A Nova Política Operacional do BNDES
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- Maria do Pilar Cortês Gonçalves
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1 A Nova Política Operacional do BNDES Janeiro/2017 Elaboração: Departamento de Economia
2 2 Índice Aspectos Gerais 03 Objetivos da Nova Política Operacional (NPO) 07 Mudanças da Nova Política Operacional (NPO) 09 Regras para Infraestrutura 15 Demais Alterações 17 Conclusão 19
3 ASPECTOS GERAIS
4 Aspectos Gerais 4 Reestruturação da Política Operacional (PO) do BNDES com mudança de foco: prioridades em projetos e não mais em setores. A Nova Política Operacional (NPO) do BNDES objetiva superar o descasamento estrutural que existe entre as altas taxas de juros bancárias e a taxa interna de retorno dos projetos (TIR), estimulando a participação do setor privado. Pretende diminuir a exposição do BNDES, estimulando a concorrência privada em um novo ciclo de redução da taxa básica de juros (Selic), de tal sorte que os bancos privados ampliem os empréstimos de longo prazo a taxas adequadas. Cabe sublinhar que a recuperação do crédito consignado e direto ao consumidor (CDC) principais fatores de expansão das operações bancárias no período entre 2006 a 2013 vai demorar a se recuperar, seja por causa do elevado comprometimento da renda das famílias com dívidas, do desemprego em ascensão e do rendimento real em queda, bem como em função do ajuste do gasto de pessoal no setor público (demissão de comissionados, uso de PDV e congelamento dos reajustes salariais), principalmente em Estados e municípios.
5 Aspectos Gerais 5 A reestruturação da PO ocorre em um momento de forte contração dos desembolsos Ano de 2016: valores efetivos dos desembolsos até novembro e estimativa para dezembro Desembolsos do BNDES (Em R$ bilhões)
6 Aspectos Gerais 6 Fortemente percebida na indústria, que inicia declínio a partir de 2010, e posteriormente sentida pelas atividades de Infraestrutura e de Comércio e Serviços Ano de 2016: valores efetivos dos desembolsos até novembro e estimativa para dezembro. Desembolsos do BNDES por Setor (Em R$ bilhões) Agropecuária Infraestrutura 2 por Média Móvel (Indústria) Indústria Comércio e serviços
7 OBJETIVOS DA NPO
8 Objetivos da NPO Elevação da produtividade e da competitividade das empresas; Crescimento econômico e a geração de empregos; Inserção nas cadeias globais de valor; Aumento da transparência nos critérios de financiamento; Melhor gerenciamento dos projetos; Simplificação das formas de apoio, com consolidação de programas e linhas; Maior agilidade nos processos de concessão de crédito; Fortalecimento da governança nas instituições apoiadas pelo BNDES e do mercado de capitais. 8
9 MUDANÇAS DA NPO
10 Mudanças da NPO As linhas e programas de financiamento foram simplificados, sendo as modalidades direta e indireta divididas em Incentivada (A e B) e Padrão (A e B). Modalidades 1 Incentivadas Padrão A B A B Financiamento Direto Financiamento Indireto Máximo 80% a custo TJLP Máximo 60% a custo TJLP Máximo 30% a custo TJLP Devem se financiar no mercado Fonte: BNDES. Elaboração própria. 1. Não inclui financiamentos a projetos de infraestrutura e os realizados de forma indireta automática. O nível de participação do BNDES com base em TJLP passa a depender da prioridade do projeto. Projetos prioritários (categoria incentivada A) terão maior parcela do financiamento atrelado à TJLP, o que pode chegar a 80% do total do projeto. Para tanto, devem proporcionar benefícios econômicos, sociais, ambientais e regionais. A nova política determina critérios para que um dado projeto seja elegível a futuro financiamento, considerando rating baseado em metodologia que avalia diferentes dimensões: social, econômica, ambiental, territorial e visão do cliente. São considerados projetos prioritários aqueles que estiverem associados à saúde, educação, meio ambiente, micro e pequenas empresas (MPEs), exportação, infraestrutura e inovação. 10
11 Mudanças da NPO BNDES AUTOMÁTICO (Financiamento inferior a R$ 20 milhões) Linhas de Financiamento Participação Máxima em TJLP Carência Prazo Total MPME Incentivada 60% Grande Empresa Padrão 0% Linha Emergencial 100% (No caso de calamidade pública) Fonte: BNDES. Elaboração própria. 80% Até 36 meses Até 240 meses Até 90 meses 11
12 Mudanças da NPO FINAME (Financiamento máquinas e equipamentos) MPME Grande Empresa MPME MPME Grande Empresa Grande Empresa Participação Máxima Linhas de Financiamento em TJLP BK Aquisição e Comercialização 80% em 2017 Ônibus e caminhões (diesel) 70% em % em 2019 Demais bens de capital 80% Carência Prazo Total Bens de capital com eficiência energética Ônibus e caminhões híbridos, elétricos ou 80% Até 24 meses Até 120 meses movidos a combustíveis limpos Demais bens de capital Ônibus e caminhões (diesel) BK Produção 60% 50% em % em % em % 60% Até 24 meses Até 30 meses Moderniza BK Até 60 meses para 80% proprietário do bem e Até 24 meses até 30 meses ao 30% fornecedor do serviço 12
13 Mudanças da NPO BNDES PROGEREN (Financiamento a capital de giro) Porte das Empresas Micro, pequena e média empresa com até R$ 90 milhões de ROB Média empresa entre R$ 90 a 300 milhões de ROB Grande empresa (com ROB a partir de R$ 300 milhões) Custo Financeiro (TJLP) 100% de TJLP 50% de TJLP + 50% de mercado 100% mercado Limite de Financiamento por Empresa R$ 70 milhões ou 20% da receita operacional bruta (ROB) anual da empresa do último exercício fiscal (o que for menor) Carência Até 24 meses Prazo Total Até 60 meses Fonte: BNDES. Elaboração própria. 13
14 Mudanças da NPO BNDES EXIM (Pré Embarque) Porte das Empresas Itens Elegíveis Custo Financeiro Carência Prazo Total MPME Bens de Capital e de Consumo 100% TJLP ou Libor até 29 meses até 30 meses Grandes Empresas Bens de Capital Bens de Consumo 30% TJLP + 70% mercado 100% mercado até 35 meses até 23 meses até 36 meses até 24 meses BNDES EXIM (Pós Embarque) Porte das Empresas Itens Elegíveis Custo Financeiro Carência Prazo Total MPME e Grande Empresa Fonte: BNDES. Elaboração própria. Aernonaves, bens de capital, bens de consumo e serviços Libor, CIRR, Euro Area Yield Curve ou EURIBOR De acordo com as características da operação até 144 meses (aeronaves) até 180 meses (demais itens) 14
15 REGRAS PARA INFRAESTRUTURA
16 Regras para Infraestrutura Visando redimensionar a sua Política Operacional, o BNDES já havia divulgado novas regras de financiamento para a Área de Infraestrutura em setembro de Em consonância com o Programa de Parcerias e Investimentos (Lei nº /2016 e Decreto nº 8.791/2016), o BNDES estabeleceu novas condições de financiamento para as áreas de infraestrutura, ampliando a possibilidade do ingresso de capitais privados nesses setores, por via direta ou através do mercado de capitais. Entre as mudanças operadas, destacam-se: Extinção do chamado empréstimo-ponte; Revisão da participação do Banco nos projetos: 40% para Aeroportos; 50% para Rodovias e 80% para Saneamento; Estímulo à emissão de valores mobiliários, em especial debêntures de infraestrutura, que podem ser subscritas por bancos públicos (BNDES) até o limite de 50%; 16
17 DEMAIS ALTERAÇÕES
18 Demais alterações Alterou-se o enquadramento das MPEs, elevando para R$ 300 milhões de receita operacional bruta anual (antes era de R$ 90 milhões) o limite para que uma empresa possa estar classificada nesse grupo. Para projetos inovadores, com impacto social, as MPEs receberão até 80% do financiamento em TJLP. Em razão das atuais condições, o BNDES elevou os recursos do PROGEREN (capital de giro) para R$ 5,0 bilhões, com vigência até dezembro de Atendendo a pedidos, o programa passou a ser oferecido também na modalidade direta para financiamento até R$ 10 milhões. Aceitação de recebíveis como garantia, inclusive provenientes de cartão de crédito. Essa medida atende especialmente ao Comércio. Ampliação da cobertura do FGI (Fundo Garantidor) de 70% para até 80% do financiamento. Lançamento do Cartão BNDES Agro para produtores rurais, incluindo pessoas físicas (2º semestre de 2017). 18
19 CONCLUSÃO
20 Conclusão As alterações propostas pela Nova Política Operacional do BNDES, apesar adotadas em momento de declínio dos desembolsos da instituição, principalmente para a indústria, traz desafios importantes. Se por um lado, as regras da NPO podem ser vistas como fator de inibição ao desenvolvimento industrial tradicional, dada a premência da reindustrialização do País, de outro, lançam as bases para que os novos projetos industriais se insiram, definitivamente, na Manufatura 4.0, Internet das Coisas, Robotização e passem a ter forte apelo inovativo, social e pró sustentabilidade e comércio exterior. Explícito no caso do setor automotivo, ônibus e caminhões híbridos, elétricos ou movidos a combustíveis limpos contarão com financiamento de até 80% em TJLP. Para as grandes empresas, o financiamento para veículos movidos a diesel será de, no máximo, 50% em TJLP em 2017, decrescente ao longo dos próximos dois anos, para até, no máximo, 30% em TJLP em Ainda que a atuação horizontal limite/restrinja práticas abusivas, alheias às boas regras de compliance, não se deve perder de vista o risco da pulverização dos projetos. Assim, a proposta de criação de um Departamento de Avaliação e Monitoramento é adequada e oportuna, mas precisa reunir profissionais experientes e ferramentas avançadas para que projetos com fracos resultados sirvam ao aprendizado e sejam previamente descartados. Além disso, boas práticas empresariais serão incentivadas com as novas regras, o que tende a transformar o que alguns analistas já chamaram de capitalismo de compadrio em um capitalismo autêntico ou do tipo
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