GRUPO DE ESTUDOS DOS DISCURSOS, DAS IDENTIDADES E SUBJETIVIDADES PARAENSE: ESPAÇOS QUE SE DEFINEM PARA O OUTRO E PARA SI
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- Ana Luiza Valente Caetano
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1 GRUPO DE ESTUDOS DOS DISCURSOS, DAS IDENTIDADES E SUBJETIVIDADES PARAENSE: ESPAÇOS QUE SE DEFINEM PARA O OUTRO E PARA SI Marcos André Dantas da CUNHA(UFPA) O Grupo de Estudos dos Discursos, das Identidades e das Subjetividades Paraense (GEDISPA/UFPA/ Campus de Castanhal) busca estudar o modo que se produz as identidades, bem como a maneira como se constitui a subjetividade do sujeito, focalizando-se a análise dos saberes circunscritos à ordem da relações de poder (FOUCAULT, 2007 /2008) e pertencimento entre nação e região.(bauman, 2005) O interesse e os projetos desenvolvidos pelo GEDISPA definem-se ao campo também dos estudos regionais, buscando-se compreender aquilo que se faz discurso acerca da cultura (CERTEAU, 19995/2008), ou ainda dos saberes que se definem por certas peculiaridades. Saberes que se instituem por dispositivos de poder produzindo identidades e subjetividades (CORACINI, 2009). Por uma relação que parece estar de modo mais determinada definida pelos dispositivos sócio-históricos definindo-se uma identidade que se faz certo espaço de exercício do poder sobre um outro que por isto se define e se diz no discurso; ou ainda por uma relação de maior resistência de um ego que se encontra e se desencontra na relação com o outro lhe constituindo e lhe intriga. Por este movimento mais social se fazem as identidade regionais e por outro mais voltado por um si que sempre se realça nos espaços dos saberes, ainda se produzem os sujeitos. Nos sentidos daquilo que é dito, que é enunciado as identidades se constroem. As identidades sociais, religiosas, nacionais ou mesmo de uma determinada naturalidade, lugar de pertencimento (CASTELLS, 2006) são construções de sentido que se realizam por entre as perspectivas do discurso. Pelo dizer as identidades são produzidas. A identidade está nas diferenças com quem se compartilha proximidades e distanciamentos. O ser brasileiro é resultante de uma série de dizeres pelos quais também outros dizeres são produzidos. Também por meio das possíveis identidades com as quais se identificam os brasileiros irão surgir as diferenças. Estas demarcadas, de modo mais ou menos realçadas, no território continental brasileiro Então, podem ser estudadas e analisadas considerando-se as regiões brasileiras política e historicamente constituídas. Desse modo o grupo ocupa-se em analisar as produções discursivas, materializadas no verbal e não verbal, ocupadas em fomentar s as relações de poder entre as regiões, assim delimitando certas identidades de centro e periferia. Também, focaliza as subjetividades atravessando os sujeitos, a partir das práticas culturais do estado do Pará, em suas distintas mesorregiões. Palavra- chaves: Discurso; Identidade; Subjetividade.
2 (RE) PRODUÇÕES E DISPERSÕES DAS IDENTIDADES: O JOGO DOS SABERES NO DISCURSO DA ILHA DAS ONÇAS Karine Ramos da ROCHA, (UFPA) linyramos@hotmail.com Marcos André Dantas da CUNHA, (UFPA) Nos propomos a estudar neste trabalho a (Re)produção da identidade paraense no discurso dos moradores da Ilha das Onças, localizada no município de Barcarena no estado do Pará. No entanto, esta localidade rural, ás margens da Baia de Guajará, fica delimitada bem próxima ao centro econômico e cultural de Belém do Pará. Uma comunidade que se constitui também na relação entre a travessia da Baía de Guajará. A rotina e as práticas de saberes dos sujeitos da Ilha das Onças se produz na cotidianeidade da relação com a metrópole. Utilizaremos para esta investigação pressupostos teórico-metodológicos do campo da Análise do Discurso de orientação Francesa, numa perspectiva Foucaultiana, como também estudos da mesma vertente nos trabalhos de Gregolin (2007), Cunha (2011). Também numa perspectiva próxima a adotada por Foucault nos embasemos em estudiosos dos estudos culturais, destacando-se Castells (1999) e Hall (2006). Partimos dos enunciados recortados das entrevistas feitas com moradores da Ilha das Onças. Trabalhamos com as noções de acontecimento discursivo, enunciado, função enunciativa, sujeito e identidade Cultural. Isto com a pretensão de verificar o processo de construção de sentidos produzidos pelos enunciados dos sujeitos moradores da Ilha das Onças. Também verificamos a forma que este sujeito se enuncia na contemporaneidade diante de seus discursos. No primeiro momento investigamos as formações discursivas materializadas na Ilha das Onças, verificando a resistência nesses discursos relativa a uma exterioridade. Daí, discutimos os conceitos de história e memória. Estes nos acionam uma identidade da Ilha permeada por aspectos caracterizados como nativo, colonizado, interiorano e rural. Ao dialogarmos com estes aspectos antes citados, levamos em consideração os conceitos de exclusão, de subjetividade do sujeito na pós-modernidade. Também analisamos a partir dos enunciados dos sujeitos moradores da Ilhas das Onças, as noções delimitadoras de Margens e Centros, num processo pelo qual se constituíram as resistências na ilha. Palavras-chave: Discurso; Ilha das Onças; Identidade Cultural.
3 DO DISCURSO SOBRE AO DISCURSO DA: CULTURA, IDENTIDADES REGIONAL, NACIONAL, CONTINENTAL E GLOBAL Marcos André Dantas da CUNHA(UFPA) Como pensarmos a cultura numa sociedade marcada por uma perspectiva produtivista, em que as ações de saberes sociais se fazem roteirizadas por uma redução do sujeito aos seus desejos de consumo. Por essa orientação nos diz Certeau (2006) que os sujeitos nos fazeres do mundo, representam, simbolizam, interpretam esse mundo. Para além do homem no espaço em sua naturalidade, teríamos o sujeito linguagem, distanciando-se e ressignificando esse estar no mundo. Podemos considerar, então, o fato de que pelas produções de saberes o sujeito se relaciona verticalmente em dominações. Por estar e intervir no mundo se constituem as práticas culturais. Buscaremos a cultura como lugar-espaço de práticas de saberes, que se hierarquizam e por onde se constroem certas produções identitárias sobre o estado do Pará. Para além ou dialogando com o discurso acerca da cultura produzida pela mídia, nosso interesse neste projeto é delimitarmos as próprias produções culturais realizadas e identificadas como sendo paraense. Teremos como foco de análise neste projeto, as produções culturais que são identificadas como paraense, realizadas tanto por meio do signo linguístico quanto de uma iconicidade expressa por meio do corpo, isto se refere às expressões musicais, religiosas e folclóricas, todas abordadas como índices de saberes culturais, por onde se realizariam e atravessariam enunciados identificados como paraenses. O enunciado em seu sentido emerge da relação com outros com os quais se configura linguística ou mesmo iconicamente, ou ainda construído nos implícitos, não materializados em signos, produzindo-se acontecimentos (CUNHA, 2011). Então, se para cada articulação de um conjunto de signos se tem uma enunciação única, reconhece-se a enunciação como sendo marcada pela irrepetibilidade e singularidade (FOUCAULT, 2008). Entendermos as produções culturais como formas de materializações culturais que se realizam numa diversidade sígnica, do linguístico ao corpóreo. Considerandose na efetividade das manifestações culturais, os demais aspectos para além do verbal que produzem sentidos, se deve adotar-se como referencial metodológico de análise a semiologia discursiva proposta por Courtine (2009), apontando para o conceito de interdiscurso. Conforme determinadas estratégias tanto os conceitos, os objetos, as enunciações, os temas irão ora se repetindo ora se contrapondo, constituindo relações entre uma diversidade de formações discursivas (FOUCAULT, 2008). O movimento colonizatório produtor de uma cultura eurocêntrica parece se reproduzir historicamente numa espacialidade interna do território brasileiro (AGUIRRE ROJAS, 2008). Por esse movimento se efetiva/denuncia-se relações de poder entre saberes historicamente constituídos. Palavras-chave: Discurso; Cultura; Regional.
4 ANÁLISE COMPARATIVA DOS TEMAS DAS LETRAS DA MPP (MÚSICA POPULAR PARAENSE) E DO BREGA. Odejane FARIAS MENDES (UFPA) odejanemendes@yahoo.com.br Marcos André DANTAS DA CUNHA (UFPA) madc@ufpa.br A região Norte é muito conhecida por ser um lugar onde se localiza a floresta amazônica, que por si, já traz uma grande diversidade no que diz respeito à fauna e flora. Por ser uma grande região, considerada a maior do Brasil. Há uma diversidade de saberes culturais, de certo modo identificando peculiaridades referente a cada Estado da nação brasileira. Pelas relações identitárias entre estado e nação, verificam-se a produção de identidade e a reinvindicação de um pertencimento (HALL). O modo de produção da identidade considerando as relações de poder verificadas entre as regiões, as delimitações de uma territorialidade se faz interesse de muitos pesquisadores. O Pará se situa na região amazônica e também tem uma grande relevância na economia da região. Muito conhecido pela sua diversidade cultural, tem um destaque na culinária na musicalidade e nas danças. O trabalho faz uma análise comparativa dos temas que estão presentes nas letras da MPP (música popular paraense) e do brega. Isto com o objetivo de identificar os possíveis sujeitos e suas respectivas identidades. Estas que se constituem ou fazem parte da cultura paraense a partir dos discursos que se constroem nessas letras. O objetivo da pesquisa é investigar as identidades paraenses que são construídas a partir das composições da MPP e do brega. Estes gêneros musicais são identificados como peculiares ao estado do Pará, principalmente o primeiro gênero, por trazer em seu próprio nome a identificação com o Estado. Mas quais seriam as proximidades e distanciamentos verificados entre efeitos de sentido produzidos por estas duas produções? A análise será feita a partir da teoria e metodologia da análise do discurso de orientação francesa, mais detidamente numa perspectiva foucaultiana (FOUCAULT, 1999, 2008). O estudioso trabalha os principais conceitos que serão necessários para realizar a pesquisa. Os conceitos vistos a partir da análise do discurso que possibilitará analisar a problemática em realce são de: sujeito, identidade, enunciado, enunciação, memória e formação discursiva. Todos de fundamental importância para a descrição/interpretação do discurso. Palavras-chave: Discurso; Identidade; Música
5 GRAFITES DE BELÉM: ETNIAS EM MOVIMENTO DE RESISTÊNCIAS Robert Leandro Silva FREITAS(UFPA) Marcos André Dantas da CUNHA(UFPA) O enunciado é caracterizado, em Foucault (2008), por uma materialidade, não se esgotando ao nível verbal, mas realizando-se de modo icônico. Vemos que tal formulação dá margem aos estudos acerca das práticas de subjetivações na pós-modernidade. Estas se estabelecem por meio de uma fragmentação/multiplicidade daquilo que é enunciado de modo recorrente e/ou disperso nos espaços sociais. Assim, focamos nosso estudo discursivo nos grafites de Belém do Pará. Dessa materialidade, podem emergir sentidos numa certa diversidade de identidades com a cidade. Os grafites de Belém do Pará, impressos nos muros da grande metrópole, empregam sentidos e significações para a própria cidade. Desse modo, observamos três etnias materializadas nas produções grafiteiras. Estas, aparecem de maneira simultânea tanto apontando para uma origem europeia, quanto para as etnias negra e indígena. Por este movimento se verificariam um tensionamento étnico, materializado na forma de linguagem do grafite. As relações implicativas e de poder entre o branco europeu, o negro africano e o indígena nativo, materializadas nos grafites se realçam tanto por fazer refletir as relações de subjugação, quanto de resistência ao papel marginal de certo modo impetrado ao negro e ao indígena diante do colonizador europeu. As etnias africana e indígena se mostram dentro do caráter desta produção, caracterizando assim uma certa resistência ao processo de colonização. Este é acionado como uma memória nas sequencias discursivas adotadas na nossa análise. Isto provocaria uma memória da formação étnica e mesmo discursiva do estado do Pará. Toda a análise desta produção se sustentará a partir das postulações de (FOUCAULT, 1999/2007/2008), acerca dos conceitos de enunciado, governamentalidade e formação discursiva. Buscamos ainda acionar as noções de lugar/espaço (CERTEAU, 2008). Estas categorias acabam por repercutir na produção dos sentidos daquilo que se ecoa nas relações de poder, historicamente produzidas e então, delimitadas à questão étnico-racial que constitui as grandes cidades, no caso uma cidade do Norte do Brasil, Belém do Pará. Palavras-chave: Etnias; Grafite; Belém.
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