EXTENSIVO PRIMA/EXTENSIVO PLENO PRIMA 2 SEMESTRE Disciplina: Direito Comercial Aula: 04 Prof.: Elisabete Vido Data: 09/09/2008
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- Natália Klettenberg Ferrão
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1 Material de apoio: 1. Material disponibilizado pela Professora - Questões sobre a aula Artigo relacionado à aula Arrendamento Mercantil (Leasing) p Artigo relacionado à aula Do contrato de franquia p. 08. TRF 43ª Assinalar a alternativa correta. I. No contrato de leasing financeiro, a fixação do modo de apurar o valor residual é clausula essencial no contrato,... II... trata-se de clausula assecurativa do direito do arrendador de reintegrar-se na posse do bem arrendado em caso de inadimplemento do contrato. a) as duas assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. b) A primeira assertiva é verdadeira e a segunda é falsa*** c) A segunda assertiva é verdadeira e a primeira é falsa. d) As duas assertivas são falsas AGU Julgue o item a seguir: - Pode ser objeto do contrato de leasing o bem móvel ou imóvel de produção nacional, bem, como os de produção estrangeira, desde que estes sejam autorizados pelo Conselho Monetário Nacional C Procurador do DF Bimax Reproduções Fotográficas Ltda., fabricante de máquinas fotocopiadoras, firmou contrato de arrendamento mercantil com Batista Advogados Associados, sociedade simples prestadora de serviços advocatícios. A arrendadora se comprometeu a fornecer as maquinas fotocopiadoras, bem como a prestar assistência técnica especializada. Considerando a situação hipotética, julgue os item subseqüentes, quanto à disciplina do contrato de arrendamento mercantil ( leasing). - Na hipótese em apreço, a vença jurídica firmada entre as partes constitui contrato de leasing financeiro. E - O valor das parcelas a serem solvidas por Batista Advogados Associados não pode ultrapassar 75% do custo do bem objeto do contrato de leasing. C Leasing/ Comissão/ Alienação Magistratura DF Analise as proposições abaixo e, após assinale a assertiva correta: I A previsão da antecipação do valor residual garantido, não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil ( leasing) II Na comissão del credere, o comissário é obrigado a indenizar o comitente na hipótese de inadimplência ou insolvência do terceiro com quem contratou. III A purga da mora, na hipótese de alienação fiduciária, deve ser realizada segundo os valores apresentados pelo credor na inicial. IV No contrato de comissão, uma das partes se obriga a praticar atos em nome e por conta de outra. a) todas as proposições são verdadeiras. - 1
2 b) todas as proposições são falsas. c) apenas uma das proposições é verdadeira. d) Apenas uma das proposições é falsa. *** Franquia Magistratura DF Julgue as proposições seguintes acerca do contrato de franquia empresarial, assinalando, após a alternativa correta: I O contrato de franquia ( franchising) resulta da conjugação de dois outros contratos empresariais: a licença de uso da patente e a prestação de serviços de organização da empresa. F II A venda de produtos, do franqueador para o franqueado, não é requisito essencial da franquia, mesmo sendo comercial. III A lei brasileira, sobre franquias, não confere tipicidade ao contrato, uma vez que não define direitos e deveres dos contratantes, mas apenas obriga os empresários que pretendem franquear seu negócio a expor, anteriormente à conclusão do acordo, aos interessados algumas informações essenciais. IV A circular de Oferta de Franquia- COF, instrumento fundamental para a formação válida do vínculo entre franqueador e franqueado, introduzido no direito brasileiro pela Lei 8955/94, deve apresentar o conteúdo exigido pela lei, conter somente informações verídicas e ser entregue ao interessado em aderir ao sistema, com a antecedência mínima de 10 dias, sob pena de anulabilidade do contrato que vier a ser firmado, devolução de todos os valores pagos a título de taxa de filiação e royalties, além de indenização. a) todas as proposições são verdadeiras. b) todas as proposições são falsas. c) apenas uma das proposições é verdadeira. d) Apenas uma das proposições é falsa. *** Magistratura GO Franquia é : a) Distribuição de produtos com exclusividade. b) Licenciamento e organização empresarial*** c) Sucursal de uma marca sem exclusividade d) Representação e agenciamento empresarial Magistratura SP- 179 A circular de oferta de franquia: a) Somente será entregue se o candidato a franqueado firmar compromisso de confidencialidade das condições que estão sendo negociadas para o futuro e possível contrato de franquia. b) Deve ficar à disposição do franqueado, que poderá solicitá-la mediante o pagamento de uma taxa não superior a 10% da taxa a ser exigida na assinatura do contrato de franquia. c) É condição necessária para a plena eficácia do contrato de franquia e deverá ser entregue ao franqueado no mínimo 10 dias antes de sua assinatura ou, ainda, do pagamento de qualquer tipo de taxa ao franqueador. **** d) Á condição necessária para a plena eficácia do contrato de franquia e deverá integrar, como anexo, o mencionado contrato. - 2
3 ARRENDAMENTO MERCANTIL (LEASING) Fonte: O Conselho Monetário Nacional, através da Resolução nº 2.309, de , disciplina as operações de arrendamento mercantil com o tratamento tributário instituído pela Lei nº 6.099, de 12 set. 1974, alterada pela Lei nº 7.132, de 26 out A Resolução nº 351, de 17 nov. 1975, regulou pela primeira vez essas operações. O arrendamento mercantil é uma operação na qual a arrendadora adquire bens de terceiros e entrega esses bens à arrendatária, para fins de uso em sua atividade econômica, mediante o pagamento de contraprestações e com opção de compra ou renovação do contrato ou, ainda, a devolução dos bens. A arrendadora também pode adquirir bens de propriedade da própria arrendatária e entregála para uso, caso configurativo do lease back. A arrendadora tem a titularidade ou a propriedade dos bens, os quais integram o seu ativo imobilizado. A arrendatária detém a posse dos bens e, findo o prazo da operação, no caso de não optar pela compra dos bens ou renovar o contrato, obriga-se a devolver os bens nas condições pelas quais lhes foram entregues, salvo a depreciação pela utilização. O tratamento tributário previsto na Lei nº 6.099, alterada pela Lei nº 7.132,, incorporado ao artigo 356 do Decreto nº 3.000/99 (RIR), prescreve: I) a arrendadora tem a faculdade de registrar como despesa operacional o valor da quota de depreciação mensal dos bens, à taxa autorizada pela legislação tributária; II) a arrendatária tem a faculdade de registrar como despesa operacional o valor das contraprestações mensais (composta da quota de depreciação, da remuneração da arrendadora e outros encargos). Uma das grandes vantagens do arrendamento mercantil para as empresas é o benefício fiscal introduzido pela Portaria MF nº 113, de 29 fev. 1988, a qual permite acelerar em 30% a depreciação dos bens, ou seja, permite reduzir em 70% a vida útil normal dos bens. O preço do exercício da opção de compra à arrendatária corresponde, na prática, ao valor residual dos bens no ativo imobilizado da arrendadora (o valor residual resulta do valor de aquisição dos bens, deduzidas as quotas de depreciação mensal acumuladas). Mas esse preço pode ser: 1) livremente pactuado, o qual pode ser o valor de mercado (arrendamento mercantil financeiro); 2) o valor de mercado, em caráter obrigatório (arrendamento mercantil operacional). - 3
4 A fim de garantir a liquidez da operação, é praxe de mercado, alicerçada na alínea a, inciso VII, do artigo 7º do Regulamento anexo à Resolução nº 2.309, a arrendadora exigir da arrendatária a diluição do valor residual em parcelas (antecipação do valor residual), a serem pagas juntamente com as contraprestações, de maneira que, ao final do contrato, a arrendatária tenha desembolsado o preço do exercício da opção de compra. Na arrendadora, a antecipação do valor residual constitui passivo (crédito em nome da arrendatária); na arrendatária, constitui ativo (débito em nome da arrendadora) e, como tal, esses valores não podem ser deduzidos como despesa operacional. Para não restar valor residual em operação de arrendamento mercantil, o prazo da operação tem de cobrir toda a vida útil dos bens, a fim de permitir a depreciação total desses bens. A legislação do IR define em 60 meses a vida útil de automóveis para transporte de pessoas, e o benefício fiscal da Portaria MF nº 113 reduz essa vida útil para 42 meses. O prazo da operação, para inexistir valor residual a ser pago pela arrendatária, é, portanto, 42 meses. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou legal a cobrança do VRG por decisão de 07.maio.2003 de sua Corte Especial (RESP nº ). A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil, reza a Súmula 293 do STJ. As sociedades de arrendamento mercantil, além dos recursos próprios, utilizam como fontes principais de recursos os empréstimos contraídos no exterior e a colocação de debêntures de emissão pública ou particular e de notas promissórias destinadas à oferta pública. A Resolução nº 3.175, de 19.fev.2004, do CMN, faculta a pactuação da cláusula de variação cambial nos contratos de arrendamento mercantil de bens cuja aquisição tenha sido efetuada com recursos provenientes de empréstimos contraídos direta ou indiretamente no exterior. As operações de arrendamento mercantil não se sujeitam ao pagamento do ICMS, mesmo na hipótese de venda dos bens pela arrendadora em decorrência do exercício da opção de compra pela arrendatária. Mas a arrendatária pode registrar o crédito do ICMS no recebimento de bens a título de arrendamento mercantil, de acordo com a Lei Complementar nº 87, de 13 set. 1996, e Convênio ICMS nº 4, de 03 fev A Lei Complementar nº 56, de 15 dez. 1987, incluiu o arrendamento mercantil na lista dos serviços sujeitos ao pagamento do ISS, prevista no artigo 8º do Decreto-Lei nº 406, de 31 dez Arrendamento mercantil ( leasing) é, de acordo com a Lei nº de 26 out..1983, artigo primeiro, parágrafo único: Considera-se arrendamento mercantil, para os efeitos desta lei, o negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso próprio desta. - 4
5 Lease-back é uma operação de arrendamento mercantil que tem por objeto bens que estavam no ativo permanente do arrendatário, que os vendeu para a empresa de leasing e, em seguida, arrendou; ou seja, o arrendatário é o próprio fornecedor dos bens. Pela Resolução nº do Banco Central do Brasil (BCB), essa modalidade somente está disponível para arrendatários pessoas jurídicas. O arrendamento mercantil financeiro é a operação de arrendamento mercantil que transfere ao arrendatário substancialmente todos os riscos inerentes ao uso do bem arrendado, como obsolescência tecnológica, desgastes, etc. Conforme dispõe a Resolução nº do BCB, artigo 5º: Considera-se arrendamento mercantil financeiro a modalidade em que: I as contraprestações e demais pagamentos previstos no contrato, devidos pela arrendatária, sejam normalmente suficientes para que a arrendadora recupere o custo do bem arrendado durante o prazo contratual da operação e, adicionalmente, obtenha um retorno sobre os recursos investidos; II as despesas de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos à operacionalidade do bem arrendado sejam de responsabilidade da arrendatária; III o preço para o exercício da opção de compra seja livremente pactuado, podendo ser, inclusive, o valor de mercado do bem arrendado. Considera-se arrendamento mercantil operacional a modalidade em que: I as contraprestações a serem pagas pela arrendatária contemplam o custo de arrendamento do bem e os serviços inerentes a sua colocação à disposição da arrendatária, não podendo o valor presente dos pagamentos ultrapassar 90% do custo do bem; II o prazo contratual seja inferior a 75% do prazo de vida útil econômica do bem; III o preço para o exercício da opção de compra seja o valor de mercado do bem arrendado; IV não haja previsão de pagamento de valor residual garantido. O artigo 8º da Resolução do BCB dispõe: Os contratos devem estabelecer os seguintes prazos mínimos de arrendamento: I Para o arrendamento mercantil financeiro: 2 anos, quando se tratar de arrendamento de bens com vida útil igual ou inferior a 5 anos; 3 anos, para o arrendamento de outros bens; II Para o arrendamento mercantil operacional, 90 dias. Pessoas jurídicas e pessoas físicas têm o mesmo prazo. Opção de compra é o direito assegurado ao arrendatário de, no final do contrato, adquirir o bem pelo valor residual, que será o previamente pactuado ou o de mercado, se o contrato assim dispuser. Para exercer esse direito, o arrendatário deverá ter cumprido corretamente as obrigações contratuais. Valor Residual Garantido (VRG) é o preço contratualmente estipulado para exercício da opção de compra, ou valor contratualmente garantido pela arrendatária como mínimo que será recebido pela arrendadora na venda a terceiros do bem arrendado, na hipótese de não ser exercida a opção de compra. - 5
6 O contrato de arrendamento mercantil não é passível de arrependimento antes do seu termo final, nem por parte da arrendadora, nem do arrendatário. A devolução do bem somente pode dar-se nesse termo, caso o arrendatário não opte nem por adquiri-lo, nem por renovar o arrendamento. Nos últimos 20 anos, as operações de leasing têm ajudado o crescimento do Paquistão, pois estudiosos islâmicos acreditam que a taxa mensal, embora fixa, é o pagamento de aluguel do ativo, avaliou Farhan Bolchart, do Financial Times. Segundo o Islamismo, Alá permitiu o comércio e proibiu os juros, diz Bolchart, o qual observou: O corão, livro sagrado do islã, revelado ao profeta Maomé há mais de anos, fala claramente contra o riba o juro pré-fixado. Duas discussões envolvem a cobrança do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) sobre as operações de leasing : 1ª) a competência do legislador municipal para exigir a tributação com base no artigo 156, III, da CF (o leasing não se caracterizaria como prestação de serviços, ou seja, como uma obrigação de fazer, mas sim como uma obrigação de dar); 2ª) o local da incidência do imposto, uma vez admitida a competência municipal. O STF declarou inconstitucional a exigência de ISS sobre a locação de bens móveis (RE nº ) exatamente pela falta de identificação do negócio como prestação de serviços ou como obrigação de fazer; a identificação do negócio é como obrigação de dar, explica Luiz Carlos Sturzenegger, advogado (DCI, São Paulo, 13 abr. 2006, Legislação, p. A4). O STJ, por sua Primeira Turma, começou a julgar em 20 abr o processo Resp , por meio do qual reexaminará a legalidade da exigência do ISS nas operações de leasing com base na lista de serviços do Decreto-Lei 406, de A Súmula 138 do STJ, em vigência, autoriza a cobrança do ISS nas operações de arrendamento mercantil de coisas móveis. Para o TJ-RS não incide o ISS nessas operações. A Súmula nº 138 do STJ autoriza a cobrança do ISS pelos municípios nas operações de arrendamento mercantil de coisas móveis. Mas o STF declarou inconstitucional a exigência de ISS sobre a locação de bens móveis no RE nº , entendida como obrigação de dar e não como prestação de serviços ou como obrigação de fazer. Alguns Tribunais de Justiça, como o TJ-RS e o TJ-SC, já se manifestam contra a incidência de ISS nas operações de arrendamento mercantil, e o STJ já deixa de aplicar a Súmula nº 138. Em 15 ago. 2006, a Primeira Turma considerou a matéria de cunho constitucional e não julgou recurso do município de Itajaí (SC). Em 17 ago. 2008, a Segunda Turma, pelo mesmo motivo, não julgou recurso de dois recursos movidos por municípios gaúchos. Os municípios estão agora na dependência de julgamento pelo STF (Valor, São Paulo, 21 ago. 2006, p. E1). O avalista de contrato de arrendamento mercantil tem interesse jurídico capaz de justificar intervenção como assistente em ação de reintegração de posse, de acordo com decisão de 09 out da Terceira Turma do STJ. Walter Torre Júnior, avalista da Technoprint Embalagens Técnicas Ltda. em contrato de arrendamento celebrado com Sudameris Arrendamento Mercantil S.A., recorreu de decisão do 2º Tribunal de Alçada Civil de São Paulo para o qual o avalista não ostenta interesse jurídico para intervir como assistente do devedor principal. - 6
7 A questão da incidência do ISS sobre as operações de leasing é essencialmente constitucional e, portanto, é da competência do STF, de acordo com decisão do STJ no Resp e , ambos julgados em 01 nov A estipulação de valor irrisório ou meramente simbólico para o exercício da opção de compra do bem objeto de contrato de arrendamento mercantil ( leasing ) não acarreta sua descaracterização para compra e venda a prazo, porque a legislação reguladora da matéria nada dispôs acerca dos valores das prestações nem sobre os limites para o valor residual (Resp , julgado em 30 mar pelo STJ). O Fisco havia lavrado auto de infração contra Arruá Hotel, na qualidade de arrendatária, em face de contrato de leasing com valor residual ínfimo em relação ao total das prestações, a disfarçar um contrato de compra e venda. Não há incidência de ICMS sobre a importação de equipamentos em virtude de arrendamento mercantil contratado pela indústria aeronáutica de grande porte para viabilizar o uso, pelas companhias de navegação aérea nacionais, de aeronaves por ela construídas, de acordo com decisão do STF no recurso extraordinário nº , julgado em 30 maio Apenas a saída física de um certo bem não motiva a cobrança do ICMS. Requer-se a existência de uma operação de transferência de domínio. O STF já considerou indevida a exigência de ICMS em operações de transferência de mercadorias entre estabelecimentos do mesmo contribuinte. A Lei nº , de 04 abr. 2008, fixa o prazo de 30 dias úteis para a sociedade arrendadora remeter ao arrendatário o documento único de transferência (DUT) do veículo e o termo de quitação, uma vez cumpridas todas as obrigações contratuais. As operações de arrendamento mercantil, com tratamento tributário especial, estão reguladas na Lei nº 6.099, de 12 set *** ARRENDAMENTO RESIDENCIAL - A Lei nº , de 12 fev. 2001, alterada pela Lei nº , de 14 abr. 2004, criou o Programa de Arrendamento Residencial e instituiu o arrendamento residencial com opção de compra. Diz o artigo 6º: Art. 6º. Considera-se arrendamento residencial a operação realizada no âmbito do Programa instituído nesta Lei, que tenha por objeto o arrendamento com opção de compra de bens imóveis adquiridos para esse fim específico. A CEF é a gestora do Programa de Arrendamento Residencial (PAR). - 7
8 Do contrato de franquia Fonte: PEDRON, Flávio Barbosa Quinaud; CAFFARATE, Viviane Machado. Do contrato de franquia. Jus Navigandi, Teresina, ano 4, n. 45, set Disponível em: < Acesso em: 09 set I. Definição: O contrato de franquia, também chamado de "franchising", está regulado no Brasil pela Lei 8.955/94. O artigo 2º do mesmo diploma legal se encarrega de definir o contrato de franquia, como o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício. Com relação às partes, franqueador (ou franchior) será aquele que cede a marca e os produtos, devendo ser comerciante, podendo ser pessoa física ou jurídica. Já o franqueado (franchesee) aquele que explora a marca e os produtos do franqueador, que também deverá ser comerciante. Não haverá vínculo empregatício entre franqueador e franqueado, sendo que este último detém autonomia econômica e jurídica, não participando da empresa distribuidora, não sendo, portanto, filial desta. Logo, inexiste a responsabilidade solidária entre franqueador e franqueado, respondendo cada um por seus atos. II. Origem Histórica: O contrato de franquia nasceu nos EUA, em 1860, com a indústria de máquinas de costura Singer Sewing Machine. Teve o objetivo de expandir os negócios, aumentar o faturamento e com o investimento de pouco capital estabeleceu novos pontos de venda em todo o território norte-americano. Para isso, utilizou o sistema de franquiamento, sendo este um sucesso. Mas o grande impulso para o estabelecimento de uma nova modalidade mercantil em todo mundo foi devido ao término da Segunda Guerra Mundial, período no qual muitas pessoas procuravam novas oportunidades para se reerguer economicamente. Foi, então, que os irmãos Dick e Maurice Mc- Donald, em 1955, fundaram a primeira lanchonete McDonald s. esta é hoje a maior franqueadora do mundo. III. Caracteres Jurídicos: O contrato de franquia caracteriza-se como sendo: - 8
9 Típico, por estar tipificado na legislação pátria pela Lei 8.955/94. Formal, pois o artigo 6º da Lei 8.955/94 estabelece que o contrato de franquia deve ser sempre escrito e assinado na presença de duas testemunhas. O contrato será considerado válido independentemente de ser levado a registro perante cartório ou órgão público. Bilateral ou Signalagmático, por gerar obrigações para ambas as partes. Oneroso por essência, sendo sempre remunerado, quer seja esta remuneração de forma indireta ou direta. Aleatório, porque o resultado não pode ser precisamente antecipado. Execução futura, já que o momento de execução é diferente do momento da celebração. Individual, por obrigar apenas as partes, franqueador e franqueado. Negociável, ao menos em tese, podendo as partes discutir as cláusulas do contrato de franquia. Impessoal, pois não se baseia em elementos personalíssimos. IV. Direitos e Deveres das Partes: O contrato de franquia, por ser um contrato bilateral, gera obrigações para ambas as partes. O franqueador, quando estiver interessado em implantar um sistema de franquia empresarial, deverá apresentar a Circular de Oferta de Franquia ao interessado a se tornar franqueado. São requisitos deste documento: a forma escrita, apresentar em linguagem clara e acessível, contendo, ainda, as seguintes informações: apresentar um histórico resumido, forma societária e nome completo ou razão social do franqueador e de todas as empresas a que esteja diretamente ligado, bem como os respectivos nomes de fantasia e endereços; balanços e demonstrações financeiras da empresa franqueadora relativos aos dois últimos exercícios; indicação precisa de todas as pendências judiciais em que estejam envolvidos o franqueador, as empresas controladoras e titulares de marcas, patentes e direitos autorais relativos à operação, e seus subfranqueadores, questionando especificamente o sistema da franquia ou que possam diretamente vir a impossibilitar o funcionamento da franquia; descrição detalhada da franquia, descrição geral do negócio e das atividades que serão desempenhadas pelo franqueado; perfil do franqueado ideal no que se refere a experiência anterior, nível de escolaridade e outras características que deve ter, obrigatória ou preferencialmente; requisitos quanto ao envolvimento direto do franqueado na operação e na administração do negócio; especificações quanto ao: a) total estimado do investimento inicial necessário à aquisição, implantação e entrada em operação da franquia; b) valor da taxa inicial de filiação ou taxa de franquia e de caução; e c) valor estimado das instalações, equipamentos e do estoque inicial e suas condições de pagamento; informações claras quanto a taxas periódicas e outros valores a serem pagos pelo franqueado ao franqueador ou a terceiros por este indicados, detalhando as respectivas bases de cálculo e o que as mesmas remuneram ou o fim a que se destinam, indicando, especificamente, o seguinte: a) remuneração periódica pelo uso do sistema, da marca ou em troca dos serviços efetivamente prestados pelo franqueador ao franqueado (royalties); b) aluguel de equipamentos ou ponto comercial; c) taxa de publicidade ou semelhante; d) seguro mínimo; e e) outros valores devidos ao franqueador ou a terceiros que a ele sejam ligados; relação completa de todos os franqueados, subfran- - 9
10 queados e subfranqueadores da rede, bem como dos que se desligaram nos últimos doze meses, com nome, endereço e telefone; em relação ao território, deve ser especificado o seguinte: se for garantida ao franqueado exclusividade ou preferência sobre determinado território de atuação e, caso positivo, em que condições o faz; e possibilidade de o franqueado realizar vendas ou prestar serviços fora de seu território ou realizar exportações; informações claras e detalhadas quanto à obrigação do franqueado de adquirir quaisquer bens, serviços ou insumos necessários à implantação, operação ou administração de sua franquia, apenas de fornecedores indicados e aprovados pelo franqueador, oferecendo ao franqueado relação completa desses fornecedores; indicação do que é efetivamente oferecido ao franqueado pelo franqueador, no que se refere a: a) supervisão de rede; b) serviços de orientação e outros prestados ao franqueado; c) treinamento do franqueado, especificando duração, conteúdo e custos; d) treinamento dos funcionários do franqueado; e) manuais de franquia; f) auxílio na análise e escolha do ponto onde será instalada a franquia; e g) layoute padrões arquitetônicos nas instalações do franqueado; situação perante o Instituto Nacional de Propriedade Industrial - (INPI) das marcas ou patentes cujo uso estará sendo autorizado pelo franqueador; situação do franqueado, após a expiração do contrato de franquia, em relação a: a) know howou segredo de indústria a que venha a ter acesso em função da franquia; e b) implantação de atividade concorrente da atividade do franqueador; modelo do contrato-padrão e, se for o caso, também do pré-contrato-padrão de franquia adotado pelo franqueador, com texto completo, inclusive dos respectivos anexos e prazo de validade. A Circular de Oferta de Franquia, por meio dos requisitos supra mencionados, vai estabelecer os direitos e deveres do franqueador e do franqueado. Dentre estes deveres está o de o franqueado pagar o valor inicial estipulado referente à aquisição, implantação e entrada em operação da franquia. Também deverá pagar a taxa de franquia e caução. O franqueado também deverá pagar taxas periódicas ao franqueado e a terceiro, que se destinam à manutenção da franquia, como a remuneração periódica pelo uso do sistema, da marca ou em troca dos serviços efetivamente prestados pelo franqueador ao franqueado (royalties); o aluguel de equipamentos ou ponto comercial; a taxa de publicidade ou semelhante; o seguro mínimo; e outros valores devidos ao franqueador ou a terceiros que a ele sejam ligados. Os serviços, bens e insumos necessários à implantação, operação ou administração de sua franquia devem ser pagos pelo franqueado, quando previstos, ao franqueador ou a terceiro por ele indicado em uma relação. A Circular de Oferta da Franquia pode, ainda, estabelecer ao franqueado a realização de um mínimo das vendas dos produtos; pode permitir ao franqueador inspecionar os livros do franqueado e obrigá-lo a manter um serviço especial de contabilidade realizado por empresas indicadas pelo franqueador; pode o franqueador também determinar que os empregados do franqueado usem os uniformes aprovados por ele; pode permitir que o franqueado venda a franquia; pode prever que os preços sejam fixados pelo franqueador, dando um abatimento, que constitui o lucro que o franqueado obtém nas vendas realizadas. Neste caso, a alteração do preço do produto está condicionada a autorização do franqueador. - 10
11 O contrato pode estabelecer que o franqueado tenha direito à exclusividade ou à preferência de atuação em determinado território. Também pode ser previsto no contrato que o franqueado tenha direito a realizar vendas ou prestar serviços fora de seu território ou, ainda, realizar exportações. O franqueador deverá prestar os serviços e entregar os manuais ao franqueador, os quais houver se obrigado na Circular de oferta da Franquia. O franqueado tem o dever de respeitar as determinações contratuais, após o prazo apropriado do contrato de franquia, referentes à implantação de atividade concorrente da atividade do franqueador, a respeito da não divulgação do know-how ou segredo de indústria que venha ter acesso em função da franquia. Além de assistir o franqueado, fornecendo uma acessória contínua e garantir o fornecimento dos produtos identificados coma marca do franqueador, desde eu não haja atraso de pagamento, juntamente com o material para propaganda e divulgação junto ao público. V. Extinção do Contrato: O contrato de franquia extingue-se pelo decurso do prazo, pelo implemento de condição resolutiva, pelo distrato bilateral ou pela resolução baseada em culpa da parte que houver descumprido as o- brigações legais ou contratuais. Uma das obrigações legais é o franqueador entregar a Circular da Oferta de Franquia ao franqueado no prazo mínimo de dez dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato, ou ainda, do pagamento do franqueado ao franqueador ou a empresa ou pessoa ligada a este de qualquer tipo de taxa. Outra previsão legal de resolução do contrato se dá quando o franqueador vincular informações falsas na sua Circular de Oferta de franquia. Nestas, o franqueado poderá exigir a resolução do contrato e a devolução de todas as quantias que já houver pagado ao franqueador ou a terceiros por ele indicados, a título de taxa de filiação e royalties, corrigidas pela variação da remuneração básica dos depósitos de poupança mais perdas e danos. A causa de extinção mais comum é a expedição de prazo acordado entre franqueador e franqueado. O prazo, geralmente, é determinado variando de um a cinco anos. No contrato deverá conter expressamente a opção de renovação pelo franqueado. É também costume constar no contrato cláusulas que extingam o mesmo por denúncia vazia. O que fundamenta estas cláusulas é o fato do contrato de franquia ser baseado na boa-fé das partes. Portanto, se ao franqueado não interessar mais a continuação da franquia, basta comunicar a intenção sem necessidade de fundamentação desta decisão. - 11
12 BIBLIOGRAFIA BRASIL. Lei n.º de 15 dez Dispõe sobre o contrato de franquia empresarial (franchising) e dá outras providências. Código Comercial. São Paulo: Saraiva, CHERTO, Marcelo. Quem tem medo de Franchising? São Paulo: Cherto, ed. CHERTO, Marcelo. RIZZO, Marcus. Franchising na prática. São Paulo: Makron, FIÚZA, César. Direito Civil: curso completo. Belo Horizonte: Del Rey, p. - 12
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