GESTÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS EM ÁREAS URBANAS
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- Ana Carolina Santarém Cavalheiro
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1 ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária PHD 2537: Água em Ambientes Urbanos 2º semestre 2008 TRABALHO GESTÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS EM ÁREAS URBANAS Prof.Dr. Kamel Zahed Filho Diego M. Q. Sierra Dirceu F. Neto Eduardo O. Cavalcante Liat Ciobotariu Luiz Terêncio P. Ricciardi Pablo M. Mazzotti Raphael Forli Novembro de 2008
2 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO OBJETIVOS DISPONIBILIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NO MUNDO IMPORTÂNCIA E USOS DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS GESTÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA... 5
3 1 1. INTRODUÇÃO Atualmente constata-se que a degradação do ambiente hídrico tem tomado grandes proporções, tornando os recursos cada vez mais escassos. Dessa forma, faz-se necessário gerenciar seu consumo e encontrar fontes alternativas para a exploração. A demanda de água doce para os mais diversos usos vem crescendo continuamente no mundo. Como o volume de água é quase constante desde a formação do planeta, a disponibilidade de água doce é cada vez menor. Além de um grande volume de água ser desperdiçado pelo uso inadequado, acrescenta-se a essa redução a perda de qualidade das águas dos rios, lagos e reservatórios construídos pelo homem, devido aos impactos ambientais. Nesse contexto crescem em importância as águas subterrâneas, pois, por fluírem no subsolo, são bem mais protegidas. 2. OBJETIVOS O objetivo deste trabalho é mostrar a grande importância dos recursos hídricos subterrâneos, assim como o seu correto gerenciamento também é de suma importância neste contexto. 3. DISPONIBILIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NO MUNDO Os aqüíferos subterrâneos são quase 96% da água doce no nosso planeta e a maior parte delas são de natureza transfronteiriça, ou seja, o aqüífero é partilhado por dois ou mais países. Desde 2000, com a criação do Programa Hidrológico Internacional (PHI) da UNESCO, um banco de dados sobre águas subterrâneas foi criado. Até agora foram localizado 273 aqüíferos no mundo, divididos da seguinte forma: 68 nas Américas, 38 na África, 65 na Europa de Leste, 90 na Europa Ocidental e 12 na Ásia. No mapa a seguir, é mostrada a localização destes:
4 2 4. IMPORTÂNCIA E USOS DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS Praticamente todos os países do mundo utilizam-se da água subterrânea, dentre eles destacam-se a França, Rússia, Alemanha, Austrália, Dinamarca e Arábia Saudita. Estima-se que 1,5 bilhões de pessoas são abastecidos com este tipo de recurso hídrico. No Brasil, a situação não poderia ser diferente, sendo que cerca de 61% da população é abastecida dessa forma para fins domésticos. No estado de São Paulo, cerca de 71,6% dos municípios são total ou parcialmente abastecidos por água subterrânea, onde se destacam São José do Rio Preto e Ribeirão Preto. As vantagens para o uso desse recurso são várias: Grande quantidade (volume) disponível em reservas;
5 3 Alta qualidade da água, já que, por ocorrerem no subsolo, essas águas são naturalmente protegidas, mesmo não sendo não isentas de poluição e de contaminação; Atendem a uma grande variedade e padrões de usos, como o abastecimentos humano, indústrias, serviços, lazer e agricultura; Vida útil dos poços estimada em 20 anos, se construídos de acordo com as normas; Baixo impacto ambiental na sua exploração; Não apresentam custos de armazenamento primário, tratamento (na maioria das vezes) nem de desapropriação, como ocorrem em reservatórios de superfície. As desvantagens para o uso desse recurso, apesar de poucas, existem: É um recurso de difícil acesso e avaliação; A exploração inadequada de grande volume de águas subterrâneas pode causar sismos ou até afundamento do solo; Em alguns casos, pode haver muito sal dissolvido na água devido às rochas do local, limitando assim o uso das mesmas; Há falta de mão-de-obra especializada no setor. 5. GESTÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS A gestão integrada dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos ainda é parte significativa da solução para o atendimento da demanda mundial. No Brasil, O controle sobre as águas subterrâneas é feito baseado no controle quantitativo e qualitativo; o primeiro é realizado pelo DAEE que concede a licença de perfuração e a outorga de uso; já a qualidade é gerenciada pela CETESB e pela Secretaria da Saúde. Porém, muitos usuários optam por captar e utilizar-se da água sem o conhecimento das legislações. Este é um dos motivos pelos quais não se tem com precisão a quantidade de poços explorados. Para se obter a licença faz-se necessário cumprir os procedimentos técnicos estabelecidos pelo DAEE; a outorga do uso da água, no caso de exploração do manancial subterrâneo, é concedida após o interessado apresentar requerimento, fornecendo o relatório final da obra e a análise físico-química e bacteriológica da água. Segue as legislações para as águas subterrâneas:
6 4 Constituição Federal, art. 26, I: estabelece que são bens dos Estados, entre outros, as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes ou em depósito, exceto as decorrentes de obras da União. Decreto Estadual de : regulamenta a Lei Estadual de especificamente para a proteção da qualidade das águas subterrâneas. Lei Estadual 6.134, de , do Estado de São Paulo: dispõe sobre a preservação dos depósitos naturais de águas subterrâneas do Estado. Decreto /91, do Estado de São Paulo: atribuí à CETESB prevenir e controlar a poluição das águas subterrâneas. Lei nº 9.433, de (Leia das Águas), art. 49: estipula que constitui infração iniciar a implantação ou implantar empreendimento relacionado com a derivação ou utilização de recursos hídricos, superficiais ou subterrâneos, que implique alteração no regime, quantidade ou qualidade dos mesmos, sem autorização dos órgãos ou entidades competentes e, perfurar poços para extração de água subterrânea ou operá-los sem a devida autorização. Decreto Estadual 8468 de que regulamenta a Lei Estadual 997 de , dispondo sobre a pevenção e o controle da poluição do meio ambiente. Portaria DAEE 717/96 de : dispõe sobre outorga da captação da água subterrânea. Outro instrumento de gestão bastante utilizado pelos órgãos responsáveis da gestão de recursos hídricos é a cobrança pelo uso da água subterrânea. Em 2007 foi dado início a essa prática de cobrança, no entanto, essa discussão iniciou-se na década de 80. A primeira fase compreende o taxamento dos usos urbano e industrial e, após 2010, as propriedades rurais e o uso doméstico. Os valores cobrados estão baseados em 13 coeficientes ponderadores (sete deles aplicados desde 2007), como natureza do corpo d água, disponibilidade hídrica do local, finalidade do uso da água, entre outros; as informações entram no banco de dados que calcula o preço final. De acordo com a Secretaria de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento de São Paulo o preço da água subterrânea será cerca de 10% a mais que da água superficial e a exploração da água subterrânea ainda é pequena, 18% de todo potencial; o que corresponde a 14% dos 420 m 3 /s consumidos pela população de São Paulo.
7 5 6. CONCLUSÃO Podemos observar que o uso não controlado do recurso e do território causa problemas da superexploração dos recursos, desequilíbrio ou exaustão do aqüífero, pela retirada maior que a capacidade de recarga, gerando rebaixamentos no depósito subterrâneo. O problema é de âmbito regional, o que torna necessária uma compreensão metropolitana para o seu enfrentamento. O impacto virá com a redução da produtividade aqüífera, associada à superexploração do recurso hídrico subterrâneo, e conseqüente abandono de poços. A perda desse recurso fará com que o usuário migre das águas subterrâneas para a rede pública, uma vez que a maioria está conectada a ela. Esse serviço está operando próximo do limite de sua capacidade. Essa migração de usuários poderá causar o colapso do sistema público de distribuição. Assim, em vista da crescente escassez de água que vem atingindo grande parte da população mundial, os recursos hídricos subterrâneos têm-se tornado a esperança de abastecimento, representando um potencial econômico imensurável. E, pelo fato do Brasil estar sobre o maior depósito aqüífero do mundo, é fácil concluir que temos uma das maiores riquezas da terra, que pode ser explorada trazendo divisas importantíssimas para o desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida de nosso povo. Porém, a utilização desta riqueza deve ser feita com muita cautela e de forma racional e sustentável. 7. BIBLIOGRAFIA Notas de Aula da disciplina PHD
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