RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE SOCIOAFETIVA COM PREVISÃO DOS DIREITOS SUCESSÓRIOS

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1 RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE SOCIOAFETIVA COM PREVISÃO DOS DIREITOS SUCESSÓRIOS Pricilla Machado Romagnoli 1 Profa. Ms. Denise da Silveira 2 RESUMO O presente trabalho analisa o reconhecimento da paternidade socioafetiva, dando ênfase a previsão dos direitos sucessórios, em todos seus aspectos, analisando a visão constitucional sobre o tema, assim como a legislação brasileira que estabelece o vínculo de filiação diante da moderna visão do Direito de Família. As instituições familiares evoluíram e se transformaram, onde atualmente encontra-se novas formações, onde o afeto é destaque entre os sujeitos inseridos nestas relações. Palavras-chave: Família. Direito de família. Socioafetividade. ABSTRACT The present work analyzes the recognition of paternity socioafetiva, emphasizing the prediction of inheritance rights, in all its aspects, analyzing the constitutional vision on the topic, as well as the Brazilian legislation establishing the bond of filiation in front of modern vision of family law. Family institutions have evolved and changed, where currently is new formations, where the affection is featured among the subjects inserted in these relations. Keywords: Family. Family law. Socioafetividade. 1 INTRODUÇÃO O princípio da prioridade e prevalência dos interesses dos filhos caracteriza o Direito de Família, assim como a paternidade e a maternidade responsável, o princípio da dignidade da pessoa humana e igualdade entre os filhos. As famílias sofreram transformações e a maior preocupação do direito familiar está no bem-estar dos filhos. Uma das maiores conquistas do Direito de Família e a consagração da igualdade de filiação que nos traz a Constituição Federal de Cabe aos juízes a faculdade de manter a paternidade socioafetiva, procurando evitar um trauma maior à criança, pois até então, o substantivo filho era acrescido de adjetivos como: adulterino, bastardo, 1 Acadêmica do Curso de Direito da Faculdade Dom Alberto 2 Mestre em direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul, professora do Curso de Direito da Faculdade Dom Alberto, orientadora da presente pesquisa.

2 incestuoso, legítimo, ilegítimo, adotivo, dentre outros. Para a Constituição Federal de 1988, a visão de família para o Direito Brasileiro, é vista como um núcleo que possui laços consanguíneos formados através do casamento ou da união estável, sendo o local em que os indivíduos pessoas se sentem apoiados e protegidos, onde recebem amor, carinho e proteção. 2 EVOLUÇÃO DA FAMÍLIA As relações familiares durante a Idade Média tiveram grande influência do Cristianismo, em especial da Igreja Católica, que estabeleceu normas denominadas cânones, onde a família foi baseada no casamento religioso, que passou a ser um sacramento (GAMA, 2007, p.18) onde a mulher tinha direitos sobre parte do patrimônio do marido, mas a família era regida pelo seu chefe (homem). Esta família patriarcal não prosperou, pois a Revolução Industrial havia necessidade de aumento de mão de obra e a mulher ingressou no mercado de trabalho, deixando o homem de ser a única fonte de renda da família. Na sociedade foram surgindo as uniões sem casamento, e novas estruturas familiares, muitas vezes administradas por um único membro, o pai ou a mãe (família monoparental). Com essas novas estruturas as relações familiares garantem os valores afetivos que a família unida consegue trazer para a sociedade, sem tabus e sem rancores, que prevalece a favor da família saudável, onde encontra-se carinho, respeito e afetividade (GAMA, 2007, p. 48). A Constituição Federal regulamentou o casamento civil, deu competência aos juízes de direito para conhecer os impedimentos e nulidades relativas ao matrimônio, onde é reconhecido o casamento e a união estável, como fato constitutivo de uma entidade familiar, mas também outros modelos de família. 2.1 A evolução da filiação quanto ao direito brasileiro Segundo Dias (2008) a necessidade de preservação do núcleo familiar e herança ou seja, preservação do patrimônio da família autorizava que os filhos fossem relacionados de forma absolutamente cruel. Fazendo uso de uma terminologia plena de

3 discriminação, os filhos se classificavam em legítimos, legitimados e ilegítimos. No sistema de codificação brasileiro de 1916, filho legítimo era o resultante de casamento válido ou putativo, nos termos do art. 337 daquele código, sendo que o filho ilegítimo era fruto de relacionamento mantido fora do casamento. Filho civil era o filho adotivo, aquele resultante do ato jurídico da adoção. A regra da filiação no sistema codificado era aquela havida através do matrimônio: "filho é filho matrimonial, sendo excepcionalmente reconhecidos filhos de outras origens, que não o casamento" (GAMA, 2007, p.73). Segundo Marques (2006) a filiação extramatrimonial ficava num plano inferior, com tratamento diferenciado e discriminatório a ponto de se deixarem crianças sem pai declarado. Quanto aos filhos ilegítimos, o art. 358 do Código Civil 1916, negava a possibilidade do reconhecimento dos filhos bastardos adulterinos e incestuosos. Negar o filho ilegítimo beneficiava o genitor e prejudicava o filho. Mesmo que tivesse sido o pai quem cometera o adultério e infringido o dever de fidelidade, o filho era o perdedor. A lei fazia de conta que ele não existia e o filho era punido pela postura do pai, que se liberava dos ônus do poder familiar. Negando o reconhecimento do filho é excluir seus direitos, é punir quem não tem culpa, é brindar quem infringiu os ditames legais (DIAS, p.318). Com a Lei nº 4.737/1942 e posteriormente da Lei nº 883/1949, em relação aos filhos adulterinos, passou a ser possível o reconhecimento da filiação desde que dissolvida à sociedade conjugal até então mantida pelo genitor que havia sido casado. A Lei nº 6.515/1977 extingui a discriminação dos filhos ilegítimos, passou a admitir o reconhecimento da filiação adulterina, através de testamento cerrado, equiparando o direito sucessório destes filhos ao dos filhos legítimos. Com a chegada da Constituição Federal de 1988, que assegurou aos filhos adulterinos e incestuosos as mesmas qualificações, além de proibir o emprego de designação discriminatória no que diz respeito à filiação, colocou um ponto final em matéria de restrições ao estabelecimento dos vínculos de paternidade-maternidadefiliação, independentemente do relacionamento existente entre os pais. A Lei 8.560/1992 cuida do reconhecimento e da investigação de paternidade dos filhos havidos fora do casamento. Em seu art. 1º, o reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável, e pode ser feito por um dos seguintes modos: a) no registro de nascimento, mediante o comparecimento dos pais; b) por escritura pública ou instrumento particular, a ser arquivado em cartório; c) por testamento, em qualquer uma de suas modalidades, ainda que

4 incidentalmente haja o reconhecimento; d) por manifestação expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não tenha sido o objeto único e principal do ato. No atual Código Civil, persistem presunções da paternidade nos mesmos moldes da legislação passada. Além de repetir todo o elenco que existia, foram criadas novas presunções nas hipóteses da inseminação artificial. São presumidos como tendo sido concebidos na constância do casamento os filhos havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido, e ainda que se trate de embriões excedentários (CC 1.579, III e IV). Igualmente, é ficta a filiação nas hipóteses de inseminação artificial heteróloga, desde que tenha havido prévia autorização do marido (CC 1.579, V). 3 PATERNIDADE SOCIOAFETIVA A família de hoje é calcada no sentimento, no afeto, no carinho e consideração uns para com os outros, tudo tendo por base o respeito. Pode-se ressaltar, que a filiação, por exemplo, se constrói não só a partir da paternidade ou maternidade biológica, mas, sobretudo da afetividade, das relações de amparo e consideração derivados da convivência familiar. Advindo da necessidade individual de cada ente do grupo familiar, em fazer prevalecer sua realização, seus valores, sua dignidade, consubstanciada por sua aceitação no meio social, surge a importância do estudo sobre a paternidade socioafetiva em confronto com a verdade biológica, e os conflitos decorrentes da junção dessas relações, trazendo-se, do mundo fático, para o mundo jurídico, a problemática aflorada pela desbiologização da paternidade. 3.1 Histórico e conceito O Brasil avançou no que a doutrina jurídica denomina paternidade socioafetiva, a que se constitui na convivência familiar, independentemente da origem do filho. Esta denominação agrupa duas realidades: a integração definitiva da pessoa no grupo social familiar; e a relação afetiva construída no tempo entre quem assume o papel de pai e quem assume o papel de filho. (LOBO, 2005). Surge, então, o Princípio Jurídico da Afetividade, que decorrendo de outros Princípios Constitucionais, como o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, é considerado princípio implícito. (TEIXEIRA, 2009).

5 Toda paternidade é necessariamente socioafetiva, podendo ter origem biológica ou não biológica; em outras palavras, a paternidade socioafetiva é gênero do qual são espécies a paternidade biológica e a paternidade não biológica, pois toda paternidade envolve afeto. A paternidade envolve a constituição de valores e da singularidade da pessoa e de sua dignidade humana, adquirida principalmente na convivência familiar durante a infância e a adolescência. A paternidade construída na relação afetiva assume os deveres de realização dos direitos fundamentais da pessoa em formação à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar (art. 227 da Constituição). A relação socioafetiva é aquela que se revela no transcurso da convivência, onde o desejo de ser pai se constrói na via do querer ser filho. Dias (2007), afirma que a noção de posse de estado de filho não se estabelece com o nascimento, e sim num ato de vontade, que se concretiza no terreno da afetividade, questionando tanto a verdade jurídica, quanto à certeza científica no estabelecimento da filiação. Portanto, a afetividade é valor fundamental a ser considerado na relação paisfilhos. 3.2 Filiação socioafetiva A filiação socioafetiva encontra sua fundamentação nos laços afetivos constituídos pelo cotidiano, pelo relacionamento de carinho, companheirismo, dedicação, doação entre pais e filhos. Está cada vez mais fortalecida tanto na sociedade como no mundo jurídico, ponderando a distinção entre pai e genitor, no direito ao reconhecimento da filiação, inclusive no direito registral, tendo-se por pai aquele que desempenha o papel protetor, educador e emocional. 3.3 Laços afetivos entre pais e filhos: a Socioafetividade Uma vez apresentadas as primeiras vertentes da filiação, as quais não mais se sobrepõem sobre o novo paradigma, constituído pela sociedade contemporânea, imperioso faz-se discorrer sobre a tendência preponderante no ramo do Direito de Família, da socioafetividade. De acordo com Maria Berenice Dias[18], a filiação socioafetiva corresponde à verdade aparente e decorre do direito à filiação. O filho é titular do estado de filiação, que se consolida na afetividade. Não obstante, o art evidencia a possibilidade de

6 diversos tipos de filiação, quando menciona que o parentesco pode derivar do laço de sangue, da adoção ou de outra origem, cabendo assim à hermenêutica a interpretação da amplitude normativa previsto pelo CC de A paternidade socioafetiva funda-se no Princípio da Proteção Integral da Criança e do Adolescente, previsto pela CF de Surge, agora, a busca pela verdade sociológica, fundamentada no estado de filiação, onde uma pessoa assume o papel de pai e outra o de filho, independentemente do vínculo biológico[19]. Orlando Gomes[20] manifesta que a posse do estado de filho constitui-se por um conjunto de circunstâncias capazes de exteriorizar a condição de filho legítimo do casal que cria e educa. Porém, ainda entende ser através da procriação ou adoção que se estabelece o estado de filho quando menciona que o estado de filho resulta da procriação, no casamento, ou fora do matrimônio, ou de ficção legal consistente na adoção, ou na legitimação adotiva. Para esse doutrinador, o estado de filiação tem sua origem através da genética ou da presunção jurídica, desprezando-se a afetividade. Também há doutrinadores trazendo à tona o princípio da afetividade. No pensar de José Boeira, a posse do estado de filho é uma relação afetiva, íntima e duradoura, caracterizada pela reputação frente a terceiros como se filho seu fosse, consequentemente, o chamamento de filho e a aceitação do chamamento de pai. Ocorre, então, a chamada desbiologização da paternidade, ou seja, prepondera a relação constituída entre pai e filho, baseado no afeto mútuo e contínuo. Deve-se buscar o verdadeiro sentimento que existe entre pai e filho para assim se efetivar a verdadeira paternidade, disso decorre a frase popular pai é quem cria trazendo, para o mundo real, uma verdade acreditada, solidificada e bastante para a satisfação pessoal entre os envolvidos. O afeto passou a ter valor jurídico, decorrente da consagração de princípios constitucionais, passando a filiação a ser vista pelos seus valores culturais, sociais, morais e no conflito existente entre o fato e a lei, o afeto deve se sobrepor à mera presunção. A paternidade biológica passa a ter papel secundário, vindo a paternidade a existir não pelo fator biológico ou pela presunção da filiação, mas em decorrência da convivência afetiva, adaptando a norma positiva ao caso concreto, à realidade social. 3.4 Pressupostos e evolução da paternidade socioafetiva O NCC consagra a igualdade entre cônjuges e aboliu as discriminações entre filhos, todos sendo detentores de deveres e direitos, não importando terem estes sido havidos ou não na constância do casamento.

7 Entretanto, o dinamismo e a complexidade, atribuídos às novas relações familiares, contribuíram para a evolução do Direito de Família e, consequentemente, no reconhecimento da paternidade socioafetiva, possibilitado por não existir no Direito de Família regra absoluta, não engessando o progresso normativo. Essa nova vertente encaixa-se com a atual roupagem da instituição familiar, encontrando-se, como objetivo, o bem estar individual e coletivo dos entes integrantes do núcleo, suas realizações, bem como a satisfação de seus interesses, cada dia mais diversificados. Pai é aquele quem cuida, educa, alimenta, acompanha o desenvolvimento e a formação do filho, seja ele biológico, adotivo ou filho do coração. Os laços de afeto independem do vínculo biológico, esta imposto pela própria vontade de amar, de exercer efetivamente sua condição paternal. Deve-se cumprir a mesma condição do estado de filho biológico, pois não se pode provar a filiação afetiva através de um exame, contudo, é possível evidenciar-se através do dia-a-dia, construído a base de carinho, amor, pela forma com que trata-se o filho, como também, pela publicidade dispensada a essa condição diante da sociedade, do chamar de filho e o aceitar do chamar de pai, caracterizando-se o estado de posse de filho. 3.5 Aspectos Jurídicos da Paternidade Socioafetiva Atualmente, a formação da família não tem que ser necessariamente uma formação convencional: pai, mãe e filhos. Hoje, é uma instituição constituída tanto biologicamente, quanto psicologicamente e sociologicamente, regulada pelo Direito, baseado, em valores morais, culturais, éticos, sempre visando o bem estar social. As teses apresentadas corroboram para o entendimento pleno de que o afeto possui um valor jurídico, unindo pai e filho, independentemente de existir ou não, vínculo biológico. É através do afeto que todo o círculo jurídico encontra embasamento para efetivação do direito à socioafetividade, vislumbrado do ponto de vista fático, devendo ser aplicado, pelo legislador brasileiro, caso a caso. A realidade jurídica deste tipo de perfilhação, ainda em construção no ordenamento pátrio, encontra divergências no plano concreto, em virtude das repercussões quanto ao reconhecimento da paternidade no âmbito patrimonial. O direito à origem biológica, não desconstitui a filiação socioafetiva, mas apenas assegura o exercício pleno de seu direito de personalidade. Dessa forma, faz-se imperioso o reconhecimento, de que a instituição familiar está diante de um conflito constante, visando-se suprir as necessidades inerentes ao afeto, advindas da nova

8 dinâmica social, incompatível com as razões patrimoniais existentes. A doutrina majoritária entende possível a pretensão do filho haver do pai socioafetivo, questões patrimoniais, embora não tenha ocorrido o reconhecimento judicial da socioafetividade, bastando a presunção e indícios suficientes quanto à paternidade. 3.6 Consequências jurídicas da socioafetividade: a obrigação alimentar e a herança O elo afetivo, que une os entes integrantes da família, possui o mesmo valor que o estabelecido pelo ato notarial, em razão do princípio da solidariedade, em decorrência da mudança do foco das relações familiares. Com o advento da CF/88, que trouxe em seu artigo 227, 6º, a igualdade entre os filhos, geraram-se inúmeras discussões acerca da universalização dos direitos inerentes aos filhos, independente de sua origem. Dessa forma, ao igualar os filhos, transmitiu aos pais os mesmos deveres e direitos. Após o reconhecimento judicial da paternidade socioafetiva, através da posse do estado de filiação, surgem os efeitos jurídicos decorrentes, pois, prevalece o poder do pai e seus deveres decorrentes da lei. Os efeitos jurídicos da socioafetividade são idênticos aos efeitos gerados pela adoção, dispostos nos artigos 39 a 52 do ECA, quais sejam: a) a declaração do estado de filho afetivo; b) a feitura ou a alteração do registro civil de nascimento; c) a adoção do sobrenome dos pais afetivos; d) as relações de parentesco com os parentes dos pais afetivos; e) a irrevogabilidade da paternidade e da maternidade sociológicos; f) a herança entre pais, filhos e parentes sociológicos; g) o poder familiar; h) a guarda e o sustento do filho ou pagamento de alimentos; i) o direito de visitas, entre outros. O objetivo dos alimentos é a preservação do que o CC denomina viver de modo compatível com a sua condição social, além de atender às necessidades de sua educação. Para que passe a existir o direito a alimentos, são necessários 3 requisitos, conforme a doutrina e diversas decisões dos tribunais, quais sejam: a) o vínculo de parentesco; b) a condição econômica do alimentante e a necessidade do alimentando; c) razoabilidade entre a possibilidade de prover os alimentos e a necessidade da percepção deste. Em relação aos filhos, os alimentos são devidos em virtude da presunção de necessitarem de recursos para seu desenvolvimento físico e sua formação pessoal e profissional, haja vista, a total dependência decorrente por vezes da idade do filho, e consequência natural do pátrio poder, que engloba o dever de sustento, criação e educação. Assim, torna-se indiferente a comprovação da paternidade biológica, visto não ser

9 fator suficiente para eximir-se do dever de sustento para com o filho. Não impedindo, portanto, que a obrigação alimentar derive-se do reconhecimento, voluntário ou não, da paternidade socioafetiva. Não sendo o caso de interesse meramente patrimonial, deve-se outorgar o direito à sucessão, pois, a filiação socioafetiva conforme demonstrado anteriormente, gera efeitos jurídicos por si só, desde que esteja presente na relação o nome, o trato e a fama. Devendo subsistir o direito mesmo que não haja o reconhecimento por via judicial, e sobrevenha o falecimento do pretenso pai. Cabendo, assim, ao Judiciário julgar conforme o caso concreto, protegendo a relação paterno-filial. Fator que dificulta a busca e efetivação do direito não só a herança, mas no que tangem os alimentos bem como o reconhecimento da paternidade socioafetiva em si é a falta de regulamentação, embora esta não implique em desconsiderar o direito à filiação sociológica. 4 DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS Para um melhor entendimento da aplicação da paternidade socioafetiva nas decisões atuais, abaixo apresenta-se alguns julgados relacionados diretamente ao tema proposto na presente pesquisa, onde com eles quer-se evidenciar como, no aspecto fático atual, as teses expostas no decorrer da averiguação científica vem sendo tratadas. CASO 1 Nº AÇÃO DECLARATÓRIA. ADOÇÃO INFORMAL. PRETENSÃO AO RECONHECIMENTO. PATERNIDADE AFETIVA. POSSE DO ESTADO DE FILHO. PRINCÍPIO DA APARÊNCIA. ESTADO DE FILHO AFETIVO. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE SOCIOAFETIVA. PRINCÍPIOS DA SOLIDARIEDADE HUMANA E DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. ATIVISMO JUDICIAL. JUIZ DE FAMÍLIA. DECLARAÇÃO DA PATERNIDADE. REGISTRO. A paternidade sociológica é um ato de opção, fundando-se na liberdade de escolha de quem ama e tem afeto, o que não acontece, às vezes, com quem apenas é a fonte geratriz. Embora o ideal seja a concentração entre as paternidades jurídica, biológica e socioafetiva, o reconhecimento da última não significa o desapreço à biologização, mas atenção aos novos paradigmas oriundos da instituição das entidades familiares. Uma de suas formas é a "posse do estado de filho", que é a exteriorização da condição filial, seja por levar o nome, seja por ser aceito como tal pela sociedade, com visibilidade notória e pública. Liga-se ao princípio da aparência, que corresponde a uma situação que se associa a um direito ou estado, e que dá segurança jurídica, imprimindo um caráter de seriedade à relação aparente. Isso ainda ocorre com o "estado de filho afetivo", que além do nome, que não é decisivo, ressalta o tratamento e a reputação, eis que a pessoa é amparada, cuidada e atendida pelo indigitado pai, como se filho fosse. O ativismo judicial e a peculiar atuação do juiz de família impõe, em afago à solidariedade humana e veneração respeitosa ao princípio da dignidade da

10 pessoa, que se supere a formalidade processual, determinando o registro da filiação do autor, com veredicto declaratório nesta investigação de paternidade socioafetiva, e todos os seus consectários. APELAÇÃO PROVIDA, POR MAIORIA. (Apelação Cível Nº , Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Carlos Teixeira Giorgis, Julgado em 23/06/2004) O caso em tela trata-se de recurso de apelação proposto em ação declaratória movida por interdito contra sucessão visando o reconhecimento da adoção, diante da dependência econômica do requerente em relação ao inventariado, pessoa que considerava como seu pai fosse, para viabilizar ser ele reconhecido como filho e consequentemente, dependente, para efeitos previdenciários. Em sede de primeiro grau a ação foi extinta sem julgamento do mérito, face o entendimento do magistrado a quo ser o caso de impossibilidade jurídica do pedido. No entanto, em sede recursal, houve alteração da decisão. Segundo sustenta o Desembargador José Carlos Teixeira Giorgis, em seu voto, o Juiz de família dispõe de poderes e atribuições que não são próprios de outros magistrados. No caso dos autos ele entendeu que a paternidade se caracteriza como também acontece na adoção, em ato de opção, fundando-se no afeto: ou seja, o direito de ser pai se baseia na liberdade de escolha, pois quem gera não é sempre o que mais ama. Sustenta que o autor da ação, mentalmente incapaz, teve anotados em sua certidão de batismo, o nome de seus pais, sendo designado com o mesmo prenome de seu pai de criação, o que lamentavelmente, não se reproduziu no registro civil, nem no óbito paterno. Para ele a prova testemunhal produzida convalida a paternidade afetiva. A ação foi movida por um interdito contra sucessão, sob o argumento de haver dependência econômica em relação ao inventariado, o qual considerava seu pai, posto ter sido ele quem o adotou informalmente, juntamente com sua companheira, aos seis dias de vida, conforme consta em certidão de batismo. Entretanto, o mesmo não ocorreu em seu registro de nascimento e seu pai faleceu sem deixar testamento. O recurso foi provido pela maioria, reconhecendo a condição de filho, como primado do princípio da dignidade da pessoa. O estado de filiação não biológica é irreversível e inviolável, não podendo ser contraditado por investigação de paternidade ou maternidade, com fundamento na origem biológica, que apenas poderá ser objeto de pretensão e ação com fins de tutela de direito de personalidade. De acordo com o Código de Processo Civil Lei nº de 11 de Janeiro de 1973

11 Art Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias. Art O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o convencimento. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º Quando a relação entre as partes atingir, por longos anos, o estado de filiação, o registro assim obtido não poderá ser invalidado, pois sempre deverá ser ponderada a convivência familiar, constitutiva da posse do estado de filiação, levando-se em consideração a proteção integral aos interesses das crianças (art. 227 da Constituição Federal). Art É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) Na presente decisão imperou o vínculo afetivo entre o autor e o homem que o registrou, estando caracterizado o estado de filiação. Dessa forma, não obstante a descoberta da verdade biológica, não há que se falar em reflexos de ordem patrimonial ou sucessória. Portanto, a relação socioafetiva transcende ao vínculo biológico, comprovando-se através da jurisprudência que os magistrados estão reconhecendo o afeto como diretriz da verdadeira paternidade. Como resultado da votação neste caso, o Des. Sérgio Fernando de Vasconcelos Chaves, revisor, confirmou a sentença pelos seus próprios fundamentos. Voto Contrário. A Desa. Maria Berenice Dias (Presidente) esteve de acordo com o relator (a favor) e. Por maioria, deram provimento ao apelo, vencido o eminente Des. Sérgio Fernando de Vasconcelos Chaves. CASO 2 Nº EMENTA: APELAÇÃO. NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. PATERNIDADE SOCIOAFETIVA. Descabido anular o registro e paternidade, ainda que o apelante não seja o pai biológico da apelada. Quando o registro foi feito o apelante sabia não ser o pai biológico. E ademais sempre criou a apelada como filha, o que consubstancia a paternidade socioafetiva. NEGARAM PROVIMENTO. BRASIL. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Apelação Cível Rel. Rui Portanova. Porto Alegre, 26 de outubro de 2006.

12 No caso acima citado postula o apelante o fim da declaração de paternidade, bem como o cancelamento do registro de nascimento da apelada, sob o argumento de ter sido coagido a registrá-la como filha. Em sede recursal, na ação negatória de paternidade, foi negado provimento à apelação face o reconhecimento da existência de paternidade socioafetiva. No aludido julgado, restou defendido que, nossa atual conjuntura constitucional encontra-se o reconhecimento da igualdade das paternidades biológica e afetiva. Entende-se que nas decisões, costuma-se afirmar a existência de paternidade socioafetiva como meio para pedido improcedente, sendo forma, de reconhecimento da igualdade que há nas paternidades biológica e afetiva, em nossa conjuntura constitucional. A paternidade afetiva consubstancia-se no reconhecimento da posse de estado de filho, cujos elementos são o nomen, tractatus e fama. A desconstituição de paternidade torna-se possível, desde que o ato do reconhecimento seja realizado mediante erro, pensando-se que aquele que está sendo reconhecido como filho é realmente descendente biológico de quem está realizando o ato jurídico. Neste caso, o Des. Claudir Fidélis Faccenda (revisor) e o Des. José Ataídes Siqueira Trendade, votaram de acordo e o Des. Rio Portanova (presidente), deu como unanime a negação de provimento. CASO 3 Nº EMENTA: NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. ANULAÇÃO DE REGISTRO CIVIL. PROVA PERICIAL FRUSTRADA. LIAME SOCIOAFETIVO. 1. O ato de reconhecimento de filho é irrevogável (art. 1º da Lei nº 8.560/92 e art do CCB). 2. A anulação do registro civil, para ser admitida, deve ser sobejamente demonstrada como decorrente de vício do ato jurídico (coação, erro, dolo, simulação ou fraude). 3. Em que pese o possível distanciamento entre a verdade real e a biológica, o acolhimento do pleito anulatório não se justifica quando evidenciada a existência do liame socioafetivo. 4. Inexistência de prova do vício induz à improcedência da ação. Recurso desprovido. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Apelação Cível Rel. Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves. Porto Alegre, 27 de setembro de Neste terceiro caso, acordam os desembargadores integrantes da Câmara Cível, Des. Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves (Relator), Des. Ricardo Raupp Ruschel (revisor), a Desa. Maria Berenice Dias (presidente) à unanimidade, negar provimento ao recurso.

13 O recorrente afirma ter agido por pressão psicológica da companheira quando reconheceu os filhos e diz que a negativa dos demandados ao fazer o exame de DNA tornam os fatos verídicos. Pede a negativa de paternidade e a mudança nos registros de nascimento, além da pretensão de exoneração do pagamento da verba alimentar. Percebe-se que é a postura de quem realiza o registro que vem sendo considerada pelos juízes no momento da decisão dos casos de desconstituição de paternidade. Se o registro foi realizado por quem sabia da não existência da paternidade biológica ou duvidava a esse respeito, não obterá êxito em seu pleito de desconstituição, mas se o reconhecimento foi fruto de erro, não deixando de levar em consideração a ligação afetiva e a posse de estado de filho, desconsidera-se toda a situação, privilegiando-se os interesses daquele que registrou em detrimento do filho que fora reconhecido. A filiação socioafetiva encontra real apoio nas normas constitucionais sobre direito de família, passa a ter registro infraconstitucional no art do Código Civil, que faz referência à possibilidade do parentesco ser embasado na consanguinidade ou em "outra origem", inclusiva a afetiva. A concordância inexorável da postura que atribui ao pai a possibilidade de tornar indevido o reconhecimento confere ao registro civil a qualidade de documento certo e declaratório da herança genética, satisfatório, para isso, a vontade no sentido de afastar uma filiação anteriormente atribuída sem se atentar, para os graves efeitos trazidos por tais atos. Sendo a filiação constituída através do registro ou proveniente da presunção jurídica ocorrida do casamento, é certo que a situação do filho é a mesma, se desenvolve no seio de determinada família, que para ele, sempre será a sua família, a não ser que o pai resolva mudar tal situação. O estabelecimento do parentesco, o seu convívio em sociedade e com os familiares, determinou para o filhado uma base sobre a qual foram construídas as suas relações, sendo que a sua proteção deve necessariamente ser privilegiada. Se o afeto venceu a falta de consanguinidade, não cabe à justiça desconstituir a paternidade socioafetiva que surgiu entre pai e filho. CONSIDERAÇÕES FINAIS A atribuição da paternidade a alguém sempre esteve presente no Direito e teve início no Direito Romano, com a presunção da mesma, que visava proteger o instituto da

14 família, evitando a dissolução do casamento. O Direito brasileiro esteve intimamente ligado ao romano, quando, por exemplo, impedia a investigação da paternidade pelos filhos havidos fora do casamento. Antes da CF/88 existia a discriminação entre os filhos biológicos e os não-biológicos, ocorrendo a classificação destes em legítimos, ilegítimos e os legitimados. Com o advento da CF/88, houve uma relativização dessa classificação, quando ficou vedada a discriminação entre os filhos e sua origem, passando todos os filhos a serem iguais, não tendo mais distinção de direitos entre eles. O atual modelo de família exige uma nova roupagem da norma, sendo esta imprescindível no atendimento dos anseios e necessidades diversas advindas de uma nova realidade social e cultural. Indiscutível a existência da paternidade socioafetiva e sua sobreposição à meramente biológica, haja vista esta nem sempre vir acompanhada de afeto. A paternidade socioafetiva deve ser considerada como uma das novas manifestações familiares instituídas através do afeto, sem o qual nenhuma base familiar pode resistir. O vínculo de sangue tem o papel secundário na determinação da paternidade. Surge um novo valor que se impõe a era biológica: o afeto. Entretanto, o legislador regulamentou as entidades familiares que estão presentes no ordenamento jurídico, mas esqueceu de normatizar de forma clara a filiação socioafetiva, dando meios a incessantes discussões judiciais, em busca de seu reconhecimento. REFERÊNCIAS BRASIL, Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal n 8069 de 13 de julho de Disponível em < Acesso em 28/05/2014 às 18 horas. BRASIL, Lei Federal de 26 de agosto de 2010, Disponível em < Acesso em 30 de maio de 2014 às 18 horas. BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 8ª Ed. Editora Revista dos Tribunais. São Paulo ed. rev., atual. e ampl. 3. tir. - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, FARIAS, Cristiano Chaves de. Direito Constitucional à família: Um bosquejo para uma aproximação conceitual à luz da legalidade Constitucional. Revista Brasileira de Direito de Família. Porto Alegre: IBDFAM, p.15, v.23.

15 FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. 3ª.ed. rev., ampl. e atual., Rio de Janeiro: Lumen Juris, GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. Direito de família brasileiro. São Paulo: Ed. Juarez de Oliveira, GOMES, Roseane dos Santos. Evolução do Direito de Família e a Mudança de Paradigma das Entidades Familiares. Disponível em: pagina=artigoshyperlink " pagina=artigos&id=1006"&hyperlink " pagina=artigos&id=1006"id=1006. Acesso em: 27/09/2014 às 16 horas. LÔBO, Paulo Luiz Neto. Princípio jurídico da afetividade na filiação. Disponível em Acesso em 29/09/2014 às 20 horas. TEIXEIRA, Guilherme Ribeiro. A filiação sócio-afetiva como hipótese de inelegibilidade prevista no artigo 14, 7º, CF/88 - Página 2/3. Disponível em: Acesso em 27/09/2014 às 18 horas. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL Poder Judiciário. Disponível em: Acesso em: 20/11/2014 às 22 horas.

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