CONDUTOR AMBIENTAL: CAPACITAÇÃO DA COMUNIDADE LOCAL AO VISITANTE DE ÁREAS NATURAIS EM BARRA DO GARÇAS MT*
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- Sophia Melgaço Casqueira
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1 CONDUTOR AMBIENTAL: CAPACITAÇÃO DA COMUNIDADE LOCAL AO VISITANTE DE ÁREAS NATURAIS EM BARRA DO GARÇAS MT* FERNANDO SILVA, Delfos¹; HERTEL, Verônica Cruz²; RIBEIRO, Victor Pena³ Palavras-chave: Áreas naturais, Comunidade local, Condutor ambiental, Visitantes. Introdução O ecoturismo é uma viagem em desenvolvimento, para áreas naturais relativamente tranquilas com o fim de estudar, desfrutar ou prestar ajuda voluntária com respeito à flora, à fauna, no intuito de suprir suas necessidades, à sua cultura e o seu relacionamento com a terra. Uma atividade econômica e de baixo impacto ambiental que acontece em áreas de significativo valor natural e cultural, para atividades recreacionais e educativas, aliando a conservação da biosóciodiversidade, buscando, trazendo ou resgatando benefícios para as comunidades receptoras. (RODRIGUES, 2003) Assim, cada indivíduo enxerga e interpreta a paisagem de acordo com o seu próprio olhar, com a sua própria maneira de ver o mundo, de acordo com as suas experiências, com suas expectativas e ansiedades, e a partir disso, constrói um novo conhecimento a partir da experiência vivenciada. A paisagem, a fauna e a flora juntamente com os elementos culturais existentes nas áreas naturais, sobretudo as protegidas legalmente representam pólos de atração para os turistas de todo o mundo, inclusive para aqueles habitantes dos próprios países em que estas áreas se situam (RODRIGUES, 2003). A paisagem é composta pelos elementos naturais e culturais e compõem o ambiente: água, vegetação, relevo e as atividades humanas. Ela é fruto da ação de todos os componentes que existem ou existiram em um determinado ambiente, por *Resumo revisado pelo Coordenador da Ação de Extensão Condutores ambiental local. Docente coordenador: Delfos Fernando Silva. ¹ Docente da instituição Fesa Faculdade de Ensino Superior de Aragarças GO, coordenador da ação de extensão condutores ambiental local. delfosfs@hotmail.com. ² Discente na instituição UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso. vezinhamtbr_nx@hotmail.com. ³ Discente na instituição UFMT Universidade Federal de Mato Grosso. vitorpena10@hotmail.com.
2 tanto somos todos co-responsáveis pela paisagem do ambiente visitado. Todos os ambientes fazem parte da composição do ambiente maior que é o planeta terra. Essas tendências são reafirmadas por Elizabeth Boo, especialista em ecoturismo em áreas protegidas, que vem desenvolvendo estudos sobre o tema em vários países do mundo. Segundo ela, os turistas estão visitando cada vez mais parques e reservas ao redor do mundo como nunca haviam feito, buscando nesta modalidade de turismo aquelas experiências que os ajudem a compreender e valorizar o ambiente natural (BOO, 1992; 1995). Kinker (2002) defende que o ecoturismo é o segmento da atividade turística mais apropriada para ser desenvolvida em áreas naturais protegidas, pois devem ser criadas políticas adequadas de incentivo à atividade e que permitam que os recursos adquiridos sejam aplicados nas áreas visitadas. Nesta gênese tem-se o princípio do conhecimento acerca da inerente atividade de uma pessoa em conduzir visitantes e/ou turistas em ambientes naturais. Para tanto, a Ecotrilhas (2000), expressa que essa atividade deve estar relacionada ao condutor ambiental, ou seja, o profissional encarregado de acompanhar, orientar e transmitir informações a grupos que visitam as belezas naturais do território nacional em excursões (municipais, estaduais ou interestaduais) e em viagens internacionais. Geralmente, tal profissional é uma pessoa capacitada para acompanhar visitantes dentro de unidades de conservação, não credenciado pela EMBRATUR, também chamado de monitor local ou condutor de visitante ou erroneamente de guia local e, geralmente, residente no local ou próximo do local visitado. Em alusão a tal função, o portal São Francisco (2012) acrescenta que o condutor ambiental conhece melhor os caminhos no atrativo natural, possui bom conhecimento popular acerca das plantas e sua utilidade, dos animais silvestres, conhece melhor as condições de visitação e o estado das trilhas. Além disso, Por estar inserido na comunidade, conhece a cultura local, os "causos", expressões idiomáticas locais, a música, a história e a culinária, pode não ter frequentado a escola formal, atua em âmbito local. O objetivo primordial dessa proposta foi, então, capacitar a comunidade local, aqueles que pelo amadorismo, ou não, desenvolvem tal função no sentido de
3 proporcionar conhecimento técnico, específico, e científico também, acerca da condução ou guiamento de pessoas em ambientes naturais. O intuito dessa atividade de extensão é a de desenvolver as pessoas que, por motivos e outros, interessam-se em contribuir com os visitantes e/ou turistas que freqüentam a região de Barra do Garças MT e que, sendo assim, buscam em parentes, amigos, e por último em agências uma pessoa, ou melhor, um profissional capaz de conduzi-lo pelos ambientes naturais presentes na cidade. Essa capacitação tende a orientar e desenvolver em um futuro condutor o conhecimento necessário para auxiliar os que necessitam desse serviço. Metodologia O curso de capacitação da qual essa proposta está vinculada atenderá às necessidades de visitantes e condutores no Parque Estadual da Serra Azul. Criado em 31 de maio de 1994, pela lei nº Sua área é de ,445 hectares, encontra-se a 4 km do centro da cidade. Sua fauna e a flora exuberante convivem harmoniosamente com cachoeiras, fendas e cavernas, sítios paleontológicos e arqueológicos, formações rochosas curiosas, trilhas belíssimas e bosques nativos. (FARIA, 2004) Essa unidade de conservação abriga cerca de 34 espécies de mamíferos, 82 de aves, 40 de répteis e 42 de peixes. Para tanto, o curso acontecerá nas dependências da Faculdade de ensino superior de Aragarças GO (FESA) com apoio do IBAMA e SEMA para o ensino técnico-específico da área ambiental. O coordenador dessa ação de extensão responsabilizar-se-á pelo conteúdo técnico-específico sobre ecoturismo e visitação em ambientes naturais. Além do mais, o conhecimento prático em parceria da SEMA e FESA para suporte em visitação técnica/aula de campo no Parque Estadual da Serra Azul PESA. Os conhecimentos absorvidos e adquiridos no decorrer da capacitação estará norteada pelos aspectos abaixo relacionados: Conduzir visitantes com segurança; Orientar e interpretar aspectos ambientais e sócio-culturais dos atrativos (sítios) turísticos naturais; Sensibilizar para a importância da conservação do meio ambiente;
4 Auxiliar no monitoramento dos impactos ambientais da visitação; Contribuir com a gestão da sustentabilidade nos atrativos (sítios) naturais da visitação; Aplicar a legislação ambiental para a preservação, conservação e monitoramento do meio ambiente, na atividade profissional; Comunicar-se com desenvoltura, hospitalidade, cordialidade e liderança; Considerar o perfil dos visitantes; Promover a integração dos mesmos com o bem visitado e entre si. Resultados O projeto de extensão ainda não entrou em vigor. Porém o que se espera com tal atividade é a integração da sociedade local com o ensino científico de modo a auxiliar na formação necessária em atender bem um visitante e/ou turista com conhecimento formal, técnico, específico e prático na arte do bem receber. Nesse aspecto, tem-se ainda a importância de ter ciência de informações faunísticas e florísticas do Bioma Cerrado presente no PESA, valorização, conservação da biodiversidade presente na região a ser trabalhada. Considerações A interpretação do condutor ambiental é a alma de uma boa visitação. Sua principal função é estabelecer um canal de comunicação do visitante com o local. O visitante que na região chega quer sentir segurança e confiança naqueles que o auxiliarão em seus passeios e nas informações que, porventura, serão passadas. A observância que deve-se ter nesse intuito da atividade de extensão ainda é na valorização da sociedade local com a possibilidade de interagir nas práticas cotidianas de visitação em áreas naturais, o sentir-se útil perante a comunidade, e também na sensação de aprender sempre, dia-a-dia, na troca de experiências e cultura. Referências Bibliográficas RODRIGUES, Adyr Balastreri (org). Ecoturismo no Brasil: possibilidades e limites. São Paulo: Contexto, 2003.
5 FENNELL, David A. Ecoturismo: uma introdução. São Paulo: Contexto, COSTA, Patrícia Côrtes. Ecoturismo. São Paulo: Aleph, FARIA, Anderson Assis de. História do Parque Estadual da Serra Azul - Barra do Garças-MT. Disponível em: Acessado no dia 29 de maio de 2008.
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