Análise Setorial de Emprego
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- Evelyn Porto de Sintra
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1 Análise Setorial de Emprego Abril de 2015
2 Ficha Técnica Governador do Estado de Minas Gerais Fernando Pimentel Secretário de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social André Quintão Secretária Adjunta de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social Rosilene Rocha Elaboração Assessor de Gabinete Paulo Roberto Bretas Assessor de Planejamento Gustavo Garcia Vieira de Almeida Equipe técnica Amanda Siqueira Carvalho Betley de Jesus Ferreira Bruno Ferreira Andrade Camila Martins Duarte César Augusto Calinçani Pereira Éder Rodrigo Rodrigues Ferreira Frederico de Sant Anna Caetano Ribeiro Leonardo Aguilar Ferreira Alonso Leonardo Diniz Reis Silva Leonardo Aguilar Ferreira Alonso Matheus Fernandes Nascimento Maria de Lourdes Santana Oliveira Sônia Regina Carvalho
3 Sumário Executivo Esse documento tem como objetivo subsidiar a compreensão sobre o mercado de trabalho atual, fornecendo dados atualizados para gestores das políticas públicas de trabalho e emprego. O propósito final é contribuir para a elaboração e para o planejamento de estratégias e ações voltadas ao mercado de trabalho, bem como monitorar o ambiente no qual essas estratégias se inserem. Essa análise foi produzida a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) até o mês de abril de Os resultados da análise serão apresentados a seguir. 1. O setor de Agropecuária, Extrativismo Vegetal, Caça e Pesca é evidência em todo o país e também no estado de Minas Gerais, mostrando-se um ponto forte na geração de postos de trabalho, como observado nas tabelas 1 e 5; 2. Somado à redução de postos de trabalho no mercado em geral, exceção feita aos setores de Agropecuária, Extrativismo Vegetal, Caça e Pesca e de Serviços, observa-se, no Brasil e em Minas Gerais, a redução do salário médio dos admitidos em relação aos demitidos, conforme tabelas 11 e 12, o que pode estar relacionado à substituição de trabalhadores com maiores salários, por trabalhadores com salários inferiores, em especial com rendimento até 1 salário mínimo; 3. O setor industrial mineiro apresenta números mais sensíveis atualmente, haja vista ser o que mais tem reduzido postos de trabalho, acompanhado da substancial diminuição na renda média do trabalhador. A queda no número de empregos acompanha a tendência observada no país como um todo, embora a remuneração média dos industriários brasileiros tenha apresentado alta em abril. 4. Em abril, grande parte de postos de trabalho em Minas Gerais foram criados no eixo de baixo do recorte diagonal noroeste/sudeste do estado, de acordo com a tabela 4, o que pode demonstrar que os Territórios de Desenvolvimento historicamente com maior Produto Interno Bruto resistem mais aos efeitos da desaceleração da economia. 5. Apenas o segmento de trabalhadores mais jovens, de até 24 anos, não sofreu com a perda acumulada de postos de trabalho no primeiro quadrimestre, e aqueles com escolaridade entre o 5º e o 9º anos do Ensino Fundamental sofreram mais com os desligamentos, independente da faixa etária.
4 1. Criação de vagas no Brasil Em abril de 2015, o Brasil perdeu vagas de emprego formal, pior resultado obtido em mais de uma década para o mês de abril, menor inclusive que o resultado em 2009, ano de crise financeira mundial, e o primeiro negativo para o mês nesse intervalo. Saldo de vagas = Qtd de admitidos Qtd de demitidos Gráfico 1 - Saldo de emprego no Brasil para os meses de ABRIL 2003/ Tal resultado foi devido principalmente às demissões nos setores de Comércio, Construção Civil e Indústria. Por sua vez, o setor de Agropecuária, Extrativismo Vegetal, Caça e Pesca apresentou números positivos na geração de vagas, acumulando pouco mais de 8 mil novos postos de trabalho no mês. Tabela 1 - Admissões e demissões no Brasil por setor ABRIL/2015 Setor Admitido Desligados Saldo Comércio Construção Civil Agropecuária, Extrativismo Vegetal, Caça e Pesca Indústria Serviços TOTAL
5 Em relação aos estados, três se destacam pela criação de novas vagas: Goiás, Distrito Federal e Piauí. Tabela 2 -Saldo de vagas no Brasil nos estados ABRIL/2015 Estado Saldo 1º Goiás º Distrito Federal º Piauí 612 4º Mato Grosso do Sul 369 5º Acre 95 22º Minas Gerais º Rio Grande do Sul º São Paulo º Rio de Janeiro º Alagoas º Pernambuco TOTAL Se considerarmos o saldo de vagas mensal dos últimos doze meses, constata-se que, dos seis estados com saldo de empregos positivos, cinco estão localizados no Nordeste. Apesar do cenário econômico menos agudo observado na região, a comparação com abril, na qual apenas um dos cinco estados que apresentam saldo positivo se localiza nessa porção do país, traz indícios de que os efeitos da desaceleração do mercado de trabalho também estão alcançando esses estados. A presença de Alagoas e Pernambuco como as duas unidades da federação com saldo de vagas mais negativo no mês de abril corrobora essa tendência. Tabela 3 -Saldo de vagas no Brasil nos estados MAIO/2014 a ABRIL/2015 Estado Saldo 1º Ceará º Santa Catarina º Alagoas º Sergipe º Paraíba º Piauí º Bahia -23,015 24º Rio de Janeiro º Pernambuco º Minas Gerais º São Paulo TOTAL Dentre os Territórios de Desenvolvimento, recém-criados pelo Governo de Minas em substituição as Regiões de Planejamento utilizadas até o fim de 2014, observa-se
6 que o saldo de vagas foi positivo em menos da metade deles (7 de 17). A geração negativa de empregos no Território Metropolitano contribuiu decisivamente para o montante negativo registrado pelo estado em abril. Tabela 4 - Saldo de vagas em Minas Gerais nos Territórios de Desenvolvimento ABRIL/2015 Estado Saldo 1º Sul º Sudoeste º Triângulo Sul º Oeste 513 5º Mata 502 6º Médio e Baixo Jequitinhonha 40 7º Vertentes 38 8º Caparaó -15 9º Central º Alto Jequitinhonha º Mucuri º Triângulo Norte º Vale do Rio Doce º Norte º Noroeste º Vale do Aço º Metropolitana TOTAL -6964
7 2. Criação de vagas em Minas Gerais Minas Gerais obteve saldo negativo de vagas no mês de abril/2015, com a perda de postos de trabalho, pior marca no período 2003 a O menor número desse intervalo havia sido a criação de empregos em Gráfico 2 - Saldo de emprego em Minas Gerais para os meses de ABRIL 2003/ Apesar do saldo negativo no acumulado para o mês, os setores de serviços e agropecuário, extrativismo vegetal, caça e pesca se destacaram dentre os demais, gerando saldo positivo de postos. Todos os demais setores promoveram mais demissões que admissões. Gráfico 3 - Saldo de emprego em Minas Gerais para os meses de ABRIL / Indústria Construção Civil Comércio Serviços Agropecuária, ext. vegetal, caça e pesca abr/14 abr/15
8 Na comparação com o mês anterior, destaca-se a melhoria do setor comerciário, que apresentava resultado negativo semelhante à indústria e ao comercio e que se tornou positivo na geração de vagas, e um saldo negativo mais acentuado na construção civil e na indústria. Nota-se também uma aceleração da perda de vagas na Indústria e uma melhoria no setor de Comércio, bem como uma redução no número de vagas criadas no setor de Serviços Indústria Construção Civil Comércio Serviços Agropecuária, Extrativismo Vegetal, Caça e Pesca mar/15 abr/15 Não obstante a criação de vagas em fevereiro, Minas Gerais apresenta resultado negativo de postos de trabalho encerrados em 2015, resultado das demissões ocorridas no setor de Comércio. Tabela 5 Saldo das Admissões e demissões em Minas Gerais por setor JAN- ABR/2015 Mês Jan/15 Fev/15 Mar/15 Abril/15 Acumulado Indústria Construção Civil Comércio Serviços Agropecuária, Extrativismo Vegetal, Caça e Pesca TOTAL A desaceleração do mercado de trabalho em Minas Gerais tem afetado distintamente os gêneros, com uma preponderância de desligamentos mais acentuada entre homens do que entre mulheres, ainda que no início do ano o cenário fosse distinto.
9 Tabela 6 - Saldo médio em Minas Gerais por gênero JAN-ABR/2015 Mês Masculino Feminino Total Janeiro/ Fevereiro/ Março/ Abril/ TOTAL Os trabalhadores mais afetados pela desaceleração da economia brasileira e mineira são aqueles com 5º ao 9º anos completos, faixas nas quais houve saldo negativo de vagas em todos os meses de Tabela 7 - Saldo médio em Minas Gerais por escolaridade JAN-ABR/2015 Nível de Instrução jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 Acumulado Analfabeto Até 5º ano Completo º ano Completo Fundamental º a 9º ano Fundamental Fundamental Completo Médio Incompleto Médio Completo Superior Incompleto Superior Completo TOTAL Apenas as faixas etárias com trabalhadores até 24 anos não foram impactadas com a redução de novas vagas de emprego, as demais apresentaram saldo negativo nos quatro primeiros meses do ano. Tabela 8 - Saldo médio em Minas Gerais por faixa etária JAN-ABRIL/2015 Mês Jan/15 Fev/15 Mar/15 Abril/15 Acumulado Até a a a a a ou mais TOTAL A dispensa sem justa causa lidera a relação de motivos para os desligamentos em 2015, representando mais da metade deles e mantendo-se estável no primeiro quadrimestre do ano.
10 Tabela 9 - Motivos dos desligamentos JAN-ABRIL/2015 Mês Jan/15 Fev/15 Mar/15 Abril/15 % A pedido ,17 Aposentadoria ,0002 Dispensa com justa causa ,34 Dispensa sem justa causa ,78 Morte ,17 Término de contrato ,59 Término de contrato por prazo determinado ,60 Transferência desligamentos ,34 TOTAL A análise do saldo de vagas por faixa salarial denota um crescimento daquelas com menor remuneração, até um salário mínimo, que tem aumentado desde fevereiro de 2015, em detrimento de todas as demais faixas, que apresentam redução no número de vagas continuamente desde janeiro. Tabela 10 - Saldo médio em Minas Gerais por faixa salarial JAN-ABR/2015 Mês Jan/15 Fev/15 Mar/15 Abril/15 Acumulado Até 0, De 0,51 a De 1.01 a De 1.51 a De 2.01 a De 3.01 a De 4.01 a De 5.01 a De 7.01 a De a De a Mais de Não Classificado TOTAL
11 3. Análise salarial Em relação à análise salarial no Brasil, destaca-se que a média de salários dos admitidos foi 11,37% menor que a média salarial dos demitidos, o que demonstra uma redução do nível médio de renda dos trabalhadores no mercado de trabalho formal. Tabela 11 - Salário médio no Brasil por setor ABR/2015 Setor Admitidos Desligados Variação Indústria R$ 1.408,27 R$ 1.304,51 7,95% Construção Civil R$ 1.379,29 R$ 1.505,57-8,39% Comércio R$ 1.096,28 R$ 1.211,32-8,50% Serviços R$ 1.301,72 R$ 1.462,06-10,97% Agropecuária, Extrativismo vegetal, Caça e Pesca R$ 1.026,20 R$ 1.088,78-5,75% TOTAL R$ 1.244,23 R$ 1.403,82-11,37% Os setores de Serviços e de Comércio foram os que mais reduziram o nível salarial no país, tendo também apresentado redução no saldo de vagas criadas. Já a Indústria, apesar de ter sido o setor que mais perdeu vagas no período, apresentou em âmbito nacional um incremento no salário médio de seus trabalhadores. Em Minas Gerais o cenário foi semelhante, já que o salário médio dos admitidos mostrou-se 14,01% menor que o salário médio dos demitidos. Os setores de Comércio, Serviços e Agropecuária, Extrativismo Vegetal, Caça e Pesca, apesar de terem criado vagas em abril/2015, também apresentaram redução salarial média. A Indústria, no entanto, além de perder vagas em abril, também teve uma redução aguda na remuneração de seus trabalhadores admitidos. Tabela 12 - Salário médio em Minas Gerais por setor ABR/ 2015 Setor Admitidos Desligados Total Indústria R$ 1.177,88 R$ 1.445,40-18,55% Construção Civil R$ 1.274,79 R$ 1.409,03-9,52% Comércio R$ 928,61 R$ 1.069,09-13,14% Serviços R$ 1.143,85 R$ 1.313,97-8,71% Agropecuária, Extrativismo vegetal, Caça e Pesca R$ 976,61 R$ 1.021,35-4,38% TOTAL R$ 1.095,71 R$ 1.274,22-14,01%
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