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14 capítulo 01 FLORESTAS PLANTADAS NO BRASIL 14

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16 capítulo 01 FLORESTAS PLANTADAS NO BRASIL 1 florestas plantadas no brasil 1.1 Florestas Plantadas com Eucalipto e Pinus Com destaque histórico, as áreas de florestas plantadas no Brasil acumularam em 2008 o total estimado de ha com eucalipto e pinus. Este total representa um acréscimo de cerca de ha plantados em relação ao total estimado do ano anterior ( ha). Constata-se crescimento de 7,3% na área plantada com eucalipto e queda de 0,4% no pinus, o que resulta em aumento de 4,38% da área com florestas plantadas acumulada até 2008, em relação a O gráfico 1.01 retrata a evolução da área com florestas plantadas no Brasil entre 2004 e 2008, por espécie, com suas respectivas taxas anuais de crescimento e no período. Observa-se que a área plantada com pinus apresenta pequena queda a partir de 2007, enquanto o eucalipto está em contínuo crescimento. Gráfico 1.01 Evolução da área com florestas plantadas no Brasil ( ) Fonte: ABRAF e STCP, A tabela 1.01 apresenta as áreas com florestas plantadas com eucalipto e pinus por estado no Brasil no período entre 2004 e 2008, e a tabela 1.02 apresenta as áreas com florestas plantadas pertencentes às empresas associadas e não associadas da ABRAF no mesmo período. A tabela 1.03 compara as áreas pertencentes às associadas da ABRAF com as áreas de empresas filiadas das associadas coletivas que não se sobrepõem a das empresas da ABRAF. 16

17 2007³ Tabela 1.01 Florestas plantadas com eucalipto e pinus no Brasil ( ) eucalipto (ha) pinus (ha) total (ha) Estado MG¹ SP² PR SC BA RS MS ES PA MA AP GO MT Outros total Fonte: ABRAF, AMS, Instituto de Economia Agrícola de São Paulo e STCP, ¹ Tendo por base os dados publicados pelo Inventário Florestal de Minas Gerais, além de estimativas da AMS, a área com floresta plantada do estado de Minas Gerais foi revista desde 2004, conforme consta na tabela acima. ² A partir dos dados obtidos através do Instituto de Economia Agrícola de São Paulo, a área plantada com eucalipto e pinus neste estado foi revisada a partir de ³ Área ajustada em função das notas 1 e 2 acima. 17

18 capítulo 01 FLORESTAS PLANTADAS NO BRASIL 18 Tabela 1.02 Área com florestas plantadas de eucalipto e pinus no Brasil e das associadas da ABRAF, por estado em 2008¹ Fonte: Associadas da ABRAF, AGEFLOR, AMS, APRE, REFLORE e STCP, ¹ Os valores apresentados foram oriundos de dados compilados a partir de diferentes fontes de informação conforme descrito nas Notas Metodológicas (Capítulo 5). ² Empresas associadas da ABRAF e empresas vinculadas às Associações Coletivas da ABRAF (vide ABRAF - Estrutura e Associados).

19 Tabela 1.03 Área total com florestas plantadas de eucalipto e pinus de empresas diretamente relacionadas à ABRAF (empresas associadas da ABRAF e empresas filiadas às associadas coletivas) em Fonte: Associadas da ABRAF, AGEFLOR, AMS, APRE, REFLORE e STCP ND Não Disponível 1 Os valores apresentados foram oriundos de dados compilados a partir de diferentes fontes de informação conforme descrito nas Notas Metodológicas. ² Somente as empresas associadas da ABRAF em ³ Conforme dados obtidos pelas respectivas associações, a área total plantada (eucalipto e pinus) das filiadas às Associações Coletivas da ABRAF são: AGEFLOR ( ha); AMS ( ha), APRE ( ha) e REFLORE ( ha). 4 Empresas vinculadas às Associações Coletivas da ABRAF que são associadas da mesma. 5 Empresas associadas da ABRAF e empresas vinculadas às Associações Coletivas da ABRAF (vide ABRAF - Estrutura e Associados). 19

20 capítulo 01 FLORESTAS PLANTADAS NO BRASIL Através do gráfico 1.02 se observa o percentual da distribuição das florestas plantadas, entre eucalipto e pinus, nos principais estados brasileiros. Gráfico 1.02 Distribuição das florestas plantadas com eucalipto e pinus no Brasil por estado em 2008 Fonte: ABRAF e STCP, Como forma ilustrativa, as figuras 1.01 e 1.02 retratam as áreas e as distribuições geográficas das florestas plantadas no Brasil em 2008, respectivamente para eucalipto e pinus. Na sequência, a figura 1.03 apresenta a área total e a distribuição das florestas plantadas com estas espécies no Brasil. 20

21 Figura 1.01 Evolução da área e distribuição de florestas plantadas com eucalipto no Brasil ( ) MA Eucalipto (ha) A P PA G O MT MG B A ESTADO MG¹ SP² PR SC BA RS MS ES PA MA AP GO MT Outros TOTAL MS E S Total (2008): ha S P PR S C R S Fonte: ABRAF, AMS, Instituto de Economia Agrícola de São Paulo e STCP, 2009 ¹ Tendo por base os dados publicados pelo Inventário Florestal de Minas Gerais, além de estimativas da AMS, a área plantada do estado de Minas GErais foi revista desde 2004, conforme consta na tabela acima. ² A partir dos dados obtidos através do Instituto de Rconomia Agrícola de São Paulo, a área plantada com pinus e eucalipto neste estado foi revisada a partir de Fonte: ABRAF e STCP,

22 capítulo 01 FLORESTAS PLANTADAS NO BRASIL A P PA 11 MT 7 G O MS S P PR S C R S MA 0 MG B A E S Total (2008): ha 22 Figura 1.02 Evolução da área e distribuição de florestas plantadas com pinus no Brasil ( ) Pinus (ha) ESTADO MG¹ SP² PR SC BA RS MS ES PA MA AP GO MT Outros TOTAL Fonte: ABRAF, AMS, Instituto de Economia Agrícola de São Paulo e STCP, 2009 ¹ Tendo por base os dados publicados pelo Inventário Florestal de Minas Gerais, além de estimativas da AMS, a área plantada do estado de Minas GErais foi revista desde 2004, conforme consta na tabela acima. ² A partir dos dados obtidos através do Instituto de Rconomia Agrícola de São Paulo, a área plantada com pinus e eucalipto neste estado foi revisada a partir de Fonte: ABRAF e STCP, 2009.

23 Figura 1.03 Evolução da área e distribuição de florestas plantadas no Brasil ( ) A P Área Total (ha) ESTADO MG¹ SP² PR SC BA RS MS ES PA MA AP GO MT Outros TOTAL PA MA MT B A G O MS S P PR MG E S S C R S Total (2008): ha Fonte: ABRAF, AMS, Instituto de Economia Agrícola de São Paulo e STCP, 2009 ¹ Tendo por base os dados publicados pelo Inventário Florestal de Minas Gerais, além de estimativas da AMS, a área plantada do estado de Minas GErais foi revista desde 2004, conforme consta na tabela acima. ² A partir dos dados obtidos através do Instituto de Rconomia Agrícola de São Paulo, a área plantada com pinus e eucalipto neste estado foi revisada a partir de Fonte: ABRAF e STCP,

24 capítulo 01 FLORESTAS PLANTADAS NO BRASIL 2004 e O gráfico 1.03 ilustra a evolução da área plantada com eucalipto e pinus das empresas associadas da ABRAF, entre Gráfico 1.03 Evolução da área com florestas plantadas de eucalipto e pinus das empresas associadas da ABRAF ( ) Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. A distribuição da área com florestas plantadas, por estado e espécie, entre as empresas associadas da ABRAF está apresentada no gráfico 1.04, com dados para o ano de Por outro lado, o gráfico 1.05 evidencia a área com florestas plantadas das associadas por segmento industrial. Gráfico 1.04 Distribuição da área com florestas plantadas de eucalipto e pinus das empresas associadas da ABRAF por estado em 2008 Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. 24

25 Gráfico 1.05 Área de florestas plantadas de eucalipto e pinus das empresas associadas da ABRAF por segmento industrial em 2008 Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. 1 Outros relacionados à gestão florestal. Análise e interpretação dos dados de 2008 A partir da tabela 1.01 e do gráfico 1.02, observa-se que 77% ( ha) das áreas com florestas plantadas de pinus no Brasil concentram-se na Região Sul. A Região Sudeste, por sua vez, comporta 57% da área plantada de eucalipto no país. O estado de Minas Gerais é o maior detentor de florestas plantadas com eucalipto e pinus no Brasil em 2008, com ha, seguido por São Paulo com ha. A área total com florestas plantadas (eucalipto e pinus) das associadas individuais da ABRAF aumentou em 9,8% em 2008, quando comparado com 2007, passando de ha para ha (tabela 1.03). Em números absolutos este aumento equivale a ha. A área com pinus teve acréscimo de apenas 1,5% entre as associadas individuais da ABRAF, ao passar de ha, em 2007, para ha em Em contrapartida, o crescimento da área plantada com eucalipto foi mais expressivo (11,0%), passando de ha para estimados ha no mesmo período. Um dos principais fatores para tal acréscimo foi a expansão observada por parte de algumas empresas do setor de celulose e papel, principalmente nos primeiros três trimestres de 2008, além do relato de incorporação de área com florestas plantadas no estado do Pará e Maranhão por associada da ABRAF. Em 2008, as empresas associadas da ABRAF (associadas individuais e empresas filiadas das associações coletivas) detinham 44,2% da área total de florestas plantadas com pinus e eucalipto no Brasil. Tal percentual praticamente não se alterou quando comparado com o acumulado até 2007, quando as associadas individuais da ABRAF eram responsáveis por 44,3% das áreas com florestas plantadas no país (vide tabela 1.02). Ainda quanto à área com florestas plantadas das associadas individuais da ABRAF, os estados mais representativos com pinus são da região Sul do Brasil (88%). Em contrapartida, a região Sudeste apresenta a concentração de 58% ( ha) da área plantada com eucalipto entre as associadas individuais da ABRAF, conforme mostra a tabela A taxa média de crescimento anual das florestas plantadas de pinus das associadas individuais da ABRAF diminuiu 1,5% em 2008 em relação ao ano anterior. O eucalipto apresentou taxa média de crescimento de 6,7% ao ano. Tais dados podem ser observados através do gráfico 1.03, o qual mostra a evolução destes plantios, por espécie, entre 2004 e

26 capítulo 01 FLORESTAS PLANTADAS NO BRASIL Quanto às florestas plantadas por segmento industrial entre as empresas associadas da ABRAF, constata-se, pelo gráfico 1.05, que a maior área pertence às empresas do segmento de celulose e papel (76% de pinus e 70% de eucalipto). Com relação ao pinus, os segmentos de painéis reconstituídos e siderurgia concentram respectivamente de 15% e 9% da área com este gênero. Quanto ao eucalipto, a proporção se inverte, sendo 21% pertencente às empresas de siderurgia e 6% às de painéis entre as associadas da ABRAF. A maior parte das empresas do setor florestal foi atingida pelos efeitos da crise econômica mundial no último trimestre de Como os investimentos neste setor dependem da recuperação da economia, os investimentos em plantios florestais para os próximos anos foram reduzidos, sendo que o ano de 2009 possivelmente será o mais atingido. A distribuição das áreas de florestas plantadas com eucalipto e pinus das associadas individuais da ABRAF, por tipo de propriedade, está apresentada na tabela Tabela 1.04 Distribuição das áreas com florestas plantadas com eucalipto e pinus das empresas associadas da ABRAF por tipo de propriedade (2007 e 2008) Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. NC Não Calculado em função do aumento excessivo devido a incorporação de empresa. ¹ Outros compreendem os estados do Pará e Rio de Janeiro. Nota: Adicionalmente, as florestas plantadas com outras espécies (principalmente Araucária) das Associadas da ABRAF totalizam ha. Quanto à distribuição das florestas plantadas por tipo de propriedade, constata-se, através da tabela 1.04, que houve aumento de 7% em propriedades próprias nas áreas das empresas associadas da ABRAF entre 2007 e O fomento florestal também expandiu-se no período analisado, chegando a ha em 2008 frente aos ha (2007), o que representa acréscimo de 16,5%. Com maior percentual de crescimento, o arrendamento passou de ha em 2007 para ha em 2008, com crescimento de 22%. Constata-se assim que as empresas associadas da ABRAF, em 2008, buscaram o aumento de oferta de madeira em tora através de programas de fomento e arrendamento florestal em proporções superiores à aquisição de terras próprias. 26 Em linhas gerais, o estado do Mato Grosso do Sul apresentou aumento de 83% nas áreas de arrendamento em 2008 para as empresas associadas da ABRAF. O Rio Grande do Sul, por sua vez, mostrou acréscimo nas áreas de fomento

27 das empresas associadas da ABRAF. Áreas com eucalipto no Pará também apresentaram crescimento, o que fez com que a tabela 1.04 evidenciasse percentuais significativos. O gráfico 1.06 retrata a evolução histórica da distribuição das áreas com florestas plantadas, pelas associadas da ABRAF, levando em consideração o tipo de propriedade. Em 2008 ocorreu recuperação da área com florestas plantadas em propriedade própria, a qual vinha sofrendo redução gradativa desde De acordo com o gráfico 1.07, a distribuição das áreas com florestas plantadas entre as empresas individuais associadas da ABRAF para os diferentes tipos de propriedade em 2008 foi de 72,8% em áreas próprias, 16,4% em áreas fomentadas e 10,8% em área arrendada. Gráfico 1.06 Evolução histórica da distribuição das áreas com florestas plantadas com eucalipto e pinus das empresas associadas da ABRAF por tipo de propriedade ( ) Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. Gráfico 1.07 Distribuição das florestas plantadas das associadas da ABRAF por tipo de propriedade em 2008 Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. 27

28 capítulo 01 FLORESTAS PLANTADAS NO BRASIL 1.2 Florestas Plantadas com Outras Espécies As áreas de florestas plantadas com eucalipto e pinus são as mais representativas no Brasil. Porém, outras espécies plantadas também merecem destaque em virtude de sua importância econômica e crescimento nos últimos anos na área com florestas plantadas. A tabela 1.05 evidencia as áreas com florestas plantadas e os principais aspectos pertinentes às demais espécies plantadas no Brasil com representatividade numérica. Tabela 1.05 Características principais e área com florestas plantadas com outras espécies no Brasil (2007 e 2008) Fonte: Associadas da ABRAF; Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha; Centro de Pesquisa do Paricá; IBGE; diversas empresas e fontes; STCP, ¹ As áreas com florestas plantadas no Brasil com seringueira foram revisadas em função de dados publicados pelo IBGE e pela Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha. ² Áreas com florestas tais como ipê-roxo, fava-arara, jatobá, mogno, acapú, entre outras. As espécies de acácia plantadas no Brasil (Acacia mearnsii e Acacia mangium) têm seus plantios concentrados nos estados do Rio Grande do Sul e Roraima. No Rio Grande do Sul a Acacia mearnsii é cultivada por milhares de pequenos produtores florestais, os quais suprem empresas principalmente do segmento de tanino que é extraído da casca de sua árvore. A produção desta espécie visa atender a demanda tanto do Brasil como do exterior, com consequente geração de empregos e renda. A madeira da acácia é destinada aos consumidores de lenha para energia, produção de carvão e exportação de cavacos para celulose, principalmente, para o Japão. O tanino desta espécie é destinado para o mercado interno, o qual supre os setores de curtume, adesivos, petrolífero, borrachas, entre outros. Adicionalmente, parte da produção brasileira de tanino é exportada para mais de 50 países. Cabe ressaltar que os únicos produtores e exportadores de tanino são a África do Sul, Brasil, Chile e China. 28

29 Em 2007, a área plantada com acácia no Brasil totalizava ha, tendo chegado a uma área estimada de ha em Tal redução é confirmada junto às grandes empresas produtoras desta espécie no Rio Grande do Sul. A seringueira (Hevea brasiliensis) é cultivada pela sua seiva para a produção de borracha natural, enquanto a madeira, por ocasião da renovação dos seringais pode ser utilizada na geração de energia ou na indústria moveleira, como ocorre em outros países que a plantam em larga escala. Tal espécie originalmente é encontrada na Amazônia. De acordo com pesquisas recentes da EPAMIG Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, que está vinculada à Secretaria da Agricultura do Estado, o estado de Minas Gerais tem as condições naturais (solo, clima, relevo e disponibilidade de água) e posição geográfica propícia para incorporar o cultivo da seringueira, em grande escala, às atividades do agronegócio. Desta forma, espera-se que os plantios desta espécie aumentem gradativamente no estado. Esta mesma vantagem competitiva já vem sendo explorada há muitos anos pelos estados de São Paulo, Mato grosso, Bahia e mais recentemente pelo Mato Grosso do Sul. Os estudos da EPAMIG estão fundamentados na estratégia brasileira para evitar a dependência da borracha natural importada, utilizada como matéria-prima na produção de diversos artigos fundamentais para a sociedade. No entanto, a área plantada com seringueira apresentou pequeno decréscimo (-0,5%) em 2008, passando de ha em 2007 para estimados ha em O paricá (Schizolobium amazonicum) tem seus plantios concentrados nos estados do Pará e Maranhão. O mesmo é espécie nativa da região amazônica brasileira e é adequado para a fabricação de laminados e compensados, forros, palitos, móveis, acabamentos em geral e molduras. Segundo dados do Centro de Pesquisas do Paricá (Dom Eliseu/PA), a área plantada com paricá no Brasil é de ha, o que representa acréscimo de 1,3% frente ao ano anterior. Plantios florestais com teca (Tectona grandis) no Brasil podem ser encontrados principalmente nos estados do Mato Grosso, Amazonas e Acre. É atualmente uma das madeiras mais valorizadas no mercado internacional, razão pela qual seus plantios têm sido incrementados. Seus principais usos estão direcionados à construção civil (portas, janelas, lambris, painéis, forros, etc), assoalhos e decks, mobiliário, embarcações (coberturas, pisos, forros), lâminas decorativas, decoração e adornos em geral (escultura e entalhe). A teca atingiu 2008 com ha plantados no Brasil, enquanto em 2007 o total estimado chegou aos ha. As florestas plantadas com a araucária (Araucaria angustifolia) se localizam principalmente nos estados do Paraná e Santa Catarina. Os principais usos da espécie são para madeira serrada e laminada, produtos de madeira sólida como forros e molduras, estrutura de móveis, celulose de fibra longa, entre outros. Apesar de sua importância em subregiões destes estados, observou-se decréscimo de 28% na área plantada com araucária no Brasil entre 2007 e 2008, chegando em 2008 com o total estimado de ha. Isto se deve principalmente à substituição de plantios por outras espécies de mais rápido crescimento e a restrições e normativas legais ao corte desta espécie (em regime de floresta nativa e plantada) que vêm ocorrendo nos últimos anos. Neste sentido, a Lei Federal /06 trata da utilização e proteção da vegetação nativa da Mata Atlântica, bioma este de domínio natural da araucária. Esta lei restringe o corte e a supressão de vegetação nativa primária ou nos estágios avançados e médios de regeneração. Adicionalmente, a instrução normativa 06/08 do MMA considera a araucária como espécie ameaçada de extinção, estando sujeita às restrições legais na sua colheita, para quaisquer fins, a qual deve ser efetuada apenas mediante autorização do órgão ambiental competente. Para espécies florestais nativas plantadas (que incluem as florestas plantadas com araucária) a instrução normativa 08/04 do MMA já 29

30 capítulo 01 FLORESTAS PLANTADAS NO BRASIL exigia na época da colheita a apresentação de informações pelo proprietário sobre os plantios, incluindo também uma prévia vistoria de campo pelo IBAMA ou órgão estadual competente que comprove o efetivo plantio. Estas normativas têm desestimulado o plantio e manejo desta espécie, devido à burocracia requerida sem a garantia da aprovação de corte aos produtores. A tendência é de que existam cada vez mais restrições aos remanescentes e espécies ameaçadas da Mata Atlântica. O populus, de nome científico Populus spp, também tem suas florestas plantadas concentradas nos estados do Paraná e Santa Catarina. Usualmente é aplicado na fabricação de palitos de fósforo, partes de móveis, portas, marcenaria interior, entre outros. Para o ano de 2008 constatou que há aproximadamente ha de populus plantados no Brasil As empresas associadas da ABRAF apresentaram o total de ha de área plantada acumulada até 2008 com outras espécies, especialmente a araucária. Síntese de florestas plantadas no Brasil em 2008 O Brasil conta com ha de florestas plantadas, entre áreas com pinus, eucalipto e outras espécies. A tabela 1.06 apresenta resumidamente o total destas florestas para o ano de 2008, sendo possível observar que o pinus corresponde a 28,4% do total em 2008, eucalipto 64,7% e outras espécies 6,9%. Assim, em linhas gerais, constata-se que a área plantada com eucalipto vem crescendo ano a ano e é a mais significativa em termos de área plantada. Tabela 1.06 Áreas com florestas plantadas das principais espécies no Brasil (2007 e 2008) Fonte: Associadas da ABRAF; Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha; Centro de Pesquisa do Paricá; IBGE; diversas empresas e fontes; STCP, ¹ As áreas com florestas plantadas no Brasil com seringueira foram revisadas em função de dados publicados pelo IBGE e pela Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha. ² Áreas com florestas tais como ipê-roxo, fava-arara, jatobá, mogno, acapú, entre outras. 1.3 Florestas Plantadas x Florestas Nativas Em 2008, as empresas associadas da ABRAF preservaram aproximadamente 1,67 milhão de hectares de florestas nativas, representando crescimento de 14,4% sobre a área declarada em 2007 (1,46 milhão ha). Este percentual justifica-se principalmente pela aquisição e incorporação de novas áreas bem como pela atualização no georreferenciamento de áreas com florestas nativas. A tabela 1.07 apresenta a distribuição das áreas das empresas associadas da ABRAF entre florestas plantadas e nativas (por estado em 2007 e 2008). Destaque especial para o crescimento na área com floresta nativa nos estados do Pará e Maranhão, em função principalmente da incorporação de terras, ampliando áreas próprias em estados localizados na Amazônia Legal, onde os dispositivos legais determinam a manutenção de 80% da propriedade com Reserva Legal (RL). 30

31 Tabela 1.07 Distribuição das áreas com florestas plantadas e nativas preservadas pelas empresas associadas da ABRAF por estado (2007 e 2008) Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. ¹ A atualização e consolidação da área de preservação relativa à 2007 fez-se necessária em função da correção destes dados por parte das empresas associadas à ABRAF. ² Inclui RPPN, Área de Preservação Permanente, Reserva Legal e Outras. ³ Outros inclui áreas do estado do Pará e Rio de Janeiro. Em 2008, dentre os estados com maior área preservada pelas associadas da ABRAF estão Minas Gerais, Bahia e São Paulo, conforme se observa no gráfico Gráfico 1.08 Área de florestas plantadas e nativas preservadas pelas empresas associadas da ABRAF por estado em 2008 Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. 31

32 capítulo 02 SILVICULTURA DE FLORESTAS PLANTADAS 32

33 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base

34 capítulo 02 SILVICULTURA DE FLORESTAS PLANTADAS 2 Silvicultura de Florestas Plantadas 2.1 Destaques da Silvicultura em 2008 O Setor de Florestas Plantadas viveu bons e maus momentos durante o ano de 2008: iniciativas e circunstâncias favoráveis possibilitaram crescimento do setor e propiciaram anúncios de grandes investimentos durante o primeiro semestre de Todavia, o surgimento de dificuldades e ameaças trazidas pela crise financeira internacional para os segmentos industriais integrados ao cultivo de eucalipto e pinus, trouxe novos desafios ao setor no 4º trimestre de Os destaques são evidenciados a seguir: i. A crise econômica mundial e sua repercussão no setor florestal brasileiro; ii. A situação favorável do Brasil no IAIF Brasil e a atração para novos investimentos em florestas plantadas; iii. Criação de novos fundos de investimentos para florestas plantadas; iv. Abertura de novas fronteiras florestais; v. Incremento do potencial dos biocombustíveis de origem florestal; vi. Ampliação do mercado de carbono e maior atenção às mudanças climáticas; vii. Câmara setorial de silvicultura no MAPA; e, viii. Ampliação das áreas de sistemas agrossilvipastoris: Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) A crise econômica mundial e sua repercussão no setor florestal brasileiro Após um período de grande crescimento nos últimos anos, a economia mundial e consequentemente a economia brasileira, entraram nos últimos meses de 2008 em um período de desaceleração brusca. Entre o crescimento expressivo dos setores industriais, do agronegócio e de serviços no Brasil, foi impulsionado pelo aumento da demanda interna e externa e pela elevação dos preços das principais commodities. Até o início do último trimestre de 2008 os indicadores nacionais refletiram um crescimento vigoroso da economia sustentado pela expansão do crédito interno, que atingiu o nível recorde de 37% do PIB. O financiamento, em condições favoráveis, impulsionou a venda de diversos bens de consumo, sobretudo os duráveis. Neste mesmo período as exportações das principais commodities, com preços em elevação, alavancaram a balança comercial, com superávits cada vez maiores. O gusa, o aço e a celulose, assim como os móveis e os painéis reconstituídos, que são a principal matéria-prima da indústria moveleira, destacaram-se no conjunto dos produtos voltados para o consumo interno e exportação. 34 No último trimestre de 2008, no entanto, o cenário mudou com a crise financeira iniciada nos Estados Unidos e na Europa, afetando, sobretudo, as economias desenvolvidas e com reflexos negativos nas economias emergentes. O desaquecimento das principais economias globais motivado por esta crise, e a consequente redução de crédito no mercado mundial diminuiu a demanda por commodities agrícolas e industriais de diversas regiões produtoras, inclusive do Brasil. Entre elas citam-se o ferro gusa, aço, celulose, papéis de imprimir e escrever e embalagens, painéis de madeira e móveis.

35 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Os elevados estoques e a redução de consumo, em especial no mercado externo, obrigaram os produtores nacionais a se adequarem à nova realidade global. Tal fato fez com que se reduzisse a produção de celulose e especialmente de gusa e aços, afetando sobremaneira o desempenho e resultados destes setores, pois a valorização do dólar não compensou a queda dos volumes exportados. Os reflexos desta redução no nível de investimentos e o valor das exportações no quarto trimestre provocaram, dentre outras consequências, o forte desaquecimento de importantes setores com repercussões negativas nos níveis de emprego, renda e arrecadação de tributos. A crise de liquidez, decorrente da crise de confiança, restringiu o crédito. Como exemplo, até setembro de 2008, 70% das solicitações de crédito das pessoas físicas era atendida. Esse número caiu para apenas 45% no mês seguinte. O crédito escasso e mais caro afetou o mercado doméstico de automóveis, o agronegócio e a construção civil. Além disso, provocou a queda de postos de trabalho e o adiamento ou cancelamento de investimentos da ordem de R$ 65 bilhões nas áreas de celulose, siderurgia, mineração, construção civil e açúcar e álcool, os mais atingidos. Tais ações tiveram uma influência direta na redução de investimentos sobre as atividades florestais e industriais. Em alguns setores da economia os reflexos da crise mostraram-se mais intensos. Empresas brasileiras, incluindo algumas do setor de florestas plantadas, apostaram na desvalorização do dólar no mercado futuro, realizando operações com derivativos e incorreram em grandes perdas trazidas pela valorização da moeda americana, agravadas pela queda dos preços das principais commodities exportadas pelas mesmas. O governo brasileiro, por sua vez, adotou medidas visando minimizar os efeitos da crise, e contribuir para a retomada do crescimento da economia brasileira em um cenário internacional nem sempre favorável. Dentre as medidas adotadas pelo governo para reverter este quadro, estão a redução dos empréstimos compulsórios para os bancos e a liberação de linhas especiais de crédito pelo BNDES, em uma tentativa de aumentar a oferta de crédito na economia, além da isenção de alguns impostos para setores considerados prioritários pela geração de emprego, que foram afetados pela crise e pela queda do consumo. Para parte dos analistas, as economias emergentes, que incluem o Brasil, responsáveis por 2/3 do incremento econômico mundial, continuarão a crescer embora em ritmo mais lento. Estima-se que entre 600 e 700 milhões de chineses e indianos migrarão do campo para as cidades nos próximos anos, criando demanda nas áreas de infra-estrutura e habitação, e ampliando as oportunidades para as empresas exportadoras brasileiras produtoras de commodities e bens industriais. O setor florestal poderá ser ainda mais beneficiado por apresentar menor custo de produção nas atividades de florestas plantadas, com menor ciclo e maior produtividade, com ativos menos sujeitos às oscilações do mercado financeiro, aspectos extremamente valorizados em épocas de crise financeira. Celulose e papel A crise financeira internacional afetou a demanda e os preços da celulose e em consequência o respectivo setor produtivo. A celulose que era comercializada em agosto de 2008 por US$ 810,00/t caiu para US$ 530,00/t no 4º trimestre, acompanhando a queda dos preços das principais commodities exportadas pelo Brasil. A redução foi causada por desequilíbrios no mercado, com elevações dos estoques decorrentes da redução do consumo. Parte significativa de investimentos previstos ou anunciados foi adiada ou cancelada em decorrência da crise e dos 35

36 capítulo 02 SILVICULTURA DE FLORESTAS PLANTADAS prejuízos contábeis de empresas do setor. No entanto, estima-se que o novo cenário que irá emergir, após a superação da crise, deverá fortalecer ainda mais o Brasil no cenário internacional devido à competitividade do setor, com baixo custo por tonelada produzida e à elevada qualidade em relação aos principais concorrentes internacionais. Apesar dos percalços espera-se, a partir do segundo semestre de 2009, o início de recuperação do setor. Além destes fatores destaca-se, no cenário internacional, a ação do governo russo que estabeleceu tarifas de exportação de madeiras, o que elevou os custos e reduziu os embarques para a Europa em 44% e para a Ásia 15% em Está prevista ainda, para o início de 2009, uma tarifa de 80% sobre o valor exportado o que poderá reduzir ainda mais o suprimento de madeira russa para os principais concorrentes do Brasil. Siderurgia a carvão vegetal O setor siderúrgico foi um dos mais afetados. As exportações de gusa caíram drasticamente no 4º trimestre de 2008, provocando uma das mais intensas crises no setor nacional com graves repercussões nos preços do produto e do carvão vegetal. Durante o primeiro semestre de 2008, os produtores nacionais, animados com os preços cada vez maiores do ferro gusa, matéria-prima para a fabricação do aço, no mercado internacional, passaram a investir em aumento de produção e a ampliar a contratação de mão-de-obra, inclusive colocando em operação fornos que estavam desativados. Em julho, o preço da tonelada do produto atingiu o valor recorde de US$ 850,00. A crise econômica global que eclodiria dois meses depois, no entanto, alterou completamente a perspectiva dessas empresas com o preço da tonelada atingindo US$ 350,00. No início de 2009 a tonelada havia caído a US$ 260,00, menos de 1/3 do preço praticado seis meses antes e com volume reduzido de negócios. Consequentemente, o consumo e os preços do carvão vegetal também sofreram o impacto da crise. Os preços, que em julho atingiram o recorde dos US$ 114,50 / mdc, despencaram para US$ 34,17 / mdc em dezembro, decorrente da redução brusca do consumo, conforme ilustrado no Gráfico Gráfico 2.01 Evolução mensal do preço médio do carvão vegetal em 2008 (US$ e R$ / MDC) 36 Fonte: AMS.

37 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Nos últimos meses de 2008 foram abafados 100 fornos, ou seja, 65% dos 154 existentes no país demonstrando a gravidade da crise que afetou o segmento siderúrgico. Foram demitidos cerca de trabalhadores do setor guseiro e decretadas férias coletivas sob risco de novas demissões. Em Minas Gerais, responsável pela produção de 70% do ferro gusa nacional, a crise atingiu o setor siderúrgico a carvão vegetal de forma intensa. De um total de 108 fornos apenas 20% estavam funcionando, em escala reduzida ao final do ano de 2008, algo sem precedentes, de acordo com o Sindicato da Indústria do Ferro em Minas Gerais (SINDIFER). A situação também se tornou grave nos demais estados produtores como Pará, Maranhão, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul. De acordo com a Associação das Siderúrgicas de Ferro-gusa do Brasil (ASIBRAS) - que representa empresas e sindicatos de diferentes estados - o Brasil é o único país a produzir ferro gusa a partir do carvão vegetal, e mesmo com o agravamento da crise, não deve abrir mão deste processo de fabricação. Segundo essa entidade, a meta de suas associadas é que as mesmas deixem de consumir madeira originária de florestas nativas dentro de um prazo máximo de 10 anos. As empresas e a Associação Mineira de Silvicultura (AMS) em conjunto com o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais criaram o Pacto de Sustentabilidade que propõe, dentre outras medidas, a utilização de carvão vegetal apenas de florestas plantadas no prazo de 10 anos. O Pacto de Sustentabilidade serviu de base para a elaboração de um projeto de Lei Estadual, em tramitação na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Painéis de madeira e produtos de madeira sólida No segmento de painéis de madeira reconstituída, que tem como maior cliente a indústria moveleira, a demanda esteve aquecida até setembro de Apesar da crise global, os níveis de produção permaneceram altos também no último trimestre de 2008, tendo em vista as vendas de painéis para entrega no 4º trimestre, período de alta demanda de móveis no período final do ano. Como os demais segmentos da economia, a indústria moveleira experimentou grande demanda de móveis até o 3º trimestre de 2008, tanto para o mercado interno quanto para a exportação, ocorrendo a queda em ambos os mercados no 4º trimestre de Em consequência, no último trimestre de 2008, a indústria de painéis de madeira teve grande redução de pedidos para entrega em início de 2009, quando as fábricas de móveis fazem a reposição de estoques, tendo em vista a queda nas exportações de móveis e a expectativa de vendas reduzidas no mercado interno e externo no início de O setor de construção civil apresentou, no fechamento de 2008, crescimento superior a 10% em relação ao ano anterior. As expectativas para 2009 foram retomadas com o recente anúncio, e iniciativa do Governo, do programa de construção de 1 milhão de casas populares já a partir de Desta forma, acredita-se que haja aquecimento na demanda por painéis reconstituídos principalmente para a fabricação de móveis populares. Por outro lado, os produtos de madeira sólida e os de maior valor agregado (PMVA), os quais participam da produção nacional destinada ao mercado externo, sentiram os efeitos da crise em função da queda expressiva na demanda internacional por estes produtos. Como alternativa, as empresas deste setor têm buscado se adaptar e suprir a demanda por produtos de madeira do mercado interno da construção civil, apesar deste representar um nicho de produtos específicos. Segundo a ABIMCI, ainda assim o crescimento acelerado observado nos últimos dois anos por este segmento é a válvula de escape para o setor de madeira sólida, o qual já sofreu perdas significativas devido à valorização do real ante o dólar até o início da crise financeira. 37

38 capítulo 02 SILVICULTURA DE FLORESTAS PLANTADAS A situação favorável do Brasil no IAIF Brasil e a atração de novos investimentos em florestas plantadas Liderança do Brasil no IAIF O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) desenvolveu nos últimos anos o chamado Índice de Atração ao Investimento Florestal (IAIF), que tem por objetivo avaliar a atratividade do setor florestal dos países latino-americanos aos investimentos diretos, e assim orientar investidores sobre os países com maior potencial de êxito nos investimentos aplicados no setor florestal. O índice varia em uma escala entre 0 a 100, na qual quanto maior a pontuação, maior a atratividade de um país aos investimentos florestais. A metodologia de construção e atualização do IAIF tem por base três sub-índices: SUPRA, INTER e INTRA Setorial. O sub-índice SUPRA Setorial calcula o impacto macro-econômico e outros fatores que afetam a rentabilidade dos negócios em todos os setores produtivos de um país. Por sua vez, o sub-índice INTER Setorial mede os fatores que são gerados em outros setores econômicos, mas que afetam o desempenho dos investimentos diretos no setor florestal, enquanto o Subíndice INTRA Setorial avalia os fatores intrínsecos ao setor florestal que afetam a rentabilidade dos negócios florestais. A primeira classificação do IAIF ocorreu em 2005 (com dados base de 2004), quando o Brasil se posicionou como o líder para receber investimentos no setor na América Latina. Em 2008, o BID publicou uma revisão do índice (com base em dados base de 2006) e novamente o Brasil se manteve na liderança, mostrando seu alto potencial para receber investimentos florestais. A tabela 2.01 apresenta a classificação dos 10 países latino-americanos com melhor desempenho no IAIF nos anos 2004 e Outros países do Cone Sul como o Chile, Argentina e Uruguai estão entre os principais na classificação do IAIF, em ambas as avaliações, embora com pontuação significativamente menor que o Brasil. Os resultados do desempenho do Brasil para cada fator (sub-índice) do IAIF em 2004 e 2006 podem ser observados na tabela A mesma também evidencia a máxima classificação possível e o crescimento potencial para o país em cada sub-índice. O Brasil tem integrado suas vantagens competitivas no setor florestal através das condições naturais favoráveis, conhecimentos científicos e capacidade empreendedora, o que resulta em um potencial altamente competitivo de crescimento. Apesar do país ser uma das melhores opções para investimentos em ativos florestais, há fatores que necessitam ser melhorados para aumentar o potencial de receber investimentos. 38

39 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Tabela 2.01 Principais países no ranking do IAIF 2004 e 2006 Fonte: BID (2008), adaptado por STCP. Em linhas gerais, o Brasil apresentou melhoria de 47% e 20%, respectivamente, na média dos fatores dos sub-índices SUPRA e INTER-setoriais entre 2004 e Os fatores do IAIF que mais favoreceram o desempenho favorável do país em 2006 foram o seu mercado de capitais, infra-estrutura econômica e social, apoio aos negócios florestais e industriais, tamanho do mercado doméstico e a disponibilidade de terras de vocação florestal. Dentre os maiores crescimentos dos fatores INTER-Setoriais, evidencia-se a melhoria das políticas agrícolas, cuja pontuação cresceu 307% entre 2004 e 2006 e a redução nas restrições de plantio e colheita (melhoria de 225%). Em menor grandeza, mas não menos importante, está a taxa de câmbio (melhoria de 186% na pontuação), neste caso atingindo em 2006 a máxima pontuação possível. Por outro lado, alguns fatores sofreram perdas, entre eles alguns dos sub-índices INTRA-Setorial, tomando por base a deterioração da percepção de players do setor florestal na redução de apoio às empresas florestais. O Brasil ainda enfrenta obstáculos para melhorar sua posição em importantes indicadores, tais como ações adversas (ex: subsídios à agricultura, restrições ao manejo de algumas espécies, ampliação de restrições para a reserva legal e áreas de preservação permanente, entre outros) e recurso florestal (área disponível para plantio florestal em um país). Assim, para o país melhorar seu desempenho e efetivamente atrair mais e maiores investimentos florestais, o setor de florestas plantadas deverá receber mais atenção do Governo através de políticas voltadas especificamente ao seu desenvolvimento. O potencial de crescimento do IAIF brasileiro é de 65%, apontando a lacuna que se tem para implementar políticas para melhorar ainda mais a capacidade de atração de investimento florestal (tabela 2.02). Cabe ressaltar que sobre a base da estrutura do IAIF se desenvolve uma metodologia para a implantação do chamado Processo de Melhoria do Clima de Negócios para Investimentos no Setor Florestal (PROMECIF). O PROMECIF incorpora os fatores e indicadores que integram o IAIF, a fim de orientar as autoridades governamentais a diagnosticar o ambiente doméstico para investimento e desenvolver medidas para ajustar esses fatores, tornando seu país mais atrativo aos investimentos diretos no setor florestal. 39

40 capítulo 02 SILVICULTURA DE FLORESTAS PLANTADAS Tabela 2.02 Resultados do IAIF no Brasil por sub-índice em 2004 e 2006 Fonte: BID (2008), adaptado por STCP. 40

41 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Atração de novos investimentos em florestas plantadas no Brasil Na análise e seleção de um ou mais países para investimento, cada vez mais investidores internacionais levam em conta, principalmente, as características econômicas dos mesmos. Para auxiliar estes investidores em suas decisões, algumas agências de classificação de riscos possuem índices de riscos (ratings) que representam a probabilidade de inadimplência de um país. Este índice subdivide os países entre aqueles com grau de investimento (Investiment Grade) que indica probabilidade baixa ou moderada de inadimplência e aqueles com grau especulativo (Speculative Grade) com alta probabilidade de inadimplência, ou onde esta já acontece. Em 2008, o Brasil passou de grau especulativo para grau de investimento no índice de credit ratings da agência Standard & Poors, permitindo ao país captar recursos externos a juros menores (menor prêmio de risco em títulos de dívida). O Brasil apresenta vários fatores atrativos aos investidores estrangeiros, dentre eles a possibilidade de acesso a um mercado interno consumidor amplo e crescente e uma maior estabilidade política. Em tempos de crise econômica internacional, de escassez de oferta de crédito externo e de um menor patamar de investimentos, o Brasil se tornou uma alternativa viável aos grupos empresariais que ainda dispõem de maior liquidez e estão dispostos a investir. As vantagens competitivas e comparativas do país no setor florestal, principalmente em florestas plantadas de rápido crescimento, permitem maior garantia de elevado retorno econômico a estes investidores. No Brasil, o setor florestal tem se desenvolvido principalmente com base em investimentos diretos de origem doméstica. No entanto, os investimentos de origem estrangeira também têm crescido. Para investimentos no curto prazo, espera-se que a crise financeira mundial apenas atrase os investimentos previamente anunciados no setor florestal. Já para investimentos no médio e longo prazos, há a expectativa de implementação de mega-investimentos na silvicultura de florestas plantadas e na indústria de base florestal nacional. Esta perspectiva promete elevar os níveis de produção, tanto nas florestas quanto nas transformações industriais, para patamares nunca antes observados Criação de novos fundos de investimentos para florestas plantadas A floresta é reconhecida como um ativo atrativo para investimentos de longo prazo pelo fato do desempenho financeiro do investimento florestal ser estável, e apresentar uma correlação negativa com a volatilidade dos mercados de capitais. Desde a última década, tem sido observado um aumento expressivo no número e montante de investimentos no país, por parte de investidores nacionais e internacionais, não necessariamente integrados com o setor florestal. Estes procuram formar e adquirir ativos florestais no Brasil, indicando que a silvicultura brasileira caminha para um novo patamar de crescimento. Nos últimos anos, diversos instrumentos financeiros têm sido desenvolvidos para direcionar e facilitar os investimentos em florestas e na indústria de base florestal, em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Tais instrumentos incluem os fundos de investimento em ativos florestais, securitização florestal, corporate bonds, créditos de carbono e outros. Os instrumentos que têm apresentado maior crescimento no país são os fundos de investimentos em ativos florestais, oriundos de fundos de pensão e fundos florestais especificamente constituídos para este fim. Tais fundos têm diferentes origens, entre capital estrangeiro e nacional, muitos ainda em processo de desenvolvimento e consolidação, e estão voltados principalmente para a formação de ativos florestais de rápido crescimento (florestas plantadas) não necessariamente associados a projetos industriais. Estes projetos têm se concentrado em regiões onde os mercados já estão 41

42 capítulo 02 SILVICULTURA DE FLORESTAS PLANTADAS mais desenvolvidos tais como nas regiões Sul e Sudeste (principalmente Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais) apesar de alguns deles estarem investindo em novas fronteiras florestais nos estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Bahia. Os fundos de investimento podem ou não ser geridos pelas chamadas TIMOs (Timberland Investment Management Organizations) ou por empresas especializadas em gestão florestal. As TIMOs têm sido uma forma de organização de investidores de êxito no Brasil, principalmente na Região Sul do país, com ativos compostos por florestas plantadas de pinus. Em alguns casos elas mesmas podem dispor de fundos próprios de investimento em florestas. A despeito da crise atual, existe a perspectiva de que a atuação destas organizações no Brasil aumente nos próximos anos. As negociações para compra de ativos florestais no mundo e no Brasil para fundos de investimentos concentramse, em sua maioria, na aquisição de maciços florestais já formados, geralmente em idade adulta, com formas diversificadas de negociação, podendo incluir aspectos relativos à reposição florestal, garantia de recompra da madeira, estabelecimento de preço, dentre outros. No entanto, variações do perfil e tipo de investimento podem ocorrer. No Brasil, em função das limitações na oferta de ativos florestais prontamente disponíveis dentro das características tidas como prioritárias (aquisição somente da madeira), os fundos de investimento têm aceitado diversificar suas operações, e considerar, como parte de seu portfólio os investimentos em florestas plantadas (ex: eucalipto, pinus e teca), novas fronteiras, aquisição de ativos terra e florestas, e foco em nichos de mercado com menos agregação de valor como a celulose e o carvão. Estima-se que os fundos de investimentos deverão aumentar sua participação no cenário florestal nacional nos próximos anos, em função da atratividade do país e do negócio florestal como um todo Abertura de novas fronteiras florestais As florestas plantadas se concentraram nos últimos 40 anos principalmente nas regiões Sul e Sudeste do país e mais recentemente têm se expandido para outras regiões, como o Nordeste, Norte e o Centro-Oeste. Os plantios florestais, via de regra, são impulsionados por empresas consumidoras da madeira. Nesse sentido, e em busca de novas fronteiras, algumas empresas, com o apoio dos governos estaduais, estão investindo em estados até então considerados não tradicionais na cultura florestal. Dentre eles, destacam-se o Piauí e o Maranhão, regiões não tradicionais da Bahia, os estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, na região Centro Oeste, e ainda as expansões de florestas plantadas, em menor escala, no estado do Pará (Norte). Ocorrem também expansões em estados tradicionalmente voltados para a silvicultura. O Programa de Desenvolvimento Florestal do Vale do Parnaíba, desenvolvido pela CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e Governos do Estado do Piauí e Maranhão, que visa a implementação de ações para o desenvolvimento do setor florestal na bacia do Parnaíba, já tem apresentado resultados positivos quanto a novos investimentos na silvicultura de florestas plantadas em larga escala. Estes trazem a perspectiva de utilização sustentável de recursos florestais plantados e a geração de emprego e renda. 42 O Programa Florestal destes estados prevê a geração de condições que possam conduzir à implementação de um modelo sustentado de desenvolvimento setorial, tendo como base todo o potencial a partir de florestas plantadas,

43 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 além da capacidade de transformação desse potencial em bens e serviços. O resultado esperado é o de alavancar o crescimento sob os princípios da sustentabilidade, atendendo critérios sócio-ambientais. Em 2008, uma das maiores empresas produtoras de celulose e papel do país, anunciou a instalação de duas novas fábricas, sendo uma no estado do Piauí e a outra no Maranhão. A empresa prevê aplicar aproximadamente US$ 1,8 bilhão em cada projeto até A base florestal da empresa no Piauí deverá ser 70% constituída a partir de plantios próprios e 30% a partir de produtores locais. Outro estado que está expandindo rapidamente o cultivo de florestas plantadas é o Mato Grosso do Sul, que entre 2004 a 2008 aumentou sua área plantada de ha para ha (eucalipto e pinus). Segundo estimativas, os investimentos no estado até 2010 podem atingir R$ 4 bilhões, em reforma e expansão florestais, associados também a novas plantas industriais. Essa retomada da vocação florestal sul mato-grossense está relacionada com o (i) elevado potencial do estado para a silvicultura; (ii) disponibilidade de áreas a preços mais competitivos do que em outras regiões, além das (iii) propriedades no estado possuírem um melhor aproveitamento, já que as áreas disponíveis são maiores e com baixa declividade do terreno, com ganhos de escala de 10-15% para plantio florestal. Nos últimos anos foram anunciados novos investimentos de grandes empresas de celulose e papel para o Mato Grosso do Sul, bem como estudos em andamento para projetos de indústrias de outros segmentos da cadeia produtiva da madeira. De acordo com estudo recente, contratado pelo governo do estado, o potencial sul mato-grossense para florestas plantadas é de pelo menos 1 milhão de hectares. Os investimentos em florestas plantadas nos estados tradicionais e nas novas fronteiras florestais marcam uma nova etapa de crescimento do setor, trazendo benefícios na geração de empregos, renda, diversificação de produtos, inclusão social, e geração de divisas para os estados beneficiados com a silvicultura em larga escala Incremento do potencial dos biocombustíveis de origem florestal Entre os biocombustíveis sólidos de origem florestal destacam-se a biomassa florestal e o carvão vegetal, os quais apresentam elevado potencial energético para o país. A biomassa florestal é aquela oriunda de lenha ou resíduos florestais/industriais (na forma de cavacos). Existe um alto potencial de geração desta biomassa no país, tanto a partir de florestas plantadas quanto de nativas, com o aproveitamento de resíduos florestais, industriais e aqueles gerados em centros urbanos (construção civil, arborização, outros). Algumas empresas do setor de florestas plantadas têm direcionado esforços para aumentar este aproveitamento, gerando cavacos para fins energéticos a partir do material lenhoso da colheita florestal ou da compra no mercado de resíduos de reprocessamento da indústria florestal (por exemplo, dos resíduos gerados nas indústrias de processamento de madeira sólida). No âmbito federal, a EMBRAPA Floresta (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Floresta), juntamente com outras instituições (EMBRAPA Agroindústria de Alimentos, EMBRAPA Meio Ambiente, ESALQ/USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz/Universidade de São Paulo e MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), preocupadas com a questão de disponibilidade de biomassa florestal e do uso de tecnologias apropriadas para geração energética, está coordenando o Projeto Florestas Energéticas. O Projeto tem por objetivo desenvolver, otimizar e viabilizar alternativas ao uso de fontes energéticas tradicionais não renováveis, por meio da biomassa de florestas plantadas, 43

44 capítulo 02 SILVICULTURA DE FLORESTAS PLANTADAS contribuindo para a ampliação da matriz energética nacional de forma sustentável. O mesmo é composto por cinco projetos-componentes, sendo um de gestão e quatro de pesquisa científica, estruturados em uma plataforma em rede, com vista à promoção de sinergias, fluxos de recursos e de informações. Além disso, o MMA/PNUD Ministério do Meio Ambiente / Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, também interessado na temática do aproveitamento de resíduos de madeira para fins energéticos, está conduzindo estudos que permitam diagnosticar a situação atual do uso destes tipos de resíduos no país e propor políticas públicas, inseridas no contexto das políticas do MME Ministério das Minas e Energia, que fomentem a utilização destes resíduos para propósitos energéticos. Em Minas Gerais, o Governo do Estado em parceria com outras instituições, vem atuando, na promoção de estudos e programas voltados para o setor florestal, tendo recentemente criado o Centro de Inteligência de Florestas - CIF (www. ciflorestas.com.br), no âmbito do Pólo de Excelência em Florestas patrocinado pelo Estado, com a finalidade de fomentar estudos e pesquisas na área florestal. O Pólo de Excelência em Florestas é uma plataforma de projetos e iniciativas de base científica e tecnológica, alinhados para a organização e o fortalecimento das estruturas de geração e difusão de conhecimento. Os resultados esperados são competitividade, inovação, geração de novos produtos e negócios, desenvolvimento e otimização de tecnologias, formação de capacitação de recursos humanos e inovação na prestação de serviços. A implantação do Pólo de Excelência em Florestas tem como premissas para seu desempenho a sustentabilidade, os padrões de classe mundial, o compromisso com a geração e difusão de conhecimentos, a valorização do capital humano e o trabalho em harmonia com os valores culturais e éticos. Dentre os estudos em desenvolvimento no âmbito do Pólo de Excelência em Florestas destaca-se um sobre a cadeia dos biocombustíveis sólidos, ou seja, a lenha e o carvão, dois produtos de grande relevância na matriz energética do estado. O estudo também abrangerá a madeira destinada a outros fins e está sendo realizado com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa de MG (FAPEMIG) - sob a coordenação da EPAMIG e parceria da FJP, UFV, SEAPA e SECTES. Sua necessidade se dá em função da importância que o CAIFP (Complexo Agroindustrial de Florestas Plantadas de Minas Gerais) tem para o Estado, a sociedade e o meio ambiente. Nesse sentido, há necessidade de estudos atuais, sistematizados e completos sobre os ambientes organizacional e institucional onde estão inseridas as cadeias ligadas à produção florestal. O conjunto dessas informações poderá auxiliar tanto na formulação de políticas públicas como para o direcionamento do investimento privado em Minas Gerais Ampliação do mercado de carbono e maior atenção às mudanças climáticas A temática sobre mudança global do clima ganha a cada dia maior relevância na agenda de governos, empresas e da sociedade como um todo. Embora ainda seja marcado por alguma controvérsia sobre a real extensão do problema, o aquecimento do planeta causado pela atividade humana é, hoje, reconhecido pela comunidade científica internacional, e demanda grande disposição política para sua mitigação e reversão. 44 A mudança do clima resulta de um processo de acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera, que está em curso desde a revolução industrial. A constatação de mudanças no clima do planeta nas últimas décadas direcionou os esforços da comunidade internacional para criar mecanismos globais que possam reverter este quadro. Assim, se estabeleceu em 1992 a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (United Nations Framework Convention on Climate Change UNFCCC), a qual tem por objetivo estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera, em um

45 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 nível que reduza a interferência antrópica prejudicial ao equilíbrio climático do planeta. A 3ª Conferência da Partes (COP-3), realizada pelos países membros da Convenção do Clima, em 1997 na cidade de Quioto (Japão), destacou-se pela proposição do Protocolo de Quioto. Através deste acordo, os países industrializados (indicados no Anexo I do mesmo) concordaram, no horizonte entre 2005 a 2008 (Fase I) e 2008 a 2012 (Fase II), a reduzir suas emissões dos três mais importantes gases causadores do efeito estufa (CO 2, CH 4 e N 2 O, respectivamente dióxido de carbono, metano e óxido nitroso) em 5,2%, tomando como base os níveis observados em Para facilitar o cumprimento das metas estabelecidas e assim evitar impactos econômicos negativos da redução direta de emissões nesses países, o Protocolo de Quioto estabeleceu três mecanismos de flexibilização que podem ser considerados na contabilidade de emissões de cada país: (i) Comércio de Emissões, (ii) Implementação Conjunta e (iii) Mecanismo de Desenvolvimento Limpo MDL (Clean Development Mechanism). A proposta de MDL consiste na implantação de um projeto em um país em desenvolvimento (Não-Anexo I) com o objetivo de reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE) e contribuir para o desenvolvimento sustentável local. Cada tonelada de CO 2 equivalente deixada de ser emitida ou retirada da atmosfera através de projetos de MDL se transforma em uma unidade de crédito de carbono, chamada Redução Certificada de Emissão (RCE), que poderá ser negociada no mercado mundial. Estes podem ser utilizados no cumprimento de parte dos compromissos de redução de emissões dos países industrializados. Embora criado em 1997, o Protocolo de Quioto só passou a vigorar a partir de fevereiro de A demora excessiva para a entrada em vigor do Protocolo levou ao estabelecimento de mercados de créditos de carbono voluntários (os chamados Não-Quioto), como a Bolsa do Clima de Chicago (Chicago Climate Exchange CCX) e sua empresa-irmã européia, a Bolsa Européia do Clima (European Climate Exchange ECX), e outros incluídos na figura 2.01, regidas por regras próprias, à parte do Protocolo de Quioto e da Convenção do Clima. Os acordos que delineiam as regras desses mercados são estabelecidos entre empresas privadas, sem interferência de Governos, ao contrário do Protocolo de Quioto, que é um acordo estabelecido entre países, onde o mecanismo de avaliação e aprovação de projetos conta necessariamente com a participação dos governos do país sede e do país comprador dos créditos de carbono. Conforme se observa, o mercado atual de carbono pode ser dividido entre aquele relacionado ao Protocolo de Quioto, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e aqueles Não-Quioto. Estes últimos se relacionam com a Redução Certificada de Emissão (RCE) e a Redução de Emissão (RE). O mercado de carbono Não-Quioto conta ainda com outras iniciativas voluntárias, como o mercado de neutralização de emissões de empreendimentos industriais/comerciais, neutralização de eventos e outros, através do sequestro de carbono feito por árvores plantadas. Estes projetos voluntários de neutralização de carbono não são regulamentados por um mercado e, portanto, possuem condições peculiares que devem ser cuidadosamente avaliadas pelas empresas interessadas. As florestas desempenham um papel fundamental na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas sequestrando CO 2 da atmosfera por meio da fotossíntese. Devido ao fato do Brasil possuir excelentes condições de solo e clima, o potencial para implementação de projetos florestais no âmbito do MDL, ou de outros mercados Não-Quioto, é grande e pode ser explorado pelo país. Com foco nas florestas de produção, o Brasil possui grandes vantagens competitivas em comparação a outros países, como por exemplo, a alta produtividade de espécies como o eucalipto (média de 35 m³ de madeira/ha.ano) e seu curto período de maturação para o primeiro corte (6-7 anos). Apesar do volume de CO 2 sequestrado 45

46 capítulo 02 SILVICULTURA DE FLORESTAS PLANTADAS por uma floresta depender da espécie plantada, tipo de clone, condições de solo e clima, tipo de manejo, entre outros, estima-se que uma floresta de eucalipto com tal produtividade média contribua com o sequestro de aproximadamente 200 toneladas de CO 2 e por hectare/ano. No entanto, tem se observado grande variação no preço da tonelada de CO 2 e (RCE) 1 negociada no mercado Europeu nos últimos meses, principalmente devido aos reflexos da crise financeira mundial, atingindo níveis entre 9 e 11 Euros 2. A figura 2.01 abaixo sintetiza o perfil atual do mercado de carbono, bem como as possibilidades para o setor de florestas plantadas. Figura 2.01 Mercado de carbono e as possibilidades para o setor de florestas plantadas Fonte: STCP (2009). Atualmente, dos mais de projetos de MDL em processo de avaliação pelo Comitê Executivo do MDL na ONU, estão registrados e 59 solicitaram o registro 3. Dos já registrados, somente dois são projetos florestais, o que mostra o fraco desempenho do setor. Limitações na regulamentação de projetos florestais, mensuração dos créditos de carbono temporários, entre outros fatores, contribuíram para este desempenho. No entanto, existem 10 metodologias de projetos de grande escala aprovadas pela ONU para projetos de florestamento e reflorestamento no âmbito do MDL. Entre elas destaca-se a AR-AM0005 que trata do plantio de florestas para uso industrial e/ou comercial. Esta metodologia foi desenvolvida por uma empresa brasileira, associada da ABRAF, com base em uma experiência nacional e com potencial 46 1 C02e - Toneladas de C0 2 equivalente aos gases causadores de efeito estufa como o próprio CO 2, CH 4 e N 2 O. RCE Redução Certificada de Emissão. 2 Carbon Newsletter Crédito de Carbono, Ano 2009, nº3 - Santander Global Banking & Markets. 3 UNFCCC. Disponível em: < Acesso em: 27 fev

47 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 para replicar projetos florestais para todo o setor siderúrgico brasileiro. A figura 2.02 compara a emissão de CO 2 no processo de produção de ferro e aço através da utilização do carvão mineral e o carvão vegetal renovável (biocombustível sólido). Apesar de ambos emitirem CO 2 na atmosfera, no processo do carvão vegetal também ocorre a remoção deste gás, gerando assim maior benefício climático. Figura 2.02 Carvão vegetal renovável para produção de ferro e aço / Emissões de CO 2 no processo termo-redutor Fonte: Sampaio et al, Adaptado por STCP. * No caso de carvão vegetal não-renovável, as emissões são ainda maiores, aproximadamente 5t CO 2. Como alternativa ao cenário estabelecido pelo MDL, empresas florestais brasileiras, algumas associadas da ABRAF, direcionaram seus esforços na área climática para a Bolsa de Clima de Chicago, onde regras mais flexíveis possibilitaram a geração e comercialização de créditos de carbono para projetos florestais não elegíveis sob as atuais regras do MDL. A COP14/MOP4 realizada em Poznan, na Polônia, foi marcada por avanços modestos, já que os governos encontram-se em fase de preparação para a COP15/MOP5 que se realizará em Copenhague, Dinamarca. Segundo o Plano de Ação adotado na Conferência de Bali, em 2007, os países deverão chegar a um acordo até a COP15 sobre o período que sucederá o primeiro compromisso do Protocolo de Quioto, que termina em 2012, criando grandes expectativas para a Conferência de Copenhague. Embora a COP14 tenha sido marcada por avanços modestos, um assunto de grande interesse para o setor florestal brasileiro evoluiu de forma significativa e sem precedentes. A delegação brasileira apresentou proposta para tornar áreas 47

48 capítulo 02 SILVICULTURA DE FLORESTAS PLANTADAS com florestas plantadas em exaustão elegíveis no âmbito do MDL. Como resultado, a Conferência solicitou que o Conselho Executivo do MDL faça uma análise aprofundada do assunto e que recomende uma posição às partes signatárias do Protocolo até a COP15 na Dinamarca. Conforme as regras atuais, somente áreas que não continham florestas em 31 de Dezembro de 1989 são elegíveis para o MDL. No contexto das florestas plantadas, essa regulamentação representa uma falha, pois veda a possibilidade de se utilizarem áreas que estavam estocadas em 1989, mas que se encontram exauridas atualmente. Isso gera uma contradição com o princípio de reutilização de terras já convertidas para plantio. Portanto, caso a proposta brasileira seja aprovada, empresas brasileiras terão a possibilidade de desenvolver projetos de MDL que contemplem o estabelecimento de novos plantios em áreas de reforma florestal, contanto que as demais regras do mecanismo, sobretudo o critério de adicionalidade, sejam observadas Câmara Setorial de Silvicultura no MAPA Atendendo a um antigo pleito da ABRAF, a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Silvicultura, órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), foi instalada pelo Ministério em 18 de junho de 2009, no auditório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) - Sede, Brasília, DF, com a missão de atuar como foco consultivo na identificação de oportunidades ao desenvolvimento das cadeias produtivas da silvicultura, articulando agentes públicos e privados, mediante ações prioritárias de interesse comum, com vista à atuação sistêmica e integrada dos diferentes segmentos produtivos. Juntamente com as demais Câmaras Setoriais, a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Silvicultura integra a estrutura funcional do Conselho do Agronegócio (CONSAGRO/MAPA). Participam da mesma, representantes do governo como o próprio MAPA, instituições como o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Ministério do Meio Ambiente (MMA), órgãos do governo como a EMBRAPA, o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), entidades de classe do setor como a ABRAF e suas associadas coletivas, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Brasileira de Celulose e Papel (BRACELPA), a Associação Brasileira das Indústrias de Painéis de Madeira (ABIPA), o Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNABF), e outras, além da Sociedade de Investigações Florestais (SIF). Em sua última reunião, realizada em novembro de 2008, em Curitiba/PR, a Câmara deliberou pela elaboração de uma Agenda Estratégica do Setor de Florestas Plantadas, que a partir de cenários de curto, médio e longo prazos, irá identificar oportunidades e obstáculos ao desenvolvimento dessa atividade no país, e propor ações para cada situação. A criação da Câmara Setorial da Silvicultura no MAPA é um reconhecimento da importância da atividade de silvicultura como agricultura de árvores, destinada à produção de madeira para as cadeias produtivas de celulose e papel, siderurgia a carvão vegetal, painéis de madeira reconstituída, produtos de madeira sólida e energia, sendo, portanto uma atividade integrante do agronegócio, que necessita do apoio e incentivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 48

49 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base Ampliação das áreas de sistemas agrossilvipastoris: Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) Nos últimos anos tem-se intensificado o plantio de florestas integradas com a lavoura e a pecuária, em especial nas propriedades familiares onde é reduzida a área disponível para o cultivo. Algumas empresas produtoras e consumidoras de madeira vêm desenvolvendo e aprimorando tecnologias adequadas a esta integração. Mais recentemente a Embrapa- CNPMS, em Sete Lagoas (MG) iniciou pesquisas sobre a ILPF. Os sistemas agrossilvipastoris, de acordo com pesquisadores da Embrapa 4, propiciam a diversificação de atividades nas propriedades rurais, a ampliação sustentável do uso da terra e contribuem para o aumento da geração de mais renda no campo. A prática, além de recuperar o solo, aumenta sustentavelmente a produtividade agrícola e pecuária. São vários os resultados apontados pelos pesquisadores da Embrapa: ambas as atividades são beneficiadas pela melhoria dos ambientes físico, químico e biológico do solo; permitem o prosseguimento na produção de grãos ou pastagens com elevação do rendimento; a prática contribui para ampliar a oferta de madeira com qualidade; e propicia a redução dos custos devido à associação de atividades, gerando renda adicional aos proprietários e diminuindo a pressão sobre a vegetação nativa. Dessa forma, o sistema ILPF permite conciliar a preservação ambiental com a ocupação produtiva da propriedade rural e pode ser adotado em diferentes regiões. É viável tanto em grandes como em propriedades rurais familiares, contribuindo para obter maior lucratividade aliada à sustentabilidade e menor impacto ambiental. Os pesquisadores da EMBRAPA - Milho e Sorgo - e do WWF elaboraram um estudo mostrando que para cada hectare de pastagem degradada recuperado é possível reduzir 1,8 hectare de desmatamento. Dessa forma, as árvores colhidas na Integração Lavoura Pecuária Floresta, à medida que aumentam a oferta de madeira no mercado, contribuem para reduzir a pressão de desmatamento das florestas acompanhadas de queimadas. 2.2 Área de Plantio Anual Conceitos gerais Para a compreensão das informações nesta seção e em todo o Anuário, é importante destacar a diferença de significado entre as expressões área de plantio anual e área total com florestas plantadas. Neste Anuário o termo área de plantio anual se refere ao plantio realizado em cada ano incluindo a expansão de novas áreas (novo plantio) e as áreas de reforma (colheita seguida de plantio com novas mudas/clones) ocorridas. Já a expressão área total com florestas plantadas é a área acumulada com plantações em uma determinada região e ano sendo o resultado do balanço da área com florestas plantadas no ano anterior subtraída da área colhida e da área convertida em outros usos e acrescida da área de reforma, de rebrota (condução da brotação da base da árvore após a colheita florestal, realizada por algumas empresas do setor), e da expansão de novas áreas. 4 Tema discutido no XXVII Congresso Nacional de Milho e Sorgo. Disponível em: < Acesso em: 23 dez

50 capítulo 02 SILVICULTURA DE FLORESTAS PLANTADAS Em resumo: Área de plantio anual = novo plantio + áreas de reforma Área total com florestas plantadas em um determinado ano = área total de florestas plantadas do ano anterior (área colhida + área convertida em outros usos) + (área de reforma + área de rebrota + novas áreas) Portanto, é incorreto obter a área plantada em um determinado ano somando-se a área de plantio anual à área total de florestas plantadas do ano anterior, pois as áreas de reforma estariam sendo consideradas em duplicidade. Para facilitar o entendimento das duas expressões, o Box 2.01 apresenta as opções de intervenção de manejo e regeneração de florestas plantadas e ajuda a visualizar e distinguir os diferentes tipos de intervenções florestais envolvidas. Da mesma forma ilustra as opções de intervenção de manejo de florestas plantadas, que via de regra incluem: (i) novo plantio; (ii) reforma; e (iii) rebrota. 50

51 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Box 2.01 Alternativas de formação de florestas plantadas destas alternativas. A 2008 = ÁREA TOTAL FLORESTA PLANTADA (2008) Floresta Plantada A 2007 = ÁREA TOTAL FLORESTA PLANTADA (2007) B C D E F ÁREA TOTAL FLORESTA PLANTADA 2008 A 2008 = A B F 2008 Idade (ano) NOVO PLANTIO¹ 0-1 REFORMA² FLORESTA PLANTADA EM CRESCIMENTO REBROTA³ CONVERSÃO OUTROS USOS 0-1 Diferentes idades NOVA ÁREA DE SILVICULTURA 2008 P 2008 = B C E 2008 Ilustração X X Plantio Anual Rebrota Exemplos Fonte: Elaborado por STCP, 2009 ¹ NOVO PLANTIO - Expansão da área plantada em área antes ocupada por outras culturas agrícolas. expansão de área plantada. A primeira intervenção de manejo a ser considerada, é o novo plantio, que é realizado em áreas anteriormente ocupadas por outras culturas que não Outro importante método de regeneração é a reforma também como forma de substituição total do povoamento de baixo potencial produtivo, ou com produtividade abaixo da esperada, por um novo povoamento originado do plantio de mudas ou de material clonal. O fator que mais afeta esta decisão envolve a produtividade potencial da nova rotação quando comparada A rebrota ou talhadia pode ser realizada somente em povoamentos cuja espécie apresenta regeneração via brotação do toco remanescente, como é área plantada embora represente nova área de silvicultura. outros usos (F). Adicionalmente, a chamada nova área de silvicultura (para distinguir do plantio anual) é a soma deste plantio anual com a área de rebrota realizada no respectivo ano. Fonte: STCP (2009). 51

52 capítulo 02 SILVICULTURA DE FLORESTAS PLANTADAS Área de plantio anual no Brasil O Ministério do Meio Ambiente (MMA) tem preparado nos últimos anos uma estimativa de área de plantio anual com florestas plantadas no Brasil, denominado como área de reforma e plantios florestais por estado (vide tabela 2.03). Tabela 2.03 Área de plantio no Brasil (reforma e expansão florestal) em 2006 e 2007 Fonte: MMA Programa Nacional de Florestas (2007), adaptado por STCP. Notas: 1. Dados estimados com base em levantamentos realizados junto aos órgãos estaduais de meio ambiente / floresta, entidades setoriais, empresas que plantam e consomem madeira, prestadores de serviços, universidades, produtores de sementes, viveiristas, consultores e agentes financiadores. 2. O MMA não fornece os dados subdivididos entre área plantada em reforma, expansão (novos plantios) e rebrota. 3. Estados com estimativa de plantio menor que 500 ha/ano de plantio não foram considerados pelo MMA. 4. Até o fechamento desta edição do Anuário da ABRAF, o MMA ainda não dispunha dos dados atualizados de plantio realizado em

53 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Plantio anual das empresas associadas da ABRAF Entre 2000 e 2008 constatou-se aumento significativo de 187,6% (19,3% a.a.) na área total de plantio de eucalipto e pinus nas empresas associadas da ABRAF (gráfico 2.02). No período o plantio de eucalipto aumentou em 227,5% (21,9% a.a. e o de pinus reduziu-se em 27,1% (-5,1% a.a.). A média anual de plantio de ambas as espécies foi de ha. A média anual de plantio de eucalipto e pinus foi respectivamente de ha e de ha. Gráfico 2.02 Evolução do plantio anual com florestas plantadas¹ de eucalipto e pinus das empresas associadas da ABRAF por espécie ( ) ha/ano Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. ¹ Inclui expansão e reforma florestal. Conforme se observa no gráfico 2.03, as áreas de novos plantios aumentaram em 6,5% em 2008 (187,4 mil ha), quando comparado com 2007 (175,9 mil ha). As áreas de reforma, por sua vez, cresceram 7,6% em 2008 em relação ao ano anterior, passando de 185,8 mil ha para 199,9 mil ha. A condução de rebrota, nas associadas da ABRAF, cresceu de 2,9 mil ha em 2007 para 19,0 mil ha em

54 capítulo 02 SILVICULTURA DE FLORESTAS PLANTADAS Gráfico 2.03 Evolução do plantio anual com florestas plantadas por tipo: novo plantio reforma e rebrota¹ das empresas associadas da ABRAF ( ) Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. ¹ Vide conceitos apresentados no BOX A evolução da área de plantio anual entre as associadas da ABRAF entre 2004 e 2008 é apresentada no gráfico 2.04 por tipo de plantio. Para o pinus, observa-se crescimento (2008/2007) nas áreas próprias (5,6%) e nas áreas de fomento (30,0%), enquanto torna-se praticamente nula a área de arrendamento de pinus em Quanto ao eucalipto, constata-se crescimento entre as associadas da ABRAF de 5,4% para as áreas próprias, 21,8% para áreas de fomento e de 30,6% para o arrendamento. Gráfico 2.04 Evolução da área de plantio anual das associadas da ABRAF por tipo de plantio ( ) 54 Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP.

55 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base Novas Tecnologias e Produtividade Florestal Nas últimas décadas, o setor florestal brasileiro de florestas plantadas vem aprimorando suas técnicas relacionadas ao aumento de produtividade florestal. Apesar dos fatores ambientais contribuírem para o bom desenvolvimento do plantio, diferentes métodos e novas tecnologias são utilizadas para aumentar a produtividade ou minimizar aspectos desfavoráveis, tais como perdas de fertilidade (nutrientes) da terra, pragas e doenças, entre outros. Os investimentos em pesquisas, a aplicação de técnicas de manejo específicas, o melhoramento genético de sementes e a clonagem de espécies florestais de rápido crescimento têm aumentado consideravelmente a produtividade das florestas plantadas das empresas no país. Esse aprimoramento tem levado o Brasil a se destacar na produtividade florestal tanto de coníferas como de folhosas. Em termos de ganhos em escala industrial, cita-se como exemplo o exercício ilustrado na tabela 2.04 para o segmento de celulose, de autoria da Pöyry. Com as inovações tecnológicas das fábricas de celulose nos últimos anos, os níveis de produção aumentaram para acompanhar esse avanço e permitir um novo patamar de escala de produção. Assim, nos anos 80, uma fábrica padrão de celulose tinha capacidade de produção de até 500 mil t/ano. Nos anos 2000, essa capacidade padrão dobrou para 1 milhão t de celulose/ano, e espera-se que em 2010 atinja 1,3 milhões t/ano de produção. Essa evolução gera um crescimento de 160% no período de 1980 a 2010). Para o abastecimento de uma fábrica de um milhão de t/ano, o consumo de madeira em tora também aumentou, porém em proporções menores (142%) do que a produção de celulose uma vez que o consumo específico de madeira apresentou queda de 7%. Com isto há a produção de mais celulose com menor consumo relativo de matéria-prima (madeira em tora). Em termos de produtividade da floresta, conforme mostra a tabela 2.04, o incremento médio anual (IMA) do eucalipto aumentou 120% ao longo do período analisado, saindo de 25 m³/ha.ano, nos anos 80, com a expectativa de atingir 55 m³/ha.ano em Tal indicador evidencia maior produção de madeira por ha, reduzindo a necessidade de área plantada e consequentemente de área total. Ainda neste exercício, constata-se que com tais níveis de produtividade, resultado das inovações tecnológicas do setor, a produção de madeira em tora ocorre em um tempo relativamente menor. Assim, enquanto que nos anos 80 precisava-se em média de 8 anos para realizar o corte do eucalipto, em 2010 a expectativa é que essa floresta seja explorada com aproximadamente 5,5 anos, segundo o estudo. Tendo por base os indicadores apresentados anteriormente, a área plantada necessária para o aumento em 160% de produção de celulose de eucalipto será de apenas 10% a mais do que era necessário em 1980, conforme se observa na tabela Constata-se que em 1980, para a produção de 500 mil t de celulose por ano eram necessários 76 mil ha plantados, o que implica na necessidade de 152 mil ha de área total (estimando 50% de área protegida). Em 2010, com produção de até 1,3 milhões t de celulose por ano, a área plantada será de 83,6 mil ha, ou seja, requerendo cerca de 167,3 mil ha de área total em terra. 55

56 capítulo 02 SILVICULTURA DE FLORESTAS PLANTADAS Tabela 2.04 Evolução tecnológica no segmento de celulose e seu impacto em alguns segmentos da cadeia Item Evolução - Eucalipto Cresc. Anos (%) Produção Celulose (mil t/ano cel. - BHKP) (Fábrica Padrão) % s 2000 s ,6 Consumo de Madeira em Tora (milhões m³ sub/ano) ,9 3,7 142% s 2000 s 2010 (milhões m³ sub/ano) 4,0 3,8 3,6 3,4 3,2 3,8 3,7 3,5-7,9% 3, s 2000 s 2010 (m³/ha.ano) 60 55, ,0 40 IMA 30 25,0 120% s 2000 s

57 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Tabela 2.04 Evolução tecnológica no segmento de celulose e seu impacto em alguns segmentos da cadeia (continuação) Item Evolução - Eucalipto Cresc. Anos (%) ,0 6,5 Rotação Média anos 6 4 5,5-31,3% s 2000 s ,0 80,0 76,0 92,5 83,6 Área Plantada Necessária mil ha 60,0 40,0 10% 20, s 2000 s ,0 175,0 152,0 185,0 Área Total em Terra (50% proteção) mil ha 150,0 167,3 10% 125,0 100, s 2000 s 2010 Fonte: Pöyry (2008), adaptado por STCP. BHKP (Bleached Hardwood Kraft Pulp) - celulose branqueada de fibra curta (espécies folhosas). 57

58 capítulo 02 SILVICULTURA DE FLORESTAS PLANTADAS Um dos aspectos de maior relevância nos ganhos em produtividade florestal é o relativo às características genéticas das espécies/clone, através de programas de melhoramento florestal. Para que um programa destes seja bem sucedido, alguns fatores são essenciais, como a variabilidade genética, a intensidade da seleção (feita pelo homem) e a herdabilidade das características de interesse, bem como as condições disponíveis. A partir daí, os ganhos obtidos nas espécies comerciais em quantidade e qualidade no produto final trazem resultados econômicos significativos, compensando o custo envolvido com pesquisa e tecnologias aplicadas. Como exemplo, o teor de lignina e o rendimento em celulose, a densidade da madeira e seu poder calorífico, a presença de tiloses, o teor de cinzas, o teor de extrativos, e outras variáveis mostram a importância da condução de pesquisas em anatomia e tecnologia da madeira, paralelamente a programas de melhoramento genético, visando diminuir o ciclo da colheita e melhorar os resultados. O gráfico 2.05 ilustra dados de produtividade volumétrica florestal comparando o Brasil com alguns países. Observa-se que para espécies folhosas, o Brasil apresenta IMA dez vezes superior ao de países como a Finlândia, país este tradicionalmente florestal. No caso das coníferas, esse índice também é maior do que os do Chile e dos Estados Unidos. Gráfico 2.05 Comparação da produtividade florestal de coníferas e de folhosas no Brasil com países selecionados Fonte: Bracelpa/Pöyry, adaptado por STCP. ¹ Eucalipto. ² Pinus. As empresas da ABRAF têm conseguido ganhos significativos no IMA através de elevados investimentos, principalmente em pesquisa e desenvolvimento (P&D), buscando melhorias genéticas para as principais espécies. 58 As principais tendências em se tratando de melhoramento genético florestal, são: (i) continuidade dos programas de melhoramento, com vista a explorar a variabilidade existente através da recombinação dentro da espécie; (ii) utilização da clonagem como alternativa para plantações altamente produtivas, combinada aos cuidados ambientais necessários a tal prática; e (iii) utilização intensa da seleção precoce visando otimizar o fator tempo. A próxima etapa em incremento de produtividade de florestas plantadas certamente incluirá as pesquisas em biotecnologia.

59 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Historicamente, as empresas associadas da ABRAF são responsáveis pelos IMA mais elevados do país, conforme se observa no gráfico A produtividade média ponderada (em função da área plantada) dos plantios de eucalipto entre as empresas da ABRAF cresceu de 34,0 m³/ha.ano em 2004 para 40,1 m³/ha.ano em Da mesma forma, o IMA das plantações de pinus também evoluiu no período, atingindo 38,6 m³/ha.ano em Gráfico 2.06 Evolução do incremento médio anual (IMA) dos plantios florestais das empresas associadas da ABRAF ( ) Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. 2.4 Investimentos Os níveis de investimentos nos diversos setores da economia brasileira sofreram queda significativa, após o agravamento da crise econômica mundial no quarto trimestre de Empresas brasileiras e multinacionais anunciaram desde então o adiamento ou cancelamento de alguns investimentos previamente anunciados, em função, principalmente, da menor demanda dos mercados consumidores, escassez e encarecimento do crédito para financiamento, além de queda nos preços das commodities no mercado internacional. O BNDES publicou no início de 2009 um estudo 5 que contempla o mapeamento das perspectivas de investimentos no Brasil para o período entre 2009 e 2012, após o início da crise econômica mundial. Assim se observa os níveis esperados de investimentos dos setores antes (ago/08) e depois (dez/08) do alarme da crise global. Neste documento, segundo o BNDES, os setores de siderurgia e de papel e celulose, os quais apresentavam níveis de crescimento de investimentos bem acima da média de outros segmentos, foram obrigados a rever seus projetos em função da intensa reversão na trajetória dos preços e demanda de aço e de celulose no mercado internacional. A posição da indústria de celulose e papel, durante o levantamento do BNDES realizado em ago/08, foi de perspectiva de investimento (2009/2012) da ordem de R$ 26,7 bilhões. Esta estimativa foi reduzida drasticamente para R$ 9,0 bilhões em nova consulta realizada em dez/08. Esta revisão reflete queda expressiva de 66,3% nas perspectivas de investimento da indústria brasileira de celulose e papel, conforme se observa na tabela Segundo o relatório do BNDES, esta reavaliação 5 BNDES Perspectivas de investimentos 2009/12 em um contexto de crise - Visão do Desenvolvimento (5 Fev/2009 n.º 60). 59

60 capítulo 02 SILVICULTURA DE FLORESTAS PLANTADAS deve-se mais à não confirmação e ao adiamento de projetos, do que propriamente a cancelamento dos mesmos. No que se refere à indústria siderúrgica, o montante estimado para investimentos entre 2009/2012 caiu de R$ 60,5 bilhões para R$ 24,5 bilhões, durante consulta em ago/08 e dez/08 respectivamente, refletindo queda significativa de aproximadamente 60% nas projeções dos níveis de investimento deste setor (vide tabela 2.05). Para a indústria de construção civil residencial, a redução foi de 6%, partindo de perspectiva inicial de investimento da ordem de R$ 570,4 bilhões para R$ 535,7 bilhões, conforme evidencia a tabela Apesar do montante considerável de projetos já contratados e em fase inicial de obras, eles contribuem parcialmente para a redução dos efeitos da crise. A estimativa, no entanto, é de que haja uma desaceleração ainda maior dos investimentos no setor, a ser mais sentida no segundo semestre de Por outro lado, o recente anúncio (25/03/2009), pelo Governo, do programa de construção de um milhão de casas populares nos próximos anos, surgiu como um alento para a indústria da construção civil, que certamente beneficiará as indústrias siderúrgicas, de painéis de madeira e de móveis populares Tabela 2.05 Investimentos previstos no Brasil (2009/2012) Fonte: BNDES (2009), adaptado por STCP. ¹ Projetos / investimentos considerados firmes, por parte das empresas consultadas, apesar do agravamento da crise econômica mundial. Em 2008, as associadas da ABRAF investiram R$ 4,25 bilhões no setor, o que evidencia queda de 30,7% quando comparado aos R$ 6,13 bilhões investidos em 2007 (vide gráfico 2.07). Tal redução justifica-se, em parte, pela conclusão em 2008 de projetos iniciados nos anos anteriores, e também pela crise econômica internacional, que levou a grande maioria das empresas a adiar novos investimentos com desembolsos previstos ainda em

61 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Gráfico 2.07 Investimentos realizados em atividades florestais e industriais pelas empresas associadas da ABRAF (2007 e 2008) Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. Cerca de 48% do montante efetivamente investido em 2008 (R$ 4,25 bilhões) foi direcionado à instalação e melhoria da indústria, enquanto 27% do total foi investido em plantios florestais (gráfico 2.08). Gráfico 2.08 Participação dos investimentos realizados em 2008 pelas empresas associadas da ABRAF Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. 61

62 capítulo 02 SILVICULTURA DE FLORESTAS PLANTADAS Observa-se que algumas empresas dos diversos setores, incluindo associadas da ABRAF, estão postergando as estimativas do montante de investimentos para os próximos anos, até que os vários cenários da economia mundial se estabilizem. Conforme informado pelas empresas associadas da ABRAF, diante dos cenários atuais, as perspectivas de investimento destas empresas durante os próximos cinco anos ( ) somam R$ 16,1 bilhões, conforme ilustra o gráfico Gráfico 2.09 Perspectiva de investimentos das empresas associadas da ABRAF em atividades florestais entre P&D 163 Total: 16,1 bilhões Estradas 420 Colheita e Transporte Plantio Indústria (milhões R$) Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. Com essas perspectivas de recursos a serem destinados ao setor de base florestal, as empresas da ABRAF estimam que os investimentos em reforma e em novos plantios florestais atinjam R$ 3,8 bilhões, assim como as atividades de colheita e transporte recebam aproximadamente R$ 3,7 bilhões entre Os investimentos na indústria deverão atingir R$ 8,0 bilhões, destinando ainda R$ 420 milhões a estradas e R$ 163 milhões a P&D no setor. As associadas da ABRAF estimam que 49% dos investimentos previstos até 2013 (montante estimado em R$ 16,1 bilhões) sejam destinados à indústria, 24% ao plantio e 23% à colheita / transporte. Além disso, aproximadamente 3% devem estar destinados à construção e reparo de estradas e 1% para P&D, conforme evidencia o gráfico

63 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Gráfico 2.10 Distribuição da perspectiva de investimento das empresas associadas da ABRAF até 2013 Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. 63

64 capítulo 03 MERCADO FLORESTAL 64

65 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base

66 capítulo 03 MERCADO FLORESTAL 3 MERCADO FLORESTAL O setor de florestas plantadas brasileiro, através da produção e exploração sustentável de suas florestas, segue práticas de reduzido impacto ambiental e é capaz de oferecer diversos produtos à sociedade, ao mesmo tempo em que mantém a biodiversidade e os serviços ambientais. A produção florestal pode ser subdividida em produtos madeireiros e não madeireiros, conforme ilustra a figura 3.01, através do fluxo da matéria-prima, seus principais destinos bem como o grau de processamento do produto. No que se refere à produção madeireira, observa-se na figura 3.01 o fluxo da madeira dentro da cadeia produtiva, do beneficiamento até o consumidor final (mercados interno e externo). O processamento primário da madeira começa com sua transformação na forma de tora em madeira serrada, lâminas de madeira ou cavacos para posterior processamento. Estes produtos formam a base de transformação dos produtos florestais secundários e terciários antes de chegar ao consumidor final. Seguindo o fluxo da matéria-prima, o processamento secundário inclui a produção de celulose, de papel, de painéis reconstituídos de madeira - chapas de Medium Density Particleboard - MDP, anteriormente denominado aglomerado, de Medium Density Fiberboard - MDF e Oriented Strand Board - OSB, do carvão vegetal destinado à siderurgia, de produtos de maior valor agregado (PMVA) e de compensados. A geração de resíduos de madeira ocorre durante todo o processo, desde a exploração florestal até o processamento industrial dos produtos. Estes podem ser destinados à geração de energia elétrica e térmica, neste caso, por exemplo, na secagem de madeira e de grãos, à indústria de celulose, à fabricação de pallets de madeira e de briquetes, entre outros usos. Por sua vez, no processamento terciário, a gama de produtos beneficiados amplia-se significativamente a partir da combinação de produtos primários e secundários, já com aplicações intermediárias em diversos processos industriais. Entre eles destacam-se as peças de madeira para a construção civil, partes para móveis e embalagens, papel e papelão. Os produtos destinados ao consumidor final seguem o ciclo sequencial da cadeia produtiva da madeira, com produtos altamente diversificados e especializados (móveis, casas, papéis especializados e obras de madeira em geral). Os produtos florestais não madeireiros (PFNM) também contribuem ao desenvolvimento e geração de receitas ao setor, e oferecem ao mercado uma gama de opções, tais como resinas, borrachas, gomas, ceras, produtos aromáticos e medicinais, entre outros. 66

67 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Figura 3.01 Fluxo da cadeia produtiva da madeira Fonte: STCP 2009, baseado em VIEIRA, L. Setor Florestal em Minas Gerais: Caracterização e dimensionamento. Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais, Adaptado por SCTP (2009). 3.1 Madeira em Tora Produção de madeira em tora Em 2008, a produção florestal sustentada no Brasil referente aos plantios de eucalipto e pinus, atingiu uma estimativa de 230,6 milhões de m³/ano. A produção sustentada de uma espécie é o crescimento potencial obtido através do produto da área plantada e seu IMA. A tabela 3.01 evidencia que, entre os principais grupos de espécies, o eucalipto representa 76% da produção sustentada total de madeira enquanto o pinus corresponde a 24%. Tabela 3.01 Estimativa de produção sustentada de eucalipto e pinus no Brasil (2008) Fonte: Bracelpa/Pöyry, adaptado STCP. 1 IMA Incremento Médio Anual. 67

68 capítulo 03 MERCADO FLORESTAL A produção sustentada de madeira em tora de pinus está concentrada nas regiões Sul (77,1%) e Sudeste (19,1%) do Brasil, conforme se observa no gráfico Tal fato deve-se ao nível de desenvolvimento da indústria madeireira nestas regiões, envolvendo principalmente a fabricação de madeira serrada, compensado e painéis reconstituídos. Gráfico 3.01 Estimativa de produção sustentada das florestas plantadas por região (2008) Fonte: STCP (2009). Para a madeira em tora de eucalipto, constata-se que 57,0% da produção sustentada nacional está concentrada na região Sudeste, seguida pelas regiões Nordeste e Sul, respectivamente com 16,7% e 11,0%. Estas florestas plantadas estão associadas principalmente à produção de papel e celulose, siderurgia a carvão vegetal, e de painéis de madeira reconstituída instaladas nestas regiões. Segundo dados consolidados pelo IBGE para o ano de 2007, a produção anual de madeira em tora de florestas plantadas para uso industrial no Brasil, somou 166,8 milhões de m³, dos quais 111,5 milhões de m³ (64,0%) foram de madeira em tora industrial e o restante de lenha (22,7%) e carvão vegetal (13,4%). O gráfico 3.02 apresenta a evolução histórica da produção de madeira em tora no Brasil. Estima-se que para o ano de 2008, a produção anual de madeira em tora para uso industrial tenha aumentado, atingido 174,2 milhões de m³. 68

69 ² anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Gráfico 3.02 Evolução da produção anual de madeira em tora de floresta plantada para uso industrial no Brasil ( )¹ m³ Fonte: IBGE (2009), adaptado por STCP. ¹ Inclui carvão vegetal (em equivalente em madeira em tora), lenha e madeira em tora para energia, celulose, serraria e laminação oriundas somente da Silvicultura. ² Estimativa STCP. Para as empresas associadas da ABRAF, observa-se, através do gráfico 3.03, que a produção de madeira em tora de pinus manteve queda desde 2006, quando caiu 1,2% frente ao ano de Em 2008, a queda da produção foi de 11,6% quando comparado a No acumulado do período apresentado (2004/2008) a redução da produção de madeira em tora de pinus foi de 9,7%. Em contra partida, no caso do eucalipto evidencia-se aumento de 2,6% na produção de madeira em tora de florestas plantadas em 2008 (46,4 milhões m³) frente a 2007 (45,2 milhões m³). No período de análise (2004/2008), o crescimento acumulado da produção de madeira em tora deste gênero entre as empresas associadas da ABRAF foi de 55,3%. Gráfico 3.03 Evolução da produção de madeira em tora pelas empresas associadas da ABRAF ( ) Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. 69

70 capítulo 03 MERCADO FLORESTAL Consumo de madeira em tora As empresas de grande porte, entre as quais se destacam as do segmento de papel e celulose, bem como as de painéis reconstituídos, são grandes consumidoras de madeira em tora. Estas detêm modernas tecnologias nas atividades florestais e nos parques industriais. Por outro lado, existem também as empresas de médio e pequeno porte, as quais são representadas, em sua maioria, pelos segmentos de produção de madeira serrada, compensados e móveis. Muitas destas empresas são familiares, sem recursos tecnológicos modernos e com baixo grau de mecanização. Tendo em mente que o comércio internacional de madeira em tora de floresta plantada é insignificante para o Brasil, afirma-se que a produção é praticamente igual ao consumo desta matéria-prima. Desta forma, o gráfico 3.02, enfatizado anteriormente, sintetiza a evolução do consumo anual de madeira em tora de floresta plantada, para uso industrial no Brasil. Em 2008 foram consumidos aproximadamente 174,2 milhões m³ de toras originárias de florestas plantadas. Deste total, 34,5% referem-se ao consumo de pinus e 65,5% de eucalipto. O segmento de celulose e papel é o principal consumidor absorvendo aproximadamente 32,8% das toras produzidas; o setor siderúrgico, por sua vez, consumiu 13,4% (carvão vegetal); madeira serrada 19,7%; compensado 3,6%; e painéis reconstituídos 5,1%, conforme evidencia a tabela 3.02 e o gráfico Tabela 3.02 Consumo de madeira em tora de floresta plantada para uso industrial no Brasil por segmento e espécie (2007 e 2008)¹ Fonte: AMS, IBGE e STCP (2009). ¹ Os valores apresentados são estimados com base em fatores de conversão (vide Notas Metodológicas Capítulo 05, item 5.3). ² Estimativa STCP. ³ Incluindo o beneficiamento de Produtos de Maior Valor Agregado - PMVA (piso, porta, janela, moldura, ferramentas e Edge Glued Panel - EGP). 4 Incluindo cavaco de madeira para exportação e madeira tratada. 70

71 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Gráfico 3.04 Participação do consumo de madeira em tora de florestas plantadas por segmento (2008) Fonte: Banco de Dados STCP; ABIPA, AMS, BRACELPA, Em 2008, o consumo de madeira em tora pelas empresas associadas da ABRAF foi de 55,0 milhões m³, o que representa aumento de 1,3% em relação ao ano anterior (54,3 milhões m³). O consumo da tora de eucalipto entre as empresas da ABRAF tem apresentado crescimento nos últimos anos, aumentando 3,0% em 2008 em relação a Por outro lado, o consumo das toras de pinus tem oscilado com redução de 9,5% em 2008 em relação ao ano anterior, conforme evidencia o gráfico Observa-se também que o crescimento médio do consumo de madeira em tora de eucalipto, para o período ( ), foi de 24,9% e o crescimento médio anual foi de 5,7%. Por outro lado, o consumo de madeira em tora de pinus apresentou decréscimo de 16,5% no período e de -4,4% na média anual. Gráfico 3.05 Evolução do consumo de madeira em tora de eucalipto e pinus pelas associadas da ABRAF ( ) Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. As empresas associadas da ABRAF consumiram, em 2008, 82,5% de madeira em tora tendo como origem os seus plantios próprios, seguido por 10,7% através de programas de fomento florestal e 6,8% de compra de terceiros. O gráfico 3.06 retrata tais percentuais. 71

72 capítulo 03 MERCADO FLORESTAL Gráfico 3.06 Consumo de matéria-prima florestal das empresas associadas da ABRAF por origem em 2008 Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. 3.2 Principais Produtos Derivados de Florestas Plantadas Produção e consumo Através dos gráficos 3.07 e 3.08 observam-se, respectivamente, a produção e o consumo nacional de celulose e papel, painéis reconstituídos de madeira (voltados principalmente para a indústria moveleira e de construção civil), produtos de madeira sólida (compensado e madeira serrada de pinus) e carvão vegetal (consumo) entre Tais dados compõem o Sistema do Agronegócio Florestal / SAG Florestal, que também considera o conjunto de atividades realizadas pela silvicultura. Gráfico 3.07 Evolução da produção dos principais produtos oriundos de plantios florestais no Brasil ( ¹) 72

73 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Gráfico 3.07 Evolução da produção dos principais produtos oriundos de plantios florestais no Brasil ( ¹) (continuação) 73

74 capítulo 03 MERCADO FLORESTAL Gráfico 3.07 Evolução da produção dos principais produtos oriundos de plantios florestais no Brasil ( ¹) (continuação) Fonte: ABIPA, ABIMCI, BRACELPA, (2008/2009), adaptado por STCP. ¹ Dados estimados (vide Notas Metodológicas Capítulo 5 deste Anuário). ² Painéis Reconstituídos, segundo dados da ABIPA, incluem: MDP, MDF e Chapa Dura (não incluindo OSB). A produção brasileira de celulose apresentou crescimento de 7,5% em 2008 (12,9 milhões de toneladas) em comparação com o ano de 2007 (12,0 milhões de toneladas). Nos últimos 10 anos ( ), o crescimento da produção foi de 78,2%, conforme observado nos gráficos Por sua vez, o consumo nacional de celulose cresceu 5,7% em 2008 (6,13 milhões de toneladas), quando comparado a 2007 (5,80 milhões de toneladas). O crescimento médio do consumo nacional de celulose, entre 1999 e 2008, foi de 37,7%, ou seja, bem abaixo do crescimento da produção, evidenciando que a produção brasileira de celulose tem sido direcionada principalmente para o mercado externo. A produção nacional de papel, em 2008, atingiu 9,18 milhões de toneladas, o que representa acréscimo de 1,9% quando comparado a 2007 (9,01 milhões de toneladas). Entre , o crescimento da produção deste produto foi de 32,0% no período. Por sua vez, o consumo brasileiro de papel, teve crescimento superior, atingindo 4,9% em 2008 (ao passar de 8,13 milhões de toneladas em 2007 para 8,53 milhões de toneladas em 2008). O crescimento acumulado, do consumo de papel, no período analisado ( ) foi de 33,8%, conforme se observa a partir dos dados do gráfico 3.08, Por outro lado (demanda nacional), o consumo de papel em 2008 foi de 10,2% acima do observado em 2007 (de 4,90 milhões m³ em 2007 para 5,40 milhões m³ em 2008). No período ( ), o crescimento acumulado do consumo brasileiro de papel foi de 150,7%. Em 2008, o Brasil produziu 5,21 milhões de m³ de painéis reconstituídos, o que representa um crescimento de 4,8% comparado à 2007 (4,97 milhões de m³). O crescimento acumulado da produção nacional, entre 1999 e 2008, foi de 117,7% (vide gráfico 3.07). 74 A produção brasileira de compensado de pinus apresentou queda de 1,5% em 2008, passando de 1,98 milhões de m³ (2007) para 1,95 milhões de m³ (2008). No intervalo de dez anos, o crescimento acumulado da produção foi de 47,4%. O volume consumido de compensado de pinus, no Brasil, também se reduziu significativamente entre (-5,3%), partindo de 451 mil m³ em 2007 para 427 mil m³ em Entre 1999 e 2008, o consumo nacional de compensado de pinus decresceu 39,0%.

75 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 A produção nacional de madeira serrada de pinus atingiu 9,46 milhões de m³, o que representa crescimento de somente 2,2% quando comparado a 2007 (9,26 milhões de m³). O crescimento acumulado no período ( ) foi de 40,6%. O consumo nacional deste produto apresentou crescimento de 1,9% em 2008 (8,14 milhões de m³), frente a 2007 (7,99 milhões de m³). Entre , o crescimento no consumo brasileiro de madeira serrada de pinus foi de 46,6% no período. As estatísticas que corroboram estes crescimentos estão evidenciadas no gráfico Conforme estimativas da AMS, o consumo de carvão vegetal no Brasil foi reduzido em 2008 para 35,78 milhões de MDC (comparado aos 36,78 milhões de mdc consumidos em 2007), sendo que aproximadamente 50% (vide gráfico 3.08) foi oriundo de florestas plantadas. O aumento da utilização de plantações florestais no estado de Minas Gerais (55%) foi contrabalançado pelo crescimento de consumo de madeira de florestas nativas no Mato Grosso do Sul e no pólo de Carajás (MA e PA), onde há o predomínio de utilização deste grupo de espécies (95%). Gráfico 3.08 Evolução do consumo nacional dos produtos florestais oriundos de florestas plantadas ( ¹) 75

76 capítulo 03 MERCADO FLORESTAL Gráfico 3.08 Evolução do consumo nacional dos produtos florestais oriundos de florestas plantadas ( ¹) (continuação) 76

77 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Gráfico 3.08 Evolução do consumo nacional dos produtos florestais oriundos de florestas plantadas ( ¹) (continuação) Fonte: ABIPA, ABIMCI, AMS, BRACELPA, (2008/2009), adaptado por STCP. ¹ Dados estimados (vide Notas Metodológicas Capítulo 5 deste Anuário). ² Consumo Aparente = Produção + Importação - Exportação + Estoque. ³ Painéis Reconstituídos, segundo dados da ABIPA, incluem: MDP, MDF e Chapa Dura (não incluindo OSB) Comércio internacional Segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI/MAPA), o ano de 2008 apresentou superávit comercial de cerca de US$ 60,0 bilhões para o agronegócio. As exportações deste setor totalizaram US$ 71,8 bilhões, refletindo crescimento de 22,9% em relação a Os produtos de madeira, que integram o agronegócio, também apresentaram contribuição significativa para este desempenho favorável. Prosseguindo com níveis positivos de crescimento ao longo dos anos, as exportações brasileiras totais alcançaram US$ 197,9 bilhões no acumulado de 2008, o que representou acréscimo de 23,2% frente a 2007 (US$ 160,6 bilhões). De forma relativamente similar, as exportações brasileiras de produtos de florestas plantadas aumentaram 17,2% em 2008, quando atingiram US$ 6,8 bilhões comparados aos US$ 5,8 bilhões exportados no acumulado de O Setor de Florestas Plantadas foi, em 2008, responsável por 3% do total das exportações totais do país. O gráfico 3.09 retrata a evolução histórica das exportações e importações brasileiras para todos os produtos entre , bem como o saldo (balança comercial) anual do comércio internacional do Brasil. 77

78 capítulo 03 MERCADO FLORESTAL Gráfico 3.09 Evolução da balança comercial de produtos de florestas plantadas no Brasil ( ¹) Fonte: SECEX (2009), adaptado por STCP. ¹ vide Notas Metodológicas Capítulo 5 deste Anuário. No 3º trimestre de 2008 houve valorização da moeda norte-americana frente ao Real, invertendo a tendência observada para os primeiros 3 trimestres. As exportações brasileiras de produtos de florestas plantadas apresentaram crescimento ao longo do ano de 2008, o que evidenciou os esforços empreendidos pelas empresas florestais exportadoras para se manterem competitivas e atuantes no mercado internacional. A evolução das exportações brasileiras, por produto de florestas plantadas, é apresentada na tabela Para o ano de referência (2008), os produtos mais representativos para a pauta de exportações foram celulose e papel, com respectivamente 57,4% e 28,1% de participação no total exportado dos produtos de florestas plantadas. Os demais produtos têm níveis de exportações menores, quando comparados à celulose e papel devido ao fato de grande parte de sua produção estar voltada ao mercado nacional. 78

79 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Tabela 3.03 Evolução das exportações brasileiras de produtos de florestas plantadas (milhões US$) Fonte: SECEX (2009), adaptado por STCP. ¹ Inclui apenas coníferas. ² Painéis Reconstituídos, segundo dados da SECEX, incluem: MDP, MDF, Chapa Dura, OSB e outros (waferboard). ³ Outros inclui: molduras, blocks & blancks e EGP. Quanto ao destino da exportação brasileira de produtos oriundos de florestas plantadas, os Estados Unidos (principal importador) apresentou, em função da crise financeira no final de 2008, pequeno decréscimo em sua participação no montante total, passando de 21% (2004) para 20% (2008). Destaca-se que as exportações brasileiras de celulose no período de referência cresceram 127,5%. Em 2008, os Países Baixos estavam na segunda posição (20%), seguidos pela China (18%), Bélgica (11%) e Itália (11%), conforme se observa na figura Na listagem completa de importadores de celulose, verifica-se que, em 2004, o produto brasileiro era exportado para 54 países e em 2008 para 57 países importadores. Figura 3.02 Principais países importadores de celulose do Brasil Fonte: SECEX (2009), adaptado por STCP. 79

80 capítulo 03 MERCADO FLORESTAL Conforme é possível observar na figura 3.03, o montante total exportado do produto cresceu 61,6% em 2008 em relação a Porém, os três principais importadores permanecem os mesmos, com participações semelhantes (2004 / 2008), sendo eles Argentina (18% / 21%), Estados Unidos (16% / 12%) e Chile (7% / 7%). Os outros países importadores de papel do Brasil, que em 2004 já representavam 50% do total do volume exportado, chegaram a 53% em Figura 3.03 Principais países importadores de papel do Brasil Fonte: SECEX (2009), adaptado por STCP. Para madeira serrada de pinus, o Brasil tem os Estados Unidos como principal importador, com 73% e 52% de participação do total exportado em respectivamente 2004 e Na sequência se observam o Marrocos, com 11%, e Espanha com 9% de participação em 2008, conforme se observa na figura Figura 3.04 Principais países importadores de madeira serrada de pinus do Brasil Fonte: SECEX (2009), adaptado por STCP. Quanto aos principais painéis reconstituídos, a seguir apresentam os destinos mais relevantes das exportações brasileiras de MDP (antigo aglomerado - figura 3.05), MDF (figura 3.06) e chapa dura (figura 3.07). 80 No comércio de MDP em 2004, os Estados Unidos responderam pela importação de 49% do total exportado pelo Brasil (US$ 51,9 milhões). A Argentina, que até então não tinha representatividade nas importações do produto, passou a importar 56% do total (US$ 9,8 milhões) em 2008, assumindo a primeira posição entre os países importadores deste produto.

81 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 A figura 3.05 evidencia as alterações de mercado alvo do Brasil no período analisado. Figura 3.05 Principais países importadores de MDP do Brasil Fonte: SECEX (2009), adaptado por STCP. O MDF apresentou grandes disparidades em relação aos países importadores. Os Estados Unidos permanecem como maior importador, passando de 16% (2004) para 29% (2008). O Chile (14%), a Alemanha (12%), a França (10%) e a Espanha (8%) aumentaram seu valor importado, visto que não eram países representativos em Além disso, os outros importadores, de menor representatividade, passaram de 43% do total em 2004, para apenas 27% em 2008, deixando a exportação deste produto concentrada em um número menor de países. Figura 3.06 Principais países importadores de MDF do Brasil Fonte: SECEX (2009), adaptado por STCP. 81

82 capítulo 03 MERCADO FLORESTAL As exportações brasileiras de chapa dura tiveram pequena variação em valores (US$) entre 2004 e Por outro lado, o mercado alvo deste produto brasileiro teve alterações significativas no período analisado. Os Estados Unidos e a Bélgica prosseguem como os líderes do ranking, porém com a alteração de participação. Os Estados Unidos, que em 2004 representavam 56% da exportação, em 2008 representa apenas 39%. A Bélgica, por sua vez, aumentou de 10% para 18% no mesmo período. As posições seguintes foram ocupadas pela Rússia (7%), a Nigéria (7%) e a República Dominicana (3%) que, anteriormente não apareciam no ranking e evidenciam novos destinos para o mercado exportador brasileiro. Figura 3.07 Principais países importadores de chapa dura do Brasil Fonte: SECEX (2009), adaptado por STCP. O compensado brasileiro de pinus apresentou queda em valor exportado entre 2004 e Isso se deve, entre outros fatores, à crescente difusão de novos produtos derivados da madeira com funções semelhantes à do compensado, porém com menor custo e boa durabilidade, como os painéis de madeira reconstituída (MDP e MDF). Além disto, houve queda acentuada da demanda por parte do segmento de construção civil norte americano. Os Estados Unidos, com participação de 48% em 2004, importou apenas 11% do total exportado do produto pelo Brasil, em Nesse mesmo ano, os principais importadores de compensado de pinus do Brasil foram a Alemanha (18%), o Reino Unido (15%) e a Bélgica (14%), sendo que a soma do volume importado por outros países (36%) supera o maior importador e evidencia a diversidade de países interessados na importação do produto brasileiro (vide figura 3.08). Figura 3.08 Principais países importadores de compensado de pinus do Brasil 82 Fonte: SECEX (2009), adaptado por STCP.

83 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 A produção de carvão vegetal, no Brasil, é destinada basicamente ao atendimento da demanda de diversos segmentos da indústria (siderurgia, metalurgia, entre outros), bem como em menor escala para a utilização residencial urbana e rural. Em 2004, os Estado Unidos representaram o maior destino da produção brasileira de carvão de florestas plantadas, com decréscimo de 42% para 24% na participação em 2008 (figura 3.09). Em 2008, o Reino Unido manteve-se na segunda posição, com 22%, seguido da França, Bélgica e Alemanha com 14%, 11% e 10% respectivamente de representatividade. Figura 3.09 Principais países importadores de carvão vegetal do Brasil Fonte: SECEX (2009), adaptado por STCP. 83

84 capítulo 04 IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS PLANTADAS PARA O BRASIL 84

85 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base

86 capítulo 04 IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS PLANTADAS PARA O BRASIL 4 importância das florestas plantadas para o brasil As florestas, entre elas as florestas plantadas, são fonte de recursos e riquezas para a humanidade e esses benefícios vão além do simples retorno econômico através de produtos madeireiros e não-madeireiros. Assim, os maciços florestais oferecem serviços ambientais e aqueles relacionados à produtividade florestal, como a melhoria da fertilidade do solo, reciclagem de nutrientes, proteção de bacias hidrográficas, redução da poluição do ar, regulação climática, fixação de carbono, manutenção da biodiversidade, dentre outros serviços, que também propiciam indiretamente grandes benefícios à atividade florestal produtiva. Adicionalmente a estes benefícios ambientais, estão os de caráter sócio-econômico. Portanto, é importante considerar que a interferência antrópica pode, caso não seja sustentável simultaneamente nos aspectos econômico, social e ambiental, afetar estes serviços e consequentemente o processo produtivo. O setor de florestas plantadas no Brasil desempenha um papel fundamental no cenário sócio-econômico do país, ao contribuir com a produção de bens e serviços, agregação de valor aos produtos florestais e para a geração de empregos, divisas, tributos e renda. Este capítulo apresenta a contribuição do setor de florestas plantadas no ano de 2008 à sócio-economia bem como à melhoria ambiental do país. São discutidas as contribuições quanto à arrecadação de impostos, Valor Bruto da Produção Florestal (VBPF) e geração de empregos. Além disto, estão considerados os mecanismos financeiros, que estão disponíveis para o setor de florestas plantadas no Brasil, e são descritos os principais programas de responsabilidade social das empresas associadas da ABRAF. Detalhes sobre a metodologia adotada para a estimativa dos indicadores apresentados neste capítulo são descritos no capítulo 5 deste Anuário. 4.1 Arrecadação de Tributos A arrecadação de tributos do setor florestal, compostos por impostos e taxas, contribui de forma significativa para os cofres públicos. Os principais tributos gerados pelo segmento de indústrias madeireiras oriundas de florestas plantadas, em âmbito federal, estadual e municipal são o IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica, ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, PIS/COFINS Programa de Integração Social / Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, PASEP - Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, ISS Imposto Sobre Serviços, IOF Imposto sobre Operações Financeiras, CPMF - Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira e a contribuição rural/itr - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural. Segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o valor total de tributos arrecadados no Brasil em 2008 foi da ordem de R$ 1,06 trilhão, o que representa crescimento de 14,8% se comparado ao ano de 2007, cuja arrecadação foi de R$ 923,20 bilhões. 86 Deste montante, a contribuição do setor de florestas plantadas do Brasil na arrecadação de tributos, durante o ano de 2008, foi de R$ 8,82 bilhões, representando 0,83% de participação deste setor no total do Brasil. A participação da silvicultura na arrecadação total de tributos do Brasil foi menor em 2008 quando comparada com 2007, pelo fato do país ter aumentado sua arrecadação tributária entre 2008 e 2007 (14,8%) em proporção maior do que a arrecadação do setor de florestas plantadas (4,4%), esta última crescendo de R$ 8,45 bilhões em 2007 para R$ 8,82 bilhões em 2008 (vide tabela 4.01).

87 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Tabela 4.01 Estimativa de tributos arrecadados pelos segmentos associados a florestas plantadas no Brasil (2007 e 2008) Fonte: IBPT e BRACELPA (2009). Adaptado por STCP. ¹ Estimativa STCP. ² Revisão dos tributos arrecadados em 2007, conforme dados oficiais publicados pelo IBPT. 4.2 Valor Bruto da Produção Florestal (VBPF) do Setor de Florestas Plantadas O Valor Bruto da Produção Florestal (VBPF) mensura o faturamento de diferentes segmentos que compõem o setor da cadeia produtiva florestal no Brasil (vide nota metodológica referente à VBPF na seção 5.4). Apesar do ano de 2008 ter sido afetado pela crise econômica mundial no 4º trimestre, a estimativa do VBPF do setor de florestas plantadas alcançou R$ 52,8 bilhões, em 2008, contra R$ 49,8 bilhões em 2007, conforme apresentado na tabela Segundo a BRACELPA, o valor total arrecadado pelo setor de celulose e papel chegou a R$ 24,2 bilhões em Este setor representa 45,9% de participação no VBPF frente aos demais. A indústria de madeira sólida apresentou VBPF estimado em 2008 de R$ 11,9 bilhões, frente aos R$ 11,7 bilhões de 2007, o que reflete acréscimo de 1,7%. Para os painéis reconstituídos, observa-se que em 2008, o VBPF atingiu, aproximadamente, R$ 4,7 bilhões. O VBPF da siderurgia a carvão vegetal chegou a R$ 1,6 bilhão, frente aos R$ 1,1 bilhão de A indústria moveleira, por sua vez, passou de R$ 8,5 bilhões de VBPF, em 2007, para R$ 10,5 bilhões em 2008, o que representa crescimento de 23,5%, em decorrência do aquecimento da demanda interna por estes produtos, e também do crescimento da indústria da construção civil acima de 10% em 2008, em relação ao ano de Tabela 4.02 Estimativa do valor bruto da produção do setor florestal, segundo as principais cadeias produtivas do setor de florestas plantadas (2007 e 2008)¹ Fonte: BRACELPA e IBGE (2009). Adaptado por STCP. Nota: Em 2007, o VBP do setor primário (madeira em tora e carvão vegetal de florestas plantadas) somou R$ 6,3 bilhões. Em 2008, estima-se que o VBPF para este mesmo setor primário tenha atingido R$ 7,4 bilhões. ¹ Vide notas metodológicas no Capítulo 5 deste Anuário. ² Estimativa STCP. ³ Inclui apenas produtos derivados das florestas plantadas. 4 Indústria Madeireira inclui madeira serrada, compensado (lâminas) e Produtos de Maior Valor Agregado (PMVA) (piso, porta, janela, moldura, ferramentas, Edge Glued Panel (EGP) e outros). 5 Painéis Reconstituídos incluem: Medium Density Particleboard (MDP), Medium Density Fiberboard (MDF), chapa de fibra e Oriented Strand Board (OSB). 87

88 capítulo 04 IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS PLANTADAS PARA O BRASIL 4.3 Geração de Empregos A estimativa total de empregos gerados, em 2008, no segmento de florestas plantadas (primário e processamento industrial) foi de 4,7 milhões de empregos incluindo os diretos (636,2 mil), indiretos (1,6 milhão) e empregos resultantes do efeito-renda (2,5 milhões). Tais estimativas são apresentadas na tabela 4.03, conforme nota metodológica destacada na seção 5.7 deste Anuário. Tabela 4.03 Estimativa do número de empregos diretos, indiretos e do efeito-renda do setor de florestas plantadas em 2008 Fonte: Estimativa ABRAF/STCP, ¹ Vide notas metodológicas na seção 5.7 sobre as metodologias utilizadas no cálculo do número de empregos na Silvicultura. ² Fabricação de produtos de madeira incluem madeira serrada, compensado (lâminas) e Produtos de Madeira Sólida (PMVA) (piso, porta, janela, moldura, ferramentas e Edge-Glued Panel (EGP)), além de painéis reconstituídos Medium Density Particleboard (MDP), Medium Density Fiberboard (MDF), chapa de fibra e Oriented Strand Boarding (OSB). Historicamente, o número de pessoal admitido e demitido no setor florestal tem sido crescente, havendo um equilíbrio entre os mesmos, com saldo positivo (número de admitidos maior que demitidos), conforme é possível observar na figura No período analisado ( ), o número de novos postos de trabalho cresceu 145% (crescimento anual de 10,5%) contra 94% no crescimento das demissões (crescimento anual de 7,7%). Em 2008, o total de admitidos foi de empregados comparativamente a demitidos, o que gerou um saldo positivo de postos de trabalho. Figura 4.01 Evolução do número de empregos gerados (pessoal admitido, demitido e saldo) no setor florestal no Brasil Fonte: CAGED / MTE (2009), adaptado por STCP. 88

89 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Estudo do BNDES sobre os setores com maior potencial empregador de mão-de-obra na economia brasileira, sob o título Novo Modelo de Geração de Empregos, lista 42 setores da economia capazes de gerar postos de trabalho a partir de investimentos que resultem em aumento de produção da ordem de R$ 10 milhões. Estes setores estão ligados às atividades de agropecuária, indústria e serviços. O estudo permite decompor e estimar o potencial de crescimento do emprego dos diversos setores da economia de acordo com as seguintes categorias: (i) empregos diretos; (ii) empregos indiretos; e (iii) emprego efeito-renda. A tabela 4.04 apresenta os resultados do estudo do BNDES, tendo por base o ano de 2003 e 2007, quanto ao número de empregos gerados (empregos diretos, indiretos e efeito-renda) e de classificação dentro do ranking dos setores participantes. Em 2007, o setor madeira e mobiliário caiu quatro posições no ranking, em relação a No entanto, houve queda insignificante do número total de empregos gerados, passando de 805 empregos, em 2003, para 800 em Tal fato fez com que este setor passasse da 5ª para a 9ª posição. Com perda mais significativa no número de empregos gerados a cada R$ 10 milhões investidos, o setor siderúrgico passou da 27ª colocação (402 empregos em 2003) para a 39ª (384 empregos em 2007). O destaque foi o setor de celulose e papel que apresentou evolução passando da 20ª para a 17ª posição. No total o número de empregos passou de 485 para 662 a cada R$ 10 milhões investidos, representado aumento de 177 postos de trabalho. O maior acréscimo para este setor deu-se na geração de empregos pelo efeito-renda (64,6%). 89

90 capítulo 04 IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS PLANTADAS PARA O BRASIL 90 Tabela 4.04 Ranking dos principais setores industriais geradores de emprego (investimento R$ 10 milhões) - base 2003 e 2007 Fonte: BNDES ( ); adaptado por STCP.

91 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 O gráfico 4.01 representa o número anteriormente tratado de empregos gerados pelos principais setores geradores de postos de trabalho no Brasil a cada R$ 10 milhões investidos, o qual tem por base a atualização (base 2007) do estudo do BNDES. Gráfico 4.01 Número de empregos gerados pelas empresas de diferentes segmentos produtivos em 2007 (investimento R$ 10 milhões) Fonte: BNDES (2007), adaptado por STCP. 91

92 capítulo 04 IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS PLANTADAS PARA O BRASIL As empresas associadas da ABRAF mantiveram em 2008 um total de 98,8 mil empregos diretos (subdivididos entre próprios e terceiros), o que representa decréscimo de 3,0% quando comparado a 2007 (101,8 mil empregos). Esta redução se deve em parte aos efeitos da crise econômica financeira no quarto trimestre do ano, incluindo desmobilização de pessoal de obras, viveiros de mudas, plantios, entre outros, conforme panorama apresentado no capítulo 2 deste Anuário. Em 2008, o número de empregados nas atividades industriais totalizou 33,8 mil, tendo somado 65,0 mil postos de trabalho na silvicultura, incluindo próprios e terceiros, conforme ilustra o gráfico Gráfico 4.02 Número de empregos das empresas associadas da ABRAF em 2008 Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. Com base nos fatores apresentados pelo BNDES (base 2007), estima-se que o setor de florestas plantadas poderá gerar, até 2018, um total de 3,46 milhões de novos postos de trabalho diretos, indiretos e em outros setores da economia, resultantes do efeito-renda. A geração destes novos empregos está atrelada à estimativa de investimentos no setor da ordem de R$ 51,5 bilhões até 2018 (vide tabela 4.05) com base em informações fornecidas pela ABIPA, ABIMÓVEL, ABIMCI, BRACELPA e pelo BNDES. É necessário ressaltar que tais estimativas foram elaboradas nos anos 2007 e 2008, portanto antes da crise econômica que eclodiu no último trimestre de Tabela 4.05 Estimativa de empregos a serem gerados pelo setor de florestas plantadas até Fonte: ABIPA, ABIMÓVEL, ABIMCI e BRACELPA (2008/2009), BNDES (2007), estimado por STCP (2009). ¹ Madeira Sólida inclui madeira serrada, compensado (lâminas) e Produtos de Madeira Sólida (PMVA) (piso, porta, janela, moldura, ferramentas e Edge-Glued Panel (EGP). ² Painéis reconstituídos incluem Medium Density Particleboard (MDP), Medium Density Fiberboard (MDF), chapa de fibra e Oriented Strand Boarding (OSB).

93 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base Mecanismos de Financiamento Disponíveis para o Setor de Florestas Plantadas no Brasil Os instrumentos de crédito e financiamento são fundamentais para o desenvolvimento da atividade florestal, principalmente por parte dos pequenos e médios produtores rurais. Atualmente o setor florestal brasileiro tem a seu dispor linhas de crédito para pequenos projetos florestais que são operacionalizadas por bancos públicos federais através da concessão por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Estes programas de financiamento visam prioritariamente o desenvolvimento de atividades relacionadas ao setor florestal através da operacionalização da implantação florestal. As florestas oriundas destes programas podem ser destinadas aos processos industriais (consumo de madeira), conservação de áreas de preservação permanente (APP) e reserva legal (RL), desenvolvimento tecnológico e mercadológico do setor, geração de emprego e renda no meio rural, minimização dos impactos ambientais, entre outros fins. Dentre as linhas de financiamento atualmente disponíveis para os produtores florestais, destacam-se: PROPFLORA: O Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas, que foi desenvolvido pelo BNDES, apresenta condições atrativas de financiamento quanto às taxas de juros, carência e prazo de pagamento. Por apresentar um limite de financiamento, este programa destina-se principalmente aos produtores de pequeno / médio porte e a empresas de menor porte. PRONAF Florestal: O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar Florestal resulta de uma parceria entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O mesmo tem por objetivo a recuperação de áreas de preservação ambiental, florestamento e reflorestamento para o auto-abastecimento das propriedades e financiamento para fins comerciais. Também apresenta condições atrativas de financiamento para pequenos proprietários e seu reduzido limite de financiamento torna esse programa ideal para agricultores familiares. O Plano Safra da Agricultura Familiar 2007/2008 alcançou novo recorde: R$ 12 bilhões disponibilizados pelo MDA nas diversas linhas de crédito para custeio, investimento e comercialização do PRONAF Florestal. Foram disponibilizados R$ 2 bilhões a mais do que o previsto na safra 2006/2007. PRONAF ECO: Recentemente lançado pela Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), o PRONAF Energia Renovável e Sustentabilidade Ambiental tem por finalidade financiar a implantação, utilização e/ou recuperação de tecnologias de energia renovável (energia eólica, solar e biomassa; mini-usinas de biocombustível; entre outras). Cabe ressaltar que esta linha do PRONAF ECO também se beneficiou do montante disponibilizado e informado no item PRONAF Florestal. BB Florestal: O Programa de Investimento, Custeio e Comercialização Florestal do Banco do Brasil visa a implantação e expansão da área de florestas destinadas ao uso industrial no país. Com o apoio de vários ministérios, o programa está voltado a toda cadeia do agronegócio, partindo dos mini e pequenos produtores da agricultura familiar até a agricultura empresarial, passando pelas cooperativas e empresas exportadoras do setor madeireiro. O BB Florestal também contempla, entre outros, programas como o PROPFLORA e o PRONAF Florestal. Fundos Constitucionais: Estes fundos são administrados pelo Ministério da Integração Nacional (MIN) e utilizados para financiar atividades produtivas nos setores agropecuário, mineral, industrial, agroindustrial, turístico, comercial e de 93

94 capítulo 04 IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS PLANTADAS PARA O BRASIL serviços das regiões Norte, através dos: (i) Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) - Banco da Amazônia (BASA); (ii) Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) - Banco do Nordeste do Brasil (BNB); e (iii) Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) - Banco do Brasil (BB). Face à importância do setor florestal, seja pelo número de empregos gerados, pelos tributos arrecadados e pelo valor movimentado em exportações, há a necessidade da criação e a divulgação de mecanismos de financiamento para a atividade dste setor. A tabela 4.06 apresenta a evolução dos desembolsos do Programa de Plantio Comercial de Florestas - PROPFLORA entre 2005 e Nos últimos anos os valores disponibilizados pelo BNDES ao PROPFLORA foram crescentes. Assim, os desembolsos para o PROPFLORA atingiram 62,3% de crescimento no período analisado, o que representa crescimento médio anual de 17,5%. Para o ano de 2008, o Banco do Brasil (BB), que financia investimentos para implantação, manutenção e ampliação de sistemas florestais voltados ao incremento e melhoria da produção de madeira reflorestada, aprovou contratos. Em valores monetários, representa um total de R$ 756,5 milhões em operações para financiamento em sistemas florestais contratadas pelo Banco do Brasil em 2008, referente a recursos próprios e recursos de outras instituições, direcionados a investimento, comercialização e custeio do programa. Deste total, somente o Estado de São Paulo foi beneficiado com 73,3% do total dos recursos. A tabela 4.07 apresenta os desembolsos estimados da linha do PRONAF Florestal, entre 2005 e 2007, por estado. Até o momento do fechamento desta edição do Anuário, o MDA não havia disponibilizado os dados atualizados do PRONAF referente ao ano de Tabela 4.06 Evolução dos valores desembolsados pelo programa PROPFLORA ( ) Fonte: BNDES, ( ), adaptado por STCP. ¹ Valores não identificados. 94

95 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Tabela 4.07 Evolução dos valores desembolsados pelo programa PRONAF ( ) Fonte: MDA, ( ), adaptado por STCP. ¹ Valores não identificados. Através da tabela 4.07, observa-se que em 2007 ocorreu o desembolso de R$ 12,5 milhões, o que representa decréscimo de 23,8% frente ao ano de 2006, quando se disponibilizou aproximadamente R$ 16,4 milhões. 4.5 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), avalia a evolução da qualidade de vida da população, levando em conta os indicadores sócioeconômicos de renda, educação e longevidade. O acompanhamento da evolução desse índice serve como ferramenta de análise do desenvolvimento de uma região ou localidade. Assim, é possível acompanhar a melhoria na qualidade de vida da população através da relação entre o crescimento econômico e a melhoria das condições de bem-estar social. O IDH varia de 0 a 1 e classifica as regiões como: (i) de baixo desenvolvimento humano (de zero até 0,499); (ii) médio desenvolvimento humano (entre 0,500 e 0,799); (iii) alto desenvolvimento humano (superior a 0,800). O IDH é calculado em três dimensões: (i) vida longa e saudável, medida pela esperança de vida ao nascer, que considera a expectativa e vida em número médio de anos para uma pessoa nascida em uma determinada localidade em um ano de referência, refletindo as condições de saúde e salubridade do local; quanto maior o número de mortes nas faixas etárias mais precoces, menor será a expectativa de vida; (ii) acesso ao conhecimento, que é auferido pela taxa de alfabetização de adultos e pela taxa de escolarização bruta; e (iii) nível de vida digna, medido pelo PIB per capita, que utiliza o Produto Interno Bruto (PIB) de um país ou região (valor agregado na produção de todos os bens e serviços ao longo de um ano dentro de suas fronteiras) dividido pela população residente. 95

96 capítulo 04 IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS PLANTADAS PARA O BRASIL Dentre os índices constituintes do IDH-M, a renda é o que, no curto prazo, sofre influência direta da atividade florestal, que atua no incremento da renda dos produtores rurais, na produção de matéria-prima, na agregação de valor aos produtos acabados e na promoção do crescimento econômico com o uso racional da terra. Em contrapartida, a contribuição social é o que irá absorver a mão-de-obra quando houver desenvolvimento de uma região. Isto poderá trazer efeitos indiretos na melhor distribuição de renda, redução dos níveis de desemprego e da desigualdade social, acesso à educação e moradia, alimentação com equilíbrio quantitativo e qualitativo, melhores condições de transporte e saneamento básico, acesso à comunicação, e assistência médica e odontológica. Neste contexto, por meio de seus indicadores (renda, educação e longevidade), pode-se analisar o IDH-M dos municípios com florestas plantadas relacionadas a diferentes segmentos do setor florestal. Assim, pode-se monitorar os impactos, positivos e negativos, que a atividade pode exercer e determinar as possíveis contribuições do setor no desenvolvimento sócio-econômico da população. Uma forma de visualização do efeito do IDH-M em um município ou região é a taxa de redução de hiato, que avalia a evolução da qualidade de vida da população enfatizando a distância entre o valor atual (ou mais recente) do IDH-M e o valor máximo que poderia ser atingido, ou seja, seu hiato. Esta taxa compara dois períodos sequenciais, demonstrando a existência de variações na qualidade de vida da população entre os mesmos. Os dados resultantes são apresentados em valores percentuais. Assim, o hiato de desenvolvimento humano é a distância entre o IDH-M do município e o seu limite máximo (1,00). A taxa de redução do hiato é obtida comparando-se o valor do hiato atual e do anterior. A taxa de redução de hiato dos indicadores sociais do IDH-M mostra onde são necessários maiores investimentos, sobretudo os de âmbito governamental. Assim, quanto maior a taxa de redução de hiato (mais próxima ao limite máximo), mais complexas as políticas de desenvolvimento municipal devem ser e menores serão seus impactos. Ao contrário, quanto menor for a taxa (mais distante estiver de 1,00) mais impactante será a adoção de medidas políticas simplificadas 1. O gráfico 4.03 apresenta o IDH-M e seus indicadores sociais para alguns municípios selecionadas com atividade de florestas plantadas. Adicionalmente, apresentam-se tais indicadores para as respectivas capitais do estado, para comparar com o crescimento dos municípios florestais. Além disso, evidenciam-se os percentuais de crescimento no período e a taxa de redução de hiato entre estes anos MUNIZ, J.N.; REZENDE, J.B; BRESSAN. V. F. A Extensão Rural Pública e seus Impactos no Desenvolvimento Municipal Sustentável. Brasília: ASBRAER / Coleção Semear 3, 2007.

97 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Gráfico 4.03 IDH-M (educação, longevidade e renda) e taxa de redução do hiato de capitais e municípios envolvidos com a atividade florestal para as três dimensões do IDH entre

98 capítulo 04 IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS PLANTADAS PARA O BRASIL Gráfico 4.03 IDH-M (educação, longevidade e renda) e taxa de redução do hiato de capitais e municípios envolvidos com a atividade florestal para as três dimensões do IDH entre (continuação) 98

99 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Gráfico 4.03 IDH-M (educação, longevidade e renda) e taxa de redução do hiato de capitais e municípios envolvidos com a atividade florestal para as três dimensões do IDH entre (continuação) 99

100 capítulo 04 IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS PLANTADAS PARA O BRASIL Gráfico 4.03 IDH-M (educação, longevidade e renda) e taxa de redução do hiato de capitais e municípios envolvidos com a atividade florestal para as três dimensões do IDH entre (continuação) 100 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil / PNUD (2009). Adaptado por STCP.

101 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Observa-se que o percentual de crescimento do IDH-M e de seus respectivos indicadores foram maiores nos municípios selecionados do que nas capitais em todos os casos. Estes municípios estão associados à indústria de transformação da madeira como principal atividade local. No setor de celulose e papel encontram-se Caravelas, Itapebi e Mucuri na Bahia, Brasilândia e Três Lagoas em Mato Grosso do Sul e Curiúva no Paraná; na siderurgia são destacadas Turmalina, Bom Despacho e Capelinha em Minas Gerais e nos produtos de madeira sólida são apresentados os municípios de Água Clara em Mato Grosso do Sul, Arapoti e Bituruna no Paraná. Ao se comparar a evolução dos indicadores do IDH-M dos municípios por indicador social, verifica-se que os municípios de Caravelas, Itapebi, Mucuri, Brasilândia, Turmalina, Capelinha e Curiúva (celulose e papel e siderurgia) apresentaram a educação como principal fator de crescimento do IDH-M no período, devido, entre outros, à necessidade de mão-de-obra especializada para trabalhar na indústria e a melhor distribuição de renda à população. Nos municípios com produtos de madeira sólida as contribuições principais são educação e longevidade. Bom Despacho apresentou a renda como maior fator de crescimento do índice. Quanto à taxa de redução do hiato, o indicador educação se destaca em todos os casos, apresentando as maiores taxas de redução no período analisado. Isso deve ser reflexo, entre outros aspectos, de medidas governamentais de redução do analfabetismo e controle de alunos nas escolas. Ao avaliar a evolução da qualidade de vida da população, constata-se que é mais difícil apresentar percentuais de crescimento elevados à medida que os núcleos sociais apresentam maior desenvolvimento do IDH-M. Assim os municípios considerados de alto desenvolvimento humano possuem menor crescimento em relação aos de médio desenvolvimento humano. 101

102 capítulo 04 IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS PLANTADAS PARA O BRASIL 4.6 Meio Ambiente As florestas nativas no Brasil cobrem 540 milhões de hectares 2, sendo que deste total aproximadamente 1% encontra-se preservado pelas empresas do setor de florestas plantadas. Tais florestas estão preservadas sob a forma de áreas de preservação permanente (APP), de reserva legal (RL) e de reserva particular do patrimônio natural (RPPNs), dentre outras formas de proteção ambiental. A área protegida pelas associadas passou de 1,46 milhão de ha, em 2007, para 1,67 milhão de ha em 2008, o que significa aumento de 14,4% (vide tabela 4.08). Tal percentual é justificado principalmente pela incorporação de terras por parte de uma das empresas associadas da ABRAF no ano de As empresas associadas da ABRAF representam 30% do total com áreas protegidas pelo segmento de florestas plantadas em Tabela 4.08 Participação do segmento de florestas plantadas e das associadas da ABRAF na proteção de florestas nativas (2007 e 2008)¹ Fonte: ABRAF, IBAMA, FAO e STCP (2009). ¹ vide notas metodológicas no Capítulo 5 deste Anuário. ² A atualização e consolidação da área de preservação relativa à 2007 fez-se necessária em função da correção destes dados por parte das empresas associadas à ABRAF. Certificação florestal A certificação florestal é um mecanismo não-governamental e voluntário que visa identificar e garantir que a madeira, ou o seu processo produtivo, sejam oriundos de um manejo ecologicamente adequado, socialmente justo e economicamente viável. Desta forma, o consumidor terá a certeza de que se trata de um produto originado em um manejo sustentável, diferenciado e com valor agregado. Assim, torna-se possível atender o consumidor mais exigente e abrir novos mercados. Ao mesmo tempo, permite ao consumidor consciente optar por um produto que não tem impacto negativo sobre o meio ambiente e contribui para o desenvolvimento sócio-econômico de comunidades florestais. Atualmente existem dois sistemas atuantes de certificação florestal no Brasil: (i) Conselho de Manejo Florestal - FSC (Forest Stewardship Council), e (ii) Programa Brasileiro de Certificação Florestal (CERFLOR), vinculado ao INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), o qual é reconhecido pelo PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes). Uma vez definido pela empresa interessada o sistema a ser adotado é necessário contratar uma empresa certificadora reconhecida pelo respectivo sistema IBAMA Gestão de Florestas Públicas [sem data]. Disponível em: < Acesso em: 30 mar

103 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 O processo de certificação do manejo florestal A certificação define a origem do produto florestal, baseado em princípios e critérios pré-estabelecidos pelos sistemas de certificação existentes no Brasil. Para obter a certificação florestal, a empresa ou comunidade é avaliada por uma equipe multidisciplinar, segundo os padrões estabelecidos de desempenho ambiental, social e econômico. Diante deste processo é possível identificar os principais problemas e pontos que precisam ser melhorados para se assegurar que as atividades não degradem o meio ambiente e, ao mesmo tempo, contribuam para o desenvolvimento sócio- econômico das comunidades florestais. A certificação florestal para os dois sistemas mais empregados no Brasil possui validade de cinco anos, sendo que anualmente é realizada ao menos uma avaliação de monitoramento. A figura 4.02 a seguir apresenta as etapas gerais envolvidas no processo de certificação do manejo florestal, independentemente do sistema utilizado. Figura 4.02 Etapas envolvidas no processo de certificação do manejo florestal Fonte: STCP (2009) 103

104 capítulo 04 IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS PLANTADAS PARA O BRASIL Benefícios da certificação florestal A certificação florestal, por englobar o ambiente organizacional empresarial de uma forma generalizada, traz benefícios dentro da própria empresa e externamente no mercado, bem como na comunidade. Significa, também, a permanência do empreendimento no mercado através do acesso a novos mercados ou manutenção dos atuais, mantendo os empregos da comunidade e viabilizando os investimentos. A certificação facilita a credibilidade no âmbito sócio-ambiental, além de garantir benefícios como a possibilidade de obter financiamentos junto a bancos privados. Outro fator relevante da certificação florestal no Brasil é o fato da mesma contribuir para melhorar a imagem institucional da empresa junto a clientes e consumidores. Desafios da certificação florestal Destacam-se alguns desafios da certificação florestal: (i) problemas relacionados à posse da terra; (ii) sistema de inventário e planejamento adequado; (iii) exploração de baixo impacto ambiental; (iv) múltiplos usos de espécies e produtos madeireiros e não madeireiros; (v) conservação da biodiversidade natural; (vi) relação com as comunidades locais e indígenas; (vii) benefícios aos trabalhadores; (viii) a capacidade de rastreamento da madeira; e (ix) compromisso de sustentabilidade a longo prazo. Riscos da certificação O processo de certificação pode gerar riscos ao produtor florestal relacionados aos custos de se adaptar ao bom manejo. Tais custos podem ou não ser incorporados ao preço do produto certificado, considerando que, na maioria das vezes, este processo exige mudanças estruturais nas empresas. Além disso, existe a hipótese da empresa não ser aprovada na avaliação ou não conseguir-se manter certificada no acompanhamento dos processos. Custos da certificação Os custos relacionados à certificação estão associados aos procedimentos necessários para obtê-la e mantê-la, além dos custos dos serviços da empresa certificadora para o processo de avaliação e monitoramento da certificação. Os custos de certificação variam entre as certificadoras, e cabe à organização contratante buscar aquela que melhor atenda suas características e necessidades. Desempenho da certificação florestal no Brasil e no mundo O PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes) é atualmente o selo florestal com a maior área certificada no mundo, contando com total aproximado de 207 milhões de hectares, em 37 países. Cerca de 0,5% desta área está no Brasil, que possui em torno de 1 milhão de hectares certificados pelo CERFLOR/INMETRO, sistema reconhecido pelo PEFC (vide figura 4.03). 104 Por outro lado, o FSC é o selo de certificação florestal mais disseminado no mundo, visto que está presente em aproximadamente 79 países. No total global, existem cerca de 103 milhões de hectares de florestas certificadas no mundo pelo FSC, distribuídas no continente europeu (50%), norte-americano (32%) e na América Latina (11%). O Brasil possui em torno de 5,2 milhões de hectares certificados pelo FSC (vide figura 4.03).

105 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Figura 4.03 Áreas de florestas certificadas no mundo em 2008 Fontes: Savcor Indufor, SBS, PEFC, FSC (2008). Adaptado por STCP. A evolução das áreas florestais certificadas no mundo entre 1994 e novembro de 2008 está apresentada na figura Figura 4.04 Evolução das áreas florestais certificadas no mundo ( ¹) Fontes: Savcor Indufor, SBS, PEFC, FSC. ¹ Dados atualizados até novembro de Em relação ao sistema de certificação do FSC houve avanços importantes na última Assembléia Geral do órgão, realizada em Novembro de 2008, em Johanesburgo, África do Sul. A ABRAF participou do evento e iniciou, com sucesso, as articulações com o objetivo de que o FSC desenvolva procedimentos específicos para a certificação da cadeia de custódia da produção de ferro-gusa com florestas plantadas. Para que os procedimentos sejam elaborados, basta que qualquer empresa interessada se manifeste formalmente junto à secretaria-executiva do órgão, apresentando um caso de interesse concreto. Com isso, consolida-se mais uma oportunidade para se agregar valor à cadeia produtiva de florestas plantadas do setor siderúrgico. A certificação de cadeia de custódia garante o rastreamento de toda cadeia produtiva da madeira extraída, independentemente de sua utilização e destino. O certificado funciona como uma espécie de garantia, pois a lista de exigências para que ele seja adquirido é muito maior do que o que é exigido por lei. 105

106 capítulo 04 IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS PLANTADAS PARA O BRASIL 4.7 Programas de Responsabilidade Social A responsabilidade social figura hoje como um dos importantes aspectos dos empreendimentos sustentáveis, em atendimento à necessidade de que sejam socialmente justos, a par de serem economicamente viáveis e ecologicamente corretos. As associadas da ABRAF investem continuamente em programas de responsabilidade social, compreendendo iniciativas próprias e outras em convênio com programas patrocinados pela sociedade civil ou pelo governo. Tais programas atuam nas áreas sociais, de saúde, educação e cultura, bem como de educação ambiental, e compreendem também a geração de renda e ocupação de mão-de-obra em áreas de fomento e arrendamento das empresas, parcerias para produção e agregação de valor ao produto e programas de capacitação profissional, nas comunidades situadas nas áreas de influência das empresas, entre outros Programas sociais Durante o ano de 2008, os investimentos das associadas da ABRAF em programas sociais atingiram R$ 65,4 milhões, representando queda de 15,9% em relação ao montante investido em 2007 (77,8 milhões). Por outro lado, o número de municípios e de pessoas atendidas aumentou, em 2008, respectivamente em 41,1% e 39,2%, conforme evidencia a tabela Através da evolução dos resultados dos programas sociais promovidos pelas empresas associadas da ABRAF (tabela 4.09), observa-se que o investimento nestes tipos de programa cresceu 80% no período ( ) e o número de pessoas atendidas apresentou crescimento de 234,2%. Tabela 4.09 Resultados dos programas sociais promovidos pelas empresas associadas da ABRAF ( ) Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP Fomento florestal O fomento florestal é um programa que diversas empresas promovem para complementar o abastecimento de madeira necessário à sua produção industrial. Para as empresas, estes programas reduzem a necessidade de aquisição de novas áreas, diminuindo seus ativos florestais e o montante de capital imobilizado. Em contrapartida, para o pequeno e médio produtor, o fomento representa a criação de uma nova oportunidade de renda, principal ou adicional, com garantia de compra da sua produção, com boa rentabilidade e baixo risco. Os produtores também se beneficiam pela ausência de custos iniciais, normalmente assumidos pelas empresas fomentadoras, para a formação do povoamento florestal, o que favorece o estabelecimento de florestas em pequenas e médias propriedades rurais, sem concorrer com as áreas destinadas à produção de alimentos 106

107 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Adicionalmente, a prática do fomento florestal favorece a fixação da mão-de-obra no campo, a criação de empregos de caráter permanente (devido ao tempo de rotação de uma floresta) e injeta recursos na economia das comunidades locais. Com base na tabela 4.10 observa-se que, em 2008, as associadas da ABRAF efetuaram novos contratos de fomento florestal, que beneficiaram pessoas e envolveram 70,7 mil hectares. No acumulado até 2008, as associadas da ABRAF totalizam beneficiários com programas de fomento florestal, através de contratos, com total de 443,2 mil hectares, representando cerca de 16,4% da área de florestas plantadas das empresas associadas com este programa (2.707 mil ha). Tabela 4.10 Resultados do fomento florestal contratado com as empresas associadas da ABRAF (2008) Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. ¹ Inclusive O gráfico 4.04 apresenta a evolução dos contratos de fomento das empresas associadas da ABRAF entre Em 2008, o número de novos contratos e o número de beneficiários apresenta queda respectivamente de 44,3% e 48,8% quando comparado ao ano de Por outro lado, a área de fomento teve acréscimo de 6,0% em 2008, passando de 66,7 mil ha (2007) para 70,7 mil ha. No que se refere aos contratos acumulados até 2008, houve acréscimo de 10%, frente ao ano anterior, representado alta de 6,1% no número de beneficiários. 107

108 capítulo 04 IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS PLANTADAS PARA O BRASIL Gráfico 4.04 Evolução do número de contratados, beneficiários e área plantada nos programas de fomento das associadas da ABRAF novos (em 2008) e acumulado (até ) Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. 108

109 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base Saúde Como forma de contribuir para a manutenção da estrutura de saúde das regiões onde atuam, bem como para o bem estar da sociedade, as empresas associadas da ABRAF disponibilizam programas de prevenção a doenças e assistência médica e odontológica aos seus funcionários, extensivos às comunidades locais. A tabela 4.11 apresenta os resultados destes programas. Em 2008, os mesmos beneficiaram cerca de 303 mil pessoas, atendendo 75 municípios com investimentos da ordem de R$ 24,2 milhões. Tabela 4.11 Resultados dos programas de saúde realizados pelas empresas associadas da ABRAF ( ) Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. Considerando os dados históricos dos resultados dos programas de saúde, realizados pelas empresas associadas da ABRAF, constata-se crescimento médio anual de 68,8% para o número de beneficiários, porém queda de 18,2% a.a. no número de municípios atendidos, com considerável aumento no montante investido (49,0% a.a. no período de análise) Produção florestal não madeireira Assim como em florestas nativas, as florestas plantadas também oferecem os chamados produtos florestais não madeireiros (PFNM). Os PFNM podem ser definidos como todo o material biológico da floresta, exceto a madeira, que é classificada como produto florestal madeireiro. A utilização de forma economicamente sustentável desses produtos não-madeireiros, seja para subsistência ou comercialização, por parte da população local, é uma alternativa da atividade florestal denominado uso múltiplo das florestas. A produção de produtos florestais não madeireiros também é considerada como uma alternativa de desenvolvimento econômico e social de uma região, visto que gera emprego e renda para a população local. A diversidade dos PFNM é extremamente ampla e entre eles destacam-se: resinas, sementes, gomas, fibras, frutas, plantas medicinais. Em se tratando de florestas plantadas, destacam-se: óleos; mel, proveniente do eucalipto; casca do pinus para paisagismo; borracha da seringueira; tanino oriundo da casca da acácia e resina extraída do pinus. Esses produtos têm cada vez mais conquistado o mercado nacional e internacional, principalmente pela sustentabilidade de sua produção. Como muitos produtos não madeireiros são produzidos e consumidos pelas comunidades locais e não constam das estatísticas oficiais, a importância econômica destes produtos supera os dados oficiais. 109

110 capítulo 04 IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS PLANTADAS PARA O BRASIL Tendo por base as informações disponibilizadas pelas empresas associadas da ABRAF, aproximadamente 6,5 mil pessoas foram beneficiadas em 2008 com os programas de produção de PFNM, os quais atenderam cerca de 87 municípios através de investimentos da ordem de R$ 356,8 mil (vide tabela 4.12). Nesta mesma tabela, observa-se crescimento contínuo no número de pessoas atendidas pela produção de PFNM, representando alta de 374,4% no período. Tabela 4.12 Resultados da produção de PFNM nas áreas das empresas associadas da ABRAF ( ) Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP Meio ambiente Como forma de contribuir para a manutenção dos recursos florestais nativos e de sua biodiversidade em todo o território nacional, as empresas associadas da ABRAF desenvolvem diversos programas de cunho ambiental, nos quais se destacam as ações de conservação da fauna e flora e programas de educação ambiental desenvolvidos junto às comunidades. Durante o ano de 2008, os programas ambientais realizados pelas empresas associadas da ABRAF beneficiaram aproximadamente 1,55 milhão de pessoas em 351 municípios. Tais programas incorporaram investimentos de cerca de R$ 15,2 milhões, conforme se observa na tabela Tabela 4.13 Resultados dos programas ambientais realizados pelas empresas associadas da ABRAF ( ) Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. Ao longo dos anos, observa-se evolução no número de pessoas atendidas, assim como a área de abrangência (número de municípios) dos programas ambientais oferecidos pelas empresas associadas da ABRAF. 110

111 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base Educação e cultura As empresas associadas da ABRAF também se preocupam com a propagação de ações de educação e cultura entre seus colaboradores e familiares, bem como com a população dos municípios vizinhos na sua área de atuação efetiva. Para tanto, as empresas realizam investimentos em programas de educação para redução do analfabetismo e melhora na qualidade de ensino. As ações envolvem desde o financiamento da estrutura educacional, através de reformas e doação de equipamentos às escolas, até ajuda como bolsas de estudos aos filhos de funcionários. A tabela 4.14 informa os dados de evolução dos resultados dos programas de educação e cultura implementados pelas empresas associadas da ABRAF. Por meio das informações fornecidas pelas empresas, o ano de 2008 contou com investimentos de aproximadamente R$ 21,4 milhões em programas educacionais e culturais, o que beneficiou 292,4 mil pessoas em 381 municípios. Tabela 4.14 Resultados dos programas educacionais e culturais realizados pelas empresas associadas da ABRAF ( ) Fonte: Associadas da ABRAF (2009), adaptado por STCP. 111

112 capítulo 05 NOTAS METODOLÓGICAS 112

113 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base

114 capítulo 05 NOTAS METODOLÓGICAS 5 NOTAS metodológicas Com o mesmo rigor técnico adotado nas edições anteriores, a Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas ABRAF, na elaboração da presente edição, utilizou dados baseados em fontes confiáveis e em estimativas balizadas por profissionais representativos do setor, comparando informações de fontes diferentes, desenvolvendo métodos alternativos de apuração de valores, visando uma apresentação de resultados de forma transparente e consistente. São apresentados neste capítulo os procedimentos metodológicos utilizados durante os trabalhos de coleta, tabulação, comparação e análise de dados e informações contidas neste Anuário, inclusive revisões de valores de anos anteriores, obtidos neste ano de 2009 com entidades representativas do setor, que procederam a tais revisões. Mais uma vez, a ABRAF contou com a estreita colaboração de diversas empresas e instituições do setor florestal, as quais podem ser agrupadas em: (i) contatos setoriais: empresas florestais associadas e não associadas da ABRAF, empresa de consultoria na área florestal, bem como profissionais representantes do setor e consultores independentes; (ii) contatos institucionais: secretarias e órgãos federais e estaduais, fundações, institutos de pesquisa, universidades, associações de classe e sindicatos do setor de base florestal, associações de reposição florestal, entre outros. A seguir, são descritos os procedimentos adotados no tratamento, compilação e análise dos dados relativos ao ano de 2008, pela ordem dos capítulos respectivos: área com florestas plantadas no Brasil; áreas de preservação associadas às florestas plantadas; balanço da produção e consumo de madeira em tora; Valor Bruto da Produção Florestal (VBPF); recolhimento de tributos; balança comercial de produtos florestais; e geração de empregos. 5.1 Área com Florestas Plantadas no Brasil Referência: tabela 1.02 capítulo 1 Tendo por base consultas às diversas empresas e instituições do setor, obtiveram-se dados e informações sobre a área com florestas plantadas em 2008, para gerar a estimativa de áreas por espécie e por estado, conforme descrito a seguir: i. Informações pré-existentes (Anuário Estatístico Ano Base 2007), sobre áreas com florestas plantadas de alguns estados, foram utilizadas como base para a atualização do presente Anuário. Em casos específicos os dados de base tiveram origem em compilação de Associações Estaduais (AMS, APRE e REFLORE, respectivamente para os Estados de Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul); ii. Respostas das empresas associadas da ABRAF ao questionário enviado pela Associação, assim como contatos realizados junto a diferentes empresas do setor de base florestal, não associadas à ABRAF; iii. Estudos setoriais e anuários estatísticos publicados com dados de 2008 e/ou 2007 de diferentes associações de classe do setor florestal tais como a ABIPA, ABIMCI, ABIMÓVEL, AMS, BRACELPA e SINDIFER; iv. Documentos oficiais e dados disponibilizados de instituições governamentais e autarquias quando disponíveis (ex.: secretarias estaduais, institutos, fundações, outros); e v. Outras fontes e contatos empresariais e institucionais. 114 De forma semelhante ao que ocorreu em anos anteriores, os dados primários necessários para a elaboração deste

115 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Anuário foram obtidos por meio das respostas ao questionário específico às empresas associadas da ABRAF, elaborado pela ABRAF em conjunto com a STCP Engenharia de Projetos. Além das Associadas Individuais (empresas) as Associadas Coletivas tiveram também a oportunidade de participar da coleta de dados, mediante a aplicação de um questionário simplificado sobre a área com floresta plantada por espécie em cada estado no ano de 2008, o qual foi enviado às suas filiadas (estimadas em um total de 176 em 2008). Tendo por base o objetivo de atualizar as informações para 2008, principalmente de área plantada, foram realizadas consultas às próprias associadas coletivas da ABRAF, especialistas do setor e contatos diretos às empresas florestais de diversos estados e segmentos, atingindo aproximadamente 200 contatos entre instituições / empresas, algumas destas últimas filiadas às Associadas Coletivas da ABRAF. Além disso, também foram consultados, quando necessário, órgãos ambientais e secretarias estaduais de meio ambiente, recursos naturais, e de agricultura visando completar as informações coletadas. Os dados obtidos, compilados e validados junto a representantes do setor, culminou na estimativa das áreas com florestas plantadas por estado e por espécie no Brasil no ano de 2008 (existente até ) no capítulo1. Com o intuito de evitar a duplicidade no cômputo das áreas com florestas plantadas, compararam-se as informações recebidas por diferentes empresas e instituições durante o processo de compilação dos dados. Os dados coletados e apresentados na tabela 1.02 e 1.03 do capítulo 1 apresentam a área total com florestas plantadas por estado em 2008, que é o resultado do balanço entre os novos plantios, as áreas de reforma e as eventuais reduções na área total. No caso de plantio anual de florestas plantadas, não foram considerados, na presente edição, os dados do Ministério do Meio Ambiente, relativos a 2008, que tradicionalmente prepara esse levantamento, e que, no entanto, não estavam disponibilizados à época do fechamento desta edição. Os dados numéricos apresentados neste Anuário aparecem sempre agregados por estado, região ou país. Na sequência, apresenta-se breve descritivo sobre as fontes consultadas nos principais estados brasileiros sobre área com florestas plantadas, e da metodologia utilizada para estimar as áreas por estado e por espécie. - Amapá Realizou-se contato direto com empresas florestais não associadas da ABRAF, quanto aos dados de área com florestas plantadas existentes até Tais informações, acrescidas de estimativas que têm por base os dados do ano anterior, contabilizam a área com florestas plantadas neste estado. - Goiás Levantamento diretamente efetuado com empresas não associadas da ABRAF, as quais são detentoras de florestas plantadas no estado, aliado à estatística apresentada no Anuário do ano anterior, permitiram estimar a área total com florestas plantadas, atualizada para o ano de Bahia e Espírito Santo Em ambos os estados, utilizaram-se, como fonte de informação, as respostas dos questionários das empresas associadas da ABRAF, além de contato direto com empresas com florestas plantadas não associadas da ABRAF. Adicionalmente considerou-se o plantio efetuado através de programas governamentais de incentivo à produção florestal tais como o PRONAF Florestal, PROPFLORA e a parcela própria provida pelo BB Florestal (excluindo 115

116 capítulo 05 NOTAS METODOLÓGICAS eventuais sobreposições de desembolsos destes programas). - Maranhão e Pará A obtenção de dados sobre a área plantada nestes estados se deu principalmente pelo contato junto à Associação das Siderúrgicas do Brasil - ASIBRAS. Além disso, realizou-se contato direto com empresas que possuem florestas plantadas localizadas nos estados, não associadas à ASIBRAS, e também com dados de associadas da ABRAF. Para tais estados, considerou-se também, através de outras associações tais como o Centro de Pesquisa do Paricá, o plantio expressivo com outras espécies florestais (paricá e teca). - Mato Grosso Através de contatos com empresas não associadas da ABRAF foi possível estimar a área com floresta plantada com diferentes espécies para no estado de Mato Grosso, tendo por base os dados oficiais para o ano de Essas informações foram obtidas, na ocasião, através do Diagnóstico das Plantações Florestais em Mato Grosso 2007, que foi elaborado pela EMBRAPA Florestas (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Unidade Florestas) e publicado pela Associação de Reflorestadores do Estado do Mato Grosso AREFLORESTA. Este diagnóstico foi efetuado entre 2006/2007 a partir de dados sobre áreas plantadas de diferentes fontes tais como a AREFLORESTA, EMBRAPA-FLORESTAS (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), EMPAER (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural), e UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso). A atualização para 2008 levou em conta tal diagnóstico, aplicando-se estimativas de crescimento balizadas em percepções de empresas locais que foram contatadas. - Mato Grosso do Sul A Associação Sul Matogrossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas REFLORE forneceu os dados da área total com florestas plantadas com eucalipto e pinus existentes no estado para o ano de Tais informações foram obtidas pela REFLORE através de consulta junto a empresas detentoras de florestas plantadas no estado, incluindo as associadas da ABRAF. Incluíram-se ainda dados de florestas plantadas com outras espécies tais como seringueira e teca. - Minas Gerais Em Minas Gerais, bem como alguns estados que realizaram inventário florestal nos últimos anos (ex: Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso), a base de dados é mais completa e atualizada. O inventário em Minas Gerais se baseou em imagens de satélites de 2003, com novas estimativas efetuadas a partir de imagens geradas em Assim, o último inventário foi realizado pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), em 2008, com dados básicos de 2007, patrocinado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), órgão do Governo do Estado vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD). Os dados da área com florestas plantadas são atualizados a cada dois anos (2003, 2005 e 2007) pelo Governo do Estado em parceria com a UFLA e são considerados oficiais. Com base nos resultados da UFLA, a AMS consolidou as estimativas para 2008, incluindo o total de área das empresas associadas da ABRAF. 116 Para este Anuário, a área plantada total acumulada até 2007, no estado de Minas Gerais, foi revista, tendo por base

117 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 as informações do inventário florestal do estado. Assim, no Capítulo 1 deste Anuário encontram-se as áreas do estado de Minas Gerais revisadas conforme tal metodologia. - Paraná Através dos questionários respondidos pelas empresas associadas da ABRAF, bem como o contato direto com um grande número de empresas e produtores florestais não associados à ABRAF, se estimou a área plantada para o estado do Paraná em Para isto levou-se em conta a área total com pinus e eucalipto em 2007 (Anuário Estatístico ABRAF 2008 ano base 2007) e um fator de crescimento baseado na amostragem sobre a expansão da área plantada entre junto às empresas do setor (com representatividade estimada de 20% para pinus e 50% para eucalipto). Outras espécies, tal como a araucária também foram consideradas nos contatos com as empresas. A Associação Paranaense de Empresas Florestais (APRE) forneceu contribuição significativa para a estimativa da área plantada do estado, mediante consulta sobre a área com florestas plantadas a suas empresas filiadas. - Rio Grande do Sul Utilizou-se como base a estimativa de área com florestas plantadas disponibilizada pela Associação Gaúcha de Empresas Florestais (AGEFLOR), incluindo as informações da empresas associadas da ABRAF no estado. De forma semelhante ao procedimento adotado para o estado do Paraná, estimou-se a área plantada até 2008, com pinus e eucalipto, no Rio Grande do Sul. Além disso, foram consideradas as áreas de expansão de fomento florestal de pequenos e médios proprietários a partir de estatísticas estaduais de investimentos do PRONAF Florestal, PROPFLORA e BB Florestal (sem sobreposições dos programas). Cabe ressaltar que dados do inventário florestal estadual de 2002/04 vêm sendo utilizados nos últimos anos como parâmetro para balizar a área com florestas plantadas com eucalipto e pinus estimadas para o estado. Este Inventário Florestal Contínuo do Rio Grande do Sul foi preparado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, através do Departamento de Florestas e áreas Protegidas do Estado e a Universidade Federal de Santa Maria, através dos Departamentos de Ciências Florestais, Engenharia Rural e Geociências. Adicionou-se ainda a área plantada estimada com acácia a partir de contato com empresas consumidoras do setor. - Santa Catarina Para o estado de Santa Catarina, a área com florestas plantadas com pinus e eucalipto foi estimada a partir de dados com plantios florestais das empresas associadas da ABRAF, e estimativas da STCP baseadas em amostragem sobre o crescimento da área entre junto a empresas do setor, as quais não são associadas diretas da ABRAF, com representatividade estimada de 32% para pinus e 62% para eucalipto. Consulta inicial foi efetuada à ACR, associada coletiva da ABRAF no estado, que obteve informações de suas próprias associadas. No entanto a falta de estatísticas disponíveis para este estado e de um inventário florestal de florestas plantadas recente indicam a necessidade de se realizar um diagnóstico mais detalhado sobre o tema. Atualmente, encontra-se em andamento o Projeto Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, o qual indiretamente poderá contribuir para uma visão mais clara das áreas representadas por florestas plantadas neste estado. 117

118 capítulo 05 NOTAS METODOLÓGICAS - São Paulo A área plantada com pinus e eucalipto no estado de São Paulo em 2008 foi estimada a partir de dados referentes ao ano 2006, publicados pelo Instituto de Economia Agrícola de São Paulo e de amostragem sobre o crescimento da área entre junto a empresas do setor (com representatividade estimada de 20% para pinus e 50% para eucalipto). Estas áreas foram atualizadas em 2006 a partir do Inventário Florestal Estadual realizado no ano O presente Anuário já apresenta esta atualização da área com florestas plantadas no estado a partir de Sobre as estimativas do total com área plantada do ano de 2007 se aplicou uma taxa de crescimento para o eucalipto e de redução para o pinus, estimada com base nas respostas dos questionários das empresas associadas da ABRAF e em consultas feitas junto a um grupo de empresas não associadas da ABRAF. Para outras espécies plantadas no estado, como é o caso da seringueira, utilizaram-se como base os dados de lavoura permanente publicados pelo IBGE. - Demais Estados Nos demais estados, com menor área com florestas plantadas, a STCP estimou essas áreas com base em informações disponíveis e contatos junto à empresas e profissionais do setor. No caso do Tocantins, salienta-se que a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado disponibilizou os dados da área plantada por espécie atualizados para o ano de Além disso, o Centro de Pesquisa do Paricá (CPP) informou a área plantada com Paricá no estado do Pará e Maranhão até o ano de Área de Florestas Plantadas de Associadas da ABRAF Para o ano de 2008, na atualização da área plantada das empresas associadas da ABRAF, levaram-se em consideração os seguintes aspectos: i. Áreas das empresas associadas da ABRAF: dados primários obtidos pelas respostas ao questionário, fornecidas por empresa com agregação e tabulação direta das respostas recebidas; e ii. Áreas das empresas filiadas às Associações Coletivas da ABRAF: contribuições dos levantamentos realizados e disponibilizados pela AGEFLOR (Rio Grande do Sul), AMS (Minas Gerais), APRE (Paraná), e REFLORE (Mato Grosso do Sul). 5.2 Área Total de Preservação Associada às Florestas Plantadas Referência: tabela 4.08 capítulo 4 A área total de proteção e preservação associada às florestas plantadas no país foi estimada com base na área total com florestas plantadas com pinus, eucalipto e com outras espécies (estimado em 6,58 milhões ha em 2008) e na proporção de áreas nativas protegidas pelas empresas associadas da ABRAF. Este percentual médio foi de 30% com base nas respostas dos questionários das empresas associadas da ABRAF. 118 A conceituação legal dos tipos de áreas de proteção e de preservação, compreendendo as áreas de Reserva Legal

119 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 (RL), Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), adotada no presente anuário, é a seguinte: Área de Preservação Permanente (APP) Segundo consta no Código Florestal Brasileiro (Lei Federal n.º 4.771/65) em seus artigos 2º e 3º alterados pela Lei Federal n.º 7.803/89, a área de preservação permanente é toda área coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. As matas ciliares ou florestas de galeria são consideradas APP, podendo ser, pelo efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural, situadas ao longo dos rios ou de qualquer curso d água em faixa marginal que depende da largura do mesmo. Além disto, se consideram como APP os topos de morros, áreas ao redor de reservatórios naturais e artificiais de água (lagoa / lago), em altitude superior a metros e outras possibilidades detalhadas nos artigos 2º e 3º da Lei supracitada. Reserva Legal (RL) O Código Florestal Brasileiro (Lei 4.771/65) conceitua a Reserva Legal como toda área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas. O conceito de Reserva Legal foi revisado em 18 de julho de 1989, a partir da Lei que introduziu, entre outros aspectos, a exigência de averbação ou registro da Reserva Legal à margem da inscrição da matrícula do imóvel, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou desmembramento da área (Art. 16 2º). Uma legislação específica (Medida Provisória /2001) determina o percentual da propriedade a ser alocada na forma de Reserva Legal, conforme a região do país e tipologia vegetal existente. Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) A RPPN é uma unidade de conservação criada em área privada tendo sido definida nos termos do Decreto 1.922/96. A mesma tem por objetivo principal conservar a diversidade biológica em uma propriedade e região. Trata-se de um ato voluntário que constitui uma propriedade, ou parte dela, em uma RPPN, sem a perda do direito sobre a mesma. Como forma de promover a ação voluntária da sociedade civil na conservação da diversidade biológica, as RPPNs são consideradas como um instrumento pelo qual a propriedade privada contribui para a proteção do meio ambiente como um todo (fauna e flora). Diversos benefícios são concedidos às instituições / proprietários que estabelecem RPPN (ex.: direito de propriedade preservado, isenção de Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR) sobre a área de RPPN, possibilidade de sobrepor o perímetro da RPPN com APP e RL, entre outros). A importância destas unidades de conservação ambiental também se justifica por: i. Contribuir na ampliação das áreas protegidas no país; 119

120 capítulo 05 NOTAS METODOLÓGICAS ii. Estender os corredores ecológicos no entorno de UC s; iii. Promover a participação da iniciativa privada no esforço nacional de conservação; iv. Colaborar com a conservação da biodiversidade dos biomas brasileiros, e v. Outros. Diversas empresas associadas à ABRAF mantêm áreas significativas de RPPN s em suas propriedades, efetivamente contribuindo para garantir a melhoria da qualidade ambiental. 5.3 Balanço da Produção e Consumo de Madeira em Tora e Produtos Florestais Referência: gráfico 3.02 capítulo 3 Para a atualização dos dados de produção de madeira em tora da silvicultura, foram obtidas informações do banco de dados de Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) do Sistema de Recuperação Automática (SIDRA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano 2007, atualizadas para 2008, aplicando-se um fator de crescimento com base na média histórica dos últimos 5 anos ( ). Tal dado foi coletado especificamente para a Produção da Silvicultura, que se refere à produção de madeira oriunda de florestas plantadas, para o ano de 2007, visto que os dados para 2008 não se encontravam disponibilizados até o fechamento deste Anuário. Para se obter o consumo em toras foi aplicado um fator de conversão específico para se estimar a quantidade utilizada de equivalente de madeira em tora em cada processo industrial (vide tabela 5.01). Dependendo do processo de transformação industrial, utilizou-se o percentual específico para estimar somente o consumo de madeira oriunda de florestas plantadas, retirando desta forma o consumo de madeira proveniente de florestas nativas. Tabela 5.01 Fatores de conversão utilizados no anuário estatístico ABRAF 2008 Fonte: STCP. 120

121 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base Valor Bruto da Produção Florestal (VBPF) Referência: tabela 4.02 capítulo 4 Tendo em vista que a tentativa de cálculo do PIB Florestal esbarra em dificuldades como a ausência de caracterização adequada que retrate o setor e todas suas inter-relações, optou-se por calcular o indicador Valor Bruto da Produção Florestal (VBPF). Este indicador segue o exemplo praticado para os principais produtos agrícolas e pecuários, e aqui é utilizado como estimativa para mensurar o desempenho do setor florestal. O VBPF mensura a soma do faturamento de cada segmento industrial associado às florestas plantadas. O cálculo do VBPF 2008 para os diferentes segmentos que compõem o setor de florestas plantadas no Brasil foi efetuado com base em uma combinação de dados e estimativas em virtude da não disponibilidade de informações atualizadas para o ano em questão. O VBPF de cada segmento industrial da cadeia produtiva, que utiliza florestas plantadas, foi prioritariamente utilizado na forma de faturamento total, coletado junto às associações setoriais nacionais que relatam estatísticas periódicas e em suas publicações especializadas: anuários estatísticos e estudos setoriais. Neste caso, a Associação Brasileira de Celulose e Papel (BRACELPA) contribuiu com este indicador. Tendo por base o faturamento do segmento de carvão vegetal de 2007, disponibilizado pelo SINDIFER, estimou-se o faturamento de 2008 ao se aplicar uma taxa média de crescimento, conforme procedimentos discutidos no SINDIFER 1. Para os demais segmentos, o VBPF foi estimado com base na média de crescimento do faturamento observado nos últimos 5 anos ( ), conforme detalhado a seguir. O faturamento da indústria de madeira (ABIMCI) foi estimado através do somatório do resultado da multiplicação entre a produção industrial e o preço médio de mercado de cada produto, para aqueles com dados disponíveis. Para os produtos sem estatística de produção, utilizou-se no cálculo o valor exportado do produto em 2008 acrescido da estimativa do faturamento no mercado doméstico, o qual levou em conta sua participação neste mercado. O faturamento do setor de painéis de madeira reconstituída foi estimado a partir da taxa de crescimento médio anual do faturamento dos últimos quatro anos ( ). Tal taxa foi aplicada ao faturamento de 2007, o qual foi disponibilizado pela ABIPA para o Anuário ABRAF 2008 ano base De forma semelhante obteve-se a estimativa de faturamento para o setor de móveis, aplicando-se sobre o faturamento do ano de 2007 o crescimento médio da construção civil em 2008 (10%). O VBPF referente ao Sistema Agroindustrial Florestal é o somatório dos valores das cinco principais cadeias produtivas associadas a florestas plantadas (celulose e papel, indústria madeireira, painéis reconstituídos, siderurgia a carvão vegetal e móveis). Para evitar duplicidade, optou-se por deduzir o valor referente à parcela do VBPF do segmento de painéis reconstituídos e madeira sólida destinado à indústria moveleira (respectivamente estimado em R$ 1,64 bilhão e R$ 2,85 bilhões para 2008) do VBPF de móveis de madeira de florestas plantadas (R$ 14,97 bilhões, para 2008), visto que aqueles insumos são utilizados na fabricação dos móveis e já haviam sido computados. Adicionalmente se calculou o VBP do setor primário florestal que mensura a soma do faturamento de cada segmento primário de produção florestal associado às florestas plantadas, notadamente a silvicultura e a produção do carvão vegetal. Na estimativa do VBP do setor primário florestal neste Anuário, utilizaram-se os dados de valor bruto da produção da silvicultura preparados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Estimativas elaboradas com informações repassadas e discutidas com a AMS e o SINDIFER.

122 capítulo 05 NOTAS METODOLÓGICAS No ano de 2007, o VBP do setor primário (madeira em tora e carvão vegetal de florestas plantadas) somou R$ 6,3 bilhões. Em 2008, estima-se que o VBP para este mesmo setor primário tenha atingido R$ 7,4 bilhões, apresentando, portanto crescimento de 17,5%. 5.5 Recolhimento de Tributos Referência: tabela 4.01 capítulo 4 O Brasil detém uma lista de mais de 80 tributos (impostos, contribuições, taxas, contribuições de melhoria) que incidem sobre as atividades econômicas no Brasil, os quais se aplicam nos âmbitos federal, estadual e municipal. As informações relativas aos tributos arrecadados pelas empresas do setor de florestas plantadas foram coletadas, prioritariamente, junto às associações setoriais nacionais a partir de publicações como estudos setoriais e anuários estatísticos. Para obter as estimativas de tributos arrecadados pelo setor de florestas plantadas, foram utilizadas duas metodologias de cálculo, em função da dificuldade em se obter dados estatísticos para cada segmento da cadeia produtiva já consolidados para o ano 2008: Metodologia 1 Tendo por base os VBPF de cada segmento associado às florestas plantadas aplicou-se um percentual relativo à contribuição estimada de recolhimento de tributos, por segmento, a fim de se estimar o valor correspondente de tributos arrecadados pelo setor de florestas plantadas. Estes percentuais foram obtidos a partir de estudo publicado pelo jornal Folha de S. Paulo em 2005 para diferentes setores da economia. Para os segmentos florestais não indicados no referido estudo, utilizou-se percentual de segmentos afins. Para madeira em tora e carvão vegetal o percentual utilizado de carga tributária foi de 0,2163, enquanto que para indústria madeireira, de painéis reconstituídos e de móveis este percentual foi o relativo às indústrias diversas (0,2300). Exceção ao procedimento de cálculo empregado por esta metodologia foi para o segmento de celulose e papel, que utilizou o total de tributos recolhidos de R$ 1,86 bilhão em 2008 informados pela BRACELPA. Desta forma, o total estimado de recolhimento de tributos pelo setor de florestas plantadas em 2008 através desta metodologia somou R$ 8,42 bilhões, conforme evidencia a tabela

123 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Tabela 5.02 Estimativa de recolhimento de tributos pelos segmentos de transformação de florestas plantadas (2008) metodologia 1 Fonte: ABIMCI, ABIMÓVEL, ABIPA, AMS, BRACELPA, IBGE, FOLHA de São Paulo, SECEX, SINDIFER. Adaptado por STCP, Metodologia 2 - Nesta metodologia de estimativa dos tributos arrecadados pelo setor de florestas plantadas levou-se em conta o total de tributos de cada segmento, informados diretamente pelas associações representativas dos diferentes segmentos florestais, no caso de dados disponíveis. Sobre estes tributos totais, para cada segmento aplicou-se um fator relativo à contribuição exclusivamente das florestas plantadas. Estes fatores de conversão foram estimados pela STCP para cada segmento. Para os segmentos de celulose e papel e de painéis de madeira reconstituída considerou-se que 100% dos tributos dos mesmos estão associados às florestas plantadas uma vez que toda a produção destes segmentos utiliza como matéria prima madeira e material lenhoso destas florestas; para o segmento da indústria madeireira utilizou-se a proporção entre a produção de madeira de florestas plantadas (silvicultura) em relação à produção total de madeira fornecida pelo IBGE. Para a siderurgia aplicou-se como fator a proporção do consumo de carvão de florestas plantadas em relação ao consumo total de carvão (vegetal e coque) na produção de gusa informado pelo SINDIFER. De acordo com a AMS, a participação do carvão de florestas plantadas em relação ao total de carvão vegetal consumido em 2008 foi de 49,9%. O total estimado de tributos recolhidos pelo setor de florestas plantadas em 2008 através desta metodologia somou aproximadamente R$ 8,82 bilhões (tabela 5.03). Quando os dados diretamente dos tributos não estavam disponíveis, utilizou-se o valor dos tributos estimados através da metodologia 1. Tabela 5.03 Estimativa de recolhimento de tributos pelos segmentos de transformação de florestas plantadas (2008) metodologia 2 Fonte: ABIMCI, ABIMÓVEL, ABIPA, AMS, BRACELPA, IBGE, SECEX, SINDIFER. Adaptado por STCP, Os resultados convergiram para os totais de R$ 8,42 bilhões e R$ 8,82 bilhões de tributos arrecadados, respectivamente através das metodologias 1 e 2. Cabe ressaltar que os valores divulgados pela BRACELPA (instituição que dispunha 123

124 capítulo 05 NOTAS METODOLÓGICAS de dados atualizados para 2008 até o fechamento deste Anuário) são dados preliminares, todavia os valores calculados pela metodologia 2 podem ser maiores após a consolidação por parte desta entidade de classe. A metodologia 2 foi a adotada neste Anuário, visto que utiliza na maioria dos casos informações sobre tributos totais informados por entidades de classe. 5.6 Produção e Consumo de Produtos Florestais Referência: gráficos 3.07 e 3.08 capítulo 3 Para a evolução da produção e consumo dos principais produtos oriundos de florestas plantadas no Brasil, utilizaram-se os dados mais atualizados fornecidos pelas Associações respectivas, tais como: (i) Celulose e Papel BRACELPA; (ii) Painéis Reconstituídos ABIPA; (iii) Compensado e Madeira Serrada de Pinus ABIMCI; e (iv) Carvão Vegetal AMS e SINDIFER. Com relação ao carvão vegetal, vale lembrar que o consumo de carvão oriundo de florestas plantadas é praticamente igual à sua produção, uma vez que o mercado de importação e exportação é insignificante. Por esta razão, neste Anuário apresentaram-se apenas as estatísticas de consumo do produto. 5.7 Balança Comercial de Produtos Florestais Referência: tabela 3.03 capítulo 3 Através do Sistema ALICEWEB, da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), foram obtidos os dados referentes à balança comercial de produtos florestais (valores monetários de exportação e importação). Tais estatísticas apuradas foram extraídas do Sistema utilizando-se da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) relativa aos produtos florestais para o ano de 2008, obtendo-se assim somente valores de exportação referentes a produtos considerados como oriundos de florestas plantadas. 5.8 Geração de Empregos Referência: tabela 4.03 capítulo 4 A metodologia utilizada para estimar o número de empregos gerados pelo setor de florestas plantadas levou em conta a metodologia apresentada no estudo Novo Modelo de Geração de Empregos, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), publicado inicialmente em 2004 e atualizado em Esta instituição atribui a geração de empregos como consequência dos investimentos realizados nos diferentes setores industriais da economia. A metodologia aplicada no estudo leva em conta o número de empregos diretos, indiretos e aqueles do efeitorenda gerados para investimentos que resultem em aumento de produção da ordem de R$ 10 milhões investido em cada segmento industrial e rural. 124

125 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 Os empregos gerados podem ser classificados, de acordo com o que estabelece a metodologia do Modelo de Geração de Empregos do BNDES, em três categorias: Empregos Diretos: Número de postos de trabalhos criados em determinado setor, em decorrência do aumento da demanda por produtos e/ou serviços produzidos por esse mesmo setor. Em resposta a um incremento de demanda, o emprego direto aumenta no setor em questão; Empregos Indiretos: Número de empregos gerados nos setores que produzem matérias-primas, insumos e outros componentes para atender a demanda do setor responsável pela criação dos empregos diretos. Assim, um aumento de demanda em um setor específico acarreta aumento de produção não apenas do setor, mas ao longo de toda a cadeia produtiva. Se as cadeias fornecedoras de insumos forem intensivas em trabalho, significa que, para cada aumento de produção em um setor, o volume de emprego indireto dele resultante será expressivo; e Emprego Efeito-Renda: emprego criado em virtude do aumento da renda gerada pela expansão da produção e dos empregos direto e indireto, conforme anteriormente conceituados. Assim, são os empregos obtidos através da transformação da renda dos trabalhadores e empregadores em consumo (bens de consumo). Para o cálculo do número de empregos gerados no setor de florestas plantadas para os segmentos industriais de siderurgia, madeira e mobiliário, bem como o de celulose e papel, foram calculados indicadores de geração de empregos diretos, indiretos e efeito-renda para cada segmento florestal a partir da metodologia anteriormente indicada do BNDES (base 2007). Tendo por base os dados de geração de emprego (direto, indireto e efeito-renda) do BNDES, a tabela 5.04 evidencia os fatores da geração de empregos para Silvicultura e para os segmentos de Siderurgia, Madeira e Mobiliário e Celulose e Papel. Para a Silvicultura, os percentuais apresentados foram estimados a partir da participação destes empregos no estado de Minas Gerais obtido do Anuário AMS/2007 (número médio de empregos gerados por empresas do segmento de florestas plantadas dividido pela área total com florestas plantadas no estado). Para os demais segmentos, os percentuais apresentados na tabela 5.04 foram obtidos pela razão entre o número absoluto de empregos gerados pelos principais setores industriais (vide capítulo 4, tabela 4.04 deste Anuário) dos empregos diretos, indiretos e efeito-renda sobre o total de empregos Tabela 5.04 Fatores de geração de empregos calculados para a silvicultura e para os segmentos de siderurgia, madeira e mobiliário e celulose e papel Fonte: AMS e BNDES (2007). Adaptado por STCP, Tais fatores foram utilizados na estimativa de geração de empregos indiretos e efeito-renda de cada segmento industrial do setor de florestas plantadas, partindo da estimativa de empregos diretos. Estes empregos diretos foram obtidos através de consulta a estudos e estatísticas de associações de classe, tais como a ABIMÓVEL, ABIPA, AMS e BRACELPA. 125

126 capítulo 05 NOTAS METODOLÓGICAS A tabela 5.05 apresenta a estimativa de geração de empregos diretos, indiretos e do efeito-renda nos segmentos industriais do setor florestal, incluindo aqueles de florestas plantadas e nativas. Para as instituições que dispõem de estimativas de empregos gerados pelos respectivos setores, utilizaram-se tais informações para agregar à tabela Adicionalmente, incluem-se estimativas de empregos gerados para aqueles setores em que a informação não é disponível (indústria madeireira). Neste caso, partiu-se de estimativa de número de empresas em atividade no Brasil subdivididas, por porte, e estimou-se o número de empregados necessários em função do tamanho da indústria (Banco de Dados STCP). Para se obter o número de empregos do setor florestal (florestas plantadas e nativas) em 2008, aplicaram-se fatores, para cada segmento florestal-industrial, os quais identificam apenas o total relativo ao componente florestal, deduzindose assim componentes não florestais. Para a siderurgia aplicou-se o fator de 34,4% que corresponde, segundo dados do Anuário AMS, à parcela da produção da siderurgia relativa ao carvão vegetal (excluindo-se assim o percentual relativo ao consumo de coque siderúrgico). No caso de fabricação de madeira, e de celulose e papel, o fator considerado foi de 100%, assumindo-se que todo o segmento utiliza na sua produção o produto fibra de madeira. Tendo por base a razão entre o total das exportações brasileiras de móveis em geral (madeira e não madeira) e as exportações brasileiras de móveis apenas de madeira, obteve-se o fator de 84,8%. Este percentual foi adotado como fator para representar a parcela dentro do segmento relativa apenas ao produto madeira para o ano 2008, conforme evidencia a tabela Tabela 5.05 Estimativa de geração de empregos nos segmentos industriais associados ao setor florestal (florestas plantadas e nativas) em 2008 Fonte: Diferentes fontes, adaptado por STCP. ¹ Inclui painéis reconstituídos (MDP, MDF, Chapa Dura e OSB) e produtos de madeira sólida (compensado, madeira serrada e PMVA. Para a determinação dos empregos gerados somente no setor de florestas plantadas (silvicultura), utilizaram-se fatores específicos que deduzem as parcelas relativas às florestas nativas. Para o segmento primário de silvicultura utilizaramse três metodologias de cálculo que estão brevemente descritas a seguir: Metodologia 1 Através da estimativa de funcionários por área plantada (número de empregos diretos, próprios + terceiros, dividido pela área total com florestas plantadas até o ano de 2008) das empresas associadas da ABRAF obtém-se estimados empregos diretos relacionados às florestas plantadas para o Brasil; Metodologia 2 De forma semelhante ao método 1, partiu-se do número médio de empregos gerados por empresas do segmento de florestas plantadas em Minas Gerais (Anuário da AMS) e dividiu-se pela área total com florestas plantadas neste estado. Assim, obteve-se o resultado de empregos diretos relacionados às florestas plantadas para o Brasil; 126 Metodologia 3 Estimativa com base em média estimada de 2 ha/emprego (a partir de estimativa adotada por uma empresa representativa do setor em Minas Gerais) indicada pela AMS totalizando empregos.

127 anuário estatístico da ABRAF 2009 ano base 2008 A tabela 5.06 evidencia os resultados finais para o setor de florestas plantadas, conforme as três metodologias estimadas para a silvicultura. Os fatores adotados foram de 100% para silvicultura e fabricação de celulose e papel. Para siderurgia utilizou-se fator de 49,9% de participação de florestas plantadas na produção de carvão estimado a partir de dados da AMS/SINDIFER. Para os segmentos de produtos de madeira e móveis o fator utilizado foi de 75,3%, a partir de estimativas de produção de extração vegetal e de silvicultura do IBGE/SIDRA - proporção da produção de madeira em tora da silvicultura em relação à produção total de madeira em tora (vide tabela 5.06). Na tabela 5.06, observa-se o número de empregos diretos, indiretos, de efeito-renda e totais estimados respectivamente através das três metodologias de cálculo anteriormente descritas para As linhas com o Total 1, 2 e 3 da tabela apresentam o número total estimado de empregos diretos, indiretos e de efeito-renda somando-se os diferentes segmentos industriais (siderurgia, fabricação de produtos de madeira, móveis e fabricação de celulose e papel) aos respectivos totais da silvicultura (silvicultura - metodologias 1, 2 e 3). Tabela 5.06 Estimativa do número de empregos na silvicultura e nos segmentos industriais associados às florestas plantadas conforme diferentes metodologias em 2008 Fonte: Diferentes fontes, adaptado por STCP. Para o Anuário da ABRAF 2009 Ano Base 2008 adotou-se o total estimado através da metodologia 2 (silvicultura - metodologia 2 e TOTAL 2), visto que a mesma reflete o cenário considerado mais provável para o segmento de florestas plantadas. 127

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