INFLUÊNCIA DA FONTE DE ADUBAÇÃO NITROGENADA NA ABSORÇÃO DE N E PRODUTIVIDADE DO ARROZ IRRIGADO

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1 INFLUÊNCIA DA FONTE DE ADUBAÇÃO NITROGENADA NA ABSORÇÃO DE N E PRODUTIVIDADE DO ARROZ IRRIGADO Mario Felipe MEZZARI¹, Vanderson Modolon DUART², Adriana Modolon DUART², Rogério MORETTO², Bruno, CECHINEL², Willian BUZANELLO², Nicolas, MENEGON 2, Fernando José GARBUIO³ ¹acadêmico, Engenharia Agronômica, IFC Campus Santa Rosa do Sul. mfmezzari@gmail.com ²acadêmicos, Engenharia Agronômica, IFC Campus Santa Rosa do Sul ³Professor, curso de Engenharia Agronômica, IFC Campus Santa Rosa do Sul. fernando.garbuio@santarosa.ifc.edu.br Introdução O plantio do arroz em sistema irrigado é uma das principais fontes de renda para produtores rurais dos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. O cultivo do cereal requer investimentos em insumos e maquinário, e mesmo sendo considerada uma cultura de comercialização garantida os altos custos de produção diminuem a margem de lucro do produtor. A adubação a base de N é essencial para obter bom rendimento nas lavouras de arroz irrigado. Camargo et. al (2008), afirma que a aplicação de N nos estádios anteriores ao emborrachamento contribui para o aumento de perfilhos. Fageria et al. (2007) observou efeito significativo entre adubação nitrogenada e produção de grãos, todavia, a mesma é variável conforme o genótipo utilizado a campo. Conforme da Silva et al. (2015), o rendimento e a eficiência da adubação nitrogenada tornam-se relativos dependendo da relação radiação solar/temperatura. A correção de N em solos de arroz dá-se em geral por ureia, que contém 45% N na composição, sendo uma fonte economicamente acessível e eficaz. O mercado de fertilizantes tem introduzido novas tecnologias em relação a produtos para a nutrição de plantas. O Sulfammo é composto por 26% de N e possui potássio, magnésio, enxofre e micronutrientes. É revestido por composto a base de algas e tem por objetivo promover lenta liberação de N no solo (TIMAC, 2016). O presente estudo tem por objetivo avaliar os componentes de produtividade de arroz irrigado e a absorção de N em função da fonte (ureia e sulfammo) e doses deste nutriente. Material e Métodos O experimento foi conduzido na área experimental de arroz irrigado localizado no Instituto Federal Catarinense Campus Santa Rosa do Sul. Em região de clima classificado como Cfa subtropical úmido, de acordo com Koppen. O solo é classificado como Gleissolo háplico melânico (EMBRAPA, 2006). O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, em esquema fatorial 2 x 4, com 3 repetições, sendo constituído por 24 parcelas experimentais. As parcelas possuem dimensões de 4 x 16 m, totalizando 64 m² cada. Os tratamentos constituíram-se de 2 fontes de adubação nitrogenada (ureia e sulfammo), e 4 doses de N (0, 80, 160, 240 kg ha -1 de N). A semeadura do arroz foi realizada no dia 03, do mês de dezembro na safra 2015/2016. Foi utilizada a cultivar de arroz Titan CL, sendo

2 previamente embebida em água durante 12 horas e, posteriormente, condicionada em estufa a ºC, visando garantir germinação uniforme. A densidade de plantio foi de 40 kg ha - ¹. Os tratamentos com adubação nitrogenada foram aplicados no dia 22 de dezembro de 2015, quando o arroz estava em estádio V4 antes do início do perfilhamento. A adubação a base de P e K foi realizada no dia 15 de dezembro. Foram coletadas plantas inteiras de arroz para avaliação de massa seca e absorção de N durante o período vegetativo, utilizando quadrado de dimensão de 0,25 m 2, logo encaminhadas ao laboratório, lavadas em água deionizada, secas em estufas de circulação de ar forçada a 60 ºC até atingir peso constante e posteriormente moídas. Para determinação do teor de N foi utilizada digestão sulfúrica conforme metodologia descrita por Malavolta et al. (1997). Foi determinada a produtividade em área útil de 4 m 2. Os grãos foram trilhados em máquina estacionária, posteriormente pesados e corrigidos a umidade para 130 g kg - 1 de água. Foi realizado a avaliação dos componentes de rendimento (panículas por m 2 e massa de mil grãos). Os resultados foram submetidos a análise de variância seguindo modelo em esquema fatorial, realizando o teste de Tukey para as variáveis fonte e ajustando equação de regressão de polinômios ortogonal para doses de N. Com o auxílio do software Sisvar (FERREIRA, 2011). Resultados e discussão Não houve interação significativa entre fonte e doses de N em cobertura nos componentes de rendimento avaliados nesse estudo, sendo assim foi realizado o teste de Tukey p<0,05 para comparação de fontes de N e ajustado equação de regressão polinomial para doses de N. Aos 32 dias após a aplicação de N em cobertura, a produção de matéria seca (MS) e a quantidade de N absorvido na parte aérea de arroz irrigado não apresentou diferença significativa em relação a aplicação das fontes de N (Figura 1A). A aplicação de ureia e sulfammo apresentarem uma média de 2714 kg ha -1 e 61,8 kg ha -1 de MS e N absorvido, respectivamente. Aos 63 dias após a aplicação de N em cobertura não houve diferença significativa entre as fontes de N utilizadas na produção de matéria seca e N absorvido pela parte aérea (Figura 1B). Produzindo uma média de 9287 kg ha -1 de MS e absorvendo 94,7 kg ha -1 de N. Assim esse estudo mostra que a produção de MS da parte aérea e a eficiência de absorção de N entre a ureia e o sulfammo são iguais, não apresentando vantagem em usar uma fonte em relação a outra, porém se deve levar em conta na hora da aplicação o custo de cada fonte na propriedade.

3 (A) (B) Figura 1: Produtividade de matéria seca da parte aérea e Nitrogênio absorvido pelo arroz irrigado em diferentes fontes de N aos 32 dias (A) e 63 (B) após a aplicação de N em cobertura. Letras iguais não diferem pelo teste de Tukey p<0,05 na coluna de mesma cor. Santa Rosa do Sul, SC. Safra 2015/16. Aos 32 dias após a aplicação de N em cobertura, a produção de MS da parte aérea e a absorção de N em kg ha -1 pela cultura do arroz irrigado aumentaram significativamente de forma linear em função da aplicação de N (Figura 2), ou seja, a cada 1 kg ha -1 de N aplicado em cobertura houve um aumento de 3,52 kg ha -1 de MS da parte aérea e absorção de 0,189 kg ha -1 de N. Assim sendo, aos 32 dias após a aplicação de N em cobertura houve uma eficiência de absorção de N de 18,9%. Figura 2: Produção de Matéria de seca e absorção de N da parte aérea em função da aplicação de doses de N em cobertura, 32 dias após sua aplicação. **, * - Significativo p<0,01 e p<0,05, respectivamente. Santa Rosa do Sul, SC. Safra 2015/16. Aos 63 dias após a aplicação de doses de N em cobertura, a produção de MS da parte aérea e absorção de N pela cultura do arroz aumentaram de forma quadrática (Figura 3), assim calculou-se a dose de N em kg ha -1 de maior eficiência técnica que foi de 168 e 159 kg ha -1 de N para MS e absorção de N, respectivamente. Apesar de MS ter respondido estatisticamente de forma quadrática com a dose de maior produção técnica de 168 kg ha -1 de N, a figura 3 mostra que a produção de MS se estabiliza na dose de 80 kg ha -1 de N aplicado com uma produção em torno de kg ha -1 de MS. Já a dose de maior eficiência técnica (159 kg ha -1 ) de absorção de N pela cultura do arroz irrigado proporcionou um incremento de absorção em relação a testemunha de 53 kg ha -1 de N, ou seja, aos 63 dias após a aplicação de N em cobertura foi observada eficiência de absorção de N de 33%.

4 Figura 3: Produção de Matéria de seca e absorção de N da parte aérea em função da aplicação de doses de N em cobertura, 63 dias após sua aplicação. * - Significativo p<0,05. Santa Rosa do Sul, SC. Safra 2015/16. Os componentes de rendimento panículas/m 2, grão cheio, grão estéril, PMS e produtividade não apresentaram diferença estatística em função da fonte de N utilizada (Tabela 1). Tabela 1: Componentes de rendimento do em função da fonte de N aplicada em cobertura. Santa Rosa do Sul, SC. Safra 2015/16. Tratamento Panículas/m² Grão cheio Grão estéril PMS Produtividade Fonte Ureia 79,2 a 92,0 a 8,0 a 2,4 a 5366,9 a Sulfammo 82,0 a 89,3 a 10,6 a 2,4 a 5563,1 a Média 80,6 90,6 9,3 2,4 5465, 0 CV (%) 16,48 3,99 38,74 6,15 9,4 Médias seguidas de mesma letra na coluna não difere estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a p<0,05. Hernandes et. al (2010), afirma que os componentes de produtividade aumentam conforme o nível de adubação. Nesse estudo foi observado aumento em função das doses de N aplicados em cobertura apenas no PMS e produtividade, com um efeito significativo quadrático e linear, respectivamente. (A) (B) Figura 4: Peso de mil sementes (PMS) e produtividade de arroz irrigado em função da aplicação de N em cobertura. **, * - Significativo p<0,05 e p<0,01, respectivamente. Santa Rosa do sul, SC. Safra 2015/16.

5 Conclusão Referências 1. Não houve diferença estatística entre as fontes ureia e sulfammo nos componentes de rendimento avaliados. 2. Houve incremento na produção de massa seca e absorção de N da parte aérea em função da aplicação de N em cobertura aos 32 e 63 dias após a aplicação. 3. A produtividade aumentou linearmente em função das doses de N aplicada em cobertura. da SILVA, L. S.; DRESCHER, G. L.; AITA, N. T.; MARQUES, L. G.; DE MORAES, A. F.; BUSANELLO, R. L.; incubação anaeróbica para estimativa da disponibilidade de n em solos aptos ao cultivo de arroz irrigado no rs. In: IX CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 9. : 2015 : Pelotas, RS). Anais... Pelotas: SOSBAI, 2015, CAMARGO, E. R.; MARCHESAN, E.; ROSSATO, T. L.; TELÓ, G. M.; AROSEMENA, D. R. Influência da aplicação de nitrogênio e fungicida no estádio de emborrachamento sobre o desempenho agronômico do arroz irrigado. Bragantia, Campinas, v.67, n.1, p , EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. CENTRO NACIONAL DE PESQUISA EM SOLOS. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília, DF: FAGEIRA, N. K.; DOS SANTOS, A. B.; CUTRIM, V. A. Produtividade de arroz irrigado e eficiência de uso do nitrogênio influenciadas pela fertilização nitrogenada. Pesq. agropec. bras., Brasília, v. 42, n.7, p , FERREIRA, D.F. Sistema de análises de variância para dados balanceados SISVAR 4.1. Lavras: UFLA, MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, A.S. Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. 2 ed. Piracicaba, POTAFOS, p. HERNANDES, A.; BUZETTI, S.; ANDREOTTI, M.; ARF, O.; de SÁ, M. E. Doses, fontes e épocas de aplicação de nitrogênio em cultivares de arroz. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 34, n. 2, p , mar./abr., TIMACAGRO, Sulfammo Meta, (< acao=detalhar&cod=36> acesso em 28 de janeiro de 2016.