A Indústria Papeleira Portuguesa CELPA, Associação da Indústria Papeleira Pomos o Futuro no Papel
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- Fernanda Rebeca Tuschinski Godoi
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1 A Indústria Papeleira Portuguesa CELPA, Associação da Indústria Papeleira Pomos o Futuro no Papel O Eucalipto em Portugal
2 QUADRO 1 As indústrias de base florestal são responsáveis por 9,4% das exportações nacionais 2015 Portugal: M (Milhões EUR) Percentagem das exportações totais Madeira Cortiça Pasta e papel Mobiliário Total (Flor.) 1,3% 1,8% 5,0% 1,3% 9,4% % exportações Pasta e Papel na fileira florestal 53% Fonte: INE
3 QUADRO 2 O Sector Industrial Papeleiro com base no Eucalipto (1) Peso do Sector na economia nacional: O VAB do Sector corresponde a 1,4% do VAB nacional; Floresta Energia Pasta A Produção do Sector corresponde a 2,4% da Produção Nacional e a 8% da Produção dos sectores da Indústria, energia, água e saneamento; R&D Papel Maior sector produtor nacional de energia eléctrica verde a partir da biomassa florestal mais de 5% da produção total de energia eléctrica em Portugal. Consumidores Canais de Distribuição Fonte de rendimento atractiva para os mais de 400 mil proprietários florestais privados
4 QUADRO 3 O Sector Industrial Papeleiro com base no Eucalipto (2) Em 2015, as principais empresas deste sector em Portugal foram responsáveis por Mais de 3 mil postos de trabalho directo na Indústria e cerca de 14 mil na fileira do Eucalipto ; Largas dezenas de milhar de postos de trabalho indirecto no sector primário; Transformaram 8 milhões de m 3 de madeira de eucalipto Um volume de negócios superior a 2,2 mil milhões de euros;
5 QUADRO 4 O Sector Industrial Papeleiro Em termos internacionais, as Empresas do sector exportam para mais de 130 países representando cerca de 5% do total das exportações portuguesas de mercadorias e bens.
6 QUADRO 5 Florestação no século XX E foram, de facto, os Planos de Fomento do Estado Novo que geraram floresta para a indústria dos anos oitenta
7 QUADRO 6 Distribuição mundial do Eucalyptus globulus: Uma espécie pouco dispersa, por razões exclusivas de limitações edafo-climáticas, que temos a sorte de ter presente em Portugal
8 QUADRO 7 Composição da Floresta Portuguesa Utilização do solo 1 Mil hectares Área de espécies florestais, mil hectares, % do total 100% = ha 1 Continente FONTE: ICNF, Resultados Preliminares IFN6 Portugal Continental (2013)
9 QUADRO 8 A estrutura da nossa Floresta: 98% da área na posse de privados; a distribuição territorial do Eucalipto Área de eucalipto (Fonte: ICNF)
10 QUADRO 9 Défice estrutural de matéria-prima (falta madeira para a Indústria): em 15 anos a floresta perdeu 150 mil hectares O défice estrutural de matéria-prima é transversal a toda a indústria de base florestal; Nas últimas décadas, Portugal abandonou o espaço rural (caso único na Europa, alertado pela FAO)
11 QUADRO 10 O Eucalipto: consumo de água Raízes para absorção de água e nutrientes (>80% das raízes nos primeiros cm) cm Raízes de sustentação (estabilidade) Estudos comprovam que a água disponível para o crescimento do eucalipto provém, na grande parte das situações edáficas em que a espécie está instalada em Portugal, principalmente das camadas superficiais de solo (e não de água subterrânea) A.
12 QUADRO 11 O Eucalipto e a Biodiversidade Existem referências B, baseadas em dados reais, mostrando que um design adequado de plantações pode manter, ou mesmo aumentar, a biodiversidade desde que: Sejam preservadas manchas relevantes de vegetação natural ou semi-natural, Sejam protegidas espécies e habitats valiosos Sejam conservados ou estabelecidos corredores ecológicos.
13 QUADRO 12 Os desafios da gestão florestal E podemos fazer tudo isto em harmonia com a defesa dos recursos naturais e sem impactes irreversíveis? Sim! Com Boas Práticas, Conhecimento, Investigação, Certificação, Combate a pragas e doenças e Defesa da Foresta Contra Incêndios. Boas práticas Conhecimento I&D Certificação DFCI
14 QUADRO 13 Critérios técnicos, profissionalismo, competência, prontidão (...) Afocelca Planeamento - > Prevenção -> Pré-Supressão > Supressão - > Recuperação AFOCELCA : A defesa da Floresta contra Incêndios. O exemplo da Indústria Papeleira 270 pessoas (Afocelca: a solução da Indústria Papeleira) 1 Central de Operações e 18 Oficiais ligação nos CDOS (ANPC) 3 torres de vigia 3 Helicópteros (B2 e B3) com 5 sapadores 37 Unidades de primeira intervenção com 3 sapadores florestais, mobilizados em carrinhas ligeiras equipadas com kits de 600 litros de água 17 Unidades semipesadas, com 6 sapadores, mobilizados em viaturas tipo Unimogs equipados com kits de litros de água 34 supervisores património, guardas e supervisores regionais e 2 brigadas com pickups equipadas com kits de 500 litros de água Segurança em 1º lugar, espirito de equipa e prontidão Critérios Técnicos de atuação Tempos de chegada Ataque em massa Dano e perigo potencial 14
15 QUADRO 14 Perguntas e Respostas mais Frequentes As plantações de eucalipto são prejudiciais para a água disponível no solo C? Estudos científicos têm mostrado que os eucaliptais não consomem mais água que outras plantações florestais para produção de madeira e consomem muito menos que a maioria das culturas agrícolas. É uma utilização eficiente da água disponível e explora os mesmos volumes de solo das outras culturas. Em Portugal, a falta de água no Verão é independente de qualquer cultura que exista, não sendo exclusiva pelo eucalipto. As práticas de florestação utilizadas na cultura do eucalipto provocam erosão e degradação dos solos? As más práticas de instalação em quaisquer espécies florestais e agrícolas podem provocar danos ao solo. A CELPA tem vindo a divulgar, através do Projecto Melhor Eucalipto, as boas práticas de preparação de terreno na silvicultura de eucalipto, procurando transmitir aos produtores florestais esse conhecimento.
16 QUADRO 15 Perguntas e Respostas mais Frequentes O eucalipto arde mais que as outras espécies? Nos últimos anos, mais de 64% da área ardida em Portugal estava ocupada por matos. No património da indústria de pasta e papel, por exemplo, a média de área ardida dos últimos anos é inferior a 1% do total. O RJAAR provocou uma liberalização das plantações de eucalipto? O RJAAR aborda exclusivamente questões processuais, mantendo-se válidas todas as condicionantes, bem como a legislação nacional e europeia sobre conservação e protecção da natureza e os instrumentos de ordenamento florestal. O RJAAR não favorece a plantação de eucaliptos, pois estabelece o princípio de aplicação das mesmas regras processuais para todas as espécies.
17 QUADRO 16 Perguntas e Respostas mais Frequentes Como classifica o género eucalipto ao nível dos impactes criados nos ecossistemas D? A percepção das plantações de eucalipto como causadoras de impactes diferentes do que outras plantações florestais para produção de madeira não tem suporte científico. O que se constata é que os impactes negativos resultam da aplicação de más práticas florestais, se e quando existem, independentemente da espécie florestal. No actual quadro legal português, a protecção ambiental do solo, do ar, da água e do ordenamento do território está amplamente regulamentada, em acordo com a legislação europeia. Existe comprovada evidência de que as plantações de eucalipto podem ser revertidas com sucesso, em qualquer momento, noutras culturas agrícolas ou florestais. São bem conhecidos casos com décadas de eucaliptais que foram reconvertidos em vinhas, olivais, pomares, hortícolas, etc., sem que daí tenham resultado quaisquer prejuízos, e até há casos documentados com melhoria de fertilidade do solo.
18 QUADRO 17 Perguntas e Respostas mais Frequentes Pode estar em causa a perda de espécies endógenas no território nacional devido à regulamentação de plantação de eucaliptos? A maior ou menor facilidade na obtenção de licença para a plantação de eucaliptos é igual à que existe para plantar qualquer outra espécie florestal. Todas as acções de arborização e rearborização, independentemente da sua área intervencionada, têm de cumprir o regime jurídico em vigor e aplicável o qual consta no Decreto-Lei n.º 96/2013, de 19 de Julho, que aborda a questão da substituição de espécies.
19 QUADRO 18 Perguntas e Respostas mais Frequentes O eucalipto é uma espécie infestante/invasora? Não existe nenhuma evidência disso. O eucalipto é uma espécie naturalizada, ou seja, produz semente viável à semelhança de muitas outras espécies em Portugal. Sempre que exista um eucalipto que se tenha estabelecido naturalmente, este é facilmente retirado sem risco de se multiplicar indefinidamente ao contrário do que acontece com algumas acácias e outras espécies que se vendem livremente como ornamentais (apesar da legislação em vigor). Não existe qualquer classificação que, oficialmente, considere o eucalipto como invasora. De facto, a área de eucaliptal que se observa é resultado da intervenção humana e não de dispersão natural ou comportamento invasor E
20 Referências bibliográficas (consultadas) A Lima H., et al. (1998), 'Impacte da cultura de eucaliptos sobre os recursos hídricos subterrâneos da serra de ossa'. Universidade de Évora, Portugal. B The Eucalypt Dilemma, FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), 1989 The Ecological effects of Eucalyptus, FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), 1985 C David, J. S., David, T. S., and Valente, F. (2007), 'O eucaliptal e os recursos hídricos', in A. M. Alves, J. S. Pereira, and J. M. N. Silva (eds.), O Eucaliptal em Portugal. Impactes Ambientais e Investigação Científica (Instituto Superior de Agronomia, Lisboa: ISAPress), Lima, W. P. ( 2015), 'A silvicultura e a água : ciência, dogmas, desafios ', Cadernos do Diálogo (Volume 01; Atalanta: Apremavi), 52 D Fabião, A., Carneiro, M, Lousã, M., Madeira, M., (2007), 'Os impactes do eucaliptal na biodiversidade da vegetação do sob coberto', in A. M. Alves, J. S. Pereira, and J. M. N. Silva (eds.), O Eucaliptal em Portugal. Impactes Ambientais e Investigação Científica (Instituto Superior de Agronomia, Lisboa: ISAPress). Onofre, N., (2007), 'Os impactes do eucaliptal na fauna selvagem', in A. M. Alves, J. S. Pereira, and J. M. N. Silva (eds.), O Eucaliptal em Portugal. Impactes Ambientais e Investigação Científica (Instituto Superior de Agronomia, Lisboa: ISAPress). Góis, E. (1989) 'Novos aproveitamentos em antigos eucaliptais', (Lisboa : Soc. Astória) E Lúcio, T. (2015). Regeneração do eucalipto: o caso da Tapada Nacional de Mafra. Tese de mestrado. Biologia (Ecologia e Gestão Ambiental). Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências.
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