM e SIMPER para os mesmos dados e fatores do MDS representado na figura 24. No SIMPER foram incluídas todas as espécies até atingirem 90% de representatividade nos resultados. O SIMPER não foi considerado quando o resultado do ANOSIM teve p>0,05 (**) viii

10 RESUMO Os estuários e as associações de crustáceos decápodos que habitam esses ecossistemas apresentam grande importância ecológica e econômica. O estuário do rio Itajaí-Açu, abriga dois grandes portos em Itajaí e Navegantes e está sujeito a muitos impactos de origem antrópica, como por exemplo, as dragagens e também eventos naturais extremos, como as enchentes. Duas enchentes de grandes proporções atingiram a região, em novembro de 2008 e setembro de 2011, e ainda não se sabe ao certo quais foram os impactos desse evento sobre a fauna estuarina. Assim, o presente estudo teve como objetivo analisar os efeitos de perturbações naturais e antrópicas sobre a estrutura e a dinâmica das associações de crustáceos decápodos infralitorais do estuário do rio Itajaí- Açu. Para isso, foram selecionados seis pontos amostrais distribuídos entre a foz deste estuário e o meandro a montante do rio Itajaí-Mirim. Foram realizadas coletas mensais desde maio de 2008 até novembro de 2011, com arrasto de fundo. Parâmetros físicoquímicos também foram coletados utilizando uma sonda. Os camarões e siris foram identificados, medidos e pesados. Foram utilizadas análises descritivas e estatísticas multivariadas sobre os dados padronizados. Ao longo do estudo ocorreram dragagens de aprofundamento que aumentaram a profundidade do canal nos pontos mais externos de 10 para 14 metros. A vazão do rio Itajaí-Açu nos dias anteriores a coleta explicaram a variabilidade da salinidade, ph e oxigênio dissolvido na água de fundo do estuário. No total foram encontradas 20 espécies ou morfotipos distintos de decápodos, sendo que apenas seis contribuíram juntos com mais de 95% do número total de indivíduos capturados. Em todos os anos foi capturada uma maior quantidade de indivíduos da família Portunidae, chegando a 91% em 2008, sobretudo nos pontos intermediários do estudo. As outras duas famílias com contribuição relevante foram Penaeidae e Palemonidae. O MDS (técnica de escalonamento multidimensional não-métrico) e a ANOSIM (análise de similaridade) possibilitaram a separação do estuário em dois setores, A e B, sendo o primeiro a parte mais a juzante onde ocorre a circulação de grandes navios e as dragagens. A temperatura e a salinidade foram as principais variáveis que afetaram a distribuição dos decápodos. Logo após as enchentes foram observadas baixas abundâncias, provavelmente em função do efeito agudo desse tipo de evento extremo sobre a fauna. Entretanto, de 3 a 4 meses após a enchente de 2008 houve a recuperação da assembleia de decápodos, ressaltando a elevada resiliência desse grupo de organismos após grandes distúrbios. As dragagens podem estar afetando principalmente as espécies dominantes, mas esses efeitos são difíceis de confirmar devido ao elevado número de outros fatores que podem ter proporcionado as alterações sobre os crustáceos. Palavras-Chave: Dragagem, enchente, macrocrustáceos, resiliência. ix

11 ABSTRACT Estuaries, and the groups of decapod crustaceans that inhabit these ecosystems are of great ecological and economic importance. The estuary of the Itajaí-Açu River is home to the major ports of Itajaí and Navegantes, and is subject to heavy anthropic impact, such as the dredging operations, and extreme natural events like floods. Two major floods have affected the region, one in November 2008 and the other in September 2011, and it is still not known for certain what impacts these events have had on the fauna of the estuary. The aim of this study, therefore, is to analyze the effects of natural and anthropic disturbances on the structure and dynamic of the groups of infra-littoral decapod crustaceans of the Itajaí-Açu River estuary. We selected six sampling stations distributed from the mouth of the Itajaí-Açu River, to a meander of the Itajaí-Mirim River, further upstream. The crustaceans were collected monthly, from May 2008 to November 2011, by bottom trawling. Thephysical and chemical parameters were also analyzed, using a probe. Shrimp and crabs were identified, measured and weighed. Descriptive statistics and multivariate analyses were carried out on the standardized data. During the study, the depth of the channel increased from 10 to 14 meters due to the dredging operations. The flow of the river in the days before the samplings explained the variability of salinity, ph and dissolved oxygen in bottom water. While twenty different species were identified, 95% of the total individuals caught consisted of just six species. Each year, higher numbers of individuals of the Portunidae family were caught, reaching 91% in 2008, particularly in the intermediate stations. The other two families with relevant contribution were Penaeidea and Palemonidae. MDS (non-metric multidimensional scaling) and ANOSIM (analysis of similarity) allowed the division of the estuary into two sections, A and B, the first being the portion further downstream, where the dredging operations were more concentrated. Temperature and salinity were the main variables affecting the decapod distribution. Soon after both floods a very low abundance was observed, probably due to the acute effect of this type of extreme event on the fauna. However, three to four months after the flood of 2008 the decapod populations had recovered, highlighting the high resilience of this group of organisms following major disturbances. The dredging may be having a negative effect, particularly on the dominant species, but these effects are difficult to confirm because the changes observed may be due to many factors. Keywords: dredging, flood, macrocrustaceans, resilience x

12 1. INTRODUÇÃO Os estuários são corpos de água costeiros onde ocorre a transição entre o ambiente continental e marinho, apresentando assim feições desses dois ambientes, além de suas individualidades (Knox, 2001). São assim caracterizados pela presença mensurável de água do mar diluída em água doce, mistura que é constantemente variável devido a efeitos de maré, vazão fluvial e chuva (McLusky, 1989; Hobbie, 2000; Miranda et al., 2002). Entretanto, existem diferentes definições para os limites de um estuário considerando não somente salinidade, mas também o efeito da maré, feições morfológicas ou aspectos biológicos (Day Jr. et al., 1989). Segundo esses últimos autores, a definição mais utilizada considera que o limite superior do estuário é o local a montante onde ainda é percebido o efeito da amplitude de maré. Os ambientes estuarinos apresentam, em curto prazo, uma grande variabilidade dos parâmetros físico-químicos, o que tende a limitar o número de organismos que habitam tipicamente esses locais (Angonesi, 2005). Entretanto, estes ambientes são biologicamente mais produtivos do que os rios ou o oceano adjacente, pois as características hidrodinâmicas de circulação que aprisionam altas concentrações de nutrientes estimulam a produção primária (Miranda et al., 2002), tornando a biomassa nesses ecossistemas bastante elevada (McLusky, 1989). Além disso, são importantes locais de reprodução, alimentação ou desenvolvimento de espécies marinhas e fluviais, que habitam o estuário em determinados momentos de seu ciclo de vida (Hobbie, 2000; Veado, 2008), sendo, portanto ambientes de grande importância biológica (Medeiros, 2003). Os estuários apresentam ainda grande relevância no contexto econômico (Medeiros, 2003), basta observar que cerca de 2/3 das grandes cidades estão localizadas próximas a estes ambientes (Pereira Filho et al., 2003). Essa importância se deve à facilidade de construção de portos, marinas, e indústrias de pescado nesses locais (Pereira Filho et al., 2003), além da preferência da população em viver junto a zona costeira (Hobbie, 2000). A maior parte de toda a matéria originada da decomposição intempérica dos continentes passa pelos estuários em direção aos oceanos, tornando esses sistemas os principais fornecedores de nutrientes para a região costeira (Schettini, 2002; Pereira Filho et al., 2003). Dessa forma, além de estarem em zonas de grande interesse econômico, os estuários são também responsáveis por sustentar diversas 1

13 populações de peixes e invertebrados marinhos que abastecem as indústrias de pescado mundial. Uma característica marcante em estuários é a forte interação entre o sedimento e a coluna d água, de modo que o meio bentônico apresenta um forte efeito estruturador, regulando ou modificando a maioria dos processos físicos, químicos e biológicos nesses ambientes (Day Jr. et al., 1989). Dentre os grupos de organismos que compõem a fauna bentônica estuarina pode-se destacar os macrocrustáceos decápodos, representados principalmente pelos camarões, caranguejos e siris (McLusky, 1989; Bemvenuti & Colling, 2010). São inúmeros os processos nos quais os macrocrustáceos decápodos estão envolvidos em um estuário, como a predação sobre diversos grupos, o consumo de depósitos e a necrofagia (Raffaelli et al., 1989), além da bioturbação, da regeneração de nutrientes, ou de servirem como fonte de alimento para o necton demersal (Day Jr. et al., 1989). No Brasil, algumas espécies importantes de siris (e. g. Callinectes danae, C. sapidus) (Barreto et al., 2006) e de camarões como o camarão-rosa (Farfantepenaeus brasiliensis e F. paulensis) são exploradas comercialmente. Todas essas espécies também são exploradas no Sul do Brasil (Lana, 1996; Ferreira & D Incao, 2008), sendo que os organismos podem ser capturados tanto no mar como no próprio estuário. Os macroinvertebrados bentônicos estuarinos são bastante sensíveis a mudanças no ambiente (Sánchez-Moyano & García-Asencio, 2010), uma vez que o grupo está intimamente ligado ao substrato, local onde os efeitos de perturbações são mais evidenciados. Por esse motivo os macrocustáceos têm sido utilizados também como instrumentos para se mensurar as perturbações que estão agindo sobre estes ambientes (Bemvenuti & Rosa-Filho, 2000). Entretanto, a grande dinâmica dos estuários torna difícil a diferenciação entre variações naturais e os efeitos de perturbações e, portanto, é preciso um monitoramento temporal dos organismos e das variáveis ambientais para que conclusões mais robustas possam ser alcançadas (Angonesi, 2005). Além das variações decorrentes das mudanças sazonais nas variáveis ambientais, eventos isolados podem vir a afetar de forma drástica a estrutura da macrofauna bentônica estuarina. Esses eventos podem ser de origem natural ou provocados pelo homem. Entre os eventos naturais pode-se destacar as enchentes (Eyre & Ferguson, 2006) e as secas (Pillay & Perissinotto, 2008), que podem modificar praticamente todos os processos que ocorrem nos estuários. Em relação a impactos provocados pelo homem, pode-se destacar a descarga de efluentes domésticos, industriais e agrícolas 2

14 (Bellotto et al., 2009), a construção de portos e barragens (Dauvin et al., 2010), as dragagens e a remoção de organismos através da pesca (Miranda et al., 2002). Esses impactos afetam o fluxo de água, sedimentos, nutrientes e matéria orgânica nos estuários e consequentemente os macrocrustáceos bentônicos (Hobbie, 2000). Em relação às mudanças naturais, pode-se destacar a ocorrência de enchentes extremas que podem modificar a comunidade bentônica em curto prazo (Cardoso et al., 2008). De fato, a entrada de água doce em excesso em um estuário pode reduzir bastante a biomassa dos organismos bentônicos (Rozas et al., 2005), de modo que durante e após uma enchente ocorrem mudanças rápidas e complexas nas interações entre o bentos e o pelagial (Eyre & Ferguson, 2006). De modo geral, após um tempo o ecossistema deveria se reestabelecer naturalmente, porém Cardoso et al. (2008) sugerem que ambientes impactados apresentam uma menor resiliência, e assim, com os impactos constantes que um estuário geralmente está sujeito, os efeitos de uma enchente de grandes proporções podem ser permanentes. Segundo IPCC (2007), eventos extremos deverão ocorrer com maior frequência nos próximos anos em função das mudanças climáticas globais, que são aceleradas pela atividade antrópica. De fato, o aumento de eventos extremos devido as mudanças globais pode representar um problema para os ecossistemas estuarinos (Cardoso et al., 2008; Pillay & Perissinotto, 2008), de modo que a realização de estudos que permitam a tomada de medidas para predizer e/ou diminuir tais impactos são cada vez mais necessários. Além de todos os danos ambientais trazidos pelas enchentes como a remoção de organismos e a modificação nos ciclos dos nutrientes (Eyre & Ferguson, 2006), é comum ocorrerem dragagens em estuários após esses eventos para permitir que as embarcações de grande porte voltem a utilizar o canal que recebe uma grande carga de sedimentes durante as cheias. As dragagens são responsáveis tanto pela remoção direta dos organismos bentônicos, como também pela ressuspensão de sedimentos (Newell et al., 1998), esses últimos podem estar contaminados com diferentes poluentes que se acumulam nos substratos dos estuários e, ao serem remobilizados, podem voltar a estar biodisponíveis na coluna d água (Bellotto et al., 2009). Somente os sedimentos em suspensão, mesmo livres de contaminantes, já seriam um problema em estuários uma vez que a elevada turbidez pode reduzir significativamente a abundância de espécieschaves da cadeia trófica, alterando a distribuição de diversos organismos, interferindo 3

15 em processos como a competição e consequentemente afetando de forma negativa a função berçário dos estuários (González-Ortegón et al., 2010). Em relação aos efeitos da dragagem sobre a epifauna bentônica, Smith et al. (2006) observaram que a atividade pode reduzir significativamente a diversidade e a abundância desse grupo de organismos. Esses autores também observaram mudanças na comunidade, como a dominância de algumas espécies com maior capacidade de locomoção e redução na biomassa média. Porém, os efeitos negativos não se limitam ao bentos. Newell et al. (1998) destaca que deve-se considerar as diversas populações, comunidades e até ecossistemas que dependem da epifauna bentônica estuarina para se sustentar, de modo que o impacto sobre esse grupo de organismos não se limitará a determinado estuário, mas poderá se estender para outros importantes ecossistemas, inclusive marinhos. Da mesma forma como são complexos os impactos que agem sobre a fauna estuarina, também são complicados os estudos realizados nesses ecossistemas. Por estarem em locais densamente ocupados pela população humana, os estuários tendem a sofrer interferência direta das atividades antrópicas, de modo que sua estrutura se torna totalmente diferente a partir do momento que esses locais são ocupados (Lindegarth & Hoskin, 2001). Assim, torna-se difícil conhecer como funcionam estuários não impactados pelo homem, uma vez que a grande maioria já foi modificada de alguma forma. Marques et al. (1993), entretanto, compararam dois estuários com características semelhantes e notaram que a riqueza específica era bem inferior no estuário impactado, da mesma forma como foi sugerido por Sánchez-Moyano & García-Asencio (2010). As espécies presentes em estuários impactados e não impactados também são bastante diferentes, embora a biomassa possa ser semelhante entre esses dois ecossistemas (Marques et al., 1993). Essas diferenças sugerem que, em ambientes com distúrbios frequentes, a fauna bentônica se adapta, de modo que apenas as espécies aptas para lidar ou evitar o distúrbio conseguem se estabelecer em longo prazo (Newell et al., 1998). Nesse contexto, o estado de Santa Catarina apresenta importantes estuários, destacando-se em seu limite norte a Baia da Babitonga, no sul o estuário do Rio Mampituba, e no litoral centro-norte o estuário do rio Itajaí- Açu, alvo deste estudo. A fauna do estuário do rio Itajaí-Açu tem sido estudada sob vários aspectos nos últimos anos. Resgalla Jr. (2009) verificou a importância da pluma do rio para a comunidade zooplanctônica de toda a região, identificando um padrão de distribuição bem marcado do zooplâncton no baixo estuário com três zonas com características distintas: na parte 4

16 mais a montante e na parte superior do perfil no baixo estuário, há o predomínio de espécies límnicas e estuarinas, em baixa riqueza, densidade e biomassa; sobre a pluma do estuário, já na plataforma continental, há o domínio de espécies costeiras, eurihalinas, tropicais e grandes, com as maiores densidades e biomassas de todo o perfil; já na plataforma abaixo da pluma e no fundo do perfil no baixo estuário, foi encontrada a maior riqueza específica de todo o perfil, dominada por copépodos de pequeno tamanho. Esses resultados são importantes para compreender a estrutura dos estuários, uma vez que existe uma forte interação entre grupos bentônicos e planctônicos nesses ambientes. O Saco da Fazenda, enseada rasa situada na margem direita, próximo a desembocadura do estuário do rio Itajaí-Açu, apesar de sofrer forte pressão antrópica causada pelo fluxo de efluentes domésticos e resíduos sólidos, abriga uma grande diversidade de aves, atuando como um importante local de alimentação e repouso para bandos mistos tanto de aves marinhas costeiras como límnicas. E atua também como fonte alternativa de alimento para aves habitantes das bordas, que durante a baixamar excursionam pela planície de maré a procura de poliquetas e crustáceos (Branco, 2000). A predação das aves marinhas e limícolas sobre organismos aquáticos no Saco da Fazenda constitui mais uma importante interação que demonstra a importância do baixo estuário do rio Itajaí-Açu para ecossistemas adjacentes, inclusive terrestres. Outro importante grupo de organismos presentes no estuário do Itajaí-Açu é a ictiofauna, que apresenta, em geral, menor número de espécies que outros locais onde foram feitos estudos semelhantes na costa sul do Brasil (Hostim-Silva et al., 2002). Essa menor riqueza em relação a outros estuários pode ser reflexo da forte pressão antrópica que esse ecossistema está sofrendo. Entretanto, foi verificado que o estuário apresenta importantes espécies de peixes de valor comercial, o que comprova a importância sócioeconômica da área para as comunidades ribeirinhas e para toda a região do Vale do Itajaí (Hostim-Silva et al., 2002; Branco et al., 2009a). Outro fator importante em relação à ictiofauna do estuário do Itajaí-Açu e dos ecossistemas adjacentes é o elevado percentual de juvenis que habitam esses ambientes, o que reforça a importância dos estuários como áreas berçário e de crescimento de muitas espécies de peixes (Hostim- Silva et al., 2002; Branco et al., 2009a). Em um estudo realizado entre 2000 e 2005 no Saco da Fazenda, foi observada a diminuição de peixes demersais e bentônicos, que foram sendo substituídos gradualmente ao longo dos anos em que este ambiente passou por dragagens (Branco et 5

17 al., 2009a). Entretanto, apesar dessa atividade afetar de forma significativa o bentos, os autores destacam que a melhoria dos padrões de circulação promovida pelo aprofundamento do canal pode ter contribuído para o aumento da diversidade de peixes nos últimos anos de estudo. Assim, pode-se destacar que o estuário do Itajaí-Açu apresenta um importante habitat para a ictiofauna, promovendo condições para o crescimento de organismos juvenis que podem vir a sustentar populações ribeirinhas quando retornam ao mar. Entretanto a pressão antrópica, através da poluição, dragagens e pesca, vem modificando a assembléia de peixes da região (Branco et al., 2009a) o que demonstra a necessidade da preservação desse ecossistema (Hostim-Silva et al., 2002). Em um estudo mais recente, Antunes (2010) observou o mesmo padrão que Hostim-Silva et al. (2002) e Branco et al. (2009a) para a dominância de poucas espécies ícticas no estuário do Rio Itajaí-Açu. Em seu estudo, Antunes (2010) observou que a ictiofauna foi composta por 46 espécies, das quais apenas seis representaram 99% da captura durante o período de estudo, entre maio de 2008 e julho de As espécies mais abundantes foram predominantemente juvenis, da mesma forma como observado por outros autores (Hostim-Silva et al., 2002; Branco et al., 2009a), ressaltando a importância desse habitat para diversas populações de peixes. Apesar desses estudos, ainda faltam informações sobre diferentes grupos de organismos que habitam o estuário do rio Itajaí-Açu para melhor compreensão sobre a ecologia desse ambiente. Entre esses grupos estão os crustáceos. Até 2009, as únicas informações disponíveis sobre esses organismos foram obtidas no Saco da Fazenda, onde Branco & Freitas Jr. (2009) investigaram os caranguejos e siris, observando para esses grupos a dominância (mais de 60% da captura) de uma única espécie, sendo ela Uca uruguayensis para os caranguejos, e Callinectes danae para siris. Esse padrão de dominância reflete o ambiente altamente impactado, geralmente dominado por poucas espécies que de alguma forma toleram ou evitam o estresse (Newell et al., 1998). Mais recentemente, foi observada a ocorrência de poucas espécies de crustáceos decápodos epibentônicos dominando o canal do estuário do rio Itajaí-Açu, principalmente a espécie C. danae (Leite, 2010), como também foi observado no estudo de Branco e Freitas Jr. (2009) no Saco da Fazenda. A preferência de algumas espécies por áreas mais a montante ou mais a juzante também foi observada no estuário, porém, em virtude das grandes variações nas variáveis físico-químicas, na grande estratificação deste estuário e na ocorrência de um grande evento de enchente durante o estudo, os padrões encontrados não foram conclusivos e um estudo abrangendo maior escala 6

18 temporal seria necessário para que a distribuição dos macrocrustáceos epibentônicos no estuário fosse realmente conhecida (Leite, 2010). Dentre os impactos que afetam o estuário do Itajaí-Açu pode-se destacar o aporte de efluentes tanto domésticos e industriais, bem como a lixiviação de material dos centros urbanos e toda a carga de matéria orgânica e poluentes que os mesmos trazem através do rio (Bellotto et al., 2009). Carreados pela correnteza, provenientes de regiões mais superiores do rio, há também agroquímicos da zona rural do médio e alto Vale do Itajaí (Veado, 2008), que podem vir a se acumular no estuário por conta da circulação restrita (Schettini & Truccolo, 2009). Ainda há atividades portuárias, com intensa circulação de navios com cargas internacionais que podem vir a trazer espécies invasoras através da água de lastro como, por exemplo, o siri Charybdis hellerii (Tavares & Mendonça Jr., 2004), que foi identificado no estuário do rio Itajaí-Açu por Leite (2010). A circulação de navios, e também de outras embarcações, promove ainda a ressuspensão de sedimentos, efeito também observado durante o processo de dragagem. Em relação às dragagens, há registros da atividade no rio Itajaí-Açu desde 1895, no entanto, estas se tornaram mais frequentes e significativas após a década de 1960, com o incremento do comércio marítimo (Schettini, 2001). Atualmente há um programa de dragagem de manutenção permanente no baixo estuário, realizado por uma draga de injeção de água, com o intuito de manter o canal com profundidade adequada aos grandes navios que atracam nos portos de Itajaí e Navegantes (Branco et al., 2009b). Eventualmente são feitas dragagens de aprofundamento ou emergenciais para que os portos não fiquem parados, como ocorreu após a enchente de novembro de 2008, quando a profundidade do canal atingiu valores inferiores a 8 metros (Antunes, 2010; Leite, 2010). De fato, o Vale do Itajaí tem enfrentado enchentes que vêm ocorrendo há mais de um século (Antunes, 2010). A partir da década de 1920 tem aumentado o número de pequenas enchentes devido ao aumento da ocupação no Alto Vale do Itajaí e, para evitar alagamentos na região, foram realizadas obras de engenharia, como represas de contenção que foram projetadas a partir de 1957 (Porath, 2004). Além disso, são executadas no canal obras de engenharia para a manutenção dos portos, como a fixação do canal através de molhes e a dragagem (Branco et al., 2009b). Entretanto, mesmo após esses esforços, eventos extremos de enchente já foram registrados no Vale do Itajaí na década de 1980, favorecidos por um período de El Niño (Schettini & Truccolo, 7

19 2009), e mais recentemente, em 2008 e em 2011, resultados de pluviosidade acima da média (Leite, 2010). Entretanto, os efeitos desses eventos sobre os ecossistemas ainda precisam ser mais estudados, considerando os efeitos das mudanças climáticas globais que devem torná-los cada vez mais frequentes (IPCC, 2007). Na região Sul do Brasil já foram observadas importantes modificações no bentos em função de anos mais secos ou chuvosos (Bemvenuti & Colling, 2010; D Incao & Dumont, 2010). Entretanto, eventos extremos têm grande potencial para alterar a estrutura da epifauna bentônica, composta por peixes e invertebrados, dos quais se destacam os siris e camarões (Pillay & Perissinotto, 2008). Esses eventos afetam, inclusive, a resiliência destes organismos (Cardoso et al., 2008), e as enchentes que ocorreram no rio Itajaí-Açu podem ter tido um papel fundamental na estruturação atual do sistema bentônico estuarino. De fato, durante o evento de novembro de 2008, houve grandes mudanças na estrutura dos macrocrustáceos (siris e camarões) do estuário do rio Itajaí-Açu (Leite, 2010). Paralelamente, Antunes (2010) e Silva (2010) detectaram padrões parecidos nas associações de peixes e da macrofauna bentônica, respectivamente, para o mesmo estuário, sugerindo que os efeitos da enchente podem afetar todo o ecossistema. Frequentemente é difícil interpretar os efeitos de distúrbios nos estuários, uma vez que são ambientes bastante complexos; as dinâmicas físicas, químicas e geológicas podem interferir nos resultados e mascarar impactos da atividade humana no ecossistema estuarino. Por essa razão, estudos em estuários devem apresentar réplicas espaciais e temporais para que o impacto de uma perturbação seja realmente detectado (Dauvin et al., 2010). A enchente de novembro de 2008 foi responsável pela completa expulsão da cunha salina do estuário, resultando na alteração de todos os parâmetros físico-químicos que são responsáveis pela distribuição dos organismos nesses ambientes (Antunes, 2010; Leite, 2010). Schettini (2002) correlaciona a expulsão da cunha salina a ocasiões onde a descarga fluvial é superior a 1000m³/s. Em relação aos decápodos, no mês seguinte após o evento foi possível notar uma redução significativa na abundância e riqueza desses organismos, com recuperação gradativa dos mesmos nos meses seguintes (Leite, 2010). Entretanto, ainda não foi possível obter resultados totalmente conclusivos quanto aos efeitos da enchente sobre os distintos componentes da fauna do estuário do rio Itajaí-Açu devido ao pouco tempo amostral empregado pelos diversos autores (Antunes, 2010; Leite, 2010; Silva, 2010), que não abrangeu uma réplica temporal, ou seja, um novo período do ano, idêntico ao da enchente, porém sem o efeito da mesma. 8

20 O presente estudo visa identificar melhor tais efeitos a partir do uso de um programa amostral de mais longo prazo. 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo Geral Analisar os efeitos de perturbações naturais e antrópicas sobre a estrutura e a dinâmica das associações de crustáceos decápodos infralitorais do estuário do rio Itajaí- Açu, entre maio de 2008 e novembro de Objetivos específicos Descrever a composição quali-quantitativa das associações de crustáceos decápodos infralitorais no estuário do rio Itajaí-Açu, e verificar suas variações espaço-temporais; Analisar as variações espaço-temporais nos parâmetros físico-químicos desse estuário e determinar sua influência sobre a distribuição dos crustáceos decápodos infralitorais; Identificar possíveis efeitos dos eventos extremos de enchente de novembro de 2008 e setembro de 2011 sobre esses organismos; Identificar possíveis efeitos das dragagens de aprofundamento sobre esse mesmo grupo. 3. ÁREA DE ESTUDO A área de estudo compreende o baixo estuário do rio Itajaí-Açu, entre os municípios de Itajaí e Navegantes. Este estuário drena uma bacia de km², onde estão localizados dois portos que operam cargas internacionais e uma grande frota pesqueira (Medeiros, 2003). O rio Itajaí-Açu é responsável por cerca de 90% do aporte fluvial no estuário, sendo os outros 10% atribuídos ao rio Itajaí-Mirim (Schettini, 2002). A bacia do Itajaí-Açu é a maior da vertente atlântica do estado (Porath, 2004) e apresenta grande importância econômica para a região, devido aos Portos de Itajaí e Navegantes e a intensa atividade pesqueira (Schettini, 2001). O baixo estuário apresenta as margens densamente ocupadas, com a desembocadura fixada por molhes e guiacorrentes. O estuário é do tipo cunha salina altamente estratificado, afetado pelo regime 9

21 de micro maré (Schettini, 2002). Nesse aspecto, a principal forçante hidrodinâmica no estuário é a vazão do Rio Itajaí-Açu que, por sua vez, é bem variável ao longo do ano, com picos em fevereiro e outubro e menores valores em abril e dezembro (Schettini & Truccolo, 2009). Em períodos prolongados de baixa vazão a cunha salina pode penetrar até 30 km rio acima, além de desencadear eventos de hipoxia que, quando ocorrem, se desenvolvem principalmente entre a região mais baixa do médio estuário e a mais alta do baixo estuário (Delfim, 2009). Em contraposição, em eventos de vazão extrema, 4 a 5 vezes maior que o normal, a cunha salina pode ser totalmente expulsa do estuário (Schettini, 2002). Esse regime de circulação implica que praticamente todo, se não todo, o material proveniente na bacia de drenagem fica retido no estuário quando este está sob condições normais ou de baixa vazão (Schettini, 2001). O sedimento no estuário do Rio Itajaí-Açu varia em resposta a descarga fluvial, sendo, na maior parte do tempo, dominado pela fração de argila (Schettini, 2002). Segundo esse autor, a maior porcentagem do sedimento é de origem continental, entretanto, em períodos de baixa descarga pode ocorrer um aumento da entrada de areia fina de origem marinha. Quando a vazão é muito elevada, a porção de silte e argila diminui e pode ocorrer a predominância de areia. 4. MATERIAL E MÉTODOS 4.1. Desenho amostral Os pontos amostrais foram distribuídos desde a desembocadura, o ponto 1, até aproximadamente 10 km rio acima (ponto 6) (Tabela 1, Figura 1). Próximo à desembocadura está localizado o Saco da Fazenda, um ecossistema com menor circulação, porém, ligado diretamente ao rio Itajaí-Açu. O ponto 3 está na altura dos portos de Itajaí e Navegantes, responsáveis por intenso tráfego de grandes navios, e motivo pelo qual são necessárias dragagens periódicas. Os demais pontos estão mais afastados da área de influência dos portos, dos quais se pode destacar o ponto 5, próximo a desembocadura do rio Itajaí-Mirim (Figura 1). As coletas foram realizadas mensalmente no âmbito do projeto de monitoramento ambiental do Porto de Itajaí. Foram incluídos dados das coletas realizadas desde maio de 2008 até novembro de 2011 com arrastos em seis pontos amostrais entre a foz do rio e à montante da desembocadura do rio Itajaí-Mirim (Tabela 1, Figura 1). Não foi realizada coleta em setembro de 2009 devido a elevada vazão do 10

22 rio e excesso de chuvas na região. Também não foram efetuadas coletas nos meses de outubro e novembro de 2008, meses onde a vazão do rio foi muito elevada devido a um volume extremamente alto de precipitação (Figura 2), que resultou em uma grave enchente no final do mês de novembro no litoral catarinense. Tabela 1. Localização dos pontos de coleta no estuário do rio Itajaí-Açu (SC) entre maio de 2008 e novembro de Ponto Posição Geográfica Nome do Ponto Amostral Latitude (ºS) Longitude (ºW) 1 Foz Itajaí-Açu 26º54,783' 48º38,570' 2 Cepsul 26º54,554' 48º38,949' 3 Porto Itajaí 26º53,896' 48º40,013' 4 Pepsico 26º52,904' 48º40,117' 5 Desembocadura Itajaí-Mirim 26º53,189' 48º41,263' 6 Igreja 26º51,930' 48º41,449' Figura 1. Localização dos pontos de coleta no estuário do rio Itajaí-Açu (SC) entre maio de 2008 e novembro de Enchentes e Dragagens Durante os três anos e meio de estudo, duas enchentes de grandes proporções atingiram a região do Vale do Itajaí: a primeira em novembro de 2008 e a segunda em setembro de Esses eventos foram resultado de chuvas acima da média na região (Figura 2), o que ocasionou, consequentemente, o aumento da vazão do rio Itajaí-Açu (Figura 3). A enchente de novembro de 2008 gerou grandes prejuízos à região, inclusive ao Porto de Itajaí (Figura 4). 11

23 A Superintendência do Porto de Itajaí executa constantemente dragagens de manutenção no canal de acesso ao Porto de Itajaí e ao Porto de Navegantes (PORTONAVE) (Tabela 2). A dragagem de manutenção é realizada a cada quinze dias durante a maré vazante e foi realizada em dois períodos ao longo dos três anos e meio de estudo. No primeiro período a dragagem teve início em maio de 2008 e se estendeu até setembro de 2008, a segunda dragagem ocorreu de forma descontínua entre agosto de 2010 e fevereiro de 2011, sendo interrompida nos meses de novembro de 2010 e janeiro de Nas operações de manutenção foram utilizadas dragas que operam através do sistema de injeção de água, que promove a fluidificação dos sedimentos finos, principal constituinte do fundo (Schettini, 2002). Dragagens de aprofundamento também são realizadas no estuário, com o objetivo de aumentar a profundidade do calado do rio para facilitar a navegação de navios de grande porte. Porém essas dragagens podem ser de caráter emergencial, como a que ocorreu após a enchente de novembro de Esse evento extremo gerou o assoreamento do canal de navegação, e assim foi necessário aumentar a profundidade do canal para aproximadamente 10 m utilizando uma draga autotransportadora de arrasto (hopper) com descarga pelo fundo. Essa dragagem teve início em dezembro de 2008 e se estendeu de forma descontínua até julho de 2009 (Tabela 2). Ainda em 2009 começou um estudo para uma nova dragagem de aprofundamento no estuário com objetivo de aumentar a profundidade para 14m. Essa nova dragagem de aprofundamento iniciou no mês de março de 2011 e se estendeu até o termino deste estudo, sendo interrompida entre os meses de julho e setembro. Novamente foi utilizada uma draga autotransportadora de arrasto (hopper) com descarga pelo fundo e um total de aproximadamente 6 milhões de metros cúbicos de sedimento foi dragado (Porto de Itajaí, 2012). Dessa forma, o calendário amostral se encontra resumido na tabela 3, totalizando 40 campanhas amostrais, sendo 24 em meses com a ocorrência de dragagens no estuário. Durante 13 meses ocorreram dragagens de aprofundamento do canal, além da ocorrência de duas enchentes de grandes proporções durante o estudo (Tabela 3). A área onde ocorreram as dragagens é limitada à região de circulação dos grandes navios que atracam nos portos de Itajaí e Navegantes (Figura 5). Portanto, no presente estudo somente os pontos 1, 2 e 3 foram considerados com influência direta das dragagens, sendo o ponto 3 aquele mais próximo ao Porto de Itajaí, que está localizado a margem direita do rio Itajaí-Açu a aproximadamente 3 km da sua foz. Assim, em algumas 12

24 análises o estuário foi dividido em setores: A, pontos 1, 2 e 3 - dragagens; e B, pontos 4, 5 e 6 - a montante, sem dragagens. a jusante, com Figura 2. Precipitação mensal acumulada no município de Itajaí SC. A linha representa os valores registrados no período de maio de 2008 a novembro de A área cinza do gráfico as médias históricas para os meses de janeiro a dezembro considerando o período de janeiro de 1980 a março de Fonte: ARAÚJO, S. A. REIS, F. H. Relatório Climatológico. Estação meteorológica automática. Universidade do Vale do Itajaí. Itajaí- SC. Laboratório de Climatologia. Figura 3. Vazão diária do rio Itajaí-Açu entre abril de 2008 e dezembro de A linha representa a descarga média diária (m³/s) e os marcadores representam as datas em que houve coletas no estuário. 13

25 Figura 4. Danos causados pela enchente de novembro de 2008 sobre o berço de atracação do Porto de Itajaí. Fonte: Porto de Itajaí (2012). Tabela 2. Situação das atividades de dragagens no estuário do rio Itajaí-Açu entre maio de 2008 a novembro de * Observações da Saída de Campo. Período/ Mês Situação de Dragagens Maio até Setembro/ 2008 Dezembro/2008 até Julho/ 2009 Agosto até Outubro/ 2010 * Dezembro/ 2010 * Fevereiro /2011 * Novembro/ 2010 e Janeiro/ 2011 * Março/ 2011 Julho até final de Setembro/2011 Outubro/ 2011 Novembro/ 2011 Dezembro/ 2011 Dragagem de manutenção Dragagem de aprofundamento Dragagem de manutenção Dragagem de manutenção Dragagem de manutenção Interrupção da dragagem de manutenção Inicio da dragagem de aprofundamento Interrupção da dragagem de aprofundamento Reinício da dragagem de aprofundamento Dragagem de aprofundamento Término da dragagem de aprofundamento 14

26 Tabela 3. Calendário amostral indicando os meses onde foram coletadas amostras, em quais ocasiões ocorreram dragagens (manutenção e/ou aprofundamento) e períodos quando ocorreram enchentes e dragagens de aprofundamento do canal do Rio Itajaí-Açu. Mês Amostras Dragagem Evento MAI X X JUN X X JUL X X 2008 AGO X X SET X X OUT NOV ENCHENTE DEZ X X Aprofundamento do Canal JAN X X Aprofundamento do Canal FEV X X Aprofundamento do Canal MAR X X Aprofundamento do Canal ABR X X Aprofundamento do Canal MAI X X Aprofundamento do Canal 2009 JUN X X Aprofundamento do Canal JUL X X Aprofundamento do Canal AGO X SET OUT X NOV X DEZ X JAN X FEV X MAR X ABR X MAI X 2010 JUN X JUL X AGO X X SET X X OUT X X NOV X DEZ X X JAN X FEV X X MAR X X Aprofundamento do Canal ABR X X Aprofundamento do Canal MAI X X Aprofundamento do Canal 2011 JUN X X JUL X AGO X SET X ENCHENTE OUT X X Aprofundamento do Canal NOV X X Aprofundamento do Canal 15

27 Figura 5. Delimitação da área do canal de acesso ao Porto Organizado de Itajaí alvo da dragagem de aprofundamento e adequação- bacia de evolução, canal interno e canal externo. Fonte: AQUAPLAN (2009) Amostragens A obtenção das amostras foi realizada com uma embarcação motorizada tipo baleeira, com 10 metros de comprimento e motor de 45 Hp. Em cada estação e data foi realizado um arrasto de popa com uma rede de portas com malha de 20 mm no corpo e no ensacador, medidos entre nós opostos com a malha esticada. Os arrastos tiveram duração média de 5 ou de 10 minutos, e foram realizados em velocidade média de 2 nós. Os crustáceos foram separados do resto da captura em cada lance, acondicionados em sacos plásticos etiquetados e mantidos congelados em freezer até o processamento em laboratório. Em função de dificuldades operacionais como elevada quantidade de entulhos e do grande volume de material capturado, em certos lances foi necessário reduzir o tempo de arrasto e/ou quartear a captura ainda a bordo. Os tempos de arrasto efetivamente realizados e os volumes totais e quarteados das capturas foram anotados, e a partir daí os dados foram padronizados para números ou biomassa de indivíduos capturados por dez minutos de arrasto. 16

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