Regime jurídico, princípios e organização da atividade notarial e registral em Pernambuco
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- Bernadete Zagalo Godoi
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1 Curso de Formação Inicial de Magistrados Regime jurídico, princípios e organização da atividade notarial e registral em Pernambuco 2017 Prof. Dr. Ivanildo Figueiredo Doutor e Mestre em Direito Privado (UFPE) Especialista em Direito Registral Imobiliário (PUC-MG) Professor da Faculdade de Direito do Recife (UFPE) Professor da Escola Judicial do Tribunal de Justiça de Pernambuco Tabelião do 8º Tabelionato de Notas do Recife
2 Conteúdo programático 1. Regime jurídico e princípios da atividade notarial e registral. 2. Código de Normas, organização do serviço extrajudicial e fiscalização dos cartórios: distribuição de competências. 3. Atos notariais e registros públicos: Sistemas informatizados e bancos de dados.
3 Regime jurídico da atividade notarial e registral Constituição Federal, art Código Civil de Código de Processo Civil de Lei 6.015/1973 Lei de Registros Públicos. Lei 8.935/1994 Lei dos Notários e Registradores. Lei /2007 Divórcio e inventário extrajudicial. Lei /2009 Registro eletrônico imobiliário. Resoluções do Conselho Nacional de Justiça CNJ. Código de Normas da Corregedoria Geral da Justiça de Pernambuco Provimento 20/2009 (atualizado pelo Provimento 01/2016).
4 Constituição da República de 1988 Disposições constitucionais gerais Art Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do poder público. 1º. Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário. (Lei 8.935/1994 STJ/RMS 7730) 2º. Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro. (Lei /2000). 3º. O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses. (Resolução CNJ 81/2009)
5 Constituição da República Disposições constitucionais específicas Competência legislativa Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: XXV - registros públicos; Competência para fixação das custas e emolumentos Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: IV - custas dos serviços forenses;
6 Constituição da República Competência do Conselho Nacional de Justiça Art. 103-B - 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: (...) III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
7 Atribuições constitucionais do Poder Judiciário Função judicial: instância competente para a solução de conflitos que não podem ser resolvidos por acordo consensual entre as partes (CF, art. 5º, inciso XXXV): Eficácia jure et de jure. Função extrajudicial: Resolução dos atos e negócios jurídicos privados, em sede consensual e de jurisdição voluntária, exercida por delegatários dos serviços notariais e registrais, tendo como função essencial a prevenção de conflitos judiciais (CF, art. 103-B, 4º, III; art. 236): Eficácia juris tantum.
8 Características e competências dos serviços jurídicos notarial e registral As atividades dos cartórios de notas e de registro são funções auxiliares da Justiça, responsáveis pela formalização dos atos e negócios jurídicos de jurisdição voluntária, quando não existe litígio entre as partes, assim como dos atos de registro, para a garantia, prova e reconhecimento de direitos.
9 Cartórios Atividade Notarial Atividade Registral Natureza jurídica dos cartórios ou serventias extrajudiciais: São delegatários do Poder Público Estadual, vinculados e subordinados ao controle do Poder Judiciário, ainda que exercendo a atividade em caráter privado (CF, art. 236).
10 Natureza estatal das funções dos cartórios ou serventias extrajudiciais Serventias extrajudiciais: - A atividade notarial e registral, ainda que executada no âmbito de serventias extrajudiciais não oficializadas, constitui, em decorrência de sua própria natureza, função revestida de estatalidade, sujeitando-se, por isso mesmo, a um regime estrito de direito público. A possibilidade constitucional de a execução dos serviços notariais e de registro ser efetivada "em caráter privado, por delegação do poder público" (CF, art. 236), não descaracteriza a natureza essencialmente estatal dessas atividades de índole administrativa. - As serventias extrajudiciais, instituídas pelo Poder Público para o desempenho de funções técnico-administrativas destinadas "a garantir a publicidade, a autenticidade, a segurança e a eficácia dos atos jurídicos" (Lei n /94, art. 1º), constituem órgãos públicos titularizados por agentes que se qualificam, na perspectiva das relações que mantêm com o Estado, como típicos servidores públicos (STF, ADI 1378-MC/ES, Relator Ministro Celso de Mello, DJ 30/05/1997).
11 Conceito legal da atividade notarial e registral Lei 8.935/94 Art. 1º. Serviços notariais e de registro são os de organização técnica e administrativa destinados a garantir a publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos.
12 O significado dos princípios da Lei 8.935/1994 Publicidade A publicidade importa na divulgação pública dos atos lavrados em tabelionato ou levados a registro, para que estes produzam efeitos erga omnes e perante terceiros, sendo os arquivos cartoriais públicos e acessíveis a qualquer interessado (Lei 6.015/1973, art. 16), inclusive como instrumento de combate à ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro. Autenticidade O ato notarial ou de registro considera-se autêntico porque provém de uma autoridade delegada pelo Estado, titular de fé pública, gerando uma presunção juris tantum de verdade, a partir da prévia análise do cumprimento regular dos critérios formais dos atos submetidos a formalização notarial ou de registro.
13 Segurança O controle da legalidade, da regularidade e da fidelidade dos dados lavrados ou registrados visam reduzir, ao máximo, os riscos jurídicos dos negócios privados, significando também a adoção de mecanismos de conservação desses dados, como registro histórico imprescritível (Lei 6.015/1973, art. 24). Eficácia Os atos privados submetidos ou dependentes de forma notarial ou de registro público somente adquirem eficácia jurídica para a produção dos efeitos legais e validade perante terceiros, após realizados os assentamentos respectivos, atribuindo presunção de certeza e de boa-fé desses atos.
14 A estrutura dos cartórios no Brasil Lei 6.015/ Lei 8.935/1994, art. 5º 1) Registro Civil das Pessoas Naturais - RCPN. 2) Registro de Pessoas Jurídicas, Títulos e Documentos - RTD. 3) Registro de Imóveis - RI. 4) Tabelionato de Notas - TN. 5) Tabelionato de Protesto - TP. 6) Tabeliães e Oficiais de registro de contratos marítimos - TCM. 7) Oficiais de registro de distribuição RD (Não previstos no Código de Normas de Pernambuco).
15 Estrutura e órgãos dos Registros Públicos Lei 6.015/1973 Art. 1º Os serviços concernentes aos Registros Públicos, estabelecidos pela legislação civil para autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos, ficam sujeitos ao regime estabelecido nesta Lei. 1º Os Registros referidos neste artigo são os seguintes: I - o registro civil de pessoas naturais; II - o registro civil de pessoas jurídicas; III - o registro de títulos e documentos; IV - o registro de imóveis.
16 Críticas à existência dos cartórios Os cartórios são um mal necessário na vida do brasileiro. Casar, registrar um filho, comprar um carro, uma casa, reconhecer firma, cuidar de inventário e até na hora da morte, o cartório é um caminho obrigatório. Cartório é sinônimo de filas, burocracia e dinheiro a troco de selos e carimbos, cuja função é dar credibilidade à documentação. Muitas vezes nem sabemos o que fazer e muito menos a qual desses sistemas de notariado devemos nos dirigir em cada situação. Associação Brasileira de Administração Profissional e Aprendizagem organizacional Asbrapa
17 RCB: República Cartorial do Brasil: R$ 12 bilhões em papelada inútil Revista Veja, 18/01/2014 Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revelam que, em apenas um semestre, cartórios brasileiros arrecadaram R$ 6 bilhões. Em média, no período informado, os cofres de cada estabelecimento engordaram R$ 444 mil. O cartório mais rentável do país é o 9º Ofício de Registro de Imóveis do Rio. Em seis meses, ele recebeu R$ 48,5 milhões. Isso é o reflexo da nossa sociedade de desconfiança, em que todos são culpados até que se prove o contrário. Do berço ao túmulo, nossa vida depende dos cartórios para quase tudo. A papelada é infindável, o reconhecimento de firma, em plena era da informática, é crucial quase que para respirar, e em cada transação simples, uma fila básica e um gasto extra no cartório.
18 A burocracia do reconhecimento de firmas deve-se mais à cultura burocrática do brasileiro, porque ainda se acredita que os cartórios são órgãos públicos, vinculados ao Judiciário e que os documentos passados por eles asseguram credibilidade. Na verdade, os cartórios constituem-se em negócio de ganho fácil e altamente rendoso. Antonio Pessoa Cardoso Desembargador do TJBA
19 "Para resolver isto, só se fosse possível explodir os cartórios de registro de imóveis, verdadeiras fábricas de papéis há mais de 300 anos, que só existem no Brasil e Portugal: legalizar propriedades é uma guerra burocrática e judiciária, daí a atual confusão". Ermínia Maricato, Professora de Arquitetura da USP, Ministra Adjunta das Cidades, 2005
20 Cartórios no Brasil em grandes números Total de cartórios no Brasil (CNJ): Estado N de Cartórios % Brasil N de Juízes Estaduais Minas Gerais ,8 % 941 Bahia ,3 % 507 São Paulo ,2 % Paraná 974 7,1 % 592 Rio Grande do Sul 744 5,4 % 854 Ceará 679 4,9 % 422 Paraíba 508 3,7 % 378 Pernambuco 491 3,5 % 450 Rio de Janeiro 405 3,8 % 871 Total Brasil %
21 Arrecadação dos cartórios Levantamento estatístico CNJ 2010 Receita Média Anual Cartórios % Até 6 mil reais ,8 De 6 mil reais a 12 mil reais ,2 De 12 mil reais a 60 mil reais ,6 De 60 mil reais a 120 mil reais ,3 De 120 mil reais a 600 mil reais ,4 De 600 mil reais a 1,2 milhão de reais 598 4,7 De 1,2 milhão de reais a 6 milhões de reais 629 4,9 De 6 milhões de reais a 12 milhões de reais 90 0,7 De 12 milhões de reais a 24 milhões de reais 11 0,08 Acima de 24 milhões de reais 2 0,01
22 Sistemas Jurídicos no Mundo Sistema romano-germânico a atividade extrajudicial está estruturada na prestação de serviços de tabeliães e registradores como instância de controle preventivo da legalidade e de reduzir os conflitos judiciais. Sistema da common-law- A atividade notarial e registral é muito limitada, e os conflitos são diretamente apresentados para solução judicial.
23 Os sistemas do notariado Latino Common Law Misto Islâmico
24 Organização das serventias extrajudiciais: Criação, divisão, transformação e extinção de cartórios Definição do número, divisão, atribuições e competência territorial das serventias em Pernambuco Código de Organização Judiciária (COJ) Lei Complementar Estadual 100/2007. Resolução TJPE 291/2010 (ADI STF 4453). Lei Complementar Estadual 196/2011. Lei Complementar Estadual 203/2012.
25 Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade. Resolução nº 291/2010 do Tribunal de Justiça de Pernambuco. Transformação de Serventias Extrajudiciais: Plausibilidade da alegação de ser necessária lei formal de iniciativa do Poder Judiciário. Medida Cautelar Deferida. Plausível é a alegação de que a transformação de serventias extrajudiciais depende de edição de lei formal de iniciativa privativa do Poder Judiciário. Precedentes. Medida cautelar deferida para suspender a eficácia da Resolução n. 291/2010 do Tribunal de Justiça de Pernambuco (STF, Pleno, ADI 4453-MC-PE, Relatora Ministra Carmem Lúcia, julgado em 29/06/2011).
26 Lei Complementar Estadual 196/2011 Art. 1º As delegações de registro e de notas do Estado de Pernambuco são reorganizadas, mediante a instituição de novas serventias notariais e de registro, por meio de desmembramento ou de desdobramento, da alteração de atribuições das já existentes, pela anexação ou acumulação, desanexação ou desacumulação, ou mesmo extinção, na forma do Anexo Único que integra esta Lei Complementar.
27 Definições do Código de Normas Provimento CGJ 20/2009, com redação do Provimento CGJ 01/2016 Art. 6º. Compete ao Poder Judiciário, por meio de lei, instituir novas serventias notariais e de registro, por meio de desmembramento ou de desdobramento, modificar áreas territoriais, ou alterar as atribuições das já existentes pela anexação ou acumulação, desanexação ou desacumulação, ou mesmo extinção, em razão de conveniência de ordem funcional, relacionada com o volume dos serviços ou da receita, dados populacionais e socioeconômico, nos termos da Lei Complementar Estadual nº 196/2011, alterada pela Lei Complementar nº 203/2012.
28 Organização e competência territorial Código de Normas CGJ Art. 13. Os serviços notariais e de registro estão circunscritos em comarcas, termos ou distritos judiciários. Art. 14. Cada serviço notarial ou de registro funcionará em um só local, determinado no respectivo ato de delegação, sendo terminantemente vedada a instalação de filial, agência ou sucursal, ou o funcionamento fora da circunscrição autorizada pela Corregedoria Geral da Justiça.
29 Critérios objetivos para o planejamento do número e distribuição de cartórios Lei 8.935/1994, arts. 26 e 38 a) Critério demográfico: número ideal de grupo de habitantes por cartório. b) Critério de renda: determinação do número de cartórios pelo PIB local ou renda média (per capita) da população. c) Critério da viabilidade econômica da serventia: avaliação dos recursos mínimos para a remuneração do titular e funcionamento do cartório. d) Critério do limite de remuneração: fixação de um teto máximo de ganhos compatível com o nível de remuneração de atividades econômicas semelhantes.
30 Regime jurídico da Lei 8.935/1994 Qualificação profissional do Notário e do Registrador Art. 3º. Notário, ou tabelião, e oficial de registro, ou registrador, são profissionais do direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o exercício da atividade notarial e de registro.
31 Antecedentes da atividade notarial no Brasil: O escrivão do Juízo Cível acumulava o cargo de tabelião público na lavratura de escrituras. Consolidação das Leis Civis (Teixeira de Freitas, 1858) Art. 386: Definia a escritura pública como instrumento necessário à transmissão de direitos patrimoniais. Lei nº 2.033/1871: Permitia ao tabelião permitir aos escreventes juramentados a lavratura de escrituras. Augusto Teixeira de Freitas ( )
32 Lei Orçamentária 317/1843: Criação do Registro Geral de Hipotecas, com a finalidade de proteger o crédito concedido por bancos mediante garantia de propriedades rurais. Art. 35. Fica creado um Registro geral de hypothecas, nos lugares e pelo modo que o Governo estabelecer nos seus Regulamentos. Regulamento: Decreto 482/
33 Criação do registro civil no Brasil: Decreto 5.604, de 1874 Iniciativa: Conselheiro João Alfredo Correia de Oliveira (PE) Universalização do registro civil: 1888
34 Código Civil de 1916 Obrigatoriedade da escritura pública para os atos constitutivos ou translativos de direitos reais sobre imóveis (art. 134). Contempla vários tipos de escrituras e atos por instrumento público: pacto antenupcial (art. 195), dote (art. 278), adoção (art. 375), reconhecimento de filho (art. 357), hipoteca (art. 818). Regulação do testamento público (art ) e do ato de aprovação do testamento cerrado (art ). Clovis Bevilaqua ( )
35 Os principais fatores que influenciaram na renovação e especialização da atividade notarial e registral no Brasil 1) Concurso público para provimento das delegações a partir da Constituição de ) A definição do regime jurídico específico da Lei 8.935/ ) A revolução tecnológica da informatização dos serviços dos cartórios. 4) A uniformização dos atos e fiscalização pelo Conselho Nacional de Justiça e pelas Corregedorias Gerais da Justiça.
36 A fé pública notarial e registral Fé pública: consiste na presunção legal de autenticidade, verdade ou legitimidade de ato emanado de autoridade ou funcionário autorizado, no exercício de suas respectivas funções. (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira). Efeitos da fé pública: Origem e legitimidade do ato. Certificação da qualificação pessoal das partes e intervenientes no ato. Existência, legalidade e validade do ato. Presunção juris tantum: o ato somente pode ser desconstituído por sentença judicial.
37 Atividade notarial a) Cartórios ou Tabelionatos de Notas. b) Cartórios ou Tabelionatos de Protesto de Títulos. Atividade registral a) Cartórios de registro civil de pessoas naturais. b) Cartórios de registro civil de pessoas jurídicas, de títulos e documentos. c) Cartórios de registro de imóveis.
38 Competência dos Notários Lei 8.935/1994 Art. 6º. Aos notários compete: I - formalizar juridicamente a vontade das partes; II - intervir nos atos e negócios jurídicos a que as partes devam ou queiram dar forma legal ou autenticidade; III - autenticar fatos.
39 Atos de jurisdição voluntária Os atos de jurisdição voluntária refletem a tendência atual de desjudicialização das relações jurídicas, quando inexistente conflito ou litígio entre as partes. As partes não necessitam da interferência do Estado quando sejam todas capazes e concordes, inclusive em matéria de família e sucessões.
40 Atos de competência exclusiva dos Notários Lei 8.935/1994 Art. 7º. Aos tabeliães de notas compete com exclusividade: I - lavrar escrituras e procurações, públicas; II - lavrar testamentos públicos e aprovar os cerrados; III - lavrar atas notariais; IV - reconhecer firmas; V - autenticar cópias.
41 Atos dos Tabelionatos de Notas Negócios jurídicos bilaterais e unilaterais de declaração de vontade e jurisdição voluntária Escrituras públicas. Testamentos Públicos. Procurações e Substabelecimentos. Inventários e partilhas. União estável. Divórcios. Atos de prova da existência e de certificação de fatos jurídicos Ata Notarial. Reconhecimento de firmas e sinais públicos. Autenticação de documentos. Pública forma.
42 Vinculação e subordinação das serventias extrajudiciais ao Poder Judiciário (Constituição Federal, art. 236; Lei 8.935/1994) Função de delegação: atribuição dos titulares das serventias extrajudiciais mediante concurso público. Função de organização: definição da estrutura e distribuição das competências dos cartórios. Função normativa: regulação da atividade dos cartórios de notas e de registros públicos. Função de fiscalização: exercício das atividades de fiscalização e aplicação de penalidades disciplinares e de perda da delegação.
43 Fiscalização da atividade extrajudicial pelo Poder Judiciário Funções do magistrado Judicante ações relativas a atos notariais e de registros públicos (Código Civil; Lei 6.015/1973; Lei 8.935/1994): usucapião; adjudicação compulsória; abertura de testamento; ações de família; penhora de imóveis; protesto de títulos; inventário e partilha. Administrativo-processual suscitação de dúvidas de registro (Lei 6.015/1973). Correicional fiscalização e inspeção das serventias extrajudiciais (Código de Normas da Corregedoria Geral da Justiça).
44 Atividade de fiscalização e correição Código de Normas da Corregedoria Geral da Justiça Aspectos para Inspeção e avaliação dos cartórios a) Instalações e funcionamento. b) Situação geral de prestação dos serviços. c) Alocação, formação e treinamento de recursos humanos. d) Informatização dos serviços cartoriais. e) Cobrança de emolumentos, recolhimento de TSNR, FERC e controle financeiro (Livro Diário). f) Informações e esclarecimentos do delegatário. g) Avaliação da qualidade dos serviços e pesquisa de satisfação dos usuários.
45 As funções notariais no Novo CPC 1) Função certificadora ata notarial de existência de fatos jurídicos (art. 384). 2) Função probatória O documento notarial faz prova plena da declaração de vontade (art. 405). 3) Função autenticadora autenticidade de documentos e de firmas ou assinaturas (art. 411). 4) Função produtora atos de jurisdição voluntária: inventário (art. 610); divórcio (art. 733); testamentos (art. 736); demarcação (art. 571); usucapião (art ). 5) Função conciliatória autocomposição extrajudicial (art. 515).
46 Procedimento de suscitação de dúvida (Lei 6.015/1973) a) Registro Civil de pessoas naturais: arts. 48; 53; 56. b) Registro Civil de pessoas jurídicas: art c) Registro de Títulos e documentos: art d) Registro de Imóveis: arts. 198 a 208. e) Tabelião de Protestos: Lei 9.492/1997, art. 18. Atividade notarial: princípio da livre escolha (Lei 8.935/1994, art. 8º); existindo dúvida, pode ser dirimida através de consulta, em tese, à Corregedoria Auxiliar do Extrajudicial.
47 Responsabilidade do notário e do registrador Lei 8.935/1994 (Redação da Lei /2016) Art. 22. Os notários e oficiais de registro são civilmente responsáveis por todos os prejuízos que causarem a terceiros, por culpa ou dolo, pessoalmente, pelos substitutos que designarem ou escreventes que autorizarem, assegurado o direito de regresso. Parágrafo único. Prescreve em três anos a pretensão de reparação civil, contado o prazo da data de lavratura do ato registral ou notarial.
48 Responsabilidade do notário e do registrador Processual Civil. Agravo regimental no Recurso Especial. Danos materiais causados por titular de serventia extrajudicial. Atividade delegada. Responsabilidade objetiva do tabelião e subsidiária do Estado. 1. O acórdão recorrido encontra em consonância com a jurisprudência desta Corte, segundo a qual nos casos de danos resultantes de atividade estatal delegada pelo Poder Público, há responsabilidade objetiva do notário, nos termos do art. 22 da Lei 8.935/1994, e apenas subsidiária do ente estatal. Precedentes: 2. Agravo regimental não provido. (STJ, 1ª Turma, AgRg no REsp /RJ, Relator Ministro Benedito Gonçalves, Dje 23/02/2016).
49 Deveres dos notários e registradores Lei 8.935/1994 1) Manter em ordem os livros, papéis e documentos de sua serventia, guardando-os em locais seguros; 2) Atender as partes com eficiência, urbanidade e presteza; 3) Atender prioritariamente as requisições de papéis, documentos, informações ou providências que lhes forem solicitadas pelas autoridades judiciárias ou administrativas para a defesa das pessoas jurídicas de direito público em juízo;
50 4) Manter em arquivo as leis, regulamentos, resoluções, provimentos, regimentos, ordens de serviço e quaisquer outros atos que digam respeito à sua atividade; 5) Proceder de forma a dignificar a função exercida, tanto nas atividades profissionais como na vida privada; 6) Guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos de natureza reservada de que tenham conhecimento em razão do exercício de sua profissão; 7) Afixar em local visível, de fácil leitura e acesso ao público, as tabelas de emolumentos em vigor;
51 8) O observar os emolumentos fixados para a prática dos atos do seu ofício; 9) Dar recibo dos emolumentos percebidos; 10) Observar os prazos legais fixados para a prática dos atos do seu ofício; 11) fiscalizar o recolhimento dos impostos incidentes sobre os atos que devem praticar; 12) Facilitar, por todos os meios, o acesso à documentação existente às pessoas legalmente habilitadas; 13) Encaminhar ao juízo competente as dúvidas levantadas pelos interessados; 14) Observar as normas técnicas estabelecidas pelo juízo competente.
52 Infrações disciplinares Lei 8.935/1994, art. 31 1) a inobservância das prescrições legais ou normativas; 2) a conduta atentatória às instituições notariais e de registro; 3) a cobrança indevida ou excessiva de emolumentos, ainda que sob a alegação de urgência; 4) a violação do sigilo profissional 5) o descumprimento de quaisquer dos deveres descritos no art. 30.
53 Penalidades disciplinares aplicáveis aos notários ou registradores Lei 8.935/1994, art. 31 Art. 32. Os notários e os oficiais de registro estão sujeitos, pelas infrações que praticarem, assegurado amplo direito de defesa, às seguintes penas: I - repreensão; II - multa; III - suspensão por noventa dias, prorrogável por mais trinta; IV - perda da delegação.
54 Os novos sistemas de informação de atos notariais e registrais Justiça Aberta (CNJ): CENSEC Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados: Central de Indisponibilidades de Imóveis (CNJ): Central de Penhora On-Line (ARISP): Central de Informações de Registro Civil das Pessoas Naturais CRC:
55 Críticas, dúvidas e sugestões ivanildo@tabelionatofigueiredo.com.br
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