Direito Penal Parte I Fundamentos e Horizontes
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- William Aquino Ramalho
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1 Direito Penal Parte I Fundamentos e Horizontes
2 1. Fundamentos Do Direito Penal
3 Nomeclatura Em 1756, Regnerus Engelhard criou a expressão Direito Criminal. Expressão mais antiga e prevalente nos países de tradição anglo-saxão. O restante tende a adotar a expressão Direito Penal, segundo Nilo Batista, por 3 razões: Influência legislativa (Código Penal); Influência doutrinária (maior ênfase na pena); Melhor fixação do conteúdo: o que difere o Direito Penal dos demais é a pena, enquanto consequência jurídica do crime.
4 Conceito Formal O conjunto de prescrições emanadas do Estado que ligam ao crime, como fato, as penas como consequência (Franz von Liszt). O conjunto de normas jurídicas que regula o exercício do poder do Estado, associando ao delito, como seu pressuposto, a pena como sua consequência (Edmund Mezger). A parte do ordenamento jurídico que determina as ações de natureza criminal e a elas vincula uma pena ou medida de segurança. (Hans Welzel).
5 Conceito Formal O conjunto de prescrições emanadas do Estado que ligam ao crime, como fato, as penas como consequência (Franz von Liszt). O conjunto de normas jurídicas que regula o exercício do poder do Estado, associando ao delito, como seu pressuposto, a pena como sua consequência (Edmund Mezger). A parte do ordenamento jurídico que determina as ações de natureza criminal e a elas vincula uma pena ou medida de segurança. (Hans Welzel).
6 Ciência do Direito Penal a) Objeto o conjunto de normas penais (direito penal objetivo); Ciência do Direito Penal b) Método normativo, alcançando a lei penal e demais dados da realidade social; b) Finalidade revelar o conteúdo e alcance da norma penal em busca de sua melhor aplicação conforme o objetivo que se pretende atingir (proteção de bens jurídicos).
7 Direito Penal Objetivo e Direito Penal Subjetivo Objetivo Ordenamento Jurídico Ius pœnale Subjetivo Dever-poder de punir Ius puniende
8 Relações do Direito Penal Constitucional: limitações constitucionais, respeito à CRFB, ordem de bens jurídicos, etc. Processo Penal: estipula o procedimento e as garantias destinados à apuração da conduta criminosa. Execução Penal: concretiza as penas estipuladas pelos juízes.
9 Relações do Direito Penal Enciclopédia das Ciências Criminais (v. Liszt): Criminologia: uma ciência empírica e interdisciplinar que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento criminoso, e trata de subministrar uma informação válida, contrastada, sobre a gênese, dinâmica e variáveis principais do crime, assim como os programas de prevenção e controle social. (Pablos de Molina) Política Criminal: tem como objetivo a apresentação sistemática e ordenada das estratégias, táticas e meios de sanção social para um controle otimizado do crime. Portanto, visa principalmente a análise científica das correspondentes reflexões e processos de formação da vontade do legislador, especialmente a renovação do conceito de crime e de sanções. (Kaiser)
10 Relações do Direito Penal Criminologia Política Criminal Direito Penal
11 Acidentes de Trânsito
12 Missão do Direito Penal Possibilitar que o legislador ordinário, valendo-se de determinados princípios, eleja os bens jurídicos que devem ser convertidos em bens jurídicos-penais.
13 2. Horizontes de Projeção Do Direito Penal
14 Estrutura do Sistema Penal Imagine um caso de latrocínio, epidemia, falsidade ideológica, infanticídio e fraude à licitação. Qual a característica comum entre ambos, se ambos tem efeitos sociais totalmente distintos? O Direito Penal. Essa identidade só existe pois eles seguem as mesmas estruturas, ou seja: Previstos em uma lei penal; Ameaçados com penas; Submetidos a um sistema institucionalizado e organizado.
15 Criminalização Seleção de um número reduzido de pessoas, a quem submetem a sua coação visando à imposição de uma pena. Primária: ato e efeito de sancionar uma lei penal que incrimine determinadas condutas. Meramente formal. Secundária: ação punitiva exercida sobre pessoas concretas. Tem lugar quando as agências de criminalização secundária do sistema penal (polícia, juízes, promotores, agentes penitenciários, etc.) detectam uma pessoa a quem se atribui a realização de conduta criminalizada primariamente.
16 Seletividade do Sistema Penal Como a polícia não possui condições de investigar todos os fatos criminosos que efetivamente chegam ao seu conhecimento, ela sempre procederá a uma seleção dos casos que efetivamente serão investigados, deixando os demais à margem do sistema penal, para ingressar na cifra negra. Certas condutas e pessoas são consideradas criminosas e entram no sistema penal, enquanto outras, que muitas vezes cometeram o mesmo fato, passam à margem de qualquer persecução. Criminoso ou criminalizado?
17 Seletividade do Sistema Penal Uso de remédios Não Criminoso Cleptomania Não Criminosa Furto Criminosa A pessoa é pega saindo de uma loja portando um produto pelo qual não pagou. Criminosa ou não criminosa?
18 Controle Social Determina os limites da liberdade humana na sociedade, constituindo, simultaneamente, instrumento de socialização de seus membros. Informal: regula as normas sociais sem o recurso às normas legais (família, escola, profissão, igreja, amigos, etc.). Formal: institucionalizado por meio de normas jurídicas. O sistema penal tem importância secundária, pois só atua quando falham os demais controles. É uma continuação dos demais.
19 Modelos de Intervenção Simbolismo penal: advogam sempre por penas mais duras em busca de segurança, introduzindo disposições inúteis ou de impossível cumprimento. A promulgação de novas leis, criminalizando novas condutas ou aumentando as penas de outras constitui apenas uma resposta politiqueira e pontual. Abolicionismo penal: prega o fim do direito penal, sendo ele substituído por outros tipos de mecanismo.
20 Instituições do Sistema Penal Instituição Deveria Ser Faz-se Policial Moralizante Combatente Judiciária Garantista Retributiva Execução Pedagógica Criminalizante
21 Direito Penal Subterrâneo e Direito Penal Paralelo Subterrâneo: exercido pelas agências executivas de controle portanto, pertencentes ao Estado à margem da lei e de maneira violenta e arbitrária, contando com a participação ativa ou passiva, em maior ou menor grau, dos demais operadores que compõem o sistema penal. Paralelo: exercido por agências que não fazem parte do discurso manifesto do sistema penal, mas que, como aquelas, exercem poder punitivo (mídia, associações, órgãos de trânsito, etc.).
22 Obrigado! proffelipevianna.wordpress.com
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