Oficina de Edição Atividade Extensiva

Transcrição

1 Oficina de Edição Atividade Extensiva 1. Introdução A oficina de edição é uma atividade extensiva, pois dá continuidade ao trabalho realizado nas oficinas básicas, onde aprendemos a fazer um vídeo passo a passo. As regras de produção de vídeo e todos os passos para termos um bom trabalho, vistas no primeiro encontro, estão disponíveis no site : O que é uma edição? A edição é a finalização do vídeo, a união das imagens selecionadas na ordem adequada, com o acréscimo de transições, letreiros, efeitos, trilha sonora e créditos. É onde se dará o acabamento no seu vídeo. Existem vários tipos de edição e uma infinidade de equipamentos e programas para fazer este trabalho. Nós vamos trabalhar algumas maneiras simples que utilizem equipamentos do nosso dia a dia. 2. Edição passo a passo Vamos rever alguns passos que vimos na oficina básica, e ver mais detalhadamente como nos preparar e realizar a edição. Mesmo quem pretende terceirizar esta parte precisa saber como ela funciona, para saber como organizar o material para o editor. O ideal é que o diretor acompanhe esta etapa de perto, pois ela é muito importante para que seu vídeo tenha um bom resultado final Organização Depois de terminada as gravações, faremos a segunda decupagem, também chamada de seleção de imagens. Para isso usamos a ficha de filmagem como guia, conforme vimos na oficina Nível 1. São escolhidos os takes que serão utilizados na edição. Basta assistir tudo e marcando os pontos da fita confirmando as tomadas selecionadas. Fazendo a decupagem ficará muito mais fácil e rápido terminar o vídeo, em qualquer tipo de edição. Neste momento você também precisa definir a trilha e efeitos sonoros, que são fundamentais para o sucesso do trabalho. Eles já devem ser pensados no início do roteiro e definidos antes de começar a edição. O mesmo serve para textos de narrações em documentários. Isso faz parte do roteiro e deve estar pronto para ser narrado na hora da edição. Neste ponto também temos que ter definido como faremos a edição do nosso vídeo: terceirização da edição, através de vídeo cassete ou no computador próprio. Na oficina vamos trabalhar com uma edição no computador, viável para se fazer em casa Captação de Imagens Quando nos referimos a captação de imagens na Edição não estamos mais falando de pegar a filmadora e sair gravando as cenas, mas sim de forma que nos permitam jogar estas imagens para dentro no computador, para que possamos editar. Para fazer isso usamos uma placa de captura, placa de TV ou conexão firewire (entrada digital). Se seu computador não possuir nenhuma destas placas ou conexão isso não significa que terá que terceirizar toda a edição. Você pode pedir que passem suas imagens para um CD ou DVD, de acordo como o seu leitor, em arquivos MPEG ou AVI em um CD de dados. Com as imagens já digitalizadas é só transferi-las para o seu HD e começar a editar.

2 O processo de captação é bastante simples. Basta conectar a filmadora na placa, colocar o software de captura para gravar e dar o play na filmadora. Se estiver utilizando uma máquina fotográfica digital, basta copiar os arquivos para uma pasta em seu PC, tanto para vídeos como para fotos. Em caso de fotos e outros materiais impressos, como desenhos de uma animação, usamos o scanner para fazer a digitalização. A captação de áudio para narração pode ser feita diretamente no computador usando um microfone ou gravando na filmadora Edição Enfim é chegado a hora de colocar a mão na massa e começar a dar forma ao seu vídeo. Para isso usaremos como guias o roteiro técnico e a decupagem, e no caso de edição no computador as imagens captadas e digitalizadas. Para utilizar o computador é necessário ter uma configuração básica Configuração do Computador Já falamos sobre o que é necessário para capturar as imagens, mas é importante saber que para editar no computador e necessário uma configuração mínima e quanto melhor for o programa de edição, melhor deverá ser o computador. Vejamos um exemplo de configuração básica: Windows XP - Service Pack 3; Processador 2.4 Ghz, (o ideal é acima de 2.6 Ghz) Memória 2 Gb; Placa de Vídeo 512 Mb; HD 250 Gb; Gravador de DVD; Placa de Som; Placa de Captura, de TV ou conexão firewire Programa de edição de vídeo. 3. Renderização e gravação Chegamos ao fim da edição. Obviamente que para isso o seu computador terá que contar com um gravador de DVD para que ele conclua a sua edição, caso contrário você terá um vídeo editado mas não terá como tirálo de seu computador. Mas sempre há a possibilidade do pendrive para passar os arquivos de um PC sem gravador para outro que possa concluir este trabalho. Em caso de CD, o formato será o SVCD, se o programa não gravar diretamente neste formato terá que fazer um MPEG e através do Nero gravar o SVCD. Pode-se também gravar no formato VCD, mas a qualidade é inferior. Tanto o DVD como o SVCD e o VCD rodam em aparelhos de DVD e computadores (no caso de DVD é necessário possuir leitor específico para DVD), mas a qualidade do DVD é muito superior. O processo de renderização é o momento em que o computador faz a leitura do projeto, busca os arquivos e prepara-os para a gravação, que ocorrerá em seguida. ATENÇÃO: O projeto realizado no software de edição guarda apenas os endereços dos arquivos usados. Se você salvar ele e tentar abrir em outro computador o projeto não encontrará os arquivos e não abrirá. Só apague os arquivos usados na edição (vídeos, fotos, etc) após concluir o processo de gravação e você se certificar que o vídeo está correto. As trocas de endereço e de nome dos arquivos utilizados na edição também gerarão erros. Se você tiver apenas um leitor de CD/DVD ele não poderá fazer a gravação. O mesmo ocorrerá se o tipo de mídia for inadequada.

3 4. Softwares de edição Existem vários programas no mercado desenvolvidos para a edição de imagens. Alguns deles: Adobe Premiere, Final Cut (para Apple) Sony Vegas, Pinnacle Liquid Edition, AVID, Final Cut, Unlead Video Studio, Pinnacle Studio, Movie Maker, entre outros. Nas oficinas trabalharemos o funcionamento prático de dois deles: o Movie Maker, que já vem instalado no computador com Windows XP e apesar de ser bem limitado serve perfeitamente para o trabalho proposto, e o Pinnacle Studio, que é um pouco mais avançada e disponibiliza mais alguns recursos. Eles não são os melhores programas de edição existentes no mercado, mas são os mais simples, intuitivos e leves. Como o que pretendemos é trabalhar com corte seco e fazer um vídeo limpo, sem muitas frescuras e não uma obra de Hollywood, estes programas servirão muito bem. Se você pretende usar croma key, efeitos especiais, e outras coisas do gênero, você tem duas alternativas: A primeira é usar a sua criatividade durante as gravações para criar estes efeitos de uma forma menos convencional, ou terá que gastar bem mais em sua produção, pois sua filmadora caseira e seu computador não darão conta de colocar em prática estes efeitos. 5. Trabalhando com Fotos Os programas de edição nos permitem dar movimentos às fotos através de transições e efeitos, mas devemos ter cuidado com o excesso na utilização destes recursos. Pode-se trabalhar tanto com foto digital como com fotos scaneadas. Outra alternativa é filmar estas fotos. Em um documentário que utilize muitas fotos ou imagens estáticas, podemos dar um pequeno movimento, que fará toda a diferença na dinâmica do seu trabalho. 6. Legendas e Créditos É fundamental incluir créditos, legendas, identificação de pessoas em documentários e título em seu vídeo. Mesmo que o programa disponibilize uma infinidade de fontes e cores escolha apenas uma ou duas, e mantenha um padrão durante todo o vídeo. A fonte (tipo de letra) tem que ser de fácil compreensão, principalmente em créditos e legendas. No titulo ele pode ser mais trabalhado, já que normalmente usamos uma fonte maior. Não use fontes muito finas, procure usar contorno de outra cor quando usar imagens de fundo e usar cores que contrastam com o fundo (letras claras para fundos escuros e letras escuras para fundos claros). Não use fontes muito grandes, lembre-se que no programa de edição a tela é pequena, mas o vídeo será projetado em telas bem maiores e exibido na TV. Deve dar tempo de ler uma vez as palavras do crédito. Para isso exiba os créditos e comece a ler assim que surgirem as primeiras palavras. Lembre-se que se estiver rápido demais ninguém conseguirá ler e se estiver muito lento seu vídeo ficará cansativo. Respeite a margem de proteção, não escreve nada muito próximo as extremidades da tela, evitando assim que apareça cortado quando exibido na televisão. Deve aparecer nos créditos atores e personagens, equipe de produção, cidade, mês e ano de finalização, nome da produtora ou escola, referências de trilhas sonoras e biografias utilizadas, apoiadores, etc. 7. Editando animação Como já vimos, existem vários tipos de animação e na edição não é diferente. Existem softwares desenvolvidos para animação, como o Adobe After Effects, Macromedia Flash, 3D Max Studio, entre outros. Mas isso não significa que você não possa usar programas convencionais de edição de vídeo para fazer uma animação, independente de ser desenho, foto digital ou gravação com filmadora. O importante é o efeito que caracteriza a animação: Dar movimento a alguma coisa inanimada. Aqueles que já costumam desenvolver GIF`s no computador devem ter cuidado com o formato final permitido pelo software, pois alguns programas gravam apenas no formato GIF, que não abrirá em um programa de edição. Verifique se seu software permite a gravação de DVD ou SVCD, assim você poderá concluir o vídeo

4 nele mesmo, ou então veja se ele permite uma compilação em AVI ou MPEG, e utilize outro software para gravar em CD no formato SVCD ou em DVD, com o Nero. 8. Qualidade A qualidade do seu vídeo dependerá de muitos fatores. Primeiramente dependerá de iniciar o trabalho bem organizado seguindo todos os passos. O primordial será um bom roteiro, com uma boa história, mensagem e bem estruturado tecnicamente, e a atuação do elenco e cuidado da equipe técnica ajudarão bastante. Os conhecimentos adquiridos nas oficinas garantirão uma noção técnica, que conforme for a dedicação dos participantes poderá fazer toda a diferença em seu trabalho. Mas ainda haverá alguns conceitos técnicos, pouco trabalhados na oficina, mas de extrema importância quando falamos de qualidade. São eles: Iluminação: Quanto mais profissional é a filmadora, mais conhecimento de iluminação ela exige. Evite gravar ao meio dia, com o sol muito forte e ao entardecer, pelas quedas repentinas da luminosidade. É crendice acreditar que tudo pode ser resolvido na edição. A tendência é que ao passar para o computador as imagens fiquem ainda mais escuras. Procure gravar em locais bem iluminados e, se possível, use refletores, nunca direto no ator, e sim através de rebatedores, que podem ser feitos até mesmo com isopor. Áudio: Outra crendice é acreditar que o áudio pode ser totalmente corrigido na edição. Ele até pode ser melhorado, assim como as imagens, mas a edição não faz milagre. O ideal é a utilização de microfone (o ideal é que seja direcional), que deve ficar mais próximo possível do ator, sem aparecer na cena. Se não tiver microfone use o da filmadora, bem próximo aos atores na hora da filmagem e nunca contra o vento. Captação de imagens: Reaproveitamento de fita é um crime quando se deseja um trabalho de qualidade. Escolha em sua filmadora a opção que permita gravar menos tempo, pois esta será a de maior qualidade. Exemplo: A filmadora tem a opção SP, onde a fita dura 2 horas, e a opção LP, em que permite até 4 horas de gravação. A melhor será a SP. Mas isso dependerá do tipo de filmadora e a mídia que ela utiliza. Já em máquinas fotográficas o ajuste é por dimensões: quanto maior, melhor. É importante não se deixar iludir por máquinas fotográficas digitais que andam sendo vendidas como filmadoras. Apesar de termos máquinas de excelente qualidade e que passariam facilmente como imagens de filmadora, na grande maioria das máquinas o resultado é bem inferior, principalmente no que se diz respeito ao áudio. Ainda falando em máquinas digitas deve-se cuidar o formato delas, pois as mais antigas são incompatíveis com muitos programas de edição. Não se iluda também que uma filmadora digital te dará um resultado superior do que uma filmadora analógica mais antiga, pois como já falamos, quanto mais profissional é a máquina, mais conhecimento técnico ela exige. Sendo assim, um amador que use estes dois tipos de equipamento poderá ter um resultado muito melhor em um equipamento de menos recursos e um profissional empregando seus conhecimentos de iluminação aproveitará muito mais os recursos da filmadora digital, obtendo um excelente resultado. Equipamento de edição: É normal ouvirmos de vários grupos coisas do tipo: Qual programa profissional eu posso usar? O Movie Maker é muito limitado, mas é importante saber para que se deseja utilizar um programa com mais recursos e se realmente é necessário isso. É verdade que, de acordo com o programa, se obtém melhor qualidade na captura e no resultado final, mas isso é muito sutil, principalmente se foi gravado em equipamentos não profissionais. O importante é manter as dimensões originais da imagem para que tenha um bom tamanho para projeção, além dos cuidados e dicas trabalhados nesta oficina. Formato Final: O Festival aceita dois formatos de vídeo: DVD e SVCD (formato para CD). A qualidade do DVD é bem superior, mas a grande diferença se nota na projeção em tela grande, como as dimensões do SVCD são

5 menores ficará mais quadriculado conforme o tamanho da tela. Mas isso tem referência também ao formato de captação e o processo de edição. Se tiver que converter primeiro para.avi ou.mpeg lembre que o.avi é melhor, mas que ele ocupará mais espaço. Se for gravar em DVD prefira.avi e se for gravar em CD use.mpeg. 11. Disposições Finais Não queimar etapas é fundamental para finalizar um vídeo rapidamente e sem sustos. Só comece a edição após ter finalizado a filmagem e já ter escolhido a trilha sonora, principalmente se for pagar para alguém fazer. Não peque pelo exagero: efeitos e transições inadequados podem transformar seu vídeo em um clipe de 15 anos. Abuse do corte seco. Como em qualquer etapa de seu vídeo evite terceirizar, faça você mesmo a sua edição. Reserve no mínimo uma semana para fazer a sua edição, revise com calma, e chame pessoas de fora da produção para assistir e ver se está de fácil compreensão e dinâmico. Edição não faz milagre! Embora ajude a disfarçar pequenos erros ela não poderá corrigir erros de continuidade, decorrentes de um roteiro mal elaborado. A edição é o momento para você resumir depoimentos muito grandes, intercalando com outros ou utilizando fotos e imagens para disfarçar o corte. Observe filmes e seriados e pratique. Pré-Inscrição Os Colégios que desejarem participar da mostra competitiva deverão fazer uma pré-inscrição, formulário em anexo, encaminhado por meio de ofício até dia 07 de junho de 2010, deverá constar como assunto; Préinscrição ao I FIVAC. No instante que as escolas fizerem suas pré-inscrições receberá o Regulamento do I FIVAC. Inscrição: Após ter feito a pré-inscrição os interessados já poderão fazer suas INSCRIÇÕES até 16 de agosto de (ver procedimentos no Regulamento).