O SISTEMA IMUNE E CANCER DE PROSTATA E CANCER DE MAMA
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- Aurora de Vieira Diegues
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1 Marinete Luiza Oro O SISTEMA IMUNE E CANCER DE PROSTATA E CANCER DE MAMA Quando o organismo humano é invadido por algum corpo estranho, seja ele vírus, bactéria ou um espinho de rosa, prontamente células de defesa do organismo reconhecem essas moléculas e desencadeiam estímulos Página 1
2 imunológicos que culminam com a destruição ou eliminação do invasor. Moléculas estranhas ao sistema imune são denominadas antígenos, e as defesas imunológicas podem se dar por diferentes processos: fagocitose (quando a célula de defesa come o invasor); produção de anticorpos (moléculas de proteína que se ligam aos antígenos e sinalizam os invasores para outros componentes do sistema imune); inclusive os traidores, ativando sistema do complemento (que perfuram as células invasoras e as matam por lise), dentre outros. Sem dúvida, a compreensão dos exatos mecanismos de ação do sistema imunológico muito contribuirá para a elucidação de diversos pontos importantes para o entendimento da carcinogênese e, portanto, para novas estratégias de tratamento e de prevenção do câncer. As células que constituem os animais são formadas por três partes: a membrana celular, que é a parte mais externa da célula; o citoplasma, que constitui o corpo da célula; e o núcleo, que contem os cromossomas que por sua vez são compostos de genes. Os genes são arquivos que guardam e fornecem instruções para a organização das estruturas, formas e atividades das células no no organismo. Toda a informação genética encontra-se inscrita nos genes, numa "memória química" - o ácido desoxirribonucleico (DNA). É através do DNA que os cromossomas passam as informações para o funcionamento da célula. Uma célula normal pode sofrer alterações no DNA dos genes. É o que chamamos mutação genética. As células cujo material genético foi alterado passam a receber instruções erradas para as suas atividades. As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados protooncogenes, que a princípio são inativos em células normais. Página 2
3 Quando ativados, os protooncogenes transformam-se em oncogenes, responsáveis pela malignização (cancerização) das células normais. Essas células diferentes são denominadas cancerosas. As células do sistema imune pertencem a dois grupos principais, os linfócitos e os macrófagos. Veja abaixo as células principais desse sistema e as principais funções de cada uma delas: Macrófagos são importantes na regulação da resposta imune. Estão presentes nos tecidos conjuntivos e no sangue (quando são chamados de monócitos) e, no sistema imune, possui a função de detectar e fagocitar (processo que engloba e digere substâncias no organismo) microrganismos invasores, células mortas e vários tipos de resíduos. Essas células são as primeiras a perceber a presença de agentes invasores. Linfócitos - essas células, presentes no sangue, são um tipo de leucócito (glóbulo branco) e podem ser de três tipos principais: Linfócitos B a principal função desse tipo celular é a produção de anticorpos, quando maduros e ativos. Nesta fase são denominados plasmócitos. Linfócitos T auxiliadores (CD4) através de informações recebidas pelos macrófagos, são estimuladas a ativar outros tipos de linfócito T, os linfócitos T matadores (CD8) e os linfócitos B. São os linfócitos auxiliadores os responsáveis por comandar a defesa do organismo. Página 3
4 Linfócitos T matadores (CD8) recebem este nome por serem responsáveis pela destruição de células anormais, infectadas ou estranhas ao organismo. O sistema imunitário é composto por dois grupos de órgãos, os órgãos imunitários primários e os órgãos imunitários secundários. Os primeiros são assim denominados por serem os principais locais de formação e amadurecimento dos linfócitos. Já os segundos, são secundários por atuarem no sistema imunológico após a produção e amadurecimento dos linfócitos. Veja quais são os órgãos que compõem esses dois grupos: Órgãos imunitários primários Medula óssea além da produção de células sanguíneas e plaquetas, a medula produz linfócitos B, linfócitos matadores. É nesse órgão que ocorre o processo de amadurecimento dos linfócitos B. Timo o timo é responsável por produzir linfócitos T maduros. Órgãos imunitários secundários Linfonodos estão presentes nos vasos linfáticos; neles a linfa é filtrada, permitindo que partículas invasoras sejam fagocitadas pelos linfócitos ali presentes. Tonsilas possuem função semelhante aos linfonodos. Estão localizadas na parte posterior da boca e acima da garganta. Baço o baço filtra o sangue para remover microrganismos, substâncias estranhas e resíduos celulares, além de produzir linfócitos. Adenoides constituem de uma massa de tecidos linfoides protetores localizados no fundo da cavidade nasal. Têm como função ajudar a proteger o organismo de bactérias e vírus causadores de doenças transmitidas pelo ar. Página 4
5 Apêndice cecal é uma pequena extensão tubular localizada no ceco, primeira porção do intestino grosso. Através da atuação das bactérias presentes nessa estrutura, microrganismos invasores são combatidos. Página 5
6 Sistema imunológico em ação Um agente invasor, ao entrar no organismo, gera um mecanismo de defesa, a resposta imune. As substâncias invasoras são detectadas pelos macrófagos, que irão atuar em sua digestão parcial e na comunicação aos demais componentes do sistema imune da invasão sofrida, para que essas substâncias sejam totalmente destruídas e eliminadas. Após a atuação dos macrófagos, os linfócitos T auxiliadores entram em ação, ligando-se aos antígenos invasores. Este processo estimula a produção, pelos leucócitos, de compostos denominados interleucinas, que atuarão na ativação e estímulo para a produção de mais linfócitos T auxiliadores. Estes novos linfócitos intensificarão o combate aos antígenos e liberarão outros tipos de interleucinas, que estimularão a produção de linfócitos T matadores e linfócitos B. Depois de estimulados, estes linfócitos se multiplicam até que os antígenos sejam desativados e eliminados. Página 6
7 Parte dos linfócitos produzidos é armazenada, estes são um tipo de linfócito especial, denominados de células de memória. Estas guardam durante anos, ou pelo resto da vida, a capacidade de reconhecer agentes infecciosos com os quais o organismo já se deparou. Havendo um novo ataque por agentes conhecidos, as células de memória são estimuladas a se reproduzir, dando início ao processo de defesa do organismo, em um curto intervalo de tem Cabe aos linfócitos a atividade de atacar as células do corpo infectadas por vírus oncogênicos (capazes de causar câncer) ou as células em transformação maligna, bem como de secretar substâncias chamadas de linfocinas. As linfocinas regulam o crescimento e o amadurecimento de outras células e do próprio sistema imune. Acredita-se que distúrbios em sua produção ou em suas estruturas sejam causas de doenças, principalmente do câncer. Assim como os corpos estranhos, tumores malignos também estimulam, ou pelo menos deveriam, o sistema imunológico. A célula cancerígena é uma célula mutante, ou seja, sofreu transformação na sua carga genética. Por expressar moléculas diferentes em sua membrana, usualmente há um reconhecimento desta célula maligna pelo sistema imunológico como sendo um organismo estranho, invasor, não pertencente àquele indivíduo. Página 7
8 Assim, num estado imune adequado, o sistema imunológico reconhece esta célula maligna precocemente, desencadeando uma resposta que culmina com a eliminação do foco mutante. Entretanto, o processo não é tão simples quanto parece. Células cancerígenas, no decorrer da evolução da vida, desenvolvem uma capacidade intrínseca de driblar as defesas do organismo. Sabemos que alguns tipos de tumores produzem substâncias imunomoduladoras que alteram a capacidade do organismo de detecção e combate contra seus antígenos, especificamente as CTLA-4 e PD-1 são dois dos principais receptores de superfície celular, quando ligados a determinadas moléculas presentes em células tumorais, ativam as vias inibitórias e reduzem a atividade das células de defesa T. Elas são responsáveis por amortecer ou bloquear as respostas imunes em curso. PROSTATA A próstata é uma glândula do tamanho de uma noz que só os homens têm. Fica logo abaixo da bexiga e na frente do reto e a uretra, o canal que transporta urina passa através dela. A próstata contém pequeninas glândulas especializadas que produzem parte do líquido seminal ou sêmen, que protege e nutre os espermatozóides. Página 8
9 Hormônios masculinos fazem com que a próstata se desenvolva no feto e ela vai crescendo à medida que um menino se torna adulto. Se o nível de hormônios masculinos for baixo, a glândula não vai atingir suas dimensões totais. Em homens mais velhos, freqüentemente à parte da glândula em torno da uretra cresce continuamente, causando a hiperplasia prostática benigna (HPB), que causa dificuldades no ato de urinar. Embora a próstata seja constituída por vários tipos de células, a maioria dos cânceres de próstata tem origem nas células das glândulas que produzem líquido seminal. Eles são chamados de adenocarcinomas. Na maioria das vezes, o câncer de próstata tem desenvolvimento lento e alguns estudos mostram que cerca de 80% dos homens de 80 anos, que morreram por outros motivos, tinham câncer de próstata e nem eles nem seus médicos desconfiavam. Em alguns casos, porém, ele cresce e se espalha depressa. Página 9
10 Alguns especialistas acreditam que o câncer de próstata começa com pequenas mudanças no tamanho e forma das células das glândulas da próstata. Essa alteração, conhecida como neoplasia intraepitelial prostática (PIN), podem ser de baixo grau (quase normais) ou de alto grau (anormais). Biópsia de próstata com PIN de alto grau indica grande chance de haver células cancerosas e exige novo exame. O câncer é uma doença intimamente relacionada à imunidade. Indivíduos com deficiências congênitas ou adquiridas do sistema imunológico estão mais propensos à desenvolver a doença. MAMA Página 10
11 O câncer de mama é uma neoplasia que atinge as células da mama, que começam a se proliferar de maneira descontrolada. Existem vários tipos de câncer de mama, como o carcinoma ductal, carcinoma lobular, carcinoma inflamatório, sarcoma de mama e outros tumores raros. Quando as células adquirem características anormais, células dos lobos mamários, células produtoras de leite ou dos ductos por onde é drenado o leite, podem causar uma ou mais mutações no material genético da célula. Esta doença acontece quase exclusivamente em mulheres, porém existem casos de homens com câncer de mama também. Página 11
12 Algumas mutações possuem a capacidade de fazer com que uma célula apenas se divida, mas não tenha a capacidade de invadir outros tecidos, estes são chamados de tumores benignos ou não cancerosos. Para uma célula ser considerada cancerígena é necessário que ocorram mutações no material genético de uma ou mais células e estas adquiram a capacidade não só de se dividir, mas também de evitar a morte celular. Este seria o ciclo normal de vida de qualquer célula do organismo, contudo quando elas invadem os tecidos adjacentes, a doença se instala. Carcinoma Ductal In Situ O carcinoma ductal in situ, também conhecido como carcinoma intraductal, é considerado não invasivo ou câncer de mama préinvasivo. A diferença entre o carcinoma ductal in situ e carcinoma invasivo é que as células não se espalharam através dos ductos para o tecido mamário adjacente. O carcinoma ductal in situ é considerado um pré-câncer, pois em alguns casos pode se tornar um câncer invasivo. Página 12
13 Cerca de 20% dos novos casos de câncer de mama serão de carcinoma ductal in situ. Quase todas as mulheres diagnosticadas neste estágio da doença podem ser curadas. Carcinoma Lobular In Situ No carcinoma lobular in situ as células se parecem com as células cancerosas que crescem nos lobos das glândulas produtoras de leite, mas não se desenvolvem através da parede dos lobos. Página 13
14 Carcinoma Ductal Invasivo Este é o tipo mais comum de câncer de mama. O carcinoma ductal invasivo (ou infiltrante) se inicia em um duto de leite, rompe a parede desse duto e cresce no tecido adiposo da mama. A partir dai, pode se espalhar (metástase) para outras partes do corpo através do sistema linfático e da circulação sanguínea. Cerca de 80% dos cânceres de mama invasivos correspondem ao carcinoma ductal infiltrante. Carcinoma Lobular Invasivo O carcinoma lobular invasivo começa nas glândulas produtoras de leite (lobos). Assim como o carcinoma ductal invasivo pode se espalhar para Página 14
15 outras partes do corpo. Cerca de 10% dos cânceres de mama invasivos correspondem ao carcinoma lobular invasivo. Este tipo pode ser mais difícil de ser detectado na mamografia do que o carcinoma ductal invasivo. Tipos menos comuns de Câncer de Mama Câncer de Mama Inflamatório - É raro e corresponde a 1-3% dos cânceres de mama. Normalmente não existe um único nódulo ou tumor. A paciente se apresenta com vermelhidão e inchaço da pele da mama, aumento da temperatura local, frequentemente sem uma massa ou nódulo palpáveis. Ele também pode dar uma aparência de casca de laranja à pele. As alterações na pele não são causadas pelas células cancerosas que bloqueiam os vasos linfáticos da pele. A mama pode se tornar maior ou mais firme, suave ou provocar coceira. Em estágios iniciais, o câncer de mama inflamatório é muitas vezes confundido com mastite (inflamação da mama) e tratada como uma infecção com antibióticos. Este tipo de câncer de mama tem maior chance de disseminação e um prognóstico pior do que o carcinoma ductal invasivo ou lobular. Página 15
16 Câncer de Mama Triplo-negativo - Este termo é usado para descrever os cânceres de mama cujas células não são receptores de estrogênio e progesterona, e não tem excesso da proteína HER2. Os cânceres de mama com essas características tendem a ocorrer com maior frequência em mulheres mais jovens e em mulheres negras. Esse tipo de câncer tende a crescer e se espalhar mais rapidamente do que a maioria dos outros tipos de câncer de mama. Como as células tumorais têm esses receptores, a terapia hormonal e os medicamentos que tem como alvo o HER2 não são tratamentos eficazes. A quimioterapia é, muitas vezes, recomendada até mesmo para a doença em estágio inicial, uma vez que reduz o risco da recidiva. Página 16
17 Doença de Paget - Este tipo de câncer de mama começa nos ductos mamários e se espalha para a pele do mamilo e para a aréola. É raro, representando cerca de 1% dos casos de câncer de mama. A doença de Paget apresenta células cancerosas no mamilo, frequentemente causando irritação local, descamação, prurido e vermelhidão. A mulher pode manifestar queimação ou coceira. A doença de Paget é quase sempre associada ao carcinoma ductal in situ ou ao carcinoma ductal invasivo. O tratamento geralmente requer mastectomia. Na grande maioria dos casos, este diagnóstico está associado à presença de carcinoma ductal in situ ou a uma forma invasiva de câncer em algum outro local da mama. Tumor Filoide - É um tipo de tumor de mama muito raro, que se desenvolve no estroma (tecido conjuntivo) da mama, em contraste com os carcinomas, que se desenvolvem nos ductos ou lobos. Estes tumores são geralmente benignos, mas em raras ocasiões podem ser malignos. A cirurgia é muitas vezes o único tratamento. Quando se espalha pode ser tratado com quimioterapia. Angiosarcoma - Este tipo de câncer começa nas células que revestem os vasos sanguíneos ou vasos linfáticos. Raramente ocorre na mama. Quando isso acontece, geralmente se desenvolve como uma complicação da radioterapia inicial. Entretanto, essa é uma complicação rara da radioterapia mamária que pode aparecer 5 a 10 anos após o tratamento. O angiosarcoma também pode ocorrer nos braços de mulheres que desenvolvem linfedema como resultado da cirurgia dos linfonodos ou da Página 17
18 radioterapia mamária. Esses cânceres tendem a crescerem e se espalharem rapidamente. O tratamento é geralmente o mesmo que para os outros tipos de sarcomas. Tipos Especiais de Carcinoma de Mama Invasivo Existem alguns tipos especiais de câncer de mama que são subtipos do carcinoma invasivo. Alguns deles podem ter um prognóstico melhor do que o carcinoma ductal invasivo e incluem: Carcinoma cístico adenoide. Carcinoma metaplásico. Carcinoma medular. Carcinoma mucinoso. Carcinoma papilífero. Carcinoma Tubular. Alguns subtipos têm o mesmo ou talvez um pior prognóstico do que o carcinoma ductal invasivo, e incluem: Página 18
19 Carcinoma metaplásico (a maioria dos tipos, incluindo células fusiformes e escamosas). Carcinoma micropapilífero. Carcinoma Misto (com características de ductal invasivo e lobular). Em geral, todos estes subtipos são tratados como carcinoma ductal invasivo DO SUPLEMENTO PHOSPHO O suplemento PHOSPHO atua nos mecanismos moleculares, das células T, envolvidos na regulação imune que permite superar a capacidade das células cancerígenas de driblar a vigilância protetora do paciente. Impedindo a ligação das vias inibitórias nas células de defesa. Em condições normais, essa função é importante para estacionar uma hiperatividade imunitária, esta ação específica, denominada bloqueio do ponto de controle, que obstrui a ação dessas vias inibitórias, desperta a resposta do sistema imunológico a tumores. Página 19
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