Desafios do Setor MineroMetalúrgico Impactos das crises hídrica e energética na mineração e siderurgia. Patrícia Boson tita@uaigiga.com.

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1 Desafios do Setor MineroMetalúrgico Impactos das crises hídrica e energética na mineração e siderurgia Patrícia Boson tita@uaigiga.com.br Outubro de 2015

2 CENÁRIO DA ESCASSEZ HÍDRICA

3 Fórum Econômico Mundial

4 ANOMILIA PLUVIOMÉTRICA

5 ANOMILIA PLUVIOMÉTRICA

6 ANOMILIA PLUVIOMÉTRICA

7 Rio Paranaiba Rio Doce Rio Jequitinhonha Rio Paraíba do Sul Rio Itapemirim e Outros Rio Pardo Rios São Mateus, Mucuri e Outros Rio São Francisco - Calha Rio Grande Rio das Velhas Rio Paracatu Rio Urucuia Rio Verde Grande Rio Carinhanha Alto São Francisco Precipitação Observada x Média Histórica (Out a Fev) Média histórica

8 Condições dos Principais Reservatórios do SIN

9 Condições dos Reservatórios da RMBH

10 Declaração de situação de escassez hídrica DN 49 de Março de Estabelece diretrizes e critérios gerais para a definição de situação crítica de escassez hídrica e estado de restrição de uso de recursos hídricos superficiais nas porções hidrográficas no Estado de Minas Gerais. I. Estado de Atenção: estado de vazão que antecede a situação crítica de escassez hídrica e seu Estado de Alerta, no qual não haverá restrição de uso para captações de água e o usuário de recursos hídricos deverá ficar atento para eventuais alterações do respectivo estado de vazões II. Estado de Alerta: estado de risco de escassez hídrica, que antecede ao estado de restrição de uso, caracterizado pelo período de tempo, em que o estado de vazão ou o estado de armazenamento dos reservatórios indicarem a adoção de ações de alerta para restrição de uso para captações de águas superficiais e no qual o usuário de recursos hídricos deverá tomar medidas de atenção e se atentar às eventuais alterações do respectivo estado de vazões

11 Declaração de situação de escassez hídrica III. Estado de Restrição de Uso: estado de escassez hídrica caracterizado pelo período de tempo em que o estado de vazão ou o estado de armazenamento dos reservatórios indicarem restrições do uso da água em uma porção hidrográfica Redução de 30% da vazão outorgada 16/1553-escassez-hidrica

12 Estado de Alerta Bacia do Rio Doce Sub-bacia do Piranga

13 Estado de Alerta Bacia do Rio Doce Sub-bacia do Piracicaba

14 Estado de Alerta Bacia do Rio Doce Sub-bacia do Santo Antônio

15 Estado de Alerta Bacia do Rio Grande Sub-bacia do Rio do Cervo

16 Estado de Atenção Bacia do Velhas

17 Estado de Atenção Bacia do Rio Doce Sub-bacia do Piracicaba

18 Estado de Atenção Bacia do Rio Paraíba do Sul Sub-bacia do Rio Preto

19 Estado de Atenção Bacia do Rio Paranaíba Sub-bacia do Rio Uberlândia

20 Estado de Atenção Bacia do Rio Paranaíba Sub-bacia do Quebra-Azol

21 Estado de Atenção Bacia do Rio Paranaíba Sub-bacia do Araguari

22 Estado de Atenção Bacia do Rio Grande

23 Estado de Atenção Bacia do Rio Paraopeba

24 Estado de Atenção Bacia do Rio Urucuia

25 Estado de Restrição Reservatório do Rio Manso Sistema Velhas/Paraopeba

26 Estado de Restrição Reservatório do Serra Azul Sistema Velhas/Paraopeba

27 Estado de Restrição Reservatório de Vargem das Flores Sistema Velhas/Paraopeba

28 Estado de Restrição Bacia do Rio das Velhas

29 Estado de Restrição Bacia do Rio Pará

30 Estado de Restrição Bacia do Rio Doce Sub-bacia do Suaçuí Grande

31 Estado de Restrição Bacia do Rio Jequitinhonha Sub-bacia do Araçuaí

32 REFLEXÕES SOBRE A CRISE HÍDRICA NO SUDESTE DO BRASIL

33 Na Região Sudeste a crise = condições climáticas ocasionais. Ocorrência de baixos índices pluviométricos com tempo de retorno raro. Nessa Região sempre teve e ainda tem potencial hídrico mais que satisfatório.

34 REGULAÇÃO DA GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS NO BRASIL TEMOS UM ARCABOUÇO LEGAL ROBUSTO?

35 Água & Saneamento Segurança alimentar Laser Dignidade Água & Manutenção dos Ecossistemas Biodiversidade Água e Floresta Recursos hídricos & Energia /Navegação Irrigação Produção/Transformação Segurança Nacional

36 REGULAÇÃO NACIONAL CONSTITUIÇÃO DE 1988 Água é bem público e de domínio dos Estados e da União LEI Nº9.433 DE 1997 Política Nacional de Recursos Hídricos PNRH. PNRH = avanço sobre a visão setorial de gestão Múltiplos usos da água Gestão descentralizada e compartilhada Diálogo entre governos, ONGs e setores usuários da água. SINGREH Conselho de Recursos Hídricos Comitês de Bacias Hidrográficas INSTRUMENTOS MODERNOS DE GESTÃO Planos Nacional, Estadual e de Bacia Outorga Cobrança Enquadramento Sistema de Informação

37 SITUAÇÃO DE IMPLANTAÇÃO COMITÊS DE BACIA PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS INTERESTADUAIS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS ESTADUAIS Fonte: Relatório conjuntura ANA 2014 l

38 SITUAÇÃO DE IMPLANTAÇÃO Evolução do cadastro Utilização do CNARH Outorgas em rios de domínio da União Fonte: Relatório conjuntura ANA 2014 l

39 SITUAÇÃO DE IMPLANTAÇÃO - COBRANÇA FÓRMULA BÁSICA Tipo de Uso PPU Valor (R$/m³) Captação de PPUcap 0,030 água superficial Lançamento PPUlanç 0,160 de carga orgânica Transposição de água PPUtransp 0,040

40 A CRISE NÃO É HÍDRICA, A CRISE É INSTITUCIONAL Foto: Pedro Motta

41 PRINCIPAIS CAUSAS RISCO DE DESABASTECIMENTO REGIÃO SUDESTE SANEAMENTO É PAUTA URGENTE NOSSOS MANANCIAIS SE TRANSFORMARAM EM ESGOTO NÃO SÃO MAIS RECURSOS HÍDRICOS INVESTIMENTO EM ETES

42 PRINCIPAIS CAUSAS RISCO DE DESABASTECIMENTO REGIÃO SUDESTE SANEAMENTO É PAUTA URGENTE PROGRAMAS ROBUSTOS DE CRÉDITO E FINANCIAMENTO FORTALECIMENTO DE PPP (revisão de marcos regulatórios para atração de investimento e consolidação das parcerias ) REGULARIZAÇÃO DO MERCADO DE REUSO DA ÁGUA MAIOR EFICIÊNCIA DAS CONCESSIONÁRIAS

43 PRINCIPAIS CAUSAS RISCO DE DESABASTECIMENTO REGIÃO SUDESTE INFRAESTRUTURA HÍDRICA/GESTÃO DA OFERTA GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS = GESTÃO DE DEMANDA (controles de uso/restrição/exigências de eficiência) + GESTÃO DE OFERTA (ausente) INVESTIMENTO EM OBRAS DE INFRAESTRUTURA HÍDRICA barragens para o armazenamento em épocas de elevados índices pluviométricos INFRAESTRUTURA NATURAL recuperação e proteção de nascentes de zonas de recarga

44 PRINCIPAIS CAUSAS RISCO DE DESABASTECIMENTO REGIÃO SUDESTE ÁGUA PRIORIDADE POLÍTICA E EMPRESARIAL ÁGUA É RECURSO HÍDRICO DOTADO DE VALOR ECONÔMICO E COMO TAL DEVE SER GERENCIADO DECISÕES DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DEVEM VIR ACOMPANHADAS DE VIABILIDADE HÍDRICA FORTALECIMENTO DO ÓRGÃO GESTOR DE RECURSOS CAPACITAÇÃO PARA A PARTICIPAÇÃO ADEQUADA DA NOS COMITÊS INTERESSE EMPRESARIAL PARA A PARTICIPAÇÃO NOS COLEGIADOS DO SISTEMA

45 INSEGURANÇA HÍDRICA E OS IMPACTO NA INDÚSTRIA

46 RISCOS DE DESABASTECIMENTO E IMPACTO NA INDÚSTRIA Riscos financeiros Riscos operacionais Riscos associados aos produtos Riscos de reputação e imagem Riscos regulatórios Riscos Energéticos Empresas sem programas eficazes para avaliar e gerir os seus usos de água e lançamentos são susceptíveis de enfrentar acesso restrito ao capital, taxas de empréstimo mais elevadas e redução nos prêmios de seguro Os custos de produção podem aumentar devido à diminuição da disponibilidade, qualidade e confiabilidade do fornecimento de água. Com clientes e consumidores cada vez mais preocupados com impactos ambientais, as empresas correm o risco de perder participação de mercado para concorrentes que ofereçam produtos com menores impactos ambientais. Conflitos de interesses nos quais o uso corporativo da água compete com as necessidades da comunidade local e ameaça à licença de operação da companhia. Risco para as empresas de novas taxas, regulamentos e processos legais onde o uso da água é visto como conflitante com o interesse público. Risco de racionamento ou apagão e de ainda de maior aumento nas tarifas e mais taxas Consulta Água Indústria -CNI/Gerencia Executiva de Meio Ambiente e Sustentabilidade

47 RISCOS DE DESABASTECIMENTO E IMPACTO NA INDÚSTRIA Instituições financeiras, fundos de investimentos, agências de classificação de risco, seguradoras, mercado de ações passam gradativamente a incorporar elementos de segurança hídrica em seu portfólio de avaliação de riscos Empresas com 500 ou mais empregados concentram-se no Estado de São Paulo, com 35,3%; em segundo lugar, estava Minas Gerais, com 10,2% Ambos estados com regiões de elevado risco de desabastecimento Consulta Água Indústria -CNI/Gerencia Executiva de Meio Ambiente e Sustentabilidade

48 RISCOS DE DESABASTECIMENTO E IMPACTO NA INDÚSTRIA

49 RISCOS DE DESABASTECIMENTO E IMPACTO NA INDÚSTRIA EM CASO DE ESCASSEZ HÍDRICA A PRIORIDADE É PARA O ABASTECIMENTO URBANO COM A CRESCENTE URBANIZAÇÃO, MUITAS DAS UNIDADES DE PRODUÇÃO ESTÃO LOCALIZADAS EM CENTROS URBANOS QUE COMPETEM O USO DA ÁGUA Consulta Água Indústria -CNI/Gerencia Executiva de Meio Ambiente e Sustentabilidade

50 CAMINHOS E SOLUÇÕES

51 CAMINHOS E SOLUÇÕES CRISE INSTITUCIONAL OU CRISE HÍDRICA O RESULTADO É INSEGURANÇA HÍDRICA REAL A DEMANDA É SEMPRE CRESCENTE País vive no momento cenário de desindustrialização mas é necessário avaliar cenário futuro de crescimento. GESTÃO DA DEMANDA VEIO PARA FICAR GESTÃO DA OFERTA É PAUTA EMERGENCIAL (começar hoje para ter amanhã).

52 CAMINHOS E SOLUÇÕES MUDANÇA DE PARADIGMA - Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável aponta algumas tendências de mudança de paradigmas Solução para a insegurança hídrica e fator de competitividade

53 CAMINHOS E SOLUÇÕES É PRECISO MEDIR GOTA A GOTA EM TODO O PROCESSO INDUSTRIAL

54 CAMINHOS E SOLUÇÕES Governança da Água/Plano de Contingenciamento

55 CAMINHOS E SOLUÇÕES Maior participação empresarial no Sistema Nacional e Estadual de Gestão de Recursos Hídricos Ser protagonista, Apropriar-se (apoiar os seus institutos, associações, federações profissionalizar a representação). A implementação da PNRH e seus instrumentos impacta diretamente o setor produtivo, notadamente em relação a: Limitação para alocação de água (outorgas de captação e de lançamento) Restrições locacionais via padrão de qualidade da água (enquadramento Aumento dos custos devido à cobrança pelo uso da água

56 CAMINHOS E SOLUÇÕES Participação Empresarial REDE DE RECURSOS HÍDRICOS DA CNI E REDE DA FIEMG Rede de Recursos Hídricos da Indústria, coordenada pela CNI, é uma inovadora sistemática de trabalho adotada para sensibilizar o setor, qualificar seu gerenciamento da água e mobilizar os representantes da indústria a participar dos colegiados de recursos hídricos.

57 CAMINHOS E SOLUÇÕES Participação Empresarial

58 CAMINHOS E SOLUÇÕES INOVAÇÃO/OPORTUNIDADE Eficiência Energética no Brasil energia elétrica é água Dessalinização - busca de processos ainda mais econômicos (tecnologia ainda cara) No processo industrial processos com utilização cada vez menor de água. Tecnologias poupadoras de água em edificações novo mercado Tecnologias/Produção de instrumentos de medição (hidrômetros/horímetros)

59 CAMINHOS E SOLUÇÕES REUSO O reuso e reciclagem na indústria são ferramentas de gestão fundamentais para a sustentabilidade da produção industrial 20% a 30% das indústrias já fazem reuso de água no país obtendo redução de consumo de até 80% (Cirra - Centro Internacional de Referência em Reuso de Água) Para elaborar um projeto de reutilização de água nos processos industriais é preciso conhecer todas as etapas de produção, quantidade e qualidade de água empregadas em cada um dos processos, para estabelecer quais as formas de reutilização serão viáveis.

60 CAMINHOS E SOLUÇÕES REUSO/OPORTUNIDADE A prática do reuso da água vem crescendo consideravelmente nas últimas décadas em todo o mundo Com reuso e água do mar, Israel produz um Cantareira ao ano Deixou de ser apenas uma fonte alternativa de água ambientalmente correta para se transformar num negócio lucrativo e pronto para ser aproveitado dentro do mercado de abastecimento tem demanda crescente suprimento garantido baixo custo tecnologia confiável O mercado é promissor, com muito a ser explorado

61 IMPEDIMENTOS CAMINHOS E SOLUÇÕES REUSO/OPORTUNIDADE As empresas de saneamento não se sentem pressionadas a fazer o uso racional da água, em parte, pela abundância de recursos hídricos no país, mas principalmente porque as perdas e o desperdício são subsidiados pelos modelos tarifários vigentes (Ivanildo Espanhol). Não é possível assegurar um crescimento sem a definição de um arcabouço normativo e legal (regulador mas incentivador) O Brasil é o país das normas anormais. Os órgãos controladores ainda não veem as normas como um instrumento de gestão e acabam implementando uma legislação conservativa, extremamente restritiva e não adaptada às condições técnicas, econômicas e culturais de onde ela será aplicada. (Ivanildo Espanhol).

62 CAMINHOS E SOLUÇÕES REUSO/AQUAPOLO Números adutora: 17 km de extensão área construída: 15 mil m² capacidade de armazenamento de água - Tanque de Reservação: 70 mil litros capacidade de produção: litros de água de reúso por segundo economia de água potável: 2,58 bilhões de litros por mês rede de distribuição: 3,6 km tempo de contrato: 41 anos (iniciando em 2012)

63 CAMINHOS E SOLUÇÕES REUSO/AQUAPOLO O Aquapolo é o maior empreendimento para a produção de água de reúso industrial na América do Sul, e quinto maior do planeta. Resultado de parceria entre a Odebrecht Ambiental e a SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), fornece por contrato 650 litros/segundo de água de reúso para o Polo Petroquímico da Região do ABC Paulista. Isso equivale ao abastecimento de uma cidade de 500 mil habitantes, como Santos, por exemplo. O investimento de R$ 364 milhões A implantação do projeto foi viabilizada pela Braskem, que consumirá 65% da capacidade do Aquapolo, o que equivale a 650 l/s Fornecer água de qualidade, adequada aos fins industriais e a preços competitivos (segurança hídrica para a produção)

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