Seminário de Avaliação do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência UFGD/UEMS/PIBID

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1 Seminário de Avaliação do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência UFGD/UEMS/PIBID MÍDIA E ESTEREÓTIPOS ÉTNICOS: RELATO DA OFICINA REALIZADA NO 2 º ANO DO ENSINO MÉDIO Autor Lara Telles Peres lara.tp@outlook.com Coautor 1 Natália de Souza Faria souzafariasnath@gmail.com Coautor 2 Natalli Aparecida de Souza Lescano natalli95@hotmail.com Professor Supervisor Valdinei Belarminio belarminovaldinei@yahoo.com.br Coordenadora de Área Aline Castilho Crespe alinecrespe@hotmail.com Resumo: O objetivo deste trabalho é apresentar o relato de experiência das intervenções realizadas através do subprojeto PIBID de sociologia, com o objetivo de realizar atividades nas escolas que se relacione a uma perspectiva de educação voltada para o reconhecimento e afirmação dos Direitos humanos. Tal perspectiva aparece na discussão de temas relacionados com educação, reconhecimento e afirmação dos Direitos Humanos. Neste relato apresentaremos a experiência de trabalho na Escola Estadual Presidente Tancredo Neves (Dourados-MS). Por meio dela trabalhamos sobre os estereótipos relativos à produção das identidades étnicas realizadas através de telenovelas exibidas na rede GLOBO de televisão nos anos O trabalho de pesquisa e levantamento bibliográfico foi realizado com uma equipe formada por seis pibidianas. Ao realizar as intervenções as estudantes se dividiram em dois grupos, realizando oficinas em séries diferentes. O objetivo deste trabalho é apresentar o resultado da oficina realizada na segunda série do ensino médio. Palavras-chave: Mídia; Estereótipos; Discriminação; Direitos Humanos; Educação;

2 1. Introdução O subprojeto PIBID em sociologia, coordenado pelos docentes Aline Castilho Crespe e Márcio Aguiar Mucedula, procurou trabalhar com os estudantes uma perspectiva de educação que tivesse em diálogo com os debates realizados no âmbito dos Direitos Humanos. As discussões realizadas aconteceram por meio de uma educação libertadora e procurou acompanhar a formação dos futuros profissionais da educação críticos aos processos históricos que constituem a sociedade. Aptos ao contribuir para o empoderamento de identidades e grupos subalternizados dentro de sala de aula, permitindo que os indivíduos se reconheçam enquanto sujeito de direitos, exercendo sua cidadania, contribuindo para uma sociedade brasileira democrática. Tal perspectiva aparece na discussão de temas relacionados com educação, reconhecimento e afirmação dos Direitos Humanos, trabalhando temas como, relações raciais, relações de gênero, temática indígena, cidadania e participação política, consumo e meio ambiente. Para a realização das oficinas nas escolas dividimos os temas, ficando cada grupo em uma escola para desenvolver um desses temas. O tema que desenvolvemos foi relativo a produção de estereótipos étnicos produzidos por meio de programas de televisão. A oficina MÍDIA E ESTEREÓTIPOS ÉTNICOS fundamenta-se em análises e levantamento de cenas sobre a representação indígena nas telenovelas da rede globo. Foram analisadas Uga-Uga (2000) e Alma Gêmea (2006). Para a compreensão dos alunos, foram trabalhados os conceitos de estereótipo e discriminação, trazendo para a sala de aula a reflexão de uma realidade muitas vezes vista como distante da sociedade local em que estão inseridos. No diálogo estabelecido após a exibição de cenas que confirmam a presença de estereótipos, os alunos se questionaram sobre o papel da representação indígena nas telenovelas, e como isso influência nas relações entre indígenas e não indígenas, trazendo à tona situações que vivenciam na cidade de Dourados, como exemplo, o local de trabalho em que a população indígena está presente. Deste modo as cenas foram tratadas como se fossem normais como de costume, ou seja, mais algumas cenas de Novelas do nosso cotidiano, assim ditas ou pensadas pelos alunos. As observações detalhadas de algumas partes das tramas elucidaram aos alunos de como é reproduzido os estereótipos acerca dos povos.

3 Após as apresentações das cenas foi aberto para a discussão e debates. Foi possível observar como a mídia e seu discurso hegemônico reforça os estereótipos e consequentemente agrava a discriminação sobre as populações indígenas presentes em Mato Grosso do Sul. A seguir, procuramos apresentar um pouco sobre esta experiência por meio da descrição da oficina, bem como, por meio da exposição de fotografias retiradas durante a realização da atividade.

4 2. Relato da Experiência Dividimos nosso grupo de pibidianas em dois, para participarmos das apresentações uma das outras sem que ficasse muito desgastante e disperso para as alunas. Sendo assim, um grupo ficou com o 2 ano C e outro com o 1 ano F, do ensino médio noturno, da rede pública estadual. Logo, a experiência que relatamos é do grupo responsável pelo 2 ano C. Apresentamos então nosso objetivo para com aquela intervenção em sala, deixandoos a vontade para contribuírem e participarem conosco. A seguir demos continuidade com trechos das novelas propostas e pausadamente estabelecendo um diálogo através do que eles viam nas imagens e a realidade presenciada por eles, por conta da opressão enfrentada por povos indígenas no estado de Mato Grosso do Sul, por ser o segundo estado com a maior população indígena no Brasil. Nem todas as alunas tinham um olhar sociológico para com os fatos mostrados na mídia, passando despercebida a reprodução de estereótipos e naturalização da discriminação. No debate realizado percebemos a ausência da temática indígena dentro das instituições deixando a desejar a perspectiva da leitura sociológica crítica de modo a desconstruir esses estereótipos e naturalização da descriminação, acabando por reforçar esses preconceitos.

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6 Concluímos então a importância da atuação do PIBID na formação de educadores orientados ao reconhecimento dos Direitos Humanos, e a atuação dos mesmos dentro do ambiente escolar, trabalhando de maneira interdisciplinar a valorização de identidades subalternizadas, permitindo aos sujeitos estigmatizados se reconhecerem enquanto sujeitos de direitos pertencentes ao processo histórico da formação da sociedade. Através dos debates em sala e oficina realizada, fora visto foi observado a importância dessas atividades para a desconstrução do preconceito e discriminação associado aos povos indígenas. Depois de realizado esta atividade, a previsão é a gente continue com as intervenções nas escolas, agora trabalhando com eles sobre os quarenta anos no estado do MS. Durante a comemoração dos quarenta anos do MS deverá ser realizado eventos em toda a rede de ensino estadual, por ser um marco histórico para o estado juntamente com centenário da reserva indígena da cidade de Dourados. Desse modo temos como proposito a produção de zines, de modo informativo e para proporcionar debates em conjunto com o projeto Cinedebate e a análise de músicas produzidas pelos próprios indígenas, dando visibilidade para uma realidade do Mato Grosso do Sul, de maneira em que possamos contribuir para a formação de um reconhecimento e a construção de um pensamento crítico em relação a história e ao contexto da região. 3. Agradecimentos Agradecemos o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) Brasil, Universidade Federal da Grande Dourados UFGD e Escola Estadual Presidente Tancredo de Almeida Neves. 4. Referências FANON, FRANTZ. Os condenados da terra. 2. Rio de Janeiro: Civilizacao Brasileira, p. CANDAU, Vera Maria. Educação em direitos humanos: principais desafios. Rio de Janeiro: (mimeo)