RELATÓRIO EXECUTIVO:

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS PESQUISA DE MARKETING 2009/2 RELATÓRIO EXECUTIVO: A OPINIÃO DO MORADOR DA CIDADE DE PORTO ALEGRE SOBRE A PROIBIÇÃO DO FUMO EM LOCAIS TOTAL OU PARCIALMENTE FECHADOS. Porto Alegre, 15 de dezembro de 2009.

2 RESUMO Este trabalho analisou a percepção dos porto-alegrenses sobre a proibição do fumo em ambientes coletivos total ou parcialmente fechados. Para apurarmos os dados, foram coletadas informações através de busca de dados secundários, dinâmica com um grupo motivacional relacionado ao assunto e elaboração e aplicação de 1009 questionários em diversos bairros de Porto Alegre. Amostra que proporciona um nível de 95% de confiança e erro de 3%. Após, estes dados coletados através da aplicação do questionário foram tabulados e analisados utilizando softwares de análise quantitativa onde foram feitos estudos univariados, bivariados e outros multivariados. A pesquisa mostrou que a população é favorável a uma Lei que proíba o consumo de produtos fumígenos em locais fechados, como bares, restaurantes e lanchonetes principalmente. Apontou também que a maioria dos entrevistados, inclusive dos fumantes, esta consciente de que a saúde é afetada ao inalar a fumaça expelida por outros indivíduos que fumam no mesmo ambiente em que se encontram. 2

3 SUMÁRIO 1. CONTEXTUALIZAÇÃO DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA JUSTIFICATIVA DADOS DA AMOSTRA RESULTADOS DE PESQUISA... 9 VOCÊ É FUMANTE?... 9 FREQÜÊNCIA DO HÁBITO DE FUMAR... 9 SE É FUMANTE, GOSTARIA DE PARAR DE FUMAR?... 9 OS FUMANTES FREQÜENTARÃO MENOS OS LOCAIS ONDE NÃO SE PODE FUMAR? MÉDIA=3,42 DESVIO-PADRÃO=1, OS NÃO-FUMANTES PASSARÃO A FREQÜENTAR MAIS OS LOCAIS ONDE É PROIBIDO FUMAR? HAVERÁ DIMINUIÇÃO DO NÚMERO DE POSSÍVEIS NOVOS FUMANTES? OS FUMANTES PASSARÃO A FUMAR MENOS? OS FUMANTES PERMANECERÃO MENOS TEMPO NOS ESTABELECIMENTOS ONDE HÁ PROIBIÇÃO DE FUMO? OS FUMANTES FICARÃO MAIS EM CASA EM VEZ DE SAIR? A FISCALIZAÇÃO DOS AMBIENTES SERÁ EFICIENTE? EU ME SINTO INCOMODADO QUANDO ALGUÉM FUMA PERTO DE MIM? EU ACREDITO QUE A SAÚDE DO FUMANTE PASSIVO É PREJUDICADA PELO FUMO? DEVE HAVER LOCAIS DESTINADOS AO CONSUMO DO FUMO, COMO FUMÓDROMOS? AS PESSOAS RESPEITARÃO A LEI? AO NÃO OBEDECER À LEI, O DONO DO ESTABELECIMENTO DEVE SER MULTADO? AO NÃO OBEDECER À LEI, O FUMANTE DEVE SER MULTADO? OS AMBIENTES ONDE HAVERÁ A PROIBIÇÃO FICARÃO MAIS AGRADÁVEIS? A PROIBIÇÃO DO FUMO FERE O DIREITO DE LIBERDADE DO CIDADÃO? EM SUA OPINIÃO, UMA LEI DE PROIBIÇÃO AO FUMO VISA PRINCIPALMENTE A: PROIBIÇÃO EM BARES PROIBIÇÃO EM RESTAURANTES PROIBIÇÃO EM CASAS NOTURNAS PROIBIÇÃO EM GINÁSIOS PROIBIÇÃO EM ESTÁDIOS CONCLUSÕES

4 1. CONTEXTUALIZAÇÃO O Brasil é um dos maiores produtores de tabaco do mundo e cerca de 16% da população brasileira é fumante, conforme pesquisa do sistema Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) produzida pelo Ministério da Saúde em O tabagismo é responsável pela morte de 200 mil brasileiros anualmente. Porto Alegre é a capital brasileira que possui o maior número de fumantes, principalmente entre os jovens, com um percentual de 28% na faixa etária entre 12 e 22 anos. Foi sancionada, em maio deste ano, a Lei Nº , que proíbe, no território do Estado de São Paulo, em ambientes de uso coletivo, públicos ou privados, o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos ou de qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco. Devido a este fato, bem como da adoção por outros Estados de legislação semelhante e, ainda, da tramitação de um projeto de lei similar em Porto Alegre na época, foi que a turma de Pesquisa de Marketing 2009/2 da Universidade Federal do Rio Grande do Sul decidiu compor o trabalho da disciplina em torno desta temática, com o intuito de apurar a percepção dos porto-alegrenses em relação à proibição do fumo em ambientes de uso coletivo, total ou parcialmente fechados sob forma de lei. Para o levantamento dos dados, foram coletadas informações através de busca de dados secundários, debate com um grupo da sociedade relacionado de alguma forma com o assunto e elaboração e aplicação de 1009 questionários em diversos bairros de Porto Alegre. A pesquisa mostrou que a população é favorável a uma Lei que proíba o consumo de produtos fumígenos em locais fechados, como bares, restaurantes e lanchonetes principalmente. O país dá um passo importante na busca de uma maior qualidade de vida e redução de custos com a saúde pública, a exemplo dos métodos já adotados em Nova Iorque, Buenos Aires, Paris e Londres. Conforme dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), o cigarro é a terceira maior causa de mortes no mundo, tanto para os que fumam quanto para os que respiram a fumaça. 4

5 2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA A cidade de Porto Alegre faz parte deste movimento de âmbito mundial para redução do número de novos fumantes, assim como diminuir os malefícios que o cigarro causa na saúde dos fumantes e fumantes passivos. Por tudo isso, existe uma forte motivação para que os Legisladores desenvolvam leis que atendam a estes propósitos. 3. JUSTIFICATIVA Existe uma distância entre o representante político e seus eleitores. Essa distância prejudica o alinhamento das decisões políticas com as reais vontades, necessidades e percepções do povo. De acordo com os preceitos democráticos, democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo. Neste contexto, os métodos de pesquisa atualmente existentes propiciariam aos governantes ferramentas para obter, de maneira bastante precisa, a percepção do povo frente às mais diversas questões. Para que a Legislatura conheça a opinião do morador da cidade de Porto Alegre se faz necessário o desenvolvimento de uma pesquisa séria. Nesta pesquisa o objetivo maior deve ser a imparcialidade para sabermos com exatidão a percepção do porto-alegrense sobre a proibição do fumo em ambientes coletivos fechados ou parcialmente fechados sob diferentes aspectos. 5

6 4. DADOS DA AMOSTRA Estado civil dos respondentes Nossa amostra contou com 36,6% de pessoas solteiras, 46,4% de casados, 8,8% de separados e 6,8% de viúvos. Grau de escolaridade dos respondentes Quanto ao grau de escolaridade percebemos que a maioria dos entrevistados possui ensino médio completo, sendo destas, 17,8% possuem ensino superior incompleto e 31,6% superior completo. As pessoas que possuem apenas ensino médio completo somam 22,3% da população da amostra. Você possui filhos? Considerando a nossa amostra de entrevistados, 62,5% possuem filhos e 36,9% não possuem. Sexo do Entrevistado O sexo dos entrevistados foi praticamente equivalente. 50,3% de homens e 49,7% de mulheres. Idade do entrevistado Dentre as faixas etárias estabelecidas, 13,2% se encaixaram entre 18 e 24 anos, 24,8% entre 25 e 39 anos, 38,9% entre 40 e 59 anos e 22,4% possuem 60 anos ou mais. Através de dados do Censo Demográfico do IBGE do ano de 2000 e dados da Pesquisa Especial de Tabagismo do mesmo órgão, no ano de 2008, foi verificado se a amostra desta pesquisa estava de acordo com os dados desta instituição. Em relação à quantidade de homens e mulheres, não há diferença significativa entre os dados da pesquisa e os dados do IBGE. 6

7 Tabela 1 Identificação da Amostra Gênero Dados IBGE (Fonte: IBGE Censo Demográfico 2000) Dados Pesquisa Homens 45,27% 50,30% Mulheres 51,80% 49,70% A respeito das faixas etárias, há uma quantidade maior de entrevistados com idade superior a 40 anos, o que pode acarretar numa amostra enviesada por opiniões de pessoas desta idade. Tabela 2 Identificação da Amostra Faixa Etária Dados IBGE (Fonte: IBGE Censo Demográfico 2000) Dados Pesquisa 18 a 24 anos 14,07% 13,20% 25 a 39 anos 25,01% 24,80% 40 a 59 anos 25,71% 38,90% 60 anos ou mais 12,79% 22,40% Em relação ao grau de escolaridade dos respondentes, não havia correspondência entre os critérios adotados pelo IBGE e os da pesquisa, entretanto os dados da instituição permitiram uma aproximação com a escala utilizada nesta pesquisa. Com base nisso, verificou-se que há uma discrepância relevante nos dados encontrados na pesquisa e nos dados da instituição, o que pode diminuir a potencialidade de análises utilizando esta variável. Tabela 3 Identificação da Amostra Escolaridade Dados IBGE (Fonte: IBGE Censo Demográfico 2000) Dados Pesquisa Fundamental Incompleto 35,5% 5,80% Fundamental Completo 15,24% 9,10% Médio incompleto 25,71% 5,20% Médio completo 27,23 24,10% Superior incompleto 17,92% 49,40% Pós-graduação 1,31% 5,90% 7

8 A respeito do número de fumantes, verificou-se uma aproximação muito grande com os dados do IBGE, conforme tabela abaixo: Tabela 4 Identificação da Amostra Número de Fumantes Dados IBGE (Fonte: IBGE Pesquisa Especial do Tabagismo) Dados Pesquisa Fumantes 19% 19,4% Não-fumantes * 81% 80,6% *Ex-fumantes inclusos A respeito do hábito de fumar, os resultados encontrados também foram bastante próximos: Tabela 5 Identificação da Amostra Hábito de Fumar Dados IBGE (Fonte: IBGE Pesquisa Especial do Tabagismo) Dados Pesquisa Regularmente 87% 82,4% Ás vezes 13% 17,1% Houve uma pequena discrepância em relação aos dados do IBGE quando se colocou em pauta o estado civil dos entrevistados. A maior relação de casados na pesquisa e o menor número de solteiros, pode ser explicado pela data das entrevistas, em dois finais de semana, período em que provavelmente os solteiros fiquem mais fora de casa do que os casados. E pela evolução do termo entre o período do censo do IBGE e a realização da pesquisa, pois nesse ínterim surgiu o conceito de união estável. Tabela 6 Identificação da Amostra Estado Civil Dados IBGE (Fonte: IBGE Censo Demográfico 2000) Dados Pesquisa Casado(a) 32,27% 46,4% Separado(a) judicialmente 7,38% 8,8% Viúvo(a) 6,05% 6,8% Solteiro(a) 51,64% 36,6% 8

9 5. RESULTADOS DE PESQUISA Você é fumante? A pesquisa realizada identificou que a composição da amostra é caracterizada por 19,4% de fumantes, 14,1% de indivíduos que se declaram ex-fumantes e 66,4% de indivíduos que não possuem o hábito de fumar. Freqüência do hábito de fumar Do contingente de entrevistados que se declarou fumante, 82,4% manifestou fumar regularmente, enquanto apenas 17,1% alegou fumar apenas de maneira eventual ou esporádica. Se é fumante, gostaria de parar de fumar? A maioria dos entrevistados que se declarou fumante, em torno de 70,4%, manifestou o interesse em parar de fumar, enquanto 25,1% dos fumantes declararam não ter interesse em deixar o hábito. 9

10 Os fumantes freqüentarão menos os locais onde não se pode fumar? A opinião de 60% dos respondentes é de que a proibição do fumo em ambientes total ou parcialmente fechados ocasionaria uma diminuição na frequência de fumantes nestes locais.no entanto, 33,7% dos entrevistados discordam desta idéia, enquanto 5,7% alegaram não ter opinião formada sobre esta questão. Média=3,42 Desvio-Padrão=1,57 Os não-fumantes passarão a freqüentar mais os locais onde é proibido fumar? A opinião de 62% dos entrevistados é de que os habitantes de Porto Alegre que não possuam o hábito de fumar irão passar a freqüentar mais os ambientes livres do fumo. No entanto, 28,3% dos respondentes discordam desta idéia e 8,9% não tinham opinião formada a respeito desta questão. Média=3,63 Desvio-Padrão=1,58 10

11 Haverá diminuição do número de possíveis novos fumantes? O respondente manifestou, em 57,4% das entrevistas, acreditar na idéia de que a existência de uma lei de proibição do fumo em locais total ou parcialmente fechados ocasionaria uma diminuição no número de novos adeptos do hábito de fumar; 9,1% dos entrevistados não souberam opinar a respeito e 31,2% dos respondentes discordaram desta idéia. Média=3,46 Desvio-Padrão=1,57 Os fumantes passarão a fumar menos? Pouco mais da metade dos entrevistados julgam que a aprovação de uma lei de proibição do fumo nos moldes apresentados iria ocasionar uma diminuição no consumo do fumo. Há, no entanto, uma parcela considerável de respondentes, 37,9%, do total, que se manifestou descrente em relação a esta idéia. Apenas 7% dos entrevistados não souberam opinar a esse respeito. Média=3,24 Desvio-Padrão=1,65 11

12 Os fumantes permanecerão menos tempo nos estabelecimentos onde há proibição de fumo? A opinião da grande maioria dos entrevistados (74,1% do total) sinaliza que o porto-alegrense acredita que a vigência de uma lei proibindo o fumo em locais coletivos fechados ou parcialmente fechados acarretaria a diminuição do tempo de permanência dos fumantes em ambientes nos quais o fumo seja proibido. Apenas 18% dos questionados discorda desta afirmativa, enquanto 6% não emitiram opinião a respeito. Média=4,04 Desvio-Padrão=1,39 Os fumantes ficarão mais em casa em vez de sair? De acordo com 62,1% dos entrevistados, a entrada em vigor de uma lei de restrição ao fumo em locais públicos fechados não levará o fumante a permanecer mais tempo em casa, ao invés de sair. Pouco mais de 10% manifestaram neutralidade em relação à questão, e 25,3% disseram crer que uma lei nestes moldes ocasionaria, sim, uma maior permanência em casa por parte dos fumantes. A fiscalização dos ambientes será eficiente? Para 61,8% dos entrevistados, não haveria fiscalização eficiente por parte das autoridades a fim de que a suposta lei fosse cumprida. Pouco mais de um quarto dos entrevistados, 26%, no entanto, acredita que as autoridades efetuariam a fiscalização eficientemente, e 8,9% não se posicionaram a respeito desta questão. 12

13 Eu me sinto incomodado quando alguém fuma perto de mim? 70% dos entrevistados sentem desconforto quando alguém fuma nas proximidades. Um pequeno percentual não quis posicionar-se a respeito desta questão, e 26,6% declararam não se incomodar com o consumo de fuma em sua presença. Média=3,81 Desvio-Padrão=1,64 Eu acredito que a saúde do fumante PASSIVO é prejudicada pelo fumo? A grande maioria dos respondentes, em número de 93%, acredita que o fumante passivo sofre danos à saúde em decorrência do fumo. Uma parcela ínfima, 4,6% do total, discorda desta afirmativa, enquanto 2% manifestaram indiferença à questão. Média=4,71 13

14 Deve haver locais destinados ao consumo do fumo, como fumódromos? Apenas 21,9% dos entrevistados não julgam importante a existência de espaços reservados a fumantes nos locais onde houver proibição. A grande maioria, no entanto, representada por 73,5% dos entrevistados julga pertinente a existência de tais espaços destinados às pessoas que possuem o hábito de fumar, enquanto 4,1% não opinaram. Média=3,93 Desvio-Padrão=1,53 Em geral, você é a favor de uma lei que proíba o fumo em locais coletivos total ou parcialmente fechados? Quando indagados de uma maneira geral se são a favor de uma lei que proíba o fumo em locais coletivos fechados, a maioria da amostra se mostrou favorável. Obtivemos como resultado, uma fatia de 87,2% a favor da lei, o que representa uma maioria bastante significativa. Apenas 10,5% de colocaram contrários. 14

15 As pessoas respeitarão a lei? Podemos perceber que 42,5% dos respondentes acreditam que as pessoas não respeitarão a lei. Sendo destes 21,9% discordam totalmente e 20,6% discordam parcialmente sobre o respeito da lei pelos habitantes da cidade. Já para 44,3% dos porto-alegrenses a lei surtirá efeito. Média=3,03 Desvio-Padrão=1,49 Ao não obedecer à lei, o dono do estabelecimento deve ser multado? Existe uma posição claramente favorável à punição dos donos de estabelecimento através de multas, caso o mesmo desobedeça à lei. Constatamos que 58,2% concordam totalmente e 12,3% concordam parcialmente sobre a aplicação desse tipo de pena. Média=3,88 Desvio-Padrão=1,61 15

16 Ao não obedecer à lei, o fumante deve ser multado? De acordo com a pesquisa, assim como o dono do estabelecimento, o fumante deve ser multado ao não obedecer à lei. Nossa amostra indicou que 66,7% dos respondentes concordam totalmente e 12,2% concordam parcialmente com esse tipo de punição. Média=4,25 Desvio-Padrão=1,35 Os ambientes onde haverá a proibição ficarão mais agradáveis? De acordo com a pesquisa realizada os respondentes acreditam, em sua maioria, que os ambientes onde haverá proibição ficarão mais agradáveis. Percebe-se que 79,5% dos respondentes concordam plenamente, 7,7% concordam parcialmente e apenas 7,8% discordam, sendo 5,4% totalmente e 2,4% parcialmente. Média=4,56 Desvio-Padrão=1,06 16

17 A proibição do fumo fere o direito de liberdade do cidadão? Mais da metade da amostra não concorda que a proibição do fumo feriria um direito de liberdade do cidadão. Registramos que 46,6% discordam totalmente e 10,2% discordam parcialmente desta afirmação. Média=2,59 Desvio-Padrão=1,72 Em sua opinião, uma Lei de proibição ao fumo visa principalmente a: Quanto ao real objetivo da lei podemos observar que apenas 10,9% da amostra consideram que seja diminuir o consumo do cigarro. Diminuir o custo da saúde pública aparece com 36,1% das respostas e 48,7% acredita que o principal objetivo da lei seja preservar a saúde dos não-fumantes. 17

18 PROIBIÇÃO EM BARES De acordo com os dados obtidos, menos de 25% dos respondentes são frequentadores assíduos de bares. A maior parte dos habitantes da cidade, de acordo com a pesquisa, é formada por frequentadores esporádicos, já que 54,1% declararam ir raramente ou às vezes a este tipo de estabelecimento, e 24% nunca vai aos bares. Bares são ambientes que tradicionalmente são relacionados ao cigarro. Mesmo assim 72,1% dos respondentes entrevistados concordam com a proibição do fumo nestes locais, contra 20,6% que discorda. Verificamos que a maioria dos entrevistados é favor da lei antifumo em bares sendo que entre estes 787 (81,44%) freqüentam nunca, raramente ou às vezes. Entre os entrevistados que freqüentam sempre este ambiente aproximadamente 55,71% concordam totalmente com a lei. Verificamos neste cruzamento de informações que entre os fumantes (199 pessoas) 45,72% discorda total ou parcialmente da lei e 5,02% não discorda, nem concorda. Entre as 140 pessoas que querem parar de fumar, 57,85% concorda parcial ou totalmente com a lei e 5% não discorda nem concorda. Entre os 50 fumantes que não querem parar de fumar 76% discorda totalmente ou parcialmente com a lei em bares. PROIBIÇÃO EM RESTAURANTES De acordo com a pesquisa, a cada dez respondentes, quatro se declaram frequentadores assíduos de restaurantes e cinco se declaram frequentadores esporádicos. Apenas 8,6% dos entrevistados declararam nunca ir a este tipo de estabelecimento. A má relação que se tem entre o consumo do cigarro e a comida ficaram evidenciadas na pesquisa. Observamos que 81% dos respondentes concordam totalmente e 8,6% concordam parcialmente com a proibição nestes ambientes. A maioria dos entrevistados é favor da lei em restaurantes sendo que entre estes 484 (59,24%) freqüentam nunca, raramente ou às vezes. Entre os entrevistados que freqüentam sempre este ambiente (116 pessoas) aproximadamente 84,48% concordam totalmente com a lei. 18

19 Entre os fumantes 14,57% discorda total ou parcialmente da aplicação da lei nos restaurantes e 3,51% não discorda, nem concorda. Entre as pessoas que querem parar de fumar, 90% concorda parcial ou totalmente com a lei e 2,85% não discorda nem concorda. Entre os 50 fumantes que não querem parar de fumar 62% concorda totalmente ou parcialmente com a lei nos restaurantes. PROIBIÇÃO EM CASAS NOTURNAS A pesquisa identificou que apenas uma pequena parcela da amostra, pouco mais de 10%, declarou ir frequentemente ou sempre a casas noturnas. Quase a metade dos habitantes da cidade, no entanto, declaram não frequentar este tipo de ambiente, enquanto os frequentadores eventuais representam 41,2% dos respondentes. De acordo com a amostra obtida no estudo, 51,7% dos respondentes concordam totalmente com a proibição do fumo em casas noturnas, seguidos por outros 13,7% que concordam parcialmente. Neste ambiente verificamos que a maioria dos entrevistados é favor da lei. Entre estes 468 (89,65%) freqüentam nunca, raramente ou às vezes. Entre os entrevistados que freqüentam sempre este ambiente (43 pessoas) aproximadamente 46,51% concordam totalmente com a lei. Verificamos que entre os fumantes 45,72% discorda total ou parcialmente da aplicação da lei nas casas noturnas, 8,04% não discorda, nem concorda. Entre as pessoas que querem parar de fumar, 49,28% concorda parcial ou totalmente com a lei e 8,57% não discorda nem concorda. Entre os fumantes que não querem parar de fumar 70% discorda totalmente ou parcialmente com a lei nas casas noturnas. PROIBIÇÃO EM GINÁSIOS Os dados obtidos indicam que apenas 16% da amostra frequenta assiduamente ginásios de esportes. Pouco menos de 40% dos entrevistados declararam-se frequentadores esporádicos, e 44,3% dos entrevistados declararam nunca ir a estabelecimentos deste tipo. 19

20 Apenas uma pequena parte da amostra, 10,2%, não é a favor da proibição do fumo em ginásios de esportes. A maioria concorda totalmente, 74,6%, seguidos por 7,8% que concordam parcialmente. Verificamos que a maioria dos entrevistados é favor da lei em ginásios sendo que entre estes 627 (83,37%) freqüentam nunca, raramente ou às vezes. Entre os entrevistados que freqüentam sempre este ambiente (65 pessoas), 76,92% concordam totalmente com a lei. Entre os fumantes 18,59% discorda total ou parcialmente da aplicação da lei nos ginásios, 6,03% não discorda, nem concorda. Entre as pessoas que querem parar de fumar, 77,85% concorda parcial ou totalmente com a lei e 8,57% não discorda nem concorda. Entre os fumantes que não querem parar de fumar 50% concorda totalmente ou parcialmente com a lei nos ginásios. PROIBIÇÃO EM ESTÁDIOS O perfil da amostra obtido com esta pesquisa identifica que mais da metade dos moradores da cidade declara nunca ir a estádios de futebol. Pouco mais de 31% são frequentadores eventuais. Pouco menos de 14% se declaram frequentadores assíduos destes estabelecimentos. Dentro dos estádios de futebol podemos observar o maior índice de rejeição quanto à proibição do fumo. Somando os percentuais de quem discorda da proibição, chegamos ao montante de 31,6% da população da amostra. Uma hipótese para este resultado se deve ao fato de muitos definirem os estádios como um espaço aberto. Verificamos que a maioria dos entrevistados é favor da lei em estádios sendo que entre estes 405 (88,04%) freqüentam nunca, raramente ou às vezes. Entre os entrevistados que freqüentam sempre este ambiente (66 pessoas) apenas 36,36% são a favor da lei. Entre os fumantes, 51,25% discorda total ou parcialmente da aplicação da lei nos estádios e 4,02% não discorda, nem concorda. Entre as pessoas que querem parar de fumar, 47,85% concorda parcial ou totalmente com a lei e 2,85% não discorda nem concorda. Entre os fumantes que não querem parar de fumar 80% discorda totalmente ou parcialmente com a lei nos estádios. 20

21 PROIBIÇÃO EM LANCHONETES / CAFÉS Uma parcela significativa dos respondentes, em torno de 44,5%, declara frequentar lanchonetes e cafés habitualmente, enquanto 42,3% se declaram frequentadores eventuais, e apenas 13% dizem não ir a este tipo de estabelecimento. Dentro de lanchonetes e cafés a maioria da amostra é a favor da proibição. O percentual de que concorda totalmente atingiu 72,9% e outros 9,2% concordam parcialmente. A maioria dos entrevistados é favor da lei em lanchonetes e cafés sendo que entre estes 421 (57,20%) freqüentam nunca, raramente ou às vezes. Entre os entrevistados que freqüentam sempre este ambiente (126 pessoas) aproximadamente 77,77% são a favor da lei. Verificamos que entre os fumantes 26,13% discorda total ou parcialmente da aplicação da lei nas lanchonetes e cafés e 7,53% não discorda, nem concorda. Entre as pessoas que querem parar de fumar, 70,71% concorda parcial ou totalmente com a lei e 7,14% não discorda nem concorda. Entre os fumantes que não querem parar de fumar 46% concorda totalmente ou parcialmente com a lei nas lanchonetes e cafés. 21

22 6. CONCLUSÕES Com o estudo concluímos que de maneira geral o porto-alegrense é a favor de uma lei que proíba o fumo em ambientes coletivos total ou parcialmente fechados, 87,2% dos respondentes são favoráveis a ela de forma geral. Um dado curioso foi que os fumantes têm uma opinião favorável em relação à lei, mais de 68% são a favor dela. Para 87,2% dos respondentes os ambientes onde haverá a proibição ficarão mais agradáveis, e 70% se sentem incomodados quando alguém fuma próximo. A grande maioria dos entrevistados, 73,5%, acredita na importância de lugares reservados aos fumantes, como os fumódromos. A saúde do fumante passivo, para 93% dos respondentes, é prejudicada de alguma forma pelo fumo. Um dado impressionante é que maioria dos 196 fumantes não veem muita importância no fumo passivo para a sua saúde, somente para os não-fumantes. Também se verifica que para 51,3% dos não-fumantes o principal objetivo de uma lei proibindo o fumo seria preservar a saúde do fumante passivo. Em relação à fiscalização da lei, fumantes, ex-fumantes e nãofumantes acreditam que ela não será eficiente, correspondendo a 61,8% das pessoas questionadas. Para 44,3% dos porto-alegrenses a lei surtirá efeito, já para 42,5% as pessoas não irão respeitar a lei. Para 78,9% dos respondentes o fumante deve ser penalizado quando desrespeitar a lei, assim como para 70,5% o dono do estabelecimento deve ser multado. Nas questões relacionadas aos locais contemplados por uma lei proibitiva ao consumo de produtos fumígenos, é importante destacar que estádio de futebol é o ambiente onde existe a maior resistência dentre os estudados, com 31,6% de rejeição na amostra estudada. Nos bares, os fumantes que não querem parar de fumar rejeitam a lei em 76%. Nas lanchonetes e cafés, para aqueles que freqüentam sempre este ambiente, 77% acreditam que deva existir uma lei proibitiva. Para 84,48% das pessoas que sempre freqüentam os restaurantes a lei é bem vinda. Nas Casas Noturnas 46,51% das pessoas que freqüentam sempre este ambiente concordam plenamente com a existência de uma lei. 22

23 REFERÊNCIAS A Tribuna Mato Grosso. Disponível em < Acesso em: 27.set.09. Aliança de Controle do Tabagismo. Disponível em < Aliança de Controle do Tabagismo. Disponível em < Biblioteca Virtual em Saúde Ministério da Saúde. Disponível em < Acesso em: 27.set.09. Central do Investidor Portal Exame. Disponível em < Correio do Brasil. Disponível em < Acesso em 26.set.09. Divisão de Atos Internacionais Governo do Brasil. Disponível em < Acesso em 15.set.09. Faculdade de Medicina UFMG. Disponível em < Acesso 26.set.09. G1 Globo.Com. Disponível em: < CONGRESSO+DOS+EUA+APROVA+HISTORICAS+RESTRICOES+A+INDUS TRIA+DO+FUMO.html>. Acesso em 26.set.09. Gazeta do Povo. Disponível em < 00&tit=Pais-contraria-tendencia-e-producao-de-tabaco-cresce-apontapesquisa>. Acesso em 26.set.09. Gazeta do Povo. Disponível em 23

24 < 01&tit=Levantamento-mostra-que-preco-do-fumo-varia-menos-que-soja-emilho>. IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico de Disponível em < Infonet. Disponível em < Acesso em 26.set.09. Informações sobre Tabagismo e Doenças Pulmonares Pneumologia. Disponível em < Instituto Nacional do Câncer. Disponível em < Instituto Nacional do Câncer. Disponível em < Acesso em: 27.set.09. Instituto Nacional do Câncer. Disponível em < KOTLER, Philip e KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 12ª edição, São Paulo: Pearson Prentice Hall, LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de pesquisa. 3ª edição. São Paulo: Atlas, LEVIN, Jack. Estatística aplicada às Ciências Humanas. São Paulo: Harper e Rowco Brasil, Londrix. Disponível em < MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 4ª edição, Porto Alegre: Bookman, MATTAR, Fauze Najib. Paulo: Atlas, Pesquisa de marketing: edição compacta. São Ministério da Saúde Governo do Brasil. Disponível em 24

25 < Mundo do Marketing. Disponível em < Organização Mundial da Saúde Who. Disponível em < Smoke Free. Disponível em < Super Interessante. Disponível em < Tabacos D Itália. Disponível em < 25