Imunologia Veterinária. Aula 1 A defesa do organismo

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1 Imunologia Veterinária Aula 1 A defesa do organismo

2 Uma Breve História da Imunologia Veterinária Quando infecções como a varíola e a peste se espalharam pela sociedade antiga, embora muitos tenham morrido, várias pessoas se recuperaram. Em algumas raras ocasiões, percebeu-se que os indivíduos curados não adoeciam em outras epidemias um sinal de que haviam desenvolvido imunidade.

3 Uma Breve História da Imunologia Veterinária

4 Uma Breve História da Imunologia Veterinária No processo de vacinação, a exposição de um animal a uma cepa de um microrganismo que não causará a doença (cepa avirulenta) pode desencadear uma resposta imune que o protegerá contra uma posterior infecção por outra cepa do mesmo microrganismo ou outro semelhante capaz de causar doença (virulenta).

5 Invasão Microbiana

6 Micro-organismos comensais O mundo está cheio de microrganismos, incluindo bactérias, vírus, fungos, protozoários e helmintos (vermes). Na luta pela sobrevivência, muitos micróbios descobriram que o organismo animal é uma rica fonte de nutrientes e um local para se abrigar. Portanto, uma quantidade grande de microrganismos coloniza as superfícies corpóreas, principalmente o intestino e a pele. Estes micróbios, chamados comensais, não tentam invadir o corpo e, normalmente, não causam doença.

7 Micro-organismos patogênicos ou patógenos Um microrganismo capaz de causar doença é chamado patógeno. A capacidade apresentada por microrganismos patogênicos de invadir o corpo e causar doenças (ou escapar das defesas do organismo) também é bastante variável. Esta capacidade é denominada virulência.

8 Micro-organismos patogênicos ou patógenos Uma espécie bacteriana capaz de causar doença quase todas as vezes que infecta um indivíduo saudável, mesmo em pequenas quantidades, é considerada um patógeno primário. Entre os patógenos primários estão o vírus da cinomose canina, o vírus da imunodeficiência humana (HIV), que provoca a AIDS, e a Brucella abortus, o agente causador do aborto infeccioso dos bovinos.

9 Micro-organismos patogênicos ou patógenos Outros patógenos, denominados oportunistas, podem apresentar baixa virulência e somente provocam doença se administrados em grandes quantidades ou em caso de comprometimento prévio do sistema imune do hospedeiro. Alguns exemplos destes patógenos são bactérias, como Mannheimia hemolytica, e fungos, como Pneumocystis jiroveci. Esses microrganismos raramente provocam doenças em animais saudáveis.

10 As Defesas do Organismo

11 As Defesas do Organismo As defesas do corpo, coletivamente chamadas de sistema imune, são compostas por complexas redes de interação de reações bioquímicas e celulares. Com fins descritivos, é conveniente dividir essas redes em vias distintas. Barreiras físicas, imunidade inata e imunidade adquirida.

12 Barreiras físicas As barreiras físicas, apesar de essenciais para excluir microrganismos invasores, não conseguem ser completamente eficientes sozinhas. Com tempo e persistência, um microrganismo acabará conseguindo superar as barreiras físicas.

13 Imunidade inata A maioria das tentativas de infecções microbianas é bloqueada antes mesmo que possam causar doença. Esta é a tarefa do sistema imune inato. Todos os animais e plantas, até mesmo os mais simples, precisam excluir os invasores microbianos e para isto houve o desenvolvimento de diversos mecanismos de defesa inata.

14 Imunidade inata

15 Imunidade inata O sistema imune inato é uma rede de subsistemas conectados que não apresenta qualquer tipo de memória e, assim, cada episódio de infecção é tratado da mesma forma. Igualmente, a intensidade e a duração das respostas inatas, como a inflamação, não se alteram, independentemente da frequência com que um patógeno é encontrado. Estas respostas, porém, têm um preço: a dor da inflamação e o desenvolvimento da doença são, em grande parte, resultantes da ativação de vias imunológicas inatas. Por outro lado, os diversos subsistemas do sistema imune inato estão de plantão e prontos a responder imediatamente quando um invasor é detectado.

16 Imunidade Adaptativa Nesse sistema, quanto mais um indivíduo é exposto a um patógeno, mais eficiente será a defesa do organismo contra esse invasor. Esse tipo de resposta é a função do sistema imune adaptativo, assim chamado por se adaptar às necessidades do animal (este sistema é também chamado adquirido ).

17 Imunidade Adaptativa O sistema imune adaptativo passa a ser eficaz após alguns dias ou semanas após o contato com o patógeno. Embora progrida lentamente, o desenvolvimento da imunidade adaptativa contra um determinado patógeno faz que a chance de uma segunda infecção por esse mesmo patógeno seja bem-sucedida e caia de forma vertiginosa, sendo o animal considerado imune.

18 Imunidade Adaptativa O animal pode, de fato, se tornar completamente imune. O sistema imune adaptativo é complexo, sofisticado e responsável pela proteção final do organismo.

19 Visão geral do sistema imune

20 Diferenças entre o sistema inato e o sistema adaptativo A principal diferença entre os sistemas imune inato e adaptativo está no uso de receptores de superfície celular para reconhecimento de microrganismos invasores. As células do sistema inato usam um número limitado de receptores pré-formados que se ligam a moléculas comumente expressas pelos diferentes microrganismos. as células do sistema imune adaptativo produzem grandes quantidades de receptores completamente novos, de estrutura única. Estes receptores são capazes de se ligar a uma enorme gama de moléculas estranhas.

21 Diferenças entre o sistema inato e o sistema adaptativo

22 Divisão da imunidade adaptativa Uma das razões dessa complexidade é a grande diversidade de microrganismos invasores, incluindo bactérias, vírus, fungos, protozoários e helmintos (vermes). Estes microrganismos podem ser classificados em duas grandes categorias: Micro-organismos como bactérias e fungos, assim como muitos protozoários e helmintos multiplicam-se fora das células do hospedeiro. Micro-organismos que utilizam o interior das células hospedeiras para se multiplicar - englobam vírus e bactérias intracelulares ou protozoários intracelulares.

23 Divisão da imunidade adaptativa Estes micróbios precisam ser combatidos por estratégias diferentes: Uma destas estratégias é direcionada contra os microrganismos invasores extracelulares (exógenos). Proteínas solúveis, denominadas anticorpos, são responsáveis pela eliminação dos invasores. Esta forma de resposta imune pode ser chamada de resposta imune humoral, já que os anticorpos são encontrados nos fluidos corporais (ou humores ).

24 Divisão da imunidade adaptativa Estes micróbios precisam ser combatidos por estratégias diferentes: A segunda estratégia do sistema imune adaptativo é direcionada contra os microrganismos intracelulares (endógenos). Células especializadas são necessárias para a destruição das células infectadas ou anormais, uma vez que os anticorpos não agem no ambiente intracelular. Este tipo de resposta é conhecido como resposta imune celular.

25 Respostas imunes adaptativas mediadas por anticorpos

26 Respostas imunes adaptativas mediadas por anticorpos

27 Respostas imunes adaptativas mediadas por anticorpos Os anticorpos contra a toxina tetânica não são encontrados em cavalos normais, mas são produzidos após a exposição à toxina tetânica, resultante de uma infecção ou vacinação. A toxina tetânica é um exemplo de uma substância estranha capaz de estimular uma resposta imune adaptativa. O termo geral utilizado para definir esse tipo de substância é antígeno.

28 Antígenos Caso um antígeno seja inoculado em um animal, anticorpos capazes de se ligar a ele serão produzidos, garantindo, assim, sua destruição. Os anticorpos são altamente específicos e somente podem se ligar aos antígenos que estimularam a sua produção.

29 Antígenos Os anticorpos produzidos em resposta à toxina tetânica, por exemplo, somente são capazes de se ligar a esse tipo de toxina. Quando os anticorpos se ligam à toxina, eles a neutralizam, de forma que esta deixa de ser tóxica. Desta maneira, os anticorpos protegem os animais contra os efeitos letais da infecção por tétano.

30 Vacina Antitetânica é uma vacina produzida a partir do toxóide purificado de Clostridium tetani, obtido através de culturas concentradas dessa bactéria, inativado pela adição de formaldeído e adsorvido pelo gel de fosfato de alumínio.

31 A progressão cronológica da resposta humoral

32 Respostas imunes adaptativas mediadas por células

33 Respostas imunes adaptativas mediadas por células As células responsáveis por esse processo são denominadas linfócitos e podem ser encontradas no baço, nos linfonodos ou no sangue. O processo de rejeição ao enxerto é primariamente mediado pelos linfócitos, e não pelos anticorpos presentes no soro. Trata-se de um excelente exemplo de resposta imune mediada por células.

34 Visão geral da imunidade adaptativa

35 Visão geral da imunidade adaptativa O antígeno é capturado, processado e apresentado por inúmeros tipos celulares, incluindo as células dendríticas e os macrófagos. Os linfócitos classificados como células B ou T possuem receptores específicos para antígenos estranhos e são, portanto, capazes de se ligar ao antígeno processado, respondendo apropriadamente. Os linfócitos também funcionam como células de memória e assim iniciam a resposta imune secundária.

36 Visão geral da imunidade adaptativa Os linfócitos que medeiam as respostas mediadas por células são as células T. Os linfócitos que medeiam a resposta humoral são as células B. A resposta imune é principalmente regulada pelas células T. Aquelas que promovem as respostas imunes são chamadas de células T helper (ou T auxiliares), e aquelas que inibem a resposta imune são denominadas células T reguladoras.

37 Referências bibliográficas TIZAR, I.R. Imunologia veterinária. 9 ed. Rio de Janeiro: p

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