Análise de Propagação por Estaquia de Schefflera arbolícola com Diferentes Concentrações de Ácido Indol-3-butírico (1)
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1 Análise de Propagação por Estaquia de Schefflera arbolícola com Diferentes Concentrações de Ácido Indol-3-butírico (1) Rafael Girelli de Souza (2) ; Rúbia de Moura Carneiro (2) ; Joabe Rodrigues Pereira (2) ; Milene da Silva Soares (2) ;Luiz Fernando de Sousa Antunes (3) ; João Sebastião Araújo de Paula (4) ; (1) Trabalho executado com recursos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Departamento do Fitotecnia. (2) Graduando em Engenharia Agronômica; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica- RJ; rafael.girellis@hotmail.com (3) Aluno do curso de Pós-graduação em Fitotecnia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. (4) Docente do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. RESUMO: A espécie Schefflera arborícola pertence à família Araliaceae, vulgarmente conhecida como Cheflera, que apresenta um grande interesse para ornamentação. Devido a isso, faz-se necessário conhecer métodos que sejam eficazes para produção de mudas dessa espécie. O objetivo do trabalho foi avaliar o enraizamento e brotações pela propagação desta espécie por estaquia, utilizando estacas de diferentes topófises, sendo elas: herbáceas, semilenhosas e lenhosas. As estacas foram tratadas com ácido indol-3-butírico (AIB) nas concentrações de 0, 1000 e 2000 mg/l(ppm). O experimento foi conduzido em areia grossa com microirrigação por aspersão com temporizador. O experimento foi coletado após 53 dias do plantio das estacas, sendo que na semana seguinte já apresentava algumas brotações. Ao final das avaliações foi observado número de estacas vivas (%), estacas enraizadas (%), estacas com brotações (%), média de número de raízes, e média de maior raiz e presença de calos, não demonstrando significância entre os tratamentos com AIB, porém apresentando diferença nos tipos de estacas na formação de brotações e enraizamento adventício e ausência de tecido caloso. Termos de indexação: Ornamentação, enraizamento, produção; INTRODUÇÃO A Cheflera, pertence à família Araliaceae, com centro de origem na Austrália, Havai e Taiwan (Li, 1963). É um arbusto que pode ter porte de arbóreo, pois cresce muito rápido, chegando facilmente a uma altura que varia de três a seis metros. Ela é amplamente cultivada para fins ornamentais em todo o mundo (Courtier & Clark, 1997), tanto em jardins quanto na decoração de ambientes internos (Gilman 1999). A planta se enquadra muito bem em jardins tropicais ou modernos, podendo ser utilizada isoladamente ou em grupos como maciços ou cerca viva, com topiaria ou não. Na primavera produz inflorescências compostas de muitas flores amareladas que formam frutos de caráter 1
2 ornamental, além de serem grandes atrativos para fauna passeriforme. Suas folhas são separadas em 8 folíolos, verdes e brilhantes, onde a variedade variegada apresenta tonalidade verde e amarela, sendo muito rústica e pouco exigente. Entretanto, para se desenvolver plenamente deve ser plantada em solo fértil com adubação orgânica e regada regularmente. Pode ser cultivada a pleno sol ou a meia-sombra (Lorenzi et al., 2008), multiplicando-se por sementes ou por estaquia, sendo método por estaquia o mais comum. O presente trabalho teve por objetivo avaliar a influência das diferentes concentrações de AIB sobre o enraizamento de diferentes tipos de estacas de Schefflera arborícola. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi conduzido em casa de vegetação do instituto de fitotecnia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, município de Seropédica-RJ, (22 46 S, O). Foram coletadas estacas caulinares de Schefflera arboricola, localizadas próximo ao propagador da UFRRJ (Figura 1). As estacas foram divididas em lenhosas, semilenhosas e herbáceas, foram cortadas em bisel na base e corte reto no ápice, as folhas foram totalmente removidas para reduzir a evapotranspiração provocada pelas mesmas. Foi utilizado solução estoque composta de ácido 3-indol-butirico (AIB) na concentração de mg/l (50%v/v), para o preparo das soluções de trabalho com volume de 200 ml, sendo estas com concentrações de 0 (200ml de água destilada), 1000 (190ml de água destilada+10ml solução estoque) e 2000 mg/l de AIB (180ml de água destilada+20ml solução estoque) (Figura 2). Antes de serem colocadas para enraizamento, as estacas foram sanitizadas com hipoclorito de sódio a 1000 ppm (Figura 2) por 1 minutos para diminuir o risco de contaminação por patógenos e consequente o enraizamento das estacas, em seguida foram imersas em solução de trabalho durante 15 segundos e fixadas em cerca de 1/3 do seu comprimento em substrato composto de areia grossa previamente umedecida. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com três repetições, contendo 10 estacas por tratamento e 9 tratamentos, totalizando 270 estacas. As variáveis foram submetidas à análise de variância e, quando apresentaram diferenças significativas pelo teste F, tiveram suas médias comparadas pelo teste de Tukey com α=5% de probabilidade, calculado pelo Software R. Foram realizadas após 53 dias da instalação do experimento, as avaliações do enraizamento, sendo avaliados os seguintes fatores: porcentagem de estacas enraizadas e vivas, com brotações e formação de calo, o número médio de raízes por estaca, assim como o valor do comprimento da maior raiz. Figura 1. Planta Matriz próxima ao propagador da UFRRJ. 2
3 Figura 2. Imersão das estacas em solução de trabalho e sanitizante RESULTADOS E DISCUSSÃO A sobrevivência das estacas de Schefflera arboricola em todos os tratamentos, tanto nas diferentes concentrações, quanto no tipo de estaca foram similares, sendo ausente a presença de calos no todo. A iniciação radicular surgiu diretamente das regiões basais. Em todos os três tipos de estacas, sob diferentes doses de AIB ocorreram brotações e enraizamentos. Como a porcentagem de estacas de Schefflera arboricola enraizadas nos diferentes tratamentos foi igual a 30%, esta espécie pode ser considerada de difícil enraizamento. Para espécies e cultivares que apresentam facilidade de formar raízes, não há necessidade de cuidados especiais durante o enraizamento, porém naquelas de difícil enraizamento deve-se ter maior atenção em outros fatores que afetam o processo de estaquia (Pita Júnior, 2010). Este resultado pode ter sido afetado por um erro nos tratos culturais, como o excesso de umidade apresentado no viveiro, o que pode ter levado à morte das estacas, perdendo grande parte das amostras, o que explicaria o coeficiente de variação relativamente alto. Houve diferença estatisticamente significativa quanto as médias de estacas enraizadas em relação aos tipos de estaca, porém o mesmo não foi apresentado em relação às concentrações de AIB (Tabela 1). O mesmo ocorreu com o comprimento das raízes, onde o tipo de estaca influenciou no comprimento, porém o mesmo não foi observado em relação às concentrações de AIB (Tabela 1). As demais variáveis, como Estacas Vivas, Número de Raízes e Estacas com Brotações não apresentaram diferenças estatísticas significativas. Estacas herbáceas apresentaram maior índice de estacas vivas, enraizadas, com brotações, além de maior média de número de raízes e maior comprimento de raiz, ocasionando um desempenho (Tabela 1), fazendo com que seja mais indicada para propagação de cheflera por estaquia, se comparada a estacas semilenhosas e lenhosas. Com relação aos diferentes níveis de AIB adotados, observa-se que nenhum tratamento obteve diferenças estatisticamente significativas, mostrando que estes tratamentos não influenciaram no enraizamento das estacas, para as condições experimentais adotadas. Entretanto, nota-se que o melhor resultado para os fatores avaliados foi no tratamento em que não se utilizou a solução de AIB, indicando que os níveis endógenos de auxina são suficientes para um bom desenvolvimento de raízes adventícias. 3
4 Tabela 1 Estacas Vivas (ES); Estacas Enraizadas (EE); Estacas com Brotação (EB); Número de Raízes (NR); Comprimento da maior raiz (MR) de três tipos de estacas de Schefflera após a aplicação de três concentrações distintas de AIB. Seropédica RJ, TE EV EE EB NR MR % Cm HE 40ns 25,55a 40ns 2,51ns 4,5a SL 32,22ns 17,77ab 32,22ns 2,2ns 1,38b L 27,77ns 10b 27,77ns 0,92ns 1,14b CV(%) 44,86 67,6 44,86 86,49 79,89 C EV EE EB NR MR Mg.L-1 % Cm 0 43,33ns 23,33ns 43,3ns 2,52ns 2,42ns ,11ns 15,55ns 31,11ns 1,42ns 2,44ns ,55ns 14,44ns 25,55ns 1,68ns 2,16ns CV(%) 44,86 67,6 44,86 86,49 79,89 Médias seguidas de letras iguais na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidades CONCLUSÕES Para propagação por estaquia de Schefflera arborícola deve-se priorizar a utilização de estacas do tipo herbácea, pois é a que apresenta um melhor desempenho, se comparada a estacas do tipo semilenhosa e lenhosa. A utilização de solução contendo diferentes concentrações de AIB (1000ppm e 2000ppm) para esta espécie se faz desnecessária, já que o maior desempenho foi obtido nas estacas imersas em solução que não continha AIB, indicando que as concentrações endógenas de auxinas são suficientes para que ocorra o enraizamento. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Departamento de Fitotecnia da UFRRJ pelo investimento e espaço fornecidos e aos professores João Sebastião de Paula Araújo, Ricardo Motta Miranda pela orientação na condução do presente trabalho. REFERÊNCIAS COURTIER, J. and Clrak, G Indors plants: the essential guide to choosing and caring for houseplantas. Marshall Ediditions Developments Ltd. Readers Digest Edition. GILMAN, E. F Schefflera arboricola. Fact Sheet FPS University of Florida, Cooperative Extension Service, Institute of Food and Agricultural Sciences. LI, H.L Woody flora of Taiwan. Morris Arboretum and Livingston Pub. Co.,Philadelphia, Pnnsylvania. p
5 LIMA, M. R.; Estratégias de propagação para espécies subarbustivas de Acanthaceae Juss. com potencial ornamental. Brasília. Dissertação (Mestrado em Botânica) Universidade de Brasília, 165p, LORENZI, H.; MOREIRA, H Plantas Ornamentais do Brasil. Ed. Plantarum, Nova Odessa, Brasil, 720pp. PITA JUNIOR, J. L. Propagação do rambutanzeiro (Nephelium lapacceum L f. Dissertação (mestrado) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias UNESP, Campus de Jaboticabal,
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