UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Faculdade de Arquitetura Urbanismo e Design RELATÓRIO FINAL HABITAR VERTICAL: Avaliação da qualidade espacial e ambiental de edifícios de apartamentos em cidades médias COORDENADOR: Prof. Drª Simone Barbosa Villa MEMBROS DA EQUIPE: Profª Drª Beatriz Ribeiro Soares, Profª Drª Elza Cristina Santos, Profª Ms. Rita de Cássia Pereira Saramago NÚMERO DE REGISTRO: Processo / INSTITUIÇÕES PARCEIRAS: CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), FAPEMIG (Fundação de amparo à pesquisa de Minas Gerais) e PROGRAD/UFU (Próreitoria de Graduação da Universidade Federal de Uberlândia) UBERLÂNDIA DEZEMBRO 2014

2 2 SUMÁRIO ÍNDICE DE TABELAS E FIGURAS RESUMO 1. INTRODUÇÃO 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO PRINCIPAL 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 3. METODOLOGIA 3.1 SUBPROJETOS PADRÕES PROJETUAIS EM EDIFÍCIOS DE APARTAMENTOS A PARTIR DE 2000 NAS CIDADES DE RIBEIRÃO PRETO E UBERLÂNDIA IDENTIFICANDO MODOS DE MORAR ATRAVÉS DA AVALIAÇÃO PÓS- OCUPAÇÃO FUNCIONAL E AMBIENTAL. APLICAÇÃO DOS ESTUDOS DE CASOS (UBERLÂNDIA E RIBEIRÃO PRETO) 3.2 CRONOGRAMA DA PESQUISA 4. EQUIPE COMPLETA 5. ALCANCE DOS RESULTADOS E IMPACTOS DO PROJETO 5.1 PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES E AVANÇOS CIENTÍFICOS OU TECNOLÓGICOS DA PROPOSTA 5.2 FORMAS DE DIFUSÃO DOS RESULTADOS DO PROJETO 6. RESULTADOS HABITAR VERTICAL 6.1 PADRÕES PROJETUAIS EM EDIFÍCIOS DE APARTAMENTOS A PARTIR DE 2000 NAS CIDADES DE RIBEIRÃO PRETO E UBERLÂNDIA Identificação das principais tipologias de edifícios de apartamentos ofertadas pelo mercado imobiliário nas cidades Estudo da verticalização nas cidades: dados gerais sobre a verticalização; localização da verticalização com principais índices; evolução da mancha da verticalização; quadro comparativo da verticalização nas cidades Levantamento e análise do processo de projeto do produto edifícios de apartamentos: principais agentes, premissas, planejamentos, principais elementos norteadores do projeto, dinâmicas estabelecidas pelos agentes na formulação do projeto nas cidades estudadas Mapeamento das estratégias de sustentabilidade colocadas em prática nos empreendimentos residenciais das cidades estudadas

3 Identificação de modelos diferenciados e/ou não convencionais de edifícios de apartamentos lançados no Brasil e análise do seu processo de projeto, discriminando padrões projetuais Quadro comparativo da produção imobiliária nas cidades estudadas Revisão nos procedimentos metodológicos, já desenvolvidos em pesquisas anteriores, de avaliação pós-ocupação em edifícios de apartamentos no sentido de incorporar questões novas levantadas a partir nas etapas anteriores Relatório, registro e documentação de atividades 6.2 IDENTIFICANDO MODOS DE MORAR ATRAVÉS DA AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO FUNCIONAL E AMBIENTAL. APLICAÇÃO DOS ESTUDOS DE CASOS (UBERLÂNDIA E RIBEIRÃO PRETO) Revisar os procedimentos metodológicos, já desenvolvidos em pesquisas anteriores, de avaliação pós-ocupação em edifícios de apartamentos no sentido de incorporar questões novas levantadas em etapas anteriores Definição dos objetos de estudo (estudos de casos) definição da amostragem Planejamento da avaliação com indicação de etapas de trabalho Aplicação dos estudos de caso nas cidades estudadas Tabulação dos resultados dos estudos de casos Leitura e análise dos resultados dos estudos de casos Eventuais ajustes metodológicos e operacionais na APO Sistematização dos resultados das etapas anteriores, através da elaboração de quadro comparativo dos resultados da APO nas cidades pesquisadas Quadro comparativo da produção imobiliária e dos modos de morar em edifícios de apartamentos nas cidades estudadas Relatório, registro e documentação de atividades 7 PUBLICAÇÕES GERADAS 8 VISITAS TÉCNICAS 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

4 4 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 Cronograma da Pesquisa 17 Tabela 2 Quadro dos Docentes envolvidos no Projeto de Pesquisa 18 Tabela 3 Quadro dos Discentes envolvidos no Projeto de Pesquisa 19 Tabela 4 Predominância dos edifícios analisados em Uberlândia 22 Tabela 5 Quadro geral de tipologias de apartamentos em Uberlândia 25 Tabela 6 Predominância dos edifícios analisados em Ribeirão Preto 27 Tabela 7 Quadro geral de tipologias de apartamentos em Ribeirão Preto 31 Tabela 8 Evolução da população urbana, rural e total: Uberlândia e Minas Gerais ( ) 45 Tabela 9 Eixos Estruturais de Uberlândia 49 Tabela 10 Bairros Integrados de Uberlândia - Oficiais. 50 Tabela 11 Fases do projeto 58 Tabela 12 Exigências da NBR Tabela 13 Indicadores de sustentabilidade 61 Tabela 14 Aspectos sustentáveis 62 Tabela 15 Estratégias de sustentabilidade em Uberlândia 80 Tabela 16 Lista de apartamentos diferenciados na cidade de São Paulo - SP 93 Tabela 17 Exemplos de questões sobre qualidade ambiental inseridas na APO 104 Tabela 18 Principais conceitos avaliados no questionário 109 Tabela 19 Procedimentos para a realização da APO 111 Tabela 20 Métodos elencados para a APO, com objetivos e atributos avaliados 112 Tabela 21 Características gerais do EA e EB 113 Tabela 22 Dinâmicas usadas no Grupo Focal 114 Tabela 23 Características gerais de EC e ED, respectivamente 116 Tabela 24 Atividade Mapeamento Visual realizada no Grupo Focal do EA 129 Tabela 25 Atividade Mapeamento Visual realizada no Grupo Focal do EB 129 Tabela 26 Atividade Mapeamento Visual realizada no Grupo Focal do EC 146 Tabela 27 Atividade Mapeamento Visual realizada no Grupo Focal do ED 146 Tabela 28 Questões retiradas do questionário aplicado em Ribeirão Preto 152 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 Planta do Mediterrâneo Residencial Flat com organização tripartida 26 Figura 2 Planta do Botânico Residencial Club e Grand Raya respectivamente 26 Figura 3 Planta do Giardino Vereda Torre Recantto 27 Figura 4 Fichas de Análise 35 Figura 5 Predominância da tipologia de 2 e 3 dormitórios nas cidades estudadas e suas principais características. As áreas úteis apresentadas representam a média geral dos empreendimentos analisados na pesquisa. 39 Figura 6 Apartamentos de 2 dormitórios. Acima: usos domésticos inicialmente previstos 40

5 5 em projeto através do leioute. Abaixo: sobreposição de usos no espaço. Figura 7 Mapa da Rede Urbana do Brasil Figura 8 Crescimento das Cidades Brasileiras 43 Figura 9 Nível de Centralidade 44 Figura 10 Hierarquia da Centralidade 44 Figura 11 Gráfico da População por situação: Uberlândia ( ) 45 Figura 12 Equipamentos e infraestrutura rodo-hidro-ferroviário que colaboram para referenciar Uberlândia no quesito de eficiência em logística e competitividade do Brasil Central 46 Figura 13 Setores Urbanos de Uberlândia (Oficiais) 47 Figura 14 Eixos de Estruturação e Expansão Urbana de Uberlândia. 49 Figura 15 Localização dos Edifícios Construídos décadas de Figura 16 Localização dos Edifícios Construídos décadas de Figura 17 Localização dos Edifícios Construídos décadas de Figura 18 Localização - Ribeirão Preto e Uberlândia Figura 19 Características dos domicílios Ribeirão Preto e Uberlândia Figura 20 Número de domicílios em apartamentos Ribeirão Preto e Uberlândia Figura 21 Selos sustentáveis no mundo 65 Figura 22 Localização dos edifícios analisados em termos de sustentabilidade 81 Figura 23 Tipos de selos obtidos pelos empreendimentos analisados 82 Figura 24 Parte de uma ficha com as estratégias utilizadas no empreendimento 82 Figura 25 Parte de uma ficha com as estratégias utilizadas na unidade residencial 83 Figura 26 Ficha de análise de sustentabilidade 83 Figura 27 Estratégias de sustentabilidade relacionadas ao consumo de água 85 Figura 28 Estratégias de sustentabilidade relacionadas ao consumo de energia 85 Figura 29 Estratégias de sustentabilidade relacionadas a: gestão de obras, processos construtivos e materiais Figura 30 Estratégias de sustentabilidade relacionadas a princípios bioclimáticos 86 Figura 31 Estratégias de sustentabilidade relacionadas a resíduos 86 Figura 32 Exemplo de ficha de análise Edifício Panamby em São Paulo/SP 89 Figura 33 Edifício Fidalga 727 em São Paulo SP 92 Figura 34 Planta do apartamento Fidalga Figura 35 Planta nível mezanino do apartamento Fidalga Figura 36 Planta do edifício Max Haus Vila Leopoldina II São Paulo 93 Figura 37 Localização dos empreendimentos habitacionais em Uberlândia MG 95 Figura 38 Localização dos empreendimentos habitacionais em Ribeirão Preto SP 95 Figura 39 Gabarito em Uberlândia/MG 96 Figura 40 Gabarito em Ribeirão Preto/SP 96 Figura 41 Predominância da implantação de Uberlândia MG 97 Figura 42 Predominância da implantação de Ribeirão Preto-SP 97 Figura 43 Predominância de equipamentos coletivos de Uberlândia-MG 98 Figura 44 Predominância de equipamentos coletivos de Ribeirão Preto-SP 98 86

6 6 Figura 45 Predominância da tipologia de Uberlândia-MG 99 Figura 46 Predominância da tipologia de Ribeirão Preto-SP 99 Figura 47 Usos previstos para a tipologia tipo de Uberlândia-MG 100 Figura 48 Usos previstos para a tipologia tipo de Ribeirão Preto-SP 100 Figura 49 Sobreposição de usos para a tipologia tipo de Uberlândia-MG 101 Figura 50 Sobreposição de usos para a tipologia tipo de Ribeirão Preto-SP 101 Figura 51 Falta de acessibilidade na planta tipo de Uberlândia-MG 102 Figura 52 Falta de acessibilidade na planta tipo de Ribeirão Preto-SP 102 Figura 53 Questionário aplicado nos estudos de caso 105 Figura 54 Localização dos estudos de caso A e B na cidade de Uberlândia/MG 110 Figura 55 Localização dos estudos de caso C e D na cidade de Ribeirão Preto/SP 110 Figura 56 Imagem das tipologias dos empreendimentos A e B respectivamente 113 Figura 57 Realização do Grupo Focal no EA e EB, respectivamente 114 Figura 58 Empreendimento EC e ED em anúncios publicitários respectivamente 115 Figura 59 Figura 60 Imagem das tipologias com a tripartição do espaço nos empreendimentos EC e ED, respectivamente Plantas do empreendimento EC com dois, três e quarto dormitórios, respectivamente Figura 61 Plantas empreendimento ED com dois dormitórios 117 Figura 62 Realização do Grupo Focal no EC e ED, respectivamente 118 Figura 63 Perspectiva empreendimento A Uberlândia 119 Figura 64 Perspectiva empreendimento B Uberlândia 119 Figura 65 Atividade 2 do Grupo Focal no EA Uberlândia/MG 120 Figura 66 Nuvem de palavras mais citadas durante a Atividade 2 do Grupo Focal no EA Uberlândia/MG Figura 67 Atividade 2 do Grupo Focal no EB Uberlândia/MG 120 Figura 68 Nuvem de palavras mais citadas durante a Atividade 2 do Grupo Focal no EB Uberlândia/MG Figura 69 Renda familiar do EA e EB respectivamente 121 Figura 70 Faixa etária dos moradores do EA e EB, respectivamente Figura 71 Tipo familiar dos moradores do EA e EB respectivamente 122 Figura 72 Perfil Familiar dos empreendimentos A e B respectivamente 123 Figura 73 Vista de um dos apartamentos do EA 123 Figura 74 Gráficos do Walkthrough acerca da segurança no EA e EB, respectivamente 124 Figura 75 Figura 76 Resultados do Walkthrough acerca dos serviços/comércio e equipamentos educacionais, próximos ao EA. Resultados do Walkthrough acerca dos serviços/comércio e equipamentos educacionais, próximos ao EB. Figura 77 Nível de satisfação dos aspectos gerais no EA e EB, respectivamente Figura 78 Frequência de uso dos equipamentos coletivos no EA e EB, respectivamente 126 Figura 79 Imagens do playground e estacionamento do EB 126

7 7 Figura 80 Nível de satisfação dos moradores em relação aos aspectos funcionais da unidade habitacional no EA e EB, respectivamente Figura 81 Imagens internas do apartamento do EB 128 Figura 82 Figura 83 Figura 84 Nível de satisfação dos moradores sobre a qualidade, aparência e manutenção da unidade habitacional no EA e EB. Moradores demonstrando na maquete as principais reformas que fizeram durante o Grupo Focal Nuvem de palavras da 3ª atividade do Grupo Focal do EB sobre as reformas e alterações realizadas no apartamento Figura 85 Sobreposição de usos nos apartamentos dos empreendimentos A e B, respectivamente 131 Figura 86 Figura 87 Realização de coleta seletiva e conhecimento sobre destino dos resíduos pelos moradores, respectivamente, no EA e EB Uso de vegetação nos apartamentos e consumo de alimentos orgânicos, respectivamente, no EA e EB Figura 88 Consumo de água no EA e EB, respectivamente 133 Figura 89 Consumo de energia no EA e EB, respectivamente 133 Figura 90 Meio de transporte utilizado para se locomover até 500 metros e de 500m a 1000m, consecutivamente Figura 91 Tipo familiar dos moradores do EC e ED, respectivamente 135 Figura 92 Renda familiar do EC e ED, respectivamente 135 Figura 93 Grau de escolaridade dos moradores do EC e ED, respectivamente 136 Figura 94 Palavras chaves da atividade 1 do Grupo Focal: Porque você escolheu morar neste apartamento? Figura 95 Motivo da escolha de se morar no apartamento do EC Figura 96 Motivo da escolha de se morar no apartamento do ED 137 Figura 97 Nível de satisfação sobre os aspectos gerais do EC 138 Figura 98 Nível de satisfação sobre os aspectos gerais do ED 139 Figura 99 Significado da presença dos equipamentos de uso comum para os moradores do EC 139 Figura 100 Significado da presença dos equipamentos de uso comum para os moradores do ED Figura 101 Brinquedoteca do condomínio EC: publicidade e espaço existente 140 Figura 102 Academia do condomínio EC: publicidade e espaço existente 140 Figura 103 Sala de jogos do condomínio ED: publicidade e espaço existente 141 Figura 104 Satisfação quanto à dimensão dos equipamentos comuns no EC 141 Figura 105 Satisfação quanto à dimensão dos equipamentos comuns no ED 142 Figura 106 Satisfação em relação aos aspectos gerais da unidade do EC 142 Figura 107 Satisfação em relação aos aspectos gerais da unidade do ED 143 Figura 108 Significado do apartamento para os moradores do EC 143 Figura 109 Significado do apartamento para os moradores do ED 143 Figura 110 Figura 111 Satisfação dos moradores do EC em relação ao tamanho e à facilidade de mobiliar os cômodos, respectivamente Satisfação dos moradores do ED em relação ao tamanho e à facilidade de mobiliar os cômodos, respectivamente

8 8 Figura 112 Palavras chave sobre reformas e modificações feitas pelos moradores no EC, citadas no Grupo Focal Figura 113 Sobreposição de usos nos apartamentos dos empreendimentos C e D, respectivamente Figura 114 Impressões dos moradores acerca de mobiliários flexíveis no EC e ED, respectivamente Figura 115 Frequência das atividades realizadas nos apartamentos do EC 148 Figura 116 Frequência das atividades realizadas nos apartamentos do ED 149 Figura 117 Realização de coleta seletiva e separação de óleo de cozinha pelos moradores, respectivamente, no EC e ED Figura 118 Uso de vegetação nos apartamentos do EA e EB 150 Figura 119 Figura 120 Meio de transporte utilizado para se locomover até 5 quarteirões e acima de cinco, respectivamente, pelos moradores do EC Meio de transporte utilizado para se locomover até 5 quarteirões e acima de cinco, respectivamente, pelos moradores do ED Figura 121 Questionário aplicado em Ribeirão Preto a partir de nova revisão 153 Figura 122 Quadro comparativo sobre idade dos entrevistados 157 Figura 123 Quadro comparativo sobre ano de mudança para edifício 157 Figura 124 Quadro comparativo sobre o número de moradores por apartamento 157 Figura 125 Quadro comparativo sobre o perfil familiar 158 Figura 126 Quadro comparativo sobre a tipologia do apartamento 158 Figura 127 Quadro comparativo sobre o motivo de escolha em morar no apartamento 158 Figura 128 Quadro comparativo com nuvem de palavras do grupo focal 159 Figura 129 Quadro comparativo sobre tamanho dos cômodos 159 Figura 130 Quadro comparativo sobre sobreposição de usos nos apartamentos 160 Figura 131 Quadro comparativo sobre o nível de ruído nos ambientes 160 Figura 132 Quadro comparativo sobre separação de óleo de cozinha de outros resíduos 161 Figura 133 Quadro comparativo sobre ações voltadas à economia de água 161 Figura 134 Quadro comparativo sobre ações voltadas à economia de energia 161 Figura 135 Imagens do Residencial Prima Vista II 177 Figura 136 Imagens do Condomínio Clube Panoramic 178 Figura 137 Imagens do Grupo Focal no Residencial Prima Vista II 178 Figura 138 Imagens do Grupo Focal no Condomínio Clube Panoramic

9 9 RESUMO P Esta pesquisa teve como objetivo principal realizar um diagnóstico da qualidade espacial e ambiental em edifícios de apartamentos destinados à classe média e lançados pelo mercado imobiliário em cidades de médio porte brasileiras (Ribeirão Preto SP e Uberlândia MG). Tal análise foi fundamentada, principalmente, por meio da aplicação de avaliação pós-ocupação em relação aos aspectos funcionais e ambientais dos edifícios. Também foi testado e validado um método de APO do espaço habitacional, desenvolvido em pesquisas anteriores (VILLA, 2008; VILLA e SILVA, 2010), que se aprofunda nas questões relativas à funcionalidade identificando maneiras de morar, necessidades, ações e desejos dos usuários. Ampliou-se o método de APO inicialmente desenvolvido para englobar questões relativas à sustentabilidade dos edifícios analisados, verificando a eficiência das estratégias de sustentabilidade adotadas junto aos usuários e identificando seu nível de consciência ambiental através de seus hábitos e ações. Nesse sentido, tendo em vista a crescente importância adquirida pelas questões concernentes à sustentabilidade do ambiente construído, este trabalho buscou identificar a presença de estratégias sustentáveis nos empreendimentos estudados em diversas esferas social, econômica, cultural e ambiental. O intuito de tal abordagem foi tanto traçar um panorama da abrangência do debate sobre desenvolvimento sustentável no setor, quanto identificar mediante consulta aos usuários as vantagens e dificuldades relativas à implementação de estratégias projetuais que visem à sustentabilidade dos edifícios de apartamentos. Para a realização do levantamento e análise da produção de edifícios de apartamentos produzidos a partir dos anos de 2000 nas cidades de Ribeirão Preto e Uberlândia, metodologicamente esta pesquisa se estruturou em: (i) análise das principais tipologias comumente ofertadas, apontando padrões projetuais; (ii) identificação e análise das etapas do processo de projeto de empreendimentos; (iii) exame do processo de definição e de implantação de estratégias de sustentabilidade nas etapas de planejamento e de construção desses empreendimentos; (iv) ampliação do método avaliativo para englobar questões relativas à sustentabilidade dos edifícios analisados, verificando a eficiência das estratégias de sustentabilidade adotadas junto aos usuários e identificando as reais necessidades desses usuários no que se refere aos aspectos de qualidade ambiental das edificações; (v) aplicação de método avaliativo da qualidade habitacional que possa retroalimentar projetos futuros, enfocando os aspectos funcionais e a qualidade ambiental da habitação; (vi) elaboração de quadro comparativo da produção imobiliária, discutindose sobre as possibilidades de revisão do atual processo projetual posto em prática pelos agentes imobiliários públicos e privados. Considerou-se nessa pesquisa a hipótese de que a qualidade projetual tende a melhorar através da montagem e observação, por parte dos arquitetos, agentes imobiliários públicos e privados, de bancos de dados municiados por avaliações pós-ocupação, notadamente sobre as informações relativas às maneiras e modos de morar das famílias. Discute-se a capacidade da programação arquitetônica de garantir a realimentação de projetos através da consideração das informações levantadas nas APOs.

10 10 1 INTRODUÇÃO O surgimento da modalidade apartamento no Brasil remonta à primeira década do século XX, quando as principais cidades passaram por importantes remodelações urbanísticas, conferindo à habitação convencional térrea novas possibilidades formais e programáticas como é o caso dos edifícios múltiplo-uso que mesclavam habitações e escritórios (VILLA, 2008). No entanto, este percurso apresentou uma especial inflexão após o ano 2003; período em que fatores de ordem econômica contribuíram para um redesenho do segmento imobiliário. Entretanto, devido a políticas governamentais, houve uma significativa ampliação do acesso ao crédito, conferindo maior elasticidade ao mercado e impulsionando a demanda por unidades habitacionais, entre as quais, os apartamentos (CORDEIRO FILHO, 2008). Por outro lado, a integração do sistema financeiro global e a diminuição de restrições à circulação de capitais contribuíram para a injeção de capitais em empresas imobiliárias em níveis não observados anteriormente 1. De início, este impacto foi sentido nas grandes cidades, ensejando novos arranjos administrativos, segmentação de mercado, especialização e consequente ampliação da profissionalização. Diversas empresas, antes administradas por grupos familiares, passaram a responder a conselhos de acionistas e se viram às voltas com a necessidade de ampliar as taxas de retorno de capital e também sua participação no mercado. Começaram a organizar-se como indústria, enquanto os apartamentos passaram a ser entendidos como produto a ser consumido. Quesitos como publicidade dividiram, se não suplantaram, os aspectos arquitetônicos e programáticos dos edifícios produzidos. Uma análise nos projetos de apartamentos edificados no período pós 2000 deixa evidente o tratamento recebido pelos projetos, traduzido por uma postura que valoriza substancialmente seus aspectos estéticos e que demonstra, em geral, uma preocupação apenas acessória com as reais necessidades do usuário final, cujos modos de vida e formatos familiares passam por uma constante alteração. Nesse sentido, pode-se inferir que o setor desenvolveu-se com uma clara hegemonia dos negócios em detrimento do projeto arquitetônico. A modalidade habitacional apartamento, considerada aqui como um tipo, e seu processo de produção desenvolvido na cidade de São Paulo, são referências para a grande maioria das cidades de médio e grande porte brasileiras, exceto no que tange a algumas características locais que não podem ser esquecidas. As tipologias ofertadas neste mercado servem de indutores da produção destas cidades, na medida em que praticamente em qualquer cidade brasileira podem-se encontrar apartamentos com características tipológicas semelhantes, ou muito próximas das vistas em São Paulo (VILLA, 2008). Durante a década de 1990, observa-se, em algumas cidades de médio porte como Ribeirão Preto (SP) e Uberlândia (MG), certa diversificação do mercado imobiliário, ampliando-se as áreas de produção de edifícios de apartamentos. Situação esta que coincide com os próprios desenvolvimentos econômicos e urbanos dessas cidades. Entretanto, a partir de meados dos anos 2000, estes mercados imobiliários iniciaram um processo de atratividade de empresas de maior porte, oriundas de outras regiões do país, afirmando-se o mercado ainda em expansão em tais centros urbanos. Fato que resultou na emersão de outra modalidade de negócio: a associação de grandes empresas 1 Até 2007, 20 empresas imobiliárias de grande porte haviam realizado bem sucedidas ações de IPO (oferta pública de ações), ampliando fortemente seu capital disponível para investimentos. O caso da empresa Cyrela foi emblemático, pois sua captação chegou aos 900 milhões de reais em 2005 (CALFAT, 2007). Disponível em: < Acesso em: 10 mai

11 consolidadas no mercado paulistano com empresas locais. Nesses casos, evidencia-se a referência do modelo paulistano de habitações, tanto vertical como horizontal, notadamente quando se analisam as tipologias ofertadas, os padrões de acabamentos, além de toda a conduta da propaganda e do marketing dos empreendimentos lançados recentemente nessas cidades. Não é praxe no mercado a busca pela tecnologia do projeto, que poderia, contudo, ser melhorado com incrementos no setor de coordenação dos projetos, bem como com o investimento em pesquisas e APOs responsáveis por retroalimentar projetos, aproximando os espaços oferecidos das reais necessidades dos usuários finais. Este estado da arte permite aventar a hipótese de que a qualidade arquitetônica dos empreendimentos habitacionais seja baixa, face à importância que o tema ocupa no cotidiano das pessoas. Para Pedro (2002:20), a habitação influencia sobre múltiplos aspectos o dia a dia dos moradores, marcando profundamente a sua qualidade de vida, e as suas expectativas e possibilidades de desenvolvimento futuro. A qualidade habitacional, com expressão direta na satisfação dos usuários, constitui assim um importante objetivo de todos os intervenientes no processo de concepção, financiamento, construção, fiscalização, utilização e gestão de empreendimentos habitacionais. Outra questão ligada à supremacia dos aspectos de propaganda e marketing na concepção e desenvolvimento dos empreendimentos imobiliários voltados à classe média refere-se ao estabelecimento, de maneira crescente, de estratégias projetuais que se dizem sustentáveis como uma forma de atrair a atenção de futuros investidores e usuários para os edifícios de apartamentos. Também com relação a esse aspecto é possível identificar a influência das empresas atuantes em São Paulo sobre o mercado imobiliário das cidades de médio porte, visto que foram nas incorporações imobiliárias paulistanas que primeiramente surgiram essas propostas ditas sustentáveis (VASCONCELOS; VASCONCELOS, 2008). De maneira geral, podem ser enumeradas algumas estratégias recorrentes e que aparecem como indicativos de sustentabilidade: a coordenação de projetos na fase de concepção da obra, com o intuito de reduzir a produção de resíduos em virtude da resolução prévia de eventuais interferências entre os sistemas prediais das edificações; a redução de desperdícios na execução, mediante a adoção de métodos de construção mais eficientes; o uso de aquecimento solar ou de outra fonte energética renovável; o aproveitamento da ventilação e da iluminação naturais; o reuso de água de chuva; e a adoção de equipamentos e de materiais construtivos economizadores de energia. A adoção dessas e de outras medidas voltadas à sustentabilidade do ambiente construído deve ser entendida dentro de um contexto mais amplo de revisão dos paradigmas da sociedade ocidental, em função da eminência de um possível colapso ambiental. Especificamente no setor da construção brasileiro, segundo Lamberts et al. (1997), tal revisão iniciou-se a partir da crise de energia da década de 1970, quando o embargo do petróleo demonstrou a inadequabilidade da dependência energética do país em relação a outras nações. Para superar a crise nacional, a produção de eletricidade precisou passar por um rápido crescimento no Brasil. Porém, esta solução inicial foi acompanhada pelas consequências negativas do impacto ambiental gerado pela criação de novas usinas hidrelétricas por exemplo, inundações de extensas áreas, bem como o deslocamento de eventuais populações ali residentes. Uma alternativa mais adequada consistiria em aumentar a eficiência no uso da energia, conservando-a. Andreoli (2002), por sua vez, observa que a globalização das relações econômicas exigiu que as empresas, particularmente aquelas inseridas no mercado globalizado, passassem a considerar as questões ambientais, mediante o estabelecimento de metas para minimizar os impactos negativos de suas atividades isto é, visando à promoção de sua 11

12 sustentabilidade. No caso específico dos empreendimentos imobiliários, Vasconcelos e Vasconcelos (2008) analisam que a preocupação com a sustentabilidade tem sido expressa principalmente a partir da participação das empresas em processos de certificação responsáveis por classificarem as edificações quanto ao nível de desempenho energético e de sustentabilidade obtido, segundo indicadores diversos. A criação de um selo de certificação adquire, desse modo, a finalidade de determinar critérios para que os consumidores possam comparar as edificações em termos mais objetivos. Ao longo do tempo, diferentes selos que indicam ações de sustentabilidade em edificações foram criados, destacando-se: o BREEAM (BRE Environmental Assessment Method), o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) e o HQE (Haute Qualité Environnementale), respectivamente organizados na Inglaterra, Estados Unidos e França e que atualmente se configuram como aqueles mais bem aceitos e aplicados no panorama mundial. Contudo, Silva (2003) e Zambrano (2008) consideram que, embora possam ser aplicados no Brasil, esses processos carecem ainda de uma adaptação efetivamente adequada à realidade do país. Importa salientar a existência de um processo de certificação eminentemente nacional, visto que a Eletrobrás e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), lançaram, em 2010, a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia para residências e edifícios multifamiliares, concedida dentro do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE). O documento que baseia a etiquetagem Requisitos Técnicos da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais (RTQ-R) está passando por uma atualização desde janeiro de 2012 (BRASIL, 2012). O objetivo da etiqueta é avaliar as unidades habitacionais autônomas, as edificações residenciais multifamiliares e as áreas de uso comum do empreendimento, enfocando-se seu desempenho energético (diferentemente, portanto, dos métodos de certificação internacionais que avaliam, de maneira mais abrangente, a sustentabilidade das edificações). Da mesma forma que os outros métodos de certificação supracitados, a etiqueta nacional para edificações residenciais objetiva tornar-se uma ferramenta adequada para que o futuro usuário consiga tomar uma decisão consciente no momento de adquirir um imóvel (seja para compra ou aluguel), a exemplo do que já acontece com os eletrodomésticos. A adesão ainda é voluntária, porém, a proposta das instituições envolvidas é a de que o programa de certificação seja capaz de introduzir um novo conceito no mercado imobiliário brasileiro, levando à obrigatoriedade da etiquetagem. Afinal, segundo o presidente do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, Marcelo Takaoka, seria possível obter uma redução de até 40% da energia consumida nas residências brasileiras somente com a adoção de tecnologias de eficientização, como aquelas previstas no RTQ-R (RESIDÊNCIAS..., 2010). Vasconcelos e Vasconcelos (2008) também advogam que a adoção do processo de etiquetagem no setor construtivo (em termos de certificação energética e de rótulos ecológicos) contribui, de maneira crescente, para uma melhor utilização das edificações e para uma maior conscientização sobre o conceito de sustentabilidade visto que os selos verdes promovem, junto do consumidor, justamente os empreendimentos que apresentam melhores desempenhos ambientais. Entretanto, os autores chamam atenção para o fato de que, devido à proliferação de empreendimentos ditos sustentáveis (e que, muitas vezes, nem mesmo passam por um método consagrado de certificação), o usuário das edificações sente necessidade de entender o verdadeiro significado deste termo para melhor diferenciar as opções fornecidas pelo mercado imobiliário. Conforme Peattie (1998), o grau de comprometimento e o grau de confiança do consumidor são determinantes de sua percepção na aquisição de qualquer produto que 12

13 possua o rótulo verde, ou sustentável. O grau de comprometimento remete-se aos obstáculos que o consumidor se dispõe a ultrapassar no intuito de adquirir o produto, tais como: procurar mais, ir mais longe, pagar mais. Já o grau de confiança é determinado pelo quanto aquele produto representa em termos de benefícios para a sustentabilidade (relaciona-se, assim, ao rendimento do produto e à redução dos impactos gerados). Logo, é importante perceber que esses fatores influenciam tanto a compra, quanto a manutenção das estratégias de sustentabilidade inicialmente previstas para os empreendimentos imobiliários. Por causa disso, Vasconcelos e Vasconcelos (2008) observam que ainda existem poucas iniciativas de adoção de ações de sustentabilidade, na acepção mais ampla do termo, em empreendimentos residenciais. Analisando os exemplos paulistanos, os autores percebem que os aspectos propagandeados como ecológicos ou sustentáveis, na maioria dos casos, ficam restritos à adoção de uma grande área verde e à existência de muitos equipamentos de lazer nos empreendimentos. Zambrano (2008) também percebe que, em função da complexidade dos problemas relacionados aos impactos negativos das edificações, as iniciativas de implementação de estratégias sustentáveis encontram-se ainda em estágios iniciais, de maneira que não é possível observar resultados expressivos no sentido de afetar o perfil de desempenho do setor como um todo. Considerando essa situação, a autora chega à conclusão de que o setor carece de grandes esforços para acelerar o desenvolvimento de conhecimentos que possam gerar ações mais efetivas, tanto no âmbito do parque construído já existente, quanto no que tange às futuras edificações. É neste contexto que se insere a contribuição desta pesquisa, pois, através do mapeamento das estratégias de sustentabilidade nos empreendimentos residenciais das cidades estudadas, da verificação de sua eficiência junto aos usuários e da identificação das reais necessidades desses usuários e de seu nível de conscientização no que se refere aos aspectos de qualidade ambiental das edificações, pretende-se produzir conhecimento que possa servir ao alcance de uma maior sustentabilidade do ambiente construído. Afinal, Bastos, Zambrano e Fernandez (2008) consideram que a sustentabilidade do edifício começa a ser delineada no momento inicial de planejamento do empreendimento, dependendo de escolhas comprometidas ao longo de todo o processo evolutivo do projeto e estendendo-se até os procedimentos de uso e manutenção do edifício. Portanto, mecanismos de avaliação de desempenho de edificações, como avaliações de pósocupação, são por eles recomendados, à medida que a etapa de uso pode confirmar e/ou potencializar um bom desempenho, assim como desperdiçar todo um esforço realizado nas etapas anteriores. Em relação às ferramentas de avaliação da qualidade habitacional existentes, Coelho (2006) escreve que as metodologias de APO (as quais podem ser constantemente melhoradas), ligadas à capacidade de análise e observação, constituem-se em uma tendência de trabalho considerada adequada para o atendimento da qualidade arquitetônica e da satisfação residencial. Somando-se à APO, considera-se também a estreita relação entre a qualidade habitacional e a gestão do processo de projeto. Aspectos relevantes em relação à gestão do processo projetual e ao seu papel no atendimento da qualidade dos espaços construídos, notadamente nas habitações, são destacados por Melhado (2004) e Silva e Souza (2003) que defendem o estabelecimento de um ciclo da qualidade do desenvolvimento de projeto no mercado imobiliário. Afinal, de acordo com Adesse e Salgado (2006), o processo do projeto arquitetônico engloba desde a fase de concepção do empreendimento até a compatibilização e coordenação de todos os projetos relacionados à produção da edificação. 13

14 Bertezini (2006) retoma a reflexão sobre o tema avaliação e suas implicações na melhoria da qualidade do processo projetual, indicando a necessidade de ampliação da discussão sobre o escopo mínimo do processo de projeto de arquitetura, observando tanto as características do projeto-produto quanto do projeto-serviço. Indica ainda: (i) a necessidade de organização de bibliotecas ou de banco de informações digitais, contendo soluções e detalhes de projetos atualizados constantemente a partir de realimentadores de análises concluídas; (ii) a organização de um modelo de avaliação de desempenho do processo de projeto; (iii) a ampliação da discussão sobre a formação / atualização e sobre a forma de atuação dos profissionais arquitetos, propondo uma ação institucional que vise ao fortalecimento desta atuação; e (iv) a organização de um modelo de avaliação de desempenho das próprias empresas de projeto. Uma visão complementar a este processo é apresentada por Elali e Veloso (2006: s/p) ao observarem que o estudo de precedentes é um dos elementos que influenciam a formação do repertório formal e funcional do arquiteto, refletindo-se de modo mais ou menos evidente no processo de concepção projetual. Conforme acima salientado, historicamente a produção do artefato arquitetônico foi encarada como um processo linear, dentro do qual a construção seria a última etapa. Entretanto, o estudo do uso dos espaços pode introduzir ao processo projetual um feedback para os projetistas, levando, inclusive, à sua reestruturação. Nesse sentido, evidencia-se a definição do programa do projeto arquitetônico que relaciona espaços e comportamento, a partir da realização de trabalhos relativos à APO na qual o uso ligase diretamente à elaboração do programa do edifício. Os autores Elali e Pinheiro (2003: s/p) defendem a idéia de que o processo projetual em arquitetura historicamente desenvolveu-se a partir de uma perspectiva direcionada para a definição / caracterização do espaço, precisando evoluir no sentido de contemplar as relações pessoa-ambiente, o que só é possível a partir de um trabalho interdisciplinar. A partir da adoção de um ponto de vista centrado na contribuição dos conhecimentos provenientes da Psicologia Ambiental, enfoca-se a opinião / percepção do usuário como fator essencial à elaboração do projeto. Assim, os autores ampliam a discussão sobre o processo projetual, analisando porque, para quem e com base em que valores construir (SOMMER, 1979). Indagação esta que prioriza no processo projetual: (i) a busca da qualidade de vida; (ii) a realização de intervenções ecologicamente sustentáveis; (iii) a maior compreensão dos valores humanos; e (iv) o reconhecimento do comportamento sócio-espacial humano como elemento fundamental para elaboração de propostas com nítidas implicações socioambientais. A atividade do projetista deveria então ser orientada de modo a otimizar a utilização das informações geradas pelos estudos das RACs (Relação Ambiente Construído) como meio para verificar/comprovar o funcionamento prático da sua atuação profissional, a partir do uso de métodos e técnicas compatíveis com o reconhecimento do uso real dos ambientes a observação comportamental (ELALI; PINHEIRO, 2003). Para esses autores, o programa de necessidades deve ser subsidiado pela análise detalhada do comportamento cotidiano das pessoas, o que corresponde à análise de behavior settings (BAKER, 1968). No caso específico da avaliação do desempenho ambiental das edificações, Silva (2007) explica que, a partir do estabelecimento de princípios de desenvolvimento sustentável pela Agenda 21, uma série de ações internacionais foi colocada em prática, com o intuito de desenvolver indicadores que contemplem os compromissos firmados pelas nações no ato de assinatura do documento. Contudo, segundo a autora, enquanto a discussão sobre os indicadores de sustentabilidade relaciona-se com medidas de caráter geral (redução das taxas de pobreza, por exemplo), os métodos de avaliação ambiental atualmente disponíveis, de maneira geral, não abordam os aspectos sociais e econômicos da 14

15 sustentabilidade, sendo direcionados para a verificação da eficiência energética e dos impactos ambientais gerados pelos edifícios. Nesse contexto, Silva (2007) avalia que relacionar medidas de desempenho das edificações a indicadores mais amplos de sustentabilidade representa um desafio. Uma alternativa para tanto seria a obtenção de dados sobre as edificações, capazes de futuramente gerar indicadores de desempenho em relação às metas de sustentabilidade. Assim, esta pesquisa contribuiria com o debate sobre a problemática, ao identificar quais são as estratégias de sustentabilidade colocadas em prática nos edifícios analisados, bem como sua eficácia junto às reais necessidades dos usuários ou seja, englobando as dimensões sociais, culturais e econômicas do desenvolvimento sustentável. Face ao exposto, considera-se a hipótese de que a qualidade projetual tende a melhorar através da montagem e observação, por parte dos arquitetos, de bancos de dados municiados por avaliações pós-ocupação que incluam técnicas de percepção física do ambiente construído, bem como a interação entre este ambiente e o comportamento dos usuários. Para tal, propõe-se, mediante a elaboração de estudos de caso e da posterior leitura dos resultados, a formulação de uma metodologia avaliativa (APO) da qualidade habitacional que possa retroalimentar projetos futuros, tendo em vista ainda a busca por uma maior sustentabilidade do ambiente construído OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO PRINCIPAL Esta pesquisa teve como objetivo principal avaliar a qualidade espacial e ambiental de edifícios de apartamentos destinados à classe média da sociedade e lançados pelo mercado imobiliário em cidades de médio-porte brasileiras (Ribeirão Preto SP e Uberlândia MG). 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Os objetivos específicos da pesquisa foram: Contribuir para a reflexão sobre o estado da arte da modalidade habitacional apartamento, através da análise das principais tipologias de edifícios de apartamentos comumente ofertadas nas cidades estudadas a partir de 2000, identificando e analisando padrões projetuais Investigar o processo de verticalização dessas cidades para melhor compreender a maneira como os edifícios de apartamentos vêm sendo produzidos; Identificar e analisar as etapas do processo de projeto de empreendimentos de edifícios de apartamentos nas cidades estudadas, avaliando as referências da dinâmica e da produção imobiliária paulistana na produção imobiliária local; Mapear as estratégias de sustentabilidade concebidas durante o planejamento e operacionalizadas na fase de construção dos empreendimentos residenciais das cidades estudadas; Estudar modelos diferenciados e/ou não convencionais de edifícios de apartamentos lançados no Brasil, identificando diferentes processos de projeto e padrões projetuais;

16 Testar e validar o método avaliativo da qualidade habitacional que possa retroalimentar projetos futuros, enfocando os aspectos funcionais e ambientais da habitação; Propor quadros comparativos da produção imobiliária das cidades estudadas, contribuindo para uma revisão no atual processo projetual posto em prática pelos agentes imobiliários públicos e privados; Contribuir para a melhoria da qualidade do projeto de edifícios de apartamentos ofertados pelo mercado imobiliário, aumentando sua sustentabilidade e adequação aos modos de vida dos usuários METODOLOGIA Por se tratar de um projeto de pesquisa amplo, que envolve várias etapas de execução, este foi dividido em dois subprojetos. Tal procedimento visou à definição clara dos objetivos propostos no projeto geral em suas partes constituintes. Segue a descrição dos subprojetos e suas respectivas etapas de trabalho. 3.1 SUBPROJETOS Padrões projetuais em edifícios de apartamentos a partir de 2000 nas cidades de Ribeirão Preto e Uberlândia Identificação das principais tipologias de edifícios de apartamentos ofertadas pelo mercado imobiliário nas cidades; Estudo da verticalização nas cidades: dados gerais sobre a verticalização; localização da verticalização com principais índices; evolução da mancha da verticalização; quadro comparativo da verticalização nas cidades; Levantamento e análise do processo de projeto do produto edifícios de apartamentos: principais agentes, premissas, planejamentos, principais elementos norteadores do projeto, dinâmicas estabelecidas pelos agentes na formulação do projeto nas cidades estudadas; Mapeamento das estratégias de sustentabilidade colocadas em prática nos empreendimentos residenciais das cidades estudadas; Identificação de modelos diferenciados e/ou não convencionais de edifícios de apartamentos lançados no Brasil e análise do seu processo de projeto, discriminando padrões projetuais; Quadro comparativo da produção imobiliária nas cidades estudadas; Revisão nos procedimentos metodológicos, já desenvolvidos em pesquisas anteriores, de avaliação pós-ocupação em edifícios de apartamentos no sentido de incorporar questões novas levantadas a partir nas etapas anteriores; Relatório, registro e documentação de atividades Identificando modos de morar através da avaliação pós-ocupação funcional e ambiental. Aplicação dos estudos de casos (Uberlândia e Ribeirão Preto) Os estudos de casos foram avaliados concomitantemente nas cidades de Uberlândia (MG) e Ribeirão Preto (SP) por diferentes pesquisadores, seguindo-se os mesmos critérios e

17 etapas descritas abaixo. O conjunto de métodos e técnicas da avaliação pós-ocupação aplicado nos estudos de caso foi desenvolvido em pesquisas anteriores. Também foi feita uma revisão no conjunto de métodos no sentido de incorporar as questões relativas à sustentabilidade, visando à qualidade ambiental das edificações verticais. Portanto, seguem as etapas do segundo subprojeto da pesquisa: Revisar os procedimentos metodológicos, já desenvolvidos em pesquisas anteriores, de avaliação pós-ocupação em edifícios de apartamentos no sentido de incorporar questões novas levantadas em etapas anteriores; Definição dos objetos de estudo (estudos de casos) definição da amostragem; Planejamento da avaliação com indicação de etapas de trabalho; Aplicação dos estudos de caso nas cidades estudadas; Tabulação dos resultados dos estudos de casos; Leitura e análise dos resultados dos estudos de casos; Eventuais ajustes metodológicos e operacionais na APO; Sistematização dos resultados das etapas anteriores, através da elaboração de quadros comparativos dos resultados da APO nas cidades pesquisadas; Quadros comparativos da produção imobiliária e dos modos de morar em edifícios de apartamentos nas cidades estudadas; Relatório, registro e documentação de atividades CRONOGRAMA Este projeto de pesquisa teve duração de 24 meses. Em alguns momentos, os dois subprojetos (1 e 2) foram desenvolvidos concomitantemente, em função da duração das bolsas de pesquisa dos alunos envolvidos. Contamos com a participação de vários pesquisadores e bolsistas, dando maior eficiência e dinâmica no cronograma proposto (Tabela 1). Tabela 1 Cronograma da Pesquisa 1. PADRÕES PROJETUAIS EM EDIFÍCIOS DE APARTAMENTOS A PARTIR DE 2000 Etapas Identificação das principais tipologias de edifícios de apartamentos ofertadas pelo mercado imobiliário nas cidades estudadas. Estudo da verticalização nas cidades estudadas. Levantamento e análise do processo de projeto do produto edifícios de apartamentos. Mapeamento das estratégias de sustentabilidade colocadas em prática nos empreendimentos residenciais das cidades estudadas. Identificação de modelos diferenciados e/ou não convencionais de edifícios de apartamentos lançados no Brasil. Quadro comparativo da produção imobiliária nas cidades estudadas. Revisão nos procedimentos metodológicos, já desenvolvidos em pesquisas anteriores, de avaliação pós-ocupação em edifícios de apartamentos no sentido de incorporar questões novas levantadas a partir nas etapas anteriores. Revisão nos procedimentos metodológicos no sentido de incorporar as questões relativas à sustentabilidade, visando à qualidade ambiental das edificações verticais. Relatório, registro e documentação de atividades. dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov

18 18 2. IDENTIFICANDO MODOS DE MORAR ATRAVÉS DA APO. APLICAÇÃO DOS ESTUDOS DE CASOS (UBERLÂNDIA E RIBEIRÃO PRETO) Etapas Revisão nos procedimentos metodológicos adotados, fundindo questões funcionais e ambientais. Definição dos objetos de estudo e da amostragem. Planejamento da avaliação com indicação de etapas de trabalho. Levantamento de dados gerais sobre o ESTUDO DE CASO nas cidades estudadas. Aplicação dos ESTUDOS DE CASO nas cidades estudadas. Tabulação dos resultados dos estudos de casos. Leitura e análise dos resultados dos estudos de casos. Eventuais ajustes metodológicos e operacionais na APO. Sistematização dos resultados. Quadro comparativo da produção imobiliária e dos modos de morar em edifícios de apartamentos nas cidades estudadas. Relatório, registro e documentação de atividades. Fonte: Acervo da pesquisa dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov 4 EQUIPE COMPLETA A equipe foi formada pelos professores, indicados na Tabela 2, que contribuíram ao projeto de pesquisa, [HABITAR VERTICAL] Avaliação da qualidade espacial e ambiental de edifícios de apartamentos em cidades médias, de diferentes maneiras e etapas segundo suas especialidades. Os professores responsáveis pelo projeto instruíram e auxiliaram os alunos bolsistas, relacionados na Tabela 3, na execução das tarefas. Tabela 2 Quadro dos Docentes envolvidos no Projeto de Pesquisa DOCENTES ENVOLVIDOS VÍNCULO FUNÇÃO NA EQUIPE Profª Drª Beatriz Ribeiro Soares Profª Drª Elza Cristina Santos Profª Ms. Rita de Cássia Pereira Saramago Profª Drª Simone Barbosa Villa UNIDADE ACADÊMICA 40h D.E COLABORADORA Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Artes, Filosofia e Ciências Sociais, Instituto de Geografia. Universidade Federal 40h D.E COLABORADORA de Uberlândia Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Design (FAUeD/UFU). 40h D.E COLABORADORA Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Design (FAUeD/UFU). 40h D.E COORDENADORA Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Design (FAUeD/UFU).

19 19 Tabela 3 Quadro dos Discentes envolvidos no Projeto de Pesquisa DISCENTES ENVOLVIDOS VÍNCULO/ FOMENTO CARGA HORÁRIA ORIENTADOR Laiza da Cunha Alexandre FAUeD 03/ /2014 PIBIC- FAPEMIG Nº 07/ h Simone Villa Raisa Gonçalves Pires FAUeD 03/ /2014 PIVIC- FAPEMIG Nº 07/ / /2014 PIBIC- FAPEMIG Nº 09/ h Simone Villa Camila Cristina Marçal Cardoso FAUeD 09/2014 a 02/2015 PIBIC-FAPEMIG Nº 09/ h Simone Villa Caio Augusto Alves Silva FAUeD 08/ /2014 PIBIC/CNPq/UFU Nº 2/ h Simone Villa Rafaela Nunes Mendonça PPGAU-FAUeD 06/ /2016 FAPEMIG/UFU 20h Simone Villa Larissa Carvalho Arantes FAUeD 06/2013 a 03/2014 PROGRAD/DIREN Nº 01/ h Rita Saramago Eduardo Franklin Almeida Bezzon FAUeD 06/2013 a 03/2014 PROGRAD/DIREN Nº 01/ h Rita Saramago Camila Cristina Marçal Cardoso FAUeD 06/2014 a 08/2014 PROGRAD/DIREN Nº 01/ h Rita Saramago Ana Carolina Silva FAUeD 09/2014 a 03/2015 PROGRAD/DIREN Nº 01/ h Rita Saramago Maria Julia de Almeida Paulino FAUeD 06/2014 a 03/2015 PROGRAD/DIREN Nº 01/ h Rita Saramago Diogo Costa Nascimento IG 08/ /2014 PIBIC/CNPq/UFU Nº 2/ h Beatriz Soares Alessandra Pantaleão Dirschel FAUeD 08/ /2014 PIBIC/CNPq/UFU Nº 2/ h Elza Santos 5.1 PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES E AVANÇOS CIENTÍFICOS OU TECNOLÓGICOS DA PROPOSTA Esta pesquisa procurou avançar em relação a outros trabalhos já realizados sobre a temática da habitação multifamiliar verticalizada na medida em que: (i) 5 ALCANCE DOS RESULTADOS E IMPACTOS DO PROJETO Pesquisou, analisou e comparou a produção de edifícios de apartamentos ofertados, a partir de 2000 para a classe média, pelo mercado imobiliário nas cidades de médio porte brasileiras Ribeirão Preto (SP) e Uberlândia (MG), compreendendo as referências exercidas pelo mercado imobiliário paulistano nestas cidades;

20 (ii) Mapeou as estratégias de sustentabilidade colocadas em prática nos empreendimentos residenciais das cidades estudadas; (iii) (iv) Testou e validou um método de APO do espaço habitacional, desenvolvido em pesquisas anteriores (VILLA, 2008; VILLA e SILVA, 2010), que se aprofunda nas questões relativas à funcionalidade identificando maneiras de morar, necessidades, ações e desejos dos usuários; Ampliou o método de APO inicialmente desenvolvido para englobar questões relativas à sustentabilidade dos edifícios analisados, identificando o nível de conscientização dos seus moradores e as reais necessidades desses usuários no que se refere à qualidade ambiental das edificações. Os resultados desta pesquisa foram formatados em produtos descritos a seguir: (i) (ii) (iii) (iv) (v) (vi) (vii) Padrões Projetuais aspectos espaciais e funcionais: contempla a análise de todos os edifícios levantados nas cidades estudadas, organizados e sistematizados em fichas em formato digital. A análise centrou-se nas soluções projetuais adotadas, identificando e analisando padrões projetuais, etapas do processo de projeto dos empreendimentos, referências da dinâmica e da produção imobiliária paulistana na produção imobiliária local. Mapas da verticalização: caracterizam o padrão de verticalização das cidades estudadas por meio de análise gráfica, complementando a pesquisa no sentido de permitir identificar como o processo de produção de habitação multifamiliar vem ocorrendo em Uberlândia e Ribeirão Preto. Entrevistas: realizadas com o intuito de levantar e analisar o processo de projeto do produto edifícios de apartamentos, identificando os principais agentes, premissas, planejamentos, principais elementos norteadores do projeto, dinâmicas estabelecidas pelos agentes, forma de incorporação de estratégias relacionadas à sustentabilidade na formulação de projetos nas cidades estudadas. Padrões Projetuais aspectos ambientais: mapeamento das estratégias de sustentabilidade nos edifícios fichados na primeira etapa, bem como a criação de fichas com essas estratégias em formato digital para edificações brasileiras que tenham passado por algum método de certificação. Modos de morar em apartamentos: abordam os principais aspectos da pesquisa de APO, indicando os resultados obtidos na avaliação dos estudos de casos nas cidades estudadas, em termos funcionais, comportamentais e ambientais por meio de gráficos, tabelas e análises textuais. Quadros comparativos: apresentam os resultados de toda a pesquisa, incluindo dados, tipologias, análises gráficas, análises dos resultados da APO e elementos técnicos, entre outros. Material de divulgação: destinou-se à elaboração de artigos científicos para a divulgação dos resultados da pesquisa em congressos e eventos; (viii) Relatórios de atividades: com descrição detalhada e em etapas do desenvolvimento do projeto de pesquisa, indicando minuciosamente a forma de participação dos docentes e discentes envolvidos. Sendo assim, os resultados desta pesquisa visam contribuir para a discussão atual sobre a produção de edifícios de apartamentos de qualidade num momento oportuno, já que o mercado imobiliário brasileiro encontra-se bastante aquecido, em decorrência dos programas de incentivo ao crédito e à construção civil que o país vem recebendo, 20

21 especialmente nos últimos dois anos. Do ponto de vista didático, a pesquisa visou trazer contribuições em relação às experiências didáticas dos docentes e à aquisição de conhecimento por parte dos discentes envolvidos na medida em que insere, no meio acadêmico da graduação (arquitetura e urbanismo), a discussão sobre o processo de projeto e suas componentes, assim como a reflexão sobre a relevância da avaliação pósocupação como realimentadora de projetos na busca por espaços de maior qualidade funcional e ambiental FORMAS DE DIFUSÃO DOS RESULTADOS DO PROJETO Os resultados do projeto estão sendo divulgados e ainda podem ser divulgados, visto que há extenso material de trabalho para ser analisado sob diferentes perspectivas, mediante: Participação em congressos, seminários, simpósios técnicos da área, com a formatação de artigos científicos e/ou de painéis; Publicação dos principais resultados em periódicos indexados e especializados, de circulação nacional e/ou internacional; Divulgação em meio digital (endereço eletrônico do grupo de pesquisa ao qual o projeto está vinculado) para o meio acadêmico e a sociedade em geral; Transferência de conhecimento para agentes do mercado imobiliário por meio de reuniões e também através do próprio endereço eletrônico do grupo de pesquisa; Apresentação dos resultados da pesquisa às secretarias de habitação das prefeituras das cidades investigadas (Uberlândia e Ribeirão Preto) ao final da pesquisa. 6 RESULTADOS HABITAR VERTICAL Para facilitar a leitura e compreensão dos resultados dos trabalhos desenvolvidos, os mesmos foram organizados, neste relatório, de acordo com seus dois subprojetos, anteriormente discriminados no cronograma da pesquisa (Tabela 1). 6.1 PADRÕES PROJETUAIS EM EDIFÍCIOS DE APARTAMENTOS A PARTIR DE 2000 NAS CIDADES DE RIBEIRÃO PRETO E UBERLÂNDIA Identificação das principais tipologias de edifícios de apartamentos ofertadas pelo mercado imobiliário nas cidades Conforme salientado, esta etapa destinou-se a analisar a qualidade espacial e funcional de edifícios de apartamentos destinados à classe média e lançados pelo mercado imobiliário em cidades de médio porte brasileiras (Ribeirão Preto SP e Uberlândia MG), que também sofrem influência da produção de grandes cidades, como São Paulo. O universo de análise compõe-se de 63 conjuntos habitacionais em Uberlândia e 106 em Ribeirão Preto 2. 2 Estes foram os empreendimentos lançados nas respectivas cidades no período da pesquisa, sobre os quais pudemos ter acesso a todas as informações necessárias (através de material publicitário, sites, entre outras fontes). Observa-se que, na cidade de Ribeirão Preto, o número de empreendimentos lançados no período foi superior ao de Uberlândia e, por isso, optou-se por manter esta proporção na seleção dos empreendimentos analisados.

22 Ao início da pesquisa, no entanto, foram realizados estudos acerca de edifícios habitacionais construídos e em fase de construção, contemplando todas as classes econômicas das cidades em questão e sistematizando-os em formato digital. A Tabela 4 mostra a predominância dos edifícios analisados em Uberlândia e a Tabela 5 traz as tipologias de apartamentos encontradas nesta cidade. 22 Tabela 4 Predominância dos edifícios analisados em Uberlândia PREDOMINÂNCIA DOS EDIFÍCIOS DE UBERLÂNDIA DORMITÓRIOS EDIFÍCIO LOCALIZAÇÃO Zenith Residence Centro (2) Supreme Residence Parque Unai Alto Umuarama (2) Res. Provence Res. Monsenhor Bom Jesus (1) Zenith Residence Ed. Villandry Residence Centro (4) Supreme Residence Anita Residence Rossi Mais Cidade Jardim Cidade Jardim (2) Residencial Mirante do Praia Res. Bosque do Praia Copacabana (2) Ed. Recanto do Praia Residencial Mega Dona Zulmira (1) Res. Maria de Fátima Finotti (1) United Coast Spazio Único Gávea Sul (3) Parque Unicielo Green Ville Jardim Brasília (2) Parque Uriel Bela Vista Jardim Célia (1) Parque Ubatã Jardim Holanda (1) Morada do Bosque Jardim Patrícia (1) Res. Bilbao Jardim Veneza (1) Univercittá Laranjeiras (2) San Marco Ed. Lídice Residence Lídice (1) Res. Martins Martins (3) Ed. Aristídes de Freitas Spazio Up Town Ed. Portal do Altamira Morada da Colina (1) Res. Lucas Cordeiro Nossa Senhora das Graças (1) Condomínio Renato de Freitas Roosevelt (3) Condomínio Presidente Roosevelt Spazio Unistar Alda Costa Alves Residence Santa Maria (1) Cond. Rossi Piazza Cond. Imperial Residence Santa Mônica (2) Res. Morada do Sabiá Tibery (1) Residencial Veneza Parque Hungria Tubalina (4) Parque Uruguaiana GreenDay Residence Torres Umuarama Umuarama (1) Ed. Estrela Rosa Vila Saraiva (1) Alta Vista Residence Alto Umuarama (1) Solar Lumiere Centro (4) Res. Caliandras Supreme Residence Anita Residence Rossi Mais Cidade Jardim Cidade Jardim (2) Residencial Mirante do Praia Ed. Karaíba Copacabana (3)

23 23 4 Ed. Karaíba II Res. Bosque do Praia Residencial Mega Dona Zulmira (1) Ed. Ilha Di Capri Finotti (1) Ed. Solarium Residence Fundinho (1) Jardim Uberlândia Jardim Holanda (1) Morada do Bosque Jardim Patrícia (1) Univercittá Laranjeiras (1) Vista Sul Maracanã (1) Res. Martins Martins (4) Res. Altina Fonseca Ed. Aristídes de Freitas Spazio Up Town Ed. Portal do Altamira Morada da Colina (2) Solarium Residence Res. Lucas Cordeiro Nossa Senhora das Graças (1) Paris Presidente Roosevelt (2) Condomínio Presidente Roosevelt Maison Phoenix Santa Maria Ed. Ouro Preto Santa Mônica (3) Cond. Rossi Piazza Cond. Imperial Residence Residencial Olimpia Saraiva (1) Spazio Único Shopping Park (1) Lexus Residence Tibery (2) Res. Morada do Sabiá Spazio Umbria Tubalina (4) Ed. Antônio Martins Chaves Jangadeiros Park Residence Residencial Veneza Res. Cajubá Vigilato Pereira (1) Ed. Estrela Rosa Vila Saraiva (1) Supreme Residence Centro (1) Sierra Lídice Lídice (1) Res. Morada do Sabiá Tibery (1) Ed. Estrela Rosa Saraiva (1)

24 24 Tabela 5 Quadro geral de tipologias de apartamentos em Uberlândia Tipologi a Padrão do empreendimen to classe social a que se destina Área útil média Valor médio do m² (Setembr o, 2013) 1 Quarto Classe média 47,6m² Até R$ 2000/m² Predominância da localização (zona de valor) Variações tipológica s 1 quarto com suíte Equipamentos coletivos Playground Piscina Academia Espaço Gourmet Característica s do apto _cozinha americana _presença de varanda atrelada à sala Exemplo emblemático Planta baixa Edifício Zenith 2 Quartos Classe média 66,95m² Até R$ 2000/m² Centro Centro / Tubalina / Gávea Sul / Martins / Roosevelt / Alto Umuarama / Cidade Jardim / Copacabana / Jardim Brasília / Laranjeiras / Santa Mônica _2 quartos (sendo um suíte) _2 quartos sem suíte _2 quartos com pátio descobert o _Duplex Playground Piscina Academia Quadra de Esportes Churrasqueira Salão de Festas Espaço Fitness Espaço Gourmet Gazebo Programa básico: sala, cozinha, área de serviço, 2 dormitórios, banheiro _cozinha americana _presença de varanda atrelada à sala _área de serviço reduzida à cozinha _suítes _varanda/ área privativa _shaft _closet Planta baixa do Edifício Unaí

25 25 3 Quartos Classe média 108,87m ² Até R$ 2000/m² Centro / Martins / Tubalina / Copacabana / Santa Mônica / Cidade Jardim / Morada da Colina / Presidente Roosevelt / Tibery _3 quartos (sendo um suíte) _3 quartos (sendo dois suítes) _3 quartos com suíte _Duplex Dependência de empregados coletiva Playground Piscina Academia Quadra de Esportes Churrasqueira Salão de Festas Sauna Espaço Fitness Espaço Gourmet Gazebo Redário Spa Bosque Espaço Zen/Contemplati vo Programa básico: sala, cozinha, área de serviço, 3 dormitórios, banheiro _suítes _varanda/área privativa _presença de varanda atrelada à sala _churrasqueir a na varanda _cozinha americana _área de serviço reduzida à cozinha _shaft _closet Planta baixa do Edifício Spazio Único 4 Quartos Classe média 176,02m ² Até R$ 2000/m² _4 quartos suítes _4 quartos (sendo duas suítes) _Duplex Dependência de empregados coletiva Playground Piscina Academia Churrasqueira Salão de Festas Sauna Espaço Gourmet Home Office Programa básico: sala, cozinha, área de serviço, 4 dormitórios, sendo 1 suíte, banheiro _sala em vários ambientes _suítes _closets _varanda/área privativa _churrasqueir a na varanda Planta Baixa Edifício Sierra Lídice Centro / Lídice / Tibery / Saraiva

26 26.A partir da tabela e dos mapas criados, tornou-se possível realizar estudos acerca das principais tipologias encontradas, apontando-se padrões projetuais. TIPOLOGIA 1 DORMITÓRIO Figura 1 Planta do Mediterrâneo Residencial Flat com organização tripartida Os apartamentos de um dormitório apresentam área média de 52,42m² e estão localizados na zona sul da cidade, sofrendo variações tipológicas com: suíte (organização tradicional tripartida); studio (unidades de até 50m², sem vedações separando os cômodos, cozinha interligada à área social, pé-direito alto e boa infraestrutura de lazer e serviços) e penthouse (unidades inspiradas em projetos luxuosos do modelo norte-americano, sendo localizadas na cobertura do edifício e que aproveitam esse fator para criar terraços e espaços contemplativos com boa vista da cidade). TIPOLOGIA 2 e 3 DORMITÓRIOS Figura 2 Planta do Botânico Residencial Club e Grand Raya, respectivamente. Fonte: Acervo da pesquisa Já os apartamentos de dois e três dormitórios possuem área média de 69,09m² e 128,10m², respectivamente. Ambos estão localizados na zona sul (subsetores Sul e Jardins) com alguns empreendimentos isolados na faixa central urbana. Eles apresentam variações com uma ou mais suítes, penthouse e duplex (organização da unidade residencial em dois pavimentos).

27 27 TIPOLOGIA 4 OU MAIS DORMITÓRIOS Por fim, as unidades de quatro dormitórios ou mais apresentam 293,89m² de área média, também localizadas na parte sul da cidade, com as mesmas variações tipológicas daquelas de 3 quartos, porém, nesse caso, podem oferecer a opção do triplex (organização da unidade residencial em três pavimentos). Figura 3 Planta do Giardino Vereda Torre Recantto Fonte: Acervo da pesquisa O mesmo processo de análise foi empreendido para a cidade de Ribeirão Preto, como é possível observar nas tabelas 6 (Predominância dos edifícios analisados em Ribeirão Preto) e 7 (Quadro geral das tipologias de apartamentos nessa cidade). Tabela 6 Predominância dos edifícios analisados em Ribeirão Preto PREDOMINÂNCIA DOS EDIFÍCIOS DE RIBEIRÃO PRETO DORMITÓRIOS EDIFÍCIO LOCALIZAÇÃO Parque Rosário do Sul Conjunto dos Bancários (1) 1 Mediterrâneo Residencial Flat Jardim Botânico (3) Baía de Guanabara Sunset Club House Smart House Jardim Califórnia (2) Vilaboim The One Suit Loft Jardim Canadá(1) Parque Romanetto Jardim Manoel Penna (2) Parque Renascer Ibiza Residence Jardim República (1) Trio Ribeirão Jd. América(1) Parque Rochester Monte Alegre (1) Edifício Aliança Park Nova Aliança(1) Parque Royal Garden Parque São Sebastião (2) Parque Royal Palace Premium Residence Sub-setor Leste (1) Ed. Mont Blanc Premium - Flat services Sub-setor Sul 3 (1) Reserva Sul Condomínio Resort Zona Sul (1) Fit Mirante do Sol Alto do Ipiranga (1) 2 Edifício Stuttgart Bosque dos Juritis (1) Edifício Vitória Parque Campos Eliseos Campos Eliseos (2) Residencial Vitale Parque Rebouças City Ribeirão (1) Parque Rosário do Sul Conjunto dos Bancários (1)

28 28 3 Edifício Vintage House Higienópolis (1) Spazio Reauville Iguatemi (1) Ideal Jardim Ipiranga Ipiranga (1) Grand Raya - Nature Jardim Botânico (5) Botânico Residencial Club Botânico Boulevard Edifício Berlim Sunset Club House Vilaboim Jardim Califórnia (1) Parque Romanetto Jardim Manoel Penna (2) Parque Renascer Edifício Colina Park Jardim Paulista (3) Edifício Luna Park Parque Revitare Liber Condomínio Resort Jardim República (2) Ibiza Residence Trio Ribeirão Jd. América (1) Regalle Club e Condominio Lagoinha (2) Vida Plena Ribeirão Parque Rochester Monte Alegre (1) Spazio Rigobello Nova Aliança (8) Spazio Riservatto Giardino Solare Residencial Mantiqueira Edifício Aliança Park Prima Vista Residencial I Prima Vista Residencial II Edifício Solar das Aves - Torre Ibis Fit Parque da Lagoinha Parque dos Lagos (2) Parque Residence Parque Royal Garden Parque São Sebastião (2) Parque Royal Palace Edifício Monte Carmelo Santo Cruz (1) Edifício Mais Campos Eliseos Subsetor Norte 1 (1) Condomío Jasmim Sub-setor Sul 3 (1) Spazio Regia Sumarezinho (2) Belize Residence Reserva do Golfe Vila do Golfe (1) Reserva Sul Condomínio Resort Zona Sul (1) Fit Mirante do Sol Alto do Ipiranga (1) Edifício Frankfurt Bosque dos Juritis (8) Quintessence Residence - Torre Sírius Edifício Manhattan Edifício Stuttgart Edifício Promenade Urban Hydepark condominium Le Parc Résidence Edifício Vitória Parque Campos Eliseos Campos Eliseos (1) Spazio Reauville Iguatemi (1) Botânico Boulevard Jardim Botânico (12) Botânico Residencial Club Ecolife Jardim Botânico Edifício tiê residencial Edifício Triomphe Grand Raya - Botanique Grand Raya - Jardin Grand Raya - Nature Jardim de Luxemburgo Jardim de Versailles Porto Búzios Condo Club Residencial Jaó Edifício Matisse Jardim Irajá (2)

29 Edifício Velázquez Parque Romanetto Jardim Manoel Penna (1) Giardino Botanic - Torre Albero Jardim Nova Aliança Sul (2) Giardino Botanic - Torre Fiore Liber Condomínio Resort Jardim República (2) Ibiza Residence Vida Plena Ribeirão Lagoinha (1) Edifício Amsterdam Mirante Morro do Ypê (1) Cenário Ribeirão Preto Nova Aliança (12) Edifício Solar das Aves - Torre Ibis Giardino Botanic - Torre Foglia Giardino Solare - Torre Lumina Giardino Solare - Torre Radianza Giardino Terrae - Torre Cennario Giardino Terrae - Torre Paesagio Giardino Terrae - Torre Panoramma Giardino Vereda - Torre Recantto Giardino Vereda - Torre Refuggio Residencial Mantiqueira Spazio Riservatto Fit Parque da Lagoinha Parque dos Lagos (1) Dolce Vita Residenziale República (1) Edifício Monte Carmelo Santo Cruz (1) Condomínio Gardênia Sub-setor Sul 3 (3) Edifício Saint Pierre Condomínio Gardênia Madison Square Garden Subsetor Sul 5 (2) Riverside Park Edifício Portes du Soleil Sub-setor Sul 7 (4) Ed. Bella Vista Les Alpes Residence Bellegarde Les Alpes Residence Bellevue Belize Residence Sumarezinho (1) Reserva do Golfe - Torre 1 Vila do Golfe (2) Reserva do Golfe - Torre 2 Patriarca Residencial Vila Virginia (1) Edifício Manhattan Bosque dos Juritis (5) Edifício Stuttgart Edifício Promenade Urban Hydepark condominium Porto Búzios Condo Club Jardim Botânico (7) Edifício Grand Privilége Grand Raya - Botanique Edifício Triomphe Grand Raya - Jardin Jardim de Luxemburgo Jardim de Versailles Edifício Sur Le Jardin Jardim Irajá (1) Edifício Matisse Jardim Santa Ângela (2) Edifício Velázquez Edicício L'essence Jd. Canadá (1) Edifício cidade de Madrid Edifício Amsterdam Edifício Cidade de Londres Edifício Amsterdam Edifício Cidade de Londres Edifício Cidade de Paris Giardino Vereda - Torre Recantto Giardino Vereda - Torre Refuggio Giardino Botanic - Torre Foglia Edifício Solar das Aves - Torre Flamingo Mirante Morro do Ypê (6) Nova Aliança (5)

30 30 Edimburgo Residencial Edifício Saint Pierre Subsetor Sul 3 (1) Madison Square Garden Subsetor Sul 5 (2) Riverside Park Edifício Portes du Soleil Subsetor Sul 7 (5) Ed. Bella Vista Les Alpes Residence Bellegarde Les Alpes Residence Bellevue Everest Residencial Reserva do Golfe - Torre 1 Vila do Golfe (1)

31 31 Tabela 7 Quadro geral de tipologias de apartamentos em Ribeirão Preto Tipolo gia 1 Quarto 2 Quarto s Padrão do empreendi mento classe social a que se destina Classe média Classe média Área útil médi a 52,4 2m² 69,0 9m² Valor médio do m² (Setembr o, 2013) Até R$ 5000/m² Até R$ 5000/m² Predominância da localização (zona de valor) Jardim Botânico/Jardim Califórnia/Jardim Manoel Penna/Parque São Sebastião Variações tipológicas _1 quarto com suíte _1 quarto sem suíte _Studio _Penthouse _2 quartos sem suíte _2 quartos sendo 1 suíte _2 quartos sendo 2 suítes _Duplex Equipamentos coletivos Academia Área de relaxamento Churrasqueira Espaço gourmet Gazebo Lanchonete Lavanderia Coletiva Piscina Pista de Caminhada Playground Quadras Esportivas Salão de Festas Salão de jogos Spa Academia Espaço Gourmet Gazebo Lan house Piscina Playground Quadras Esportivas Salão de Festas Salão de Jogos Spa Característ icas do apto _mobiliário s como separador de ambientes _Banheiro da suíte como único do apto _redução máxima da área de serviço _presença de dormitório reversível _terraço atrelado a sala _cozinha estreita e com poucas estocagens Exemplo emblemático Mediterrâneo Residencial Flat Botânico Residencial Club

32 32 Nova Aliança/Jardim Botânico/Jardim Paulista/Campos Eliseos/Jardim Manoel Penna/Jardim República/Lagoinha/Parque dos Lagos/Parque São Sebastião/Sumarezinho 3 Quarto s Classe média 128, 10m² Até R$ 5000/m² Jardim Botânico/Nova Aliança/Bosque dos Juritis/Sub-setor Sul 7/Sub-setor Sul 3/Jardim Irajá/Jardim Nova Aliança Sul/Jardim República/Subsetor Sul 5/Vila do Golfe _3 quartos sem suítes _3 quartos sendo 1 suíte _ 3 quartos sendo 2 suítes _ 3 quartos sendo 3 suítes _Penthouse _Duplex Academia Brinquedoteca Churrasqueira Cinema Espaço Gourmet Espaço Mulher Espaço Zen Lan House Piscina Pista de corrida Playground Quadras Esportivas Salão de Festas Salão de Jogos Sauna Solarium _introdução de lavabos _domitórios reversíveis _vedações leves _maior área de Grand Raya Jardim Botânico

33 33 4 Quarto s ou mais Classe média 293, 89m² Até R$ 5000/m² Jardim Botânico/Mirante Morro do Ypê/Bosque dos Juritis/Nova Aliança/Subsetor Sul 7/Jardim Santa Ângela/Subsetor Sul 5 _3 quartos sendo 3 suítes _4 quartos sendo 1 suíte _4 quartos sendo 2 suítes _4 quartos suítes _5 quartos Suítes _Penthouse _Duplex _Triplex Academia Brinquedoteca Churrasqueira Cinema Espaço Gourmet Espaço Leitura Espaço Mulher Espaço Zen Lan House Mini golf Piscina Playground Pomar Quadras Esportivas Salão de Festas Salão de Jogos Sauna Solarium Squash _uso de shafts _maior área de serviço _dependên cias de empregado s _varanda com churrasquei ra _algumas vedações leves Giardino Vereda - Torre Recantto

34 34 A partir das tabelas inicialmente criadas, foi possível filtrar informações gerais para selecionar os empreendimentos sobre os quais seriam realizadas fichas de análise, que contemplam os detalhes projetuais das tipologias selecionadas, ajudando na catalogação, no arquivamento e na melhor compreensão do projeto para pesquisas futuras. Assim, conforme exposto, foram analisados 63 edifícios de apartamentos em Uberlândia e 106 em Ribeirão Preto, utilizando como critério para seleção das amostras: (i) atuarem em território nacional e local; e (ii) atenderem à classe média da sociedade, ofertando apartamentos com áreas úteis entre 40 a 300m². O preenchimento da ficha, por sua vez, desenvolveu-se em três partes: (a) Dados gerais; (b) Edifício: forma plástica e imagem, estrutura, inserção urbana, funcionalidade, equipamentos de uso coletivo, adequação legal/ambiental e segurança; e (c) Apartamento: quadro de referências e quadro de áreas, análise de espaciosidade, mapa de ações domesticas cotidianas e setorização. Estas fichas (Figura 4), em um segundo momento, foram ainda necessárias para a continuação do projeto de pesquisa, uma vez que a análise detalhada das edificações é essencial para a realização de seleção criteriosa à aplicação de métodos de avaliação pós-ocupação (APO). Também foi a partir das fichas inicialmente elaboradas que se estruturou o mapeamento das estratégias de sustentabilidade nas cidades em investigação. Ademais, vale salientar que a produção das fichas necessitou de grande cautela devido à dificuldade de execução das mesmas, uma vez uma das cidades se trata de local onde os pesquisadores não moram, dependendo da coleta de material à distância.

35 Figura 4 Fichas de Análise 35

36 36

37 37

38 38

39 39 A partir do material coletado, observa-se que, embora atualmente as habitações contemplem grupos familiares com perfis e modos de vida cada vez mais diversos, o desenho dos apartamentos continua baseado predominantemente em modelos tripartidos de morar, caracterizados por espaços compartimentados, estanques e monofuncionais. Sobre a relação dimensional homem/ambiente construído habitável, vários autores ponderaram sobre possíveis indicadores mínimos (ROMÈRO e ORNSTEIN, 2003; LEITE, 2006; PALERMO, 2009). Nas análises, verificou-se que, na grande maioria dos apartamentos avaliados, as áreas dos compartimentos, notadamente os dormitórios, áreas de serviços e cozinhas, são inferiores aos mínimos exigidos pelos autores citados acima. O projeto habitacional tripartido pressupõe maiores áreas em função de suas características espaciais e sua eficiência está totalmente ligada à manutenção de áreas mínimas de circulação, aspecto praticamente impossível de ser alcançado em espaços tão pequenos. A exiguidade de áreas não é um fator preponderante para a baixa qualidade dos projetos, porque poderia estar justificada pela redução do tamanho da família brasileira. No entanto, o produto imobiliário ofertado não parece demonstrar essa relação. Empreendimentos residenciais deveriam revisar não somente a área útil dos apartamentos, mas sua organização espacial, levando em consideração as alterações sociais e culturais locais. Na cidade de Uberlândia, a exiguidade de áreas se demonstrou mais evidente do que em Ribeirão Preto isso porque, de forma geral, os edifícios analisados na última cidade contemplavam um padrão social mais elevado (Figura 5). Figura 5 Predominância da tipologia de 2 e 3 dormitórios nas cidades estudadas e suas principais características. As áreas úteis apresentadas representam a média geral dos empreendimentos analisados na pesquisa.

40 40 Outra questão observada nas análises dos apartamentos se refere à incongruência entre os usos cotidianos propostos no projeto (leiaute idealizado pela incorporadora do empreendimento) e os frequentemente realizados pelos moradores. Nesse sentido, foram verificadas inúmeras sobreposições de usos nos compartimentos habitacionais. Ações cotidianas domésticas, tradicionalmente pré-estabelecidas em projeto para serem executadas em determinados cômodos foram identificadas de forma dispersa e não convencional nos espaços analisados (Figura 6). Afinal, a proposta das incorporadoras comumente não supre o mínimo exigido para exercer atividades simples em cada cômodo. Assim, ações como trabalhar, estudar e comer cada vez mais são realizadas em áreas diferentes das previstas, principalmente pela falta de espaço nos ambientes. Esses conflitos de ações aparecem com mais frequência em empreendimentos destinados às classes mais baixas, em que as áreas úteis dos apartamentos são menores. Figura 6 Apartamentos de 2 dormitórios. Acima: usos domésticos inicialmente previstos em projeto através do leioute. Abaixo: sobreposição de usos no espaço. Percebeu-se também que as duas cidades possuem semelhantes características na moradia vertical, porém, os empreendimentos de Ribeirão Preto dispõem de uma vasta gama de espaços coletivos, havendo uma preocupação maior com a qualidade e diferenciação de ambientações se comparado à Uberlândia. Isso pode ser visto com a presença de locais coletivos de usos extremamente específicos, como Espaço Mulher, Lan House, Sauna, Solarium, Quadra de Squash, Mini Golf, Pomar, Cinema, entre outros. Entretanto, um maior investimento nesses ambientes não significa que os mesmos são mais utilizados do que na cidade mineira (conforme comprovado posteriormente com a aplicação de APO nos estudos de caso selecionados). O

41 41 fato é que, novamente, essa grande variedade de equipamentos serve muito mais como estratégia de marketing para despertar a atenção dos clientes do que realmente suprir de fato uma necessidade dos moradores Estudo da verticalização nas cidades: dados gerais sobre a verticalização; localização da verticalização com principais índices; evolução da mancha da verticalização; quadro comparativo da verticalização nas cidades Foi nos Estados Unidos, nos primórdios do século XX, que a verticalização se destacou/consolidou como processo exponencial, e que, posteriormente viria a influenciar as cidades brasileiras. Primeiramente esteve ligada às condições intrínsecas de formação das cidades estadunidenses sob a ótica capitalista. Fatores relacionados à alta concentração populacional urbana, grande desenvolvimento tecnológico (uso de estruturas metálicas e em concreto armado), estruturação de uma nova lógica da divisão do trabalho, custo do solo urbano, áreas funcionalmente especializadas e o liberalismo da legislação colaboraram para o despontar desse processo (SOMEKH, 1997 apud MELO, 2013). Na Europa, em especial na Inglaterra, berço da revolução industrial, o uso de edifícios verticalizados também foi usual a partir do século XIX. No Brasil, o processo de verticalização remonta a década de 1920, partindo dos centros urbanos de São Paulo, Rio de Janeiro (as metrópoles nacionais), e posteriormente, ao longo da segunda metade do século XX, tornando-se uma expressão característica da urbanização brasileira, sobretudo, após a década de 1980 (MENDES; TOWS, 2009). Atualmente diversas metrópoles do país ostentam edifícios de vários pavimentos, não apenas como desígnios de poder, modernidade e êxito econômico, como anteriormente ocorria, mas também como opção de otimização do solo urbano, estilo de vida e possibilidade de reprodução capitalista do espaço. A verticalização, como processo atuante no espaço urbano, é também imbuída de ideologias que a legitimam como identidade das grandes metrópoles. Porém, tal processo também vem se expandido para as cidades médias, especialmente no Brasil, constituindo-se como um símbolo característico da urbanização brasileira. Devido ao rápido e intenso processo de urbanização do Brasil, especialmente pós 1960, associado ao êxodo rural e intenso crescimento demográfico, a verticalização alvorece como reflexo de representações simbólicas do poder econômico, status social, comodidade, modernidade e como possibilidade de multiplicação do solo urbano (MENDES, 2009), adquirindo outros signos e significações. A marcha para o Oeste, como ficou conhecido o processo de ocupação produtiva do interior do Brasil trouxe consigo a definição, a princípio incipiente, de uma rede, com o evidenciamento de núcleos urbanos heterogêneos e a especialização de alguns destes, no âmago de uma divisão nacional do trabalho. Estudos desenvolvidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), denominado Rede de Influência das Cidades (REGIC/2007), ilustram o reflexo que o padrão histórico de ocupação do Brasil imbuiu no território, dinamizando as regiões litorâneas, e, posteriormente dotando o interior Brasileiro de aparatos, equipamentos e instrumentos de modernização territorial (Figura 7).

42 42 Figura 7 Mapa da Rede Urbana do Brasil Fonte: IBGE, O papel desempenhado na atualidade pelas cidades médias no Brasil é incontestável. Dados de levantamentos do IBGE, incluindo o censo demográfico de 2010, revelam que tais cidades crescem mais que a média do país e representam fortes polos de atração de contingentes populacionais, devido a fatores como: o vigor de parques industriais (em decorrência da desconcentração e do esboroamento das condições existentes em grandes metrópoles), a dinamicidade no setor de serviços e a relativa melhor qualidade de vida. A figura 8 demostra a porcentagem das cidades que cresceram acima de 3%, por número de habitantes. Apesar da população da evolução populacional do país ser realidade presente, o foco dessa evolução é dado às cidades médias, que apresentaram taxas superiores a 15%. Nesse contexto, Uberlândia, uma das cidades elegidas para a realização desta pesquisa, pelo seu papel na rede urbana nacional e sua importância estratégica, em diversos âmbitos, é considerada por pesquisadores da área como uma grande cidade média. Soares (1995), já apontava o expressivo significado regional de Uberlândia no findar do século XX, face ao seu contingente populacional, grau de polarização regional e mercado de produção e entreposto de bens e serviços. Fatores de ordem política introduziram na cidade equipamentos de desenvolvimento regional e promoção de cultura e

43 43 lazer, angariando grandes investimentos públicos e privados e fazendo com que Uberlândia se tornasse destaque no comércio de atacado e varejo, saúde, educação superior, agronegócio e tecnologia constituindo-se, assim, um polo de desenvolvimento regional de grande expressão nacional. A localização estratégica da cidade também foi preponderante para o seu destaque na rede urbana nacional, superando a condição sertaneja a que estavam fadadas as cidades do interior do Brasil na primeira metade do século XX. Na segunda metade do século XX, devido a projetos de desenvolvimento regional, atrelados aos desejos de elites, Uberlândia ganha destaque também na divisão nacional do trabalho e alvorece como centralidade regional. Figura 8 Crescimento das Cidades Brasileiras Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios No que concerne à avaliação dos dados do REGIC (Rede de Influência de Cidades) referentes à Uberlândia, a cidade é considerada Área de Concentração de População (ACP s) 3. As ACPS s incorporam, como um único centro, vários municípios. Analisando informações de centralidade e fluxo entre centros urbanos, medidas pelo pesquisa Região de Influência de Cidades 2007, nota-se que Uberlândia adquire status de Capital Regional (Figura 9), com grau de influência de polarização muito forte (Figura 10), se destacando na mesorregião do Triangulo Mineiro/Alto Paranaíba. Analisando a ligação entre as principais centralidades com Uberlândia, é possível observar indicadores referentes à origem dos fluxos rumo a um centro (remetendo a certa dependência que se origina a partir de Uberlândia em direção a outros centros); e ao destino dos fluxos em busca de bens e serviços (que se refere aos fluxos das principais ACP s regionais rumo à Uberlândia). A partir disso, vê-se a gama de relações materializadas na cidade face a outras centralidades (ACP S), que conferem à Uberlândia importância nacional, posto que, a partir da intensidade e direcionamento desses fluxos de pessoas em 3 Conforme definição do IBGE (2008, p.11): As ACP s são definidas como grandes manchas urbanas de ocupação contínua, caracterizadas pelo tamanho e densidade da população, pelo grau de urbanização e pela coesão interna da área, dada pelos deslocamentos da população para trabalho ou estudo. As ACPs se desenvolvem ao redor de um ou mais núcleos urbanos, em caso de centros conurbados, assumindo o nome do município da capital, ou do município de maior população.

44 44 relação a uma variedade de bens e serviços, avalia-se a potencialidade polarizadora de Uberlândia. Figura 9 Nível de Centralidade. Fonte: Rede de Influência de Cidades/REGIC (2008). Figura 10 Hierarquia da Centralidade Fonte: Rede de Influência de Cidades/REGIC (2008).

45 45 Destarte, Soares (1995) conclui que Uberlândia possui uma importância regional muito significativa, constituindo-se em um centro polarizador de alto contingente populacional, com grande destaque no segmento de produção e consumo de bens e serviços. A supracitada autora elenca alguns fatores que colocam Uberlândia como centro de expressão regional: comércio (atacadista e varejista); educação superior; grande variedade de serviços e especialidades médicas; pujança no setor financeiro, de informática, de apoio à produção e logística nacional, tanto que no setor atacadista sua influência ultrapassa o alcance regional, pois a partir das empresas estabelecidas na cidade, esta institui relações com outras regiões do país. Importa analisar que o crescimento da população de Uberlândia acompanhou o ritmo de crescimento populacional do Brasil até meados da década 70, passando a posteriori por um boom populacional, conforme ilustrado na tabela 8. Esse aumento de população absoluta esteve também associado ao amplo processo de urbanização e industrialização pelo qual o país passou especialmente na sua porção Centro-Sul. Atualmente Uberlândia apresenta uma população total de habitantes (IBGE, 2010), o que a classifica como a quarta cidade mais populosa do interior do Brasil e, segundo estimativas de 2012 do IBGE, a segunda maior cidade mineira. Assim, comparativamente e proporcionalmente, a taxa da evolução da população urbana de Uberlândia ocorre de maneira superior ao processo de todo o estado de Minas Gerais, conforme pode ser analisado nas representações seguintes (Tabela 8 e Figura 11). Tabela 8 Evolução da população urbana, rural e total: Uberlândia e Minas Gerais ( ) Fonte: FIBGE ( ), acesso em 09/05/2013 Tabela 202. Organizado pelos autores. Figura 11 Gráfico da População por situação: Uberlândia ( ) Fonte: FIBGE ( ), acesso em 09/05/2013 Tabela 202. Organizado pelos autores. Já a figura 12 aponta alguns fatores que dão ao município de Uberlândia a característica de centro regional.

46 46 Figura 12 Equipamentos e infraestrutura rodo-hidro-ferroviário que colaboram para referenciar Uberlândia no quesito de eficiência em logística e competitividade do Brasil Central. Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia PMU (2013) Comprovada a importância das cidades médias para o cenário nacional, a partir de um maior aprofundamento sobre a caracterização de Uberlândia enquanto polo regional, volta-se ao exame sobre como ocorreu o processo de verticalização nas duas cidades em investigação: Uberlândia e Ribeirão Preto. Para tanto, é necessário perceber que, na atualidade, a verticalização configura-se como um novo arranjo sócio espacial e, de certa forma, representa as múltiplas relações de geografia e poder estabelecidas em

47 47 determinadas sociedades, que, além de reproduzir o solo e o capital, recria a morfologia urbana, determina padrões de grupamento de classes e grupos sociais, estrutura a organização interna da cidade e desemboca em novas espacialidades. Portanto, muito além de remeter unicamente a grandes centros cosmopolitas, a verticalização é, atualmente, um processo que vem se estabelecendo nas cidades médias, dotando o espaço urbano de particularidades e colaborando para o ápice de uma nova configuração territorial, no qual, a verticalização é percebida como sinônimo do progresso de uma cidade e também como possibilidade de máximo aproveitamento de áreas economicamente valorizadas. Por outro lado, é entendida ainda como estratégia para contornar os déficits do setor de habitação. Como não existem propostas restritas na definição de edifícios que configuram e corroboram para o processo de verticalização, todavia, utilizamos nessa pesquisa o conceito de edifício como sendo todas as construções para fins comerciais ou residenciais com três ou mais pavimentos e localizados na área urbana. Inicialmente, a análise do processo de verticalização foi feita para a cidade de Uberlândia, em função de maior disponibilidade de dados. Uberlândia compreende, atualmente, uma área de aproximadamente 219 km² e possui mais de 80 bairros/áreas, alguns, no entanto, não legitimados pelo poder público municipal, mas já densamente ocupados, povoados ou permanecendo no aguardo da eminente valorização, constituindo-se em vazios urbanos. Os bairros se encontram em setores de planejamento, ora denominados Bairros Integrados (Figura 13), cuja construção passou por diferentes estágios e processos e esteve sob a influência de diversos agentes. Figura 13 Setores Urbanos de Uberlândia (Oficiais). Fonte: Satélite RapidEye/AG e Prefeitura Municipal de Uberlândia. Organizado pelos autores. Até meados da década de 1920, a expansão urbana de Uberlândia ocorreu de maneira natural, acompanhando as faixas dos cursos d água, estradas e entroncamentos. Contudo, a partir deste período, a atuação de empresas do ramo imobiliário começou a erigir bases na cidade, dando início à configuração

48 48 de uma nova forma e padrão de ocupação para a mesma. Assim, a partir da construção e financiamento de imóveis e terrenos, a atuação dessas empresas permitiu a expansão horizontal da cidade, via loteamentos, preferencialmente em regiões afastadas do centro consolidado (ARAÚJO SOBRINHO, 1998 apud SILVA e RIBEIRO FILHO, 2012). Destarte, foi delineado, a partir do posterior estabelecimento dos eixos de fluxos da cidade (principais ruas e avenidas do setor central) um zoneamento preliminar. Na década de 1940, a cidade já possuía uma quantidade considerável de lotes vagos nas regiões afastadas do núcleo central. Enquanto isso, na área central, adensavam-se as edificações, destacando-se na paisagem o Edifício Drogasil (primeiro a ser construído na cidade) e a Estrada de Ferro Mogiana em que, às suas margens, concentravam-se vários armazéns de secos e molhados (evidenciando, já no período, a importância da cidade como entreposto comercial). Entre os anos de 1950 e 1960, o crescimento demográfico e a abertura desordenada de loteamentos levaram a administração municipal a reordenar o sistema viário, a estabelecer um zoneamento e a realocar vários equipamentos urbanos (CLEPS, 2009). Posteriormente, já na década de 1980, devido à saturação do núcleo central, inicia-se uma descentralização de parte das atividades comerciais desta área, que buscaram o estabelecimento em outras regiões da cidade. Concomitante a esse processo, as famílias de alta renda, historicamente lá estabelecidas, também principiaram a buscar outras opções para fixar moradia, uma vez que o núcleo central já não possuía caráter meramente residencial e começava a possuir todos os inconvenientes dos centros urbanos de grandes cidades (SILVA e RIBEIRO FILHO, 2012). Soares (1995) destaca ainda que, no período compreendido entre 1960/80, os loteamentos aprovados pela prefeitura na cidade de Uberlândia estavam concentrados nas mãos de seis a sete grandes empresas imobiliárias, responsáveis pela abertura de loteamentos "nobres" e "periféricos". Também na década de 1980, com a concepção do terceiro plano diretor da cidade e do plano diretor do sistema viário, configura-se um novo padrão de ocupação urbano, o qual: [...] baseado em diretrizes urbanísticas, reforçou o processo de transformação do uso do solo e redirecionou a ocupação territorial urbana, principalmente nos Bairros Santa Mônica, Saraiva, Tibery e Santa Maria. A partir de então, o poder público local passou a investir nesses bairros. Criou-se praças, pavimentou as principais ruas e avenidas, construiu pontos de ônibus, postos de saúde, enfim, uma série de equipamentos urbanos que promoveram significativa valorização imobiliária à região (CLEPS, 2009, p.30). No findar da década 1980, com a instituição do Projeto Bairros Integrados (PBI) pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes da Prefeitura Municipal de Uberlândia (PMU), o qual entrou em vigor em 1990, houve a possibilidade de melhor compreender as dimensões tomadas pela cidade, advindo do planejamento que vinha sendo proposto. A partir de 1992, o órgão atualmente denominado Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, passou também a se envolver nesse processo de planejamento, colaborando para a solidez do processo de uso e ocupação da cidade. Os bairros criados a partir do PBI buscam então racionalizar a quantidade de loteamentos

49 49 existentes na cidade, através de critérios como a homogeneidade de cada setor, os limites naturais, as características geográficas e de uso e ocupação do solo e o sistema viário (PMU, 2013). Desse modo, no âmago de cada setor, foi criado um eixo de estruturação urbana no sentido de contribuir para o delineamento dos mesmos. Vale ressaltar que a presente proposta também se associa aos setores censitários do IBGE. Conforme definido no atual Plano Diretor de Uberlândia (Lei nº 432/2006), seção I Da Estruturação dos Bairros, especificadamente em seu artigo 8º, que prevê que a expansão do centro urbano, o crescimento da cidade deverá se orientar de acordo com os quatro eixos de estruturação urbana. Na tabela 9 e figura 4, há o delineamento de tais eixos. Eixo Estrutural Nordeste Eixo Estrutural Sudeste Eixo Estrutural Norte Eixo Estrutural Oeste Tabela 9 Eixos Estruturais de Uberlândia Composto pelas avenidas Afonso Pena e João Pinheiro, ligando o centro ao Bairro Umuarama Coincide com a Avenida João Naves de Ávila, ligando o centro à região dos bairros Santa Mônica, Segismundo Pereira e Santa Luzia Tem por suporte a Avenida Três de Outubro e Avenida Cleanto Vieira Gonçalves Constituindo pelas Avenidas Getúlio Vargas e Imbaúbas, ligando o centro à região dos bairros Luizote de Freitas e Mansur Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia (2006). Organizado pelos autores. Figura 14 Eixos de Estruturação e Expansão Urbana de Uberlândia. Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia (2006). Organizado pelos autores. Desse modo, os bairros integrados, dispostos em setores, permitem maior controle no que tange à execução de políticas públicas e planejamento. Sendo estes por vezes constituídos por loteamentos, definidos por leis ou decretos e também por outras áreas ainda não institucionalizadas. A tabela 10 ilustra os bairros atualmente existentes (agosto de 2013), divididos por setor:

50 50 Setor Central Setor Norte Setor Sul Setor Leste Setor Oeste Tabela 10 Bairros Integrados de Uberlândia - Oficiais Brasil, Bom Jesus, Martins, Osvaldo Resende, Ns. Sra. Aparecida, Cazeca, Daniel Fonseca, Centro, Fundinho, Tabajaras, Lídice. Jardim Brasília Maravilha, Marta Helena, Minas Gerais, Ns. Sra. Das Graças, Pacaembu, Presidente Roosevelt, Residencial Gramado, Santa Rosa, São José. Carajás, Cidade Jardim, Granada, Jardim Inconfidência, Jardim Karaíba, Lagoinha, Laranjeiras, Morada da Colina, Nova Uberlândia, Pampulha, Patrimônio, Santa Luzia, São Jorge, Saraiva, Shopping Park, Tubalina, Vigilato Pereira. Alto Umuarama, Custódio Pereira, Jardim Ipanema, Morada dos Pássaros, Morumbi, Santa Mônica, Segismundo Pereira, Tibery, Umuarama, Chacarás Tubalina e Quartel, Dona Zulmira, Guarani, Jaraguá, Jardim Canaã, Jardim das Palmeiras, Jardim Europa, Jardim Holanda, Jardim Patrícia, Luizote de Freitas, Monsour, Morada do Sol, Panorama, Planalto, Taiamam, Tocantins. Fonte: Prefeitura Municipal de Uberlândia (2013). Organizado pelos autores. Analisada a atual configuração urbana de Uberlândia, é possível compreender a verticalização no espaço urbano da cidade, uma vez que tal processo se constitui um dos traços característicos da urbanização, pela própria intensidade com que ela se dá, mas também pelas formas que ela assume SILVA (2007). No que concerne à verticalização sob a ótica atual, destaca-se, além da sociedade civil e do Estado, o papel dos agentes privados os grandes incorporadores imobiliários, que agem no consumo e posterior (re)produção do espaço urbano, pois: Os agentes privados juntamente com o Estado são os grandes responsáveis pelo padrão de produção da habitação nas cidades em geral, ou da forma como o espaço urbano é ocupado no contexto residencial. O fato e que ao produzir a habitação em larga escala para o mercado e viando atingir algumas classes sociais, se reproduz também a expansão das cidades, valorizando o modo de vida urbano, atualmente com forte influência no mundo dos lugares (BARBOSA, 2012 apud MELO, 2013, p. 76). Sob essa ótica, erige o papel do consumo do/no espaço urbano, legitimado pelos agentes envolvidos no processo de produção e apropriação de segmentos espaciais da cidade, que são os responsáveis por uma organização extremamente diferenciada do espaço criando, possibilidades desiguais de consumo de parcelas desse espaço (RAMIRES, 1998, p. 38). A partir da compreensão do consumo do espaço urbano, vinculado a um conjunto de práticas simbólicas que envolvem formas arquitetônicas e geográficas tipicamente urbanas, é proposto por Ramires (1998) a periodização do processo de verticalização, uma vez que tal método possibilita a reflexão sobre as diferentes etapas do processo que, em síntese, materializam diferentes momentos históricos da sociedade em seu movimento constante de refazer-se e produzir espaço. Desse modo, Ramires (1998), propõe, para a análise da evolução da verticalização em Uberlândia, sua divisão em três períodos (Figuras 15 a 17):

51 51 (i) A primeira fase relaciona-se ao início do processo de desenvolvimento da cidade e ocorre no período compreendido entres a décadas de 1950/70. Acentua-se na década de 1970, em decorrência da própria expansão urbana, como discutido anteriormente. (ii) A segunda fase, iniciada na década de 1980, é caracterizada pela acentuação do processo de verticalização, marcado pela entrada da extinta Encol em Uberlândia, uma das maiores empresas brasileiras atuante no setor da construção civil o que estimulou a concorrência com as incorporadoras que até então atuavam no mercado local. (iii) A terceira fase nada mais foi que um prolongamento da anterior, mas de extrema pujança, pois o número de edifícios construídos no início da década de 1990 superou os produzidos nas décadas anteriores. Essa fase destaca-se também pela sofisticação dos apartamentos produzidos, com padrões semelhantes aos dos grandes centros nacionais. No ano de 1999, a falência da Encol abalou o mercado imobiliário e trouxe uma série de preocupações àqueles que vinham adquirindo apartamentos ainda na planta, prática comumente usual nesse período. Figura 15 Localização dos Edifícios Construídos décadas de Fonte: RAMIRES (1998)

52 52 Figura 16 Localização dos Edifícios Construídos décadas de 1980 Fonte: RAMIRES (1998) Figura 17 Localização dos Edifícios Construídos décadas de Fonte: RAMIRES (1998)

53 53 Após os anos 2000, é possível inserir a quarta fase da expansão desse processo, em que há novamente um expressivo crescimento do setor imobiliário, motivado por diversos fatores, de ordem econômica e política. Entre eles, a concepção do Estatuto das Cidades (2001), que tece diretrizes gerais da política urbana, representou um avanço em diversos gargalos nas cidades brasileiras, instituindo diretrizes para o desenvolvimento urbano, incluindo habitação, saneamento básico e transportes urbanos. Com a criação do Ministério das Cidades, em 2003, alça-se a proposta de modificar o quadro habitacional brasileiro, com a pretensão de sanar a demanda social histórica do acesso à moradia própria no Brasil. Destaca-se que, no âmbito do Ministério das Cidades, foram criadas as seguintes secretarias: Habitação, Saneamento, Mobilidade Urbana e Programas Urbanos, com objetivo de articular as políticas setoriais e enfrentar a questão urbana. Assim, coube ao Ministério das Cidades a responsabilidade pela gestão da política habitacional a nível nacional, estando, porém, aos desígnios da Caixa Econômica Federal (CEF) a operacionalização dos programas. A utilização de créditos imobiliários para a aquisição de imóveis, concebida como uma política nacional, ganha expressivo aumento, devido à facilidade no acesso aos créditos e extenso prazo de financiamento. Famílias de baixa renda passam também a ser contempladas, através da Política Nacional de Habitação (2004), que foi instituída com o objetivo: [...] de assegurar o acesso à moradia digna, à terra urbanizada, à água potável, ao ambiente saudável e à mobilidade com segurança, [...] ampliando, de imediato, os investimentos nos setores da habitação e saneamento ambiental e adequando programas existentes às características do déficit habitacional e infra-estrutura urbana que é maior junto a população de baixa renda. (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2004, p. 3). Em 2009, por sua vez, foi implantado um dos maiores programas de financiamento residencial da história do país, denominado de Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), pela lei federal nº /2009. Tal Programa incentiva a aquisição de casas e apartamentos, fornecendo, por exemplo, descontos, subsídios e redução do valor de seguros habitacionais, tendo se constituído como um produto amplamente consumido mormente pela classe média brasileira. A segunda fase do programa, em 2011, estabeleceu novas diretrizes e metas, contando os seguintes benefícios: a possibilidade de utilização do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), benefício também presente em outros programas de menor impacto; taxas de juros que variam de 5 a 7,16%, de acordo com a renda familiar, e destinação prioritária de recursos (60%) às famílias de baixa renda. O processo de verticalização da cidade de Ribeirão Preto 4, no período pós 2000 (objeto de análise deste projeto de pesquisa), também foi intensamente influenciado pela nova política habitacional do país. A seguir, apresentam-se os 4 Em função do desligamento do bolsista do projeto, responsável pela análise do processo de verticalização em ambas as cidades, apenas a análise de Uberlândia ficou plenamente caracterizada. De qualquer forma, para não comprometer o estudo da verticalização após os anos 2000 principal interesse desta pesquisa, o mesmo realizou os quadros comparativos que seguem, possibilitando a continuidade da pesquisa.

54 54 mapas de localização das duas cidades no contexto nacional (Figura 18), bem quadros comparativos da verticalização em ambas. Figura 18 Localização - Ribeirão Preto e Uberlândia 2014 Fonte: Instituto de Geografia da UFU. Organizado pelos autores. Os mapas e gráficos sobre as características dos domicílios nas cidades de Uberlândia e Ribeirão Preto (Figura 19) permitem identificar uma semelhança entre as duas no que diz respeito às porcentagens de pessoas que vivem em casa ou apartamentos, embora haja uma predominância de Ribeirão Preto em relação a Uberlândia em número de apartamentos 19,26%, que talvez possa ser explicada pela renda de seus habitantes, valor da terra e o tamanho do

55 55 município. De outro lado, Uberlândia apresenta uma maior porcentagem de casa 84,55%, o que também pode ser explicado pelo sítio urbano muito plano, além do grande estoque de terras na cidade desde os anos Figura 19 Características dos domicílios Ribeirão Preto e Uberlândia Fonte: IBGE, Organizado pelos autores. Quanto à localização dos edifícios nas duas cidades (Figura 20), observa-se uma concentração maior em Ribeirão Preto na área central e em novos setores de residência de jovens casais e pessoas que moram sozinhas. Em Uberlândia, o processo iniciou-se na área central na década de 1950, ocorrendo momentos de expansão imobiliária por saltos, conforme analisado. Somente na última década o processo se espraiou por vários setores na

56 56 cidade. É preciso destacar, enfim, a importância do processo de verticalização nas duas cidades que ainda não terminou, mesmo tendo concorrência com outras modalidades de moradia presente nas cidades brasileiras. Figura 20 Número de domicílios em apartamentos Ribeirão Preto e Uberlândia 2010 Analisado o processo de verticalização em Uberlândia e Ribeirão Preto, a próxima etapa da pesquisa previa o estudo do processo de projeto de tais edifícios de apartamentos. Os resultados desta fase serão descritos a seguir.

57 Levantamento e análise do processo de projeto do produto edifícios de apartamentos: principais agentes, premissas, planejamentos, principais elementos norteadores do projeto, dinâmicas estabelecidas pelos agentes na formulação do projeto nas cidades estudadas Conforme exposto acima, com o crescimento urbano, as habitações foram se verticalizando, sendo que, a partir dos anos 2000, o setor imobiliário começou a difundir os imóveis com grande apelo na área publicitária, enquanto as necessidades dos usuários nem sempre passaram a ser atendidas. O processo do projeto arquitetônico, entretanto, deve buscar a qualidade de vida dos moradores, priorizando também a adoção de soluções que minimizem o impacto sobre o meio ambiente. Nesse contexto, esta etapa da pesquisa teve por objetivo comparar respostas de um questionário aberto, aplicado em incorporadoras e construtoras que são responsáveis por projetar habitações verticais nas cidades de Uberlândia e Ribeirão Preto. Para tanto, as entrevistas tratam sobre questões de qualidade espacial e funcional, desvendando como é o processo projetual empreendido, bem como aborda aspectos sobre sustentabilidade e certificação na construção civil. Acredita-se que, com o processo de documentação dessas entrevistas, será possível compreender melhor as especificidades do processo de projeto desenvolvido a fim de modificar os padrões de apartamentos produzidos atualmente, melhorando aspectos da arquitetura construída hoje. Para que esse questionário fosse feito de maneira a considerar aspectos de qualidade das habitações, entretanto, tornou-se necessário inicialmente desenvolver uma pesquisa teórica, usando fontes como artigos, textos e teses sobre os seguintes temas: processo projetual, sustentabilidade e certificação. A partir de tal pesquisa, observou-se que o projeto arquitetônico é importante por permitir a resolução de questões como: aspectos construtivos, aspectos espaciais, atender a um programa de necessidades adequado ao pedido do cliente, detalhar produtos e ser possível de se chegar a um resultado que possua uma qualidade esperada. O projeto arquitetônico, portanto, trata desde a concepção do que será construído até a sua construção total (nível executivo). Por isso, deve tentar prever e reduzir alguns problemas que possam acontecer durante a fase de construção, fazendo com que o tempo de realização da obra seja menor e que a mesma seja cumprida no tempo estipulado, mantendo-se os padrões de qualidade e funcionalidade, sem gastos extras. Dentre os agentes necessários para que o processo de projeto seja realizado, é importante citar: os proprietários, os clientes, as imobiliárias, as construtoras, as incorporadoras e os arquitetos. Cada agente possui uma função, sendo que: os proprietários e clientes são importantes porque são fazem com que o mercado exista; a imobiliária tem o papel de divulgar, intermediar aluguéis e compras; a construtora é responsável pela definição do projeto e construção do edifício; a incorporadora garante a realização da construção; e, por fim, os arquitetos são responsáveis pelo projeto das edificações idealizadas. O Manual de Escopo de Serviços para a Coordenação de Projetos da AGESC (Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa Catarina), por sua vez, define as fases do processo de projeto em seis (tabela 11): concepção do produto, definição do produto, identificação e solução de interfaces de projeto,

58 58 detalhamento de projetos, pós-entrega de projetos, e pós-entrega da obra (SANTANA, 2009). Tabela 11 Fases do projeto Fonte: SANTANA, A primeira providência que se toma quando se projeta é criar um programa de necessidades de acordo com o que o cliente deseja. Esse programa deve ser adequado para suprir as condições que o cliente explicitou. É importante ressaltar que o programa não limita a criatividade do arquiteto, pois apenas estabelece diretrizes para que a satisfação do cliente possa ser alcançada. Além disso, é importante que o profissional saiba passar para o desenho, ou seja, a apresentação de seu trabalho deve conter as informações de forma clara para que o cliente entenda o projeto. No caso estudado, o cliente do arquiteto corresponde à própria empresa em que trabalha ou para a qual foi contratado. Os projetos, nesse contexto, devem atender aos anseios da construtora e, em alguns casos, às demandas do perfil de cliente traçado pela própria construtora (SALGADO, 2004). É importante, portanto, que as construtoras saibam quais são as etapas do processo de projeto para ter um maior controle no projeto e na construção, pois, por meio do projeto, é possível saber o custo, funcionalidade, tecnologias de construção (CAIADO, 2004).

59 59 Cabe aqui também ressaltar a importância da existência de um gerente e de um coordenador de projetos. O gerente toma decisões estratégicas, tem a responsabilidade de controlar e também planejar a execução de projetos arquitetônicos para que os propósitos dos mesmos sejam alcançados. Já o coordenador de projetos possui a responsabilidade de organizar o cronograma das atividades que serão realizadas, estipulando sua programação. Assim, define as tarefas de cada profissional, além de alguns dos custos da construção. Para que a fase de construção seja executada com eficiência, é válido considerar ainda a existência de um banco de dados que registre esses processos de projeto e de construção, a fim de que se tornem mais eficazes e com uma menor escala de erros. Nesse sentido, é importante que os arquitetos possuam uma visão interdisciplinar, pois devem ser capazes de atender um cliente de acordo com suas vontades e necessidades, conhecer técnicas construtivas e materiais diversos, combinar em seu projeto a estética (forma) e a função que deverá ser atendida, criar um produto condizente com a realidade e compreender sua própria cultura (SALGADO, 2004). Por outro lado, como o empreendedor é responsável pela iniciação de um processo projetual, é fundamental sua participação no mesmo. Às vezes, no entanto, ocorre um distanciamento entre esse e o projeto, que pode ser explicado pela falta de interesse do empreendedor, ou pelo desconhecimento das etapas do processo, ou até mesmo por ignorar que seja importante sua presença no processo (ADESSE; SALGADO, 2006). Foi a partir de 2000 que surgiu a discussão sobre o desenvolvimento de uma norma técnica para regulamentar a construção de habitações, como consequência da má qualidade das edificações que estavam sendo construídas resultante da alta demanda por nos edifícios, da escassez de mão-de-obra qualificada e do desconhecimento e/ou falta de interesses dos agentes financeiros em produzir edifícios de maior qualidade. Como consequência desse processo, surgiu a ABNT NBR /2013, cujas exigências básicas se referem aos seguintes aspectos (Tabela 12): desempenho estrutural; segurança contra incêndio, uso e operação; estanqueidade; desempenho térmico, acústico e lumínico; durabilidade e manutenibilidade; saúde, higiene e qualidade do ar; funcionalidade e acessibilidade; conforto tátil e antropodinâmico e adequação ambiental (VILLA; CAETANO, 2013). O principal papel da norma é regularizar projetos para que as construções sejam melhor executadas e projetadas, visando sua qualidade. Com isso, também diminui a probabilidade do consumidor ser prejudicado, evitando a compra de um imóvel sem qualidade. Além da norma, é necessário, contudo, que haja uma boa fiscalização no país, hábito que ainda está em desenvolvimento. Afinal, se a fiscalização for falha, tal conduta pode refletir negativamente na credibilidade da normatização. Além disso, como a norma foi implantada recentemente, é necessário que esteja em constante aperfeiçoamento, pois suas limitações aparecerão através da prática. Para avaliar a qualidade das edificações, outra ferramenta bastante útil e eficiente é a Avaliação Pós-Ocupação (APO). As pesquisas ligadas à APO possuem como objetivo analisar como o modo da pessoa morar influencia no seu modo de vida. É através da APO que se percebe a qualidade do projeto,

60 60 no sentido de atender às demandas e necessidades dos moradores. A escassez das pesquisas de APO no Brasil faz com que seja mais difícil que os projetos sejam retroalimentados, uma vez que a avaliação é importante para melhorar projetos futuros. (VILLA, 2009). Tabela 12 Exigências da NBR Fonte: VILLA, CAETANO, Ademais, com o crescente aumento dos impactos no ambiente, tornou-se de grande importância, no ramo da arquitetura, projetar tipologias com interesse e preocupação em sustentabilidade. As ações de sustentabilidade devem levar em consideração o ciclo de vida do edifício, o custo de operação, o uso e a

61 61 manutenção ao longo do tempo, e não somente na fase inicial, considerando apenas o custo inicial da edificação. Sendo assim, a utilização de materiais que diminuam o impacto ambiental também é necessária, assim como a reciclagem e reutilização de alguns elementos construtivos quando possível (MARQUES, SALGADO, 2007). Em termos gerais, a sustentabilidade visa a exploração dos recursos naturais de forma inteligente, de modo a suprir as necessidades das atividades humanas atuais sem que o atendimento das necessidades das gerações futuras seja comprometido. Para que isso ocorra, deve-se entender a sustentabilidade como um todo, levando em consideração os indicadores ambientais, sociais e econômicos (Tabela 13). Tabela 13 Indicadores de sustentabilidade Fonte: SILVA, As estratégias sustentáveis relativas aos indicadores ambientais tendem a diminuir o impacto causado pelo uso em grande quantidade dos recursos naturais, bem como diminuir o consumo de energia e de água. Nesse contexto, há várias maneiras de reduzir o consumo de recursos naturais. Afinal, a própria implantação do edifício no terreno pode influenciar os gastos com ar condicionado, ou até mesmo com aquecedores, dependendo da orientação das aberturas em relação à orientação solar. Quando não é possível orientar uma abertura para a melhor fachada em termos de insolação, é importante utilizar proteções solares, por exemplo. No que diz respeito à utilização da água, é preciso que a população se conscientize para reduzir desperdícios (reduzindo o tempo de banho, a água gasta para escovar os dentes, ou mesmo evitar lavagem de pisos e veículos). Outras soluções também podem ser incorporadas, tais como: reuso de águas pluviais, reuso de águas cinzas e instalações de dispositivos economizadores. Conforme apontado por diversas pesquisas, o entulho produzido pela construção civil é grande. Para a redução dos resíduos gerados no setor, é interessante adotar o emprego de materiais reciclados, além de materiais que possuem vida útil longa, ou que, após seu uso, possam ser reutilizados. Outra alternativa é a reciclagem dos próprios entulhos para compor novos elementos construtivos estratégia esta que já está sendo muito utilizada. É importante que os profissionais da área (arquitetos, engenheiros, mestre de obras, entre outros) comecem a projetar e a construir de maneira que visem à sustentabilidade. O primeiro passo para começar a projetar de maneira sustentável é saber o objetivo do cliente e estabelecer uma relação de importância entre ele e o projeto. Afinal, é na fase de concepção que os

62 62 aspectos de sustentabilidade da construção, do uso e manutenção do edifício são analisados e avaliados perante os objetivos do cliente (LIMA, 2009). Observando a Tabela 14, referente ao processo de certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), é possível concluir que os aspectos de sustentabilidade devem ser pensados durante a fase de processo projetual, sendo possível reduzir os impactos ambientais, sociais e econômicos. Só assim, torna-se viável ter uma visão mais geral do que o projeto vai necessitar, sendo que, se as propostas forem somente solucionadas na fase de construção, podem ocorrer imprevistos e erros. Tabela 14 Aspectos sustentáveis Fonte: MARQUES, SALGADO, A maioria das incorporadoras brasileiras ainda não se preocupa em implantar estratégias de sustentabilidade em seus edifícios, porém, tal exigência está aumentando. Por outro lado, é importante comentar que a sustentabilidade de uma edificação é algo complexo, não se resumindo a decisões e dispositivos técnicos somados ao projeto. Isso porque depende de uma abordagem bastante ampla dos problemas ambientais, econômicos e sociais, bem como de um compromisso ético, ambiental e social entre todos os atores envolvidos ao longo do processo de um empreendimento (ZAMBRANO, 2008). Para aumentar a introdução de estratégias sustentáveis, os processos de certificação ambiental estão sendo cada vez mais usados valorizando os

63 63 empreendimentos que possuem algum tipo de preocupação ambiental (conforme exposto na introdução deste relatório). Em 1990, surgiu o primeiro selo neste sentido, com a criação do BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method) no Reino Unido. O BREEAM usa um sistema de pontuação clara e simples, contendo critérios restritivos ou opções, cuja soma pode caracterizar a edificação avaliada como: (i) Pass- 30%; (ii) Good 45% (iii) Very good 55% (iv) Excellent 70% (v) Outstanding 85% Sobre os parâmetros avaliados, os mesmos são divididos nas seguintes categorias de análise 5 : 1. Energia: eficiência energética do edifício, levando em consideração a emissão de carbono. 2. Gerenciamento: política de gerenciamento das obras. 3. Saúde e bem-estar: conforto ambiental interno, como acústica, luminosidade e qualidade do ar. 4. Transporte: localização dos transportes e emissão de carbono. 5. Água: eficiência no uso/consumo da água. 6. Materiais: impactos causados pelos materiais usados na edificação, ciclo de vida dos mesmos, e baixa emissão de carbono. 7. Resíduos: eficiência nos recursos na construção e gerenciamento de descartes. 8. Uso da terra: pegada ecológica de terrenos. 9. Poluição: nível e controle de poluição do ar exterior e da água. 10. Ecologia: valor ecológico e preservação do terreno. No Brasil, somente em 2007 foi criado o GBCBrasil (Green Building Council Brasil), que avalia as edificações brasileiras através da referência do LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), sistema de certificação ambiental criado nos Estados Unidos. Atualmente o LEED é utilizado em 143 países. A pontuação varia entre 40 e 110 pontos, classificando as edificações em: LEED (40 pontos), LEED Silver (50 pontos), LEED Gold (60 pontos) e LEED Platinum (80 pontos). São 7 as dimensões avaliadas 6 : 1. Espaço sustentável: estratégias que minimizam impactos no ecossistema durante a implantação do edifício, abordando questões urbanas, como ilhas de calor. 2. Eficiência do uso da água: proposta de uso racional da água, como reuso e redução de consumo da água potável. 3. Energia e atmosfera: promove eficiência energética, através de simulações energéticas, medições e utilização de equipamentos e sistemas eficientes. 5 Viviane Cunha associados arquitetura e sustentabilidade 6 Extraído do site do Green Building Council Brasil

64 64 4. Materiais e recursos: utilização de materiais de baixo com impacto ambiental, reciclados e que reduzem a geração de resíduos; descarte de modo consciente de modo a diminuir os resíduos da construção civil nos aterros sanitários. 5. Qualidade ambiental interna: promoção da qualidade interna dos ambientes, no que diz respeito a escolher materiais de baixa emissão de compostos orgânicos voláteis, controlabilidade do sistema, conforto térmico, priorização dos espaços para aproveitamento de luz natural. 6. Inovação e processos: buscar conhecimento sobre Green Buildings, medidas projetuais que não estão nas categorias do LEED. É nessa categoria que há pontos de desempenho exemplar. 7. Créditos de prioridade regional: incentiva os créditos definidos de cada país, de acordo com as diferenças sociais, econômicas e ambientais do país. Quatro pontos são disponíveis nessa categoria. No ano de 2008, por sua vez, foi criado o selo de certificação ambiental AQUA (Alta Qualidade Ambiental). Foi o primeiro processo que levou em conta aspectos eminentemente brasileiros para o desenvolvimento de um selo de qualificação ambiental em edifícios. O AQUA foi desenvolvido a partir do selo francês HQE (Haute Qualité Environmentale), com a participação de professores do Departamento de Engenharia de Produção na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). No Brasil, quem trabalha com a certificação de Sistemas de Qualidade é a Fundação Vanzolini, a qual, desde 1990, emite o selo AQUA. Tal selo estabelece quatro critérios para a avaliação ambiental e técnica das obras arquitetônicas (PRADO, 2008): 1. Eco-construção: relaciona o edifício com o entorno, avaliando a escolha integrada de produtos, sistemas e processos construtivos e canteiro de obras com baixo impacto ambiental. 2. Gestão: de energia, água, resíduos de uso e operação do edifício e manutenção (para se garantir a permanência do desempenho ambiental). 3. Conforto: acústico, visual, olfativo e higrotérmico. 4. Saúde: do ar e da água, e qualidade sanitária dos ambientes. Por fim, ressalta-se a existência e consolidação de um processo de etiquetagem nacional, concedido pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE). Esse processo foi elaborado pela Eletrobrás e pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), em parceria com outras instituições e órgãos de pesquisa. Seu objetivo é avaliar aspectos referentes ao consumo de energia elétrica, assim como o desempenho das fachadas, coberturas e materiais. A imagem seguinte (figura 21) apresenta em um mapa os principais processos de certificação adotados no mundo. Ainda que a participação de empresas nacionais nos processos de etiquetagem tenha aumentado, salienta-se, contudo, que o cumprimento as exigências dos selos não significa necessariamente que a obra será sustentável. Afinal, a sustentabilidade está ligada também à mudanças culturais e comportamentais dos próprios usuários.

65 65 Figura 21 Selos sustentáveis no mundo Fonte: Fundação Vanzolini Levando-se em consideração os principais argumentos e hipóteses analisadas a partir do referencial teórico, será abordado nesse momento quais foram os aspectos discutidos no questionário aplicado junto a construtoras e incorporadores de Uberlândia e Ribeirão Preto, bem como seu desenvolvimento e quais os objetivos previstos para sua aplicação. Entrevistas A princípio, o objetivo da aplicação do questionário consistiu em analisar como as construtoras se portam sobre: agentes imobiliários, elementos que norteiam o processo projetual, sustentabilidade e o que pensam sobre o processo de certificação em edifícios de apartamentos. Para aplicar o questionário, foram contatadas nove construtoras e incorporadoras de Uberlândia e doze de Ribeirão Preto, sendo que somente duas de Uberlândia responderam e duas de Ribeirão Preto retornaram o questionário, respondidos de forma incompleta. No questionário, duas questões importantes sobre o mercado imobiliário foram abordadas, a primeira é a respeito da relação entre os agentes imobiliários (proprietários, imobiliárias, construtoras, incorporadores e clientes). Outro ponto abordado diz respeito à consumização das habitações, termo que remete aos imóveis que são comprados visados prioritariamente para o lucro. Com relação ao processo de projeto, vários foram os aspectos abordados, tais como: o que influencia no programa de necessidades escolhido; qual a importância atribuída ao arquiteto, coordenador e gerente de projetos; a tipificação, que consiste no uso de projetos iguais empregados em locais diferentes do país; se os dirigentes da empresa são notificados sobre os projetos e se há um banco de dados para alimentar decisões dos projetos.

66 66 Sobre os projetos em si, percebeu-se a necessidade de também analisar se há revisão (o que evita erros), se há interface entre os projetos (arquitetônico, estrutural, elétrico, entre outros), para que assim já possam ser observados os erros a tempo de consertá-los e evitar prejuízos e atrasos durante a fase de construção. Sendo assim, seria importante documentar as soluções adotadas para uso futuro. A respeito da sustentabilidade, os aspectos abordados no questionário, entre outros, foram: orientação e tamanho de aberturas dos edifícios (uma vez que diminuem custos com energia elétrica, usada para iluminação e arcondicionado) e o emprego de materiais que condizem com o desempenho térmico do local (fundamental para estabilizar as condições climáticas internas da edificação). Também foi questionada a existência de estratégias de reuso de água e economia de energia, além da elaboração de perguntas com foco nos materiais (pois, como o maior número de entulho vem da construção civil, é importante utilizar materiais reciclados e/ou recicláveis). Por fim, foi importante saber o que as construtoras pensam a respeito da certificação na construção civil: se são realmente processos eficazes ou somente um artifício publicitário com interesses mercadológicos. Abordou-se, por fim, o emprego de pesquisas pós-ocupacionais: se são realizadas, visto que se verificou o quanto podem afetar na melhoria de projetos futuros. A seguir, segue o questionário empregado na pesquisa na íntegra: Entrevista aos incorporadores Como aluna de graduação da Universidade Federal de Uberlândia, regular no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica PIBIC/UFU, estou desenvolvendo, juntamente com a professora orientadora Elza Cristina Santos, uma pesquisa sobre o processo de projeto em habitações verticais em cidades médias, especificamente Uberlândia e Ribeirão Preto, que está inserida numa investigação maior, intitulada [HABITAÇÃO VERTICAL] Avaliação da qualidade espacial e ambiental de edifícios de apartamentos em cidades médias coordenada pela professora Simone Villa. Nesse sentido, importa saber qual é o papel do coordenador e do gerente de projetos, como também quais são os principais aspectos necessários para melhorar a qualidade dos projetos, e torná-los sustentáveis. A realização do questionário foi fundamentada principalmente na dissertação de mestrado da Karla Almeida Santana, O processo de projeto em construtoras e incorporadoras no Distrito Federal, e também na dissertação de pós-graduação da Juliana Moehlecke, Uma contribuição para o

67 67 desenvolvimento de assentamentos humanos mais sustentáveis: identificação de padrões urbanos relacionados ao princípios de sustentabilidade. A pesquisa deverá ser reenviada para o alepantadir@hotmail.com Atenciosamente, Alessandra Pantaleão Dirscherl Aluna de graduação da Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design UFU. Entrevista Empresa: Local: Data: Mercado imobiliário a. Quais são os principais agentes (proprietários, imobiliária, construtora, incorporador, clientes) do mercado imobiliário hoje? b. Como você avalia o grau de importância de cada um dos diferentes agentes na viabilidade ou sucesso do empreendimento? c. Qual o papel de cada agente do mercado nas decisões projetuais dos empreendimentos? d. Atualmente que tendências você poderia apontar em relação aos projetos e à construção de edifícios de apartamentos? e. O que você pensa sobre a consumização 7 da habitação cada vez mais expressa pelo mercado imobiliário atual? A empresa realiza ou contrata pesquisas de mercado para identificar: ( ) demandas ( ) lançamentos de outras empresas e seus preços de venda ( ) faixas de renda em determinada região ( ) características e necessidades dos potenciais clientes 7 Consumização: a residência é vista como um bem de consumo visando o lucro, e não tem uma relação de lar. Usar o método de habitar como modo de adquirir renda.

68 68 ( ) capacidade do financiamento ( ) oportunidade de negócios ( ) tipologias com demanda potencial. Projeto a. Com relação ao programa de necessidades, quais os critérios que mais influenciam/determinam o produto a ser lançado no mercado imobiliário? Existe algum procedimento documentado para isso? b. Como são identificadas as demandas? Há pesquisas sérias ou apenas intuição/ experiência? c. Qual é o papel do arquiteto e urbanista no processo de definição e elaboração do projeto de edifícios de apartamentos hoje? d. O que a empresa pensa a respeito da função do coordenador de projeto? e. Os dirigentes das empresas têm conhecimento do processo de projeto? De que forma? f. Existe um gerente e um coordenador de projetos? g. Você acredita que a tipificação 8 é a melhor e a mais adequada solução para habitação verticalizada? h. Quais seriam, na sua ótica, os principais fatores que influem na decisão do cliente em morar em apartamentos? i. No processo de projeto ha algum tipo de pesquisa (banco de dados) que alimenta as decisões? Indicar qual. Quais são as áreas envolvidas na formulação inicial do produto? ( ) Ténica/projetos ( ) Imobiliárias ( ) Obras/produção ( ) Arquiteto ( ) Comercial ( ) Administrativo/financeiro ( ) Incorporação ( ) Diretoria geral ( ) Marketing Quais projetistas estão envolvidos na concepção do projeto? 8 Tipificação: padronização das habitações (plantas e materiais) em projetos mesmo quando construídos em locais diversos.

69 69 ( ) Arquiteto ( ) Decorador ( ) Calculista ( ) Outro ( ) Projetista de instalações Como é feita a escolha do arquiteto: ( ) Concursos ( ) Indicação ( ) Já possui arquitetos parceiros ( ) Conhecimentos específicos de algum arquiteto Existem critérios formais de qualidade para seleção de projetistas? ( ) Sim ( ) Não O responsável pela coordenação dos projetos: ( ) Monitora o processo a fim de tomar ações corretivas em tempo hábil ( ) Acompanha e atualiza o cronograma financeiro de desembolso de projeto A empresa: ( ) define e documenta as etapas e prazos necessários para o desenvolvimento dos projetos considerando as demandas dos projetistas ( ) define e documenta as aprovações de projetos necessárias ( ) define soluções para pontos específicos do produto. Há controle de revisão e alterações dos projetos? ( ) Sim ( ) Não É feita a identificação e análise critica das interfaces técnicas dos projetos? ( ) Sim ( ) Não São definidas e documentadas soluções para as interfaces técnicas dos projetos? ( ) Sim ( ) Não Ao analisar as propostas técnicas dos projetistas, são utilizados critérios de qualificação para a análise das propostas técnicas como: ( ) atuação no mercado ( ) preço

70 70 ( ) consulta a outros clientes do projetista ( ) análise da organização interna e dos recursos da empresa ( ) análise dos currículos do responsável técnico e da equipe interna. Sustentabilidade Considerando os impactos das edificações e das cidades sobre o meio ambiente no ramo da arquitetura, o interesse e a preocupação com o projeto e construção de tipologias sustentáveis é cada vez maior. Por isso, muitos projetos são desenvolvidos utilizando materiais favoráveis de baixo impacto ambiental, evitando-se também o desperdício e utilizando técnicas que ajudem na economia de energia elétrica e água. Sobre esse panorama, gostaríamos de saber: a. Há alguma preocupação na forma de como as edificações são implantadas (em termos de orientação solar)? b. As janelas são dimensionadas para a entrada de luz natural ou respeitam apenas as determinações dos códigos de obras? c. As aberturas são posicionadas em locais estratégicos, para favorecer a ventilação natural? d. São utilizadas proteções solares (como brises) em fachadas críticas? e. As áreas permeáveis dos projetos respeitam os códigos de obras ou as áreas verdes fazem parte do processo projetual? De que forma? f. Os conjuntos habitacionais possuem algum tipo de recurso para reutilização de água? g. São aplicados mecanismos que ajudam a reduzir o consumo de água? Quais? h. E quanto ao consumo de energia? Existe alguma estratégia para reduzir a demanda energética dos empreendimentos? i. Quais são os principais materiais de construção utilizados? j. Existe preocupação em escolher materiais que tenham inércia térmica compatível com o clima de Uberlândia/ Ribeirão Preto? k. Há emprego de materiais isentos de compostos orgânicos voláteis? l. Os materiais de construção utilizados possuem uma vida útil longa?

71 71 m. Existe uso de material reciclado? n. Os materiais podem ser recicláveis quando descartados (em razão, por exemplo, de reformas ou demolição)? o. Os edifícios contam com coleta seletiva de resíduos? p. De maneira geral, quais são as soluções empregadas para atender às questões de sustentabilidade? q. Essas soluções são pensadas durante a fase de projeto ou de construção? Certificação da qualidade habitacional a. Qual é o papel hoje dos prêmios de certificação de qualidade na área da construção civil? b. Os prêmios são jogadas publicitárias ou há realmente uma metodologia para a escolha dos premiados? c. Os métodos de avaliação da satisfação utilizados pelos prêmios são realmente eficazes? d. Qual é o papel da APO (avaliação pós-ocupação) hoje nas empresas que compõem o mercado imobiliário? e. Esta empresa utiliza pesquisas de avaliação pós ocupação para pautar as decisões de projeto? De que forma empresa investe em inovação? Indique os tipos e ações. Apresentada a estrutura do questionário, passa-se à descrição dos resultados da pesquisa feita junto às construtoras de Uberlândia e Ribeirão Preto. As empresas de Uberlândia serão tratadas por empresas A e B, enquanto as de Ribeirão Preto como empresas C e D. Resultados em Uberlândia No que diz respeito ao mercado imobiliário, ambas as construtoras de Uberlândia citaram o cliente como principal agente e, em segundo lugar, as construtoras/incorporadoras. Sobre o grau de importância de cada um deles, a empresa A avalia que todos são fundamentais, não havendo um mais importante. Já a empresa B dá maior importância ao cliente, pois sem ele não existiriam os produtos. Em segundo lugar, vem a construtora. Sobre o papel de cada agente imobiliário, as empresas A e B explicam que o cliente é o potencial comprador e, portanto, define o tipo de produto,

72 72 enquanto as imobiliárias são as responsáveis por colocar esses produtos no mercado adequado. Com relação à tendência dos apartamentos atuais, a empresa A aponta projetos com quatro dormitórios para maior conforto e bem-estar. Os projetos dessa construtora visam famílias de médio e alto padrão e que já possuem uma vida financeira estável. Já para a empresa B há necessidade de projetar para famílias de médio padrão, em torno de 10 salários mínimos. Quanto à consumização de habitações no país, a empresa A explica que muitos clientes compram apartamentos para posteriormente vendê-los mais caro e, às vezes, não com a intenção de lucrar somente com aluguéis. A empresa B explica de maneira mais específica que isso é comum em um país de mercado livre, como o nosso. Porém, há implicações sociais indesejáveis, pois gera especulação imobiliária, não baseando-se na demanda por moradia. Assim, a moradia deixa de cumprir com o seu papel principal, que é de servir como habitação, prejudicando as classes de menores rendimentos. Sobre a última questão do bloco mercado imobiliário, quando questionados sobre realizar ou contratar pesquisas de mercado, a empresa A realiza pesquisas para saber sobre as demandas que estão sendo feitas, além das características e necessidades dos potenciais clientes e pesquisas de tipologias de acordo com a demanda potencial. Já a empresa B não realiza nem contrata pesquisas, usando seus parceiros da área de imóveis para descobrir qual é o mercado local. A respeito dos projetos, a empresa A não documenta critérios que influenciam o produto que vai ser lançado no mercado. O que influencia é a questão financeira dos possíveis compradores, justificando que, além da intuição, há fontes sérias para identificar a demanda, através de pesquisas no mercado. Já a empresa B faz uma pesquisa rápida com as imobiliárias e observa in loco a realidade econômica e política da região que será construída, também usa da intuição e igualmente não possui documentação para tanto. O papel do arquiteto e urbanista para a empresa A é fundamental para que os projetos sejam bem executados. A empresa B especificou mais o papel do urbanista como sendo fundamental para projetos maiores de bairro e condomínios fechados, e do arquiteto para projetos de menor porte, sendo ambos essenciais. A respeito da função do coordenador de projetos, a empresa A não emitiu posicionamento, uma vez que não possui esse tipo de serviço. Já a empresa B admitiu ser essencial a gestão de projetos e que está em processo de implantação na empresa. A empresa A não possui coordenador e nem gerente de projetos, já a empresa B não possui gerente, mas possui o coordenador. Os dirigentes da empresa A têm conhecimento do processo de projeto, pois os próprios dirigentes são os engenheiros e profissionais financeiros da construtora. Já a empresa B prepara um relatório por um software e os dirigentes acompanham o processo. Também realizam visitas no setor de arquitetura para analisar o desenvolvimento dos projetos. Quando questionados sobre a tipificação ser a melhor e mais adequada solução para habitações verticais, a empresa A admitiu que para seu caso não é a melhor solução, uma vez que, por produzir para clientes de padrões

73 73 mais altos, os compradores não gostam de morar em apartamentos iguais aos outros edifícios. Porém, nos casos em que existe a necessidade de construir de maneira rápida e mais barata, seria a melhor solução. Já a empresa B explicou que, no Brasil, há um grande preconceito em relação à tipificação, pois se acredita que cada habitação deve ser diferente e de acordo com a realidade de cada família. No entanto, avalia que, em países europeus, a tipificação é valorizada, sendo assim uma questão cultural. Concorda com a empresa A quando admite ser uma solução barata e rápida. Quando questionados sobre o principal fator que influencia na decisão do cliente em morar em apartamentos, ambas as empresas colocaram a segurança em primeiro lugar. No processo de projeto, a empresa A faz pesquisas e reuniões para tomar decisões, já a empresa B não faz esse tipo de pesquisas. A respeito das áreas envolvidas na formulação inicial do produto, a empresa B cita: técnica/projetos, imobiliárias, obras/produção, arquiteto, comercial, administrativo/financeiro, incorporação, diretoria geral e marketing. A empresa A escolheu as mesmas alternativas, com exceção de: obras/produção, marketing, imobiliárias e diretoria geral. Para a concepção do projeto, a empresa A envolve: arquiteto, calculista, projetista de instalações e decorador; enquanto que a empresa B envolve todos esses profissionais, com exceção do decorador. Ambas as empresas já possuem arquitetos parceiros. Tanto a empresa A quanto a B concordam que o coordenador de projetos monitora o processo a fim de tomar ações corretivas em tempo hábil, e acompanha e atualiza o cronograma financeiro de desembolso de projeto. Ambas definem ainda e documentam: as etapas e prazos necessários para o desenvolvimento dos projetos, considerando as demandas dos projetistas, as aprovações de projetos necessárias e soluções para pontos específicos do produto. Depois de tomadas as decisões, a empresa A não revisa ou altera os projetos, já na empresa B isso ocorre. As duas, porém, realizam a análise das interfaces dos seus projetos, bem como definem e documentam soluções para as interfaces técnicas dos projetos Além disso, também analisam as propostas dos projetistas levando em consideração: sua atuação no mercado, preços e através da análise da organização interna e dos recursos da empresa. No que diz respeito à preocupação com a sustentabilidade, as empresas A e B se preocupam sobre como as edificações serão implantadas, para que a posição das aberturas possa favorecer a ventilação natural. Ambas também dimensionam as janelas para a entrada da luz natural, mesmo ultrapassando a determinação do código de obras. Porém, a empresa B admite enquadrar-se no mínimo necessário quando o empreendimento possui um orçamento específico. A empresa A utiliza proteções solares em fachadas críticas, já a empresa B não. As áreas permeáveis dos projetos na empresa A fazem parte do processo projetual e, algumas vezes, são utilizadas áreas verdes acima do recomendado, o que valoriza o empreendimento. A empresa B também respeita o código de obras. Alguns dos conjuntos habitacionais da empresa A possuem recursos para reutilização de água a fim de utilizá-la em locais externos, como aguar jardins. A construtora procura reduzir o consumo de água utilizando recurso hídrico do

74 74 terreno, se o mesmo possuir, para irrigar jardins ou lavar carros. A empresa B, por outro lado, não faz utilização de nenhum recurso para economia de água. Quanto à redução do consumo de energia elétrica, nenhuma das empresas utiliza algum recurso. A respeito dos materiais de construção, os principais utilizados na empresa A é a alvenaria e o sistema drywall, ao passo que a empresa B também utiliza alvenaria e está começando a usar placas de concreto. A empresa A não se preocupa em escolher materiais que tenham a inércia térmica compatível com o clima de Uberlândia, já a empresa B se preocupa na escolha desses materiais. Ambas as construtoras empregam materiais isentos de compostos orgânicos voláteis e utilizam materiais de construção que possuem vida longa útil. A empresa A usa materiais reciclados, mas a B não os utiliza. Os materiais podem ser recicláveis quando descartados em ambas as empresas e, além disso, os edifícios, quando estão em fase de construção, possuem coleta seletiva de resíduos. De maneira geral, a empresa A afirmou buscar conscientizar os moradores sobre as questões de sustentabilidade, enquanto a empresa B procura utilizar métodos construtivos que são econômicos e que visam à sustentabilidade ambiental. Explicou que a própria empresa está criando um selo de sustentabilidade interno. Por fim, essas soluções são pensadas na fase de construção na empresa A e durante a fase de projeto na empresa B. A importância da certificação para a empresa A é principalmente para comercializar os empreendimentos junto com instituições financeiras e para a empresa B para que projetos financiados sejam aprovados pela Caixa e outros órgãos. Para as duas construtoras, os prêmios de certificação não são jogadas publicitárias, pois seus efeitos são realmente consideráveis, mesmo que tenham uma contribuição para o marketing do empreendimento. Sobre a avaliação ser feita para conceder prêmios de certificação, a empresa A respondeu que são bem feitas, já a empresa B não tem conhecimento sobre o assunto, mas afirma que para a retirada de certificados civis a avaliação por parte de quem os concede é rígida. Para a empresa A as pesquisas das Avaliações Pós-ocupação (APO) tem como objetivo melhorar empreendimentos futuros. A empresa B faz uma pesquisa informal com moradores dos programas sociais, porém, não existe um procedimento oficial. Em razão disso, não souberam qual o objetivo das APOs, uma vez que não é um procedimento feito pela empresa. As empresas não utilizam das APOs para pautar decisões de projeto, mas a empresa A investe em inovações no sentido de facilitar o modo de vida dos moradores, por meio de utilização de equipamentos. Já a empresa B busca inovações em métodos construtivos, principalmente em construções que possuem o orçamento restrito para diminuir custos, otimizando os processos no canteiro de obra. Resultados em Ribeirão Preto No que diz respeito ao mercado imobiliário, para a empresa C, todos os agentes (proprietários, imobiliária, construtora, incorporadora e clientes) são de igual relevância, não havendo um principal. Para a empresa D, o principal agente é o incorporador, avaliando o grau de importância de acordo com o

75 75 papel de cada agente: o incorporador sendo responsável por propor bons projetos para o que se destina, a construtora possibilitando um custo razoável da edificação, a imobiliária com uma carteira adequada ao produto e o cliente possuindo a disposição de comprar. A empresa C define como sendo o cliente e a demanda os principais agentes nas decisões projetuais, uma vez que são eles quem estabelecem a necessidade do momento para desenvolver e lançar um novo projeto. A empresa D detalha mais sobre os papéis de cada agente: os proprietários precisam estar dispostos a fazer negócio; a imobiliária ter a carteira de terrenos onde já pré-analisa as possibilidades de empreendimento e procura as incorporadoras e construtoras; as incorporadoras procuram avaliar em conjunto a área e o projeto aos que mais se adéquam à faixa de mercado onde será inserido o novo projeto; a construtora possui o papel de dispor uma equipe capacitada e os clientes em busca de bons negócios. Em relação aos projetos de apartamentos, a empresa C aponta como tendência o atendimento à Norma de Desempenho das edificações e adota sistemas ou elementos ambientalmente adequados. A empresa D aponta apartamentos de dois ou três quartos para famílias menores ou estudantes, ou o contrário, amplos apartamentos onde as famílias procuram estar mais seguras que em casas. Sobre a consumização da habitação, a empresa D não manifestou opinião, já a empresa C acha bom para o mercado imobiliário, que continua crescendo com o aumento de demandas e renovação de produtos. Esta empresa realiza pesquisa de mercado para identificar demandas, características e necessidades dos potenciais clientes e tipologias com demanda potencial. Já a empresa D realiza pesquisas para identificar oportunidade de negócios. Com relação ao programa de necessidades, o que influencia no lançamento do produto, no caso da empresa C, são as áreas e terrenos disponíveis, de maneira que os programas são montados com base no local e no público alvo. Para empresa D, o programa de necessidades também deve apresentar as necessidades do público alvo. Na empresa C há pesquisas de mercado que identificam as principais demandas dos clientes e validam os lançamentos propostos, enquanto que, na empresa D, as demandas são identificadas pela intuição e experiência. O papel do arquiteto, para a empresa C, é elaborar o projeto de acordo com o programa de necessidades e as diretrizes da incorporadora, materializando o conceito do empreendimento. A empresa D avalia que o papel do arquiteto é estar consciente do valor real da área para que se desenvolvam projetos que atenda às necessidades, mas sem desperdícios dessas áreas. Sobre a importância do coordenador de projeto, a empresa C acha importante para que o projeto tenha um bom andamento. Nessa construtora, a função é feita pelo Analista de projetos. Para a empresa D, o coordenador faz a compatibilização dos projetos, de forma a haver o menor desvio possível quando a obra for iniciada. Os dirigentes, na empresa C, possuem conhecimento do processo do projeto através de reuniões mensais, já na empresa D possuem o controle através dos relatórios de atividades. Na construtora C há um analista de projetos e um diretor de projetos, ao passo que, na empresa D, não há um coordenador e nem um gerente de projetos.

76 76 Porém, a empresa admite, que dependendo do tamanho do empreendimento, seria prudente que tivessem. A respeito da tipificação das habitações verticalizadas, a empresa C defende a ideia que cada lugar merece um estudo específico. Já para a empresa D a tipificação é uma solução para conseguir melhores custos na compra de materiais e serviços e também para o cliente, pois viabiliza que a construção seja mais acessível. Sobre os principais fatores que influenciam na escolha de morar em apartamentos, a empresa C cita que a segurança e a localização são os principais; enquanto a empresa D também citou a segurança e acrescentou a praticidade de manutenção, pois, como a unidade não possui área externa, se torna mais fácil de conservar e limpar as habitações. Nas decisões do projeto, a construtora C possui uma pesquisa de mercado para alimentar essas decisões, já a empresa D não se manifestou a respeito. Na formulação inicial do projeto, a área envolvida na empresa C é a diretoria geral e, na empresa D, é a incorporação, o marketing, a imobiliária e o arquiteto. Os projetistas envolvidos na concepção do projeto, na empresa C, são o arquiteto e o calculista. Na construtora D são os mesmos, acrescentando também o serviço do projetista de instalações. Ambas as empresas possuem arquitetos parceiros. Segundo a empresa C, o responsável pela coordenação dos projetos monitora o processo a fim de tomar ações corretivas em tempo hábil. Para a empresa D, além dessa função, é responsável também por acompanhar e atualizar o cronograma financeiro de desembolso de projeto. Em ambas, a empresa define e documenta as aprovações de projetos necessárias. Nas duas também há controle de revisão e alterações dos projetos, sendo feitas a identificação e análise critica das interfaces técnicas dos projetos, além de definidas e documentadas soluções para essas interfaces técnicas. A empresa C analisa as propostas dos projetistas levando em consideração: preços, análise da organização interna e dos recursos da empresa. A empresa D, além dos dois aspectos, também analisa currículos do responsável técnico e da equipe interna. A empresa D não respondeu o questionário sobre os aspectos de sustentabilidade e, portanto, serão aqui tratadas somente as respostas do questionário da construtora C. Tal construtora informou que se preocupa na orientação solar de seus edifícios, levando em conta como são implantados. As janelas são projetadas para a entrada de luz natural, muitas vezes ultrapassando as determinações do código de obras. As aberturas são localizadas de modo a também favorecer a ventilação natural e, nas fachadas mais críticas, são usadas proteções solares, quando necessário. A respeito das áreas verdes, elas fazem parte do processo projetual. A construtora utiliza de caixa de reuso nas habitações verticais para reutilização de água, reduzindo seu consumo. Quanto à economiza de energia elétrica, a empresa oferece infraestrutura para que aquecedores solares sejam implantados. Os edifícios contam com a coleta seletiva de resíduos. Todas as soluções empregadas pela empresa são pensadas na concepção do projeto.

77 77 Os principais materiais de construção usados pela empresa C são o concreto e o bloco cerâmico de vedação, havendo preocupação em escolher materiais com inércia térmica compatível com o clima de Ribeirão Preto. Sobre o emprego de materiais isentos de compostos orgânicos voláteis, a empresa admite que as tintas possuem baixo teor desses compostos, mas não são isentos. Os materiais que utilizam possuem vida longa útil, mas não são reciclados, mesmo assim, os materiais que usam podem ser reciclados quando são descartados. Sobre o conjunto de perguntas relativas à certificação, nenhuma das empresas respondeu ao questionário. Comparações dos resultados de Uberlândia e Ribeirão Preto Para a finalização desta etapa da pesquisa, é interessante comparar os resultados obtidos pelo questionário, podendo observar quais são as semelhanças e diferenças das cidades médias no que diz respeito ao pensamento das construtoras sobre mercado imobiliário, processo de projeto, sustentabilidade e certificação. A respeito do mercado imobiliário, foi interessante perceber que uma das duas construtoras de cada cidade deu igual relevância a todos os agentes imobiliários, mostrando assim, a interdependência entre os mesmos. Uma semelhança entre três das quatro foi que focaram no cliente quando questionados sobre o papel dos agentes, defendendo a ideia que eles são os principais compradores e, indiretamente, tomam as decisões projetuais. Sobre a tendência para se construir apartamentos atualmente, nota-se muita disparidade. Isso ocorre em razão de cada construtora focar em uma linha de concepção projetual, atraindo clientes que se interessam pelo tipo específico de produto que oferecem. Assim, há diferença de tendências tanto entre cidades diferentes como entre as construtoras de uma mesma cidade. No quesito consumização, uma construtora de Uberlândia explicou que, para questões sociais, seria um problema. Tal situação já pode ser percebida na cidade em razão da classe social mais baixa morar em locais longes de serviços, comércios e do próprio local de trabalho, mas não possuem outra opção, uma vez que há especulação imobiliária em lugares que possuem serviços e comércios. Outra construtora de Ribeirão Preto avaliou a consumização pelo fato de que o aumento de demanda é bom para o mercado imobiliário. Outro fator de semelhança entre duas das construtoras, sendo uma de cada cidade, é que, quando questionadas sobre as pesquisas que fazem de mercado, escolheram as mesmas opções: identificar demandas, características e necessidades dos potenciais clientes e tipologias com demanda potencial. Isso mostra que cidades de médio porte, que possuem número de habitantes muito aproximados, tendem a realizar o mesmo tipo de pesquisas, às vezes até conseguindo alcançar melhor o desejo dos clientes em vista de outras construtoras. No entanto, a ausência de pesquisas de APO prejudica uma apreensão mais aprofundada sobre as reais demandas e anseios dos clientes. Tanto em Uberlândia quanto em Ribeirão a maioria das construtoras faz seus projetos de acordo com a necessidade do público alvo, que são os possíveis moradores das áreas que irão construir. Foi possível observar que todas as

78 78 construtoras deram importância ao arquiteto, conferindo a esse profissional o papel de concepção para que as obras sejam bem executadas. Para a maioria das construtoras, o coordenador é importante para o andamento do projeto, sendo essencial na gestão de projetos. Porém, somente uma delas, de Uberlândia, possui esse tipo de profissional. É necessário que, além de admitir sua importância, contratem o coordenador e o gerente de projetos. Muitas empresas veem isso como um gasto extra, mas cuja importância já foi amplamente comprovada na literatura e em outras experiências profissionais. A respeito do conhecimento do processo projetual pelos dirigentes das empresas, uma de cada cidade faz relatórios de atividades para enviar aos mesmos. Das outras duas, também uma de cada cidade, fazem reuniões. Sendo assim, é possível perceber que as duas práticas são presentes nas cidades investigadas. As empresas também tiveram a mesma opinião sobre a tipificação das habitações verticalizadas, considerando que não é adequada, pois cada lugar merece um estudo diferente de acordo com suas necessidades, porém, admitiram que é uma solução barata e rápida. O que também foi uma opinião em comum entre todas as construtoras referese ao fato de que os clientes escolhem morar em apartamentos pela segurança. Sendo assim, percebe-se que cidades de médio porte, com índices altos de violência, tendem a se verticalizar, pois edifícios de apartamentos geram uma sensação de segurança para os moradores. Outro motivo igual entre duas empresas de cidades diferentes foi a facilidade de limpeza e manutenção. Sobre pesquisas para tomar decisões no processo de projeto, duas das empresas, uma em Uberlândia e uma em Ribeirão Preto realizam pesquisas. Assim, também é um fator em comum, pois há empresas que tem a necessidade de fazer pesquisas, mas outras não. Uma diferença entre as empresas de Uberlândia e Ribeirão Preto é que na primeira, no caso da escolha das áreas envolvidas para a formulação inicial do projeto, todos os itens foram escolhidos. Na segunda, as construtoras escolheram apenas alguns dos itens, sendo diferentes para cada empresa. Em todas as construtoras o arquiteto e o calculista estão presentes na concepção do projeto, mas foi possível observar que em Uberlândia há mais profissionais envolvidos além desses citados, a exemplo do projetista de instalações, também citado em uma das empresas de Ribeirão Preto. Assim, pode-se perceber que, para se desenvolver qualquer projeto em uma construtora, esses três profissionais estão sempre presentes. Todas as construtoras também possuem arquitetos parceiros, já percebendo uma tendência em contratar um arquiteto terceirizado. Para a maioria das empresas o coordenador possui a mesma função. Isso mostra que, mesmo quando não possuem coordenador de projetos, sabem a função desse profissional. Dentre as quatro empresas, três revisam e alteram os projetos quando necessários. Todas as quatro realizam a análise das interfaces dos projetos e documentam soluções. Isso é um ponto positivo porque mostra que em cidades de médio porte se realizam projetos buscando uma qualidade futura.

79 79 Foi possível observar também que todas as construtoras analisam as propostas dos projetistas levando em consideração os preços e a organização interna e recursos das empresas. A respeito da sustentabilidade, somente uma construtora de Ribeirão Preto o respondeu, sendo assim, somente a resposta dessa empresa será comparada com as de Uberlândia. Todas as três construtoras que responderam sobre sustentabilidade no questionário preocupam com a implantação, o posicionamento das aberturas a fim de favorecer ventilação e também projetam as janelas ultrapassando a determinação do código de obras. A respeito da utilização de proteção nas fachadas mais críticas, a construtora de Ribeirão Preto e uma de Uberlândia utilizam quando necessário. Assim, pode-se perceber que há uma mínima preocupação em amenizar a insolação nas fachadas mais críticas. Em todas elas também a área verde faz parte do processo projetual. A respeito de reuso de água, uma empresa de Uberlândia utiliza desse processo e a empresa de Ribeirão também. Para economizar energia, nenhuma construtora de Uberlândia possui recursos, já a de Ribeirão disponibiliza infraestrutura para a instalação de aquecedores solares. Para alternativas para economia de energia normalmente são utilizadas placas solares, pois a instalação de placas fotovoltaicas possui um custo ainda muito elevado. A maioria das empresas busca construir com materiais que possuem inércia térmica compatível com o clima da cidade, o que reduz muitas vezes usos de alternativas que gastam energia elétrica para manter o conforto dos ambientes internos dos edifícios. Todas as construtoras buscam empregar materiais isentos de compostos orgânicos voláteis. Também fazem uso de materiais com vida longa útil, o que evita reparações no futuro e diminui o lixo produzido pelo setor de construção civil. A empresa de Ribeirão Preto e uma de Uberlândia não fazem uso de materiais reciclados, mas em todas as empresas, segundo as entrevistas, os materiais podem ser reciclados. Os edifícios, quando em fase de construção, contam com a coleta seletiva em todas as construtoras. A construtora de Ribeirão Preto e uma de Uberlândia pensam nas soluções que serão empregadas no edifício na fase de concepção do projeto, e a outra empresa de Uberlândia pensa na fase de construção. É importante que as soluções sejam pensadas na fase de processo projetual para que não haja problemas na fase de construção. Sobre certificação da construção civil, as duas construtoras de Ribeirão Preto não responderam ao questionário, não sendo possível comparar os resultados com as construtoras de Uberlândia. Foi possível notar, a partir das entrevistas, que as cidades médias possuem uma mesma referência no que diz respeito à construção civil. Havendo mais semelhanças do que diferenças no modo de como pensam a respeito dos aspectos de processo de projeto, e também da sustentabilidade. É importante na formação de um arquiteto saber avaliar uma edificação a fim de melhorar um projeto futuro, corrigir o que foi feito de forma equívoca nos projetos anteriores e sanar os erros, a fim de que projetos de habitação cada vez mais cheguem próximos do seu objetivo, e também melhorar outros

80 80 projetos de forma a serem mais sustentáveis. A observação dos ambientes construídos, avaliações pós-ocupacionais, a montagem de um banco de dados e o desenvolvimento de um bom projeto fazem com que o arquiteto perceba melhor os ambientes físicos e também como os moradores se relacionam com o lugar que moram. Foi notório, por exemplo, que cada construtora possui um tipo de cliente diferente, e os projetos são destinados a esses clientes. Sendo assim, também se percebe uma tendência, que é o foco para determinados tipos de projetos, sendo muito raro construtoras e incorporadoras que desenvolvem diferentes tipos de projetos. Após a análise do processo projetual colocado em prática nas construtoras de Uberlândia e Ribeirão Preto, passa-se à descrição do mapeamento das estratégias de sustentabilidade nos empreendimentos dessas cidades Mapeamento das estratégias de sustentabilidade colocadas em prática nos empreendimentos residenciais das cidades estudadas A proposta inicial desta etapa da investigação era fazer uso dos empreendimentos já catalogados na fase 6.1.1, anteriormente apresentada, para então identificar as estratégias de sustentabilidade presentes nos mesmos. Entretanto, ao se iniciar a busca pelos dados necessários, constatouse que os edifícios catalogados nas cidades de Uberlândia e Ribeirão Preto não apresentavam soluções sustentáveis na maioria dos casos. A título de ilustração, dos empreendimentos catalogados em Uberlândia, apenas 2 deles contam com sistema de aquecimento solar, enquanto em outros 5 somente seu nome possui algum vínculo com o termo sustentabilidade (Tabela 15) comprovando como esse conceito vendo sendo empregado enquanto estratégia de marketing. Tabela 15 Estratégias de sustentabilidade em Uberlândia Nº da Ficha Projeto Estratégia de sustentabilidade 11,16 Residencial Bilbao - 12,17 Lídice Residence Aquecimento Solar 12,20 Altina Fonseca - 12,26 Residencial Maria de Fátima Aquecimento Solar 12,37 Alda Costa Alves Residence - 11,22 Jangadeiros Park Residence Somente nome 12,39 Parque Hungria Somente nome 13,33 Parque Ubatã Somente nome 11,20 Parque Unai Somente nome 12,45 Parque Unicielo Somente nome 12,40 Parque Uruguaiana Apenas valorização das áreas verdes no térreo 12,41 Residencial Paris - 12,46 San Marco - 12,47 Solárium Residence - 12,42 Spazio Único Apenas valorização das áreas verdes no térreo 13,1 Spazio Unistar Apenas valorização das áreas verdes no térreo 12,44 United Coast -

81 81 11,21 Univercittá Apenas valorização das áreas verdes no térreo 13,06 Supreme Residence - 10,07 Spazio Umbria - 10,12 Edificio Ilha di Capri - 11,15 Res. Antônio Martins Chaves - 13,05 Spazio Uptown - 13,18 Residencial Alta Vista - 13,20 Vista Sul - 13,21 Rossi mais cidade jardim - 13,22 Mirante do Praia - 13,27 Residencial Cajubá - 12,25 Villagio Residence - A partir da constatação da ausência de estratégias de sustentabilidade nos edifícios de apartamentos das cidades elencadas, aumentou-se a abrangência de coleta de dados para o território nacional. Além disso, para melhor definir o recorte da investigação, resolveu-se fazer uma análise sobre a aplicação dessas estratégias em edifícios certificados com selos de ampla divulgação no Brasil. Assim, novos empreendimentos foram selecionados e as fichas foram feitas a partir dos mesmos. Foram identificados 36 empreendimentos e, mediante a disponibilidade de informações, selecionaram-se 28 deles (ou seja, 78% do total) para a produção das fichas de análise. A localização no território nacional dos empreendimentos analisados está ilustrada na figura 22, em que é possível verificar a predominância de edificações certificadas em São Paulo. Figura 22 Localização dos edifícios analisados em termos de sustentabilidade Fonte: Acervo da pesquisa O mapeamento das estratégias de sustentabilidade foi realizado por meio do estudo dos seguintes processos de certificação: AQUA (versão brasileira do selo HQE e que aparece em 42% dos empreendimentos fichados Figura 23),

82 82 LEED (23% dos edifícios), Procel-Edifica (19% da amostra) e Casa Azul CAIXA (16% das edificações). Como cada método de certificação apresenta pontuações diferentes, conforme o recurso ambiental analisado, buscou-se identificar, para orientar a criação das fichas, as principais estratégias de sustentabilidade indicadas nos mesmos tanto as mais recorrentes, quanto aquelas com maior valor de pontuação para se obter a certificação ambiental. Figura 23 Tipos de selos obtidos pelos empreendimentos analisados Fonte: Acervo da pesquisa As fichas de análise desenvolvidas, além de abranger imagens dos edifícios (perspectivas e plantas) e área para a anotação de eventuais observações, contêm os seguintes dados: (i) informações gerais sobre o empreendimento (tais como: ano, local, autor do projeto, número de blocos e de apartamentos); (ii) análise da configuração volumétrica e da forma plástica do edifício (tipo de planta e inserção urbana, por exemplo); (iii) aspectos técnicos (sistema construtivo e estrutural empregado); e, por fim, (iv) identificação das estratégias de sustentabilidade e de conforto ambiental adotadas (para a unidade residencial e para o empreendimento como um todo). Assim, optou-se por identificar as práticas utilizadas em duas escalas: implantação e edifício Figura 24; e apartamento Figura 25, de maneira a se analisar inteiramente o objeto de estudo. A ficha completa, por sua vez, está ilustrada na Figura 26. Figura 24 Parte de uma ficha com as estratégias utilizadas no empreendimento Fonte: Organizado pelos autores.

83 83 Figura 25 Parte de uma ficha com as estratégias utilizadas na unidade residencial Fonte: Organizado pelos autores. Figura 26 Ficha de análise de sustentabilidade

84 84 Fonte: Acervo da pesquisa Quanto às estratégias em si, conforme pode ser observado nas imagens acima, foram agrupadas conforme diferentes aspectos: energia, água, resíduos sólidos, conforto ambiental e gestão de obras, sistemas construtivos e materiais. A tabulação dos dados dessas fichas nos permite concluir que, mesmo nos edifícios certificados, a participação das estratégias ainda se faz de forma incipiente: analisando o recurso água (Figura 27), por exemplo, a principal estratégia utilizada é a adoção de 20% ou mais de áreas permeáveis (a qual aparece em 68% dos empreendimentos), ao passo que somente 46% dos mesmos contam com sistemas de reuso de águas pluviais ou com equipamentos mais simples (como dispositivos economizadores, a exemplo das válvulas de descarga de duplo fluxo e restritores de vazão); 7% deles possuem sistema de reuso de águas cinzas e/ou de irrigação automatizado e nenhum edifício fichado possui cobertura verde.

85 85 Figura 27 Estratégias de sustentabilidade relacionadas ao consumo de água Fonte: Organizado pelos autores. As soluções ligadas à energia também ilustram essa situação (Figura 28): o emprego de sistema de aquecimento solar tecnologia amplamente consolidada no cenário nacional se faz presente em apenas 50% dos empreendimentos. De forma semelhante, as estratégias relacionadas aos processos construtivos utilizados têm participação pouco expressiva (Figura 29): apenas 32% dos empreendimentos contam com gestão de resíduos de construção e demolição, enquanto somente 4% deles seguem princípios de coordenação modular. As únicas estratégias que aparecem em maior escala (acima de 60% nas áreas comuns dos empreendimentos e nos apartamentos) são: iluminação natural e ventilação cruzada isto é, aquelas relacionadas a princípios bioclimáticos de concepção projetual, que não necessariamente exigem o emprego de recursos tecnológicos mais sofisticados (Figura 30), além de coleta seletiva de lixo (64% - Figura 31). Dessa forma, surge a hipótese de que, para se obter uma certificação de desempenho ambiental no Brasil, nem sempre é necessário adotar medidas sustentáveis em vários níveis. Figura 28 Estratégias de sustentabilidade relacionadas ao consumo de energia Fonte: Organizado pelos autores.

86 86 Figura 29 Estratégias de sustentabilidade relacionadas a: gestão de obras, processos construtivos e materiais Fonte: Organizado pelos autores. Figura 30 Estratégias de sustentabilidade relacionadas a princípios bioclimáticos Fonte: Organizado pelos autores. Figura 31 Estratégias de sustentabilidade relacionadas a resíduos Fonte: Organizado pelos autores.

87 87 O contato com o material da pesquisa permitiu comprovar como o emprego de estratégias voltadas à melhoria da qualidade ambiental e à sustentabilidade do ambiente construído ainda é incipiente nos edifícios de apartamentos brasileiros tanto naqueles edificados nas cidades médias, especialmente Uberlândia e Ribeirão Preto, por processos tradicionais; quanto nos empreendimentos que incorporaram a prática recente da certificação ambiental. Muitas vezes, conforme salientado, as soluções sustentáveis são adotadas como critério de valorização econômica dos empreendimentos pelas construtoras e imobiliárias, enquanto outras vezes estão presentes nos encartes publicitários em conceitos vagos, que pouco informam os compradores isto é, enquanto estratégias mais relacionadas à divulgação dos imóveis que realmente com a redução dos impactos ambientais. Nesse contexto, as fichas produzidas constituem recurso de grande interesse para futuras pesquisas que se proponham a compreender o estado da arte da sustentabilidade em habitações verticais do Brasil, ou que enfoquem os processos de certificação existentes, além de outras questões identificadas (como a própria tipologia e inserção urbana desses empreendimentos). Concluído o mapeamento das estratégias de sustentabilidade, empreende-se a descrição da etapa de avaliação de modelos diferenciados e/ou não convencionais de edifícios de apartamentos brasileiros, apresentada a seguir Identificação de modelos diferenciados e/ou não convencionais de edifícios de apartamentos lançados no Brasil e análise do seu processo de projeto, discriminando padrões projetuais Atualmente, conforme exposto, o que se encontra nos panfletos de incorporadoras e propagandas de empreendimentos são plantas extremamente semelhantes umas às outras, sendo que, o fator de distinção, geralmente se resume a determinado equipamento de uso coletivo diferenciado. Há, portanto, uma padronização desses desenhos com o intuito de otimizar a produção em escala industrial, diminuindo cada vez mais as áreas úteis das unidades. Essa pressão feita pelos dirigentes de grandes empresas do ramo construtivo, em sempre diminuir os custos e elevar o lucro, acaba restringindo significativamente a área de atuação do arquiteto, que, quando ainda presente nessas incorporações, se encontra sem muitos recursos no momento de produzir o espaço. Tal fato acaba gerando uma massificação do pensamento projetual, como se todo desenho fosse aplicável e passível de construção em qualquer lugar, sem ao menos identificar as particularidades de cada sítio. Parece que há um único protagonista a desenhar com sua mão escondida todas as plantas, com iguais dimensões dos quartos, denominações sempre que possível em inglês e a presença inevitável, esta brasileira, da churrasqueira. O que não se publica é o nome do arquiteto autor desses projetos! A "mão escondida" o apagou, seja por não considerá-lo importante a ponto de figurar ao lado do decorador, do paisagista e dos realizadores do empreendimento; seja porque o próprio arquiteto não se sinta à vontade com o resultado (WILHEIM, 2008).

88 88 Frente a esses fatores, a identificação de modelos de apartamentos diferenciados é de grande relevância a essa pesquisa, de modo a contribuir com novas soluções projetuais e exemplos de se construir habitações verticais de qualidade. Para selecionar os edifícios, o critério de seleção adotado foi buscar aqueles que de alguma maneira apresentam um desenho de projeto não usual, com espaços flexíveis que possibilitem o morador adequar a unidade ao seu estilo de vida, equipamentos alternativos e soluções espaciais inovadoras. Para fins de entendimento, catalogação e armazenagem de tais informações no banco de dados, novamente foi utilizado o método das fichas de análise. O preenchimento da ficha de análise desenvolveu-se em três partes: (a) Dados gerais do empreendimento; (b) Aspectos do edifício: forma plástica e imagem, estrutura, inserção urbana, funcionalidade, equipamentos de uso coletivo, adequação legal/ambiental e segurança; (c) Aspectos da unidade habitacional: quadro de referências e quadro de áreas, análise de espaciosidade, mapa de ações domésticas cotidianas e setorização. As fichas analisam os edifícios de diversas formas, tais como a classe econômica a que é voltada, sua tipologia, forma plástica, estrutura, inserção urbana, funcionalidade, adequação legal/ambiental, dimensões encontradas comparadas às recomendadas, formas de usos, entre outras (Figura 32). Da mesma forma que no caso do mapeamento das estratégias de sustentabilidade, analisada na etapa 6.1.4, observou-se a falta de exemplos significativos nas cidades de Uberlândia e Ribeirão Preto, sendo esses projetos encontrados em sua grande maioria nas grandes capitais brasileiras, precisamente em São Paulo (SP). Esse fato provavelmente é causado pela especificidade de público que tais empreendimentos demandam, e também, de alguma forma, em função do alto valor aquisitivo dos imóveis. Assim, o critério para seleção dos projetos era que o edifício apresentasse, de alguma forma, um diferencial quanto à espacialidade do projeto, como alternativas de flexibilização do espaço, presença de planta livre e ambientes que permitam sobreposição de usos. São exemplos de alguns deles o Edifício Simpatia ( Fidalga 727 ( e Panamby ( todos localizados na capital paulista. Outro fato interessante constatado com a pesquisa é de que esses edifícios são construídos, majoritariamente, por incorporadoras que contratam escritórios de arquitetura ou arquitetos renomados para serem responsáveis pelo desenho do projeto. Assim, conseguem conferir maior qualidade espacial ao apartamento, quando em comparação à massificada produção atual, e agregam valor financeiro às obras dependendo do prestígio do arquiteto envolvido. Tais considerações foram reforçadas nas visitas técnicas realizadas, cujo relatório será apresentado no item 8. Atualmente, tem-se como exemplo de incorporadoras de grande destaque no mercado a MaxHaus ( Idea!zarvos ( Even ( e BKO ( Em geral, a maioria de seus prédios produzidos têm poucas unidades, fachadas trabalhadas com materiais alternativos, uso lúdico das cores, grandes janelas e formas assimétricas. Uma questão é que, com o tempo, esses

89 89 imóveis podem ficar mais valorizados ainda por conta de sua linguagem não convencional. Figura 32 Exemplo de ficha de análise Edifício Panamby em São Paulo/SP.

90 90

91 91 Fonte: Organizado pelos autores. Ao se tratar do perfil dos moradores desses edifícios, observa-se a atenção dada à oferta de apartamentos de variadas dimensões e desenhos, almejando uma diversidade de usuários. Tal fato é identificado no projeto do Edifício Fidalga 727 em São Paulo/SP (Figuras 33 a 35). O prédio possui casa, lofts,

92 92 apartamentos e coberturas, variando de 79 a 281 m², de modo oferecer opções para diferentes tipos de famílias e abrigando uma população mais heterogênea. Figura 33 Edifício Fidalga 727 em São Paulo - SP Fonte: Acesso em 11/08/2014 Figura 34 Planta do apartamento Fidalga 727 Fonte: Acesso em 11/08/2014 Figura 35 Planta nível mezanino do apartamento Fidalga 727 Fonte: Acesso em 11/08/2014 Observa-se, porém, que muitos dos empreendimentos (Tabela 16) que são divulgados como alternativas inteligentes e arquitetura customizável, na verdade, não usam outra estratégia para além da entrega do apartamento sem vedações internas. O projeto estrutural, as instalações, divisões e métodos

93 93 construtivos podem ainda limitar os resultados finais de configuração do apartamento. Isso pode ser percebido nos apartamentos Max Haus (Figura 36), em que são encontrados alguns problemas de rearranjo espacial, como o banheiro fixo no centro da planta, desprovido de iluminação e ventilação natural, condicionando à flexibilização do espaço. No próprio material publicitário divulgado pela incorporadora, percebe-se a criação de ambientes limitados à tradicional planta burguesa, de maneira que eles já sugerem um tipo de disposição dos espaços tripartidos. De maneira geral, a ideia de liberdade na configuração dos espaços difundida pela divulgação da obra, muitas vezes, não consegue ser efetivamente aplicada, sendo mais utilizada como estratégia de marketing. Tabela 16 Lista de apartamentos diferenciados na cidade de São Paulo - SP EDIFÍCIO INCORPORADORA LOCALIZAÇÃO Anália Franco Max Haus Água Rasa (1) Mooca Max Haus Brás (1) Campo Belo Max Haus Campo Belo (1) 360 Idea!Zarvos Lapa (1) Panamby Max Haus Vila Andrade (1) Vila Leopoldina Max Haus Vila Leopoldina (1) Fidalga 727 Fidalga 800 Idea!Zarvos Vila Madalena (3) P.O.P XYZ Mariz EVEN Vila Mariana (1) Morumbi Max Haus Vila Sônica (1) Figura 36 Planta do edifício Max Haus Vila Leopoldina II São Paulo Fonte: Acesso em 11/08/2014

94 94 Analisados os edifícios não convencionais, a próxima etapa da pesquisa que será descrita diz respeito aos quadros comparativos sobre a produção imobiliária nas cidades estudadas Quadros comparativos da produção imobiliária nas cidades estudadas Os quadros comparativos foram elaborados de forma que, através de estudos das fichas de análise, identificam e avaliam os padrões projetuais, as etapas do processo de projeto e comparam a produção de edifícios de apartamentos ofertados a partir de 2000 para a classe média pelo mercado imobiliário nas cidades de Ribeirão Preto/SP e Uberlândia/MG. Os quadros visam contribuir então para uma revisão do atual processo projetual posto em prática pelos agentes imobiliários públicos e privados, além de contribuir para a melhoria da qualidade do projeto de edifícios de apartamentos ofertados pelo mercado imobiliário, na medida em que criam parâmetros de comparação entre as tipologias atualmente disponibilizadas. Ao longo da realização dos quadros, surgiram novas ideias para a forma de apresentação dos mesmos. Isso porque seu formato inicial se baseava literalmente na concepção de um quadro textual e com poucas imagens, porém, descobriram-se novas possibilidades de divulgações das informações no decorrer do desenvolvimento da pesquisa e análise de seus resultados. Dessa vez, os quadros passaram a conter leituras através de gráficos, imagens, esquemas e desenhos, utilizando-se de cores. Desse modo, criaram-se 8 quadros para ambas as cidades, sobre os seguintes aspectos de análise: (i) localização dos empreendimentos habitacionais, (ii) gabarito, (iii) predominância da implantação mapa de uso, (iv) equipamentos coletivos, (v) predominância da tipologia, (vi) usos inicialmente previstos, (vii) sobreposição de usos reais e (viii) acessibilidade das tipologias. (i) Localização dos empreendimentos habitacionais: O quadro compreende a localização de todos os empreendimentos habitacionais levantados indicando as tipologias que cada conjunto possui (de 1 a 5 dormitórios). Através dele foi possível entender em quais regiões da cidade se concentram cada tipologia. Em Uberlândia/MG, a implantação dos conjuntos (Figura 37) acontece de forma dispersa, não se concentrando em um local específico. Além disso, notase que as tipologias mais implantadas são as de 2 e 3 quartos, diferentemente de Ribeirão Preto/SP (Figura 38), em que existe uma grande concentração no setor sul da cidade, com muita variação de tipologias.

95 95 Figura 37 Localização dos empreendimentos habitacionais em Uberlândia/MG Figura 38 Localização dos empreendimentos habitacionais em Ribeirão Preto/SP (ii) Gabarito: Este quadro se destina à demarcação do gabarito de todos os empreendimentos, uma vez localizados no quadro anterior. Na cidade de Uberlândia/MG, as alturas variam de 2 a 12 ou mais pavimentos (Figura 39) e, em Ribeirão Preto/SP, de 2 a 21 ou mais pavimentos (Figura 40). É notório que

96 96 a produção de apartamentos em Ribeirão Preto busca adensar mais, ocupando menos terreno e deixando-o livre para a inserção de equipamentos coletivos, ao contrário de Uberlândia. Figura 39 Gabarito em Uberlândia/MG Figura 40 Gabarito em Ribeirão Preto/SP

97 97 (iii) Predominância da implantação: A implantação corresponde à projeção de como o empreendimento estará situado no terreno. Sua análise ajuda a entender como serão os acessos à construção e seu comportamento em relação à orientação solar e aos ventos. Normalmente a prancha de implantação apresenta soluções de cobertura e paisagismo, com as demais informações necessárias (árvores, calçadas, ruas, grades, muros, entre outras). Para compor o quadro (Figuras 41 e 42), foram selecionadas as implantações que mais se repetiam entre as estudadas. Em ambas as cidades, o elemento que mais predomina é o estacionamento, contendo poucas áreas verdes. Por outro lado, observa-se que, em Ribeirão Preto, há mais áreas destinadas aos equipamentos coletivos. Figura 41 Predominância da implantação em Uberlândia/MG Figura 42 Predominância da implantação em Ribeirão Preto/SP

98 98 (iv) Equipamentos Coletivos: Normalmente, são previstas áreas de uso coletivo para todo o conjunto habitacional. Essas áreas frequentemente são relacionadas ao lazer, esporte e bem-estar. Foram feitos levantamentos para identificar os principais equipamentos componentes nas cidades estudadas, como mostram as figuras 43 e 44. Atualmente, as incorporadoras procuram investir nas áreas coletivas, chamando a atenção dos clientes para os equipamentos, pois nem sempre as unidades respondem aos anseios dos usuários. Conforme acima analisado, em Ribeirão/SP, observa-se maior preocupação com as áreas e equipamentos de uso coletivo. Figura 43 Predominância de equipamentos coletivos em Uberlândia/MG Figura 44 Predominância de equipamentos coletivos em Ribeirão Preto/SP

99 99 (v) Predominância da tipologia: Este quadro foi construído a partir dos tipos de apartamentos ofertados em cada cidade. Tal quadro também é composto pelas médias das metragens calculadas para cada tipologia, que vai de 1 a 4 dormitórios, cujas variações ilustram as características que compõem esse cenário diferenciado (Figura 45 e 46). Cabe observar que foram utilizadas imagens das tipologias mais frequentes para cada quantidade de dormitórios. Figura 45 Predominância de tipologias em Uberlândia/MG. Figura 46 Predominância de tipologias em Ribeirão Preto/SP.

100 100 (vi) Usos inicialmente previstos: Uma vez identificadas as principais tipologias ofertadas, foi possível fazer uma análise dos usos inicialmente previstos para cada tipo de apartamento. Estes usos, Figuras 47 e 48, são pré-definidos pelas incorporadoras como sugestões através da planta baixa cujos ambientes, muitas vezes, não possuem as dimensões mínimas possíveis para exercer cada atividade proposta. Figura 47 Usos previstos para a tipologia tipo de Uberlândia/MG; Figura 48 Usos previstos para a tipologia tipo de Ribeirão Preto/SP (vii) Sobreposição de usos reais: A partir dos usos inicialmente previstos, criouse um quadro que indica a sobreposição dos reais usos, conforme utilização dos ambientes pelos moradores (Figuras 49 e 50). Observa-se que o proposto pelas incorporadoras, em sua maioria, não supre o mínimo exigido para exercer atividades cotidianas em cada cômodo. Ações como trabalhar, estudar e comer cada vez mais são realizadas em áreas diferentes das previstas (como no sofá ou em cima da cama), seja por falta de espaço ou pela realização de outras atividades nos ambientes inicialmente previstos conforme também

101 101 comprovado durante a aplicação de APO. Pelas imagens a seguir, conclui-se que os conflitos de ações são mais evidentes nas tipologias menores. Figura 49 Sobreposição de usos para a tipologia tipo de Uberlândia/MG. Fonte: acervo da pesquisa, Figura 50 Sobreposição de usos para a tipologia tipo de Ribeirão Preto/SP. (viii) Acessibilidade da tipologia: A acessibilidade nas habitações é cada vez mais precária em ambas as cidades estudadas. Mesmo nas tipologias de maior área interna, a preocupação de ter um cômodo acessível é mínima; quanto às de menor área pode-se dizer desprezível. Observou-se também, em vários folhetos publicitários dos empreendimentos, uma redução da escala das peças de mobiliário indicadas nas plantas o que, de maneira enganosa, dá a sensação de que os cômodos seriam maiores. Os moradores, mesmo que não sejam portadores de necessidades especiais, sentem a dificuldade de inserir mobiliários de tamanho padrão nesses apartamentos como uma cama e uma estocagem em um quarto. O espaço de circulação, muitas vezes, também não é o mínimo exigido pela NBR As Figuras 51 e 52 exemplificam a

102 102 precariedade da acessibilidade nas habitações, principalmente na tipologia de quatro dormitórios a qual, intuitivamente, deveria apresentar melhores condições de circulação e mobilidade. Figura 51 Falta de acessibilidade na planta tipo de Uberlândia/MG. Figura 52 Falta de acessibilidade na planta tipo de Ribeirão Preto/SP. Finalizadas as etapas de coleta e de levantamento de dados acerca dos edifícios de apartamentos nas cidades de Uberlândia e Ribeirão Preto, a etapa seguinte consistiu na revisão dos métodos de APO desenvolvidos em pesquisas anteriores, de maneira a inserir as questões inicialmente levantadas, bem como incorporar aspectos relativos à sustentabilidade Revisão nos procedimentos metodológicos, já desenvolvidos em pesquisas anteriores, de avaliação pós-ocupação em edifícios de apartamentos no sentido de incorporar questões novas levantadas a partir nas etapas anteriores Para a avaliação, de maneira semelhante ao realizado em pesquisas anteriores, previu-se a utilização de métodos quantitativos e qualitativos, com

103 103 os seguintes pontos focais avaliados: maneiras de apropriação dos espaços privados e semiprivados; adequação da proposta projetual às novas solicitações emergentes da sociedade e os índices de satisfação dos usuários moradores. Além do questionário cujo objetivo principal é apreender o nível de satisfação dos moradores em relação a diferentes aspectos da habitação, a APO proposta fez uso das seguintes técnicas (também já aplicadas em outras pesquisas desenvolvidas pelo grupo): Levantamento geral dos dados do edifício avaliado, incluindo realização de contato com os responsáveis pelo empreendimento para se garantir a viabilidade da APO. Walkthrough: Avaliação feita pelos próprios pesquisadores através de uma percepção inicial dos espaços avaliados. Possibilita aos pesquisadores captar apropriações imediatas dos usuários moradores e as principais alterações realizadas nos espaços. Pesquisa de Perfis Familiares: Possibilita a identificação dos grupos familiares dos moradores e sua predominância no edifício. Análise de usos: Visa identificar as atividades realizadas em cada cômodo e a presença da sobreposição das mesmas, avaliando os níveis de conforto e a relação das atividades com o mobiliário e o espaço utilizado para realização das mesmas. Grupo focal: Utilizado como estratégia de coleta de dados das expectativas e anseios dos moradores, avaliando o quanto o projeto arquitetônico proposto atende aos modos de vida dos usuários. Seu intuito também é o de mostrar novas possibilidades de se morar. Entrevista com arquiteto: Avalia as questões que nortearam todo o processo de definição e gestão do projeto. Entrevistas com pessoa chave (como porteiro e síndico): Avalia questões gerais sobre o empreendimento, principalmente no que tange ao seu funcionamento e à identificação dos perfis familiares. Todos os métodos utilizados passaram por revisão de seus conteúdos e questões abordadas. A revisão da metodologia aplicada no processo de avaliação pós-ocupação se fez necessária no sentido de auxiliar a otimização das atividades originalmente aplicadas. Para tanto, foram feitas reuniões no grupo de pesquisa com o intuito de reduzir o tamanho das perguntas do questionário, deixar mais claro o objetivo das questões de cada método, tornando as atividades de serem mais facilmente compreendidas pelos moradores. Assim, o questionário acabou agrupando algumas técnicas tais como pesquisa de perfis familiares e análise de uso, enquanto as demais sofreram mudança em seu roteiro (em relação aos termos utilizados e à sequência de aplicação). Além disso, revisaram-se os métodos de APO originais para inserir questões sobre a qualidade ambiental dos empreendimentos em todas as técnicas. As questões criadas se dividiram em três categorias (Tabela 17): a primeira é direcionada ao próprio pesquisador, responsável por aplicar os questionários e coletar informações acerca dos aspectos construtivos e dos sistemas envolvidos no edifício analisado (compõe, portanto, a técnica de Walkthrough); a segunda

104 104 busca identificar a presença de estratégias na unidade residencial, compreendendo eventuais diferenças entre os apartamentos (levantamento possibilitado pelos questionários); já a terceira categoria é voltada aos moradores, tratando de ações, preferências e hábitos domiciliares (através do questionário e do grupo focal). Tabela 17 Exemplos de questões sobre qualidade ambiental inseridas na APO CATEGORIA EDIFÍCIO APARTAMENTO COMPORTAMENTO DO USUÁRIO QUESTÃO Quais dispositivos economizadores de energia o edifício possui? ( ) Sistema de aquecimento solar ( ) Placas fotovoltaicas ( ) Elevadores econômicos ( ) Iluminação eficiente áreas comuns ( ) Nenhum Sobre o quarto de casal, dê sua opinião quanto aos itens abaixo: ILUMINAÇÃO: [Muito iluminado] [Iluminado] [Regular] [Escuro] [Muito escuro] VENTILAÇÃO [Muito ventilado] [Ventilado] [Regular] [Abafado] [Muito abafado] TEMPERATURA [Muito quente] [Quente] [Agradável] [Frio] [Muito frio] RUÍDOS [Muito silencioso] [ Silencioso] [Regular] [Barulhento] [Muito barulhento] O que você faz para economizar água? (Se necessário, marque mais de uma opção) ( ) Escova os dentes com a torneira fechada ( ) Ensaboa a louça com a torneira fechada ( ) Toma banhos rápidos (5 a 10 minutos) ( ) Utiliza a máquina de lavar com a capacidade máxima ( ) Reutiliza a água da máquina de lavar para limpeza do apartamento ( ) Possui aparelhos que economizam água ( ) Não economiza água Fonte: Organizado pelos autores. Sendo assim, entendemos que seja possível avaliar tanto a sustentabilidade dos empreendimentos em termos técnicos, quanto o grau de consciência ambiental dos seus usuários. Afinal, diferentes estudos demonstram que, embora alguns edifícios incorporem estratégias de sustentabilidade (a exemplo de mecanismos de aquecimento solar e reuso de água), caso o usuário não tenha consciência quanto à necessidade de reduzir os impactos sobre o meio ambiente, os níveis de consumo de água e energia continuam inadequados (ver especialmente VISSCHER et al., 2013). O questionário inicial também foi revisto em relação à necessidade de alteração da linguagem técnica para incluir termos menos formais e mais acessíveis a leigos, facilitando sua participação e colaboração com o processo. Tal percepção partiu da aplicação dos métodos de APO em um edifício residencial de Uberlândia (MG), no início deste ano, com o intuito de testar o aplicativo para tablet desenvolvido no mesmo núcleo de pesquisa, mas em outra linha de investigação (intitulada APO digital), que se baseava justamente em criá-lo para dinamizar o processo e facilitar a tabulação dos dados. Ressalta-se que as questões elaboradas sobre qualidade ambiental e sustentabilidade foram então inseridas na ferramenta digital junto com as aquelas preexistentes (relativas à investigação sobre a funcionalidade dos apartamentos, os perfis familiares e modos de morar dos usuários). A estrutura final do questionário está ilustrada na figura 53 e na Tabela 18.

105 Figura 53 Questionário aplicado nos estudos de caso. 105

106 106

107 107

108 Fonte: Acervo da pesquisa 108

109 109 Tabela 18 Principais conceitos avaliados no questionário PRINCIPAIS CONCEITOS AVALIADOS NO QUESTIONÁRIO CARACTERÍSTICAS DO ENTREVISTADO Sexo; Idade; Grau de escolaridade; Grupo familiar que pertence; Número de pessoas que moram no apartamento; Renda; Situação de propriedade do apartamento. ESPAÇO COLETIVO (USO COMUM) ESPAÇO PRIVATIVO (UNIDADE) Acessibilidade das áreas Diversidade de tipologias Separação entre acesso social e serviço Conservação do espaço de uso comum Satisfação em relação à dimensão e aparência de: elevadores; hall principal e guarita Satisfação em relação à quantidade e qualidade dos espaços de uso comum (academia; piscina; playground, etc) Frequência de uso dos espaços de uso comum (academia; piscina; playground, etc) Área útil da unidade Satisfação em relação à dimensão, iluminação, ventilação, acústica, privacidade em cada cômodo Compartimentação proposta pelo projeto Adequação ao modo de vida do usuário Adequação dos mobiliários ao espaço Representação simbólica da habitação para o usuário Reformas realizadas e seus respectivos motivos Análise de ações domésticas cotidianas em cada cômodo Análise da qualidade de ações domésticas cotidianas EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E SUSTENTABILIDADE Resíduos Água e Energia Mobilidade urbana Vegetação e paisagem Fonte: Organizado pelos autores. Com a revisão dos métodos que seriam aplicados a APO, encerrou-se a última etapa do primeiro subprojeto da pesquisa. Sendo assim, passa-se à descrição dos resultados referentes ao segundo subprojeto, isto é, do planejamento, aplicação, tabulação dos dados e análises das informações coletadas nos estudos de caso de Uberlândia e Ribeirão Preto. 6.2 IDENTIFICANDO MODOS DE MORAR ATRAVÉS DA AVALIAÇÃO PÓS- OCUPAÇÃO FUNCIONAL E AMBIENTAL. APLICAÇÃO DOS ESTUDOS DE CASOS (UBERLÂNDIA E RIBEIRÃO PRETO) Definição dos objetos de estudo (estudos de casos) definição da amostragem Em vista da aplicação da APO em Uberlândia e Ribeirão Preto, foi realizada uma breve busca dos principais condomínios candidatos a serem estudos de caso. Os critérios utilizados para definição dos estudos de caso nas cidades de Ribeirão Preto e Uberlândia foram: (i) empreendimentos destinados às famílias de classe média/alta; (ii) entregues entre 2012 a 2014; (iii) com número mínimo de 30 unidades; (iv) possuindo equipamento de uso coletivo; e (v) área útil variando de 90 a 120m². Também procurou-se levantar casos nas duas cidades que possuem semelhanças em termos de projeto e custo, de maneira a possibilitar o estabelecimento de comparações entre eles. Foram escolhidos, segundo esses critérios, dois edifícios em cada cidade. Em Uberlândia, definiu-se o estudo de caso A, localizado no bairro Santa Mônica, zona leste da cidade e o estudo de caso B, no bairro Tubalina, na zona sul (Figura 54). Em Ribeirão Preto, por sua vez, foram escolhidos os estudos de

110 110 caso C e D, ambos localizados em Nova Aliança, na zona sul (Figura 55). Seguindo a metodologia já desenvolvida em outros trabalhos, definiu-se, para os empreendimentos elencados enquanto estudos de caso, que a amostragem mínima do número de questionários aplicados para validar a pesquisa seria de 30% do total de apartamentos ocupados em cada edifício. Figura 54 Localização dos estudos de caso A e B na cidade de Uberlândia/MG. Fonte: Google maps, Organizado pelos autores Figura 55 Localização dos estudos de caso C e D na cidade de Ribeirão Preto/SP. Fonte: Google maps, Organizado pelos autores

111 Planejamento da avaliação com indicação de etapas de trabalho A aplicação dos métodos de APO nos estudos de caso ocorreu ao longo dos meses de abril, maio e junho de 2014, primeiro em Uberlândia e depois em Ribeirão Preto. Inicialmente, foram coletados, a partir das fichas de análise anteriormente produzidas, as características principais dos edifícios escolhidos, como plantas, cortes, fachadas, perspectivas, datas de construção, características do projeto, padrões econômicos, perfis dos moradores, entre outros. Revisado esse material, foram feitos vários contatos com síndicos e zeladores dos empreendimentos para explicar o intuito da pesquisa e conseguir as devidas autorizações para o início dos trabalhos. Após esse contato inicial, o passo seguinte consistiu na divulgação ampla nos condomínios do escopo da pesquisa, informando também os dias em que as técnicas do questionário e do grupo focal ocorreriam. Após isso, os bolsistas da pesquisa, juntamente com outros alunos do Núcleo de Projeto, foram subdivididos em grupos de trabalho para otimizar a aplicação dos questionários e para aplicarem a técnica de Walktrough. Concluídas essas duas atividades iniciais, realizou-se, em cada empreendimento avaliado, o grupo focal ou seja, uma reunião com os moradores com o intuito de discutir questões acerca da unidade em que vivem, apresentando ainda exemplos habitacionais brasileiros e internacionais, sugestões de projetos e soluções alternativas de flexibilização de suas moradias. Por fim, foram entrevistadas as pessoas-chave a fim de se obter maiores detalhes acerca do edifício. A organização das etapas de trabalho segue na tabela 19. Tabela 19 Procedimentos para a realização da APO. Contato com o síndico para autorização e realização da pesquisa Comunicação da pesquisa aos moradores e porteiros colocação de cartaz, envio de carta explicativa a todos os moradores via caixa de correio e entrega de lista de interessados na portaria Organização do tablet ou questionário em papel Pesquisa de perfil familiar Agendamento com os moradores interessados a participarem da APO Aplicação do walkthrough com todos os pesquisadores envolvidos Entrevista com pessoas chaves Convite para moradores participarem do grupo focal Organização e aplicação do Grupo Focal Organização geral dos dados Tabulação dos resultados Fonte: Organizado pelos autores, Com o intuito de facilitar a compreensão de cada etapa da APO pelos alunos e pesquisadores envolvidos, também foi criada a Tabela 20 que discrimina os objetivos das técnicas aplicadas, bem como os atributos avaliados em cada uma delas. Assim, evita-se o surgimento de erros ou interpretações equivocadas que poderiam prejudicar o andamento dos trabalhos.

112 112 Tabela 20 Métodos elencados para a APO, com objetivos e atributos avaliados OBJETIVOS DA TÉCNICA ATRIBUTOS GERAIS AVALIADOS 1. Levantamento Geral de Dados - Pesquisador (avaliador) Possibilitar aos pesquisadores (avaliadores) o acesso às informações e ao edifício a ser avaliado; levantamento dos dados iniciais; contatos para a viabilidade da APO no edifício; 2. Walkthrough - Pesquisador (avaliador) Possibilitar aos pesquisadores (avaliadores): a percepção inicial dos espaços avaliados; as apropriações imediatas dos usuários moradores; as principais alterações realizadas nos espaços; o nível de familiarização dos moradores com os espaços; Dividido em três categorias: entorno, edifício, unidade; Cada categoria foi sub-dividida em: aspectos funcionais, técnicos, estético/formais e comportamentais; Cada item é avaliado segundo uma escala de 5 pontos que vai de "muito bom" a "muito ruim" 3. Pesquisa de Perfis Familiares - Funcionários e Morador (usuário) Possibilitar aos pesquisadores avaliadores a identificação do Foram divididos em 8 grupos: família nuclear, família nuclear perfil familiar dos moradores - quais são as predominâncias de expandida, família monoparental, coabitação, pessoas sós, grupos familiares no edifício casal de idosos e DINKS, família monoparental expandida. 4. Entrevista com Pessoas chave - Funcionários síndico e porteiros Identificação do uso do edifício (espaços semi-privados), Percepção geral do uso do edifício: aspectos gerais dos problemas mais frequentes, características dos moradores. moradores, dos espaços privados e dos espaços semiprivados. 5. Questionário com Análise de Usos - Morador (usuário) Nível de satisfação dos usuários: espaços privados e semiprivados; Identificação da impressão geral do usuário em relação ao edifício como um todo; Quais os motivadores para aquisição do apartamento no edifício estudado; Identificação das atividades realizadas nos respectivos cômodos; Presença de sobreposição de atividades; 6. Grupo Focal - Morador (usuário) Avaliar o quanto o projeto arquitetônico proposto atende aos modos de vida dos usuários, Avaliar quais as expectativas dos usuários em relação às possíveis alterações para melhoria da qualidade dos espaços. Características do entrevistado; Nível de satisfação dos usuários (espaços privados e espaços semi-privados); Impressão geral do usuário em relação ao edifício; Identidade e grau de adaptabilidade / apropriação - adequação dos espaços; Análise da tarefa - lista de atividades ou ações por cômodo Adequação do projeto proposto ao modo de vida dos usuários; Expectativas em relação à alterações possíveis; Nível de aceitação de diferentes padrões projetuais. Fonte: Organizado pelos autores, 2014 Descritas as etapas da APO, segue-se o registro sobre a aplicação das técnicas nas duas cidades de estudo: Uberlândia e Ribeirão Preto Aplicação dos estudos de caso nas cidades estudadas Estudos de caso na cidade de Uberlândia A cidade de Uberlândia se localiza no estado de Minas Gerais, possui em torno de habitantes e uma densidade demográfica de 146,79 habitantes/km², segundo dados de 2013 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O clima da cidade é caracterizado como tropical de altitude, com uma temperatura média anual de 22,3ºC, tendo invernos secos e amenos e verões chuvosos. Os empreendimentos EA e EB (Figura 54), foram os escolhidos para a Análise Pós-Ocupação, conforme exposto, sendo localizados no bairro Santa Mônica e no bairro Tubalina, respectivamente. Ambos possuem fácil acesso ao centro da cidade, além de possuírem pontos estratégicos que atraem possíveis moradores, como a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e o Center Shopping próximo ao EA e o Praia Clube próximo ao EB. Com objetivo de comparar inicialmente as características gerais de cada empreendimento, elaborou-se a Tabela 21.

113 113 Tabela 21 Características gerais do EA e EB Empreendimento EA Empreendimento EB Ano de Construção Número de edifícios 2 4 Garagem 2 1 ou 2 Elevadores 2 por torre 1 por torre Número de pavimentos Térreo + 14 Pavimentos Térreo + 6 Pavimentos + Cobertura Número de unidades Quantidade de dormitórios 3 ou 4 2 e 3 Área útil 97m² 57m²; 63m²; 73m² Opções de planta 1 Opção 2 Opções Equipamentos coletivos Quadra; Piscina; Quiosque; Salão de Festas; Academia Playground; Salão de Festas As unidades de habitação de ambos os estudos de caso possuem um modelo tripartido de habitação, que decorre de uma tipologia burguesa de organização espacial dividida em área social, íntima e de serviços. O empreendimento A possui apenas um tipo de apartamento em que em que há a possibilidade de ter quatro dormitórios ou três com uma sala ampliada. Em relaçao ao condomínio B o comprador possui tipologias de dois e três dormitórios com ou sem suíte, além de coberturas duplex. Figura 56 Imagem das tipologias dos empreendimentos A e B, respectivamente. Fonte: Acervo da pesquisa As tipologias estudadas nos estudos de casos possuem os cômodos da área íntima com uma área mínima necessária para a realização das ações do

114 114 cotidiano. Quanto à área social, a dimensão é regular, mas o problema de espaço volta a se repetir na cozinha e área de serviço. A Figura 56 mostra as plantas dos dois empreendimentos, juntamente com suas áreas, em que é possível observar a tripartição do espaço. Foram encontradas algumas dificuldades iniciais no processo de aplicação da APO, como o fato da síndica restringir as principais formas de acesso às unidades do EA, sendo nem mesmo permitido usar o interfone para falar com os moradores a partir da portaria. Sendo assim, foram deixados os questionários em papel na caixa de correio de cada apartamento para que os moradores respondessem e, portanto, somente uma parcela da amostragem foi realizada por meio de entrevista presencial com o tablet. A pesquisa de perfis familiares foi realizada tanto por meio dos questionários, quanto através de contato com o porteiro do condomínio o qual também respondeu às questões elaboradas, conforme será melhor analisado na tabulação dos dados. Já a etapa de Walktrough foi realizada sem problemas pelos alunos e pesquisadores envolvidos. Após a aplicação dos questionários, foi realizado o grupo focal no salão de festas do condomínio com sete moradores (Figura 57). A reunião contou com seis dinâmicas, envolvendo: (i) pergunta aberta sobre o porquê da escolha por morar naquele edifício; (ii) reflexões sobre qualidade e característica principal do apartamento; (iii) maquete física para verificar reformas realizadas; (iv) apresentação de sugestões visuais de outros padrões de apartamentos nacionais e internacionais para verificar o grau de aceitabilidade; (v) apresentação de maneiras de flexibilizar o espaço e (vi) classificação qualitativa dos ambientes de sua residência (Tabela 22). Os moradores que participaram demonstraram bastante interesse no que foi discutido. Ao final foi servido um coffe break. Figura 57 Realização do Grupo Focal no EA e EB, respectivamente. Tabela 22 Dinâmicas usadas no Grupo Focal 1 PERGUNTA ABERTA 2 TARJETA REFLEXIVA Porque você e sua família se mudaram para este edifício? Relate de maneira sucinta este momento de sua vida e quais foram os motivadores para tal escolha. A. Escreva na tarjeta uma QUALIDADE ou adjetivo que seu apartamento possui (Meu apartamento é...); B. Escreva na tarjeta uma CARACTERÍSTICA

115 MAQUETE FÍSICA DO APTO PRIMEIRA IMPRESSÃO (MODELOS DE HABITAÇÕES) SUGESTÃO VISUAL (MAQUETE ELETRÔNICA DO APARTAMENTO) BRINCANDO DE BONECA/ MAPEAMENTO VISUAL (MAQUETE FÍSICA DO APTO E ATIVIDADE COM PLANTA BAIXA) PRINCIPAL que deve ter um apartamento (Um apartamento deveria ser/ter...). Quais foram as adaptações realizadas no projeto original deste apartamento para melhor adequação de sua família? (MAQUETE FÍSICA DO APTO) - Indique os principais problemas do apartamento - Indique os principais problemas do edifício Você moraria nestes apartamentos? Você acredita que estas alterações melhorariam a qualidade do seu apartamento? Como você gostaria que fosse seu apartamento? Indique na planta baixa, quais aspectos você encontra em cada ambiente do seu apartamento de acordo com a tabela de legendas. Marque um X de cor vermelha nos ambientes onde você julga ter algum aspecto negativo e indique qual é este aspecto. Marque um X de cor preta nos ambientes onde você julga ter algum aspecto positivo e indique qual é este aspecto. Estudos de caso na cidade de Ribeirão Preto A cidade de Ribeirão Preto se localiza no interior do estado de São Paulo, região Sudeste do país. Ocupa uma área de 650,955 km² e tem uma população estimada em habitantes segundo dados de 2013 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A cidade possui uma temperatura média anual de 23,2 C e predomina a mata Atlântica enquanto vegetação original do município. Além da importância econômica, o município é relevante centro de saúde, educação, pesquisas e turismo de negócios. Os dois empreendimentos escolhidos para a Análise Pós-Ocupação e se localizam no bairro Nova Aliança (Figura 58). Tais empreendimentos possuem os seguintes pontos estratégicos que chamam atenção de potenciais moradores: Ribeirão Shopping, Mercado Municipal e Universidade de Ribeirão Preto (Figura 55). Figura 58 Empreendimento EC e ED em anúncios publicitários, respectivamente. Fonte: e Com objetivo de comparar inicialmente as características gerais de cada empreendimento, de maneira semelhante ao apresentado sobre Uberlândia, elaborou-se a Tabela 23.

116 116 Tabela 23 Características gerais do EC e ED, respectivamente. Empreendimento EC Ano de Construção Número de edifícios 5 1 Empreendimento ED Garagem 2 por unidade 1 por unidade Elevadores 2 por torre 2 Número de pavimentos Térreo + 16 Pavimentos Térreo + 16 Pavimentos Número de unidades Quantidade dormitórios de 3 ou 4 2 Área útil 77,96m²; 101,10m² 53m²; 56m² Opções de planta 2 Opções 2 Opções Equipamentos coletivos Quadra; Piscina; Quiosque; Salão de Festas; Academia; Salão de Jogos; Pub; Office; Cinema; Brinquedoteca; Pista para Skate. Playground; Salão de Festas; Piscina; Espaço Gourmet; Salão de Jogos; Quadra de Esportes. As unidades de habitação de ambos os estudos de caso, assim como de Uberlândia possuem um modelo tripartido de habitação, que decorre de uma tipologia burguesa de organização espacial dividida em: área social, íntima e de serviços (Figura 59). No EC, há a possibilidade de ampliação da sala ao retirar um quarto nas duas tipologias; já no ED isso é possível apenas em uma das tipologias (Figuras 60 e 61). Os dois empreendimentos foram construídos em alvenaria estrutural, o que impossibilita uma maior flexibilidade. Figura 59 Imagem das tipologias com a tripartição do espaço nos empreendimentos EC e ED, respectivamente.

117 117 Figura 60 Plantas do empreendimento EC com dois, três e quarto dormitórios, respectivamente. Figura 61 Plantas empreendimento ED com dois dormitórios. Fonte: Acervo da pesquisa

118 118 No condomínio C, foi avaliada apenas uma torre, devido aos recursos temporais da pesquisa em função da grande quantidade de apartamentos, tal estudo de caso demandaria uma alta amostragem, inviabilizando sua aplicação nos dias disponíveis. Assim, os edifícios em Ribeirão Preto foram avaliados simultaneamente pelos pesquisadores, em função de sua proximidade e para se garantir a viabilidade dos trabalhos. Após a aplicação dos questionários, em dias consecutivos, realizou-se o grupo focal no salão de festa de cada condomínio (Figura 62). Da mesma forma da proposta de Uberlândia, a reunião contava com seis dinâmicas, envolvendo: o porquê de morar naquele edifício, sugestões visuais de outros padrões de apartamentos nacionais e internacionais, maneiras de flexibilizar o espaço e classificação qualitativa dos ambientes da residência. Os moradores que participaram demonstraram interesse no que foi discutido e, ao final, foi servido um coffe break. Figura 62 Realização do Grupo Focal no EC e ED, respectivamente. As demais técnicas (pesquisa de perfis familiares, Walkthrough e entrevista com pessoas chave) foram aplicadas conforme o esperado. Concluída a apresentação das técnicas utilizadas em cada cidade, a próxima etapa deste trabalho apresenta os resultados dos dados colhidos em ambas Tabulação, leitura e análise dos resultados dos estudos de casos Estudos de caso na cidade de Uberlândia Como já mencionado anteriormente, sabe-se que ambos os estudos de caso em Uberlândia são caracterizados pelo modelo de planta tripartida, organizando o espaço em área social, íntima e de serviços. O empreendimento A (EA Figura 63) oferece apenas um tipo de apartamento, sendo possíveis duas tipologias. São elas: quatro dormitórios ou três com uma sala expandida. Seu ano de construção é de 2010, contendo 112 unidades distribuídas em duas torres, com área útil de 97m². Além disso, ele apresenta duas vagas na garagem, dois elevadores por torre, e equipamentos coletivos como quadra, piscina, quiosque, salão de festas e academia.

119 119 Figura 63 Perspectiva do empreendimento A Uberlândia/MG. Fonte: Acervo da pesquisa Já no caso do empreendimento B (EB Figura 64), os apartamentos oferecidos são de dois e três quartos, sendo alguns com suíte, além das coberturas duplex. Sua construção foi iniciada em 2012, com quatro blocos, contendo térreo, seis pavimentos e a cobertura. Ele oferece três tipos de apartamentos: com 57m², 63m² e 73m², totalizando 96 unidades. Como área coletiva, dispõe apenas de playground e salão de festas. Figura 64 Perspectiva empreendimento B Uberlândia/MG. Fonte: Acervo da pesquisa O que pôde ser percebido logo de imediato na análise das plantas é um estrangulamento das zonas íntimas e o privilégio da área social da residência. Isso porque as salas apresentam uma área relativamente maior, se comparadas às pequenas dimensões dos quartos e banheiros, que mal conseguem abrigar os móveis básicos desses ambientes. Foram feitas várias reclamações sobre essa questão no grupo focal, em que os moradores

120 120 expuseram sua insatisfação com a extrema redução de espaço dos quartos e a falta de uma varanda que possibilitasse um lugar ao sol na residência, quando questionados sobre meu apartamento poderia ser/ter (Figuras 65 a 68). Figura 65 Atividade 2 do Grupo Focal no EA Uberlândia/MG. Figura 66 Nuvem de palavras mais citadas durante a Atividade 2 do Grupo Focal no EA Uberlândia/MG. Figura 67 Atividade 2 do Grupo Focal no EB Uberlândia/MG.

121 121 Figura 68 Nuvem de palavras mais citadas durante a Atividade 2 do Grupo Focal no EB Uberlândia/MG. Para facilitar a compreensão sobre os dados coletados, buscou-se agrupar os aspectos avaliados, conforme será apresentado a seguir. Características dos entrevistados Verifica-se que o apartamento do EA é direcionado para um público de classe média com uma maior poder aquisitivo, tendo como maioria moradores adultos entre 31 e 41 anos (36%). O grau de escolaridade predominante é de pósgraduação (44%), o que pode ser justificado pelo fato dele estar localizado próximo à universidade, contando com muitos moradores que são professores. Entre aqueles que responderam acerca da renda média mensal, 24% ganham entre R$8001 e R$10000, confirmando o fato de ser um apartamento voltado para famílias de melhor situação econômica e nucleares com pai, mãe e filhos (63%). Tal fato está diretamente relacionado com a região em que o condomínio está implantado, sendo um dos mais nobres da cidade. Figura 69 Renda familiar do EA e EB, respectivamente.

122 122 Figura 70 Faixa etária dos moradores do EA e EB, respectivamente. Figura 71 Tipo familiar dos moradores do EA e EB, respectivamente. Já o EB tem a característica de ser adquirido por pessoas recém-casadas, sem filhos e que desejam adquirir o primeiro imóvel, fato que pode ser confirmado pela presença de 19% de DINCs (casal sem filhos com dupla renda). É também vista a grande presença de moradores idosos, de 61 a 70 anos, no EB (14%) contra o menor valor encontrado no EA (6%). Esses números indicam a preferência dessa parcela da população por um apartamento de menor área, já que agora não possuem mais filhos em casa, bem como a preferência por edifícios que não dispõem de espaços coletivos, pois geralmente não costumam utilizá-los. Observa-se, pelos gráficos, que o EB apresenta um elevado índice de pessoas pós-graduadas (43%), bem como um grande número de moradores com idades entre 20 e 30 anos (32%), identificando assim que a sua população é predominantemente composta por jovensadultos, os quais se formaram recentemente e continuam trabalhando e/ou estudando. Em relação à renda, a maioria dos respondentes (42%) disse que

123 123 recebe entre R$6001 e R$8000, ou seja, são pessoas com um poder aquisitivo um pouco menor se comparadas às do EA. Aspectos Gerais Com base nas análises das respostas dos questionários e da pesquisa sobre perfis familiares, constata-se que a família nuclear é a mais presente nos dois edifícios, com 63% no EA e 36% no EB. Essa informação corrobora a o fato já citado anteriormente do EA ser voltado para famílias de renda um pouco mais elevada que EB. Observa-se que, após a família nuclear, o maior número de famílias do EB são pessoas que moram sozinhas ou DINCs (casal sem filhos com dupla renda), o que justifica o fato desse edifício ser mais acessível, muitas vezes representando o primeiro imóvel adquirido. Por essa justificativa pode-se entender o motivo do maior índice de unidades do EA que são próprias (85%) contra o valor apresentado por B (57%). Figura 72 Perfil Familiar dos empreendimentos A e B, respectivamente. Figura 73 Vista de um dos apartamentos do EA. Fonte: Acesso em 14/08/2014. Ao serem questionados sobre os motivos dos moradores terem escolhido os presentes edifícios para se mudar, várias questões foram colocadas. Por meio do Grupo Focal, foi possível perceber que muitos dos moradores do EA vieram de outras cidades/estados, com o intuito de estudar, estar mais próximo da família ou por conta do trabalho. O quesito localização foi um dos mais citados na dinâmica proposta, já que se encontra próximo à universidade, shoppings e centros comerciais. Isso pôde ser confirmado por meio do Questionário aplicado, que acusa como motivo de escolha do apartamento: 21% por causa

124 124 da localização, 19% da segurança, 9% da qualidade do apartamento e 8% pela vista privilegiada. Essa questão do edifício estar situado em uma região alta do bairro proporciona uma ampla vista para o centro da cidade (Figura 73), fator que foi confirmado como influenciador na escolha do apartamento segundo relato de alguns moradores no Grupo Focal. Por fim, como segundo principal aspecto na definição do imóvel, as pessoas indicam o fator da segurança. Realmente, o EA conta com estratégias que garantam essa sensação de proteção, como portaria 24 horas, interfones, câmeras e várias etapas de identificação antes de se adentrar ao edifício. O EB também dispõe desses artifícios, porém, a segurança da entrada é mais frágil, já que o acesso ao condomínio é somente separado por uma porta. No caso do EA, são várias etapas de identificação e portas até o visitante conseguir acessar o apartamento em si. Essas percepções se fizeram presente também através da aplicação da técnica de Walkthrough (Figura 74). Figura 74 Gráficos do Walkthrough acerca da segurança no EA e EB, respectivamente. Os moradores do EB quando questionados acerca do motivo que os induziram à compra basicamente responderam semelhantemente aos do EA, sendo: 24% pela localização privilegiada, 18% segurança e 11% qualidade do apartamento. Nesse caso, o fator localização importância, já que sobressaem também índices apontando a escolha pela proximidade do trabalho (11%) e das escolas dos filhos (6%). Afinal, encontra-se em uma área mais central, que, além da proximidade de centros comerciais, escolas e locais de trabalho, está situado muito próximo a um dos maiores clubes privados da cidade (Praia Clube). Isso pôde ser corroborado com os dados resultantes do Walkthrough (Figuras 75 e 76), os quais apresentaram ótima proximidade em relação a equipamentos educacionais, de lazer e cultura. Figura 75 Resultados do Walkthrough acerca dos serviços/comércio e equipamentos educacionais, próximos ao EA.

125 125 Figuras 76 Resultados do Walkthrough acerca dos serviços/comércio e equipamentos educacionais, próximos ao EB. Um dado relevante que vale ser destacado é que em torno de 63% dos moradores de ambos empreendimentos relataram que acham importante a separação entre entrada social e de serviços, informação esta que demonstra a resistência em relação a opções de plantas mais compactas, sugerindo ainda a existência de certo preconceito por parte dos moradores em ter de compartilhar a entrada com funcionários e prestadores de serviços. Aspectos do Conjunto Foi perguntada aos moradores uma série de questões a fim de avaliar aspectos dos conjuntos habitacionais como um todo, principalmente no que tange às áreas de uso coletivo. Para isso, decidiu-se destrinchar o significado do que representaria o termo qualidade de vida, uma vez que ele é o mais citado pelos materiais publicitários no momento da venda dos imóveis. Assim, chegou-se em seis aspectos a serem avaliados: qualidade; limpeza e conservação; acessibilidade; relação custo benefício taxa; privacidade em relação à rua; segurança contra entrada de estranhos. Figura 77 Nível de satisfação dos aspectos gerais no EA e EB, respectivamente. O nível de satisfação (Figura 77) com a qualidade é bem maior no EA (9% ótimo e 64% bom) do que B (14% ótimo e 41% bom). Essa leitura pode ser entendida pelo viés do primeiro empreendimento possuir áreas coletivas maiores e materiais de construção/acabamento de melhor qualidade que o segundo. Sobre a acessibilidade, o EA apresenta maiores índices negativos se comparado ao B, uma vez que aquele possui muitas escadas antes de se acessar o hall dos elevadores e, para isso, oferece a opção de subida de portadores de necessidades especiais por meio de um elevador hidráulico próximo à portaria. Já em relação à taxa de condomínio, os moradores do EB estão muito mais satisfeitos, já que o valor é menor que em EA. Isso ocorre

126 126 pelo fato de não ser um edifício de muitos pavimentos e não possuir equipamentos coletivos que demandam maior manutenção (piscina, academia e quadra), como presentes em A. Comprova-se que a constante ênfase dada pelas incorporadoras aos equipamentos de uso coletivo podem até atrair interessados no momento da compra, porém, após adquirir o imóvel, a maioria de seus residentes assume não utilizar tais equipamentos com bastante frequência (Figura 78). Tais dados podem ser afirmados analisando a tabela abaixo. Ambas populações admitem que não usam os equipamentos, sendo que a do EB é mais evidente ainda, já que apenas possui salão de festas e um playground extremamente pequeno (Figura 79). Em relatos dos moradores no grupo focal, fica claro a insatisfação com essa área, mostrando-se até preocupados com o fato da circulação de veículos ser exatamente ao lado do playground, sendo separados apenas por uma tela aramada. Muitos deles afirmaram que nunca deixaram seus filhos brincarem no local por receio de algum veículo adentrar com maior velocidade pela portaria e invadir a área das crianças, criticando bastante a localização do equipamento. Figura 78 Frequência de uso dos equipamentos coletivos no EA e EB, respectivamente. Figura 79 Imagens do playground e estacionamento do EB. Em relação ao EA, foi relatado na entrevista com a síndica e observado no walkthrough, as problemáticas dos equipamentos de uso comum. Segundo a síndica, a construtora entregou o edifício sem o playground veiculado no material publicitário e, por isso, fez-se necessário recolher verba dos moradores para construir a tão requisitada área. Ela mostrou o projeto para o pesquisador, estando bastante animada com sua implantação, entretanto,

127 127 relatou que já havia sido notificada sobre a negativa de alguns moradores, os quais achavam que o barulho das crianças iria atrapalhar sua tranquilidade. Os constantes conflitos entre os próprios moradores sobre as regras de administração dessas áreas é o que mais dificulta o processo de implantação no prédio, segundo a síndica. Outro problema que os moradores atualmente tentam resolver se refere à piscina, a qual constantemente tem se ser interditada por problemas de vazamento. Porém, segundo a síndica, mesmo quando foi reaberta, logo após alguns dias os residentes deixaram de utilizá-la. A quadra de esporte idem. Portanto, ela não se encontra muito confiante sobre o aumento da frequência de uso dessas áreas mesmo com a finalização das reformas previstas. Aspectos da unidade Ao se tratar da avaliação dos apartamentos em si, verifica-se de imediato a alta satisfação dos moradores em ambos os edifícios (Figura 80). Isso também pode ser justificado pela grande parcela de pessoas que acabaram de adquirir o primeiro imóvel, seja por terem acabado de sair da casa dos pais para estudar ou porque se formaram/casaram e precisaram se mudar para um local próprio. Essa questão fica mais evidente ainda quando se analisam os resultados dos Grupos Focais. Afinal, foram vários os relatos de pessoas que se mudaram para estudar em universidades da cidade e casais jovens em busca da casa prórpia. A relação de afeto e significado que o apartamento adquire pode ser comprovada quando muitas pessoas responderam no grupo focal confortável, aconchegante e acolhedor ao serem questionadas com a pergunta O que seu apartamento é para você?. Por outro lado, uma questão que deve ser levada em conta é que há uma grande resistência por parte dos moradores em responder o questionário, uma vez que este demanda um determinado tempo e atenção para respondê-lo, sendo que algumas pessoas tendem a preenchê-lo de forma automática. Assim, parte dos altos níveis de satisfação pode decorrer dessa característica. Figura 80 Nível de satisfação dos moradores em relação aos aspectos funcionais da unidade habitacional no EA e EB, respectivamente. Outro fato que se extrai do gráfico é a maior presença de opiniões negativas acerca da compartimentação do EB. Seu processo construtivo em alvenaria estrutural não permite a remoção de paredes internas da planta, tornando os moradores insatisfeitos por não poderem fazer modificações em relação às áreas dos cômodos. Proposta totalmente contrária ao EA, o qual oferece a possibilidade de se retirar algumas paredes internas leves, transformando dormitórios em salas ampliadas e remanejando os ambientes de acordo com a atual necessidade dos usuários.

128 128 Assim, é clara a dificuldade dos moradores do EB em adequar os móveis dentro dos apartamentos, que, por sua vez, já dispõe de áreas reduzidas (Figura 81). O que se vê como solução é o pagamento por serviços de marcenaria personalizada, deixando de comprar móveis mais baratos em lojas de departamentos populares por conta da padronização de dimensões. Figura 81 Imagens internas do apartamento do EB. Sabe-se que é muito comum a execução de reformas nas unidades quando se adquire um apartamento no intuito de satisfazer as preferências dos moradores. Partindo desse pressuposto, os residentes foram questionados se o apartamento foi reformado ou sofreu algum tipo de alteração quanto ao projeto original. A maioria dos condôminos do empreendimento A (52%) disseram ter executado mudanças, contra uma pequena parcela do B (14%). A maioria do primeiro conjunto disse ter feito tais alterações antes do uso (88%), enquanto todos os moradores do segundo relataram ter feito depois de receber o imóvel. Isso não significa que o segundo edifício possua materiais melhores que o primeiro, pelo contrário, o nível de insatisfação em EB é mais elevado (Figura 82). Acredita-se que o menor poder econômico tenha influído sobre a dificuldade de realizar tais modificações. Afinal, aqueles insatisfeitos em EA realizaram as mudanças transformando a unidade conforme sua vontade, ao passo que, no EB, os residentes relataram perceber a má qualidade dos materiais, porém, os trocam em um ritmo mais demorado. Conforme exposto, a opinião acerca do atual espaço de morar foi detalhado no Grupo Focal (Figura 83), em que os moradores conferiam qualidades a cada ambiente do apartamento e cujos resultados podem ser observados nas Tabelas 24 e 25.

129 129 Figura 82 Nível de satisfação dos moradores sobre a qualidade, aparência e manutenção da unidade habitacional no EA e EB. Figura 83 Moradores demonstrando na maquete as principais reformas que fizeram durante o Grupo Focal. Tabela 24 Atividade Mapeamento Visual realizada no Grupo Focal do EA. AMBIENTES Grande Pequeno Quente Frio Tranquilo Barulhento Sala de Tv Sala de Jantar Cozinha Área de Serviço Banheiro de Serviço Banheiro Social Banheiro Suíte Domitório Suíte Domitório Dormitório Dormitório Tabela 25 Atividade Mapeamento Visual realizada no Grupo Focal do EB. AMBIENTES Grande Pequeno Quente Frio Tranquilo Barulhento Sala de Tv e Jantar Cozinha Área de Serviço Banheiro Social Banheiro Suíte Dormitórios Com os dados apresentados no gráfico e por meio dos relatos dos moradores nos grupos focais, constata-se que geralmente as alterações são feitas por aspecto de funcionalidade, adequação aos modos de vida e estética (Figura 84). Além disso, os moradores dos empreendimentos A e B se caracterizam por realizar principalmente reformas quanto à qualidade dos materiais de

130 130 acabamento/revestimento (14% e 26%, respectivamente) e conforto térmico (11% e 5%). Entretanto, a população residente no EB afirma ser fácil a manutenção da unidade (37% ótimo), o que pode ser entendido pela menor dimensão de sua planta. Figura 84 Nuvem de palavras da 3ª atividade do Grupo Focal do EB sobre as reformas e alterações realizadas no apartamento. Por fim, um dos aspectos que mais recebeu respostas negativas tanto nos questionários, quanto nos resultados dos Grupos Focais se refere à constante reclamação sobre a má qualidade de proteção acústica dos apartamentos. Os moradores do EA relatam que todas as conversas que ocorrem no hall dos elevadores é entendida por quem está na sala e que os banheiros são os locais mais barulhentos de todo o apartamento. Tal fato pode ser explicado pela propagação das ondas sonoras que, além de percorrerem as vedações, passam pelas tubulações hidráulicas e através dos elementos estruturais do edifício. Desse modo, se faz necessária a revisão da eficiência acústica dos materiais empregados na construção. Análise de uso Nessa etapa da pesquisa o intuito era avaliar como as pessoas utilizam os ambientes e se realmente os utilizam para aquilo que foram destinados. Assim, pode-se analisar quais ações diferentes da destinação óbvia daquele espaço estão sendo realizadas, contribuindo com informações importantes sobre a ocorrência de sobreposição de usos em alguns espaços. Com base na análise dos gráficos gerados pelas respostas dos questionários, identifica-se a falta de adequação até dos usos previstos para determinados ambientes. Isso ocorre pela constante diminuição da área útil da planta, que conta com ambientes extremamente pequenos, incapazes de suprir as atividades básicas do cômodo. Abaixo segue um diagrama (Figura 85) que ilustra a forma de utilização dos ambientes dos empreendimentos A e B. Observa-se que no apartamento do EA existe uma relativa adequação dos usos de acordo com sua função. Já no EB, tal adequação se torna mais difícil, uma vez que a área reduzida e a continuação do uso de móveis sem qualquer mecanismo de flexibilidade não contribuem para a realização das atividades.

131 131 Figura 85 Sobreposição de usos nos apartamentos dos empreendimentos A e B, respectivamente. Eficiência energética e sustentabilidade Pelos resultados dos gráficos e do Walkthrough, não foram encontradas estratégias construtivas voltadas à promoção de maior eficiência energética e sustentabilidade nos empreendimentos analisados. Corroborando com a verificação de que os edifícios de apartamentos ofertados para a classe média em Uberlândia pouco discutem o emprego de estratégias projetuais voltadas à eficiência energética e à sustentabilidade do ambiente construído, os moradores entrevistados demonstraram um baixo grau de conscientização ambiental. No EB, por exemplo, 85% dos entrevistados não separam lixo reciclável do comum e 90% deles não sabe para onde o lixo reciclável é destinado na cidade (Figura 86). Os resultados foram melhores no EA, visto que apenas 45% dos moradores não realizam a separação de lixo e 55% deles desconhecem o destino dos materiais recicláveis. Tal situação pode ser justificada pelo fato do bairro Santa Mônica (em que o EA se localiza) contar com coleta seletiva de lixo, enquanto o Tubalina não. Sendo assim, depreendese que ações públicas podem influenciar a mudança de hábito dos residentes, tornando-se necessário aumentar a abrangência do serviço para toda a cidade. Figura 86 Realização de coleta seletiva e conhecimento sobre destino dos resíduos pelos moradores, respectivamente, no EA e EB.

132 132 Quanto à separação do óleo utilizado na cozinha, 58% dos moradores do EA afirmaram que a realizam, enquanto quase 67% dos residentes do EB negaram tal ação. Sobre a presença de vegetação nas unidades habitacionais, os resultados foram semelhantes (Figura 87). No EA, a maioria dos usuários (58%) possui algum tipo de planta em seu apartamento, predominantemente de uso decorativo. Já no EB 71% dos moradores não possuem qualquer tipo de vegetação, sendo que, entre os que cultivam algum exemplar, o fim também é apenas decorativo. O consumo próprio foi citado por apenas 2 residentes no EA, enquanto o uso medicinal não foi mencionado por ninguém. Ressalta-se, portanto, o desconhecimento do papel da vegetação na melhoria da qualidade ambiental das unidades, bem como seu potencial emprego em edifícios de apartamento na forma de hortas e jardins verticais, por exemplo. A maioria dos moradores nos dois empreendimentos (67% no EA e 73% no EB), por outro lado, disseram consumir alimentos orgânicos. Porém, quando se verifica o motivo de tal consumo, observa-se que acima de 50% dos moradores afirmaram ser por preocupação com a saúde, ao passo que menos de 20% deles explicaram que para reduzir o impacto ambiental. Portanto, novamente, constata-se o baixo nível de consciência ambiental. Figura 87 Uso de vegetação nos apartamentos e consumo de alimentos orgânicos, respectivamente, no EA e EB. O uso racional da água aparece em medidas mais corriqueiras (Figura 88). Afinal, entre as alternativas oferecidas para que os moradores expressassem como economizam água, nos dois empreendimentos, mais de 70% deles escovam os dentes e ensaboam a louça com a torneira fechada; aproximadamente 50% tomam banhos rápidos; 45% no EA e 25% EB utilizam a máquina de lavar com a capacidade máxima; ao passo que menos de 10% realizam ações não convencionais (como reuso de águas servidas, ou adoção de aparelhos redutores do consumo). Os dados sobre economia de energia foram mais satisfatórios, visto que acima de 70% dos residentes apagam as luzes ao sair do ambiente e utilizam lâmpadas econômicas; 73% no EA e 53% no EB desligam aparelhos que não estão em uso; além de que 79% no EA e 47% EB compram eletrodomésticos com selo A de eficiência (Figura 89). Essa situação pode ser justificada, em parte, pelo aumento das tarifas de energia em função de recentes crises de racionamento. Fato comprovado quando se analisa a razão segundo a qual as pessoas economizam água e energia. Observou-se que aproximadamente 75% dos moradores praticam tal ato para reduzir o preço das tarifas mensais, ao

133 133 passo que apenas cerca de 50% deles citaram que a economia é realizada para diminuir os danos ao meio ambiente. Ademais, importa comentar que nenhum dos dois condomínios conta com sistema de aquecimento solar de água. Figura 88 Consumo de água no EA e EB, respectivamente. Figura 89 Consumo de energia no EA e EB, respectivamente. Sintomática ainda é a análise quanto aos meios de transporte utilizados pelos moradores, dividida em três escalas: até 500 metros, de 500 a 1000 metros e acima de 1000 metros. Mesmo para percorrer pequenas distâncias, o transporte próprio é utilizado por grande parte dos respondentes (Figura 90) em ambos os empreendimentos. Quanto maior a distância, o uso desse meio de transporte se faz mais regular, sendo que, para se locomover acima de 1000 metros, foi citado por 100% dos entrevistados. Além disso, não foi mencionado o uso de transporte coletivo em nenhuma das escalas, enquanto a bicicleta é adotada por poucos respondentes. Para justificar tal escolha, os moradores citam a rapidez de locomoção (88% no EA e 75% no EB) e a facilidade de acesso a todos os lugares da cidade (51% no EA e 47% EB). Desse modo, infere-se que a redução dos impactos gerados pelos veículos automotores somente será possível na medida em que políticas ligadas à mobilidade urbana

134 134 que apoiem o transporte coletivo e o uso da cidade por pedestres forem empregadas em larga escala. Figura 90 Meio de transporte utilizado para se locomover até 500 metros e de 500m a 1000m, consecutivamente. Apresentados os dados coletados em Uberlândia, passa-se à descrição sobre as informações levantadas em Ribeirão Preto seguindo-se os mesmos critérios de divisão de tais resultados. Estudos de caso na cidade de Ribeirão Preto Retomando as principais características dos estudos de caso da cidade de Ribeirão Preto, tal qual em Uberlândia, foram selecionados edifícios com padrões construtivos e de renda diferenciados, ainda que destinados à classe média, para possibilitar comparações com aqueles escolhidos na cidade mineira. Sendo assim, o empreendimento C possui 5 torres das quais 1 delas foi avaliada por esta pesquisa, totalizando 320 apartamentos, com 2 vagas na garagem por unidade e plantas variando entre 3 ou 4 dormitórios (77,96 m² ou 101,10 m², respectivamente). Já o empreendimento D possui uma única torre, com o total de 132 unidades habitacionais, também com 2 vagas de garagem por unidade, mas plantas de apenas 2 dormitórios, cujas áreas são menores (53 ou 56 m²). Embora ambos tenham um número maior de equipamentos coletivos em relação aos estudos de caso de Uberlândia, o EC apresenta maior diversidade que o ED. Características dos entrevistados Conforme apresentado, no início do questionário, há um bloco de perguntas para apreender as características dos entrevistados, tais como: sexo, idade, grau de escolaridade, posição que ocupa no grupo familiar, tipo de família a que pertence, número de pessoas que moram no apartamento, renda familiar, ano em que se mudou, tipo de funcionário que trabalha na habitação e se o mesmo é alugado, próprio ou emprestado. Sobre esse bloco de questões, observa-se que o condomínio EC é direcionado para um público de classe média com maior poder aquisitivo, já que 40% dos respondentes possui renda familiar acima e R$ 10000; o que não ocorre no ED, pois apenas 4,17% possuem essa renda. No ED, grande parte dos moradores possui renda de R$ 4001 a 6000, o que pode ser justificado pelo perfil familiar, faixa etária e grau de escolaridade, como mostrado nos gráficos a seguir (Figuras 91 e 92).

135 135 Figura 91 Tipo familiar dos moradores do EC e ED, respectivamente. Figura 92 Renda familiar do EC e ED, respectivamente. Através do perfil familiar e de entrevistas realizadas com as pessoas chave, é possível verificar que as famílias nucleares são predominantes no EC (61,9 %), o que não ocorre no ED, pois apenas 20,83% dos respondentes possuem esse perfil. Sendo assim, o empreendimento D é composto, em grande parte, por pessoas que moram sós, seguido de DINCs o que pode justificar uma menor renda familiar. O grau de escolaridade também é um fator para a determinação da renda visto que 20,83% dos moradores são pós-graduados no ED e 47,62% no EC (Figura 93). Corroborando as informações anteriores, é importante ressaltar que, na torre avaliada do Condomínio C, há 22,8% de apartamentos com dois moradores, 47,6% com três moradores e 28,6% com quatro, sendo que 71,4% dos apartamentos são próprios e o restante ainda está em processo de financiamento. Já no ED, nota-se que 29,1% dos apartamentos possuem um morador, 54,1% possuem dois moradores e apenas 16,8% de habitações com

136 136 três moradores. Por ser em grande parte composto por estudantes ou pessoas que acabaram de se formar, nota-se que 47,8% dos respondentes alugam o apartamento, 17,4% financiam e 34,8% o tem como próprio. Figura 93 Grau de escolaridade dos moradores do EC e ED, respectivamente. Aspectos gerais A partir dos dados colhidos pela APO, foi identificado o porquê dos moradores escolherem aquele local para viver e os aspectos negativos de se morar em apartamentos. Constatou-se, nos dois empreendimentos, que a localização privilegiada (80% dos moradores), seguida pela segurança física (mais de 50% dos residentes) foram os principais motivos dos respondentes escolherem o local para morar (Figuras 95 e 96). A questão da inserção urbana e da existência do serviço de portaria 24hs são fatores de influência forte, visto também nos resultados das APOs realizadas em Uberlândia. No grupo focal, essa questão se repetiu, principalmente em relação à localização privilegiada. A Figura 94 mostra um quadro de palavras que foram mais repetidas na atividade sobre o porquê de morar naquele edifício. Figura 94 Palavras chaves da atividade 1 do Grupo Focal: Porque você escolheu morar neste apartamento?

137 137 Figura 95 Motivo da escolha de se morar no apartamento do EC. Figura 96 Motivo da escolha de se morar no apartamento do ED. No Walkthrough, verificou-se que a questão da segurança é ressaltada no EC sendo 75% boa e 25% muito boa; já no ED, 50% dos pesquisadores disseram ser boa, enquanto o restante opinou como regular. Por outro lado, morar em apartamento traz alguns aspectos negativos, tais como: vida social controlada pelas regras do condomínio, falta de privacidade em relação aos vizinhos, ausência de jardim privativo, limitação em relação às reformas do apartamento, área útil reduzida e convívio social coletivo. Dentre esses tópicos, os mais

138 138 citados nos questionários como dificuldades foram: as regras do condomínio e a falta de privacidade no empreendimento EC; enquanto, no ED, a área útil reduzida, ausência de jardim e vida social controlada. Isso se deve ao fato da área útil do empreendimento D ser menor que do EC. Sobre os aspectos gerais dos empreendimentos, buscou-se na pesquisa identificar quesitos que pudessem qualificá-lo de forma geral, traduzindo de maneira mais clara o significado da palavra qualidade de vida e bem estar. Nesse sentido, percebeu-se que o nível de satisfação dos moradores sobre o quesito relação custo-benefício é menor no ED, que possui um número menor de moradores que o EC (Figuras 97 e 98). O nível de satisfação sobre o quesito qualidade da construção geral, por sua vez, foi menor no empreendimento EC, devido aos moradores serem mais críticos quanto aos seus padrões construtivos. Ademais, segundo a entrevista feita com zelador do condomínio, o problema de vazamentos é constante podendo justificar os resultados encontrados. Também foi avaliada a dimensão e a aparência dos elevadores, halls, garagens, portaria e jardins, obtendo-se os seguintes resultados: no EC, o hall de entrada, dos apartamentos e os elevadores foram classificados com aparência predominante de regular a ruim, sendo o restante como bom; quanto ao ED, a satisfação dos moradores é maior para esses quesitos, não apresentando nenhum aspecto com regular ou ruim predominante. Novamente, acredita-se que, pelo fato do EC possuir um padrão construtivo melhor e ser destinado a um público de maior poder aquisitivo, os moradores têm um nível também maior de exigência quanto à situação de suas moradias. Figura 97 Nível de satisfação sobre os aspectos gerais do EC.

139 139 Figura 98 Nível de satisfação sobre os aspectos gerais do ED. Equipamentos de uso comum do edifício Sobre os equipamentos de uso coletivo, percebe-se que sua presença para os moradores do EC representa uma ligação à ampliação na qualidade de vida, além de praticidade e valor imobiliário. A melhora na qualidade de vida e a praticidade também podem ser visto nos questionários respondidos pelos moradores do ED (Figuras 99 e 100). Assim como nos empreendimentos em Uberlândia, a publicidade destinada às vendas de edifícios de apartamentos explora enfaticamente os equipamentos de uso coletivo como potencializadores da qualidade de vida dos moradores. No entanto, apesar do que tais equipamentos significam para os moradores, de fato, o aumento da qualidade de vida não ocorre, visto que os mesmos utilizam pouco os equipamentos. Figura 99 Significado da presença dos equipamentos de uso comum para os moradores do EC

140 140 Figura 100 Significado da presença dos equipamentos de uso comum para os moradores do ED No ED, por exemplo, os equipamentos como Salão de Festas ou Área Gourmet, segundo entrevistas com o zelador e a síndica,são utilizados apenas por famílias nucleares minoria nesse condomínio. Há também pedidos dos moradores para transformarem a pequena quadra de esportes em uma academia, pois a mesma não é utilizada. No EC, por sua vez, segundo entrevista com o zelador, as famílias nucleares são as que mais utilizam a área comum, pois há playground, piscina e quadra para as crianças. Em todos os blocos desse condomínio, existem áreas com equipamentos de uso comum, mas que ficam sempre trancados, dificultando o uso das crianças como na brinquedoteca, por exemplo. Além do mais, em ambos os empreendimentos, quando anunciados à venda, destacavam-se os espaços comuns com projetos de ótimos equipamentos. Todavia, ao contrário da proposta original, os ambientes construídos possuem qualidade muito inferior, como pode ser visto nas figuras seguintes (101 a 103). Fato que também pode justificar a baixa frequência de uso. Figura 101 Brinquedoteca do condomínio EC: publicidade e espaço existente. Fonte: e acervo da pesquisa, respectivamente. Figura 102 Academia do condomínio EC: publicidade e espaço existente. Fonte: e acervo da pesquisa,

141 141 respectivamente. Figura 103 Sala de jogos do condomínio ED: publicidade e espaço existente. Fonte: e acervo da pesquisa, respctivamente. De acordo com os gráficos gerados a partir dos questionários, os moradores do EC estão satisfeitos com a dimensão dos equipamentos coletivos que possuem, mas o mesmo não ocorre com a aparência dos mesmos, já que, como foi visto, a construtora utilizou materiais e mobiliários de qualidade inferior à ofertada no projeto original do edifício (Figura 104). Em contrapartida, no empreendimento ED, os moradores mostraram estar menos satisfeitos com a dimensão dos equipamentos, mas gostam da aparência que os mesmos possuem (Figura 105). Por fim, no quesito equipamentos de uso coletivo, os moradores indicaram quais deles gostariam que o condomínio possuísse. No EC, 19,05% dos respondentes gostariam de mais áreas verdes, pois o empreendimento já possui vários equipamentos. No ED, onde há uma menor quantidade de áreas de uso comum, foram citados: 87,5% gostariam de ter academia; 25% sauna e 20,83% gostariam de brinquedoteca e espaço gourmet. Figura 104 Satisfação quanto à dimensão dos equipamentos comuns no EC.

142 142 Figura 105 Satisfação quanto à dimensão dos equipamentos comuns no ED. Aspectos da unidade Sobre a unidade, à semelhança de Uberlândia, questionaram-se os moradores sobre uma série de aspectos da habitação, tais como: tamanho, divisão dos cômodos, conforto, qualidade dos materiais e facilidade para limpar. Os aspectos relativos à unidade habitacional, de maneira geral, apresentaram resultados positivos, mas observou-se certo nível de insatisfação em relação à qualidade dos materiais empregados, tanto no EC quanto no ED (Figuras 106 e 107). Isso pode ser explicado pelo fato dos dois empreendimentos terem sido construídos pela mesma incorporadora. Em entrevistas feitas com síndicos e zeladores dos dois empreendimentos, surgiram reclamações em relação a questões hidráulicas (vazamentos e tubulações com defeito). Ao se tratar da avaliação dos apartamentos em si, verifica-se uma satisfação dos moradores em ambos edifícios em relação ao conforto que a habitação os proporciona. Isso também pode ser justificado pela grande parcela de pessoas que acabaram de adquirir o primeiro imóvel. Essa questão fica mais evidente quando se analisam os resultados dos Grupos Focais: uma moradora do ED, por exemplo, relatou que havia acabado de se casar e realizou o sonho da casa própria. Figura 106 Satisfação em relação aos aspectos gerais da unidade do EC.

143 143 Figura 107 Satisfação em relação aos aspectos gerais da unidade do ED. Por isso, o questionário também avalia o que o apartamento significa para o morador, em que grande parte dos respondentes do EC disseram optar por um lugar seguro, com o qual se identificam e onde estão as pessoas que lhes interessam. No ED, esses significados também estão presentes, aparecendo ainda a resposta um local onde passo a maior parte do tempo. As figuras 108 e 109 mostram os resultados desse tipo de percepção. Figura 108 Significado do apartamento para os moradores do EC. Figura 109 Significado do apartamento para os moradores do ED. É importante verificar se os moradores se adaptaram ao local em que moram e o quanto se identificam com o mesmo. No EC, 21,05% disseram se adaptar plenamente, 42,11% se adaptaram muito e 31,58% tiveram uma adaptação

144 144 regular, com apenas 5,26% dos moradores dizendo terem se adaptado pouco. A porcentagem analisada é praticamente a mesma no quesito de identificação com o apartamento. No ED, 16,67% se adaptaram plenamente; 41,67% se adaptaram muito bem; 29,17% tiveram uma adaptação regular e 12,5% se adaptaram pouco. Quanto à identificação, 58,33% disseram se identificar bastante, com 16,67% de identificação regular e 25% como ruim. Esses resultados sugerem que, apesar dos problemas identificados, os usuários conseguem se adptar ao local de moradia, identificando-se com o mesmo. Quanto ao uso do apartamento para fins não domésticos, no EC, 100% dos moradores disseram utilizar o apartamento para atividades de lazer, sendo que, no ED, a porcentagem é de 79,11%. Tal fato pode ser explicado pelo empreendimento ED possuir habitações com a área reduzida. Quanto à utilização da moradia para obter renda extra, apenas 20,8% dos respondentes do ED utilizam o apartamento para tal fim e 10,5% de respondentes do EC. Portanto, no caso desses moradores, seria importante que as unidades pudessem se adptar às atividades de trabalho ali realizadas. Partindo dos aspectos gerais, os moradores indicaram então a impressão sobre cada cômodo do apartamento de acordo com os seguintes critérios: dimensão, facilidade de mobiliar, temperatura, iluminação, ventilação e acústica através de escala de cinco valores (péssimo/ ruim/ regular/ bom/ ótimo). No empreendimento C, os cômodos possuem uma dimensão mais favorável em relação ao D (Figuras 110 e 111). Figura 110 Satisfação dos moradores do EC em relação ao tamanho e à facilidade de mobiliar os cômodos, respectivamente.

145 145 Figura 111 Satisfação dos moradores do ED em relação ao tamanho e à facilidade de mobiliar os cômodos, respectivamente. Nota-se que a facilidade de mobiliar os cômodos está diretamente ligada com a dimensão que o mesmo possui, como se pode ver nos gráficos em relação à cozinha e área de serviço menores ambientes de ambos os empreendimentos. O nível de satisfação dos moradores do ED é menor em praticamente todos os cômodos, mas, em alguns quesitos, eles se igualam justamente no caso da área de serviço e da cozinha, que possuem áreas bastante reduzidas. No que concerne às questões relacionadas ao conforto ambiental, o empreendimento C foi qualificado como sendo predominantemente bom em todos os cômodos. A questão acústica foi a que apresentou maior insatisfação, qualificando a cozinha e área de serviço como regular. Quanto aos demais cômodos, a boa impressão foi predominante. Em relação ao conforto térmico (ventilação, iluminação e temperatura), obtiveram-se resultados satisfatórios, em que a maioria das respostas qualificou os espaços de ótimo a bom. No caso do ED, mais de 60% dos moradores qualificaram a iluminação, temperatura e acústica como bom ou muito bom para todos os cômodos. Embora tais predominâncias tenham ocorrido, importa perceber os níveis baixos de satisfação, entre regular e péssimo, para todas as escalas e critérios analisados em ambos os empreendimentos sugerindo a existência de

146 146 problemas que devem ser avaliados conjuntamente com outros aspectos que interferem em tais percepções a exemplo da orientação solar. Da mesma forma que em Uberlândia, a opinião acerca sobre o atual espaço de morar também foi detalhado no Grupo Focal em Ribeirão Preto, em que os moradores participantes conferiam qualidades a cada ambiente do apartamento (Tabelas 26 e 27). Nessa atividade, a percepção acerca do conforto ambiental dos apartamentos pode ser mais aprofundada, indicando problemas de conforto térmico em ambientes classificados como satisfatórios nos questionários. Portanto, salienta-se novamente a importância de se aplicar métodos qualitativos que evitam o automatismo que pode ser gerado quando do uso de questionários em papel. Tabela 26 Atividade Mapeamento Visual realizada no Grupo Focal do EC. AMBIENTES Grande Pequeno Quente Frio Tranquilo Barulhento Sala de Tv e Jantar Cozinha Área de Serviço Banheiro Social Banheiro Suíte Banheiro Suíte Quarto Quarto Quarto Quarto Sacada Tabela 27 Atividade Mapeamento Visual realizada no Grupo Focal do ED. AMBIENTES Grande Pequeno Quente Frio Tranquilo Barulhento Sala de Tv e Jantar Cozinha Área de Serviço Banheiro Social Banheiro Suíte Domitório Dormitório Sacada/Varanda Conforme salientado anteriormente, é muito comum a execução de reformas nas unidades quando se adquire um apartamento no intuito de satisfazer às preferências e necessidades dos moradores. Partindo desse pressuposto, eles foram questionados se houve reformas ou algum tipo de alteração quanto ao projeto original. Entre os moradores entrevistados do EC, 79,85% disseram ter modificado o projeto original do apartamento, sendo que em 40% dos casos a reforma ocorreu durante o uso. Em todos os cômodos, os motivos principais citados foram: melhorar o acabamento e colocação de armários. No ED, 69,57% dos apartamentos foram modificados e, ao contrário do EC, as reformas ocorreram em grande parte durante o uso (71,43%). Tais reformas também ocorreram pelos mesmos motivos e com o objetivo de melhorar o conforto. A Figura 112 ilustra os motivos de realização de reformas, identificados, dessa vez, através do Grupo Focal no EC em que resultados semelhantes aparecem.

147 147 Figura 112 Palavras chave sobre reformas e modificações feitas pelos moradores no EC, citadas no Grupo Focal. Análise de uso A análise de uso teve como objetivo identificar as atividades realizadas em cada cômodo e a sobreposição das mesmas para assim avaliar os níveis de conforto e a relação das atividades com o mobiliário e o espaço. Desse modo, os usos inicialmente previstos foram comparados com a sobreposição dos reais usos relacionados pelos moradores (Figura 113). Conforme exposto, é evidente que o proposto pelas incorporadoras, em sua maioria, não supre o mínimo exigido para exercer as atividades planejadas para cada cômodo. Ações como trabalhar, estudar e comer cada vez mais são realizadas em áreas diferentes das previstas (como no sofá ou em cima da cama), seja por falta de espaço ou por já estar desenvolvendo outra ação no local adequado. Figura 113 Sobreposição de usos nos apartamentos dos empreendimentos C e D, respectivamente. Visto que a área da unidade habitacional do EC é maior que as tipologias do ED, consequentemente a qualificação das atividades realizadas pelos moradores são melhores nesse condomínio. Como exemplo de sobreposição de uso, quanto à atividade de receber convidados, em ambos os empreendimentos foram citadas salas, cozinha e varanda e, no quesito onde você convive com as pessoas que moram com você, obtiveram-se todos os cômodos como resultado. Assim, os resultados também indicam a importância

148 148 de se discutir formas de morar alternativas ao tradicional modelo tripartido, para que as unidades se adaptem melhor aos diferentes perfis familiares. Diante das análises das sobreposições de uso, no Grupo Focal, há um exercício que mostra propostas de peças de mobiliário flexível, indicadas principalmente quando a área da unidade habitacional é reduzida, como ocorre nos apartamentos do empreendimento D. Os moradores de ambos empreendimentos demonstraram impressões bastante positivas sobre as propostas apresentadas, conforme pode ser observado na Figura 114 Figura 114 Impressões dos moradores acerca de mobiliários flexíveis no EC e ED, respectivamente. Para todas as ações foi questionada a frequência (Figuras 115 e 116) com que ocorrem e como são realizadas, também a partir de uma escala de cinco pontos cujos resultados podem ser visualizados abaixo. Figura 115 Frequência das atividades realizadas nos apartamentos do EC.

149 149 Figura 116 Frequência das atividades realizadas nos apartamentos do ED. Todas as ações do EC foram qualificadas por mais de 60% dos moradores como sendo bem ou muito bem realizadas, devido à maior área útil do apartamento. Quando ao ED, os quesitos como: estocagem, prática de atividade física, lavar e passar roupas foram qualificados pela metade dos respondentes como regular ou ruim. Já as outras ações foram consideradas satisfatórias pela maioria (mais de 60% dos moradores qualificaram a realização das atividades como boa ou muito boa). É importante ressaltar que a prática de atividade física é, em grande maioria, não realizada pelos moradores em ambos os empreendimentos. Os mesmo optam por praticar atividades físicas em locais fora da unidade habitacional. Quanto à ação de receber convidados, a frequência qualificada em grande parte é eventualmente em parte justificável pelo tamanho das áreas sociais. Eficiência energética e sustentabilidade Ao analisar os resultados do questionário e do Walkthrough, percebe-se que, assim como os estudos de caso de Uberlândia, os edifícios de Ribeirão Preto não dispõem de alternativas que visam à eficiência energética e à redução de impactos ambientais, o que contribui para o baixo nível de consciência ecológica dos moradores. Entre as várias possibilidades de estratégias voltadas à sustentabilidade, apenas o ED possui coleta seletiva de lixo. Quanto ao comportamento dos usuários, segundo dados do questionário, 62% dos moradores do EC separam o lixo reciclável do comum, enquanto no ED 79% realizam esse tipo de separação (Figura 117) sendo que o próprio condomínio incentiva tal ação ao ter lixeiras específicas. Em relação à separação de óleo, 48% das pessoas que moram no EC dizem separar o

150 150 mesmo de outros resíduos, enquanto 46% do ED praticam esta ação. Nos dois condomínios, por sua vez, mais de 60% dos residentes não sabem o local para o qual o lixo é destinado reafirmando o baixo nível de consciência ambiental dos residentes. Figura 117 Realização de coleta seletiva e separação de óleo de cozinha pelos moradores, respectivamente, no EC e ED. Acerca da vegetação, 76% dos entrevistados no empreendimento C disseram que possuem plantas em seus apartamentos, sendo que majoritariamente para fins decorativos (Figura 118). Já no empreendimento D, apenas 35% não possuem nenhum tipo de planta e, daqueles que cultivam, cerca de 30% é decorativa. Desse modo, nota-se a falta de conhecimento de muitas pessoas quanto à qualidade ambiental e de conforto térmico que a vegetação pode proporcionar quando instalada em apartamentos. Figura 118 Uso de vegetação nos apartamentos do EA e EB. Ao se tratar do consumo de alimentos orgânicos, 33% dos moradores do EC dizem consumir, ao passo que 48% consomem apenas em parte. Já no ED, apenas 25% dos moradores consomem este tipo de alimento, sendo que 46% consomem em parte. Os que não consomem tais alimentos disseram que devido aos altos preços no mercado. Portanto, indica-se a necessidade de aumentar os investimos públicos nesse setor. Entre as alternativas oferecidas para que os moradores expressassem como economizam água, nos dois empreendimentos, mais de 80% deles escovam os dentes com a torneira fechada e acima de 50% ensaboam a louça com a torneira fechada; aproximadamente 38% tomam banhos rápidos no EC e 58% no ED; 57% no EC e 29% no ED utilizam a máquina de lavar com a capacidade máxima; ao passo que menos de 10% não economizam água. Portanto,

151 151 novamente, foram as estratégias mais corriqueiras que expressividade na redução do consumo de água. obtiveram maior Os dados sobre economia de energia foram mais satisfatórios, visto que acima de 85% dos residentes apagam as luzes ao sair do ambiente e utilizam lâmpadas econômicas; 57% no EC e 45% no ED desligam aparelhos que não estão em uso; além de que 76% no EC e 55% ED compram eletrodomésticos com selo A de eficiência. Tal situação pode ser explicada, em parte, pelo aumento das tarifas de energia em função de recentes crises de racionamento. Fato comprovado quando se analisa a razão segundo a qual as pessoas economizam água e energia. Observou-se que aproximadamente 87% dos moradores praticam tal ato para reduzir o preço das tarifas mensais e cerca de 90% do EC e 62% do ED deles citaram que a economia é realizada para diminuir os danos ao meio ambiente. Figura 119 Meio de transporte utilizado para se locomover até 5 quarteirões e acima de cinco, respectivamente, pelos moradores do EC. Figura 120 Meio de transporte utilizado para se locomover até 5 quarteirões e acima de cinco, respectivamente, pelos moradores do ED. Quanto aos meios de transporte utilizados para a locomoção diária dos moradores, no EC, 48% realizam o trajeto a pé, 43% por automóvel e 9,5% utilizam a moto no trajeto de até cinco quarteirões. Acima de cinco, 100% dos moradores dizem utilizar o automóvel (Figura 119). Já no ED, provavelmente por haver estudantes e pessoas de menor poder aquisitivo, também foi citado o

152 152 uso de transporte coletivo, o que não ocorre com o outro empreendimento (Figura 120). Já o uso da bicicleta não apareceu em nenhum dos dois condomínios. Assim como em Uberlândia, observa-se o predomínio dos veículos automotores em detrimento de meios coletivos ou de menor impacto ambiental. Logo, o tema da mobilidade urbana deve ser alvo de estudos e iniciativas públicas para tentar reduzir os impactos gerados pelos transportes. Após a análise dos dados tabulados em Ribeirão Preto, segue-se a descrição sobre eventuais ajustes metodológicos e operacionais realizados para os métodos de APO, como resultado da experiência acumulada ao longo do desenvolvimento desta pesquisa Eventuais ajustes metodológicos e operacionais na APO Conforme descrito no item 6.1.7, a revisão inicial da metodologia aplicada no processo de avaliação pós-ocupação se fez necessária no sentido de auxiliar a otimização do processo, incorporar questões relativas à sustentabilidade, bem como facilitar a compreensão das questões por parte dos entrevistados fazendo uso de termos mais próximos à sua realidade. Quando da aplicação do questionário elaborado nos estudos de caso em Uberlândia, observou-se ainda uma demora dos moradores para responderem às perguntas, já que algumas delas estavam extensas e fora de uma ordem lógica. Por isso, novamente foi feita uma revisão, criando-se um novo modelo para ser aplicado nas habitações verticais de Ribeirão Preto SP, como se pode ver a seguir (Figura 121). Importa ressaltar que as mudanças empreendidas não prejudicaram a comparação dos resultados com Uberlândia, visto que os conceitos e atributos avaliados foram mantidos as alterações pretenderam apenas torná-los mais facilmente compreendidos. Retiraram-se também algumas questões que foram consideradas desnecessárias, conforme está identificado na Tabela 28. Tabela 28 Questões retiradas do questionário aplicado em Ribeirão Preto. 10. Você acha importante a separação entre o acesso social e o de serviços? 11. Como você avalia a segurança contra incêndios do seu prédio? 12. Como você avalia o acesso à vaga de estacionamento? 13. E quanto à segurança contra a entrada de estranhos? Ademais, em função dessa revisão, não houve tempo hábil para gerar o novo modelo no sistema usado para tablet. Portanto, ressalta-se que toda a avaliação em Ribeirão Preto foi feita em questionário de papel, sendo que tal fato não alterou a qualidade da avaliação, ou seus resultados, somente tornou mais lento o processo de geração dos resultados. Isso porque dependeu do lançamento das respostas dos moradores no sistema eletrônico pelos próprios bolsistas enquanto que, usando a ferramenta tablet, a tabulação de dados seria gerada automaticamente pelo sistema. Já os demais métodos aplicados em Uberlândia Walktrough, grupo focal não sofreram modificações em comparação com as primeiras revisões feitas para sua utilização e também apresentadas no item

153 Figura 121 Questionário aplicado em Ribeirão Preto a partir de nova revisão. 153

154 154

155 155

156 156 Até o momento, os dados coletados através da aplicação de APO em Uberlândia e Ribeirão Preto foram analisados especificamente para cada cidade. No entanto, visando identificar padrões entre os edifícios investigados, de maneira a facilitar a leitura de seus resultados, elaboraram-se quadros comparativos contendo a sistematização desses dados para os quatro empreendimentos. Dessa forma, o próximo item deste relatório contempla a apresentação de alguns desses quadros elaborados.

157 Sistematização dos resultados das etapas anteriores, através da elaboração de quadros comparativos dos resultados da APO nas cidades pesquisadas A elaboração dos quadros comparativos foi realizada através da criação de uma escala de cores para os quatro empreendimentos investigados, de maneira a facilitar a leitura dos resultados. Além disso, estruturou-se por meio da própria sequência de questões presentes nos questionários (as quais seriam complementadas por quadros elaborados para os outros métodos aplicados como o Walkthrough e o grupo focal), quais sejam: características do entrevistado, aspectos gerais do edifício, equipamentos de uso comum do edifício, apartamento e eficiência energética e sustentabilidade. Para ilustrar o primeiro bloco de questões, apresenta-se o quadro sobre a idade dos entrevistados (Figura 122), em que é possível perceber o predomínio de pessoas adultas (20 a 50 anos) em três empreendimentos, com exceção do EC de Ribeirão Preto no qual há também um número expressivo de idosos. O quadro seguinte (Figura 123), por sua vez, confirma que os empreendimentos são relativamente novos, visto que os residentes se mudaram recentemente. Figura 122 Quadro comparativo sobre idade dos entrevistados. Figura 123 Quadro comparativo sobre ano de mudança para edifício. Já os próximos quadros, que ilustram o número total de pessoas que moram em cada apartamento (Figura 124) e o perfil familiar dos entrevistados (Figura 125), demonstram que existe diversidade em todos os empreendimentos. Porém, a despeito de tal variabilidade, a tipologia ofertada é predominantemente convencional (Figura 126): isto é, estanque e tripartida. Portanto, os resultados reforçam a necessidade de se repensar a oferta de soluções padronizadas para a classe média, conforme discutido ao longo deste trabalho. Figura 124 Quadro comparativo sobre o número de moradores por apartamento.

158 158 Figura 125 Quadro comparativo sobre o perfil familiar. Figura 126 Quadro comparativo sobre a tipologia do apartamento. Figura 127 Quadro comparativo sobre o motivo de escolha em morar no apartamento.

159 159 Visando exemplificar o bloco de questões concernentes aos aspectos gerais do edifício, optou-se por apresentar o quadro que retrata o motivo de escolha por morar nos empreendimentos estudados (Figura 127). Conforme pode ser observado na imagem anterior, entre os vários motivos elencados, dois deles se destacam: localização privilegiada e segurança física. Esses mesmos aspectos aparecem, em diferentes proporções, nos resultados do grupo focal, pois o quadro com a nuvem de palavras os contém (Figura 128). Figura 128 Quadro comparativo com nuvem de palavras do grupo focal. No que concerne às unidades residenciais, um dos aspectos avaliados diz respeito à dimensão dos ambientes. Como é possível observar no quadro abaixo (Figura 129), as salas e dormitórios dos empreendimentos de Uberlândia obtiveram piores avaliações por parte dos entrevistados em comparação com os de Ribeirão Preto. No entanto, outros cômodos sobretudo cozinha e área de serviço foram mal avaliados em todos os casos, com expressiva porcentagem de regular a péssimo. Esse tipo de avaliação ilustra a ocorrência de problemas funcionais nos apartamentos, conforme também verificado através dos mapas de sobreposição de usos (Figura 130). Figura 129 Quadro comparativo sobre tamanho dos cômodos.

160 160 Figura 130 Quadro comparativo sobre sobreposição de usos nos apartamentos. Quanto aos aspectos relacionados ao conforto ambiental, os piores resultados se referem à presença de ruídos nos ambientes. Afinal, o quadro abaixo (Figura 131), embora apresente proporções de resultados satisfatórios em todos os empreendimentos (bom e ótimo), também contém proporções expressivas de valores regular a péssimo para todos os cômodos avaliados. Figura 131 Quadro comparativo sobre o nível de ruído nos ambientes. O último bloco de questões procurou apreender o nível de consciência ambiental dos moradores, discriminando uma série da ações que poderiam ser realizadas visando mitigar os impactos do morar. Conforme avaliado separadamente para cada grupo de estudos de casos, percebeu-se também que, em termos gerais, ainda há baixo envolvimento dos moradores com a qualidade do ambiente em todos os empreendimentos. Uma ação simples, por exemplo, como separar o óleo de cozinha de outros resíduos, é efetuada por quase metade apenas dos entrevistados (Figura 132). Outros hábitos importantes, tais como economizar água (Figura 133) e energia (Figura 134), apresentam resultados mais satisfatórios para ações corriqueiras que

161 161 dispensam o uso de equipamentos mais eficientes ou mesmo que exigem mudaças mais profundas de comportamento. Figura 132 Quadro comparativo sobre separação de óleo de cozinha de outros resíduos. Figura 133 Quadro comparativo sobre ações voltadas à economia de água. Figura 134 Quadro comparativo sobre ações voltadas à economia de energia. Apresentados alguns dos quadros comparativos elaborados a fim de ilustrar esta atividade, o próximo item deste relatório contempla as publicações geradas pela pesquisa. 7 PUBLICAÇÕES GERADAS Abaixo, seguem as publicações geradas ao longo do desenvolvimento da pesquisa, com um resumo explicando os resultados que foram apresentados em cada uma delas. Ressalta-se ainda a previsão de divulgação dos demais resultados da pesquisa ainda não publicados em outros eventos científicos, bem como periódicos da área. MENDONÇA, R. N; VILLA, S. B. Menores e Piores: Os modelos de habitação verticalizada coletiva ofertados no mercado imobiliário brasileiro e sua

162 162 ineficiência. In: Colóquio de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo e Design, 2., 2013, Uberlândia. Anais 2 Colóquio de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo e Design Brasil-Portugal: UFU e UTL. Uberlândia: FAUeD, ISSN CD-ROM Este artigo pretende apresentar algumas reflexões, ainda preliminares, integrantes da Dissertação de Mestrado intitulada Modos de morar em apartamentos mínimos: o papel do mobiliário como requalificador dos espaços residenciais contemporâneos em desenvolvimento no Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Curso de Mestrado, junto a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Design da Universidade Federal de Uberlândia. O trabalho se faz relevante por analisar a ocorrência da compactação no modo de morar verticalizado, das cidades brasileiras, especificamente nas cidades médias (Uberlândia Ribeirão Preto). Assim como, elaborar análises mais criteriosas sobre: as noções de privacidade, que estão em constante estado de modificação devido à inserção de novas tecnologias de informação e comunicação interpessoal; o conforto e adequação, pautados pelas ineficientes relações antropométricas e ergonômicas que se acentuam com a produção de ambientes minimizados e mobiliários impróprios para tais; a ausência de funcionalidade e dificuldade de usabilidade, tanto dos espaços da moradia, quanto dos elementos que participam simbioticamente dela. Somente a partir dessas análises será possível atingir o principal objetivo do trabalho, que consiste em apontar soluções norteadoras para esses ambientes por meio de ações conscientes de arquitetura e design. VILLA, S. B.; SARAMAGO, R. C. P.; ALEXANDRE, L. C. HABITAR VERTICAL AVALIAÇÃO DA QUALIDADE ESPACIAL E AMBIENTAL DE EDIFÍCIOS DE APARTAMENTOS EM CIDADES MÉDIAS. In: Colóquio de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo e Design, 2., 2013, Uberlândia. Anais 2 Colóquio de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo e Design Brasil-Portugal: UFU e UTL. Uberlândia: FAUeD, 2014, p ISSN CD-ROM Esta pesquisa tem como objetivo principal realizar um diagnóstico da qualidade espacial e ambiental em edifícios de apartamentos destinados à classe média e lançados pelo mercado imobiliário em cidades de médio-porte brasileiras (Ribeirão Preto SP e Uberlândia MG). Tal análise será fundamentada, principalmente, por meio da aplicação de avaliação pós-ocupação em relação aos aspectos funcionais e ambientais dos edifícios, identificando maneiras de morar, necessidades, ações e desejos dos usuários, verificando a eficiência das estratégias de sustentabilidade adotadas junto aos mesmos e identificando suas reais necessidades no que se refere à qualidade ambiental das edificações. Considera-se nessa pesquisa a hipótese de que a qualidade projetual tende a melhorar através da montagem e observação, por parte dos arquitetos, agentes imobiliários públicos e privados, de bancos de dados municiados por avaliações pós-ocupação. A presente comunicação apresenta tanto a fundamentação teórica da pesquisa, quanto seus resultados iniciais. SARAMAGO, R. C. P.; VILLA, S. B.; BEZZON, E. F. A.; ARANTES, L. C. Qualidade ambiental e sustentabilidade em edifícios de apartamentos de cidades médias. In: Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, 15., 2014, Maceió. Anais do XV Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. Maceió: Marketing Aumentado, 2014, p CD ROM. ISSN A presente comunicação objetiva apresentar resultados parciais de uma pesquisa mais ampla, intitulada HABITAR VERTICAL: Avaliação da qualidade espacial e ambiental de edifícios de apartamentos, cujo intuito é realizar um diagnóstico da qualidade das habitações coletivas verticais, destinadas à classe média e lançadas

163 163 pelo mercado imobiliário em cidades de médio porte brasileiras (Uberlândia MG e Ribeirão Preto SP). Nesse contexto, este trabalho, que enfoca a qualidade ambiental das edificações, foi estruturado da seguinte maneira: (i) contextualização da problemática e apresentação dos objetivos da pesquisa; (ii) fundamentação teórica do trabalho, através de revisão bibliográfica; (iii) indicação da metodologia utilizada na investigação; e (iv) descrição do desenvolvimento da pesquisa. Tal descrição contempla as duas etapas iniciais realizadas: (a) mapeamento das estratégias de sustentabilidade colocadas em prática nos empreendimentos residenciais brasileiros, por meio da elaboração de fichas de análise sobre os mesmos; (b) revisão e ampliação do método de Avaliação Pós-Ocupação (APO) desenvolvido em pesquisas anteriores para englobar questões relativas à qualidade ambiental e à sustentabilidade dos edifícios analisados. Os resultados parciais apontam para a baixa incorporação de estratégias de sustentabilidade e para a precária qualidade ambiental dos edifícios verticais investigados. A etapa seguinte pretende aplicar o método de APO desenvolvido, verificando a eficiência das estratégias de sustentabilidade adotadas junto aos usuários, bem como seu nível de consciência ambiental. VILLA, S. B.; SARAMAGO, R. C. P.; ALEXANDRE, L. C.; PIRES, R. G. Avaliação da qualidade espacial de edifícios de apartamentos em cidades médias. In: Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, 15., 2014, Maceió. Anais do XV Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. Maceió: Marketing Aumentado, 2014, p CD ROM. ISSN Este artigo pretende apresentar uma parte da pesquisa, intitulada HABITAR VERTICAL - Avaliação da qualidade espacial e ambiental de edifícios de apartamentos, destacando os resultados referentes às pesquisas e análises do objeto de estudo que enfocam as questões relativas à funcionalidade dos espaços coletivos e privativos - identificando maneiras de morar, necessidades, ações e desejos dos usuários, assim como seu comportamento no espaço doméstico. Tal análise se fundamenta por meio dos seguintes procedimentos metodológicos: (i) Fundamentação teórica do trabalho, através de pesquisa bibliográfica e documental; (ii) Identificação das principais tipologias de edifícios de apartamentos ofertadas pelo mercado imobiliário nas cidades estudadas (Uberlândia MG e Ribeirão Preto SP), mediante a elaboração de tabelas e fichas de análise, que destacam características e aspectos funcionais dos empreendimentos; e (iii) Revisão e ampliação do método de APO inicialmente desenvolvido em outras pesquisas para sua aplicação nos estudos de caso selecionados. Os resultados preliminares deste trabalho, que salientam a baixa qualidade espacial dos edifícios investigados, constituem bancos de dados sobre as questões relativas do morar em edifícios de apartamentos, fornecendo subsídios para o desenvolvimento de projetos futuros mais adequados às reais necessidades de seus usuários. VILLA, S. B.; SARAMAGO, R. C. P. A qualidade espacial e ambiental de edifícios de apartamentos em cidades médias. In: Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, 3., 2014, São Paulo. Anais do III Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2014, p CD ROM. ISSN Este artigo pretende apresentar uma parte da pesquisa maior em desenvolvimento, intitulada HABITAR VERTICAL Avaliação da qualidade espacial e ambiental de edifícios de apartamentos, que tem como objetivo principal realizar um diagnóstico da qualidade de edifícios de apartamentos destinados à classe média e lançados pelo mercado imobiliário em cidades de médio porte brasileiras (Ribeirão Preto SP e

164 164 Uberlândia MG). Tal análise está sendo fundamentada, principalmente, por meio da aplicação de avaliação pós-ocupação em relação aos aspectos funcionais e ambientais dos edifícios; identificando maneiras de morar, necessidades, ações e desejos dos usuários, verificando a eficiência das estratégias de sustentabilidade adotadas junto aos mesmos e apontando suas reais necessidades no que se refere à qualidade ambiental das edificações. Considera-se nessa pesquisa a hipótese de que a qualidade projetual tende a melhorar através da montagem e observação, por parte dos arquitetos, agentes imobiliários públicos e privados, de bancos de dados municiados por avaliações pós-ocupação. A presente comunicação apresenta tanto a fundamentação teórica da pesquisa, quanto seus resultados iniciais, referentes aos estudos desenvolvidos na cidade de Uberlândia MG. Além de publicações, a pesquisa contou com uma série visitas técnicas para complementar as informações levantadas por meio de outras fontes, bem como para definir e aplicar os métodos de APO nos estudos de caso da cidade de Ribeirão Preto. Os dados sobre essas visitas serão descritos a seguir. 8 VISITAS TÉCNICAS Visita Técnica 1 Ribeirão Preto 09 a 11 de maio de 2014 Escolha dos estudos de caso e primeiros contatos e levantamento de dados Etapa 2.2/ 2.3 (Definição dos objetos de estudo e planejamento da avaliação) LOCAIS VISITADOS: Ribeirão Preto, São Paulo Estudos de caso. Edifício Prima Vista II Rua Eng. Guaraci Ribeiro Monteiro, 1350 Bairro Nova Aliança Edifício Panoramic Rua Braz Olaia Acosta, 1635 Bairro Nova Aliança PESQUISADORES ENVOLVIDOS: Simone Villa (coordenadora da pesquisa) FASE DO PROJETO: 2.2 Definição dos objetos de estudo (estudos de casos) definição da amostragem; 2.3 Planejamento da avaliação com indicação de etapas de trabalho. PRINCIPAIS RESULTADOS DA VISITA: Na referida vista, foram definidos os dois estudos de caso da cidade de Ribeirão Preto para aplicação da pesquisa de APO, assim como foram feitos os contatos iniciais com os responsáveis pelos edifícios (gestores locais e síndicos). Nesta etapa também foram planejados as etapas de trabalho da avaliação e um cronograma de ações junto aos responsáveis. Documentos iniciais foram entregues, assim como foram levantados dados e informações dos edifícios (plantas, fotos, material publicitário, entre outros). DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES: Foram necessárias 02 diárias para realização de pesquisa de campo na cidade de Ribeirão Preto, entre 09 e 11 de maio de Neste período, foram realizados os primeiros contatos com os estudos de caso escolhidos para pesquisas de APO na cidade (Edifício Panoramic e Edifício Prima Vista II),

165 165 constantes do projeto de pesquisa aprovado por esta instituição. Seguem abaixo os documentos que foram apresentados e produzidos durante as atividades programadas. 1. Planejamento das ações da APO Checklist Atividades Responsável Checklist Definição de estudo de caso e datas de aplicação Simone Contato inicial com síndico Simone Organização do material Material impresso (cartaz, carta, Caio e Raisa da pesquisa listas, roteiros) Material digital (fotos, plantas, Caio implantação, propagandas) Ajustar e atualizar Tablet com dados Caio/Pedro do edifício Produzir maquete física (grupo focal) Caio/Raisa Produzir maquete digital (grupo focal) Caio Produzir apresentação das imagens Caio (grupo focal) Divulgação da pesquisa Colocar Cartaz no elevador e mural Raisa junto os moradores Carta explicativa caixa de correio do edifício Buscar nomes de moradores com Organização de documentos na portaria síndica, porteiros, etc Lista de pesquisadores portaria e síndico Lista de interessados portaria Lista de Perfil Familiar Agendar com moradores a aplicação do questionário Agendar com síndica a aplicação do Walktrhough (apto dela) Aplicação de Walktrhough com pesquisadores + registro fotográfico do edifício Organizar com pesquisadores a aplicação dos questionários Aplicação dos questionários Aplicação da entrevista com pessoa-chave (Erlem e dois porteiros) Organização para Grupo Colar cartaz Grupo Focal (1 semana Focal antes) Confirmar reserva salão de festas Confirmar material utilizado (maquetes, apresentações, etc) Confirmar convidados por telefone Organizar salgado, bebidas, copos, material de apoio data show, extensão, etc. Aplicação do Grupo Focal Entrevista com arquiteto Organização geral dos resultados Tabulação dos resultados Raisa Raisa Caio Caio Caio/Raisa Caio/Raisa Caio Raisa Todos Caio Raisa/Caio Raisa/ Caio 2. Controle da aplicação dos questionários Apto Morador Dia Horário Quem aplica Comentários

166 Lista e horário das pessoas-chave do edifício Síndica Tel/cel Apto Conselheiros Tel/cel Apto Porteiros Tel portaria 4. Quadro dados gerais do objeto de estudo Empreendimento Ano da construção Ano de entrega Endereço Construtora Incorporadora Vendedora Área útil aptos tipo (m²) Área útil aptos cobertura (m²) Área de lazer (m²) Área total (m²) Descrição: Descrição: Descrição: Nº de pavimentos Descrição: Nº de aptos Descrição: Nº de aptos p/ andar Descrição: Nº de vagas de garagem Descrição: Nº de elevadores Descrição: Valor comercializado na época de lançamento. data: R$ U$ Valor comercializado atualmente. data: R$ U$ Nome do síndico Nome do zelador Nome dos porteiros Sistema Construtivo Tipo: Materiais: Projeto de Arquitetura Projeto de Paisagismo Projeto de Decoração Endereço: Endereço: Endereço: MATERIAL GRÁFICO LEVANTADO: Localização do edifício; Implantação do edifício; Plantas pavimentos tipo (incluindo apartamento tipo cobertura); Lay-out - pavimentos tipo (incluindo apartamento tipo cobertura); Planta de cobertura; Cortes, elevações;

167 167 Perspectivas internas e externas do edifício; Perspectivas internas e externas do apartamento; Material publicitário; Memoriais; Fotos atuais do edifício. Visita Técnica 2 São Paulo 26 a 29 de maio de 2014 Pesquisa em campo em edifícios diferenciados ETAPA 1.5 (Identificação de modelos diferenciados e/ou não convencionais de edificios de apartamentos lançados no Brasil e análise do seu processo de projeto, discriminando padrões projetuais) LOCAIS VISITADOS: São Paulo, SP Visita a edifícios diferenciados listados abaixo: Maxhaus Panamby Rua Ventura Ladalardo, 50 - Vila Andrade Maxhaus Mooca Rua Almirante Brasil, Mooca Fidalga 800 Rua Fidalga, 800 Pinheiros Fidalga 727 Rua Fidalga, Pinheiros Edifício 360 Rua Toneleiros, Lapa (altura do nº 580 a 699) Edifício Simpatia Rua Simpatia, Jardim das Bandeiras P.O.P. XYZ Rua Arapiraca, nº 22 - Vila Madalena PESQUISADORES ENVOLVIDOS: Simone Villa (coordenadora da pesquisa) FASE DO PROJETO: Etapa Identificação de modelos diferenciados e/ou não convencionais de edifícios de apartamentos lançados no Brasil e análise do seu processo de projeto, discriminando padrões projetuais. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES: Durante os dias de 26 a 29 de maio de 2014, foi feita viagem à cidade de São Paulo para pesquisa em campo de edifícios diferenciados, conforme previsto no projeto de pesquisa aprovado Etapa 1.5. Estas visitas tiveram como objetivo principal fazer uma aproximação real com edifícios de apartamentos ofertados pelo mercado imobiliário paulistano que apresentavam aspectos diferenciados em sua proposta, tanto formais e funcionais, como materiais. Os objetos foram fotografados e alguns documentos foram obtidos (como plantas e material publicitário). PRINCIPAIS RESULTADOS DA VISITA: Segue abaixo a listagem dos edifícios estudados e sua descrição.

168 168 MAXHAUS PANAMBY São mais 5mil m² de área total, que abrigam 2 torres, 194 apartamentos e conta com áreas comuns e serviços exclusivos Área do terreno: 5.193,00m² Número de unidades: 194 Área privativa: A partir de 70m² Número de torres: 2 Serviços: MaxHaus Café, Lavanderia Coletiva, Sistema Pay-Per-Use de limpeza, Sistema de carro compartilhado, oferta de internet wireless. A contratação dos serviços depende de decisão dos condôminos em reunião condominial. Número de elevadores: 2 Numero de andares: TORRE P 25 TORRE B 24 Vagas: 1 ou 2 Vagas extras: 26 Áreas comuns: MaxHaus Café, Praça Central, Fitness, Sauna, Lounge MaxHaus Café, Playground, Bosque, Lavanderia, Piscina Infantil, Piscina Adulto e Deck Diferenciais do projeto AUTOHAUS Essa tecnologia exclusiva da MaxHaus permite ao morador fazer programações dentro e fora do apartamento para transformá-lo de acordo com a sua vontade. Com um toque, as luzes diminuem de intensidade, as cortinas se fecham, o spot sobre a poltrona se acende, e a música começa a tocar no volume indicado. Para tanto, utiliza-se aplicativo amigável e fácil de acessar. MaxKitchen Cozinha foi criada para ser multifuncional, a começar pela possibilidade de ter quantos tampos quiser e onde quiser, de acordo com as necessidades dos moradores. Além disso, ao lado da cozinha existe um espaço aberto para ser transformado seja uma cozinha maior, uma área de serviços ou até um ambiente para relaxar. MaxSwitch e tomadas com design exclusivo Produzidos em aço inox com design exclusivo, os interruptores MaxSwitch se tornam aparelhos digitais quando integrados ao sistema AutoHaus e se comunicam com a central lógica do apartamento. São passíveis, portanto, de configuração pelo próprio usuário. MaxDoor MaxDoor é um projeto premiado internacionalmente pelo design e funcionalidade. Possui estrutura diferenciada, funções eletrônicas, personalização dos comandos e o exclusivo MaxClé, um controle remoto no lugar da chave. MaxHaus Schindler A alta tecnologia do Schindler ganhou um visual inusitado, pois o fundo do elevador com vidro transparente revela a cada andar uma arte diferente. MaxLight Qualquer que seja o projeto de decoração ou divisão de cômodos, as janelas foram pensadas para se adequar a todos eles. Além disso, a Structural Glazing MaxHaus é uma inovação em design e funcionalidade: são vidros laminados duplos de 1,60m e estrutura em aço escovado. Por fora, são mais leves e modernas. Por dentro, possibilitam maior luminosidade e cuidado acústico em todo o ambiente. Concreto Aparente Os acabamentos em concreto aparente e cimento queimado são diferenciais pela sua beleza e contemporaneidade, além de apresentarem melhor desempenho acústico. MaxBagno Inspirado nos melhores Design Hotels, o MaxBagno já vem com uma das mais avançadas duchas do mundo, com padrão alemão, além de cuba e tampo em cristal, box com pastilha de vidro e piso de mármore piguês importado.

169 169 Fotos MAXHAUS MOOCA São mais de 4mil m² de área total que abrigam 2 torres, 178 apartamentos e conta com áreas comuns e serviços exclusivos Área do terreno: 4.425m² Número de unidades: 178 Área privativa: A partir de 70m² Número de torres: 2 Serviços: MaxHaus Café, Lavanderia Coletiva, Sistema Pay-Per-Use de limpeza, Sistema de carro compartilhado, oferta de internet wireless. A contratação dos serviços depende de decisão dos condôminos em reunião condominial. Número de elevadores: 2 Numero de andares: Torre M 26 Torre C 19 Vagas: 178 Vagas extras: 52 Áreas comuns: Maxhaus Café, Lavanderia, Fitness, Playground e Piscina Adulto. Diferenciais do projeto AUTOHAUS Essa tecnologia exclusiva da MaxHaus permite ao morador fazer programações dentro e fora do apartamento para transformá-lo de acordo com a sua vontade. Com um toque, as luzes diminuem de intensidade, as cortinas se fecham, o spot sobre a poltrona se acende, e a música começa a tocar no volume indicado. Para tanto, utiliza-se aplicativo amigável e fácil de acessar. MaxKitchen Cozinha foi criada para ser multifuncional, a começar pela possibilidade de ter quantos tampos quiser e onde quiser, de acordo com as necessidades dos moradores. Além disso, ao lado da cozinha existe um espaço aberto para ser transformado seja uma cozinha maior, uma área de serviços ou até um ambiente para relaxar. MaxSwitch e tomadas com design exclusivo Produzidos em aço inox com design exclusivo, os interruptores MaxSwitch se tornam aparelhos digitais quando integrados ao sistema AutoHaus e se comunicam com a central lógica do apartamento. São passíveis, portanto, de configuração pelo próprio usuário. MaxDoor

170 170 MaxDoor é um projeto premiado internacionalmente pelo design e funcionalidade. Possui estrutura diferenciada, funções eletrônicas, personalização dos comandos e o exclusivo MaxClé, um controle remoto no lugar da chave. MaxHaus Schindler A alta tecnologia do Schindler ganhou um visual inusitado, pois o fundo do elevador com vidro transparente revela a cada andar uma arte diferente. MaxLight Qualquer que seja o projeto de decoração ou divisão de cômodos, as janelas foram pensadas para se adequar a todos eles. Além disso, a Structural Glazing MaxHaus é uma inovação em design e funcionalidade: são vidros laminados duplos de 1,60m e estrutura em aço escovado. Por fora, são mais leves e modernas. Por dentro, possibilitam maior luminosidade e cuidado acústico em todo o ambiente. Concreto Aparente Os acabamentos em concreto aparente e cimento queimado são diferenciais pela sua beleza e contemporaneidade, além de apresentarem melhor desempenho acústico. MaxBagno Inspirado nos melhores Design Hotels, o MaxBagno já vem com uma das mais avançadas duchas do mundo, com padrão alemão, além de cuba e tampo em cristal, box com pastilha de vidro e piso de mármore piguês importado. Fotos FIDALGA 800 O empreendimento Fidalga 800 está localizado no bairro de Pinheiros, oeste de São Paulo, e proporciona comodidade de morar ou trabalhar a poucos minutos das Estações Faria Lima da Linha Amarela e Clínicas da Linha Verde do metrô. A poucos minutos da Marginal Pinheiros e da Avenida Paulista, o lançamento Fidalga 800 tem como vias próximas as Avenidas Rebouças, Dr. Arnaldo e Brigadeiro Faria Lima, onde estão situados escritórios de grandes empresas, como o Google, o Facebook e o Twiter. Por ser um importante centro comercial, a região de Pinheiros está cercada por agências bancárias. Existe também uma série de opções de padarias, restaurantes e mercados, facilitando a vida dos moradores e trabalhadores da região. Além disso, o local oferece alternativas de academias, farmácias e centros de ensino. O bairro de Pinheiros ainda abriga o Shopping Eldorado e está ao lado do Shopping Iguatemi, dois dos principais de São Paulo.

171 171 2 ou 4 dormitórios 3 a 4 vagas/ apartamento 141 m² a 389 m² de área útil Equipamentos: academia, depósito, piscina descoberta, sauna, serviço de portaria 24 horas. Diferenciais do projeto Eficiência térmica e flexibilidade Para conseguir insolação, luminosidade e vista panorâmica, os arquitetos do escritório Reinach Mendonça Arquitetos Associados criaram uma planta com desenho inusitado e grelhas metálicas nas fachadas laterais. É um prédio residencial que privilegia todos os apartamentos com as mesmas condições de insolação e vista panorâmica da Vila Madalena, em São Paulo. Executada em chapas finas de aço galvanizado, com um quadriculado de 5 x 5 x 5 cm, as grelhas também oferecem privacidade às áreas sociais. A vista foi garantida graças à construção de uma testada de 20 m coincidente com a vista mais bela do local. A volumetria deixa os ambientes sociais de frente para a rua. Ao distribuir os pilares na periferia dos pavimentos, o projeto estrutural possibilita a livre ocupação, pois permite derrubar as paredes internas com total liberdade de layout. Com o terreno íngreme, em aclive, as garagens e o pavimento térreo estão acima do nível da rua. O térreo ganhou 6 m acima e uma vista espetacular, além de jardim e varandas extras, permitidas pela taxa de ocupação adotada, evidencia Henrique Reinach. Ao estudar a região o escritório estabeleceu sete pavimentos: Essa decisão conferiu pés-direitos mais altos. Acrescentamos, ainda, uma unidade com perfil de casa no térreo, finaliza. Fotos

172 172 FIDALGA 727 O Fidalga 727 é um projeto conceitual do escritório Triptyque, localizado em uma rua sem saída na Vila Madalena. No ano passado, o projeto foi escolhido para integrar a Bienal de Arquitetura de Veneza. De qualquer ângulo, encontra-se um Fidalga 727 diferente: o posicionamento das janelas jamais se repete, o que torna cada apartamento único. Do lado de dentro, os apartamentos também possuem plantas diferentes, pois são projetados junto com o proprietário. O prédio tem casa, lofts, apartamentos e coberturas, de 79 a 281 m². Arquitetos:Triptyque Ano: 2009 Área construída: 2000 m² Tipo de projeto: Residencial Status: Construído Estrutura: Concreto Localização: São Paulo, Brasil Implantação no terreno: Isolado Arquitetos: Greg Bousquet, Carolina Bueno, Guillaume Sibaud e Olivier Raffaelli Chefe de Projeto: Bruno Simões Diferenciais do projeto Flexibilidade e Projeto arquitetônico contemporâneo Localizado num bairro de classe média que está passando por constantes transformações, o projeto uma torre de habitação padrão é alimentado pela complexidade formal e textual do local em vez de constituir uma reformulação do modelo de residência tradicional paulistano. A fragmentação do corpo do edifício é feita em três partes para uma melhor integração da área de lazer e das circulações verticais e horizontais, e uma pequena praça na área frontal é devolvida ao espaço urbano. As unidades habitacionais são empilhadas de acordo com uma variação não-linear e nãomodular de tipologias e janelas, dando ao edifício a sua aparência, marcada pela utilização de materiais simples e urbanos (predominantemente asfalto negro). O design dos apartamentos, por sua vez, segue os seguintes princípios: Acesso individual pelo portão externo; Um apartamento por andar, enfatizando a visão / ventilação de 300 graus; Um elemento arquitetônico fora do comum por apartamento (terraço, cobertura duplex com jardim); Janelas diferentes em cada unidade; Planta livre permitindo diferentes divisões internas modulação hidráulica e distribuição elétrica (electrical plugs distribution). Fotos

173 173 EDIFÍCIO 360 Em um dos pontos mais altos de São Paulo, o 360º tem um conceito contemporâneo e totalmente cosmopolita. O projeto conquistou o prêmio internacional Future Projects Award da Architectural Review, conceituada revista inglesa. Também ganhou a categoria Residenciais e a Overall Winner o melhor entre todas as categorias. É a primeira vez que o Brasil recebe este prêmio. O 360º tende a tornar-se uma referência na cidade. Local: SP, Brasil Início do projeto: 2009 Conclusão da obra: 2013 Área do terreno: m² Tipologia: Residencial Materiais predominantes: Aço / Alumínio / Concreto / Vidro Diferenciais técnicos: Design Em total harmonia com o conforto, os apartamentos possuem seis metragens diferentes 127 m², 154 m², 170 m², 200 m² e 250 m², além de duas coberturas de 446 m². Foram priorizados espaços ventilados e com iluminação natural, vinda das amplas janelas da sala e dos quartos, que acompanham o comprimento das paredes na horizontal. A varanda dispensa os atributos de uma varanda gourmet, uma vez que não há churrasqueira, forno de pizza ou cozinha de apoio. Elas são contemplativas, como áreas ao ar livre totalmente integradas ao living (quando aberto). As salas-varanda ocupam cerca de 25% da área privativa. Uma metragem que varia de acordo com o tamanho das unidades. Para completar, um espelho d água percorre todo o prédio e, de alguns ângulos, é possível admirar a água desaguando no horizonte. Diferenciais do projeto Flexibilidade e projeto arquitetônico contemporâneo Com fachadas dinâmicas, visão privilegiada da cidade e amplas varandas, o empreendimento 360º faz parte de uma leva de construções humanizadas e contemporâneas. As diversas metragens das plantas oferecidas pelo edifício favorecem não só o desenho do prédio, em formato de várias caixas sobrepostas irregularmente, mas o moderno perfil dos moradores. Em sintonia com o mercado, os apartamentos menores carecem de dependência de empregada; em contrapartida, oferecem uma lavanderia coletiva de uso do condomínio equipada com máquina de lavar e de secar, além de tábuas de passar. Em sintonia com o mundo conectado, uma working station com três computadores funciona ao lado da área de serviço. Assim, enquanto se aguarda a máquina lavar a roupa, é possível fazer uma pesquisa na Internet, conferir s e fazer até uma reunião de trabalho. Há, ainda, uma piscina em formato de raia, sauna, fitness, parque infantil e brinquedoteca.

174 174 Fotos EDIFÍCIO SIMPATIA Arquitetos: Gruposp - Alvaro Puntoni, João Sodré, Jonathan Davies Ano: 2011 Área construída: 3000 m² Área do terreno: 820 m² Endereço: Rua Simpatia, 236, Pinheiros São Paulo Brasil Tipo de projeto: Habitacional Status: Construido Estrutura: Concreto Colaboradores: André Luiz Tura Nunes, Isabel Nassif Cytrynowicz, Rafael Murollo, Rodrigo Ohtake, Tatiana Ozetti Diferenciais do projeto Densidade e vazio A cidade de São Paulo é marcada por sua densa ocupação que neblina a percepção seja de sua topografia original, seja dos seus poucos espaços não ocupados, sobretudo aqueles definidos e configurados pelo sítio original, pelos fenômenos geográficos. Um dos desafios para os arquitetos neste século talvez seja insistir a construção do vazio como quem abre clareiras e possibilita novas dimensões e espaços para o convívio em nossa cidade. Este edifício se insere nesta tese. Construção da topografia O edifício serve-se da topografia acidentada, a situação típica de vale, que existe entre a rua Simpatia no nível mais alto e a rua Medeiros de Albuquerque no nível mais baixo definindo a ocupação em

175 175 dois blocos: um superior e aéreo a estrutura habitacional e outro inferior e arraigado os serviços e espaços dos automóveis. Entre estes dois blocos: um espaço, uma laje livre, acessada por uma passarela, possibilita que se possa olhar de forma desimpedida para a vertente oposta do vale. Desenho do movimento no espaço: caminhando entre as árvores Por estar pairando sobre o pátio inferior, as copas das árvores frutíferas do jardim envoltório estão no nível de quem circula no pátio de acesso. Uma vez ultrapassada a porta de vidro, o espaço não se fecha, pelo contrário, insiste em permanecer aberto para a vista e para um jardim aquático que marca o espaço vazio existente no meio do edifício, para onde se abrem os elevadores e escadas. No seu extremo, uma sala avarandada de uso coletivo dos moradores aberta para a paisagem, seja para festas ou encontros, encerra o passeio e permite ainda o acesso à piscina situada no pátio inferior. Apartamentos como expressão dos moradores Os apartamentos são, na verdade, espaços vazios: planos abertos onde os moradores podem conformar os ambientes de acordo com suas necessidades e desejos. Estão organizados em dois blocos opostos, Simpatia e Medeiros, com conformações e vistas diferenciadas, mas ambos oferecem múltiplas formas de ocupação, conforme as necessidades de vida de seus usuários. Esta diversidade se expressa na aleatoriedade das aberturas das faces norte e sul que sublinham a singularidade de cada apartamento. Nas faces leste e oeste, planos de vidros na extensão total das unidades marcam a presença do edifício na paisagem urbana. Espaços de convívio O bloco de circulação vertical (escadas e elevadores) entre os dois apartamentos abre-se para varandas voltadas para o vazio interno como continuidade espacial do pátio de acesso. Junto a cada unidade se alarga e oferece um espaço de encontro e convivência para entrar nas unidades. Gentileza urbana No pátio inferior a piscina está solta sobre o terreno, bordejando o jardim junto à rua Medeiros de Albuquerque. Mais uma vez se estabelece uma relação com a copa das árvores. Sob esta estrutura, com acesso no 1º subsolo, uma lavanderia se abre para o jardim. Junto à rua o edifício oferta à cidade por meio do recuo dos fechamentos da divisa um banco, uma árvore, uma pequena praça para cidade. Fotos

176 176 EDIFÍCIO P.O.P XYZ O P.O.P XYZ é um prédio com apartamentos, casas com jardim, coberturas e, assim como a Vila Madalena, com outros equipamentos: duas lojas no térreo e duas praças, uma na frente da portaria e outra junto às lojas. Projeto de Arquitetura: Triptyque Projeto de Paisagismo: André Paoliello Área do Terreno: m² Número de Unidades: 45 unidades residenciais e 2 lojas Metragens: 53 m², 81 m² e cobertura de 129 m² Área comum: lounge, academia, lavanderia e bicicletário Endereço: Rua Arapiraca, 22 - Vila Madalena Diferenciais do projeto Áreas comuns e preço de mercado Para compensar a falta de espaço nos apartamentos de metragem baixa, empreendimentos valorizam áreas comuns do condomínio, mas com custo muito elevado. O P.O.P XYZ tem esse mesmo perfil, com assinatura de grife, do escritório Triptyque, mas o preço de sua metragem está sendo divulgado como igual ao de outros edifícios do bairro (R$ 11 mil por metro quadrado). As unidades têm entre 50 metros quadrados e 70 metros quadrados. A ideia é fazer da área comum, incluindo os corredores e os halls do prédio, uma espécie de extensão de cada lar, incluindo áreas com estações de trabalho. Flexibilidade Destinado a famílias menores, incluindo pessoas que moram sozinhos, o projeto permite a reconfiguração interna dos ambientes conforme a necessidade de cada perfil. Assim, a flexibilidade é um dos diferenciais do projeto. Fotos Visita Técnica 3 Ribeirão Preto 19 a 22 de junho de 2014 Aplicação da avaliação em estudos de caso ETAPA 2.4 (Aplicação dos estudos de caso na cidade de Ribeirão Preto) LOCAIS VISITADOS: Ribeirão Preto, São Paulo Estudos de caso.

177 177 Edifício Prima Vista II Rua Eng. Guaraci Ribeiro Monteiro, 1350 Bairro Nova Aliança Edifício Panoramic Rua Braz Olaia Acosta, 1635 Bairro Nova Aliança PESQUISADORES ENVOLVIDOS: Simone Villa: coordenadora geral Caio Alves: aplicação dos questionários nos edifícios estudados Camila Cardoso: aplicação dos questionários nos edifícios estudados Maria Júlia: aplicação dos questionários nos edifícios estudados Raisa Gonçalves: aplicação dos questionários nos edifícios estudados FASE DO PROJETO: Etapa Aplicação dos estudos de caso nas cidades estudadas PRINCIPAIS RESULTADOS DA VISITA: Aplicação dos métodos de APO nos estudos de caso elencados para a cidade de Ribeirão Preto questionários, entrevistas, Walkthrough e grupo focal. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES: A viagem teve o objetivo de fazer uma Análise Pós-ocupação em dois empreendimentos de Ribeirão Preto SP: o Condomínio Clube Panoramic e o Residencial Prima Vista, ambos localizados na zona sul da cidade. A análise contou com aplicação de questionário para os moradores, entrevistas com pessoas chaves (zelador e síndico), Walkthrough e grupo focal. Saímos de Uberlândia/ MG no dia 19 de junho de 2014 pela manhã, chegando em Ribeirão Preto às 13hs. Assim, iniciamos a aplicação dos questionários no Condomínio Panoramic. Os pesquisadores se dividiram em duplas para explicar a pesquisa aos moradores, aplicar os questionários e convidá-los para o grupo focal que aconteceu no sábado (21/06/2014). Neste dia, conseguimos metade da amostragem mínima necessária para a tabulação dos dados. Foram deixados alguns questionários com os moradores para serem entregues respondidos na portaria. No dia 20 de junho, visitamos o Residencial Prima Vista II pela manhã. Aplicamos parte dos questionários e convidamos os moradores para o grupo focal. Junto a isso foi feito o registro fotográfico do edifício e de suas áreas comuns (Figura 135). Após visitar todos os apartamentos, notamos que parte dos moradores estava viajando e outros trabalhando no período da manhã. Diante disso, ficamos na portaria durante o horário de almoço para convidar os moradores que ali passavam para participarem da pesquisa. Figura 135 Imagens do Residencial Prima Vista II

178 178 Neste mesmo período, dois pesquisadores foram para o Condomínio Panoramic a fim de aplicar mais questionários. Além disso, foi feito o registo fotográfico das áreas comuns deste empreendimento (Figura 136). Figura 136 Imagens do Condomínio Clube Panoramic Após o almoço deste mesmo dia, ainda aplicamos questionários, mas o enfoque foi organizar o grupo focal no Edifício Prima Vista II para realizá-lo às 19 horas (Figura 137). Ligamos para os moradores que se interessaram para confirmar presença e assim realizamos o grupo que contava com seis dinâmicas, envolvendo: o porquê de morar naquele edifício, sugestões visuais de outros padrões de apartamentos nacionais e internacionais, maneiras de flexibilizar o espaço e classificação qualitativa dos ambientes de sua residência. Todas elas foram realizadas e os moradores que participaram demonstraram bastante interesse no que foi discutido. Ao final, foi servido um coffe break. Figura 137 Imagens do Grupo Focal no Residencial Prima Vista II Na parte da manhã do sábado (21/06/2014), visitamos o edifício Prima Vista II para recolher os questionários que foram entregues aos moradores. Havia uma

179 179 grande parte de questionários que faltava ser entregue, desse modo, continuamos até meio dia no local para recolher diretamente com os moradores que provavelmente chegariam para o almoço. Paralelo a isso, complementamos o registro fotográfico com imagens do apartamento térreo da moradora Heloisa, mostrando a configuração do ambiente, principais problemas nos materiais, dimensão dos cômodos e suas divisões. Durante à tarde, toda a atenção foi voltada para o grupo focal que se realizaria no edifício Panoramic (Figura 138). Primeiramente, fomos até ao empreendimento para preparar o salão de festas com as dinâmicas propostas no grupo. Depois que a estrutura já estava montada, começamos a ligar para os moradores que haviam se interessado na reunião a fim de confirmar sua presença. Às 16 horas, iniciamos o grupo focal com três moradores do local. Na primeira atividade, os moradores eram situados acerca do projeto de pesquisa em que estavam participando, bem como sua importância. Depois, eles participavam das mesmas seis dinâmicas aplicadas no primeiro estudo de caso. Por fim, foi servido um coffee break para os participantes. Figura 138 Imagens do Grupo Focal no Condomínio Clube Panoramic No domingo, reservamos o dia para finalizar todas as atividades da pesquisa em Ribeirão Preto. Na manhã, retornamos ao Prima Vista II para receber mais questionários e solicitamos ao porteiro, Jorge, que nos ajudasse recolhendo os que fossem sendo entregues pelos moradores na portaria, pois, posteriormente, os recolheríamos. Depois disso, passamos no Condomínio Panoramic para recolher mais questionários respondidos pelos moradores, fechando assim a amostragem mínima de respostas necessárias sobre os apartamentos. Após o almoço, nos direcionamos à rodoviária para embarcar no ônibus das 15 horas da tarde, retornando à Uberlândia. Visita Técnica 4 Ribeirão Preto 02 a 04 de julho de 2014 Finalização da avaliação em estudos de caso ETAPA 2.4 (Aplicação dos estudos de caso na cidade de Ribeirão Preto) LOCAIS VISITADOS: Ribeirão Preto, São Paulo Estudos de caso. Edifício Prima Vista II Rua Eng. Guaraci Ribeiro Monteiro, 1350 Bairro Nova Aliança Edifício Panoramic Rua Braz Olaia Acosta, 1635 Bairro Nova Aliança PESQUISADORES ENVOLVIDOS: Simone Villa (coordenadora da pesquisa)

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