o Quais são os benefícios que as empresas têm com a terceirização e quais os paradigmas enfrentados?... 6

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2 Sumário o Apesar do Brasil estar passando por uma crise política econômica muito grande, como é feito análise de mercado não só local mas também internacional com toda essa volatilidade, crises como Brexit, política monetária dos Estados Unidos, China, Europa. Enfim, como é o dia a dia para apurar e lidar com essas informações?"... 4 o Quais são os benefícios que as empresas têm com a terceirização e quais os paradigmas enfrentados?... 6 o Pergunto ao Flávio e Fernando: vocês que participaram desses dois momentos na época passada de cotação. Quais experiências podem ser compartilhadas no sentido de melhores práticas, resultados, desafios e também benefícios?... 6 o Flávio, o que é um workflow completo na sua operação? Como é que você mitiga esses riscos operacionais no pós trading, toda a parte contábil, marcação aberta bro, acompanhamento das posições, como fazer isso hoje no mundo de outsourcing?... 8 o Qual a importância de ter tudo integrado em um workflow completo? Hoje que tipo de controle vocês possuem dentro da SHC? Regras de compliance, análises estratégicas e acompanhamento de tudo que foi cotado?... 9 o Nesse mesmo tema gostaria de saber do Flávio sobre outsourcing quais os aprimoramentos necessários? Quais são as melhores práticas de mercado? o O que é um CFO precisa para mitigar esses riscos? o Quais são as preocupações hoje no dia a dia? o Qual a movimentação que estão fazendo para evitar de se relacionarem com pessoas ou empresas relacionadas a suborno ou lavagem de dinheiro?... 11

3 Agradeço a participação do Fernando e do Flávio para discutir aqui o outsoursing de tesouraria. Ambos têm atuação no sistema Corporate com funções distintas por conta do perfil e o atendimento de seus clientes. O nosso desafio foi alinhar um tema com tópicos interessantes para discussão sem a pretensão de fazermos uma apresentação muito longa. A ideia é que aqui seja muito mais um "bate-papo" sobre o assunto. Assim traremos o assunto no formato de perguntas e respostas integrando temas globais divididos em subgrupos para atender a discussão do nosso contexto. Como principal tópico, principalmente com a eleição dos Estados Unidos que está acontecendo hoje, a Reuters, uma das maiores agências de notícias do mundo, não poderia deixar de fazer uma pesquisa de mercado, atualizada ontem à noite, onde a Hillary Clinton continua com 90% de intenção de votos. Essa questão hoje tem uma forte influência no câmbio. Vamos passar a vocês, agora, uma projeção do câmbio para os próximos 12 meses. (Apresentação de gráfico) O câmbio, através das contribuições dos bancos, pode chegar até R$ 3,51. Com variação de R$ 3,40 até R$ 3,90. Gostaria de saber do Fernando e Flávio: dado esse momento que passamos, de dificuldades políticas e econômicas, a entrega de resultados positivos se tornou um desafio cada vez maior. Sabendo das diferentes atuações da Timbro e da SHC, gostaria que vocês comentassem o dia-a-dia de vocês e qual a importância das Informações e indicadores econômicos para a tomada de decisão no seu dia a dia? Fernando Mearim Para contextualizar gostaria de explicar o que é o grupo SHC. O grupo SHC é um grupo varejista que possui várias concessionárias de diversas marcas: Citroen, Peugeout, Volkswagen, Jaguar Land Rover, Jac Motors e Aston Martin. Também é o importador direto da marca Jac Motors. Por isso, posso afirmar que informação é altamente relevante para a gente, principalmente câmbio. Por sermos importadores qualquer flutuação de centavos impacta na decisão de fazer uma importação, seja de peças ou de carros, ou fazer uma remessa para compra de veículos. Assim como o fato da confiança do consumidor mudar ou dos juros cair ou subir impacta na ponta. A gente sabe que o consumo está caindo e isso está em todos os jornais. A produção de veículos não para de cair. A expectativa é que a venda de carro volte a ser o que foi em 2005 e, dessa forma, nós estamos sempre antenados para tomarmos as decisões cabíveis para nos anteciparmos a concorrência porque o carro que a gente vende é igual o carro que o concorrente vende. A gente tem que vender melhor, o que significa fazer o melhor serviço, melhor atendimento ao cliente e melhores condições para, assim, conquistarmos esse cliente.

4 06:51 Flavio Varella A Timbro Trading terceiriza atividade de comércio exterior dos clientes e isso implica em fazer toda a parte de logística que é trazer a mercadoria de onde ela seja produzida até o Brasil, mas também fazer toda a parte de recolhimento de impostos em conjunto com toda a parte financeira, que inclui o cash management a pagar e todas as despesas inclusas no processo, fazer também todo fechamento de câmbio, toda a parte de hedge para os clientes e entregar tudo isso dentro de uma nota fiscal simplificando o trabalho do nosso cliente. Portanto nós trabalhamos com câmbio todos os dias e com muitas operações: de seis a oito operações por dia. Fazemos operação de hedge todo dia. O câmbio é algo que predomina no dia-a-dia da gente e é uma preocupação imensa o tempo inteiro porque não só estamos fazendo operações nossas, mas também estamos fazendo operações dos nossos clientes, o que aumenta muito a responsabilidade de como executar bem essas operações. Isso a preocupação constante e hoje, em relação as informações em si, a questão não é ter acesso a essas informações. Para se ter uma ideia, há 20 anos quando eu comecei no sistema financeiro era muito difícil ter informação e quem tinha uma conexão com a Reuters era rei por que sabia de tudo que estava acontecendo. Hoje em dia a informação é muito disponível, mas é muito difícil saber o que, de fato, vai influenciar o mercado. Hoje nós temos uma volatilidade grande nas operações e em alguns dias o dólar varia até dez centavos e não há muita informação para explicar os motivos. Nessa semana foi eleição nos Estados Unidos a semana passada foi o outro motivo qualquer, enfim. É preciso ter algum tipo de auxílio para entender o que está movimentando o mercado e quais são as razões que estão por trás daqueles movimentos. Hoje é muito importante, então, qualquer tipo de ferramenta que ajude nesse sentido acaba sendo fundamental para o dia a dia da gente. 9:24 Esse gráfico mostra 10 anos do dólar index, uma cesta de moedas globais e outros ativos, além do nosso dólar real nesse mesmo período. Na parte de baixo desse gráfico vemos a volatilidade nesse mesmo período onde a gente consegue saber exatamente os momentos de crise, a correlação com dólar e as valorizações (e desvalorizações) da moeda. Apesar do Brasil estar passando por uma crise política econômica muito grande, como é feito análise de mercado não só local mas também internacional com toda essa volatilidade, crises como Brexit, política monetária dos Estados Unidos, China, Europa. Enfim, como é o dia a dia para apurar e lidar com essas informações?" Fernando Mearim Concordo que informação é totalmente disponível e, assim, nosso papel é olhar e monitorar tudo. Entretanto, no nosso caso não vale a pena fazer hedge, mas vale a pena fazer um time deposite em reais, ou seja, é uma forma de você fazer um hedge para no seu caixa garantir aquele montante de compra de veículos. Quando o dólar estava R$ 4 nós olhávamos a curva de CDI pré e jamais conseguiríamos imaginar um dólar no final do ano a R$ 4,60 e assim nós

5 fechamos uma operação bastante vencedora como todo o retorno da variação do câmbio, mas o CDI nós tivermos um banho não só do juros mas da variação do principal da operação. E por que, que nós fizemos isso? Obviamente só foi possível por conta de uma análise de todas as informações de todas as moedas e ver assim o que estava acontecendo não só no Brasil, mas nos estados unidos e na China, que estava valorizando a sua moeda. São várias variáveis e acompanhar isso para gente é super importante porque o nosso carro é precificado em Renminbi (RMB) e depois é feito uma conversão para o dólar. Depois disso, ainda temos que fazer uma negociação com a Jac Motors lá na origem. Uma questão que sempre chega para a Thomson Reuters, como uma necessidade, é a questão da integração do workflow na tesouraria. Hoje vocês têm diversos departamentos envolvidos no processo desde o fechamento de câmbio com diversas plataformas internas gerando o custo, além do aumento de risco significativo. Como que um processo front-to-back integrado poderia facilitar o dia a dia de vocês? Fernando Mearim Hoje nós não terceirizamos nesse processo nós fazemos tudo internamente, portanto uma ferramenta eletrônica que nos auxiliasse com certeza seria muito bem-vinda. Do ponto de vista de fechamento de câmbio, a plataforma de leilão eletrônico é essencial, primeiro porque numa simples tela nós podemos acessar diversas entidades financeiras e conseguir a melhor taxa. Conseguimos saber quem está despregando mais, o banco que não está querendo te contar, e ver o que acontece quando você entra com volumes menores, você consegue ver o banco que não quer te passar uma cotação por volumes baixos, dá para saber quais os bancos que só querem entrar com volumes altos e no final do dia a segurança da questão da governança corporativa, pois você consegue mapear e rastrear absolutamente todo processo, assim é muito importante um processo cada vez menos manual e cada vez mais automatizado.

6 Essa resposta do Fernando Mearim é uma boa demonstração do dia a dia de muitas empresas na questão de tomada de decisão, fechamento de câmbio, cotação com os próprios bancos, geração de relatórios, informação que deve ser levada diretamente para o transaction management system, são fluxos que ainda podem ser manuais hoje em dia, mas que a Thomson Reuters consegue trabalhar de forma eletrônica automatizada e integrada Então eu queria saber a opinião do Flávio Varella na questão de outsourcing, uma vez que ele tem experiência tanto do lado do banco como do lado como do lado de empresas, pois agora está atendendo a outras empresas com terceirização. Quais são os benefícios que as empresas têm com a terceirização e quais os paradigmas enfrentados? Flavio Varella Dentro da nossa realidade a gente acaba fazendo muito do negócio dos outros. Nós fazemos operações que estão liquidando operações dos clientes na prática, então o primeiro aspecto é termos o controle absoluto do que estamos fazendo, ainda mais nos dias de hoje que dentro dos processos de pagamento temos as liquidações acontecendo de forma praticamente instantânea. O risco é que o que foi feito errado está para sempre. Se você mandou o dinheiro do cliente pelo lugar errado você vai ter um trabalho imenso para recuperar isso. Então ter controle do que está sendo feito é muito importante em cada passo. Dentro da nossa empresa cada pequeno negócio segue workflow próprio, então ele é numerado e acompanhado passo a passo até ser finalizado. Ter uma ferramenta que possibilite esse tipo de acompanhamento é extremamente importante por que é virtualmente impossível fazer isso manualmente quer dizer, se você tem uma operação por semana é uma coisa até possível. Veja, se você está fazendo várias operações por dia, ou você tem um controle eletrônico para isso que irá monitorar tudo isso que está sendo feito, do ponto de vista de câmbio. Do ponto de vista de hedge acompanhar e fazer as devidas posições. Fica impossível você fazer isso em planilha de Excel ou fazer manualmente. O risco é grande demais. Thomson Reuters contratou uma pesquisa no mercado global de câmbio e gostaríamos pedir atenção a vocês para coluna onde apresentamos os dados da América Latina. Vemos um crescimento nesse mercado, de um ano para o outro, de 6%. Significa que as empresas estão se preocupando em efetuar todo o seu processo de forma eletrônica. Veja que América Latina, como um todo, não está muito atrás de outros países, como por exemplo: o Canadá. Este é um tema que cada vez mais está na ordem do dia, então aproveito gancho para fazer uma pergunta para o Flávio e o Fernando: Com as tendências que nós acompanhamos na busca por eficiência dos processos e redução de custos ainda vemos muitas das operações de tesouraria que ainda são feitas por meio eletrônicos como chat ou até mesmo telefone, mas não uma execução de fato e diretamente com os bancos. Pergunto ao Flávio e Fernando: vocês que participaram desses dois momentos na época passada de cotação. Quais experiências podem ser compartilhadas no sentido de melhores práticas, resultados, desafios e também benefícios?

7 Flavio Varella Tem uma questão que é o custo de transação das operações, vou tentar exemplificar: quando você é cobrado por uma tarifa no banco, por exemplo, é muito fácil você determinar o quanto custou aquela tarifa: se debitou R$ 100 a sua conta a tarifa custou R$ 100,00. Taxa de câmbio é uma despesa que é muito difícil de reconhecer e se você por exemplo, receber uma exportação está vendendo os dólares e o banco pagou R$ 3,18 hoje no mercado que vale R$ 3,20 Isso subiu o seu custo, esses dois centavos Vamos aumentar o seu custo. Então hoje é muito difícil identificar o quanto você perdeu para o banco, quanto você pagou, quanto você gastou em termos de custo e oportunidades no mercado. Mesmo sendo poucos centavos acaba sendo um valor muito significativo. Isso não é verdadeiro, pois na realidade do negócio, o botton line de uma trading vai gerar 1,5% ou seja, lucro que se espera desse tipo de empresa, depois de pagos os impostos é de 1,5%. Então se você perder 30 pontos no câmbio, ou seja, 0,003 na taxa de câmbio. Na operação do câmbio em si: na entrada do hedge ou na saída do hedge, você perdeu o mais ou menos 0,30% do valor da operação. Isso é praticamente jogar fora 30% do lucro que a empresa teria naquela transação, é o montante muito alto e é um dinheiro que desaparece e é muito difícil de identificar. Então, ter um mecanismo para diminuir esse custo é extremamente importante e essas plataformas eletrônicas que existem hoje são muito úteis e muito práticas. Facilmente se consegue visualizar o que vai no mercado, quanto cada banco está comprando, qual é a melhor e a pior taxa, ou seja, se consegue ver banco a banco o comportamento e isso gera economias que são muito palpáveis. De outra forma jamais se veria isso no centro de custos da empresa. Outro aspecto é que tirar o elemento humano da cotação também se tem outro tipo de vantagem que é evitar "preferências", até mesmo da pessoa que está fechando o câmbio. Às vezes a pessoa gosta mais de um banco do que do outro ou a pessoa da trading é simpática. Enfim, por vários motivos o operador acaba fechando a operação em um determinado banco por critérios que nem sempre são de eficiência, ou seja, sem levar em conta qual é a melhor operação para empresa e isso acontece, pois somos todos humanos e estamos, todos, sujeitos a isso. Então, ao se colocar isso também no sistema de leilão torna o processo de obter o preço mais impessoal e mais eficiente. Eu vivenciei isso na Timbro quando nós começamos a implantar esse sistema operador que mais resistiu a implantação foi a pessoa que fazia a cotação. Isso por que ele tinha a certeza absoluta de que ele era mais eficiente negociando banco a banco, do que cotando com 10 bancos no sistema para assim chegar ao melhor preço.

8 Evidente que o sistema analógico não é eficiente, mas foi um trabalho grande de convencimento para que pudesse deixar aquele tipo de cotação por telefone. Essa automação é de fato uma imensa evolução que ajuda muito a diminuir os custos de transação que temos dentro do negócio. Fernando Mearim Eu acho que você disse tudo, Flávio. E como você já esteve dos dois lados você sabe que os bancos realmente tentam evitar que se faça um leilão eletrônico por que a questão da afinidade entre as pessoas realmente existe. O que é muito importante e deve ser usado a favor da empresa é: banco que se tem muito negócio com a empresa sempre dá uma contrapartida e nesse caso sempre se pode dar o buy to net para o banco. Feito isso se deve deixar registrado isso comprovadamente no leilão eletrônico, e mostrar o bônus que você teve para mostrar para todo mundo que você não privilegiou ninguém. Isso é super importante, quer dizer, mesmo prestigiando o seu parceiro de negócios você mostrou que fez o melhor negócio para companhia. Outro ponto é a questão da margem de lucro do negócio. Antes de trabalhar na SHC, eu trabalhava numa indústria automobilística e a gente fechava volumes de câmbio muito grandes e em uma única operação de câmbio nós chegávamos a economizar (só de spread) 200, 300, até 400 mil reais. Imaginem que para uma indústria isso é muito dinheiro. Nós falamos um pouco de mercado, falamos da importância de plataformas eletrônicas, integração de workflow completo e back office pós trading... depois que tudo é fechado. É interessante ouvir os dois especialistas porque cada um de vocês tem uma realidade diferente: Flávio, o que é um workflow completo na sua operação? Como é que você mitiga esses riscos operacionais no pós trading, toda a parte contábil, marcação aberta bro, acompanhamento das posições, como fazer isso hoje no mundo de outsourcing? Flavio Varella Existe dentro da trading a necessidade de controlar cada passo do processo. Dentro de uma dinâmica normal de câmbio quando o operador pega o telefone e liga, podemos dizer que somente essas duas pessoas sabem de fato o que aconteceu e aí, quando há uma divergência, fica muito difícil descobrir o que realmente foi tratado. Os bancos para um lado sempre vão ter um aparato técnico com todas as gravações para se proteger, agora, na realidade das empresas isso é muito difícil de acontecer. Uma empresa não chega a ter uma escala suficiente para ter um sistema de gravação de telefone, por exemplo. Evidente que não podemos afirmar que isso não existe, mas é raro. Então, dentro desse processo quanto mais pudermos registrar cada passo da operação em um sistema, mais transparente é para todo mundo. É transparente dentro empresa porque se evita várias situações, principalmente a situação de omitir erros, exemplos: Inveter - o que tinha que comprar, vendeu. Ou fazer a operação no preço errado. Entre outras mais.

9 É muito comum que as pessoas tentem esconder o que deu errado, colocando no meio do conjunto das operações e não reporte o fato a ninguém. Então, a transparência é importante porque evita esconder erros, bem como evita fraude e até mesmo roubo, que infelizmente acontece também. Nós não gostamos de falar muito nisso, mas infelizmente acontece também. Já vimos acontecer em bancos e em empresas com grandes envios, acordos com pessoas recebendo comissões. Então, todas essas situações se começa a mitigar quando se colocam as informações dentro de um sistema. Somente assim se passa a ter controle de cada passo e se dá visibilidade ao que está acontecendo, porque, de certa forma, é público dentro da empresa, o que foi feito, como foi feito e em que condições. E no nosso caso que terceirizamos esse serviço para outras empresas e as informações passam a ser públicas para o cliente porque é possível pegar o que foi feito dentro de um leilão e mostrar quais foram os bancos que eu cotei, quais foram os preços, quanto teve de economia, o que também é uma coisa importante, porque o que se via no passado e no serviço de corretagem de câmbio é que não tinham a sua efetividade comprovada e operavam muitas vezes por afinidade com o banco A ou o banco B. Então, o fato de colocar isso dentro de um workflow sistêmico dá uma segurança para empresa de que - primeiro: é tudo muito transparente a todos. Depois: se houve algum erro se percebe isso imediatamente e perceber esses problemas rapidamente é ter menor prejuízo. Quando se descobre depois de meses que você fez um hedge errado se tem um problema imenso e provavelmente uma despesa gigante. Ao passo que quando se descobre no final do dia, quando você estiver revisando as posições, checando no sistema as posições é muito mais barato de consertar, por exemplo. O próximo tema é a partir de relatórios e controles internos. Gostaríamos de saber do Fernando: Qual a importância de ter tudo integrado em um workflow completo? Hoje que tipo de controle vocês possuem dentro da SHC? Regras de compliance, análises estratégicas e acompanhamento de tudo que foi cotado? Fernando Mearim Hoje nós queremos saber com quais bancos foram fechados, o momento que foi acessado mercado porque determinados bancos cotaram ou não cotaram. Também fazemos sempre uma análise dos spreads que foram cobrados e então começamos a fazer algumas análises nossas internas. Nossas regras de compliance são voltadas para o controle das operações mais eficientes, sem privilégios a quem quer que seja, não permitindo relacionamento por afinidade.

10 A SHC está em fase de implantação do leilão eletrônico e até a finalização do processo de implantação ainda teremos que fazer um controle rígido para que os spreads cobrados na empresa não sejam acima do que exista no mercado. Pois é Flavio, enquanto você fala de 0,003 (na terceira casa), fez lembrar que fizemos uma revisão de 12 meses e nessa análise vimos que eles cobraram 0,02 (na segunda casa). É um verdadeiro assalto! Isso por que existia um corretor que dizia trabalhar com empresas e que cuidava das cotações. Essa pessoa já não está mais conosco. Nós mudamos todo o processo de fechamento de câmbio, assim hoje tem que ter três pessoas cotando ao mesmo tempo com 3 bancos e esse é o mínimo que cotamos, além de sempre fecharmos no mesmo instante, com todo mundo junto. Nesse mesmo tema gostaria de saber do Flávio sobre outsourcing quais os aprimoramentos necessários? Quais são as melhores práticas de mercado? Flavio Varella Hoje dentro do nosso workflow tem uma parte que ainda é manual, a parte de instrução de pagamentos, por exemplo, ela ainda está em papel. Depois são enviadas para os bancos e departamentos correspondentes. Essa instrução é digitalizada, mas ela não chega na tesouraria eletronicamente de forma automatizada. Uma das coisas que estamos desenvolvendo hoje é um cadastramento sistêmico: quais são as operações que tem de ser fechadas, quando o fornecedor tem que receber o dinheiro lá fora, quais são os dados de pagamento e isso tudo via eletrônica. Para, assim, se evitar o trânsito de papel de uma área para outra. Isso, a primeira vista, não parece tão necessário, mas já identificamos problemas de pagamentos que deveriam sair no dia e saiu no dia seguinte, isso porque o papel ficou em uma pilha errada e a pessoa que tinha que processar não viu. Então se fechou o seu câmbio com um dia de atraso. Na prestação de serviço, um dia de atraso, é uma grande percepção então naquele dia nós poderíamos ter prestado um serviço melhor para aquele cliente. Acho que o fato de ter ferramentas que coloquem dentro de um processo quais são as informações que eles têm que passar adiante é extremamente importante.

11 Vamos falar sobre a questão de governança corporativa, risco e compliance. A Thomson Reuters fez uma pesquisa que está ilustrada neste mapa. São mais de 13 mil localidades no mundo que possuem pessoas ou empresas relacionadas a suborno ou lavagem de dinheiro. Este é um tema que aqui no Brasil não era muito discutido. O que é um CFO precisa para mitigar esses riscos? Quais são as preocupações hoje no dia a dia? Qual a movimentação que estão fazendo para evitar de se relacionarem com pessoas ou empresas relacionadas a suborno ou lavagem de dinheiro? Fernando Mearim Bom, negócio de concessionária é muito descentralizado e na ponta existem pessoas muito suscetíveis a fraude. O que nós temos que fazer é cada vez mais evitar a intervenção humana nos processos ou automatizar. O que nós fizemos nesses últimos 12 meses foi um caso de reestruturação. Nós tiramos tudo que estava na ponta e colocamos no escritório central, então tudo que nós podemos centralizar, hoje está centralizado: faturamento, fiscal, compra de veículo, avaliação de veículos, venda de veículos usados na troca por um novo. Quando um cliente chegava com um carro usado o vendedor conseguia um valor melhor para fazer um negócio da venda do carro novo e o vendedor ainda tem mil reais de comissão no usado que entrou. Agora isso entra no meio eletrônico e a empresa acaba ficando com esses R$ Isso realmente pode não ter um impacto no CFO diretamente, mas tem um impacto no resultado da empresa. A medida em que se vai subindo, tudo que se pode evitar de fraude melhora o resultado da empresa quando a fraude começa a chegar na cadeira do CFO ou embaixo dele você começa a ter responsabilidades. A SHC é uma empresa de capital fechado, é uma empresa que tem um dono e então ali é uma relação direta do dono com o profissional. Mas, a partir do momento que você está em uma empresa de capital aberto, como é o caso da AutoMetal, com diretor estatutário, se começa a ter algumas responsabilidades com stakeholders e acionistas de forma a se ter muito mais controle, com auditorias cada vez mais constantes. A SHC, hoje tem um departamento de auditoria interno, assim fazemos uma auditoria mensal em cada loja, com inventário de peças e inventário de carros. E até carro às vezes desaparece por mais incrível que possa parecer.

12 Flavio Varella Difícil é saber se estamos fazendo tudo que é possível. Todas as empresas hoje têm uma série de comitês e departamentos para analisar todo o cliente e toda a contraparte até o limite do possível. Mas, enfim nunca temos 100% de certeza de que nós cobrimos tudo que nós poderíamos ter coberto. Somente para ilustrar um dos negócios que fazemos é importar e exportar avião. A negociação era perfeitamente legal, mas o antigo dono do avião era uma pessoa que estava envolvida na Operação Lava-jato e assim nós não fizemos um negócio. Mas por outro lado é difícil justificar uma negativa para o seu departamento comercial. Além disso, é difícil ter uma resposta precisa para essa questão de como evitar se relacionar com pessoas envolvidas em escândalos corrupção. Vamos ter sempre um comitê para sempre analisar clientes e contrapartes principalmente do lado comercial. Do lado financeiro, quanto mais eletrônico e menos gente tiver envolvido no processo, mais seguro será. Quanto mais intervenção manual se tiver maior a facilidade para que se tenha problemas de compliance. Eu queria agradecer a participação de vocês e em nome da Thomson Reuters agradecer a atenção de todos. Thomson Reuters é patrocinadora de tecnologia da EuroFinance e nós estamos à disposição de vocês para apresentar as ferramentas que fazem integração desse front to back para tesouraria. EIKON PARA TESOURARIA CORPORATIVA