PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES PROJETO PÓS-GRADUANDOS NA ESCOLA
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- Aurélia Palha Caires
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1 PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES PROJETO PÓS-GRADUANDOS NA ESCOLA Inclusão Escolar: reflexão e mão na massa Marcos Rodrigo Louvem da Rosa São Paulo
2 Apresentação e Justificativa O acesso de educandos público-alvo da educação especial desestabiliza a concepção tradicional de educação da escola. Tal fato exige dos educadores reflexão, planejamento e formação, o que também possibilita a ressignificação de seu trabalho. Para a inclusão se efetivar, os docentes necessitam de formação continuada, recursos materiais e apoios técnicos, pedagógicos e burocráticos. Somente assim, os educadores poderão refletir sobre os benefícios que a inclusão traz para a escola e para a sociedade. (CERETTA, 2011). É preciso considerar, sobretudo, que [...] a inclusão é mais que um modelo para a prestação de serviços de educação especial. É um novo paradigma de pensamento e ação no sentido de incluir todos os indivíduos em uma sociedade na qual a diversidade está se tornando mais norma do que exceção (SKRTIC, 1994 apud STAINBACK; STAINBACK, 1999, p. 31). Quando a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo (SME-SP) opta por apoios terceirizados, como auxiliar de vida escolar (AVE), que auxilia na higiene e alimentação e estagiários (estudantes de pedagogia) para acompanhar alunos com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento (TGD), bem como atendimento educacional especializado no contraturno, muitos educadores entendem que cabe a esses profissionais desenvolver o processo inclusivo. Todavia, a escola inclusiva, assim como a sociedade inclusiva, envolve uma mudança de paradigma de pensamento, de concepção de ser humano e de coletividade, trazendo em si um árduo trabalho de reflexão sobre a convivência humana, o ensinar e o aprender. Essa mudança de paradigma refere-se principalmente à forma como os sistemas de ensino concebem e se relacionam com a diferença (CAVALCANTI, 2007). A aceitação da diversidade (de gênero, de orientação sexual, de nacionalidade, de raça, de linguagem de origem, de classe social, de nível de aquisição educacional e para com a pessoa com deficiência), da alteridade, deve ser postura atitudinal de base nas relações 2
3 escolares. Fundar essa celebração da diferença, reconhecendo-a como enriquecedora da cultura é a tarefa da educação contemporânea (MITTLER, 2003, citado por CAVALCANTI, 2007). A educação especial, valendo-se de serviços diversificados, deve proporcionar a igualdade de oportunidades, atendendo assim as individualidades dos educandos. Nesse sentido, apresenta-se como um desafio aos educadores, necessitando que estes busquem caminhos e possibilidades, ordenando uma série de ações e criando facilidades a partir de promoção de recursos educacionais (MAZZOTTA, 1982). A formação continuada do professorado visando ao rompimento de barreiras, as quais impedem a plena participação dos educandos nas diversas atividades educacionais é recurso imprescindível para o desafio da inclusão. E nesse ínterim, a compreensão do modelo social de deficiência, o qual não se baseia exclusivamente no aluno e nos seus defeitos, mas sim se volta para o meio, que o oprime e incapacita (CAVALCANTI, 2007), auxilia o educador a refletir e repensar sua prática. Além disso, lidar com casos reais do cotidiano escolar aproxima teoria e prática, possibilitando reflexos imediatos na prática do professor. Objetivo Apresentar o modelo social de deficiência, o qual considera que as maiores dificuldades para o desenvolvimento do estudante com deficiência advêm das barreiras impostas pelo meio social. Identificar e eliminar essas barreiras, principalmente a atitudinal, através de casos vivenciados pelos docentes em seu cotidiano escolar. Metodologia da formação Em três encontros de duas horas, pretendemos debater e construir coletivamente os conceitos de diferença, exclusão, deficiência e rompimento de barreiras. No primeiro encontro trataremos da diferença e da exclusão e no segundo, da deficiência e do rompimento de barreiras. No terceiro encontro, a partir de casos de ensino apresentados pelos docentes, conceituaremos juntos o rompimento de barreiras para a plena participação dos estudantes. 3
4 Incialmente, pretendemos considerar as individualidades dos educadores e suas trajetórias profissionais. A partir dessa conversa, valorizando os diferentes saberes que trazem, passamos a conceituar a diferença e o estigma, segundo concepção de Goffman (1988). Realizaremos uma reflexão sobre a diferença e as personalidades deterioradas pela exclusão social. No segundo encontro, por sua vez, apresentaremos o modelo social de deficiência e as contribuições da Convenção Internacional dos direitos das pessoas com deficiência (BRASIL, 2008). Em seguida, apresentaremos o gênero caso de ensino e os docentes, em grupos, construirão os seus próprios casos. No terceiro encontro, lidaremos com casos de ensino apresentados pelos próprios professores. A partir dos exemplos reais, trabalharemos em conjunto o rompimento de barreiras para a plena participação dos educandos. Utilizaremos aulas dialógicas, projeção em Datashow de imagens, vídeos e trabalhos em grupo. Perfil do Formador Formado em Letras (FFLCH/USP). Mestrando da linha de Educação Especial na Faculdade de Educação da USP. Atua como professor de apoio e acompanhamento à inclusão - Paai na Prefeitura Municipal de São Paulo. Referências BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Marcos político legais da Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília, DF, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, 2008 CAVALCANTI, A. M. L. A inclusão do aluno com deficiência mental no ensino médio: um estudo de caso. 158 f. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, Disponível em: < Acesso em 13 out
5 CERETTA, L. M. Alunos com necessidades educacionais especiais do ensino médio: percalços da invisibilidade. VII Encontro da Associação brasileira de pesquisadores em educação especial. Londrina: Nov., 2011, p GOFFMAN, Erving. Estigmas, Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan, S.A. 4ª edição GUARIDO, R.L. O que não tem remédio, remediado está : medicalização da vida e algumas implicações da presença do saber médico na educação. Dissertação (Mestrado em Educação) Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo,2008. STAINBACK, Susan.; STAINBACK, William. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas Sul,
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