Desenvolvimento de uma Aplicação Interactiva de SIGpara a Zona de Especial Conservação da Arrábida - Portugal
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- João Batista Soares Galvão
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1 Desenvolvimento de uma Aplicação Interactiva de SIGpara a Zona de Especial Conservação da Arrábida - Portugal Paulo Maio CMRP- Instituto Superior Técnico Av. Rovisco Pais, Lisboa, Portugal pmaio@ist.utl.pt José Almeida Dep. Ciências da Terra-Universidade Nova de Lisboa Monte de Caparica, Caparica ja@fct.unl.pt Palavras chave: MapObjects, Optimização de Percursos, Consulta Interactiva Sessão Temática Proposta: Ambiente e Recursos Naturais RESUMO Este trabalho teve como objectivo o desenvolvimento de uma aplicação interactiva, para ser disponibilizada na Internet ou em CD ROM, sobre um Sistema de Informação Geográfica que integra um conjunto de informação relacionada com a Zona Especial de Conservação (ZEC) da Arrábida em Portugal. Desta forma pretende-se que qualquer utilizador, sem formação especial para tal, possa programar as suas próprias visitas a esta área de acordo com os seus interesses específicos. A aplicação foi desenvolvida em Visual Basic aproveitando as funcionalidades das ferramentas de desenvolvimento MapObjects da ESRI. Torna-se assim possível a construção de um SIG funcionando de um modo customizado e independente com todas as funções necessárias pré-programadas para utilizadores sem conhecimentos de SIG. 1. INTRODUÇÃO O protótipo apresentado neste trabalho é uma aplicação multimédia que tem como objectivo a apresentação de uma alternativa digital e interactiva aos guias de percursos naturais sugeridos pelos livros da especialidade. Os guias em formato de papel, embora já com uma qualidade gráfica muito boa, são documentos que apresentam informação estática com textos e imagens. Como é referido por Brown, 2001, embora as tecnologias multimédia não consigam ainda substituir um guia de viagem em papel, aquelas conseguem oferecer mais informação como, som, vídeo, animação ou realidade virtual, que suportados com textos e imagens sobre determinado local, conseguem oferecer um produto mais completo ao utilizador. Outra característica nas aplicações multimédia a este tipo de utilização é a interactividade, i.e., o utilizador pode escolher o trajecto que mais lhe convém na procura de informação, ficando com o controle absoluto sobre o sistema que está a utilizar.
2 Resumindo, este estudo destina-se a propor a integração de um conjunto de informação relacionado com ad actividades de recreio e lazer na área estudada e desenvolver uma aplicação interactiva do tipo stand alone para ser disponibilizada pela Internet ou em CR-ROM. Esta aplicação permite que qualquer utilizador com pouca ou nenhuma experiência neste tipo de aplicações possa efectuar visitas virtuais à zona da Arrábida-Espichel e escolher interactivamente percursos e visitar paisagens ou monumentos. Este protótipo foi construído utilizando as funcionalidades de programação por objectos da aplicação MapObjects da ESRI. 2. LOCAL DE ESTUDO A área escolhida para esta aplicação multimédia foi a Zona de Especial Conservação (ZEC) Arrabida-Espichel. Este local está classificado como Sítio de Especial Interesse para a Conservação da Natureza-Biótopo Corine. Esta zona pertence à Rede Natura 2000 e foi um dos trinta e um sítios escolhidos no âmbito da directiva Habitats. Esta ZEC pertence à Região de Lisboa e Vale do Tejo e está inserida no distrito de Setúbal. Os concelhos que a compõem são como se pode ver na figura 1, os concelhos de Sesimbra, Setúbal e Palmela, sendo a sua área total de 20300ha. Figura 1- Localização da Zona de Especial Conservação Arrábida-Espichel. Esta ZEC junta o Parque Natural da Arrábida (PNA), classificado como Reserva Biogenética pelo Conselho da Europa, mais a zona que vai do PNA até ao Cabo Espichel, que está considerado no âmbito da Directiva Aves, como Zona de Protecção Especial (ZPE). O conjunto do PNA e da ZPE, à excepção da vila de Sesimbra, resultou no caso de estudo
3 3. BASE DE DADOS GEOGRÁFICA Para a construção da Base de Dados Geográfica foram feitas pesquisas e posteriormente foi seleccionada a informação relevante sobre a zona da Arrábida-Espichel, tanto alfanumérica como geográfica. Toda a informação vectorial e matricial foi preparada com o software ArcView 3.1 da ESRI, e no software MrSID da LizardTech. A informação SIG foi georreferenciada em coordenadas militares no Sistema Gauss, Elipsóide Internacional e Datum de Lisboa, com a origem das coordenadas no Ponto Fictício (Oeste do Cabo S. Vicente). A base de dados alfanumérica que é relacionada com a informação vectorial foi preparada sobre o Acesss. Nesta aplicação foram preparados os seguintes temas: 1. Limite - Limite da ZEC. 2. Alojamento Localização do alojamento existente na zona, separado por hotéis, parques de campismo e casas de turismo rural. 3. Caminhadas Localização de percursos existentes na zona retirados de guias e revistas. 4. Fauna Listagem da fauna existente na zona e principais características. 5. Ocupação do solo - Mosaico de polígonos com a ocupação do solo. 6. Paisagens - Fotografias georeferenciadas retiradas nesta zona. 7. Património - Património cultural e natural, ao nível das árvores monumentais, monumentos naturais, museus e património arquitectónico. 8. Rede Hidrográfica- Rede hidrográfica principal e lagoas. 9. Rede Viária - Rede viária principal (Estadas Nacionais e municipais) e caminhos existentes (caminhos de pé-posto, aceiros e estadas dando acessos aos automóveis). 10. Mosaico de fotografias aéreas da zona de estudo. As fotografias que constituem o mosaico são de 1995 e foram obtidas para o Inventário Florestal do mesmo ano. Estão ortorectificadas pelo IGeoE e tem uma resolução de 1 metro. 4. PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES Para além das funcionalidades de navegação e de edição comuns a aplicações multimédia, destacam-se as seguintes possibilidades nesta aplicação desenvolvida:
4 a) Consulta interactiva de informação sobre cada um dos temas, por exemplo, monumentos e ocupação do solo. A identificação pode ser efectuada de duas maneiras: tocando com o rato sobre o tema existente no mapa ou seleccionando uma linha na tabela de dados correspondente. No primeiro caso, o utilizador ao tocar num objecto gráfico do tema, assinala mudando a cor do registo correspondente na tabela de dados. No segundo caso, o utilizador ao posicionar o cursor sobre qualquer registo da tabela, induz a uma alteração da cor do objecto correspondente ao registo seleccionado. Fig. 2- Identificação e consulta de atributos de objectos representados no mapa. Igualmente pode consultar informação sobre a fauna existente na área carregando sobre o botão existente na toolbar principal. É apresentada alguma informação sobre a espécie, mais a respectiva fotografia e som, caso exista (Figura 3).
5 Fig. 3-Visualização da fauna. b) Escolha interactiva de percursos: pode escolher um percurso virtual digitalizando pelo menos dois pontos e receber informações sobre a distância e desníveis, entre outros. A escolha automática dos melhores percursos é baseada no algoritmo de Dijkstra's. Na figura 4 pode-se ver o percurso escolhido mais os dados e o perfil do percurso escolhido. Fig. 4- Percurso escolhido com o respectivo relatório síntese. c) Possibilidade de saídas por áreas e temas de interesse com sobreposição desta informação a fotografias aéreas. Com esta funcionalidade, o utilizador pode cruzar informação e fazer análises como, por exemplo, relacionar a informação da rede viária com a do património existente. Este cruzamento vectorial da informação pode ainda ser colocado sobre informação matricial, dando ao utilizador uma melhor noção do espaço que pretende analisar, permitindo no final a impressão ou exportação para BMP do resultado final (Figura 5).
6 Fig.5 Representação da rede viária principal e localização dos hotéis sobre a fotografia aérea Nota importante: todo este projecto foi desenvolvido tentando sempre que possível manter uma completa independência entre a informação a disponibilizar e o software, garantindo deste modo a possibilidade de actualização da informação sem ser necessário realizar alterações na aplicação. 5. CONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS Do casamento entre as aplicações multimédias e as aplicações SIG podem resultar produtos bastante interesantes no campo do recreio e lazer, porque as componentes visuais e gráficas são complementadas com as funções de análise espacial. Este trabalho constitui uma primeira abordagem no campo do recreio e lazer recorrendo às tecnologias multimédia e SIG s em Portugal e tem por objectivo a divulgação dos recursos naturais para a população em geral. Ao proporcionar um guia de percursos em formato digital, permite fornecer possibilidades ilimitadas na escolha de percursos nesta área e oferecer um conjunto de imagens, sons e animações que os guias de papel não conseguem transmitir. Os desenvolvimentos futuros desta aplicação vão ao encontro da Internet que começa a ganhar cada vez maior terreno na disseminação de informação. A melhoria da arquitectura gráfica e a integração de informação adicional serão equacionadas no futuro deste projecto. 6. AGRADECIMENTOS Um especial agradecimento à Associação de Produtores Florestais de Setúbal (AFLOPS) pela disponibilização de grande parte da informação vectorial contida neste trabalho.
7 Um agradecimento à Região de Turismo da Costa Azul, Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais (D.G.E.M.N) e ao Instituto Português do Património Arqueológico (I.P.P.A.R) pela disponibilização de informação para a Base de Dados e de georeferenciação de alguns locais. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Borsier, Patrice et al (1999) Magic Tour: integrating multimedia and spatial data in an authoring system for tourism, in spatial multimedia and virtual reality, Ed. António. S. Câmara e Jonathan Raper, Taylor&Francis, London, p Brown, Alan (2001) Web maps and tourists, in Spatial multimedia and virtual reality, in Web Cartography, Netherlands, p ESRI (1999)-Building Applications with Map Objects Gomes, Ana Luisa (1995) SOFTANIS: Software para áreas naturais importantes em Portugal Continental, Seminário Ambiente, Ordenamento, Gestão do Território e Sistemas de Informação Geográfica, Lisboa, Maio 1995, p Site do Instituto da Conservação da Natureza:
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