REFLEXÕES SOBRE DISCUSSÃO DE GÊNERO NA SALA DE AULA
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1 eminário de Avaliação do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência UFGD/UEMS/PIBID REFLEXÕES SOBRE DISCUSSÃO DE GÊNERO NA SALA DE AULA Autor Átila Maria do Nascimento Corrêa Coautor 1 Tatiana Akemi de Lima TomizawaPinzan tatitomizawap@hotmail.com Coautor 2 Edith Palacio edith.palacio15@outlook.com Coautor 3 Suelen Duarte Nunes da Silva suelenduarte21@outlook.com Coautor 4 Valéria dos Santos Zanatta valeria.zanatta.vz@gmail.com Resumo: A intervenção feita na Escola Estadual Vilmar Vieria Mattos (Dourados-MS) teve como objetivo discutir os conceitos de gênerodentro da perspectiva de discussão sobre direitos humanos. Na oficina apresentamos a ideia de gênero como construída socialmente, isto é, o que é ser homem e mulher depende da sociedade que fazemos parte. Discutimos também quais os impactos dessas construções de gênero nas relações sociais e na produção de formas de violência homofóbica e transfóbica. Palavras-chave: Gênero; Gênero na escola; mídia;estereótipos.
2 1. Introdução A ação apresentada foi elaborada com as pibidianas do curso de Ciências Sociais, na Escola Estadual Vilmar Vieira Matos, no período do primeiro semestre de dois mil e dezessete. A proposta sugerida pela a coordenação do Pibid foio projeto Mídia e estereótipos raciais,de gênero e etnia, onde a sugestão era que fossem trabalhados esses três aspectos dentro da mídia. A escola Vilmar adotou o tema gênero. Para essa discussão inicialfoi selecionado um quadro do programa televisivo Fantástico, da Rede Globo,chamado Quem sou eu?.o quadro tem como tema principala discussão de identidade de gênero, onde traz dividido, em quatro episódios,histórias de pessoas transgêneros, através de uma narrativa paralela com o livro de Lewis Carroll Alice País das Maravilhas, fazendo alusão a jornada de autodescobrimento tanto da personagem do livro quanto dos entrevistados da série. O programa trouxe várias pessoas que iniciaram sua transição em momentos e circunstâncias diferentes da vida traçando um panorama que começa no primeiro episódio, com a infância, e vai até o ultimo com a vida adulta. Ao escolher o programa foram levados em consideração vários fatores como o horário em que era exibido e sua acessibilidade aos alunos, bem como se o programa era transmitido por uma emissora de canal aberto. Era importante que os alunos conhecessem o programa para que pudessem se inserir nos debates e durante as observações o grupo já tinha percebido que os alunos não só assistiam ao programa citado, mas como também já estavam comentando o quadro escolhido. A discussão sobre gênero com o apoio do programa se deu em primeiro momento para informar os alunose chamar a sua atenção para a diversidade, de forma que o debate sobre o tema é de suma importância, dessa maneira o grupo decidiu abranger na intervenção não só as temáticas abordadas no programa, mas também violência contra a mulher, ou ainda, o que é ser homem e mulher na nossa sociedade, onde foram discutidos os papéis de gênero presentes na nossa sociedade e a importância de se desconstruir esses estereótipos e preconceitos. Também foram
3 trabalhadas a violência homofóbica e transfóbica com o auxilio de dados do O Grupo Gay da Bahia (GGB), e seu relatório de , que mostrou que um gay é morto a cada 28 horas no país foram 312 assassinatos de pessoas sexualmente diversas em Para realização desta intervenção pedagógica foram utilizados conceitos aprendidos na disciplina de Sociologia e nas formações e leituras sobre gênero feitas no PIBID Ciências Sociais, que incluíram autoras como Judith Butler, Joan Scott e a leitura de materiais como o"caderno Escola sem Homofobia", o livro Gênero fora da caixa, do Instituto Sou da Paz, o Caderno Secad sobre gênero e diversidade sexual na escola: Reconhecer Diferenças e Superar preconceitos e livros como Gênero e Diversidade na Escola Formação de Professoras/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais que traz uma reflexão importantíssima de Mary Garcia Castro, pesquisadora da UNESCO falando sobre a educação cidadã e a formação de professores. Há que se estimular os professores [e professoras] para estarem alertas, para o exercício de uma educação por cidadanias e diversidade em cada contato, na sala de aula ou fora dela, em uma brigada vigilante anti-racista, anti-sexista, [anti-homofóbica] e de respeito aos direitos das crianças e jovens, tanto em ser, como em vir a ser; não permitindo a reprodução de piadas que estigmatizam, tratamento pejorativo (...). O racismo, o sexismo, [a homofobia], o adultismo que temos em nós se manifesta de forma sutil; não é necessariamente itencional e percebido, mas dói, é sofrido por quem os recebe, então são violências. E marca de forma indelével as vítimas que de alguma forma somos todos nós, mas sempre alguns, mais que os outros, mulheres, os negros, os mais jovens e os mais pobres (Castro, 2005). Com esse embasamento teórico a intervenção pedagógica na escola foi estruturada basicamente em três etapas: a primeira trouxemos a colaboração dos estudantes, dinamizando a aula com questionamentos sobre o que eles conheciam ou se deparavam com no que diz respeito aos preconceitos sobre atividades características como de menino ou menina, nas quais eles identificaram brinquedos, cores, brincadeiras. Elencamos suas falas no quadro negro como objetivo de identificar coisas e/ou atividades que representam concepções do masculino e feminino, como por exemplo: boneca para as meninas, carrinho para os meninos Na apresentação expositiva por meio de slides com imagens e falas dos participantes no quadro, dinamizamos com a sala questionamentos sobre experiências
4 vividas ou compartilhas dos próprios estudantes acerca do tema. Enfatizamos através infográficos e dados de pesquisas como os preconceitos e estereótipos acerca do gênero geram violências e refletem nos espaços, foi citado na intervenção como o bullying homofóbico colabora com evasão escolar, os dados apresentados foram oriundos do Caderno 8 publicado pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) Respostas do Setor de Educação ao Bullying Homofóbico onde: A porcentagem de alunos LGBT que reportaram bullying homofóbico é alta no Chile (68%), na Guatemala (53%), no México (61%) e no Peru (66%).30 No Brasil, mais de 40% dos homens gays relataram ter sido agredidos fisicamente enquanto estavam na escola. 1 Durante todo o processo de preparação do material até a intervenção pedagógica, através de nossas experiências cotidianas e o olhar como cientistas sociais, sabíamos dos desafios que nos esperavam. No sentido de que a sala de aula é polarizada, como múltiplas identidades e concepções pré-formadas dos estudantes, e como estamos inseridos em uma sociedade patriarcal, machista e homofóbica, as dificuldades seriam esperadas, principalmente quando se trata de uma temática como gênero e as discriminações sofridas principalmente pela comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). Na sala do primeiro EJA, havia uma estudante mulher transgênero, o que facilitou o debate e até mesmo a compreensão da turma acerca do tema. No terceiro EJA a recepção dos alunos acerca do tema foiboa, o que gerou um debate aberto na sala de aula. Os estudantes compartilharam suas experiências e como observavam construções de gênero no ambiente escolar e em casa, alguns alunos apresentaram resistência com o tema e pré-concepções principalmente acerca do que diz respeito aos transgêneros, mas como a maioria conhecia o quadro utilizado para a discussão foi possível levantar questionamentos importantes para que os mesmos pudessem continuar a reflexão e o debate após o termino da aula. O grupo acredita que todas as intervenções foram proveitosas de forma que apesar das dificuldades apresentadas ao se tratar dessa temática todas as salas participaram das 1 Dados disponíveis no caderno 8 Resposta do Setor de Educação ao bullying homofóbico publicado pela UNESCO (pg18)
5 discussões de forma ativa, apresentando seu ponto de vista e/ou experiências relacionadas ao tema, o que acreditamos que tenha aberto um espaço de discussão, reflexão e novos conhecimentos sobre o tema assim como gerou para o grupo durante todas as fases de elaboração do material. Abaixo o material utilizado na intervenção e fotos do trabalho realizado. Como citado anteriormente à escolha de trabalhar a temática via infográficos foi feita para dinamizar a discussão em sala, as imagens foram organizadas em um power point, de modo que os termos e dados sobre identidade de gênero quanto e sobre violência homofóbica e transfóbica ficassem bem ilustrados e de fácil compreensão, as imagens sobre o programa quem sou eu? Foram colocadas nos slides e tiveram como finalidade auxiliar na discussão sobre estereótipos de gênero e como era possível identificá-los no cotidiano e no programa em questão.
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7 Slides utilizados como material de intervenção pedagógica. Junho/2017
8 Fonte: Acervo PIBID Fonte: Acervo PIBID Fonte: Acervo PIBID Fonte: Acervo PIBID Fotos das atividades de intervenção pedagógica.julho/2017.
9 2. Agradecimentos Agradecemos ao do Apoio: Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) Brasil, Universidade Federal da Grande Dourados UFGD eescola Estadual Vilmar Viera Matos, onde sem o apoio e colaboração de tais instituições nosso trabalho não poderiam ter elaborado e concluído.
10 3. Referências - BUTLER, Judith. Entrevista: Judith Butler esclarece. Disponível em: - Quem sou eu. Programa Fantástico. Rede globo Disponível em: - CENTRO Latino Americano em Sexualidade e Direitos Humanos IMS/UERJ. Gênero e diversidade na escola: formação de professoras/es em gênero, orientação sexual e relações étnico-raciais. Livro de conteúdo. Rio de Janeiro: CEPESC, 2009; Brasília: SPM, GOELLNER, S. V. (2003). "A produção cultural do corpo". In: Goellner, S.V.; Louro, G. L. e Neckel, J. F. (orgs.). Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. Petrópolis, Vozes. - INSTITUTO Sou da Paz. Gênero fora da caixa: guia prático para educadores e educadores. Projeto Juventude, Gênero e Espaço Público. São Paulo: Instituto Sou da Paz, TOSCANO, M. (2000). Estereótipos sexuais na educação: um manual para o educador. Petrópolis, Vozes. - CASTRO, M.G., Gênero e Raça: desafios à escola. In: SANTANA, M.O. (Org) Lei /03 educação das relações étnico-raciais e para o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana na educação fundamental. Pasta de Texto da Professora e do Professor. Salvador: Prefeitura Municipal de Salvador, Resposta do Setor de Educação ao bullying homofóbico. Brasília: UNESCO, p. ISBN: Grupo Gay da Bahia (GGB) Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais no Brasil (LGBT) ASSASSINATO DE HOMOSSEXUAIS (LGBT) NO BRASIL: RELATÓRIO2013/2014 disponível em>> pdf>
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