Aula 1 PF 2013 Criminologia Teoria e Exercícios Comentados Aula 1 - PF 2013 Criminologia Teoria e Exercícios Comentados.

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1 Aula 1 - PF 2013 Criminologia Olá amigos, Inicialmente gostaria de manifestar minha felicidade em fazer parte de seu projeto profissional e espero ser um auxiliar presente em sua caminhada para a vitória. Meu nome é, atualmente advogado e professor de Processo Penal, Direito Penal e Direito Constitucional nas Faculdades Doctum e Estácio de Sá de Juiz de Fora, onde também tive a grata experiência como professor da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora/MG -, minha cidade por adoção 1, onde também leciono em vários cursos preparatórios para concursos desde o ano de Atuo ainda como professor em cursos preparatórios virtuais sediados na cidade do Rio de Janeiro, meu grande recanto familiar e também profissional. Desde minha formação acadêmica, foquei meus estudos para área pública, sendo brindado, ainda antes de minha colação de grau, 1 Pois, apesar de brasileiro nato, nasci na cidade do Panamá situada no país Panamá na América Central. Sendo filho de pais brasileiros, fui registrado na Embaixada Brasileira e vim para o Brasil ainda bebê, com apenas dois anos de idade. Morei no Rio de Janeiro por toda minha infância e me mudei para Juiz de Fora na adolescência, onde, hoje, felizmente, construo minha vida com minha esposa e minha cadelinha. 1

2 com a aprovação para o cargo de Delegado de Polícia no concurso da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, promovido em Minha experiência como Delegado de Polícia contribuiu para o meu ingresso na carreira docente, o que, rotineiramente, tem me dado ótimos frutos, como a aprovação de vários de meus alunos em concursos, principalmente nas áreas policial (nível médio e superior) e jurídica como para o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil e para os Tribunais Regionais Federais e de Justiça desse nosso país continental. Quem já ministrou aulas sabe bem como é gratificante ter um aluno logrando aprovação em concursos públicos, pois a vitória dele é também a nossa vitória. Outra felicitação (outro fruto) é a de que, muito em breve, no início do ano de 2013, terei minha obra de Direito Processual Penal publicada pelo Grupo Gen, respeitado grupo editorial do qual fazem parte a tradicional editora Forense, e a inovadora editora Método. A obra será intitulada: Processo Penal Sistematizado e está em fase de conclusão editorial. Para você, estudante, leitor, candidato, conhecer melhor o expositor da presente aula, apresentarei, logo abaixo, um breve currículo com os dados que reputo mais interessantes para a aproximação de nossa relação e o ajustamento do nosso trabalho. Antes, porém, parafraseando meu amigo e professor Décio Terror, lembro que: Críticas ao material e à abordagem do professor são sempre bem-vindas e não há qualquer melindre em recebê-las, mesmo porque o foco é seu aproveitamento e Você tem todo o direito de sugerir, questionar, solicitar mais explicações, mais questões etc. 2

3 Professor de Ciências Penais e Direito Constitucional das Faculdades Doctum e Estácio de Sá Professor de Processo Penal e Prática Penal da Universidade Federal de Juiz de Fora UFJF/MG. Professor de Direito Constitucional, Direito Penal e Processo Penal em cursos preparatórios de Juiz de Fora/MG e Rio de Janeiro/RJ. Professor de Direito Penal e Processo Penal do Ponto dos Concursos no curso Discursivas OAB. Advogado e Consultor Jurídico. Pós-Graduado em Ciências Penais pela Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF- (MG) Delegado de Polícia em Minas Gerais. Outras informações importantes: A) 22/01/ /05/2006 Curso de Formação de Delegado da Policia Civil do Estado de Minas Gerais. Portaria Nº 005/ACADEPOL/PCMG/ Concurso Público - Provimento 2005/1 Delegado de Polícia, ( B) 06/2006 Aprovado em Concurso Público para o cargo de Delegado de Polícia em Minas Gerais. C) 02/2007 Aprovado em Concurso Público para o cargo de Analista Judiciário da Justiça Federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (Disponível em: o_reda_juiz_de_fora.pdf publicado no Diário Oficial da União - Seção 3, de 28/02/2007). D) 03/2007 Aprovado em Concurso Público para o cargo de Analista Processual do Ministério Público Federal (Disponível para consulta pelo CPF em: Edital Publicado no Diário Oficial da União, edição de 30 de março de E) Aprovado no 3º Concurso Público para o cargo de Defensor Público da União em 16 de maio de 2008, resultado disponível em: - subjudice. Endereço para acessar o CV do autor: Bom, nosso propósito aqui é expor os pontos primordiais da Criminologia, necessários para sua aprovação no concurso para o cargo de Delegado Federal da Polícia Federal. Assim, exporemos nossas aulas com base no edital atual (Cespe 2013). A programação será a seguinte: 3

4 Criminologia para o cargo de Delegado Federal da Polícia Federal. Aula 1: 1 Criminologia. 1.1 Conceito. 1.2 Métodos: empirismo e interdisciplinaridade. 1.3 Objetos da criminologia: delito, delinquente, vítima, controle social. Aula 2: Objetos da criminologia:... controle social. Aula 3: 3 Modelos teóricos da criminologia. 3.1 Teorias sociológicas. Aula 4: 3.2 Prevenção da infração penal no Estado democrático de direito. 3.3 Prevenção primária. 3.4 Prevenção secundária. 3.5 Prevenção terciária. 3.6 Modelos de reação ao crime. Estabelecida essas premissas, vamos ao conteúdo, vamos ao estudo introdutório da Criminologia, disciplina cada vez mais frequente em concursos da carreira policial. Aula 1: Aula 1: 1 Criminologia. 1.1 Conceito. 1.2 Métodos: empirismo e interdisciplinaridade. 1.3 Objetos da criminologia: delito, delinquente, vítima, controle social. Criminologia Praticada uma infração penal, nasce para o Estado o deverpoder de punir adequadamente o autor da infração. Isso, já sabemos, diante do estudo das ciências jurídicas. 4

5 Ocorre que para a realização de uma infração penal vários acontecimentos internos e externos ao direito contribuem para a deflagração da situação desviante. Nesse contexto, mais abrangente, se coloca a Criminologia a discutir o problema da criminalidade, agregando para isso argumentos que ultrapassam o direito, na busca da constatação e solução do contexto que envolve o crime, aliás, como se verá, não só o crime, mas também a vítima, o criminoso, e as formas de controle social. A princípio devemos estabelecer as interseções entre o Direito Penal, ciência do Direito mais próxima da Criminologia, numa ótica que se costuma dizer totalizante das ciências criminais. Para isso iniciaremos o curso abordando a definição de direito penal para então chegar à criminologia, alertando desde já que a referida ordem tem por finalidade, exclusivamente, a didática, pois não se quer hierarquizar as referidas ciências, que são, registre-se desde logo, complementares. Definição de Direito Penal: Na definição de uma das principais ciências da esfera Penal (o Direito Penal), encontram-se várias acepções, todas corretas no âmbito e na ótica que se propõe analisar o referido ramo do Direito. Inserido na polissemia que a expressão Direito Penal pode encartar, vale sempre informar ao destinatário da lição, sob qual ótica elaboramos a definição de Direito Penal. Nesse aspecto, lapidar é a exposição do professor Arthur de Brito Gueiros Souza (inspirado nas lições de Pablos de Molina Garcia) a respeito da definição dinâmica e estática do direito penal: Dinâmica: Direito Penal é o mais intenso mecanismo de controle social formal, por intermédio do qual o Estado, mediante um determinado sistema normativo, castiga com sanções negativas de 5

6 particular gravidade as condutas desviadas mais nocivas para convivência, objetivando, desse modo, a necessária disciplina social e a correta socialização dos membros do grupo. Estática: Considera-se Direito Penal como sendo o conjunto de normas jurídico públicas que definem certas condutas como delito e associam às mesmas penas e medidas de segurança, além de prever outras consequências jurídicas. 2 Por fim, se encontra uma definição mais comum no âmbito doutrinário clássico que, do ponto de vista formal, define o Direito Penal como o conjunto de normas que interpretam e sistematizam o ius puniendi, que, por sua vez, compreende três aspectos: 1) Poder de ameaçar com pena. 2) Direito de aplicar a pena. 3) Direito de executar a pena. Recentemente tem se notado uma crescente preocupação dos editais de concursos público, e até mesmo do Exame de Ordem, em cobrar o conteúdo abrangente das Ciências Penais, relacionando tópicos como a Criminologia, o que nos felicita de maneira impar, pois sempre tivemos como lema, principalmente em sala de aula, que o Direito Penal sem a Criminologia é uma orquestra sem maestro, um soldado isolado, uma ciência sem laboratório. Daí pensamos ser importante apresentarmos as Relações do Direito Penal e do Processo Penal com a Criminologia, refletindo sobre a denominada nova ciência total do Direito Penal); 2 SOUZA, Arthur de Brito Gueiros, Curso de direito penal: parte geral / Arthur de Brito Gueiros Souza, Carlos Eduardo Adriano Japiassú. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012, p

7 Primeiramente importa definir o que vem a ser criminologia, disciplina nem sempre presente nos currículos das faculdades de Direito do país, mas que vem ganhando destaque nas provas e exames do país, à exemplo do que ocorre agora no concurso para o cargo de Delegado Federal. Conceito de Criminologia concurso: Sobre a definição de Criminologia, já foi perguntado em 2013 VUNESPE PAPILOSCOPISTA POLICIAL PC-SP Contemporaneamente, a criminologia é conceituada como a) uma ciência empírica e social que estuda o criminoso, a pena e o controle social. b) uma ciência empírica e multidisciplinar que estuda as formas como os crimes são cometidos. c) uma ciência empírica e interdisciplinar que estuda o crime, o criminoso, a vítima e o controle social. d) uma ciência jurídica e interdisciplinar que estuda as formas como os crimes são cometidos. e) uma ciência jurídica e multidisciplinar que estuda o crime, o criminoso, a pena e a vítima. Gabarito: C Por criminologia entendemos uma ciência mais ampla e interdisciplinar que o direito penal e processual penal. Sua utilidade tem se demonstrado cada vez mais evidente, conforme se verifica no estudo moderno da dogmática penal e processual penal. 7

8 Na oportunidade, informamos que adotamos o seguinte conceito de criminologia moderna: Ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo, e que trata de subministrar uma informação válida, contrastada, sobre a gênese, dinâmica e variáveis principais do crime, contemplado este como problema individual e como problema social, assim como sobre os programas de prevenção eficaz do mesmo e técnicas de intervenção positiva no homem delinqüente e nos diversos modelos ou sistemas de resposta ao delito. 3 Assim visualizamos o Direito Penal e o Direito Processual Penal como elementos formadores do que se convencionou chamar de Ciência total do Direito Penal. Nos inspiramos, para essa definição, nas lições Lélio Braga Calhau que tratando da denominada Ciência Total do Direito Penal, faz referência as ideias de Franz Von Liszt, Jorge Figueiredo Dias e Claus Roxin. Franz Von Liszt a definia como gesamte Strafrechtswissenschaft propondo uma disciplina completa que fundisse a dogmática, a criminologia e a política criminal. Assim, CALHAU afirma: Política criminal, dogmática jurídico-penal (onde vislumbramos o Direito Penal e Processual Penal) e Criminologa são assim, do ponto de vista científico, três âmbitos autônomos, ligados, porém, em vista do integral processo de realização do Direito Penal, em uma unidade teleológica-funcional 4. Nesse contexto indagamos: O que vem a ser política criminal? Respondemos apontando a lição lapidar da professora Maria Carolina de Almeida Duarte que expõe: 3 GOMES, Luiz Flávio e PABLOS DE MOLINA, Antônio Garcia. Criminologia. 5.ed.rev. e atual.- São Paulo: Revista dos Tribunais, CALHAU, Lélio Braga. Resumo de Criminologia. Niterói, RJ: Impetus, 2009, 4ª edição, p. 25/28. 8

9 Na doutrina estrangeira, Franz v. Liszt, citado por Claus Roxin [22], afirma que a política criminal assinala métodos racionais, em sentido social global, no combate à criminalidade, o que na sua terminologia significava a tarefa social do Direito Penal. Enfim, a política criminal constitui nas expressões lisztianas "a idéia de fim no direito penal". Mireille Demas-Marty [23] se inspira no conceito de Feuerbach, no qual a Política Criminal compreende ao "conjunto de procedimentos através dos quais o corpo social organiza as respostas ao fenômeno criminal", e se caracteriza como "a teoria e prática das diferentes formas do controle social". Dessa forma, a Política Criminal se tornou uma disciplina independente que, ao contrário da Criminologia e da Sociologia Criminal, implica uma pesquisa principalmente jurídica, mas não se limita unicamente ao Direito Penal, o seu estudo abrange outras formas de controle social. Jorge de Figueiredo Dias [24] acentua que a Política Criminal, baseada nos conhecimentos da realidade criminal, naturalística e empírica oriundos da Criminologia, tem o objetivo de dirigir ao legislador recomendações e propor-lhe diretivas em tema de reforma penal. Para o autor [25], o objeto da política criminal não é constituído apenas pela infração penal, mas por todos os fenômenos de patologia social substancialmente aparentados com aquela, sejam de marginalidade social, sejam em último termo numa palavra criada pela 9

10 Criminologia americana de deviance ou "desvio social". Nas suas conclusões, Jorge de Figueiredo Dias [26] assinala que a política criminal tem competência para definir, tanto no plano do Direito constituído, como do Direito a constituir, os limites da punibilidade. Afirma ainda que a dogmática jurídicopenal não pode evoluir sem atenção ao trabalho prévio de índole criminológica e mediação político-criminal. (Grifos deste trabalho). Sobre Política Criminal já se indagou em concurso: 2013 MPE-SC Promotor de Justiça A política criminal do Direito Penal Funcional sustenta, como modernização funcional no combate à criminalidade moderna, uma mudança semântico-dogmática, tal como: perigo em vez de dano; risco em vez de ofensa efetiva a um bem jurídico; abstrato em vez de concreto; tipo aberto em vez de fechado; e bem jurídico coletivo em vez de individual. Gabarito: Certo A questão trata em certa medida do funcionalismo penal, estudado mais detidamente no Direito Penal. Por Direito Penal funcional se reputa aquele que analisa a teoria do crime à luz da política criminal. Assim, temos dois tipos de funcionalismos: 1) Um elaborado pelo professor Claus Roxin, para quem a função do Direito Penal é proteger subsidiariamente os bens jurídicos (Funcionalismo Racional-Teleológico). É entendido como um funcionalismo moderado. 10

11 2) Outro defendido por Günther Jakobs, onde a função do Direito Penal é a garantia da vigência (eficácia) da norma (Funcionalismo Sistêmico). É entendido como um funcionalismo radical. Sobre o tema: "O direito penal moderno é próprio e característico da "sociedade de risco". O controle, a prevenção e a gestão de riscos gerais são tarefas que o Estado deve assumir, e assume efetivamente de modo relevante. Para a realização de tais objetivos o legislador recorre ao tipo penal de perigo abstrato como instrumento técnico adequado por excelência. Por ele, o direito penal moderno, ou ao menos uma parte considerável dele, se denomina "direito penal do risco". GRACIA MARTIN, Luis. Modernización del derecho penal penal y derecho penal del enemigo. Lima: IDEMSA, p MPE-SC Promotor de Justiça Em sede de Política Criminal, o Direito Penal de segunda velocidade, identificado, por exemplo, quando da edição das Leis dos Crimes Hediondos e do Crime Organizado, compreende a utilização da pena privativa de liberdade e a permissão de uma flexibilização de garantias materiais e processuais. Gabarito: Errado Sobre o tema: (...) podemos, seguindo as lições de Jésus-Maria Silva Sánchez, visualizar três velocidades, três enfoques diferentes que podem ser concebidos ao Direito Penal. A primeira velocidade seria aquela tradicional do Direito Penal, que tem por fim último a aplicação de uma pena privativa de liberdade. Nessa hipótese, como está em jogo a liberdade do cidadão, devem ser observadas todas as regras garantistas, sejam elas penais ou processuais penais. Numa segunda velocidade, temos o Direito Penal à aplicação de penas não privativas de liberdade, a exemplo do que ocorre no Brasil com os Juizados Especiais Criminais, cuja finalidade, de acordo com o art. 62 da Lei no 9.099/95, é, precipuamente, a aplicação de penas que não importem na privação da liberdade do cidadão, devendo, pois, ser priorizadas as penas restritivas de direitos e a pena de multa. Nessa segunda velocidade do Direito Penal poderiam 11

12 ser afastadas algumas garantias, com o escopo de agilizar a aplicação da lei penal. Embora ainda com certa resistência, tem-se procurado entender o Direito Penal do Inimigo como uma terceira velocidade. Seria, portanto, uma velocidade híbrida, ou seja, com a finalidade de aplicar penas privativas de liberdade (primeira velocidade), com uma minimização das garantias necessárias a esse fim (segunda velocidade). (Fonte: Eugenio Raúl Zaffaroni e José Henrique Pierangeli afirmam que "a política criminal é a ciência ou a arte de selecionar os bens (ou direitos) que devem ser tutelados jurídica e penalmente e escolher os caminhos para efetivar tal tutela, o que iniludivelmente implica a crítica dos valores e caminhos já eleitos". Em poucas palavras os autores resumem que "a política criminal seria a arte ou a ciência de governo com respeito ao fenômeno criminal" [27]. 5 5 DUARTE, Maria Carolina de Almeida. Política criminal, criminologia e vitimologia: caminhos para um direito penal humanista. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1236, 19 nov Disponível em: < Acesso em: 28 fev

13 Métodos: empirismo e interdisciplinaridade. A Criminologia é tida como uma ciência empírica e interdisciplinar, que se propõe a estudar o crime, a pessoa do infrator, a vítima e as formas de controle social. Desse modo a criminologia encara o problema criminal sob o enfoque de sua gênese, considerando as principais variáveis do crime, analisando o mesmo como um problema individual e social. Para atingir seu intento o criminólogo se socorre de dois métodos básicos: O empirismo e a interdisciplinaridade Logo, se pode dizer que a moderna criminologia não se contenta com conclusões extraídas exclusivamente de teses, de teorias, pois depende de aplicação prática para a devida verificação das propostas solucionadoras do problema criminal. Ademais, a própria forma de abordar um de seus objetos como problema implica na necessária predisposição para solucionar a questão, o que demanda a necessária concatenação, o imprescindível diálogo entre os mais variados setores do conhecimento humano e que acaba por desaguar no que se tem por denominar interdisciplinaridade. Assim, segundo afirmam Luiz Flávio Gomes e Antonio García- Pablos de Molina, a criminologia tida por moderna: a) Parte da caracterização do crime como "problema", ressaltando assim sua base conflitual e enigmática e sua face humana e dolorosa, com as transcendentais implicações de toda ordem que derivam de tal análise; b) Amplia o âmbito tradicional da Criminologia, incorporando em seu objeto as investigações sobre a "vítima" do delito e o denominado "controle social", que deram à noção clássica da Criminologia um moderado giro sociológico, que compensa o 13

14 desmedido biologismo positivista sob cujos auspícios ela nasceu; c) Acentua a orientação "prevencionista" do saber criminológico, frente à obsessão repressiva explícita em outras definições convencionais. Porque interessa prevenir eficazmente o delito, não castigá-lo cada vez mais ou melhor; d) Substitui o conceito de "tratamento", que tem inequívocas conotações clínicas e individualistas, pelo de "intervenção", que possui uma noção mais dinâmica, complexa e pluridimensional, em consonância com o substrato real, individual e comunitário do fenômeno delitivo; e) Destaca a análise e avaliação dos modelos de reação ao delito como um dos objetos da criminologia; f) Não renuncia, porém, a uma análise "etiológica" do delito (da "desviação primária") no marco do ordenamento jurídico como referência última. Com isso se distancia das conhecidas orientações radicais, fortemente ideologizadas, que concebem a Criminologia como mera teoria da desviação e do controle social, (assim, Taylor, Walton e Young, Criminologia crítica, p. 21 e ss.) isto é, como apêndice da Sociologia (teorias da criminalização). A definição sugerida atende, assim, tanto à gênese e etiologia do crime (teorias da criminalidade) como ao exame dos processos de criminalização. 6 Empirismo: A Criminologia, como ciência que é, reúne informações obtidas após a análise e observação da realidade, haja vista seu caráter empírico. Registre-se que a utilização do método empírico não pode permitir ao intérprete concluir que as informações ministradas pela 6 GOMES, Luiz Flávio e PABLOS DE MOLINA, Antonio García. Criminologia, 5.ed.rev. e atual.- São Paulo: Revista dos Tribunais,

15 Criminologia devam ser reputadas como exatas, concludentes ou definitivas. Pelo contrário, justamente por ter como enfoque um problema social, se compromete, dentro do possível, a proceder sua conferencia sob a análise dos mais diversificados ramos do conhecimento. Pode-se inclusive afirmar que o próprio modelo ou paradigma de ciência hoje dominante dista muito do causal-explicativo acolhido pelo positivismo naturalista, com base em pretensões de segurança e certeza. Porque não existe o terreno neutro e pacífico do dado, salvo que se confunda o método empírico com o empirismo crasso ou que se invoque aquele como base de decisões ideológicas já adotadas. O "conhecimento" científico da realidade, por outro lado, é sempre parcial, fragmentado, provisório, fluido e os campos próprios das diversas disciplinas que versam sobre o homem e a sociedade, estreitamente relacionados entre si, se ampliam e se modificam sem cessar. De sorte que o saber empírico, outrora paradigma de exatidão, tornou-se cada vez mais relativo e inseguro: é um saber provisório, aberto. 7 Foi exatamente com a adoção do empirismo como método (adotado pelo positivismo em geral), que a Criminologia adquiriu sua autonomia científica. De fato, como advertiu magistralmente Ferri, a luta de escolas (positivismo versus classicismo) não foi senão um enfrentamento entre partidários do método abstrato, formal e dedutivo (os clássicos) e os que propugnavam pelo método empírico e indutivo (os positivistas). 7 GOMES, Luiz Flávio e PABLOS DE MOLINA, Antonio García. Criminologia, 5.ed.rev. e atual.- São Paulo: Revista dos Tribunais,

16 "Falamos de duas linguagens diferentes - afirmou Ferri, referindo-se aos clássicos. Para nós, o método experimental (indutivo) é a chave de todo conhecimento; para eles, tudo deriva de deduções lógicas e da opinião tradicional. Para eles, os fatos devem ceder seu lugar ao silogismo; para nós, os fatos mandam...; para eles, a ciência só necessita de papel, caneta e lápis, e o resto sai de um cérebro cheio de leituras de livros, mais ou menos abundantes e feitos da mesma matéria. Para nós, a ciência requer um gasto de muito tempo, examinando os fatos um a um, avaliando-os, reduzindo-os a um denominador comum e extraindo deles a ideia nuclear. Para eles, um silogismo ou uma anedota é suficiente para demolir milhares de fatos conseguidos durante anos de observação e análise; para nós, o contrário é a verdade".(ferri, E. Polemica in difesa della Scuola Criminale Positiva, Reimpresso como Studi sulla criminalità ed altri saggi, p. 244.) E conclui Ferri: "A Escola Criminal Positiva não consiste unicamente no estudo antropológico do criminoso, pois constitui uma renovação completa, uma mudança radical de método científico no estudo da patologia social criminal e dos que há de mais eficazes entre os remédios sociais e jurídicos que nos oferece. A ciência dos delitos e das penas era uma exposição doutrinária de silogismos, dados à luz pela força exclusiva da fantasia lógica; nossa escola fez disso uma ciência de observação positiva que, fundando-se na Antropologia, na Psicologia e na Estatística criminal, assim como no Direito Penal e nos estudos penitenciários, chega a ser a ciência sintética que eu mesmo chamo Sociologia Criminal, e assim esta ciência, aplicando o método positivo no estudo do delito, do delinquente e do meio, não faz outra coisa que levar à Ciência Criminal clássica o sopro vivificador das últimas e irrefutáveis conquistas feitas pela ciência do homem e da sociedade, renovada pelas doutrinas evolucionistas".(ferri, E. Polemica in difesa della 16

17 Scuola Criminale Positiva. Cf. García-Pablos de Molina, A. Tratado de criminología, 1999, p. 402 e ss.) 8 O método empírico, pautado na experimentação, é considerado, na atualidade, extensível também ao estudo do comportamento delitivo. O que não exclui a utilidade outro métodos. O método empírico garante um conhecimento mais confiável e seguro do problema criminal desde o momento em que o investigador pode verificar ou refutar suas hipóteses e teorias sobre ele pelo procedimento mais objetivo: não a intuição, nem o mero sentido comum ou a "communis opinio", mas sim a observação. (Uma das aspirações do conhecimento científico é superar a barreira do mero sentido comum, da intuição, da reflexão lógica (método lógicodedutivo), do consenso intersubjetivo. Cf. Serrano Maillo, A. op. cit., p. 29.) 9 Daí se percebe a diferença metodológica entre a Criminologia e o Direito Penal. Enquanto a Criminologia é tida como uma ciência do "ser", empírica; o Direito Penal é uma ciência que impõe comportamento, por isso uma ciência cultural, do "dever ser", normativa por excelência. Logo, no momento em que a Criminologia se serve de um método indutivo, empírico, baseado na análise e na observação da realidade, as disciplinas jurídicas utilizam um método lógico, abstrato e dedutivo. O fato de a criminologia ser uma ciência empírica, não necessariamente implica afirmar que ela é experimental: o método "experimental" é um método empírico, porém, não o único; de outro 8 GOMES, Luiz Flávio e PABLOS DE MOLINA, Antonio García. Criminologia, 5.ed.rev. e atual.- São Paulo: Revista dos Tribunais, GOMES, Luiz Flávio e PABLOS DE MOLINA, Antonio García. Criminologia, 5.ed.rev. e atual.- São Paulo: Revista dos Tribunais,

18 lado, nem todo método empírico tem obrigatoriamente natureza experimental. Por fim devemos registrar que o método empírico não é o único método criminológico. Isso porque a complexidade que envolve o crime é decorrência de um fenômeno humano e cultural, e assim sendo, sua compreensão exige do estudioso uma postura aberta e flexível, capaz de captar as múltiplas dimensões desse profundo problema humano e social. Em que pese o método empírico ter contribuído sobremaneira para a evolução e consolidação da Criminologia como ciência, o referido método foi objeto de numerosas críticas, tanto do ponto de vista epistemológico como ideológico. 10 Entre os argumentos transitavam entre o não cabimento de generalizações, já que o comportamento humano é imprevisível e complexo não se admitindo que fosse possível à uma ciência captar sua essência e seu significado. 11 Não se vislumbrando uma alternativa ao método empírico, sustentam, a maioria dos autores da Criminologia moderna, a busca por método completar ao método empírico e não excludente. É nesse contexto que se vislumbra o princípio interdisciplinar. Assim, a interdisciplinaridade encontra-se significativamente associado ao processo evolutivo de consolidação da Criminologia como ciência autônoma. Nesse âmbito, afirma Nestor Sampaio Penteado Filho: "A criminologia se utiliza dos métodos biológico e sociológico. Como ciência empírica e experimental que é, a criminologia utiliza-se da 10 Cf. SERRANO MAILLO, Alfonso. Introdução à Criminologia. p. 36 e ss. 11 Cf. SERRANO MAILLO, Alfonso. Introdução à Criminologia. p. 37 e ss. 18

19 metodologia experimental, naturalística e indutiva para estudar o delinquente, não sendo suficiente, no entanto, para delimitar as causadas da criminalidade. Por consequência disso, busca auxílio dos métodos estatísticos, históricos e sociológicos, além do biológico". 12 Sobre o tema já se indagou em concurso: 2013 VUNESPE PAPILOSCOPISTA POLICIAL PC-SP Os métodos científicos utilizados pela criminologia são a) métodos experimental e dedutível, como ciência jurídica que são. b) métodos psicológico e sociológico, como ciências empírica e exata que são. c) métodos físico e individual, como ciências social e dedutível que são. d) métodos físico e biológico, como ciência jurídica que são. e) métodos biológico e sociológico, como ciências empírica e experimental que são. Gabarito: E Inúmeras são as disciplinas científicas que se ocupam do crime como fenômeno individual e social. Temos a Biologia (criminal), a Psicologia (criminal) e a Sociologia (criminal). Visando concatenar os métodos peculiares de cada uma dessas ciência com vista ao problema criminal, a criminologia surge como responsável nesse papel de promover um interseção entre os referidos ramos do conhecimento, evitando os riscos dessa complexa formação e galgando uma análise para além da multidisciplinaridade, 12 PENTEADO FILHO, Nestor Sampaio. Manual Esquemático de Criminologia. 2ª edição, São Paulo: Saraiva, 2012, p. 24/25. 19

20 atingindo a denominada interdisciplinaridade. Nesse momento cabe o alerta feitos pelos professores Pablos de Molina e Luiz Flávio Gomes: Mas, a análise científica reclama uma instância superior que integre e coordene as informações setoriais procedentes das diversas disciplinas interessadas no fenômeno delitivo; que elimine possíveis contradições internas e instrumentalize um genuíno sistema de "retroalimentação", 13 conforme o qual cada conclusão particular é corrigida e enriquecida ao ser contrastada com as obtidas em outros âmbitos e disciplinas. Somente por meio de um esforço de síntese e integração das experiências setoriais e especializadas é que cabe formular um diagnóstico científico, totalizador, do crime, mais além dos conhecimentos fragmentados, parciais e incompletos que possam oferecer aquelas, e da perigosa "barbárie dos especialistas", tão acertadamente denunciada por Ortega e Gasset. Logicamente, esta é a função que corresponde à Criminologia, embora o princípio interdisciplinar implique espinhosas dificuldades, tanto do ponto de vista conceitual como operativo. 14 A interdisciplinaridade é assim uma exigência estrutural do saber científico, necessário em virtude da natureza totalizadora deste tipo de saber. Assim, a interdisciplinaridade acaba por afastar qualquer ideia de monopólio, prioridade, ou exclusão entre as disciplinas envolvidas. 13 Vide Rodríguez Manzanera, L. Criminología, p. 42. Qualificando, não obstante, de "obviedade" o debate sobre a "interdisciplinaridade" do método criminológico (e da própria Criminologia como "ciência"); e de "instrumento de ciências" a compreensão desta disciplina como instância superior que coordena e integra as informações setoriais sobre o problema criminal procedentes das diversas ciências, temos Garrido Ge novés, V.; Stangeland, P.; Redondo, S. Principios de criminología, p GOMES, Luiz Flávio e PABLOS DE MOLINA, Antonio García. Criminologia, 5.ed.rev. e atual.- São Paulo: Revista dos Tribunais,

21 Objetos da criminologia: No início da presente aula deixamos antever os objetos de estudo da Criminologia. A título de introdução sobre o tema, apresentamos a seguinte questão: 2011 PC/SP Delegado de Polícia Constituem objeto de estudo da Criminologia a) o delinquente, a vítima, o controle social e o empirismo. b) o delito, o delinquente, a interdisciplinaridade e o controle social c) o delito, o delinquente, a vitima e o controle social. d) o delinquente, a vitima, o controle social e a interdisciplinaridade. e) o delito, o delinquente, a vítima e o método. Gabarito: C A Criminologia, em virtude de sua autonomia científica, apresenta objeto específico. São eles, respectivamente, o Delito, o Delinquente, a Vítima e as formas de Controle Social. Vejamos agora, de forma isolada, os três primeiros objetos de estudo da Criminologia: o Delito, o Delinquente, a Vítima. Lembrando que na próxima aula nos ocuparemos do quarto objeto, qual seja, o Controle Social. A Criminologia tida por moderna se destaca justamente pela ampliação de seu objeto. Assim, enquanto classicamente só se preocupava em estudar o delito e o delinquente, a criminologia moderna encara o problema da criminalidade ampliando seu objeto 21

22 de análise para passar a abarcar em seu estudo: a vítima e as formas de controle social. Delito Como se pode perceber, as primeiras investigações criminológicas versavam quase que exclusivamente sobre a pessoa do delinqüente e sobre o delito. A referida ampliação decorre de uma releitura "qualitativa" do problema criminal, com o consequente deslocamento do interesse criminológico, pautado preponderantemente na analisa da vítima e das formas controle social. Desse modo, a Criminologia tradicional tinha por base um sólido e pacífico consenso a respeito do conceito legal de delito, não o questionado. Nesse contexto apresentavam força impar as teorias etiológicas da criminalidade, que tomavam daquele seu autêntico suporte ontológico; o princípio da diversidade (patológica) do homem delinqüente (e da disfuncionalidade do comportamento criminal); e os fins conferidos à pena, como resposta justa e útil ao delito. Estes constituíam seus quatro pilares mais destacados. 15 Os fundamentos epistemológicos e ideológicos da Criminologia tradicional são assim objeto de releitura da criminologia moderna, de forma que a própria definição de delito e o seu respectivo castigo a pena são concebidos radicalmente como problemáticos, conflitivos, inseguros. Nesse contexto, já se indagou em concurso o seguinte: 15 GOMES, Luiz Flávio e PABLOS DE MOLINA, Antonio García. Criminologia, 5.ed.rev. e atual.- São Paulo: Revista dos Tribunais,

23 Polícia Civil/SP Delegado de Polícia A criminologia é uma ciência que dispõe de leis: a) imutáveis e evolutivas; b) inflexíveis e evolutivas; c) permanentes e flexíveis; d) flexíveis e restritivas; e) evolutivas e flexíveis Gabarito: E Partimos da premissa, embora não informada pela questão, que se queria questionar a respeito da criminologia moderna. Assim, alertamos o candidato que a panorama mudaria se o enunciado da questão afirmasse inicialmente, por exemplo: A criminologia clássica... A criminologia moderna parte de uma reconsideração da "questão criminal", que põe em cheque os postulados, os dogmas da Criminologia clássica à luz dos conhecimentos científicos interdisciplinares da contemporaneidade. Sobre o tema, elucidativas as lições de Pablos de Molina: As teorias estrutural-funcionalistas, as subculturais, as da socialização e da aprendizagem, as do conflito, as interacionistas do labelling approach e outras contribuíram decisivamente para a redefinição dos postulados de um novo modelo. Um novo paradigma que rechaça o conceito jurídico formal de delito, reclamando maiores cotas de autonomia frente ao sistema legal para selecionar seu próprio objeto com critérios rigorosamente científicos (conceito "definitorial" de delito versus conceito "ontológico"); que postula a "normalidade" do homem delinquente, a "funcionalidade" do comportamento "desviado" e a natureza "conflitual" da ordem 23

24 social (frente ao princípio de "diversidade" do infrator, da "patologia" da desviação e ao caráter "consensual" que a Criminologia clássica assinalava à ordem social); e que, ao denunciar a extrema relevância do controle social na gênese da criminalidade (que não "selecionaria" o crime, mas antes o "produziria") e sua atuação discriminatória, sugere um drástico deslocamento do objeto da investigação científica: dos fatores criminógenos (conforme a terminologia das teorias etiológicas convencionais) ao controle social, do delito mesmo, isto é, das variáveis independentes à variável dependente, superando o enfoque etiológico. 16 Como o conceito de delito não interessa somente à Criminologia, pois dele se ocupam outras áreas do saber, como a Filosofia, a Sociologia e o Direito Penal (entre outras), precisamos delimitar o Conceito de Delito para fins criminológicos, o que irá embasar todo o conteúdo a ser exposto no presente curso. De modo a demonstrar a polissemia relacionada ao conceito de Delito, aproveitamos para expor esquematicamente as definições existentes nos mais variados aspectos, com base na obra Criminologia 17, referência atual e indicada para concursos, isso tendo em vista primordialmente sua aptidão para a completude: 16 García-Pablos, A. Tratado de Criminología, cit., p. 90 e ss. Contrapondo dois modelos criminológicos, o "positivista" e o "crítico", Baratta, A. "Criminología y dogmática Penal. Pasado y futuro del modelo integral de la Ciencia Penal", in Papers, Revista de Sociología, n. 13, p. 17 e ss. Apud GOMES, Luiz Flávio e PABLOS DE MOLINA, Antonio García. Criminologia, 5.ed.rev. e atual.- São Paulo: Revista dos Tribunais, GOMES, Luiz Flávio e PABLOS DE MOLINA, Antonio García. Criminologia, 5.ed.rev. e atual.- São Paulo: Revista dos Tribunais,

25 O Direito Penal, por exemplo, serve-se de um conceito formal e normativo, imposto por exigências inexoráveis de legalidade e segurança jurídica: delito é toda conduta prevista na lei penal e somente a que a lei penal castiga. Assim, o "positivismo criminológico" para citar somente uma de suas inumeráveis construções, em seu intento de formular um conceito "material" de crime, independentemente de toda variável espacial, temporal e legal, criou a imprecisa expressão "delito natural", que Garófalo definiria como "uma lesão daquela parte do sentido moral, que consiste nos sentimentos altruístas fundamentais (piedade e probidade) segundo o padrão médio em que se encontram as raças humanas superiores, cuja medida é necessária para a adaptação do indivíduo à sociedade"; (Garófalo, R. Criminología, 1885, p. 30 e ss.) outros autores, no entanto, realçam a nocividade social da conduta ou a periculosidade do seu autor. (Sobre outras noções "materiais"do delito, vide Hurwitz, S. Criminology, p. 372 (risco social); Pinatel, L. Traité de Droit Pénal et de Criminologie, v. III, p. 500 e ss.; Mannheim, H. Vergleichende Kriminologie, cit., p. 74 e ss.; Eisenberg, U. Kriminologie, cit., p. 7 e ss.; Rodríguez Manzanera, L. Criminología, cit., p ; Cf. García-Pablos, A. Tratado de Criminología, cit., p. 85. Sobre os diversos conceitos de delito, vide, recentemente, Sessar, K. "Sobre el concepto de delito", in Revista de Derecho Penal y Crimi nología (UNED), p. 269 a 301. ) A Filosofia e a Ética, por sua vez, valem-se de outras pautas e instâncias além do direito positivo: da ordem moral, da natural, da razão etc. O conceito filosófico de "delito natural" tanto em sua versão positivista como na jusnaturalista tampouco atende às necessidades da Criminologia. Delito A Sociologia utiliza o conceito de "conduta desviada" (deviant behavoir, Abweichendes Verhalten etc.), que toma como critério de referência as expectativas sociais, (Sobre o conceito sociológico de "conduta desviada", vide Eisenberg, U. Kriminologie, cit., p. 7; Kaiser, G. Kriminologie, cit., p. 18 e ss.; Wiswede, G. Soziologie Abweichenden Verhalten, p. 18 e ss.; Opp, K. D. Abweichendes Verhalten und Gesellschaftsstrukturen, p. 38 e ss.; Parsons, T. The social system, p. 250 e ss.; Matza, D. El proceso de desviación, cit., p. 21 e ss.) pois não existe nem pode existir um catálogo apriorístico e neutro de condutas objetivamente desviadas (desviadas in se ou per se) prescindindo daquelas. Desviado será um comportamento concreto na medida em que se afaste das expectativas sociais em um dado momento, enquanto contrarie os padrões e modelos da maioria social. Não importam, pois, as qualidades objetivas da conduta, inerentes a esta ou referidas a valorações que procedem de outras instâncias normativas, senão o juízo social dominante e a conduta "esperada". De algum modo conforme esta orientação a desviação não reside na conduta mesma, porém na dos demais. (Vide Kaiser, G. Kriminologie, cit., p Também: Vold, G. B. Theoretical Criminology, cit., p. 253 e ss.; Vetter, H. J. e Silverman, I. J. Criminology and crime: an introduction, p. 11 e ss.) Mais ainda, as teses "interacionistas" do labelling approach chegam a negar a existência de um conceito de delito, por entender que este só tem uma natureza "definitorial", isto é, tratar-se-ia da etiqueta que o seletivo e discriminatório sistema legal atribui a certos autores e não das qualidades negativas de certos comportamentos. (Sobre o problema, vide García-Pablos, A. Tratado de Criminología, cit., p. 86 e ss. Ressaltando o caráter meramente "definitorial"do delito: Becker, H. S. The outsiders: studies in the sociology of deviance, p. 9 e ss.; também, Rüther, W. "La criminalidad o el delincuente a través de las definiciones sociales ( o etiquetamiento ) respecto de las dimensiones esenciales del enfoque del etiquetamiento (labelling approach) en el campo de la Sociología Criminal", in Cuadernos de Política Criminal, 8, p. 51.) 25 Formularam-se muitos outros conceitos materiais de delito, por Sellín, (Sellin, T. Culture conflict and crime. p. 25 a 46, sobre estes conceitos materiais de delito.) Gottfredson e Hirschi, (Gottfredson, M.R. e Hirschi, T. A general theory of crime, p. 4 e ss.) Fishbein.( Fishbein, D. H. Biobehavioral perspective in Criminology, p. 86 e ss.) Gottfredson e Hirschi exigem "força física ou engano" (force or fraud) e a busca de interesse próprio. Fishbein pretende elaborá-lo em torno do conceito de agressão por ser esse um componente real dos comportamentos anti-sociais, suscetíveis de medição e estável ou permanente ao largo das diferentes culturas.

26 A doutrina conclui que nenhum desses conceitos de delito pode ser assumido sem maiores implicações pela Criminologia. Em que pese o conceito do direito penal ser um ponto de partida para a Criminologia, o mesmo não é suficiente, haja vista a metodologia empírica e interdisciplinar desta ciência. Assim, pode-se afirmar a inadequação do dogma nullum crimen sine lege ao estudo criminológico. Assim, o Delito para criminologia envolve fatos que podem ser irrelevantes para o Direito Penal, como o chamado "campo prévio" do crime, a "esfera social" do infrator, a "cifra negra", as condutas atípicas, etc...); Interessa à Criminologia não tanto a qualificação formal "correta" de um acontecimento penalmente relevante, senão "a imagem global do fato e do seu autor": a etiologia do fato real, sua estrutura interna e dinâmica, formas de manifestação, técnicas de prevenção do mesmo e programas de intervenção no infrator etc. 18 O criminólogo então, fazendo críticas e adequações às definições de delito à sua ciência, acaba por chegar as seguintes conclusões: 1) O conceito criminológico de delito é um conceito empírico, real e dinâmico. Segundo Serrano Maillo, A. (Introducción a la Criminología, cit., p. 26 e 27), seguindo premissas próximas ao labelling approach, o delito tem uma natureza "em boa parte de construção social", pelo que interessa à Criminologia não apenas sua tipificação penal, como também sua definição pela sociedade, pela polícia, pela Administração da Justiça etc. e, desde logo, o processo de elaboração das leis penais, comprovando se em dito processo predomina o interesse geral ou o interesse particular. 18 No sentido do texto, Göppinger, H. Criminología, cit., p

27 2) A moderna Criminologia se interessa, antes de tudo, por temas de maior transcendência que a própria definição formal do delito, como, por exemplo, as funções que desempenha o delito como indicador da efetividade do controle social, seu volume, estrutura e movimento, a distribuição da criminalidade entre os distintos estratos sociais etc. 3) O delito, para a Criminologia, é um problema social e comunitário, que exige do estudioso uma determinada atitude (empatia 19 ) para se aproximar dele. Nesse contexto se percebe que como o crime recebeu várias conceituações dos penalistas, filósofos, moralistas, sociólogos, políticos, etc... seriam necessárias algumas reflexões pelo criminólogo. Para o penalista, não é senão o modelo típico descrito na norma penal: uma hipótese, produto do pensamento abstrato. Para o patologista social, uma doença, uma epidemia. Para o moralista, um castigo do céu. Para o experto em estatística, um número, uma cifra. Para o sociólogo, uma conduta irregular ou desviada. A Criminologia, por seu turno, deve contemplar o delito não só como comportamento individual, mas, sobretudo, como problema social e comunitário, entendendo esta categoria refletida nas ciências sociais de acordo com sua acepção 19 Os problemas sociais reclamam uma particular atitude do investigador, à qual a Escola de Chicago denominou "empatia". O crime, também. Mas, empatia, desde logo, não significa simpatia nem cumplicidade com o infrator e seu mundo, senão interesse, apreço, fascinação por um profundo e doloroso drama humano e comunitário: um drama próximo, mas, ao mesmo tempo, enigmático e impenetrável. Referida paixão e atitude de compromisso com o cenário criminal e seus protagonistas são perfeitamente compatíveis com a distância do objeto e da neutralidade requeridas do cientista. Contrária à empatia é a atitude indiferente e fatigada, tecnocrática, dos que cuidam do fenômeno delitivo como qualquer outro problema, esquecendo sua natureza aflitiva, sua amarga realidade como conflito interpessoal e comunitário. Ou a atitude estritamente formalista que vê no delito um mero comportamento típico previsto na norma penal ou antecedente lógico da conseqüência jurídica, que fundamenta a inexorável pretensão punitiva do Estado. Apud in GOMES, Luiz Flávio e PABLOS DE MOLINA, Antonio García. Criminologia, 5.ed.rev. e atual.- São Paulo: Revista dos Tribunais,

28 original, com toda sua carga de enigma e relativismo. Para Oucharchyn-Dewitt e outros 20, um determinado fato ou fenômeno deve ser definido como "problema social" somente se concorrem as seguintes circunstâncias: que tenha uma incidência massiva na população; que referida incidência seja dolorosa, aflitiva; persistência espaço-temporal; falta de um inequívoco consenso a respeito de sua etiologia e eficazes técnicas de intervenção no mesmo; consciência social generalizada a respeito de sua negatividade. Como se verifica o delito seria a conduta no mínimo enquadrada como um "problema social", quando então configurar na caracterização acima. Delinquente Por delinquente se tem a pessoa que realiza a infração penal. Foi no positivismo criminológico que a pessoa do delinquente alcançou seu máximo protagonismo como objeto das investigações criminológicas. O princípio da "diversidade" que inspirou a Criminologia tradicional (o delinquente como realidade biopsicopatológica) o converteu no centro quase exclusivo da atenção científica. A seu turno, a Criminologia moderna, passou a tratar com menos prioridade a figura do delinquente, se submetendo à uma verdadeiro giro sociológico. Emblemática é a análise da imagem que se professa do homem delinquente. 20 Em Approaches toward social problems: a conceptual model of basic and applied social psychology, p Cf. Jiménez Burillo, F. Psicología social y sistema penal, p. 19 e ss. 28

29 Sobre a referida imagem, quatro acepções são paradigmáticas: a clássica, a positivista, a correcionalista e a marxista. 21 O mundo clássico partiu de uma imagem sublime e ideal do ser humano, como centro do universo, como dono e senhor absoluto de si mesmo, de seus atos. O dogma da liberdade no esquema clássico tornou iguais todos os homens (não há diferenças qualitativas entre o homem delinqüente e o não-delinqüente) e fundamentou a responsabilidade: o absurdo comportamento delitivo só pode ser atribuído ao mau uso da liberdade em uma concreta situação, não a razões internas, nem a influências externas. O crime, pois, possui suas raízes em um profundo mistério ou enigma. Para os clássicos, o delinqüente é um pecador que optou pelo mal, embora pudesse e devesse respeitar a lei. O positivismo criminológico, pelo contrário, destronaria o homem, privando-lhe de seu cetro e de seu reinado, ao negar-lhe a possibilidade de livre controle sobre seus atos e seu protagonismo no mundo natural, no universo e na história. O homem, dirá Ferri, não é o rei da Criação, como a Terra não é o centro do universo, senão "uma combinação transitória, infinitesimal da vida... uma combinação química que pode lançar raios de loucura e de criminalidade, que pode dar a irradiação da virtude, da piedade, do gênio, porém não mais que um átomo de toda a universalidade da vida". (Ferri, E. "Il dinamismo biologico di Darwin", in Arringhe e discorsi, p. 351 e ss. ) O livre arbítrio, conclui Ferri, é uma "ilusão subjetiva". 22 Em conseqüência, o positivismo criminológico insere o comportamento do indivíduo na dinâmica de causas e efeitos que rege o mundo natural ou o mundo social, em uma cadeia de estímulos e respostas: fatores determinantes internos, endógenos (biológicos) ou externos e exógenos (sociais) explicam sua conduta inexoravelmente. O arquétipo ideal, quase algébrico, dos clássicos dá lugar a uma imagem materializada e concreta do homem, semelhante a uma equação, a uma fórmula, a uma reação química e, de outro lado, o princípio da "equipotencialidade" dá lugar ao da "diversidade" do homem delinqüente, sujeito qualitativamente distinto do honrado que cumpre as leis. Para o positivismo criminológico, o infrator é um prisioneiro de sua própria patologia (determinismo biológico) ou de processos causais alheios a ele (determinismo social): um ser escravo de sua carga hereditária, enclausurado em si e separado dos demais, que olha o passado e sabe, fatalmente escrito, seu futuro um animal selvagem e perigoso. A filosofia correcionalista, por sua vez e o marxismo, opera com diferentes imagens do infrator. Aquela, pedagógica, pietista, vê no criminoso um ser inferior, deficiente, incapaz de dirigir por si mesmo livremente sua vida, cuja débil vontade requer uma eficaz e desinteressada intervenção tutelar do Estado. Desde a utopia e o eufemismo paternalista do pensamento correcional (a Besserungstheorie alemã), o homem delinqüente aparece diante do sistema como um menor de idade, como um inválido. (Sobre a imagem do homem delinqüente que professa o correcionalismo e, em particular, a Besserungstheorie alemã vide García- Pablos, A., Estudios penales, p. 36 e ss.) O marxismo, por último, atribui a responsabilida de do crime a determinadas estruturas econômicas, de maneira que o infrator tornase mera vítima inocente e fungível daquelas: culpável é a sociedade. (Quanto à imagem do homem delinqüente das teorias do conflito, vide García-Pablos, A. Tratado de Criminología, cit., Capítulo XXI.) 21 Vide García-Pablos, A. "Explicaciones estructural-funcionalistas del delito", in Delincuencia. Teoría e investigación, p Ferri, E. Los nuevos horizontes del Derecho y el procedimiento penal, p. 23 e ss. 29

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