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1 Curitiba,Vol.2,nº2,jan.<jun.2014ISSN:2318<1028REVISTA(VERSALETE ESEPIERREMENARDESCREVESSEUMAGRAMÁTICA? WHAT)IF)PIERRE)MENARD)WROTE)A)GRAMMAR?) JoséBorgesNeto 1 RESUMO: O texto propõe que as gramáticas contemporâneas, e boa parte dos trabalhos dos linguistas, não conseguem se livrar da tradição e ficam reproduzindo o pensamento gramatical da antiguidade clássica. Nesse sentido, o trabalho de gramáticos e linguistas pode ser aproximado da tarefapierremenard,personagemdejorgeluísborges,quepretendiaescreveroquixote. Palavras<chave:filosofiadalinguística;PierreMenard;gramática. ABSTRACT:Thetextproposesthatcontemporarygrammars,andmuchoftheworkofthelinguists, failtogetridoftraditionandarereproducingthegrammaticalthoughtofclassicalantiquity.inthis sense, the work of grammarians and linguists can be approximated from Pierre Menard s task, a characterfromjorgeluisborges,whointendedtowritethequixote. Keywords:philosophyoflinguistics;PierreMenard;gramar. 1. JORGELUÍSBORGESEPIERREMENARD. O escritor argentino Jorge Luís Borges, dentre as inúmeras obras primas que produziu,escreveuumpequenocontochamadopierre)menard,)autor)del)quijote 2. OcontotratadoescritorPierreMenardedesuaobramaisimportante:oDom Quixote.ApropostadeMenardédeproduzirolivrodeCervantes,idênticoaooriginal, linhaporlinha,palavraporpalavra,sem,noentanto,copiá<lo.segundoonarradordo conto,menardnãoqueriaescreveroutroquixote,maspretendiaescrevero)quixote. 1 UFPR/UNIOESTE/CNPq. 2 Sirvo<medasObras)CompletasdeJorgeLuísBorges,volume1(BuenosAires:Emecé,1989).Oconto estánaspáginas444<450. BORGESNETO,J.EsePierreMenard

2 Curitiba,Vol.2,nº2,jan.<jun.2014ISSN:2318<1028REVISTA(VERSALETE JamaispensouemsimplesmentereproduzirolivrodeCervantes,nememescreverum novoquixote. OprimeiromodoqueimaginoudealcançarseuintentoeraodeserMiguelde Cervantes: [c]onhecer bem o espanhol, recuperar a fé católica, guerrear contra os mouros ou contra o turco, esquecer a história da Europa entre os anos de 1602 e Mas logo descartou esse método, considerando<o fácil demais. Segundo Menard, [s]er,)de)alguma)maneira,)cervantes)e)chegar)ao)quixote)lhe)pareceu)menos) árduo) ) por) conseguinte,) menos) interessante) ) que) seguir) sendo) Pierre) Menard) e) chegar)ao)quixote,)por)meio)das)experiências)de)pierre)menard. Aindasegundoonarrador,Menardnãoescreveuolivrotodo:aobradeMenard, tratadapelonarradorcomo talvez)a)mais)significativa)de)nosso)tempo,)consta)apenas) dos) capítulos) nono) e) trigésimo) oitavo) da) primeira) parte) do) Dom) Quixote) e) de) um) fragmento)do)capítulo)vinte)e)dois. Comodizoconto ÉumarevelaçãocotejaroDomQuixotedeMenardcomodeCervantes.Este,por exemplo,escreveu(domquixote,primeiraparte,capítulonono):...)a)verdade,)cuja)mãe)é)a)história,)êmula)do)tempo,)depósito)das)ações,)testemunha) do)passado,)exemplo)e)aviso)do)presente,)advertência)do)porvir.) Redigida no século dezessete, redigida pelo engenho leigo Cervantes, essa enumeração é um mero elogio retórico da história. Menard, em contrapartida, escreve:...)a)verdade,)cuja)mãe)é)a)história,)êmula)do)tempo,)depósito)das)ações,)testemunha) do)passado,)exemplo)e)aviso)do)presente,)advertência)do)porvir.) A história, mãe da verdade: a ideia é assombrosa. Menard, contemporâneo de WilliamJames,nãodefineahistóriacomoumaindagaçãodarealidade,mascomo suaorigem.averdadehistórica,paraele,nãoéoqueaconteceu;éoquejulgamos queaconteceu.ascláusulasfinais exemplo)e)aviso)do)presente,)advertência)do) porvir sãodescaradamentepragmáticas. Também é vívido o contraste entre os estilos. O estilo arcaizante de Menard estrangeiro,até padecedealgumaafetação.oquenãosedácomoprecursor, quemanejacomdesenvolturaoespanholcorrentedesuaépoca(borges,1989, p.449). 3 Astraduçõessãotodasdeminharesponsabilidade. BORGESNETO,J.EsePierreMenard

3 Curitiba,Vol.2,nº2,jan.<jun.2014ISSN:2318<1028REVISTA(VERSALETE Em suma, apesar de consistir, rigorosamente, do mesmo texto, o Quixote de Menardéoutraobra.Ascondiçõesdeprodução,comodizemosanalistasdodiscurso, fazemdomesmotextodoistextosdistintos.apropostadeescreveroquixotecomo obrainéditae,noentanto,fazeraescrituracoincidirpontualmentecomoquixotede Cervantesé,nomínimo,curiosa.E,decertopontodevista,éum achado genialde Borges. Mas,dequalquermaneira,trata<sedeumtextodeficção.Borgescriaoevento da produção do Quixote por Menard. Borges não quer descrever algo que eventualmentetenhaexistidonomundo,emboradisfarceissodizendoqueseutextoé apenas um comentário sobre um texto crítico que aborda as obras de um suposto PierreMenard. Quero,noentanto,abordarumconjuntodeobrasque semseremficcionais resultamdeumcomportamentosemelhanteaodemenard:faloaquidasgramáticas emgeraledeumbomnúmerodeestudoslinguísticosqueseconsideramcientíficos. 2.AGRAMÁTICAGRECO<LATINACOMOTEORIADASLÍNGUAS. Os filósofos gregos da antiguidade clássica tiveram a língua como um de seus objetosfavoritos:boapartedelesdisseramalgoàrespeitodalínguagrega,sobresua estruturaousobreseuuso.essesfilósofoscriaram,edesenvolveram,umateoriasobre aestruturadalínguagrega(conhecidacomo gramática )ecriaram,edesenvolveram, umateoriasobreousodalíngua(conhecidacomo retórica ). A teoria sobre a estrutura da língua não vou tratar aqui da retórica consistia no reconhecimento de que as línguas consistem de elementos atômicos (palavras) que são articulados para resultar em expressões maiores (orações). Cada palavra é a representação externa de uma ideia e cada oração é a representação externadeumpensamentocompleto. BORGESNETO,J.EsePierreMenard

4 Curitiba,Vol.2,nº2,jan.<jun.2014ISSN:2318<1028REVISTA(VERSALETE Aspalavrassãoagrupadasemclasses( partesdodiscurso ),nomaisdasvezes, àpartirdotipodeideiaquerepresentam.assim,teremospalavrasquerepresentam coisas(substâncias)epalavrasquerepresentamações(eventos):asprimeirasserão nomeseassegundasserãoverbos.algumaspalavrasrepresentamcoisas,masnãoas identificamdiretamente,masapenascomopessoasdodiscurso(ofalante,oouvintee oassunto):essaspalavrasserãopronomes.eassimpordiante. Ainda, como cada ideia pode sofrer detalhamentos, as palavras podem ser subclassificadas.porexemplo,asideiasrepresentadaspelosnomespodemserideias quetêmexistêncianomundomaterial(como pedra ou mesa )oupodemserideias abstratas (como educação ou liberdade ). Logo, teremos nomes concretos e abstratos. Da mesma forma, os nomes podem nomear entidades singulares (como Sócrates )ouconjuntosdeentidades(como cavalo ou mesa ),levandoàdistinção entrenomesprópriosenomescomuns 4. OestudodaspalavrasvairesultarnoqueconhecemoshojecomoMorfologiaeo estudodaspossibilidadescombinatóriasdaspalavrasnaconstituiçãodasoraçõesvai resultarnasintaxe.paraosfilósofosegramáticosgregosnadaháabaixodapalavra (excetoelementosnãosignificativos,comoassílabas)enadaháqueinteresseparaa gramática acima das orações (exceto os conjuntos de orações que constituem o discurso,objetodaretórica).nadahá,também,entreapalavraeaoração. Aspalavrassãoentendidas dopontodevistaformal comoconjuntosde formasalternativas.assim,aideiadeserhumanopodeserrepresentadapelapalavra homem,queapresentaduasformasalternativas:homemehomens.trata<sedeuma mesmapalavra(edeumamesmaideia)sóqueacrescidadeumaideiasecundáriade número:aformahomemcontémaideiaprincipaleaideiasecundáriadesingular;a forma homens contém a ideia principal e a ideia secundária de plural. A palavra menino se manifesta por uma de quatro formas alternativas: menino, menina, 4 Adistinçãoentrenomesprópriosecomunsfoipropostanoséc.IIIa.C.peloestóicoCrisipodeSolis. BORGESNETO,J.EsePierreMenard

5 Curitiba,Vol.2,nº2,jan.<jun.2014ISSN:2318<1028REVISTA(VERSALETE meninos e meninas. Ou seja, à ideia principal, acrescentam<se ideias secundárias de número e de gênero. A forma meninas, por exemplo, contém a ideia principal e as ideiassecundáriasdefemininoeplural. É importante destacar que essas formas alternativas são sempre formas alternativas de uma mesma palavra (e de uma mesma ideia acrescida de ideias secundárias).estemododeentenderaspalavrasrecebeu,modernamente,onomede modelo morfológico palavra<e<paradigma, em que o termo paradigma designa o conjuntodeformasalternativasdeumapalavra 5. As palavras, segundo os primeiros gramáticos, curvavam<se diante de alguns usos; flexionavam<se, segundo os gramáticos do latim. O termo flexão passou a ser usadoparaindicaraoposiçãoentreasformasalternativasdeumamesmapalavra. Aomesmotempo,osprimeirosgramáticosobservaramapossibilidadedeque criássemos novas palavras a partir de outras. Do verbo cantar, por exemplo, podemoscriar cantiga ou cantador (formasquenãopertencemaoparadigmade cantar );dapalavra menino podemoscriar meninice.aesteprocessodecriação denovaspalavras,chamaramderivação. A distinção entre flexão e derivação corresponde, então, à distinção entre as oposiçõesentreformasalternativasdeumamesmapalavra(flexão)eaoposiçãoentre duaspalavrasdistintas,umaprimitivaeumaderivada(derivação). 3.AGRAMÁTICAGRECO<LATINAEOSESTUDOSLINGUÍSTICOSCONTEMPORÂNEOS. ( Esta teoria morfológica está pronta já no século II e, desde lá, vem sendo reproduzidaporquasetodososgramáticos.tenhoabsolutacertezadequetodosos leitores que um dia estudaram com nossas gramáticas escolares reconheceram a teoria morfológica que apresentei acima: os nomes designam seres e os verbos 5 Ostermos palavra<e<paradigma e item<e<arranjo foramcunhadospelolinguistaamericano CharlesHockett(verHockett,1954). BORGESNETO,J.EsePierreMenard

6 Curitiba,Vol.2,nº2,jan.<jun.2014ISSN:2318<1028REVISTA(VERSALETE designam ações; as palavras se flexionam em gênero e número e temos palavras primitivasederivadas. A questão é que a distinção entre flexão e derivação, clara nas gramáticas da antiguidadeclássica,tornou<seumproblemaparaalinguísticacontemporânea. E tornou<se um problema porque, em primeiro lugar, a distinção foi naturalizada,istoé,deixoudeserumadistinçãoteórica(própriadeumateoriasobre as línguas a teoria da gramática clássica grega) e passou a ser considerada uma distinção do próprio objeto de estudos. Ao invés de pensar que algumas teorias reconhecem nas línguas fenômenos ditos, por elas, flexionais ou derivacionais, os linguistas agem como se as línguas, de fato, apresentassem fenômenos de flexão e fenômenosdederivação.emoutraspalavras,adistinçãooriginalmenteteóricapassou a ser empírica. Dessa forma, as línguas (ao menos línguas como o português, por exemplo)apresentam,inegavelmente,casosdeflexãoedederivação. Em segundo lugar, porque as teorias morfológicas contemporâneas não entendemmaisaslínguasdamesmaperspectivapelaqualosgramáticosclássicosas entendiam.istoé,asteoriasmodernasnãocompartilhamdosprincípiosteóricosda gramáticaclássica,masquerem(precisam)veraslínguasdamesmaformapelaqual eramvistasnaantiguidade.écomoseumquímicotentasserefazeratabelaperiódica doselementoslevandoemcontaoselementosbásicosdanaturezareconhecidospelos filósofosgregos:terra,ar,águaefogo. Eoqueacontece? Parte<se do princípio de que línguas como o português distinguem flexão de derivação e que é preciso estabelecer um critério suficientemente claro e eficiente parafazeradistinção.hámuitoscandidatosacritério.gonçalves(2011),porexemplo, analisa17(dezessete)critériosdiferenteseconsideratodosinadequados 6.Vouficar sócomumdeles:ocritériodavisibilidadesintática. 6 BorgesNeto(2012)trazumaresenhadolivrodeGonçalves. BORGESNETO,J.EsePierreMenard

7 Curitiba,Vol.2,nº2,jan.<jun.2014ISSN:2318<1028REVISTA(VERSALETE Estecritérioestabelecequeserãoconsideradasflexãoasalteraçõesdapalavra queprecisamservistaspelasintaxe.porexemplo,ogêneroeonúmerodosubstantivo são flexionais porque o processo sintático de concordância precisa ter acesso a eles paraestabeleceraconcordâncianominal(concordânciaentresubstantivoeadjetivo ousubstantivoeartigo,porexemplo).ograu,poroutrolado,nuncaestáenvolvidoem processossintáticose,portanto,nãoéflexional 7. Ocritériomepareceinteressante,namedidaemqueestabeleceumadistinção relevanteentrefenômenosresultantesdeprocessosapenasmorfológicosefenômenos resultantes de processos sintáticos. Ou seja, entre fenômenos que se dão exclusivamentenoníveldapalavraefenômenosquesedãoquandosearticulammais de uma palavra. Creio que uma teoria linguística poderia ter ganhos descritivos e explicativosseadotasseumcritériocomoesse. Mas,aoadotarostermosdagramáticaclássica(flexãoederivação),corre<seo riscode contrabandear paradentrodateoriamoderna,alémdostermos,asnoçõese osresultadosdescritivosassociadosaotermonateoriaantiga.particularmente,sea teoriaantigaestivernaturalizada. QuandolemosacríticafeitaporGonçalvesaocritériodavisibilidadesintática, temoscertezadequeo contrabando sedeuequeocritériofoidescaracterizado: Apesardedarcontademuitascategoriastradicionalmentecaracterizadascomo flexionais, o critério ora em exame não se mostra inteiramente adequado, em virtude de nem todos os aspectos da morfologia flexional serem diretamente relevantes para a sintaxe. Por exemplo, classes de conjugação e de declinação, embora consideradas flexionais pelo próprio Anderson (1985), independem da atuação de fatores sintáticos. De fato, nenhuma regra sintática é acionada para estabelecer que um verbo como tingir pertence à terceira conjugação; na verdadenãohácontextosintáticoquedetermineaconjugação(1ª,2ªou3ª)de umverbodalínguaportuguesa(gonçalves,2011,p.15). 7 Apesardeaspessoasdizerem concordoemgênero,númeroegrau,nãohá emnenhumalíngua queeuconheça concordânciadegrau. BORGESNETO,J.EsePierreMenard

8 Curitiba,Vol.2,nº2,jan.<jun.2014ISSN:2318<1028REVISTA(VERSALETE A crítica de Gonçalves ao critério da visibilidade sintática consiste em reconhecerqueemboradêcontademuitosfenômenostratadoscomoflexão(e/oude suaoposiçãoàderivação)pelagramáticatradicional,nãodácontadetodos.emoutras palavras,ocritérioestabelecenovosconceitosdeflexãoedederivação.aoinvésde acreditarnocritério suporqueavisibilidadesintáticatemconsequênciasteóricas relevantes Gonçalvesprefereabandonarocritérioporqueele)não)permite)chegar) aos)mesmos)resultados)a)que)a)gramática)tradicional)chegava. Énotávelcomoacríticadocritériotomacomopontodepartidaasnoçõesde flexão e derivação exatamente como estabelecidas pela gramática grega clássica. Gonçalvessabe,deantemão,oqueéeoquenãoéflexão certamenteapartirdeseu conhecimento da gramática tradicional independentemente do critério. E como essa noção está naturalizada, o critério só será adequado se o resultado de sua aplicaçãonateoriamorfológicacontemporâneacoincidircomoresultadodaaplicação nateoriatradicional. GonçalvesseassemelhaaPierreMenard:seutrabalhonãoéumareproduçãoou cópiadagramáticaclássica,masdevecoincidirpontualmentecomela. NãoqueroserinjustocomGonçalves.Suaposturanãoédiferentedaposturade 9 entre 10 linguistas que tratam de morfologia. Ao apontar esse problema em seu trabalho,dealgumamaneira,destacoaclarezadasanálisesassumidas:usogonçalves (2011)comoexemploporqueolivroéclaro.O erro apontadoémuitomaisgeraldo quegostaríamosdeadmitir. Algunsestruturalistas comoandrémartinet,porexemplo 8 abandonarama noção de palavra como unidade de análise e a substituíram pela noção de morfema (formassignificativasmenoresdoqueapalavra).omorfemapassaaseroelemento atômicoeaspalavraspassamaserentendidascomoarranjosdemorfemas.aoinvés de dizer que a palavra homem tem duas formas alternativas (homem e homens), 8 VerMartinet,1972. BORGESNETO,J.EsePierreMenard

9 Curitiba,Vol.2,nº2,jan.<jun.2014ISSN:2318<1028REVISTA(VERSALETE passa<se a dizer que as palavras homem e homens são constituídas por dois morfemas:umaraiz(homem)eummorfemadenúmero(<sparaoplurale parao singular) 9.Seguindoomesmoraciocínio,aspalavras menino, menina, meninos e meninas poderiamserrepresentadasnumatabelacomoaseguinte: RAIZ GÊNERO NÚMERO menin= <o 10 <a <s Paraosestruturalistas,umaabordagemcomoessatrazvantagensparaaanálise da estrutura das palavras ao evitar alguns problemas. No entanto, cria novos problemas.porexemplo,seapalavrapassaaserumarranjoparticulardemorfemas, menin+a+s e menin+o+,namedidaemquesãoarranjosdedistintosmorfemas, devemserentendidascomoduaspalavrasdiferentes(enãomaiscomoflexõesdeuma mesma palavra). Da mesma forma, os casos que eram tratados como derivação não podem mais ser distinguidos facilmente dos casos tratados como flexão. A palavra meninices seria analisada como menin+ice+s e a palavra menininhas como menin+inh+a+s.ouseja,adistinçãoflexão/derivaçãodesaparece 11. Mas,nossoPierreMenardgramáticonãopodedeixarissoassim.Osfenômenos de flexão e derivação naturalizados devem subsistir. E, em consequência, os 9 é símbolo para a ausência de sinal (zero). A ideia é que a ausência de sinal também pode ser significativa.porexemplo,seocarroquevainaminhafrenteacendeasetadadireita,euseiqueele vaiviraràdireita;senãoacendenenhumaseta,euseiqueelevaiemfrente.emtermosideais(os motoristas nem sempre agem assim, infelizmente), a ausência de seta é tão significativa quanto a presençadesetaàdireitaouàesquerda. 10 Háumdebatesobreanaturezadomorfemademasculino:paraalgunslinguistaseletambéméum zero(o <o seriaumavogaltemática);paraoutros,assimcomoparaosensocomum,eleseriaum o emoposiçãoao adefeminino.vouignoraressedebateaqui. 11 Essenovomododeentenderamorfologia,quesecontrapõeaomodelo palavra<e<paradigma,é conhecidocomomodelomorfológico item<e<arranjo. BORGESNETO,J.EsePierreMenard

10 Curitiba,Vol.2,nº2,jan.<jun.2014ISSN:2318<1028REVISTA(VERSALETE gramáticos passam a estipular 12 que alguns morfemas (gênero e número, por exemplo) são flexionais enquanto outros (grau e casos como o de ice) são derivacionais. Onotáveléqueoqueeraflexãonateoriadagramáticagregaclássicacontinua flexão e o que era derivação continua derivação, apesar da teoria morfológica estruturalistaserradicalmentedistintadateoriaclássica. PierreMenardconseguenovamentefazercoincidirsuaobracomadeCervantes. Embora estejam aparentemente dizendo coisas distintas, o resultado descritivo da morfologia estruturalista é exatamente o mesmo que se obteria com a gramática tradicional. Pior do que o que vemos em Gonçalves (2011) ou o que encontramos nos trabalhos dos estruturalistas é o que podemos ver em algumas gramáticas. Na Gramática)da)Língua)PortuguesadeCelsoCunha(1983) 13 temosaseguintepassagem: As)desinências)são)morfemas)flexionais)ou)flexivos)que)servem)para)indicar:) a)))...) b))nos)verbos,)o)número)(singular)ou)plural))e)a)pessoa)(1.ª,)2.ª,)ou)3.ª).) )(...)) Os)morfemas)gramaticais)chamados)morfemas)derivacionais)correspondem)ao)que) tradicionalmente)se)conhece)pelo)nome)de)afixos.) (...)) Os) sufixos,) como) as) desinências,) unem]se) à) parte) final) do) radical.) Mas,) enquanto) estas) caracterizam) apenas) o) gênero,) o) número) ou) a) pessoa) da) palavra,) os) sufixos) podem)ter)dois)valores)distintos:) a))um)flexional,)quando)exprimem)a)categoria)de)tempo)e)modo,)ou)caracterizam) uma)forma)nominal)do)verbo;) b)) outro) derivacional,) quando) alteram) substancialmente) o) sentido) ou) a) classe) do) radical)a)que)se)juntam)(cunha,1983,p.91<92). ParaCunha,teríamosnosverbosmorfemas)flexionais(desinências)emorfemas) derivacionais,quecorresponderiamaoquetradicionalmentesechamadeafixos.sem 12 A estipulação é uma decisão arbitrária, sem fundamentação empírica, feita pelos linguistas para acomodardeterminadosfatosaumapropostateóricaprecedente. 13 ComonomedeGramática)de)Base,essagramáticafoidistribuídaatodasasescolasnoBrasil. BORGESNETO,J.EsePierreMenard

11 Curitiba,Vol.2,nº2,jan.<jun.2014ISSN:2318<1028REVISTA(VERSALETE apresentarnenhumajustificativaplausível(alémdamudançadaclassedapalavraou deumavaga mudançasubstancialdesentido 14 ),Cunhaaindasubclassificaossufixos comoflexionaisederivacionais.cunhanãonosdizquaisseriamos valoresdistintos que os sufixos apresentam. Seu critério suponho está baseado no papel que teriam no interior do velho modelo palavra<e<paradigma : serão)afixos)flexionais)os) afixos)que)eram)tradicionalmente)tratados)como)desinências.aconfusãocausadapela classificaçãodecunhaébrutal. Eu poderia levantar inúmeros outros exemplos na morfologia, na sintaxe e na fonologia.mas,seriaapenasparareforçaroargumento.oquetemosnasgramáticas escolares e em boa parte dos trabalhos de linguistas são tentativas de dizer exatamenteoqueosprimeirosgramáticosdisseramhádoismilanosatrás. Em princípio, não há nenhum problema em reconhecer que os velhos gramáticos gregos estavam certos e que suas noções e análises eram precisas e adequadas.parece,noentanto,queseelesestavamcertosnãoprecisaríamosdenovas teorias morfológicas ou sintáticas poderíamos continuar fazendo a velha e boa gramáticatradicional.seriatambémsurpreendentequeosvelhosfilósofosgregossó tivessem acertado nas coisas que disseram sobre a estrutura das línguas, já que na física, na química, na medicina, na biologia e mesmo na lógica, suas teorias, e os resultadosdesuasteorias,jáforamrevistashámuitotempo. 4.CONCLUSÃO:OMENARDDOQUIXOTEVERSUSOMENARDGRAMÁTICO. ( Pierre Menard queria escrever um Quixote que reproduzisse letra a letra o QuixotedeCervantes,masquefosse dadasasdistintascondiçõesdeprodução umaobrainédita.enunciandoomesmotexto,menardpretendiadizeralgonovo. 14 Quem, hoje, diria que a mudança de gênero entre menino e menina não traz uma alteração substancialdesentido?issonoslevariaaconsiderarogênerocomoumsufixoderivacional? BORGESNETO,J.EsePierreMenard

12 Curitiba,Vol.2,nº2,jan.<jun.2014ISSN:2318<1028REVISTA(VERSALETE OMenardgramático,poroutrolado,buscanovostextos novasnoções,novas relações,novafundamentaçãocientífica masprocura,comseusnovostextos,dizer exatamenteoquediziamosantigos.enunciandoumnovotexto,omenardgramático estáreproduzindooquediziaotextoantigo.omenardgramáticoadaptaascondições deproduçãoparaqueseunovotextosignifiqueexatamenteoqueotextoantecedente significava. Eessaatitudeé,certamente,umimensoempecilhoparaodesenvolvimentodos estudoslinguísticos. REFERÊNCIAS BORGESNETO, J. Flexão e Derivação: será que os tratamentos dados a esta distinção não adotam umaperspectiva eniaesada?.cadernos)de)estudos)linguísticos.54(2).unicamp,2012.p.307<317. BORGES,JorgeLuis.Obras)completas.BuenosAires:Emecé,1989. CUNHA,C.F.Gramática)da)Língua)Portuguesa.9ed.RiodeJaneiro:MEC<FAE,1983. GONÇALVES, C. A. Iniciação) aos) estudos) morfológicos:) flexão e derivação em português. São Paulo: Contexto,2011. HOCKETT,C.F.Twomodelsofgrammaticaldescription.Word,10,1954,p.210<254. MARTINET,A.Elementos)de)Linguística)Geral.4ed.Lisboa:SádaCosta,1972. BORGESNETO,J.EsePierreMenard

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